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LCF 678 – Manejo de Bacias Hidrográficas LCF/ESALQ

Questão

¢ Compare as chuvas
Regime de água no solo Hora
Precip.
Acum A
Precip.
Acum. B
Precip.
Acum. C
ocorridas nas estações A, B
e C.
Prof. Dr. Silvio F. Barros Ferraz 17:00 0 0,0 0,0
l Intensidade (mm/h)
Depto. Ciências Florestais 17:30 1 0,5 2,0
ESALQ/USP 18:00 2 1,5 5,0
18:30 3 3,5 5,0
¢ Calcule a precipitação total
19:00 4 6,5 5,0 do período de 1 ponto D,
19:30 5 8,0 5,0
localizado entre os pontos
20:00 6 9,0 5,0
A, B e C (a 2Km, 5Km e
20:30 7 9,5 7,0 3Km, respectivamente) pelo
21:00 8 10,0 9,0
método do inverso da
21:30 9 10,0 10,0
distância.
22:00 10 10,0 10,0

Horton, 1940

Revisão: Precipitação / Interceptação Revisão precipitação

¢ A chuva varia no espaço e no tempo. Isto deve ser


Evapotranspiração Interceptação
considerado no planejamento.

¢ É possível determinar a chuva em 1 ponto com base evaporação infiltração escoamento


superficial
nos vizinhos. Mas devemos ter usar a técnica
adequada.

¢ Intensidade de chuva -> danos


lençol freático
escoamento
¢ Interceptação sub-superficial

l Entre 10 e 20 %
rocha de origem
l Varia em função do tipo de floresta e da chuva.

Fig. Vianei Soares

Tópicos desta aula Composição do solo

¢ Água no solo ¢ O solo é uma mistura de materiais


sólidos, líquidos e gasosos.
l Como de distribui
¢ Sólidos
l Influências das características do solo l Minerais
• Argila, silte, areia
l Como se mede?
l Matéria orgânica
¢ Influência da floresta • Bactérias, fungos, raízes, insetos
Gasosa
¢ Infiltração ¢

l Ar
l Fatores que influenciam l Vapor d água
Líquidos
¢ Escoamento direto ¢

l Água
¢ Balanço hidrico do solo
Como a água se distribui no solo ?

Prof. Silvio Ferraz 2010


LCF 678 – Manejo de Bacias Hidrográficas LCF/ESALQ

Distribuição da água no solo Zoneamento da camada superficial de solo

ou zona da raízes

Rocha
Teixeira et al., 2001 Lima 1996, adapt Lee, 1980; Instituto Geológico Mineiro (2001

Zona de aeração Zona de saturação

¢ Apresenta poros que são ¢ Água


preenchidos por ar ou subterrânea
água ou zona da raízes
¢ Poros estão
¢ Contém a chamada “água preenchidos por
do solo”
água
¢ Espessura varia de acordo
com a profundidade do ¢ Ausência de
lençol freático forças capilares
l Áreas alagadas -> muito ¢ Pressão igual ou
fina (< 1 m) superior a
l Áreas montanhosas -> pressão
muito espessa (até 30 m)
atmosférica
¢ Pode ser subdivida em 3
camadas
l Zona das raízes
l Zona intermediária
Rocha
l Franja capilar

Lima 1996 Teixeira et al., 2001

Propriedades do solo
¢ Textura
l composição relativa das partículas primárias
(areia, silte e argila)
¢ Estrutura
l arranjo das partículas primárias e
secundárias (agregados) em certos padrões
estruturais, incluindo o espaço poroso
acompanhante
¢ Textura e estrutura afetam a distribuição
dos espaços porosos do solo, influenciando
l infiltração,
l capacidade de retenção de água,

l movimento de água,
l umidade do solo,
l disponibilidade de água para as plantas.
Quais as características dos solos influenciam a retenção da água ?

Prof. Silvio Ferraz 2010


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Propriedades do solo Volume do solo


¢ O tamanho e a configuração dos
¢ Solo: contem partículas sólidas (p) , água (a), ar+vapor (ar)
poros é variável e influencia a
¢ Volume total (Vt) do solo:
infiltração e percolação.
l Poros maiores (gravitacionais)
l Poros menores (capilares). Vt = Vp + Va + Var
¢ Volume de poros:
l Va+Var

Prado, 2004 ¢ Porosidade do solo (x ): fração do volume de solo que é ocupado pelo
Granular Bloco poros.
l Varia de 35% (solos desestruturados) a 65%(solos bem estruturados)

Placas

Va + Var
Prismático
Colunar P% = x100 Areia: 0,35 a 0,50
Vt Argila: 0,43 a 0,52

Variação das propriedades do solo em função do


Medidas de densidade manejo

¢ Relação entre massa e volume de solo


¢ Densidade aparente (ρs): densidade ou massa específica. É a
massa de solo seco por unidade de volume total.
ρs = ms / Vtotal Onde: ρs = densidade aparente (g.cm-3 ) CM – cultivo mínimo
ms = massa de solo seco PD – plantio direto
Varia de 1 – 1,8 g.cm-3 Vtotal = volume total de solo F - Floresta

¢ Densidade real ou de partícula (ρ) : É a massa de solo seco Leonardo, 2003


existente em um dado volume de partículas (cerca de 2,65g/cm3). Restabelecimento da permeabilidade do solo (trigo)

ρ = ms / Vp Onde: ρ = densidade real (g.cm-3 )


ms = massa de solo seco
Vp = volume de partículas

Primavesi, 1952

Água do solo Ponto de murcha permanente (PMP)

¢ CAPACIDADE DE ÁGUA DISPONÍVEL (CAD) ¢ Umidade do solo na qual as plantas não mais conseguem
l representa o máximo de água disponível que determinado tipo de manter suas folhas túrgidas.
solo pode reter em função de suas características físico-hídricas. ¢ PMP ocorre a uma pressão aproximada de 15 atm.

0 pm cc sat (cm 3/cm 3)


0 p

Água residual Água gravitacional

Zr

Capacidade de Água Disponível (CAD)


Z

Sentelhas, 2005 Sentelhas, 2005

Prof. Silvio Ferraz 2010


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Capacidade de campo (CC) Água do solo


SATURAÇÃO

L
NA

Distribuição relativa de
CIO
ITA CC
AV
¢ umidade próxima ao nível de saturação do solo; GU
A GR

umidade
¢ Água gravitacional Á
¢ teoricamente significa a umidade que um dado solo sustenta sob
l água drenada antes que a D
a ação da gravidade CA
CC seja atingida. PMP

¢ ocorre após cessada a chuva e o excesso de água ter sido l estoque de água em poros PO N
ÍVE
L
DIS
ÃO
drenado por gravidade. grandes, em processo de ÁG U
AN
AR SECO
percolação. areia areia arenoso areia barro limo argila argila argila argila
fina barrento fina barro barro barro barro
barrento leve pesado

¢ Água não disponível: textura


l Umidade higroscópica; Brady, 1989; Vianei, 2002
l Constituída de filmes finos
em torno de partículas de
solo abaixo do PMP.
l Não está disponível para as
plantas.

Os níveis de CC e PMP variam de acordo com o solo ? Sentelhas, 2005 Brady, 1989

Umidade do solo Medição da umidade do perfil

¢ Conteúdo de água no solo, estimada pela ¢ Determinação da quantidade de água (Q) armazenada num
secagem em estufa e pesagem. volume unitário de solo
¢ Pode ser calculada em relação ao volume, ¢ Realizada ao longo do perfil do solo
ou em relação ao peso. ¢ Exige repetição das medições

Va Va é o volume da água
¢ Em volume: θ = V é o volume do solo ¢ Técnicas de medida de umidade do solo:
Vt l Amostragens (gravimetria)
l Infiltrômetro
¢ Em peso ma ma é a massa da água l Simuladores de chuva
U% = x100 ma = (mu – ms) l Tensiômetros
ms ms é a massa do solo seco l Moderação de neutrons
l Atenuação gama
l Blocos porosos
¢ Relação entre θ e U: θ = U x ρs
l outras…
Altura de água no perfil (mm): mm (água solo)= θ x prof (solo em mm)

Influência da floresta

¢ Cobertura florestal reduz o nível


de água do solo
Aumento da capacidade de
A floresta funciona
como uma esponja
¢
infiltração
¢ Regulagem da taxa infiltração /
escoamento

¢
l Melhor distribuição temporal do
deflúvio
Evapotranspiração
?
l Rebaixamento em áreas com
lençol superficial

¢ Manejo adequado da floresta


l Densidade da floresta
l Regime de rotação
l Distribuição espacial

Lima, 1996

Prof. Silvio Ferraz 2010


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Dinâmica da água no solo Infiltração


evap chuva
¢ Movimento de água da superfície para o interior do solo
Interceptação (entrada)
¢ Percolação: movimento da água no perfil (interno)
Depressões
¢ Os dois processos estão interligados
Infiltração

Escoamento ¢ Determina a porção da água da chuva que penetra no


superficial solo

Armazenamento Escoamento ¢ Processo:


Floresta no solo Sub-superficial l Preenchimento dos espaços vazios
Percolação

l Deslocamento para camadas mais profundas


Vazão no rio

l Redução da infiltração com aumento da umidade


l Redução da infiltração gravitacional pela forças
capilares
Armazenamento
no subsolo

f
Capacidade de infiltração (fc) Modelo empírico de Hortonfo
Inclinação
¢ Taxa máxima com que a água depende de k
consegue penetrar no solo em
dadas condições, por unidade de
área horizontal f p = f c + ( f o - f c ) * e - kt
fc
¢ Expresso em mm/hora ou mm/dia

¢ Fórmula de Horton para taxa de infiltração t


l fp = da taxa de infiltração no tempo t
l t = tempo contado a partir do início da chuva (mm/h)
l fo = taxa de infiltração inicial (mm/h)
l fc = taxa de infiltração mínima (mm/h)
l k = coeficiente que depende do tipo de solo e de seu teor de umidade.
¢ Cálculo dos parâmetros:
l Estima-se fc e f0 através de um gráfico da variação temporal das
Ir = Infiltração real: a que ocorre de fato em um dado intervalo de tempo capacidades de infiltração medidas (infiltração x tempo).
fc = capacidade de infiltração máxima l Determina-se k ajustando-se a equação de Horton aos pontos da curva
Se P > fc, Ir = fc infiltração x tempo.
Se P < fc, Ir = f Lima, 1996

Prof. Silvio Ferraz 2010


LCF 678 – Manejo de Bacias Hidrográficas LCF/ESALQ

Exemplos Cunha-SP, Floresta Nativa


Variação temporal dos processos
Em florestas naturais temperadas

Ranzini et al., 2004

Lima (2005) adapt Hewlett (1982)

Fatores que afetam a Infiltração Restauração florestal x infiltração

¢ Intensidade da chuva
l Umidade do solo

¢ Geomorfologia
l Propriedades do solo
¢ Características físicas da
bacia
¢ Vegetação
Lima (2005)
¢ Ação antrópica
l Uso do solo
¢ Manejo florestal
Taxas de infiltração
l Tratos silviculturais
Solo florestal com serapilheira -> 59,9 mm/h
l Compactação do solo Remoção da serapilheira -> 49,3 mm/h
Queima anual da serapilheira -> 40,1 mm/h
¢ Práticas de conservação Pastagem degradada -> 24,1 mm/h
de solo
Arend, 1942

O que acontece com a água que não infiltra ? Lozano-Baez, 2019

Escoamento direto Escoamento Superficial (hortoniano)

¢ movimento da água de
deslocamento por gravidade na
superfície do solo.
¢ está relacionado com a
intensidade de chuvas
¢ Ocorre quando a intensidade da
I (mm/h)
chuva é maior do que a
capacidade de infiltração do solo
Q (mm/h)

F (mm/h)

Q=I-F

Moraes, 1998 Collischonn


Qual o problema prático do escoamento superficial ?

Prof. Silvio Ferraz 2010


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Controle do escoamento superficial Compartimentação da bacia

Processos:
¢ Infiltração

¢ Escoamento
¢ Deposição
¢ Saturação
¢ Exposição
Controle de processos erosivos!
¢ Erosão
¢ Afloramento
¢ Proteção ripária

Pontos mais importantes

¢ Solo
l Apresenta características que determinam a capacidade de
retenção de água
¢ Infiltração
l Relevo e declividade

l Solo
l Uso da terra
l Manejo

¢ Escoamento superficial
l Associado a danos ambientais

l Deve ser evitado

Prof. Silvio Ferraz 2010

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