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ª série PARTE E
Nota justificativa
Nos termos dos seus Estatutos, o Instituto Politécnico de Setúbal (de ora em diante desig-
nado por IPS), entre outros princípios e valores, tem por missão “desenvolver ensino de qualidade,
valorizando as pessoas, a transferência de conhecimento para a sociedade, para a região, para o
país e para o mundo, apoiado na investigação aplicada, na inovação e nas parcerias”. Consagra
entre as suas atribuições “A transferência e valorização do conhecimento científico e tecnológico e
a promoção do empreendedorismo” e “A produção e difusão do conhecimento e da cultura”.
A promoção e a proteção jurídica do conhecimento gerado no IPS, constitui um incentivo
à produtividade e à inovação, reforçando a imagem do IPS enquanto Instituição inovadora e
empreendedora.
Acresce que a proteção jurídica do conhecimento gerado no IPS pode constituir uma impor-
tante fonte de rendimentos e de constituição de património próprio para o IPS, reforçando a sua
autonomia no desenvolvimento das atividades de investigação, desenvolvimento e inovação.
Importa assim, criar um normativo que permita assegurar a proteção e valorização do conhe-
cimento gerado, bem como salvaguardar os interesses legítimos da Instituição, das suas Unidades
Orgânicas e dos seus membros.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1.º
Âmbito de aplicação
a) Toda a atividade que seja gerada no IPS, prosseguida no IPS, ou realizada em colaboração
com trabalhadores docentes e não-docentes, investigadores, colaboradores, estudantes e bolseiros
de investigação do IPS, atuando nesta qualidade, que seja suscetível de ser tutelada pela Proprie-
dade Intelectual, designadamente Propriedade Industrial, Direitos de Autor e Direitos conexos ou
outros direitos sui generis.
b) Programas de computador dotados de aplicabilidade industrial e suscetíveis de contribuir
para a resolução de problemas técnicos, criados no IPS, ou em colaboração com trabalhadores
docentes e não-docentes, investigadores, colaboradores, estudantes e bolseiros de investigação
do IPS, atuando nesta qualidade, bem como ainda informação técnica ainda não patenteada ou
patenteável.
c) Toda a informação confidencial com valor comercial fornecida pelo IPS em colaboração com
trabalhadores docentes e não-docentes, investigadores, colaboradores, estudantes e bolseiros de
investigação do IPS, atuando nesta qualidade, suscetível de proteção como segredo comercial.
d) Todas as parcerias, bem como quaisquer outras iniciativas ou projetos, realizadas pelo IPS
ou pelos seus trabalhadores docentes e não-docentes, investigadores, colaboradores, estudantes
e bolseiros de investigação do IPS, atuando nesta qualidade, com entidades terceiras, no âmbito
das alíneas anteriores, independentemente da sua fonte de financiamento, bem como quaisquer
projetos ou atividades em que sejam utilizados os meios ou recursos do IPS.
Diário da República, 2.ª série PARTE E
Para efeitos do presente regulamento, os termos abaixo mencionados terão o seguinte sig-
nificado:
Artigo 4.º
Competências do IPS
CAPÍTULO II
TÍTULO I
Artigo 5.º
Objeto de aplicação
Artigo 6.º
Titularidade dos direitos
1 — O IPS será o titular único dos direitos de Propriedade Industrial referidos no artigo anterior,
nos casos em que tiverem sido apenas usados os seus meios ou recursos.
2 — O IPS será ainda o titular único dos direitos de Propriedade Industrial referidos no artigo
anterior quando os mesmos resultarem de atividade de investigação ou criação levada a cabo por
docentes e não docentes em regime de exclusividade com o IPS, independentemente do local onde
for desenvolvida, assim como os recursos utilizados.
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Artigo 7.º
Direito Moral do Inventor ou Criador
O disposto no artigo anterior não prejudica o direito do inventor ou criador a ser mencionado
como tal no pedido de proteção da invenção ou da criação industrial e a reivindicar a paternidade
e integridade desta.
TÍTULO II
Procedimentos
Artigo 8.º
Relações com entidades terceiras
Artigo 9.º
Dever de confidencialidade
1 — Os Sujeitos não podem publicar ou divulgar quaisquer dados ou informações que possam
comprometer a proteção jurídica dos resultados de qualquer atividade de investigação ou criação, até
ser tomada a decisão referente à proteção jurídica, como definida no artigo 11 do presente Regulamento.
2 — Todos os intervenientes no processo de tratamento das informações estão obrigados a
fazê-lo de forma confidencial, de modo a não prejudicar a possibilidade de proteção jurídica da
invenção ou criação, podendo ser exigida a qualquer um dos Sujeitos a assinatura de um acordo
de confidencialidade.
3 — Os Sujeitos comprometem-se a tomar todas as medidas necessárias, incluindo medidas
de segurança pelo menos iguais aquelas que utilizam para proteger a sua informação confidencial,
de modo a preservar e assegurar a confidencialidade da informação do IPS, a que têm acesso no
âmbito da atividade de investigação ou criação.
4 — Caso seja absolutamente necessário para a boa conclusão da investigação transmitir
informação a terceiros, os Sujeitos deverão dar conhecimento dessa situação ao IPS, concreti-
zando a informação que terão de transmitir, devendo garantir previamente, que os destinatários da
informação se obrigam a um compromisso de confidencialidade nos termos dos artigos anteriores
com as necessárias adaptações.
5 — O incumprimento do presente artigo implica o pagamento, pelo Sujeito ao IPS, da quantia
de € 5.000,00 (cinco mil euro) a qual deverá ser paga à primeira solicitação.
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Artigo 10.º
Dever de informação
1 — O inventor ou criador deve informar, por escrito, o IPS dos resultados da atividade de
investigação ou criação, no prazo máximo de trinta dias contados da data em que esta se considera
concluída, precisando os elementos técnicos relativos ao objeto e âmbito da invenção ou criação
e demais informação requerida de acordo com os procedimentos do IPS.
2 — Considera-se concluída a atividade de investigação ou criação no momento em que a
mesma apresenta características que permitam instruir o competente pedido de proteção.
3 — Considera-se também concluída a atividade de investigação ou criação no momento
em que existam resultados concretos e definitivos que permitam concluir que esta não apresenta
características necessárias para proteção industrial.
4 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, sempre que sejam identificados po-
tenciais resultados suscetíveis de proteção no início ou decurso da atividade de investigação ou
criação, o inventor ou criador poderá informar o IPS dos mesmos, por forma a permitir uma análise
ponderada e atempada das implicações técnicas, económicas e jurídicas dos mesmos.
5 — A informação referida no número anterior deverá indicar o objetivo definido para a atividade
de investigação ou criação, quais os meios ou recursos do IPS utilizados e a proporção em que os
mesmos contribuem, caso haja outros recursos envolvidos.
6 — O coordenador das atividades de investigação e criação é responsável pelo cumprimento
das disposições previstas nos números 1, 4 e 5.
7 — O incumprimento do dever de informação não afeta a titularidade dos direitos do IPS.
Artigo 11.º
Proteção Jurídica
Artigo 12.º
Dever de colaboração
1 — O inventor ou criador deverá colaborar com o IPS para a concretização da proteção jurídica
da invenção ou criação disponibilizando toda a informação necessária e auxiliando no processo
de registo dos direitos.
2 — No caso do resultado da investigação ou criação não ser passível de registo, o inventor
ou criador deverá auxiliar na melhor forma de proteção dos resultados, nomeadamente protegendo
como «segredo comercial».
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Artigo 13.º
Encargos
O IPS suportará os encargos inerentes aos processos de solicitação da tutela jurídica, bem
como da manutenção dos direitos de que for titular.
TÍTULO III
Artigo 14.º
Exploração Onerosa
1 — O IPS decidirá sobre a forma em concreto segundo a qual irá ser economicamente ex-
plorada a invenção ou criação de que for titular.
2 — De acordo com o melhor espírito de cooperação, o inventor ou criador deverá colaborar
com o IPS, participando no processo de valorização dos resultados de investigação.
3 — O inventor ou criador tem o direito de ser informado pelo IPS sobre as diligências referentes
ao processo de exploração, nomeadamente dos termos de propostas contratuais.
Artigo 15.º
Proveitos
2 — Sempre que existam vários inventores ou criadores e ou unidades, os benefícios que lhes
caibam, de acordo com a fórmula utilizada nos números anteriores, deverão ser objeto de repartição
igualitária, salvo se entre eles existir acordo que estipule de forma diversa e desde que os próprios
levem ao conhecimento do IPS esse mesmo acordo.
Artigo 17.º
Transmissão da titularidade do direito
1 — Caso o IPS, no uso dos poderes de administração dos seus direitos de Propriedade In-
dustrial, decida pela desistência da manutenção da proteção legal requerida, deve dar disso prévio
conhecimento ao inventor ou criador, oferecendo-lhe a oportunidade da transmissão da titularidade
do direito em questão.
Diário da República, 2.ª série PARTE E
2 — A comunicação referida no número anterior deve ser feita com antecedência mínima de
90 dias em relação ao prazo limite para conservação dos direitos em vigor.
3 — Caso o inventor ou criador manifeste a intenção de assumir a titularidade do direito, deve ser
celebrado correspondente contrato, passando a caber-lhe a responsabilidade de todos os encargos
relativos à titularidade do direito, nomeadamente, proteção, manutenção e exploração do mesmo.
4 — O contrato referido no número anterior deverá contemplar a licença estipulada no artigo
11 n.º 6 do presente Regulamento.
CAPÍTULO III
TÍTULO I
Artigo 18.º
Objeto de aplicação
Artigo 19.º
Titularidade dos direitos
1 — O IPS reconhece, como princípio geral, que pertence ao respetivo autor a titularidade dos
direitos autorais relativos às obras concebidas ou realizadas pelos seus trabalhadores docentes e
não docentes, investigadores, colaboradores, estudantes e os bolseiros de investigação, indepen-
dentemente da modalidade de constituição da relação jurídica de emprego, ou pessoal contratado,
no exercício das suas funções.
2 — É garantida aos docentes a Propriedade Intelectual dos materiais pedagógicos produzidos
no exercício das suas funções, sem prejuízo das utilizações lícitas de que a mesmas possam ser
objeto.
Artigo 20.º
Casos especiais
1 — Quando as obras referidas no artigo anterior hajam sido criadas ou por encomenda do IPS
ou para serem divulgadas ou publicadas em nome do IPS, que organizará e dirigirá a sua criação,
o Direito de Autor é originariamente atribuído ao IPS.
2 — O IPS pode assumir também a titularidade dos Direitos de Autor e dos Direitos Conexos,
mediante acordo escrito prévio, com o autor, sempre que ocorra uma das seguintes situações:
3 — Caso o autor queira alienar os direitos referidos no artigo anterior o IPS gozará de direito
de preferência a exercer no prazo de 30 dias úteis.
4 — Sem prejuízo do disposto nos n.º 1 e 2, do presente artigo, o autor da obra mantém os
direitos morais sobre a mesma.
Artigo 21.º
Menção do IPS
TÍTULO II
Artigo 22.º
Repartição de proveitos
Os proveitos líquidos, resultantes de obras de que o IPS venha a ser titular, são repartidos nos
termos do artigo 16 do presente Regulamento, com as necessárias adaptações.
TÍTULO III
Procedimentos
Artigo 23.º
Direito de Autor e Direitos Conexos nos Contratos e Protocolos
Os contratos e protocolos celebrados entre o IPS e outras entidades que prevejam atividades
das quais possam resultar Direitos de Autor e Direitos conexos deverão conter disposições expres-
sas sobre esta matéria, tendo em conta as provisões do presente Regulamento.
Artigo 24.º
Dever de Informação
1 — Sempre que algum dos Sujeitos crie uma obra cuja titularidade do Direito de Autor, nos
termos legais ou contratuais, deva considerar-se como pertencente ao IPS, deverá comunicar tal
facto ao mesmo.
2 — Na sequência do disposto no número anterior, o IPS decidirá relativamente à proteção e
valorização económica da obra.
Artigo 25.º
Publicação e Divulgação
O IPS procurará pelos meios disponíveis promover a publicação e divulgação das obras
literárias e artísticas criadas pelos seus trabalhadores docentes e não-docentes, investigadores,
colaboradores, estudantes e bolseiros de investigação, atuando nessa qualidade, tendo em vista
o desenvolvimento da criação intelectual.
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CAPÍTULO IV
Artigo 26.º
Regime Aplicável
a) O inventor esteja contratado pelo IPS para a carreira de informática, conforme o disposto
no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 252/94, de 20 de outubro;
b) Seja realizada transmissão onerosa, ou gratuita, a favor do IPS, de parte ou da totalidade
dos direitos de autor, com contrapartida no pagamento da remuneração prevista na Capítulo II,
Título III, com as necessárias adaptações.
CAPÍTULO V
Artigo 27.º
Contratos de I&D e Spin-Off
CAPÍTULO VI
Disposições Finais
Artigo 28.º
Contagem dos prazos
Artigo 29.º
Interpretação e Casos omissos
Artigo 30.º
Entrada em Vigor
Artigo 31.º
Norma revogatória
Este regulamento poderá ser revisto pelo órgão competente do IPS sempre que seja consi-
derado necessário.
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