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A cor do

hibisco
Trabalho realizado por:
Ariana Ramos Mesquita
Nº3
Turma: 12º A/B
“Por que as pessoas perguntam
‘sobre o que se trata’ o livro?
Como se um livro tivesse que ser
sobre uma coisa só”
Chimanda Ngozi Adichie
Introdução
O presente trabalho visa analisar o livro A Cor do Hibisco, de Chimamanda Ngozi
Adichie, publicado originalmente em outubro de 2003, bem como conhecer a sua
história e a sua vertente literária.
A Cor do Hibisco é um romance que mistura autobiografia e ficção, traçando um
panorama social, político e religioso da Nigéria atual. Com efeito, segundo a
sinopse, a obra relata a história de Kambili, uma jovem com um pai restrito e
religioso, o que me fascinou e motivou para a sua leitura.
Na verdade, tenho grandes expectativas para este livro, pois acredito que seja
muito cativante. De facto, espero que o livro não só me faça sentir que sou a jovem
do início ao fim, como também que sinto o aprisionamento desta. Além disto, a
capa chamou-me a atenção, já que foi das que achei esteticamente mais bonitas.
Por último, pretendo analisar a informação, pormenorizadamente, de todos os
temas abordados pelo livro, bem como as mensagens que este transmite,
aspirando ao apelo da leitura deste romance, com o objetivo de melhorar a minha
capacidade de escrita e análise de textos. Fig.1 Mulher com características
africanas
Chimamanda Ngozi Adichie
Nasci a 15 de novembro 1977, na Nigéria, no estado de Amambra, mas cresci na cidade universitária de Nsukaa. A
minha mãe foi a primeira administradora do sexo feminino na universidade, ou seja, sempre fui educada para ser uma
voz ativa e lutar pelos meus direitos. Com 19 anos, deixei a Nigéria e mudei-me para os Estados Unidos para estudar
comunicação e ciências políticas na Universidade de Drexel. Em 2003, completei o meu mestrado em escrita criativa
na universidade John Hopkins. Em 2008, recebi a titulação de mestre de Artes em estudos africanos pela universidade
de Yale.

Fig.2 Universidade de Drexel Fig.3 Universidade John Hopkins Fig.4 Universidade de Yale
Chimamanda Ngozi Adichie
O meu primeiro romance, A Cor do Hibisco, recebeu uma grande
aclamação da crítica, foi indicado para o Orange Price para ficção e
recebeu o prémio Commonwealth Writers como Melhor Primeiro Livro.
O segundo romance, Meio sol amarelo, foi nomeado em homenagem à
bandeira da nação de Biafra, que se passa antes e durante a Guerra de
Biafra. Foi premiado com o Orange Prize de 2007 na categoria de
Ficção. Este livro foi ainda adaptado para um filme de mesmo título,
dirigido por Biyi Bandele, lançado em 2014. Os livros que se seguiram a
este foram, igualmente, um sucesso. Contudo, o meu livro mais
recente, Todos Devemos Ser Feministas é a obra de que mais me
orgulho, escrevi-a a pensar numa amiga que me pediu um conselho de
como educar a filha a lutar pelos direitos das mulheres, por isso
escrevi o livro como resposta, para que não só elucide esta minha
amiga, mas os milhões de mães que querem educar os filhos com
estes princípios.
Fig. 5 Chimamanda Ngozi Adichie
Chimamanda Ngozi Adichie
Na verdade, continuando a pensar no feminismo, uma das coisas que mais me faz sentir honrada, é ser considerada
uma das vozes feministas da atualidade, as palestras que dou sobre o assunto têm como intuito motivar as jovens a
defenderem os seus direitos, de facto, eu como africana feminista, aspiro mostrar a minha visão sobre construção de
género e sexualidade. A construção de género, do modo como funciona, atualmente, é gravemente injustiçada, o que
me provoca raiva. Este sentimento, a raiva, é importante historicamente para as transformações sociais positivas, mas
além de sentir algo tão negativo, eu também estou esperançosa, porque acredito na capacidade de adaptação do ser
humano ao mundo atual.
Hoje, com tudo o que alcancei, vivo a melhor versão de mim, os meus contos apareceram em diversas publicações
e receberam inúmeras críticas positivas, sou um exemplo de uma escritora famosa e altruísta, com uma voz ativa, tudo
o que sempre quis e trabalhei para atingir.
A cor do hibisco
O livro A Cor do Hibisco, teve a sua primeira publicação em outubro de 2003 e foi
distinguido com o Hurston/Wright Legacy Award 2004 e o Commonwealth Writers' Prize 2005,
tendo também sido finalista do Orange Broadband Prize 2004 e nomeado para o Man
Booker Prize 2004.
A Cor do Hibisco foi originalmente publicada nos Estados Unidos da América, com o
nome Purple Hibiscus. Em Portugal, já conta com 3 edições, duas destas da ASA e outra da
D. Quixote.
De facto, a sua obra está traduzida para mais de 30 línguas, conhecida mundialmente,
pelo que possui uma grande variedade de debates e leituras do livro em formato de
podcast.
Todavia, não encontrei muito para além disto, não existem cartazes publicitários sobre o
livro, ou notícias especificamente sobre este, apenas vídeos de análise e críticas. Por
enquanto, não foi também adaptado para nenhuma expressão artística.
Em suma, o livro que escolhi é bastante conhecido e criticado por muitos, positivamente,
e de forma altiva, o que consequentemente leva ao apelo da leitura deste.
Edições Portuguesas

Fig.6 Edição D. Quixote Fig.7 Edição da ASA Fig.8 Edição da ASA


Edições Estrangeiras

Fig.9 Edição Brasileira Fig.10 Edição Francesa Fig.11 Edição Americana


Podcasts

Fig.12 Podcasts Spotify Purple Hibiscus Fig. 14 Podcasts Spotify


Tea Talk Purple Hibiscus

Fig.13 Podcasts Spotify Hisco Roxo, de


Chimamanda Ngozi Adichie
Podcasts

Fig.15 Podcasts Apple


Vídeos

Fig.16 Vídeos acerca do livro


Análise externa
Capa: Informações
Título (A Cor do hibisco)

Nome da autora (Chimamanda Ngozi Adichie)

Editora D. Quixote

Ilustrações (Menina, Hibiscos)

Fundo (Azul)

Fig.17 Capa do livro


Análise externa
Lombada: Informações
A lombada é a parte do livro oposta ao corte das folhas, como se vê na
imagem ao lado. Na lombada do livro A Cor do hibisco observa-se impresso o
título da obra, a sua autora e o logótipo da editora. O fundo da lombada é
azul, já o nome da escritora e do livro, estão com cores, curiosamente, de
forma inversa à capa.

Fig.18 Lombada do livro


Análise externa
Contracapa: Informações
A contracapa é a parte de trás do livro, como se vê na imagem
ao lado. Na contracapa do livro A Cor do hibisco observa-se um
breve comentário do The Times, "A Cor do Hibisco é o melhor
romance de estreia desde O Deus das Pequenas Coisas, de Rundhati
Roy". Para além disto, conta com a sinopse da obra e um outro
comentário do escritor J. M. Coetzee, “Uma história delicada e
comovente sobre uma jovem vítima da intolerância religiosa e
sobre o lado negro do estado nigeriano". O fundo da contracapa é
o mesmo da capa e possui uma ilustração de hibiscos roxos. Ainda
existe um breve retângulo no canto inferior esquerdo, com o
logótipo da Leya, a editora e o código de barras.

Fig.19 Contracapa do livro


Análise externa
Badana da capa: Informações
A badana da capa é a parte da capa do livro que fica dobrada para dentro,
em que por vezes se escreve alguma informação ou crítica sobre o livro, ou
sobre o autor. No caso do livro, A Cor do hibisco, a badana apresenta 5
comentários acerca do livro:
"A literatura africana tem uma nova voz, elegante e por vezes luminosa,
herdeira do talento dos antigos contadores de história"-José Riço
Direitinho, Público
"Uma estreia arrebatadora."-The Washington Post
"A voz poderosa e lírica de Adichie garantiu-lhe um lugar junto de
escritores como Gabriel García Márquez e Chinua Achebe"-San Diego
Union-Tribune
"Uma prosa tão exuberante quanto a paisagem nigeriana que evoca..."-
The Boston Globe
"Uma estreia arrebatadora."-Vanity Fair Fig.20 Badana da capa do livro
Análise externa
Badana da contracapa:
Informações
A badana da contracapa é a parte da contracapa do livro que fica
dobrada para dentro, em que por vezes se escreve alguma informação
ou crítica sobre o livro, ou sobre o autor. Como se observa, na figura ao
lado, a badana da contracapa do livro A cor do hibisco, apresenta uma
breve biografia de Chimamnda Ngozi Adichie, bem como onde encontrar
mais informações sobre esta.

Fig.21 Badana da contracapa do livro


Análise externa
Capítulos: Informações
Os capítulos de um livro são as suas divisões, na obra A Cor do hibisco, estes
estão presentes. Contudo, não são identificados, apenas possuem antes de
cada um, uma página em branco, com um pequeno espaço, igualmente, sem
nada.
Para além disto, o livro está dividido em três partes, onde se mostram os
diferentes espaços temporais, como, por exemplo:

Fig.19 Partes do livro Fig.22 Exemplo de capítulo do livro


Apreciação crítica
O livro A Cor do Hibisco, publicado em 2003, de Chimamanda Ngozi Adichie,
não só uma das mais importantes jovens autoras nigerianas de sucesso, mas
também uma ativista pelos direitos das mulheres, que venceu os Prémios
Commonwealth Writers e o Hurston/Wright Legacy Award, conta com uma capa
atrativa e elegante.
Com efeito, esta capa tem como elementos uma jovem negra com tranças e
com uma expressão facial tensa e perscrutadora, com um nível de transparência
elevado. O fundo é azul e apresenta sujidade, o que faz sobressair o título, a
branco, e o nome da escritora, a magenta fluorescente, com um tamanho menor
em comparação ao título, ambos estrategicamente na parte superior direita da
capa. A meu ver, é importante destacar a cor do logótipo da editora, que não terá
sido escolhido ao acaso, pois é um parâmetro importante para algumas pessoas,
no momento de aquisição do livro. Para além disto, conta também com flores
roxas, que são, na verdade, hibiscos alguns translúcidos, que remetem para o
próprio nome do livro A cor do hibisco. Todavia, estas não conseguem tapar o
rosto da rapariga. Será que há um significado implícito para essa escolha?
Fig.23 Capa do livro a cor do hibisco
Apreciação crítica
Na verdade, os hibiscos- flor autóctone da Nigéria-são uma
representação da força maternal e amorosa, pois estão ligados à
deusa egípcia Ísis, considerada protetora da natureza e da magia. Por
exemplo, na América do Norte, um hibisco significa uma esposa ou
mulher perfeita. Esta flor representa então a primavera, associada à
fertilidade, pois na imagem está em momento de polinização, algo
que remete à renovação da planta, mas essencialmente das próprias
personagens.
Por outro lado, na minha opinião, é possível que o fundo da capa
que circunda as flores e o rosto, em azul, tenha, provavelmente, dois
significados, não só o céu, mas também a monotonia daqueles que
vivem na Nigéria. Efetivamente, esta cor mais atrativa destaca o título
e o nome da escritora, que poderão ser elementos chamativos para
a aquisição do livro.

Fig.24 Deusa egípsia Ísis


Apreciação crítica
Penso ainda que a imagem da rapariga retratada com tranças
africanas, cuja expressão facial remete para descoberta de algo novo e
que não é normal no seu dia a dia, representará a personagem
principal. Dai a sua face transparecer suspense e indignação. Com
efeito, a meu ver, esta capa apresenta uma dicotomia, entre a
suavidade não só do azul no fundo, como também dos hibiscos e o
semblante carregado, da jovem.
Assim, através da criatividade da capa é possível ficar imediatamente
fascinada, devido às diferentes perspetivas cromáticas que revelam,
simbolicamente, a mensagem que este livro me transmite.

Fig.25 Jovem com tranças africana


Sinopse
"Os limites do mundo da jovem Kambili são definidos pelos muros da luxuosa propriedade da família e pelas regras
de um pai repressivo.
O dia-a-dia é regulado por horários: rezar, dormir, estudar e rezar ainda mais. A sua vida é privilegiada mas o ambiente
familiar é tenso.
O pai tem expectativas irreais para a mulher e os filhos, e pune-os severamente quando se mostram menos que
perfeitos.
Quando um golpe militar ameaça fazer desmoronar a Nigéria, o pai de Kambili envia-a, juntamente com o irmão, para
casa da tia. É aí, nessa casa cheia de energia e riso, que ela descobre todo um novo mundo onde os livros não são
proibidos, os aromas a caril e noz-moscada impregnam o ar, e a alegria dos primos ecoa.
Esta visita vai despertá-la para a vida e para o amor e acabar de vez com o silêncio sufocante que a amordaçava. Mas a
sua desobediência vai ter consequências inesperadas.
Uma obra sobre liberdade, amor e ódio, e a linha ténue que separa a infância da idade adulta, que marcou a estreia
de uma escritora extraordinária."
Sinopse: Espaço
"golpe militar ameaça fazer
desmoronar a Nigéria"

Fig.27 Bandeira da Nigéria

Fig.26 Mapa mundo


Sinopse
Na Nigéria, Kambili tem uma vida monótona, baseada nas regras impostas
pelo seu pai, que, para além de rico, era um homem controlador e
intransigente. Contudo, quando um golpe militar destabiliza toda a sua
realidade, a vida dela muda drasticamente. Esta, ao mudar-se para outro
lugar perto da Índia, diferente das “quatro paredes” que conheceu durante a
vida toda, descobre um novo mundo que a fé católica não consegue alcançar,
livre de proibições, e onde os seus direitos e vontades estão acima de tudo.
Kambili vai fazer novas amizades, sem receio de ser castigada pelo seu pai,
nos seus tempos livres, decide dedicar-se à botânica, influenciada por um
dos seus amigos, e à caridade, uma vez que, com isso, tem a oportunidade de
contactar com realidades diferentes da que ela tinha.

Fig.26 Mulher livre


Sinopse
Durante esta visita, a personagem principal apaixona-se, algo que lhe abre novos horizontes e, também, o coração,
moldado por tantos anos de silêncio e desespero. Tudo estava perfeito até que, um dia, o pai de Kambili regressa, e,
enraivecido pela desobediência da filha, assassina a sua paixão, fazendo com que ela, movida pela angústia de ter
perdido a sua razão de viver, se suicidasse.

Fig.27 Mulher a chorar Fig.28 Boca cozida


Cartaz de divulgação da autora
Um cartaz de divulgação da escritora, do livro A cor do hibisco deve
possuir uma imagem de Chimamanda, bem como uma frase apelativa
sobre esta.
Com efeito, no cartaz realizado por mim, coloquei com maior destaque
a imagem da autora e uma frase dita por esta. O fundo a azul, com uma
certa sujidade, tem em vista representar a capa do livro. As letras do nome
de Chimamanda, e os seus diferentes tamanhos, pretendem chamar a
atenção do leitor, já que Ngozi ao estar maior em relação ao resto provoca
uma certa curiosidade para se aproximarem e tomarem atenção à
informação do cartaz. De facto, se olharmos com muita atenção, é possível
observar, no canto superior esquerdo, um hibisco, que aparece quase de
forma impercetível, o qual remete ao livro.

Fig.29 Cartaz de divulgação da autora


Cartaz de divulgação da autora
Para além disto, coloquei também uma frase da autora relativa a um
dos seus maiores feitos, ser um ícone feminista," Não estava nos meus
planos ser um ícone feminista". Deste modo, já que o cartaz tem como
objetivo divulgar a escritora, na minha perspetiva, acho que esta frase
faz todo o sentido, pois mostra que Chimamanda, não só é uma mulher
de sucesso, como também uma feminista nigeriana conhecida por
muitos, mostrando uma personalidade forte e um carácter invejável.
Efetivamente, a frase de Chimamanda foi colocada, por mim, num
fundo roxo, devido ao título A Cor do hibisco. O título é por isso alusivo,
ao hibisco, uma flor ilustrada na capa do livro a roxo, esta cor faz ainda
contraste com o fundo, sobressaindo a citação e incitando à leitura
desta. Para além disto, dispus uma imagem da autora no lado direito,
pois permite associar uma cara ao nome Chimamanda.
Assim, este cartaz realizado por mim, não só divulga a autora, como
também mostra a sua individualidade como mulher e escritora.

Fig.30 Cartaz de divulgação da autora

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