Você está na página 1de 5

 

A criança e o trânsito - comportamentos


 
 As crianças percepcionam o
ambiente rodoviário de uma
forma muito particular.

- Vêem e ouvem de forma diferente


dos adultos.

- Têm com frequência um


sentimento de insegurança quando
se deslocam sozinhas no trânsito.

 Devido à sua pequena estatura,


as crianças vivem o trânsito de
uma forma diferente dos adultos.

- As crianças mais pequenas não


conseguem ver o trânsito com
facilidade.

- Dão pela presença de veículos em


movimento mais tarde do que os
adultos, dado à sua pequena estatura.

 O comportamento da criança é
desajustado dos riscos!

- Enfrenta o trânsito sentindo


insegurança.

- Tem dificuldade na lateralização.

- Tem dificuldade na percepção dos


perigos.

- Mostra dificuldade na distinção


entre essencial e acessório.
- Tem o campo de visão restrito.

- Tem uma natureza inquieta.

- Tem dificuldade na localização dos sons.

- A sua pequena estatura dificulta a


percepção dos riscos.

- Avalia mal velocidades e distâncias.

- Tem dificuldade na concentração da


atenção.

Material gentilmente cedido pela PRP (Prevenção


Rodoviária Portuguesa)

A criança e o trânsito - o papel dos pais


 
As crianças, quando olham para o trânsito, vêem-no de modo diferente consoante a
idade. Mas, quer sejam mais estouvadas ou mais calmas, ainda não têm noção do
perigo.
Uma coisa é certa: as crianças não olham o trânsito como os adultos, e é a estes
últimos que cabe ensinar-lhes como proceder, consoante o seu desenvolvimento e
maturidade.

Vamos observar a forma como as crianças, nas diferentes idades, olham para o
trânsito e informar os adultos sobre o papel que devem desempenhar no
desenvolvimento de «sensores de trânsito» nas crianças.

 Até aos 5 anos: as crianças não têm a noção dos perigos que as rodeiam quando
saem à rua. A sua única preocupação é brincar e, muitas vezes, é assim que
interpretam os avisos dos pais: é mais uma brincadeira.
Desta forma, nunca devem estar sem vigilância ou sair à rua sozinhas.
Para uma criança, qualquer objecto que lhe chame a atenção, na sua imaginação,
pode transformar-se numa brincadeira e levá-la a seguir um impulso que coloque a
sua vida em perigo.
Mesmo que a criança seja sossegada e pouco "aventureira", ainda não é responsável
pela sua segurança.

 Conselhos aos pais e educadores:


- Chame a atenção da criança para a importância de andar sempre no
passeio e para o perigo de andar na faixa de rodagem (explicar-lhe que a
faixa de rodagem é para os veículos e não para os peões).
- Ande sempre com a criança pela mão e siga todas as regras de trânsito. O
exemplo é sempre o mais importante!
- Vá explicando à criança qual é a maneira mais segura para atravessar a
faixa de rodagem: usar a passadeira e seguir as regras básicas (parar no
lancil do passeio; olhar para a esquerda, para a direita e novamente para a
esquerda; quando a via está livre pode-se atravessar, mas sempre a olhar
para a esquerda e para a direita).
- Ao atravessar, mostre à criança que a forma mais segura de o fazer é
sempre perpendicularmente ao eixo da via e nunca em diagonal, uma vez
que este processo nos deixa na faixa de rodagem durante mais tempo,
expondo-nos mais ao perigo.
- Pela mesma razão, nunca se deve atravessar um cruzamento pelo centro,
o melhor é contorná-lo, mesmo que o caminho se torne mais longo.
- Para que a criança não tenha tendência a descer do passeio, leve-a
sempre pelo lado de dentro (a criança à sua direita e a faixa de rodagem à
sua esquerda).
- É com esta idade que a criança aprende a maior parte do vocabulário
usado pelos adultos. Assim, deve iniciar uma aprendizagem simples do
vocabulário da segurança rodoviária.
- Por outro lado, deve ainda saber que o melhor sítio para brincar são
locais seguros, longe do trânsito e escolhidos por um adulto.

Aos poucos a começará a imitar o comportamento do adulto, seguindo um padrão


de comportamento semelhante.
A criança e o trânsito - o papel dos pais (2)
 
 Aos 5 anos a criança já domina um vocabulário extenso e mantém uma
conversa durante mais tempo. Desta forma, pode-se começar a explicar-lhe melhor
por que razão existem (e têm de se seguir) as regras de segurança.
É nesta altura que se tem que de explicar o porquê de todos os avisos. Não chega o
«toma cuidado com a estrada», tem que se dizer: «toma cuidado com a estrada
porque os carros passam depressa e tu podes não os ver». Quando esta explicação
não é dada, a criança pode, simplesmente, ignorar a advertência.

 Conselhos aos pais e educadores:


- Mantenha a criança atenta aos sinais luminosos, aos sinais dos agentes e
às passadeiras. A criança verá que existe um padrão de comportamento e
compreenderá melhor na vez seguinte o porquê das coisas. Aos poucos
acabará por se interessar.
- Quando levar a criança à escola, deixe-a sempre do lado correcto da
faixa de rodagem, de forma a que ela possa sair pelo lado do passeio.
Explique-lhe que este comportamento é mais seguro do que abrir a porta
do carro para o lado onde passam carros.
- Sempre que a criança não cumprir as regras de trânsito que já foram
ensinadas, deve ser repreendida. Neste caso, a explicação sobre os perigos
rodoviários deve ser novamente dada.

A criança e o trânsito - o papel dos pais (3)


 
 Entre os 5 e os 8 anos as crianças já mostram alguma noção do perigo e dos
cuidados de segurança. No entanto, nunca deve enfrentar o trânsito sozinha, uma
vez que não está preparada para isso. Ainda se distrai com facilidade, localiza mal
os sons e a sua percepção lateral é insuficiente.
Por outro lado, como ainda é pequena, não consegue ver bem o trânsito. Um outro
factor de perigo é o facto de ainda não conseguir distinguir correctamente a
esquerda da direita, sendo-lhe difícil pôr em prática as regras que vai aprendendo.
Além do mais, ainda não é capaz de antecipar uma situação que a pode colocar em
perigo.

 Conselhos aos pais e educadores:


- Ensinar algumas regras básicas que devem ser sempre usadas pelos pais,
como por exemplo:
- Nunca atravessar a estrada a correr, por trás ou pela frente de
um eléctrico ou autocarro na paragem.
- Para apanhar ou sair do eléctrico ou autocarro, esperar que ele
pare completamente.
- Para atravessar, escolher um local que permita boa visibilidade.
Parar e, em seguida, olhar e escutar.
- Nunca atravessar à frente de um veículo lento, porque este pode
estar a ser ultrapassado por outro mais rápido.
- Há jogos de segurança que se podem fazer com as crianças e que as
ajudam a ter uma maior consciência do perigo. Por exemplo, pedir à
criança para ser ela a ajudar a atravessar, escolhendo o momento certo.
- Quando a criança mostrar que já sabe algumas regras de segurança e as
respeita, deve-se elogiar e mostrar que se notou esta evolução.
- Também é bom para a criança explicar aos outros estas regras: como se
deve atravessar, o que não se deve fazer, etc.
- É também nesta altura que se deve explicar à criança que quando não há
passeios ou bermas transitáveis para os peões, este têm que caminhar
virados para a frente do trânsito, para se aperceberem do perigo.
- Quando se achar que a criança já está suficientemente "grande" para ir
sozinha para a escola, os pais deverão escolher-lhe o itinerário mais
seguro, fazendo um reconhecimento do percurso com ela, indicando-lhe os
locais de perigo.
- Aquando da sua primeira ida autónoma para a escola, o melhor
é observar a criança de longe e verificar se tudo corre bem.
- Para que a criança não tenha que sair à pressa, correndo riscos
desnecessários, deve sair sempre de casa a tempo. Se mesmo
assim não sair, deve-se fazê-la prometer que não vai a correr.
Mais vale chegar atrasada, mas chegar...
- As crianças desta idade devem aprender a:
- Pedir ajuda para atravessar às pessoas que se encontrem
presentes;
- Verificar de onde vem o trânsito através da visão e da audição;
- Escolher onde parar, olhar e escutar antes de atravessar e
escolher a distância mais curta de o fazer;
- Utilizar as passadeiras sempre que possível;
- Compreender e utilizar os semáforos: com ou sem passadeira
marcada;
- Conhecer os perigos de não ser visto pelos condutores e de não
conseguir ver o trânsito, por causa dos veículos estacionados;
- Compreender as regras de comportamento dos peões na via
pública;
- Compreender os problemas dos outros utentes da estrada e a
importância de ser visto em todos os tipos de condições
atmosféricas;
- Reconhecer que os acidentes podem provocar ferimentos graves
e a morte;
- Reconhecer que também podem ter responsabilidade nos
acidentes.

A criança e o trânsito - o papel dos pais (4)


 
 A partir dos 9 anos a criança já se sente bastante crescida e autónoma. Essa
característica pode ser aproveitada para incentivar ainda mais o seu sentido de
responsabilidade para com a segurança rodoviária.
Desde que entram para a escola, as crianças começam a receber educação
rodoviária. Os pais poderão então começar a fazer-lhe perguntas sobre o código da
estrada, ao mesmo tempo que lhe corrigem os trabalhos de casa.

 Conselhos aos pais e educadores:


- Ensine a criança a identificar e recomendar às crianças mais novas os
locais seguros para brincar.
- Mostre-lhe a necessidade de ser vista pelos automobilistas junto à faixa
de rodagem ou já dentro dela e ensine-a analisar o perigo dos veículos
estacionados e como atravessar junto a eles.
- Faça-a compreender o conceito da diferença de velocidades entre os
veículos.
- Com esta idade já pode saber quando e como deve pedir auxílio em caso
de emergência.
- Através de jogos divertidos pode-lhe ensinar quais são os sinais de
obrigação, proibição e informação.
- Nestas idades, a criança deve compreender a importância da visibilidade
com mau tempo, do controlo do veículo e da travagem.
- Ensine a criança a aperceber-se de que as regras de trânsito nem sempre
são respeitadas pelos outros utentes. (Que não sejam desrespeitadas pelso
pais e adultos próximos!)
- Ajude-a a compreender as dificuldades dos grupos especiais de utentes -
os muito novos, os idosos e os deficientes.
- Diga-lhe quais são os efeitos do álcool, drogas e fadiga em relação aos
acidentes rodoviários.
- Mostre-lhe quais as consequências imediatas e a longo prazo dos
acidentes rodoviários.
- Ensine-a a dar sempre bom exemplo às crianças mais novas e aos seus
pares.

- O prolongamento da educação rodoviária ministrada na escola é muito


importante quando a criança começar a andar de bicicleta.
- Muitos ciclistas circulam em bicicletas em mau estado e os mais
jovens dominam muito mal a sua "máquina". Por isso, os pais
deverão estar atentos ao equipamento regulamentar e ao estado
da bicicleta (travões, pneus, faróis, etc.).
- Ao preparar a criança para circular na via pública, há que
habituá-la a nunca correr riscos. Observe-a discretamente e
comente formativamente os seus eventuais erros.
A criança e o trânsito - o papel dos pais (5)
 
 A partir dos 12 anos as crianças costumam ser consideradas como «mini-
adultos». A sua noção do espaço rodoviário já é completamente diferente e já não
se distraem com qualquer coisa. Os perigos derivados da sua estatura mantêm-se,
mas já têm noção da lateralidade e da velocidade de aproximação dos carros.
Contudo, podem ser temerárias e ter excesso de confiança nas suas capacidades.

 Conselhos aos pais e educadores:


- Deve ensinar-lhe a viajar em segurança nos transportes públicos.
- Dê-lhe todas as dicas de segurança necessárias para que possa andar de
bicicleta na via pública (se considerar isso seguro na área em questão).
- Por esta altura já começa a ser bom que a criança tenha bons
conhecimentos do código da estrada.
- Ensine a criança a ter consciência das causas dos acidentes rodoviários e
como deve identificar e reduzir os riscos.
- Faça-a observar o trânsito, de forma a ser capaz de calcular as distâncias.
- Nesta idade já pode aprender os requisitos legais básicos das
responsabilidades na partilha da estrada.
- Uma vez que a criança já se sente um «mini-adulto», dê-lhe alguma
responsabilidade, fazendo-lhe uma iniciação aos primeiros socorros.

Material (adaptado) gentilmente cedido pela PRP (Prevenção Rodoviária Portuguesa)

Você também pode gostar