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Testemunho – Felipe Pavan

(Primeiro ancião da Congregação Cristã no Brasil)


E o início da Obra de Deus em São Paulo

Meu tataravô Felipe Pavan nasceu na Itália, comarca de Pádova.


Com a grande recessão daquele país, Felipe buscou na imigração
realizar um sonho de prosperidade, e veio ao Brasil com seus 6 irmãos
e sua esposa Ângela Braga Pavan.

Saiu da Itália de navio rumo ao Brasil com grandes provações,


haja vista que um de seus irmãos faleceu no caminho, devido à febre
presente na embarcação.

Chegou ao Brasil por volta de 1890, com 25 anos de idade. Do


porto de Santos, acessou o trem sentido Estação da Luz. Chegando a
São Paulo, desceu na estação da Luz, direcionando-se a Hospedaria do
Imigrante. Ficou cerca de 8 dias neste local, e através da Hospedaria
conseguiu emprego em uma Serraria, chamada União, na região do
Campos Elíseos, em frente a Igreja Coração de Jesus.

Com o ordenado deste emprego, comprou junto com seu irmão


Mateus Pavan, uma simples residência na Rua da Alfândega, 64
(antigo número 4), iniciando assim a sua nova vida no Brasil. Entre
1891 e 1897, Deus presenteou o seu lar com 3 filhos, sendo Elvira,
Germilio Pavan e Paulo Pavan (meu bisavô).

Devido o seu grande esforço em sustentar a sua família, criar os


seus filhos, e principalmente servir a Deus, os pastores da Igreja
Presbiteriana do Brasil visualizaram um grande dom de Deus em meu
tataravô, ordenando-o presbítero da Igreja Presbiteriana do Brás,
sendo os cultos realizados na residência do meu tataravô. Era um
pequeno espaço, onde tinha alguns bancos de madeira, um órgão e
um singelo púlpito para ministrar a palavra de Deus para aquele povo,
na grande maioria de origem italiana, devido o preconceito do povo
brasileiro em relação aos italianos.
O tempo passou, e por volta de 1906, Felipe acompanhava
as notícias que corriam pelo mundo, de um reavivamento em
Gales e após, em Chicago (Rua Azusa). Como os presbiterianos
não criam na Promessa do Espírito Santo, acreditaram que era um
anúncio do Anticristo, e meu tataravô acompanhava preocupado
a expansão deste movimento.

E, no decorrer de 4 anos, enquanto Felipe cumpria os seus


deveres aqui no Brasil, o Senhor operava grandes milagres e
obras nos Estados Unidos, através de grandes homens como
Louis Francescon, William Durhan, William Seymour, Giuseppe
Beretta, entre outros.

Através de uma profecia proferida por William Durhan,


Louis Francescon é incumbido de levar a mensagem divina as
colônias italianas, com a promessa de Deus que no Brasil havia
um grande povo para o Senhor salvar. (Aconselho ler o
Testemunho de Louis Francescon – Livreto da CCB para mais
detalhes).

Retornando de Santo Antônio da Platina, o caro irmão


Francescon chegou a São Paulo, e hospedou-se na região do Brás.
No sábado dia 25/06/1910, passando pela Rua Piratininga avistou
um salão de barbearia e lá entrou, perguntando ao barbeiro se
morava algum crente na região. O mesmo respondeu que, de
frente a barbearia havia um cortiço onde morava um crente
chamado Ernesto. O irmão Francescon o procurou, e conversando
com ele, foram juntos a casa de meu tataravô Felipe Pavan. Lá
chegando, encontraram somente a minha tataravó Ângela e
algumas crianças, pois o meu tataravô tinha ido fazer um
piquenique (costume dos presbiterianos da época). Estas crianças
eram Germilio Pavan e Paulo Pavan (filhos de Felipe Pavan) e
também João Finotti, na época com 16 para 17 anos de idade.

Quando entraram naquela casa, o irmão Francescon disse: - Que a paz de Deus esteja nesta casa. A senhora me dê licença,
pois o Senhor me enviou nesta casa para anunciar a Graça de Deus. Minha tataravó disse: - Com todo o prazer.
O irmão Francescon falou da Graça de Deus para minha tataravó,
e pediu licença para fazer uma oração, ressaltando que ele orava de
joelhos (presbiterianos oram de pé). Minha tataravó disse: - Posso me
ajoelhar também. Quando buscaram o Senhor em oração, o irmão
Francescon orava lindamente e a Ângela sentia uma alegria tão
grande, chorava como criança. Quando levantaram da oração,
perguntou quando tinha culto na igreja.

Foi-lhe posicionado que aquela noite haveria um culto, e


prometeu que retornaria a noite.

Quando foi mais à tarde, meu retornou do piquenique, e Ângela


contou-lhe as boas novas, dizendo que um servo de Deus dos EUA
veio ao Brasil para anunciar a Graça de Deus para nós, e retornará a
noite para o culto.

Quando chegou a hora do culto, o irmão Francescon sentou-se


no último banco. Foi quando Ângela o enxergou, e avisou o meu
Felipe que aquele era o homem que tinha estado em casa. Sendo
assim, o Felipe chamou o irmão Francescon à frente e falou assim: - O
senhor pode falar tudo o que sente, tem toda a liberdade. Sendo
assim, o Senhor encheu o irmão Francescon de força e ele falava de
salvação e como o Senhor o tinha enviado aquele país. Foi, segundo
relatos de meus descendentes, um culto maravilhoso.

Findado o culto, o irmão Francescon perguntou ao meu Felipe


quando teria culto novamente, e devido às maravilhas que sentiram
seria feito outro culto amanhã. Assim foi feito por 3 dias seguidos, até
que no 3º dia o irmão Francescon pregou a palavra em Atos dos
Apóstolos 2, e anunciava a promessa do Espírito Santo. Os
presbiterianos não criam neste dom, e cantavam um hino “TEU
ESPIRITO DERRAMA SOBRE NÓS”, vindo eles a relatarem que o
Espírito Santo já estava sobre eles. Expulsaram o irmão Francescon de
forma violenta, sendo que o mesmo pegou o seu guarda-chuva e saiu
dizendo: Que a paz de Deus esteja convosco.
No dia seguinte, o pastor Modesto Carvalhosa teve uma reunião
com meu Felipe Pavan, dizendo que não era para conceder liberdade
ao Francescon, pois ele era um falso profeta. Sendo assim, meu Felipe
disse que se era um falso profeta, não teria mais liberdade.

No outro culto, o irmão Francescon retornou e meu Felipe o


procurou, dizendo que ele podia se reunir com eles, mas que não
tinha mais liberdade, pois era um falso profeta.
O irmão Francescon disse que não era um falso profeta, que não tinha
vindo ao Brasil por sua vontade, ele deixou a fábrica de ladrilhos e sua
família, a mandado de Deus. E foi-se embora! Quando o irmão
Francescon saiu, o tio do nosso irmão João Finotti (Santo Pontalti e
Isabela Pontalti) saíram a encontro do irmão Francescon e lhe disse: O
irmão vem fazer oração na minha casa. O irmão Francescon disse: Se
Deus quiser, irei! Começaram a fazer os cultos na casa do irmão Santo
Pontalti, por 15 dias. Minha Ângela largava o culto da Presbiteriana
para estar junto aos irmãos nesta casa.

No momento em que o meu rejeitou o irmão Francescon, entrou


nele uma angústia de morte. Não tinha mais prazer em viver, não
tinha forças para levantar e trabalhar, não conseguia se alimentar, e
dizia para minha tataravó: Ângela, o que será que fiz para não ter mais
prazer neste mundo, sinto uma angústia muito grande.
E, um dia trabalhando na Serraria União, apareceu um anjo (Felipe
descrevia-o, dizendo que usava vestes de príncipe), e o chamou pelo
nome, dizendo: Felipe, porque rejeitaste aquele meu servo? Eu o
mandei aqui no Brasil, porque aqui tem um grande povo para salvar.
Se você obedecer será bem para a tua alma e terás a vida eterna,
senão naquele dia o fogo estará preparado para aquele que não
obedecer ao Senhor Deus. E mostrava para ele o fogo! Naquele
momento, o Felipe começou pedir perdão a Deus e chorava muito.

Quando retornou para casa, pediu para Ângela que fosse ao


encontro do irmão Francescon, dizendo que quero conversar com ele.
A Ângela disse: Você o mandou embora e agora quer que eu o chame?
Quando ela o chamou, o irmão Francescon ficou muito
contente, e disse: Louvado seja Deus! Quando o Senhor quer operar,
homem nenhum pode impedir a obra de Deus.

Quando chegou à casa do Felipe, o mesmo abraçou-o e pediu


perdão, dizendo: Ah, meu irmão. Agora sei que é um enviado de Deus,
eu não sabia! Pensei que era outra doutrina. E ao anoitecer, no culto
da Presbiteriana, meu anunciou: Os que querem obedecer à Deus
fiquem conosco e os que não, podem levar tudo embora porque aqui
vamos dar continuidade à obra de Deus, dentro de sua doutrina. Dos
que ficaram, totalizou-se 20 almas, inclusive a família do irmão João
Finotti.

Os pastores da Igreja Presbiteriana conseguiram uma carroça,


levaram os bancos, o púlpito e o órgão embora, mas como o Felipe
trabalhava em uma Serraria, construiu os bancos e a tribuna para
acomodar os servos de Deus. Eram feitos 3 cultos por semana na Rua
da Alfândega – Brás, e nos outros dias eram feitos ajuntamentos de
evangelização nas casas dos outros irmãos. No domingo à tarde,
faziam cultos no Jardim da Luz, na Praça Antônio Prado, na Água
Branca (próximo da vidraçaria Saint-Gobain) e Lapa, onde ficaram
conhecidas as famílias Mazzei, Peruchi e Piro, que por sinal um de seus
filhos, José Piro, casou-se com uma filha do Felipe, a irmã Elvira
Pavan.

Depois de 2 meses, no mês de Agosto de 1910, foi realizado o 1º


batismo, no rio Tietê (Ponte Grande), onde foram batizados pelo
irmão Louis Francescon, o Felipe Pavan / Ângela Pavan / Germilio
Pavan / Paulo Pavan, Esterina Finotti / João Finotti / Santo Pontalti /
Isabela Pontalti, além de irmãos convertidos na época e o irmão
Ernesto.

No final de Agosto, o Senhor mostrou ao irmão Francescon que


deveria ir ao Canal do Panamá, e sentia em seu coração ungir o Felipe
como ancião. Porém, ele não tinha a promessa do Espírito Santo com
evidência de novas línguas, e não poderia ordená-lo. Buscaram a Deus
em oração, mas o Felipe não era selado. Sendo assim, o irmão
Francescon partiu ao porto de Santos, e lá chegando recebeu uma
notícia inesperada, pois o navio postergou a partida para depois de 8
dias.

Nisto, embarcou no trem novamente para retornar a São Paulo.


Só que, enquanto o irmão Francescon passava por todas as coisas, o
Felipe orava constantemente pedindo o selo da promessa, e
aconteceu de madrugada. Dormiu pedindo a Deus, acordou falando
em línguas, sendo ele o 1º a ser selado em terras brasileiras.

Quando o irmão Francescon retornou, encontrou o povo em


grande alegria e descobriu que o Senhor tinha selado o Felipe e o
irmão Ernesto. Não teve dúvidas! No dia 04/09/1910 ordenou o Felipe
Pavan, como o 1º ancião ordenado no Brasil, e depois foram juntos
ordenar o irmão Ernesto. Ficou o tempo solicitado pelo porto, e o
irmão Francescon partiu e foi para o Panamá, deixando aqui os 2
obreiros para zelar, evangelizar e prosperar esta obra de fé.

Algum tempo depois, o irmão Ernesto começou a dividir a


igreja, com profecias falsas e ajuntamentos fora da doutrina.
Conseguiu conquistar alguns irmãos para congregarem com ele, e os
demais irmãos ficaram congregando com o Felipe.

Sabendo disto, o irmão Francescon enviou o irmão Agostinho


Leoncini, que ficou 6 meses hospedado na casa de meu Felipe, unindo
o povo novamente, reconciliando e trazendo paz para a obra. Como o
irmão Ernesto não aparentava muito convencido, decidiram por
ordenar o irmão Gennaro Pitta como ancião, no dia 01/01/1911. Este
servo de Deus muito auxiliou o Felipe no atendimento da obra.
Infelizmente, faleceu pouco tempo depois, em 1920 (vide relato
divulgado na internet, escrito pelo filho do Felipe Germilio Pavan,
onde conta sobre um batismo feito pelo irmão Gennaro na Água
Branca).
Em 1913, o irmão Francescon convidou o Felipe para
acompanhá-lo em uma missão na Vila Prudente. Ficaram hospedados
em um casarão chamado Fortaleza, a convite da família Falchi,
proprietários de uma fábrica de chocolates muito conhecida da época.

A população local começou a conhecer a congregação como “os


evangelistas”, e as duas primeiras famílias do bairro que se
converteram foram a de Luiz Pedroso, primeiro ancião da Vila
Prudente e a família de Miguel Sant'Anna, com seus filhos e amigos
íntimos, como Candinho Rinco (que veio a ser ancião 2 décadas
depois), Angelim, Olynto Rinco, Antônio João, José e Alexandre Rinco.

Só que, na região havia grande influência católica, e os líderes


destas igrejas perseguiam muito os servos de Deus. Tentaram de
diversas maneiras impedir o crescimento da obra, e não obtiveram
sucesso. Como última cartada, pagaram (segundo relatos dos
primitivos, foi comprovado tal ordem) para 40 homens espancarem
os irmãos ao término do culto. Era feito, entre o Felipe e o irmão
Ernesto, um rodízio de 15 dias. E quando espalhou o boato que iriam
bater nos crentes, o irmão Ernesto se negou a ir, procurou o Felipe e
esclareceu isto. O Felipe disse que não fazia mal, e que ele iria se Deus
quisesse. E foi! Chamou o seu filho Paulo Pavan, meu bisavô, dizendo a
ele que iriam passar uma grande tribulação, mas que o Senhor estava
com eles.

Terminou o culto, a irmandade foi em direção ao bonde, que


transportava a irmandade de volta para casa, e o local era muito
descampado, tinha muito mato. Aguardaram em um ponto, pararam o
bonde e falaram: Quem é crente desce do bonde. Os irmãos
desceram, e começaram a dar pauladas, chutes e socos nos irmãos.
Quando viram o Felipe, disseram que era ele que queriam “pegar”. O
cercaram e perguntaram: O senhor volta aqui outra vez? Ele disse: Se
Deus mandar, eu volto! E batiam muito nele. Faziam a pergunta
novamente, e ele dizia: Se Deus mandar, eu volto! E assim foram feitas
muitas perguntas, e muitas pauladas foram dadas no servo de Deus.
Quando viram que não adiantava mais perguntar, pegaram o
Felipe pelos braços, subiram em um morro e o jogaram, sem piedade.
Nisto, seu corpo ficou muito roxo, em sua cabeça abriu-se uma brecha
muito funda, que saia sangue sem parar.

Quando o Felipe não conseguia mais levantar, perguntaram para


ele: O senhor volta aqui outra vez? Ele disse: Se Deus mandar, eu
volto!

O meu bisavô Paulo, que na época tinha 17 anos, estava


escondido junto ao irmão Geremias, esperando soltarem o Felipe para
o ajudarem a carregar de volta para casa. E assim o fizeram. Quando
chegaram, a Ângela assustou de ver o estado do Felipe, com um lenço
enrolado na cabeça todo ensanguentado, e ficou muito atemorizada.
O Felipe disse para não fazer rumor, e pediu que entrassem. Assim,
foram buscar o Senhor em oração e o Senhor proferiu na boca do
Felipe que, aqueles que tocaram na menina dos olhos do Senhor,
sofreriam grandes consequências destes atos. Levantaram da oração,
o Felipe mal conseguiu deitar na cama, devido às dores que sentia. No
dia seguinte, foi visitado por um médico, e contando o que sucedeu, o
médico queria processar estes homens, mas o impediu, dizendo que o
advogado dele é Jesus Cristo. (Depois de alguns anos, o irmão Dirceu,
casado com a filha do Felipe Pavan, irmã Rebeca, foi evangelizar na
região da Vila Prudente, e relatou este ocorrido. Lá estava o genro de
um dos homens que bateram no servo de Deus, e disse que o seu
sogro tinha uma ferida que não cicatrizava, e completou dizendo que
entre eles, uns ficaram loucos, outros morreram). Infelizmente, não
tiveram este privilégio de serem salvos pelo Senhor.

Quando chegou na terça-feira, o Senhor falou ao Felipe: Vai se


reunir com os teus conservos na Lapa. Ele, com muito custo, sentou-
se na cama e chamou a Ângela, pedindo que aprontasse a sua roupa,
que ele tomaria um banho, pois o Senhor o mandava na Lapa. Chamou
meu bisavô Paulo, dizendo para se arrumar que iriam juntos na
redonança.
Depois de muita dificuldade, chegaram à redonança da Lapa, e a
irmandade ficou muito contente em vê-lo, e o irmão Francescon
presidiu o culto. Quando chegou a hora da palavra, o irmão
Francescon ofereceu a palavra ao Felipe, perguntando se tinha a
palavra. O Felipe respondeu que sim, pediu ajuda aos irmãos para
subir ao púlpito e fez a vontade de Deus. Segundo as palavras de um
primitivo da época, o Senhor operou grandes obras, inclusive no
Felipe, libertando-o completamente de todas as dores. Este primitivo
relatou que na pregação da palavra, o Felipe era erguido do chão (não
posso confirmar). Neste momento, o Senhor selou com a Promessa do
Espírito Santo o seu filho Paulo, meu bisavô. Neste dia, estava
presente o irmão Miguel Spina no colo de sua mãe, com 3 anos de
idade.

Em 1915, conforme relatei no início deste testemunho, o Felipe


tinha comprado a casa na Rua da Alfândega junto com seu irmão
carnal (não foi crente). Este, agindo de má fé, vendeu a casa sem o
consentimento do Felipe e fugiu para o sul do país. Ao Felipe, coube
esquivar-se de escândalos e sair da casa. O irmão Caetano D’ Ângelo o
abrigou em sua casa por 15 dias, e os cultos passaram a ser na Rua
Anhaia, na esquina da Rua Tenente Pena, 85. Depois , Deus preparou
de morar na casa do irmão Gregório Spina, e os cultos passaram a ser
realizados na Rua da Graça, 159.

Derramando muito suor, conseguiu adquirir uma casa na Rua


Tenente Pena, 30. Ali criou os seus filhos, realizou os cultos junto à
irmandade e manteve-se firme até o Senhor o buscar para o Seu Reino
de Glória.

A partir deste ponto, já havia evangelizado outras regiões, tais


como Brás, Bom Retiro, Lapa, Vila Prudente, Água Branca, Santo
André, Votorantim, Sorocaba, entre outros bairros e cidades. Inclusive,
referente às famílias convertidas de Santo André (principalmente
família Zanetti), o Felipe realizou um batismo em 1916, na Ponte
Pequena / São Paulo, batizando o irmão Antônio Zanetti, José
Zanetti, entre outros.
Depois, realizou um batismo em Santo André, em 1917 no rio
Tamanduateí (defronte a atual empresa Rhodia) e foram muitos
outros convertidos pelo Senhor.

Quando foi em 1918, o Felipe tinha 53 anos de idade. Já possuía


10 filhos e já congregavam muitas famílias junto dele. Ainda
trabalhava na Serraria União, numa máquina de corte. Infelizmente,
um dia cortando tábuas de madeira, ocorreu um acidente e
escapando-se uma tábua, bateu contra o seu estômago. Isto muito o
fez sofrer, pois não conseguia se alimentar, sentia fortes dores no
peito. Mas, quando na hora da palavra o Senhor o usava com grande
fervor.

Quando foi uma quarta-feira, trabalhando na Serraria, sentiu


que o Senhor o recolheria. Baseado nisto, conversou com seus colegas
de trabalho, falando que logo o Senhor o recolheria, e que seria um
grande prazer que eles fossem ao funeral. Eles estranharam, mas
confirmaram que iriam. Quando o Felipe chegou em casa, já não se
sentia bem. Quando foi de madrugada, deu uma crise de dor muito
forte, e disse para a Ângela que chamasse os filhos para orarem a
Deus por ele. Assim fizeram, se ajoelharam de frente a cama e quando
estavam orando a Ângela viu uma nuvem branca que o cobriu.
Naquela hora, o Senhor falou para o Felipe que amanhã, às 12h30
venho te recolher. Isto foi numa quinta-feira, dia 04/07/1918.

No amanhecer do dia 05/07/1918, sexta-feira, o Felipe pediu


para a Ângela que preparasse sua roupa, expressou desejo de se
arrumar, para esperar em comunhão pelo Senhor. Logo em seguida,
chegou a sua casa uma irmã chamada Beatriz, e o Felipe pediu que
ela anunciasse aos irmãos da igreja que viessem todos se reunir ali,
pois o Senhor o viria buscar às 12h30. A irmã assim fez, convocou a
todos e quando chegaram, viram o Felipe sentado na sala, lendo a
palavra de Deus. Conversaram bastante sobre a obra de Deus, e
quando chegou 12h20, o Felipe falou: Vamos buscar ao Senhor em
oração, pois logo o Senhor vem me recolher.
Puseram-se em oração, e 12h30 o Senhor o recolheu para a Sua
Glória. Estavam todos em prantos, principalmente Ângela e os filhos,
e uma vizinha que morava pertinho (não era serva de Deus) entrou na
sala e disse para a Ângela não chorar, pois o Seu Felipe não tinha
morrido. Foi uma vertigem que deu nele! Começou a esfregar em seus
braços vinagre, e de repente o Felipe retornou, dizendo a ela:
Arrependa-te! Busca a salvação, porque a minha hora já é chegada. E
tornou a falecer, de forma definitiva rumo a Eternidade com o Senhor.
Isto foi, além de meus descendentes, testificado, relatado e contado
por muitos irmãos primitivos da época, que estavam naquela casa.

Foi considerado morto às 13 horas pelo Dr. José Rebello Neto,


causa da morte síncope cardíaca, sendo enterrado no Cemitério do
Araçá, sob ajuda financeira do servo de Deus Antônio Cardoso
Gouveia, que seria ordenado, décadas depois, para diácono do Bom
Retiro.

Todos os filhos do Felipe foram fiéis ao Senhor até a morte, e a


sua descendência até os dias atuais servem a Deus, por misericórdia,
da qual também faço parte, sendo eu a 5ª geração da família dentro
da Congregação Cristã no Brasil, esperando no retorno do Senhor
Jesus.

Deus vos abençoe, de vosso irmão na fé.

Fonte:
Caio César Barcala

Postado em: 04/02/2011 | 09:47:57

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