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Cálculo 2 - Capı́tulo 2.

1 - Funções de diversas variáveis 1

Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis

2.1.1 - Introdução 2.1.3 - Curvas de nı́vel


2.1.2 - Exemplos econômicos

Entraremos agora no estudo de funções de mais de uma variável real. Tais funções aparecem em diversos
modelos em áreas diversas como fı́sica, matemática, biologia, estudos sociais, engenharia e, mais especificamente,
macroeconomia e finanças. Seguiremos uma trilha parecida com a que foi seguida para funções de uma variável
real, introduzindo a generalização de idéias como os limites, as derivadas, a aproximação linear, diferenciais
e a aproximação quadrática. Neste capı́tulo, iniciamos com uma introdução às funções de diversas variáveis,
ilustrando com alguns exemplos econômicos.

2.1.1 - Introdução
Em Cálculo 1, estudamos somente funções f = f (x) que dependiam de uma só variável independente x.
Uma função de uma variável real leva um valor real x0 até um outro valor real f (x0 ) (primeira figura a seguir).
Tais funções podem ser representadas em um plano cartesiano onde a variável independente x corresponde
ao eixo horizontal e a variável dependente y = f (x) é representada no eixo vertical (segunda figura a seguir).
Fazendo isto para todos os pontos onde a função f é válida, acabamos por traçar uma curva no plano cartesiano,
sendo esta a representação gráfica de uma função de uma variável real.
y
x0 f

f (x0 ) f (x0 ) b

R R x
x0
Uma função de duas variáveis reais é uma função que associa um valor f (x0 , y0 ) a cada par ordenado (x0 , y0 )
pertencente a uma região do plano cartesiano que chamaremos de domı́nio da função. Exemplos de tais função
são f (x, y) = xy 2 , f (x, y) = exp(−x2 − y 2 ) ou f (x, y) = ln x − 3y 2 .
A representação de uma função de duas variáveis necessita de coordenadas no espaço e é feita associando
valores z0 = f (x0 , y0 ) a cada ponto (x0 , y0 ) do plano. Em geral, esses gráficos são bastante difı́ceis de desenhar,
pois eles são superfı́cies no espaço tridimensional. z

y z f (x0 , y0 )
y0 b f
f (x0 , y0 ) b

x
x0 x0
y0
x y

Exemplo 1: calcule f (1, 2), onde f (x, y) = x2 − 2y.


Solução: f (1, 2) = 12 − 2 · 2 = 1 − 4 = −3.
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Exemplo 2: calcule f (3, −1), onde f (x, y) = xy 3 + 5x.


Solução: f (3, −1) = 3 · (−1)3 + 5 · 3 = −3 + 15 = 12.

A seguir, mostramos os gráficos de algumas funções de duas variáveis. A primeira figura corresponde a um
plano, a segunda é a metade de cima de uma esfera, a terceira corresponde a uma curva normal (como a de
estatı́stica) rotacionada em torno do eixo z e as duas outras são funções com desenhos mais elaborados.
z
z z
3.0
2.0
-3. 2.0
0 -2

-3
.0 - 1.0

.0
-3.

-2
0 -2

-3
.0
1.0 .0 - 1.0

.0
-1

-2
.0

.0
1.0

-1
1.0

.0
1.
2.0

0
1.0

2.
-1.

1.
y

0
x 2.0

0
1.0 0
1.

2.
-1.
0

0
-2. x 0
y 0
x p
-2.
0
f (x, y) = 1 − x − y f (x, y) = 4 − x2 − y 2 2 −y 2
f (x, y) = e−x
z
z

3.0 2.0

-4. 2.0
0-3. -2. 1.0
-4

-2
0 -
0. -

0-2. 1.0

.0
3.

1.0
0-

0-1.

-1
.2 0-

.0
0
1.
0

1.0 1.0
1.

2.0

1.
0

-1.
0
2.

3.0 2.0
0

0
3.

2.
0

0
x -2. y x y
0

f (x, y) = 0, 3 cos(x2 + y 2 ) f (x, y) = 1 − x4 − y 3


Os gráficos de funções de duas variáveis reais geralmente são feitos por computador. Neste curso, teremos
vários exemplos de gráficos de funções de diversas variáveis, mas não será exigido que o leitor seja capaz de
fazer esses gráficos sem auxı́lio de um computador, a não ser em casos de funções muito simples, como planos.
Uma função de duas variáveis associa, a cada ponto (x0 , y0 ) do plano, somente um ponto da reta dos reais.
Por exemplo, uma esfera dada pela equação x2 + y 2 + z 2 = 4 não é uma função, pois associa dois pontos em z
a cada ponto em (x, y), da mesma forma que uma circunferência em um plano não é uma função.
Também podem ser definidas funções de três w
z
ou mais variáveis: f = f (x, y, z). Um ex-
emplo de uma função de três variáveis reais é z0
f
f (x, y, z) = z ln(x + y), que pode ser interpre- f (x0 , y0 , z0 )
b

tada como uma função que associa a cada ponto


x0 y0
do espaço um valor w (como na figura ao lado),
x y
que teria que ser representado em uma quarta
dimensão.
Um exemplo prático é uma função que associa a cada ponto de uma sala a sua temperatura, ou uma
função que determine a velocidade do vento em cada ponto da atmosfera terrestre. No entanto, é impossı́vel
representar funções de mais de duas variáveis graficamente sem recorrer a algum artifı́cio como movimento, cor
ou concentração de pontos onde a função seja maior ou menor.

Exemplo 3: dada f (x, y, z) = xy ln z, calcule f (−1, 4, 1).


Solução: f (−1, 4, 1) = −1 · 4 · ln 1 = −4 · 0 = 0.
n
1X
Um exemplo de função de n variáveis é a média aritmética, que associa um valor x̄ = xi a diversos
n
i=1
valores xi , i = 1, · · · , n, sendo, portanto, uma função de n variáveis reais. Outros exemplos seriam o desvio
padrão e as médias geométrica e harmônica, aprendidos em Estatı́stica.
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2.1.2 - Exemplos econômicos


Vamos agora ilustrar o uso de funções de mais de uma variável real através de algumas funções utilizadas
na área de economia e administração. Começaremos pelo modelo de Keynes (1883-1946) da economia de um
paı́s, muito estudado em cursos de Macroeconomia.

a) Modelo de Keynes da Renda Nacional


O modelo de Keynes para a economia de um paı́s baseia-se na hipótese de que a renda nacional (Y )
de um paı́s é a soma do consumo da população (C) mais os gastos do governo (G) e os investimentos (I):
Y = C + G + I. O mesmo modelo também diz que o consumo é uma função linear da renda nacional, de modo
que temos C = a0 + a1 Y , onde a1 e a2 são constantes. Substituindo a segunda expressão na primeira, temos
a0 + G + I
Y = a0 + a1 Y + G + I ⇔ Y (1 − a1 ) = a0 + G + I ⇔ Y = ⇔ Y = α + βG + βI ,
1 − a1

onde α = a0 /(1 − a1 ) e β = 1/(1 − a1 ). Portanto, a renda nacional Y é uma função de duas variáveis: os gastos
e os investimentos do governo.
Y
Usando dados da economia brasileira de anos passa-
dos (de acordo com o Ipeadata), é possı́vel ajustar as
constantes a0 e a1 como tendo os valores a0 = 151, 85 bi- 120
0.0
lhões de reais e a1 = 0, 4879 (sem unidade). Sendo assim,
800
a equação para a renda nacional como função dos gastos .0
e investimentos do governo fica
400
.0
151, 85 + G + I
Y = ⇔ Y = 296, 52 + 1, 95G + 1, 95I ,
1 − 0, 4879 50.

50
0
.0
100
01 0
.0 1
usando uma precisão de duas casas decimais. Esta é a
.0

50.
51 0

02
.0

equação de um plano no espaço, que pode ser represen- 00.


02 0

0
.0

tado escolhendo valores para G e I (figura ao lado). I G

John Maynard Keynes (1883-1946): considerado um dos mais brilhantes economistas do século XX, tendo
dado origem a uma escola de pensamento econômico, Keynes, filho de um renomado economista e de uma autora
que foi uma pioneira nas idéias de reformas sociais, nasceu e estudou em Cambridge, na Inglaterra. Formou-se
em matemática, mas especializou-se em economia, trabalhando depois no serviço público britânico e publicando
alguns livros de impacto. Chegou ao cargo de principal oficial do Tesouro Britânico e tomou parte das negociações
do Tratado de Versalhes, que punha fim à Primeira Guerra Mundial. Deixou o cargo porque não concordava com
as pesadas obrigações impostas à derrotada Alemanha, que ele achava injustas e impraticáveis e que levariam,
segundo ele, a uma instabilidade polı́tica naquele paı́s, fato que depois acabou sendo confirmado pela história, com
a ascensão de Hitler e do nacional socialismo. Keynes passou a ensinar economia na Universidade de Cambridge
e publicou diversos trabalhos controversos e brilhantes.

b) Função de produção de Cobb-Douglas


Em 1927, o economista Paul H. Douglas estava como professor visitante no Amherst College, estado de
Massachusetts (EUA), quando pediu ao matemático Charles W. Cobb uma sugestão para uma função que
relacionasse a produção de um paı́s com o quanto era investido em infra-estrutura e o gasto com a mão-de-
obra. Em 1928, eles publicaram um artigo onde modelavam o crescimento da economia americana entre os
anos 1899 e 1922 usando a fórmula
P (L, K) = AK α L1−α ,
onde P é a produção total de um paı́s (o valor monetário de todos os bens produzidos em um certo perı́odo),
K é o capital investido (o valor monetário do maquinário, equipaments e instalações) e L é gasto total com
trabalho (o L é de labor, trabalho em inglês). Tal função ficou conhecida como função de Cobb-Douglas. Mais
tarde, a constante A da fórmula foi identificada ao nı́vel tecnológico do paı́s e passou a ser chamada constante
tecnológica.
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Usando dados sobre a economia americana entre os anos 1899 e 1922 (ver tabela), Paul H. Douglas e Charles
W. Cobb montaram a seguinte função: P (L, K) = 1, 01K 0,25 L0,75 . Para isso, tomaram como base o ano de
1899, fixando os dados em 100 para esse ano e escrevendo os dados dos anos subseqüentes em termos deles.
A curva foi ajustada usando o chamado método dos mı́nimos quadrados. O interessante é que uma função
bastante simples, que não leva em conta vários outros fatores que podem influenciar a produção de um paı́s,
faz uma boa aproximação dos dados experimentais (pontos em azul).

Ano P K L Ano P K L P
1899 100 100 100 1911 153 216 148
1900 101 107 105 1912 177 226 155 400
.0
1901 112 114 110 1913 184 236 156
1902 122 122 117 1914 169 244 152 300
.0
1903 124 131 122 1915 189 266 156
1904 122 138 121 1916 225 298 183 200
.0
1905 143 149 125 1917 227 335 198
100
1906 152 163 134 1918 223 366 201 .0
1907 151 176 140 1919 218 387 196 b
bbb b b
bb
b
b b b
b b
b
b
b
b
b
b
b b

1908 126 185 123 1920 231 407 194 100 b

01 0
.0 2 b

.0
1909 155 198 143 1921 179 417 146 00.

02 0
03

.0
00.

03 0
1910 159 208 147 1922 240 431 161 04

.0
00.

04 0
0

.0
K L
Fonte:American Economic Review, 18 (1928).
O mesmo gráfico é mostrado a seguir de três ângulos distintos.
P P P

b
b
b b b bb
b
b bb

b
b b b b
b
b b b
b bb
b b bb
b bb
L
b b b b b b b
b b b
bb bbbb bb b b
bbb b b b b b b b bb b
bb b b b b

b
L
K L
K K
Note novamente que funções de duas variáveis podem ser representadas em um eixo cartesiano tridimen-
sional. Em geral, as duas variáveis independentes são representadas na base do espaço cartesiano e a variável
dependente, no eixo vertical.

Paul Howard Douglas (1892-1976): economista norte-americano que produziu diversos trabalhos em estatı́stica
econômica, tendo desenvolvido, junto com o matemático Charles W. Cobb, a função de produção de Cobb-Douglas.
Teve uma vida bastante interessante, tendo deixado sua posição na Univesidade de Chicago para se alistar como
soldado durante a Segunda Guerra Mundial. Na guerra, foi condecorado por bravura e perdeu o uso de um braço.
Em 1948, foi eleito senador dos Estados Unidos da América pelo partido democrata, tendo sido um defensor
ferrenho dos direitos humanos. Atuou no senado até 1966, quando assumiu uma cadeira na New School for Social
Research.

Charles Wiggins Cobb (1875-1949): matemático americano. Foi professor no Amherst College, no estado de
Massachusetts onde, junto ao economista Paul H. Douglas, desenvolveu a função de produção que leva o nome de
ambos. Conseguiu seu Ph.D. em 1912, na Universidade de Michigan. Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu
como capitão comandante da Força Aérea Americana, tendo sido responsável pela instrução de futuros oficiais.
Ensinou no Amherst College de 1908 até 1941.
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2.1.3 - Curvas de nı́vel


Uma forma de representar funções de duas variáveis que é bastante comum na área econômica e de ciências
da administração (pesquisa operacional) é através de curvas de nı́vel, ou isoquantas.
Curvas de nı́vel são desenhos de cortes de uma determinada figura tridimensional projetados em um plano.
Elas são utilizadas, por exemplo, por topógrafos para representar regiões com elevações, como a da primeira
figura a seguir. A geografia local é medida a diversas alturas e os contornos da topografia local são desenhados
em um plano, como na segunda figura a seguir. Em geral, as alturas a que as medidas foram feitas são
identificadas ou indicadas por um esquema de cores.

Um gráfico de isoquantas (ou curvas de nı́vel) é uma projeção em duas dimensões de “camadas” da superfı́cie
tridimensional, calculadas para diferentes valores da coordenada vertical (em geral, a coordenada z). Os
próximos exemplos mostram como fazer isto.

Exemplo 1: faça o gráfico em curvas de nı́vel da função f (x, y) = x2 + y 2 .


Solução: a figura tridimensional (primeira figura a seguir) mostra a forma verdadeira do parabolóide. Para fazermos
um gráfico em curvas de nı́vel, tomamos diferentes valores de z = x2 + y 2 e desenhamos as curvas resultantes em
um plano cartesiano. Para z = 0, temos x2 + y 2 = 0, que é a equação de uma circunferência de raio 0 centrada
em (0, 0), isto é, um ponto. Para z = 1, temos x2 + y 2 = 1, que é uma √
√ circunferência centrada em (0, 0) com raio
1 = 1. Para z = 2, temos x2 + x2 = 2, uma circunferência de raio 2 centrada em (0, 0) e assim por diante.
Podemos desenhar um certo número dessas circunferências no plano xy de modo a obter as curvas de nı́vel. As
circunferências usadas são dadas a seguir:

z = 0 : x2 + y 2 = 0 (raio 0) z = 3 : x2 + y 2 = 3 (raio 3 ≈ 1, 732)
z = 1 : x2 + y 2 = 1 (raio √ 1) z = 4 : x2 + y 2 = 4 (raio √ 2)
2 2
z = 2 : x + y = 2 (raio 2 ≈ 1, 414) z = 5 : x2 + y 2 = 5 (raio 5 ≈ 2, 236)

O gráfico em curvas de nı́vel é feito na segunda figura a seguir.


z y

2
4.0
1
3.0

2.0 b
x
−2 −1 0 1 2
-3.
-3

0- 1.0
.0

2.0
-2

−1
.0

-1.
-1

0
.0

1.0
1.

−2
0

2.0
2.
0

x y
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 6

Exemplo 2: faça o gráfico em curvas de nı́vel da função f (x, y) = 3 − 2x − y.


Solução: a figura tridimensional (primeira figura a seguir) mostra a forma verdadeira do plano. Para fazermos um
gráfico em curvas de nı́vel, tomamos diferentes valores de z = 3 − 2x − y e desenhamos as curvas resultantes em um
plano cartesiano. Se isolarmos a variável y, y = 3 − 2x − z, podemos ver que, para z fixo, os gráficos das isoquantas
são retas paralelas entre si.

z = −1 : y = 3 − 2x + 1 ⇔ y = 4 − 2x z =0: y = 3 − 2x
z = −2 : y = 3 − 2x + 2 ⇔ y = 5 − 2x z =1: y = 2 − 2x
z = −3 : y = 6 − 2x z =3: y = −2x
z =3: y = −2x

O gráfico em curvas de nı́vel é feito na segunda figura a seguir. Algumas isoquantas também são representadas
na figura em três dimensões.
z
y
4.0
2

3.0
1
2.0
x
1.0 −2 −1 0 1 2

−1
1.0
1.
0

2.0
2.
0

3.0 −2
3.
0

y
4.
0
5.
0

Exemplo 3: faça o gráfico em curvas de nı́vel da função f (x, y) = xy 3 .


r
z3 3z
Solução: temos z = xy ⇔ y = ⇔ y = 3 , válida para z 6= 0.
x x
q q z=0: xy 3 =
q0 ⇔ x = 0 ou y = 0
3 0,5
z = −0, 5 : y = 3 −0,5 = −
qx x z = 0, 5 : y = 3 0,5
q x
z = −1 : y = − 3 x1
q z=1: y = 3 x1
z = −2 : y = − 3 x2
q
q z=2: y = 3 x2
3 3
z = −3 : y=− x
q
z=3: y = 3 x3

As isoquantas para z ≥ 0 estão em azul mais claro e as isoquantas para z < 0, em azul mais escuro (omitimos
as isoquantas da figura em três dimensões).
y
z
3

-2. 1.0 x
-2

0
.0

−2 −1 0 1 2
-1.
-1

0
.0

−1

−2
1.0
1.
0

−3

x y
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 7

Exemplo 4: faça o gráfico em curvas de nı́vel da função f (x, y) = x2 − y 2 .


Solução: a superfı́cie que representa essa função tem a forma de uma sela de cavalo e é um exemplo de parabolóide
hiperbólico. Ela é representada em dois ângulos distintos do ângulo que costumamos usar, de modo a facilitar a
sua visualização. Variando os valores de z = x2 − y 2 , temos:

z=0: y 2 = x2 ⇔ y = ±x x2 y2
z = −0, 5 : x2 − y 2 = − ⇔ − + =1
x2 y2 0, 5 0, 5
z = 0, 5 : x2 − y 2 = 0, 5 ⇔ − =1 2 2 2 2
0, 5 0, 5 z = −1 : x − y = −1 ⇔ −x + y = 1
2 2
z=1: x −y =1 x2 y2
z = −2 : x2 − y 2 = −2 ⇔ − + =1
x2 y2 2 2
z=2: x2 − y 2 = 2 ⇔ − =1
2 2
Com exceção da primeira equação, que representa duas retas que se intersectam em (0, 0), as demais representam
hipérboles, desenhadas na terceira figura a seguir. As duas retas relativas a z = 0 correspondem às assı́ntotas
dessas hipérboles.
z z y
3

2
-2 1.0
.0 1.

-2
1
-2.0
.0
-1 0
-1.0
-2.0 -1
.0 -1.0 x
.0

1.0
1.0 −2 −10 1 2
x 1.
−1
1.

0 y
0

2. −2
2.

0
0

−3

y x

Curvas de nı́vel têm esse nome porque são muito usadas por topólogos e engenheiros civis para representar
as diversas elevações de um terreno. Nesses casos, cada curva corresponde a um nı́vel de terreno. Outro
nome dado a essas curvas, isoquantas, vem do grego iso (igualdade) e do latim quantum (quanto) e significa
“quantidades iguais”, valores iguais para a função.
O uso de isoquantas pode ajudar a visualização de funções de três variáveis, mesmo que não possamos
enxergá-las, como mostra o exemplo a seguir.

Exemplo 5: faça o gráfico em superfı́cies de nı́vel da função f (x, y, y) = x2 + y 2 + z 2 .


Solução: embora não possamos fazer o √gráfico dessa função, se fixarmos diferentes valores para w = x2 + y 2 + z 2 ,
conseguimos esferas de raios dados por w. Nas figuras a seguir, são representadas três dessas esferas: para w = 1,
w = 2 e w = 3. Elas são superfı́cies de nı́vel da hiper-superfı́cie quadridimensional.

z z z

2.0 2.0 2.0


-3. -3. -3.
-3

-3

-3

0 0 0
.0

.0

.0

-2. 1.0 -2. 1.0 -2. 1.0


-2

-2

-2

0 0 0
.0

.0

.0

-1. -1. -1.


-1

-1

-1

0 0 0
.0

.0

.0

1.0 1.0 1.0


1.

1.

1.
0

2.0 2.0 2.0


2.

2.

2.
0

-1. -1. -1.


x 0 y x 0 y x 0 y
-2. -2. -2.
0 0 0

-3. -3. -3.


0 0 0

Concluı́mos por aqui este capı́tulo. No capı́tulo seguinte, estudaremos o domı́nio e a imagem de uma função
de mais de uma variável e também veremos como definir o conceito de limite para esse tipo de função. A leitura
complementar deste capı́tulo traz uma importante aplicação de curvas de nı́vel em Economia.
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 8

Resumo
• Funções de mais de uma variável: são funções que levam n variáveis reais a uma variável real.
• Curvas de nı́vel: são curvas obtidas fixando valores de uma função f (x, y) e projetando essas
curvas no plano xy.
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 9

Leitura Complementar 2.1.1 - Funções utilidade e


curvas de indiferença
Qual é a utilidade de um maço de cigarros para um não-fumante? E para um fumante inveterado? Quanto
vale uma refeição para um cidadão comum? Esse tipo de pergunta tem que ser respondido por qualquer pessoa
que deseje avaliar o preço que um produto deve ter, ou o quanto deve ser produzido de determinada mercadoria.
Agora, como medir a utilidade que um certo bem tem para uma pessoa? Uma forma de fazê-lo é medindo o
quanto essa pessoa está disposta a pagar por aquele bem. Em geral, isto depende, além de fatores orçamentários,
da quantidade desse produto que a pessoa já possua. Por exemplo, quanto um adolescente faminto estaria
disposto a pagar por uma fatia de pizza? Digamos que ele pagaria até 6 reais por uma unidade desse bem.
No entanto, uma fatia de pizza não costuma satisfazer as necessidades de um adolescente faminto. Por isso,
ele tem a necessidade de mais uma fatia, só que não estaria disposto a pagar mais 6 reais por ela. No entanto,
ele pagaria 4 reais sem pensar muito. Já uma terceira fatia de pizza só seria interessante a um preço de 2 reais.
Uma quarta fatia já não seria muito interessante para o já saciado jovem. No entanto, por um real, ele até
compraria mais uma. Uma quinta fatia de pizza só seria aceita por 10 centavos e um maior número de fatias
teria um valor praticamente nulo para o jovem.
O primeiro gráfico a seguir mostra o valor total que o jovem está disposto a pagar pelas fatias de pizza
como função da quantidade de fatias adquiridas. Na segunda figura, é ajustada uma curva para esses valores
dada pela função P (q) = −17, 98 e−0,92q + 13, 10, onde consideramos q variando continuamente.
P (q) P (q)

b b b b
13 13
b b
12 12
11 11
b b
10 10
9 9
8 8
7 7
b b
6 6
5 q 5 q
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5

A função P (q) poderia ser uma medida da utilidade que uma quantidade q de fatias tem para o adolescente
em questão. Imaginemos agora que a satisfação de uma determinada pessoa (ou classe de pessoas) dependa de
uma combinação de dois produtos diferentes. Um exemplo seria uma função utilidade U (x, y, z) = 2x+y +1, 5z,
onde x é a quantidade de hambúrgueres que uma pessoa come em um almoço, y é o número de pacotes de
batatas fritas e z é a quantidade de copos de refrigerante consumidos. A função indica que a utilidade de um
hambúrgueres é maior que a de um refrigerante, que é maior que a utilidade da batata frita. Neste caso, está
longe de uma situação real considerar como números não-inteiros as quantidades consumidas de cada tipo de
produto. No entanto, pensemos na utilidade associada ao consumo de um mês inteiro de uma loja de uma
grande cadeia de lanchonetes. Nesse caso, se o número de hambúrgueres, pacotes de batatas fritas e copos de
refrigerantes forem medidos em milhares, então uma aproximação para números não-inteiros não fica mais tão
irreal.
Dificilmente se utiliza uma função utilidade para uma única pessoa. Elas geralmente são utilizadas para
medir o consumo de milhares ou milhões de pessoas. Com isto, preferências pessoais se diluem, restando apenas
uma preferência geral do público consumidor.
Outra caracterı́stica de funções utilidade é que elas não medem realmente nada, mas estabelecem relações
entre os benefı́cios trazidos por diferentes bens. Por exemplo, definindo a função utilidade para um freqüen-
tador de lanchonete como sendo U (x, y, z) = 4x + 2y + 3z, onde x, y e z são as quantidades consumidas de
hambúrgueres, pacotes de batatas fritas e copos de refrigerante, temos a mesma relação entre as utilidades dos
três bens, embora o valor da função dobre. Isto é, inclusive, uma caracterı́stica importante de funções utilidade,
o que as coloca em uma classe especial de funções, que serão discutidas no Módulo 2 deste curso.
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 10

Veremos, a seguir, alguns exemplos de funções utilidade utilizados freqüentemente pelos economistas.

Exemplo 1: função utilidade de substitutos perfeitos. Uma função com a caracterı́stica de estabelecer
uma ordem de preferência entre dois produtos é a função utilidade de substitutos perfeitos, dada, para dois
produtos, por
U (x, y) = αx + βy ,
onde x é a quantidade adquirida do produto 1, y é a quantidade adquirida do produto 2 e α e β são
constantes que dão o grau de utilidade de cada produto. A primeira figura a seguir mostra o gráfico da
função utilidade para α = 1 e β = 0, 5, U (x, y) = x + 0, 5y. As curvas de nı́vel são obtidas associando
valores à utilidade U . Fazendo isto, temos as equações

x + 0, 5y = U ⇔ 0, 5y = U − x ⇔ y = 2U − 2x ,

uma para cada valor de U . A segunda figura a seguir mostra as curvas de nı́vel dessa função.
z y

4
3.0

2.0 3

1.0 2

1.0 1
1.
0

2.0
2.
0

3.0
3.

x
0

x y 0 1 2

Exemplo 2: função utilidade de Cobb-Douglas. Outra função utilidade é conseguida usando a mesma
fórmula da função de Cobb-Douglas para a produção. Podemos escrever

U (x, y) = xα y β ,

onde U (x, y) é chamada função utilidade de Cobb-Douglas, x é a quantidade adquirida do produto, y é


a quantidade adquirida do produto 2 e α e β são novamente constantes que dão o grau de utilidade de
cada produto. A primeira figura a seguir mostra o gráfico da função utilidade para α = 1 e β = 0, 5,
U (x, y) = xy 0,5 . As curvas de nı́vel são obtidas associando valores à utilidade U e isolando a variável y:

U U2
xy 0,5 = U ⇔ y 0,5 = ⇔y= 2 .
x x
A segunda figura a seguir mostra as curvas de nı́vel dessa função.
z
y
4.0
4
3.0

2.0 3

1.0 2

1.0 1
1.
0

2.0
2.
0

3.0
3.

x
0

4.0
4.

0
0

1 2 3 4
x y
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 11

Exemplo 3: função utilidade de complementos perfeitos. Ainda outra função utilidade é dada pela
função utilidade de complementos perfeitos, dada por

U (x, y) = mı́n{αx, βy} ,

onde x e y, α e β têm os mesmos siginificados que os das outras funções utilidade vistas anteriormente. O
gráfico da função U (x, y) = mı́n{x, 0, 5y} é feito na primeira figura a seguir. Como essa não é uma função
muito comum no nosso curso até este momento, vale a pena observar melhor o cálculo das isoquantas.
Para U = 1, por exemplo, temos 1 = mı́n{x, 0, 5y}. Os valores de y para os quais isto é verdade são todos
aqueles em que x = 1 e 0, 5y ≥ 1 ⇔ y ≥ 2 ou quando y = 2 e x ≥ 1. Se U = 2, temos x = 2 e y ≥ 4 ou
y = 4 e x ≥ 2, ocorrendo o mesmo para outros valores de U . Algumas das curvas de nı́vel dessa função são
feitas na segunda figura a seguir.
z
y
4.0
4
3.0

2.0 3

1.0 2

1.0 1
1.
0

2.0
2.
0

3.0
3.

x
0

4.0
4.

0
0

1 2 3 4
x y

As curvas de nı́vel de funções utilidade têm um significado econômico. Como elas representam curvas onde
a utilidade é constante, elas indicam quantidades dos bens que resultam na mesma utilidade. Por isso, elas
são chamadas curvas de indiferença, pois, para o susposto consumidor, elas indicam quantidades que levam ao
mesmo grau de satisfação.
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 12

Exercı́cios - Capı́tulo 2.1

Nı́vel 1

Funções de diversas variáveis

Exemplo 1: dada a função f (x, y) = 3xy − y 3 , calcule f (2, 1).


Solução: f (2, 1) = 3 · 2 · 1 − 13 = 6 − 1 = 5.

E1) Dadas as funções abaixo, calcule seus valores nos pontos indicados:
a) f (x, y) = xy 3 em (x, y) = (2, 3); b) f (x, y) = x2 ln y em (x, y) = (2, 1);
c) f (x, y, z) = 4 cos x − 3y + 2 ez em (x, y, z) = (π, 2, 0).

Curvas de nı́vel
2 −y 2
Exemplo 2: desenhe algumas curvas de nı́vel da função f (x, y) = e−x .
Solução: temos
2
−y 2 2
−y 2
z = e−x ⇔ ln z = −x2 − y 2 ⇔ x2 + y 2 = − ln z ,
⇔ ln z = ln e−x

que corresponde a uma circunferência de raio r = − ln z. Portanto, devemos ter − ln z ≥ 0 ⇔ ln z ≤ 0 ⇔ z ≤ 1 e
z > 0. Escolhendo alguns valores para z, temos as circunferências a seguir:

z =1: x2 + y 2 = − ln 1 ⇔ x2 + y 2 = 0 circunferência de raio 0; √


z = 0, 8 : x2 + y 2 = − ln 0, 8 ⇔ x2 + y 2 ≈ 0, 22 circunferência de raio ≈ √0, 22 ≈ 0, 47);
z = 0, 6 : x2 + y 2 = − ln 0, 6 ⇔ x2 + y 2 ≈ 0, 51 circunferência de raio ≈ √0, 51 ≈ 0, 71);
z = 0, 4 : x2 + y 2 = − ln 0, 4 ⇔ x2 + y 2 ≈ 0, 92 circunferência de raio ≈ √0, 92 ≈ 0, 96);
z = 0, 2 : x2 + y 2 = − ln 0, 2 ⇔ x2 + y 2 ≈ 1, 61 circunferência de raio ≈ 1, 61 ≈ 1, 27).

Essas curvas de nı́vel estão desenhadas a seguir.


y

b
x
−1 0 1

−1

E2) Desenhe algumas (pelo menos quatro) curvas de nı́vel das seguintes funções:
p 1
a) f (x, y) = 4x2 + 4y 2 , b) f (x, y) = 2x2 + 3y 2 , c) f (x, y) = 9 − x2 − y 2 , d) f (x, y) = √ ,
1−x2 −y 2
e) f (x, y) = 3x2 − 2y 2 .
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 13

Nı́vel 2

E1) Desenhe algumas (pelo menos quatro) curvas de nı́vel das seguintes funções:
2 +y 2
a) f (x, y) = x2 + y 2 − 4x + 2y, b) f (x, y) = ln(x2 + y 2 ), c) f (x, y) = ex .
E2) Represente alguns cortes das funções do exercı́cio E2 do Nı́vel 1 no espaço.
E3) Represente alguns cortes das funções do exercı́cio E1 no espaço.

E4) Dada a função de Cobb-Douglas P (K, L) = K 0,2 L0,8 , desenhe três curvas de nı́vel dessa função, no intervalo
que vai de K = 0 a K = 10 e de L = 0 a L = 10.
2
E5) Dada a função de elasticidade de substituição constante (CES) f (x, y) = x1/2 + 2y 1/2 , desenhe três
curvas de nı́vel dessa função, no intervalo que vai de x = 0 a x = 10 e de y = 0 a y = 10.
E6) A produção mensal de uma empresa (calculada em reais) como função do número de empregados quali-
ficados (x) e do número de empregados sem qualificação (y) é dada por P (x, y) = 0, 2x2 y. No momento, a
empresa tem 40 funcionários qualificados e 30 funcionários sem qualificação.
a) Qual é a produção mensal atual da firma?
b) De quanto a produção aumenta caso seja contratado um funcionário qualificado a mais?
c) De quanto a produção aumenta caso seja contratado mais um empregado sem qualificação?
d) Quanto a empresa estaria disposta a pagar, no máximo, por mais um funcionário qualificado? Quanto a
empresa pagaria, no máximo, por um empregado sem qualificação?
e) Até quanto a empresa estaria disposta a pagar para qualificar um de seus empregados sem qualificação?
E7) Um fabricante produz dois tipos de memórias: uma com 2 Gb (gigabytes) de capacidade a um custo de
50 reais a unidade e outra com 4 Gb de capacidade a um custo de 120 reais a unidade.
a) Escreva uma equação para o custo de fabricação desses dois tipos de memória em função das quantidades
produzidas de cada uma delas.
b) No momento, a empresa fabrica 1200 memórias de 2 Gb e 800 memórias de 4 Gb por semana. Calcule o
custo total da fabricação desses itens.
c) A empresa planeja aumentar a produção das memórias de 4 Gb de capacidade em 200 unidades por semana.
Calcule a quantidade de memórias de 2 GB de capacidade que deve ser produzida de modo a manter o custo
anterior de fabricação dos dois tipos de memórias.
E8) Prove que, para a função de Cobb-Douglas P (K, L) = AK α L1−α , 0 < α < 1, existe um retorno de escalas
constantes, isto é, que se multiplicarmos tanto o investimento em capital K quanto em trabalho por uma
constante m, então a produção fica multiplicada pelo mesmo fator: P (mK, mL) = mP (K, L).
E9) Considere que a função utilidade para um consumidor seja dada por U (x, y) = xy 3/2 , onde x e y são as
quantidades adquiridas pelo consumidor de dois determinados produtos.
a) Calcule a utilidade para x = 10 e y = 16.
b) Qual deve ser o valor de x caso se adquira mais uma unidade do produto cuja quantidade é dada por y para
que se mantenha a mesma utilidade de antes? Considere que sejam possı́veis valores não-inteiros para x.
c) Desenhe a curva de indiferença para os valores de x e de y que mantêm a utilidade igual a U (10, 16).

Nı́vel 3

E1) Desenhe algumas (pelo menos quatro) curvas de nı́vel das seguintes funções:
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 14

a) f (x, y) = x4 + y 4 , b) f (x, y) = ln(x2 − y 3 ).


E2) Represente alguns cortes das funções do exercı́cio E1 no espaço.
E3) Duas empresas, 1 e 2, competem pelo mesmo mercado de iogurtes. Vendendo a um preço de 50 centavos a
unidade, a empresa 1 vende 5200 unidades de iogurte por mês, enquanto a empresa 2, que vende seu produto a
60 centavos, vende 4700 unidades por mês. Para cada 10 centavos de aumento no produto da primeira empresa
(mantendo-se o preço do produto da outra empresa constante), espera-se que haja uma queda de demanda de
600 unidades; já um aumento de 10 centavos no produto da segunda empresa (mantendo o preço do produto da
primeira empresa constante) deve gerar uma queda de 400 unidades por mês. Como os dois produtos competem
no mesmo mercado, um aumento de 10 centavos no preço da unidade de iogurte vendida pela empresa 2 acarreta
um aumento de 350 unidades na demanda da empresa 1, enquanto um aumento de 10 centavos no produto da
empresa 1 causa um aumento de 500 unidades na demanda do produto da empresa 2.
a) Considerando que as quantidades demandadas dos produtos das duas formas variem linearmente com os
preços dos produtos vendidos por ambas, monte expressões para a quantidade demandada do produto 1 (Qd1 )
e para a quantidade demandada do produto 2 (Qd2 ) em função do preço P1 da unidade do produto da firma 1
e do preço P2 da unidade do produto da firma 2.
b) Calcule as receitas que cada produto gera a suas respectivas empresas fabricantes para os preços atuais de
venda.
c) Considerando que as duas empresas satisfaçam exatamente as suas demandas, escreva uma expressão para
as receitas das duas empresas em função do preço de venda da unidade de cada um dos dois produtos.
d) Calcule as receitas atuais das duas empresas.
E4) Raciocinando geometricamente, determine os pontos de máximo e de mı́nimo (quando estes existirem) das
seguintes funções:
p 1
a) f (x, y) = 9 − x2 − y 2 , b) f (x, y) = 2 , c) f (x, y) = −3x + 2y,
x + y2
d) f (x, y) = −3x + 2y, −1 ≤ x ≤ 2 e 0 ≤ y ≤ 4, e) f (x, y) = xy 2 , x, y ≥ 0,
p
f) f (x, y) = 9 − x2 − y 2 , x2 + y 2 ≤ 4, g) f (x, y) = x2 + y 2 , x + 2y = 1,
p
h) f (x, y, z) = 4 − (x − 1)2 − (y + 2)2 − (z − 3)2 .

Respostas

Nı́vel 1

E1) a) 54, b) 0, c) −8. y


y y 3

2
1 1
1

E2) a) b
x b) b
x c) b
x
−1 0 1 −1 0 1
−3 −2 −1 0 1 2 3

−1
−1 −1
−2

−3
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 15

. y
4
y
3
1
2

d) b
x e) x
0 0
−1 1 −3 −2 −1 1 2 3
−1

−2
−1
−3

−4

Nı́vel 2 y
3

y 2

E1) a) x b) x
0 0
1 2 3 4 −3 −2 −1 1 2 3
−1

−1 b −2

−3

−2

y
1

c) b
x
0
−1 1

−1

z z z

E2) a) 3.0 b) 3.0 c) b


3.0

2.0 2.0 -4. 2.0


-4

0-
.0

3.0
-3

1.0 1.0 1.0


.0

-2. -2. -2.


-2

-2

-2

0- 0- 0-
.0

.0

.0

1.0 1.0 1.0


-1

-1

-1
.0

.0

.0

b b

1.0 1.0 1.0


1.

1.

1.
0

x y x y 2.0
2.
0

3.0
3.
0

z x y
z
4.0
3.
0
d) 3.0 e) -4 2
.0-3 .0
.0-2 -4.0 -
2.0 .0-1 1.0 3.0 -2
.0
.0
-1.0
1.
1.0 2
-2. 1.0 b
.0 3. 0
-1 2.0
-2

0- x
0
.0

1.0 .0 3.
-1

0
.0

1.0 -2 y
.0
1.
0

x y -3
.0
-4
.0
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 16
z z
E3) a) -3. z b) c)
0-
2.0
-1. 3.0 5.0

-1
0

.0
y 2.0 4.0

1.
0
2.
-1.
0
3. 0 -3.

-3
0- 3.0
0
1.0

.0
2.0
4.

-2
0

.0
-2. -1.
5.

-1
0 0
0

.0
x b 2.0
1.0

1.
-3.

0
0 2.0 1.0

2.
-1. -2. b

-2
x 0 y 0-

.0
1.0

-1
-4.

.0
0 -2.
0 1.0

1.
0
-5. x y
b
0 -3.
0
-6.
0

E4) L E5) y
10 10

9 9

8 8

7 7

6 6

5 5

4 4

3 3

2 2

1 1

K x
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E6) a) 9.600 reais. b) 486 reais. c) 320 reais.


d) A empresa pagaria até 486 reais por mês por um funcionário qualificado e até 1.600 reais por mês por um
funcionário sem qualificação. e) 749 reais.
E7) a) C = 50x + 120y. b) C = 156.000 reais. c) 720 unidades.
α
E8) P (mK, mL) = A(mK) (mL) 1−α
= Am K m1−α L1−α = mAK α L1−α = mP (K, L).
α α

E9) a) U (10, 16) = 640. b) x = 9, 13.

c) y

16

12

x
0 4 8 12
Cálculo 2 - Capı́tulo 2.1 - Funções de diversas variáveis 17

Nı́vel 3 y y

2
1
1

E1) a) b
x b) x
0 −3 −2 −1 0 1 2 3
−1 1

−1
−1

z
z
3.0
E2) a) b) 2.0
3.0 -4.
0 -3

-4
.0
.0 -

-3
1.

.0
2.0
-1. 0

-2
.0
0

-1
2.0

.0
1.0

1.
2.0

0
2.
-1. 3.0
0
-2. 1.0 3. 0
-2

0
0 x y
.0

-1. -2.
-1

0 0
.0

1.0 -3.
1.

0
0

x y -4.
0

E3) a) Qd1 = 6100 − 6000P1 + 3500P2 e Qd2 = 4600 + 5000P1 − 4000P2.


b) r1 = 6100P1 − 6000P 12 + 3500P1 P2 e r2 = 4600P2 + 5000P1P2 − 4000P22.
c) r1 = 2.600 reais e r2 = 2.820 reais.
E4) a) Mı́nimos (f = 0) em qualquer ponto onde x2 + y 2 = 9. Máximo (f = 3) em (0, 0). b) Não há mı́nimo (a função
tende a zero conforme x2 + y 2 → ∞) e não há máximo. c) Não há mı́nimo nem máximo. d) Mı́nimo (f = −6) em
(2, 0) e máximo (f√= 11) em (−1, 4). e) Existem mı́nimos em todos os pontos onde x = 0 ou y = 0. Não há máximo.
f) Mı́nimos (f = 5) em qualquer ponto onde x2 + y 2 = 4. Máximo (f = 3) em (0, 0). g) Mı́nimo (f = 0, 2) em
(0, 2 , 0, 4). Não há máximo. h) Mı́nimos (f = 0) em todos os pontos onde (x − 1)2 + (y + 2)2 + (z − 3)2 = 4 e máximo
(f = 2) em (1, −2, 3).

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