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CAPITULO 1 – HISTÓRIA DA DESCOBERTA DO PETRÓLEO

CAPÍTULO 1– HISTÓRIA DA DESCOBERTA DO PETRÓLEO

1.1 HISTÓRIA DO PETRÓLEO NO MUNDO


Petróleo (do latim petroleum, petrus = pedra e oleum = óleo, do grego πετρέλαιον [petrélaion],
"óleo da pedra", do grego antigo πέτρα [petra], pedra + έλαιον [elaion] óleo de oliva, qualquer
substância oleosa, no sentido de óleo bruto), é uma substância oleosa, inflamável, geralmente
menos densa que a água, com cheiro característico e coloração que pode variar desde o incolor
ou castanho claro até o preto, passando por verde e marrom (castanho).

1.1.1 SURGIMENTO DO PETRÓLEO


Há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém, a mais aceite é que ele surgiu
através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares,
sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. Substância inflamável, que
possui estado físico oleoso e com densidade geralmente menor do que a água.

1.1.2 PRIMEIRO POÇO DA HISTÓRIA NO MUNDO


O primeiro poço de petróleo foi descoberto nos Estados Unidos – Pensilvânia – no ano de 1859.
Ele foi encontrado em uma região de pequena profundidade (21m). Ao contrário das escavações
de hoje, que podem variar de 1.000 a 2.000 metros de lâmina d'água e entre 4.000 à 6.000
metros de profundidade no subsolo marinho, podendo ainda a profundidade total, ou seja, a
distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo da camada de sal,
chegar a 8.000 metros.

1.2 HISTÓRIA DO PETRÓLEO EM ANGOLA


A primeira Licença de exploração de Petróleo em Angola, foi concedida em 1910 e o primeiro
poço foi perfurado em 1915 em Dande, mas sem sucesso.

A primeira descoberta comercial de petróleo foi feita em 1955, na Bacia do Kwanza, perto de
Luanda, na região de Cabo Ledo. Angola não tinha estrutura de apoio para o sector petrolífero e
portanto o desenvolvimento e produção desse campo só atingiu a maturação em 1961.

Em 1961, começa a intensificação dos movimentos independentista, nas colonias portuguesa,


portanto o governo português, concentra o maior investimento em Angola, na prospecção,
pesquisa, desenvolvimento e produção de Petróleo, dividindo o território em seis bacias
petrolíferas ( Bacia do Congo, Kwanza, Benguela, Namibe e pelas bacias interiores de Kassanje,
Okawango-Owango).

Em 1962, foi feito o primeiro grande levantamento sísmico e descoberta de grandes proporções
de Petróleo em Cabinda.

Em 1966, o Bloco O (Malongo), entra em Produção e com a intensificação da Luta armada pelos
movimentos independentistas e pela pressão interna e externa, o governo português celebra um
contrato em regime exclusivo de pesquisa e produção com a Cabgoc (Cabinda Gulf Oil centre).

O governo colonial atinge a produção de 170.000 barris diários e coloca a economia da colonia
centrada no petróleo, abandonando a cultura em grande escala do sisal, do algodão, do café e

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começa a deteriorização das indústrias transformadoras, investe em uma refinaria (a norte de


luanda), com a capacidade de processamento de 20.000 barris diários.

Em 1974, a produção colonial atinge o pico máximo de 172.000 barris e começa o colapso do
regime colonial, com transformações internas, que apressaram as independências das colonias.

Em 1974/75, Angola cria com o cunho português um acordo de transição com os três
movimentos independentista (acordo de Alvor), no qual celebram um governo de transição, que
não teve peso para vincar, devido primeiro em parte as ingerências externas e segundo pela
diferencia ideológica e cultural dos três movimentos.

Em 1975, operavam em Angola somente três companhias: Cabinda Gulf Oil, Texaco e a
Petrangol.

Em 1976, como fruto da independência a Petrangol foi naturalizada, surgindo a criação da


Sonangol, mais tarde a Cabinda Gulf Oil (subsidiária da Chevron), fundiu-se com a Texaco.

Em 1978, foi criada a Lei das atividades petrolíferas, permitindo a entrada de outros operadores
como o grupo Total (fusão da Fina e Elf), a Esson (Subsidiária da Exxom Mobil), A BP, Petromar,
entre outras.

Em 2008, a produção atingiu o pico máximo de 1,9 milhões de barris diários, sendo hoje
resultados do envelhecimento de alguns campos petrolíferos, problemas técnicos e um
abrandamento na pesquisa e prospecção, a produção situa-se entre 1,5-1,8 milhões de barris
diários.

1.3 RESERVAS DE PETRÓLEO EM ANGOLA


As reservas de petróleo se classificam em provadas, prováveis e possíveis (inferidas).

Reservas provadas são aquelas cuja existência é considerada de alta certeza; as prováveis são
as de média certeza, enquanto as possíveis são de baixa certeza.

Angola tem disponíveis na sua orla sedimentar 50 blocos petrolíferos, cuja extensão são de 5000
km2 cada, dos quais 37 ainda não foram explorados e alguns encontram-se em fase de licitação
(concessão), para serem explorados brevemente. Acrescido a isso o pré sal angolano (camadas
de sal que se encontra a uma profundidade acima de 5000m) vem apresentando valores
promissores nos testes de pesquisa e avaliação.

Acrescido ainda a isso as bacias terrestre dos grandes lagos angolanos (Queli e Dilolo) com forte
potencial de reservas, bacias do Okavango e Ruacana e o grande maciço de rochas
betuminosas e metamórficas do Lubango.

Angola tem uma produção diária de aproximadamente 1,7 milhões de barris e reservas provadas
entre 12 - 20 bilhões de barris líquidos no subsolo e 11trilhões de pés cúbicos de gás, as
reservas prováveis e possíveis atendendo a semelhança geológica entre o pré sal angolano e

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brasileiro podem ser extremamente elevadas, fazendo de Angola um pais no mapa mundi do
petróleo.

O tempo de vida útil de um campo petrolífero é de cerca de 25 anos. Nas operações de


produção, o que se procura é extrair o petróleo da maneira mais racional possível, para que este
período aumente. A grosso modo, a exploração petrolífera e recursos associados (gás de
petróleo) ainda podem levar décadas de forma viável.

Somente um estudo geológico-geofísico de grande profundidade, levará ao conhecimento de


todos os recursos de petróleo ou outros, com detalhes da sua localização, quantidade e
qualidade, isto, portanto leva um tempo de estudo de 5 a 10 anos aproximadamente e consome
grandes recursos financeiros.

1.4 EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA COM O AUMENTO DA PROFUNDIDADE


DE EXPLORAÇÃO

A exploração e produção offshore (no mar) de hidrocarbonetos não é recente. As primeiras


actividades teriam ocorrido ainda no início do século passado, no Golfo do México, Estados
Unidos, como dito acima. Elas eram realizadas a partir da adaptação de equipamentos e
técnicas da exploração em terra. Desde então, até os dias actuais, ocorreram muitas
transformações tecnológicas e operacionais nesse segmento do upstream da produção de
petróleo e gás. A partir delas, muitos recursos antes considerados inacessíveis, ou inviáveis
economicamente, passaram a ser objecto de maior interesse e se tornaram reservas
economicamente recuperáveis.

Inicialmente é importante registrar que o intenso desenvolvimento tecnológico associado ao


segmento offshore resulta de pesquisas, inovações tecnológicas e operacionais que vêm
permitindo uma constante redução de custos na exploração e produção. Isso teria resultado no
aumento das actividades de Pesquisa e Desenvolvimento e em um grande avanço tecnológico
desde a década de 1960 até a presente década.

Com base nessas competências tecnológicas desenvolvidas, o offshore vem contribuindo


crescentemente para a renovação das reservas de petróleo. Nesse contexto, a despeito de
diversas previsões de redução na oferta das últimas três décadas, as reservas de petróleo teriam
ficado mais abundantes ao longo desse período. De acordo com British Petroleum (BP - 2010) a
taxa de reservas provadas por produção R/P (reservas/produção) mundial cresceu de 31 anos
em 1973 para 42 anos em 2008. Desde então, novos horizontes de descoberta e exploração
vêm emergindo continuamente.

Adicionalmente, na última década, a indústria do petróleo e gás vem experimentando um período


de intensa volatilidade nos preços. Entretanto, as oscilações de preço ocorridas ao longo dos
anos 2000 seguiram uma linha tendencial ascendente, o que teria aumentado a quantidade de

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projectos viáveis e tecnologicamente caros. Mesmo diante de ciclos económicos e da intensa


volatilidade de preços dos últimos anos, a maior parte dos planos de investimento neste
segmento do upstream vem sendo mantida. Por um lado, isso reflete as expectativas de que os
preços não irão se reduzir drasticamente e nem se manterão baixos por muito tempo.

Por outro lado, expressa a necessidade das empresas de renovar as suas reservas ou aproveitar
as oportunidades emergentes, ainda que essas estejam em áreas de difícil acesso e custo
relativamente alto.

Assim, as novas iniciativas de projectos offshore envolvem exploração em maiores


profundidades e actividades na África e nas Américas do sul e do Norte, principalmente.

Constata-se que o potencial de exploração ainda é grande. Os recursos localizados na camada


pré-sal podem ampliar mais esse potencial no mundo.

De facto, o ritmo dos investimentos offshore em grandes profundidades vem se mantendo mais
intenso do que os demais segmentos do upstream. Os principais elementos que contribuem para
isso são: i) a existência de oportunidades de investimento nesse ambiente; ii) o acúmulo de
conhecimento e avanço tecnológico que mitigam custos; iii) a competição das empresas no
sentido de renovar reservas e crescer; iv) a manutenção dos preços de petróleo em patamares
favoráveis e; v) a disponibilidade de caixa das petroliferas, derivada de lucros acumulados.

Figura 1 - Avanço tecnológico com a profundidade do mar

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O desenvolvimento da produção offshore iniciou-se a partir da concepção de plataformas fixas.

Essa tecnologia foi desenvolvida entre as décadas de 30 e 50. Ela consistia em grandes
estruturas metálicas apoiadas no solo marinho.

Entretanto, para a tecnologia dos sistemas de perfuração, observou-se uma evolução


diferenciada.

O desafio, neste caso, consistia na construção de sondas marítimas móveis.

As primeiras Unidades de Perfuração Marítima eram simplesmente sondas terrestres montadas


sobre estruturas de madeira para perfurar em águas rasas.

Com o passar do tempo, a necessidade de buscar petróleo em águas mais profundas fez
avançar as pesquisas em novas técnicas e equipamentos direcionados à perfuração marítima.

Sondas especificamente adaptadas para essa função foram sendo desenvolvidas.

Nos anos 50, houve um grande avanço com o aparecimento das jacks-ups ou plataformas
autoelevatórias.

Na mesma época, foram lançadas sondas sobre as plataformas semi-submersíveis.

Posteriormente, na década de 60, desenvolveu-se a tecnologia de perfuração de posicionamento


dinâmico, para grandes profundidades.

O aumento da actividade offshore em linha d’água (LDA) cada vez mais profunda, requer
plataformas capazes de operar em qualquer LDA e em qualquer localização geográfica.

A mobilidade e a estabilidade são características importantes deste tipo de plataforma, isto é, a


movimentação de uma localização para outra deve ser rápida e uma vez alcançada a nova
localização, a plataforma deve ser rápida e facilmente posicionada e manter esta posição
durante a operação.

Esta tarefa pode ser cumprida com bom desempenho por sondas equipadas com
posicionamento dinâmico (Dynamic Positioning – DP). O sistema DP usa a energia gerada a
bordo para actuar os motores dos propulsores provendo forças necessárias para manter
posicionada a sonda em uma determinada localização.

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Nenhuma conexão mecânica com o solo é requerida. Este sistema identifica os offsets máximos
a partir dos quais os propulsores são acionados retornando a unidade para sua posição original.

Figura 2 - Avanço da profundidade de exploração e desafios tecnológicos associados

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