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III - Momento Angular

Baseado no Cap III do Sakurai

Mário Ernesto Giroldo Valerio


José Joatan Rodrigues Júnior
2023.1
III.1- Rotações e Momento Angular –
Relações de Comutação
• Resumo da física Clássica:
– Rotações em torno de um mesmo eixo comutam
• Rodar de 20º em torno do eixo z e depois de 40º em
torno do mesmo eixo é igual a rodar 40º e depois 20º.
– Rotações em torno de eixos diferentes não
comutam!

( 2 ) R ( 2 )  R ( 2 ) R ( 2 )
Rz  x x z

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• Primeira tarefas é descobrir
quantitativamente as relações entre rotações
e as regras de comutação
• No mundo clássico, uma rotação em 3D
significa transformar uma determinada
função V(x) da seguinte forma:
 Vx   Vx 
   
 Vy   = R  Vy  R RT = RT R = 1
V  V 
 z   z
• 𝐑 é dita uma transformação ortogonal e a
seguinte propriedade se aplica:
Vx2 + Vy2 + Vz2 = Vx2 + Vy2 + Vz2

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• Convenções:
– Operações de rotação afetam o sistema físico e
não o sistema de eixos coordenados que
permanece inalterado.
– Numa rotação de um ângulo  em torno do eixo
z, o ângulo é tomado como positivo se a rotação
for contrária aos ponteiros do relógio no plano
XY, qdo a rotação é vista do lado positivo do eixo
z.
z z=z’

y
x >0

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y

𝒓2

𝒓1

𝒓2 = 𝑥1 𝑐𝑜𝑠𝜃 −𝑦1 𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑖Ƹ + 𝑥1 𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑦1 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑗Ƹ

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• Seguindo estas convenções, a matriz que
promove uma rotação  em torno do eixo z é
dada por:
 cos -sen 0 
 
R z (  ) =  sen cos 0  e R RT = RT R = 1
 0 
 0 1 
• A matriz de uma rotação infinitesimal  em
torno do eixo z pode ser obtida de Rz()
expandido =  em torno de zero e mantendo
até a 2ª ordem em  :
1 −  2 - 0
 2 
 
R z () =    2
1− 0
2
 
 0 0 1
 
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• Rotações infinitesimais em torno de x e y
podem ser igualmente obtidas e teremos:
1  1 −  2 
 0 0  0 
 2 
 
R x () =  0 1−  R y () =  0 0 
2
-  1
2  
   − 0 1−  
2
0  1−  2

 2  2

• Calculemos agora as seguintes situações:


R x () R y () = R y () R x () =
1   2  1 −  2 1 
 0 0  1 − 2 0 
  2
0 

0 0 
   
=  0 1−  -   0 0  = 0 0  0 1− 
2 2
1 1 - 
2     2
   − 0 1−  
2
 − 0 1 −    0
2 
1−   
2 2
0  2  2   1 − 
 2 2

1 −  2 0   1 −  2 2  
 2   2 
  2    2 
=  2
1− -  = 0 1− - 
2 2
 2  2
 -   1 −    -   1 −  
2021-1  
MEGV – TQI–Capitulo 
III - NPGFI  7
1 −  2 0   1 −  2 2  
 2   2 
   
R x (  ) R y (  ) =  2 1−  R y () R x () =  0 1− 
2 2
-  - 
2 2
 2  2
 -   1 −    -   1 −  
   

• Então, se considerarmos termos só até 1ª ordem


em , rotações infinitesimais comutam!
• Se preservamos os termos até 2 teremos:
𝐑𝑥 𝜀 𝐑𝑦 𝜀 − 𝐑𝑦 𝜀 𝐑𝑥 𝜀
𝜀2 𝜀2
1− 0 𝜀 1− 𝜀2 𝜀
2 2
= 𝜀2 − 𝜀2 1 0 0
2
𝜀 1− −𝜀 0 1− −𝜀 𝟏= 0 1 0
2 2
−𝜀 𝜀 1 − 𝜀2 −𝜀 𝜀 1 − 𝜀2 0 0 1
0 −𝜀 2 0
𝐑𝑥 𝜀 𝐑𝑦 𝜀 − 𝐑𝑦 𝜀 𝐑𝑥 𝜀 = 𝜀 2 0 0 1 −  2 - 0
 2 
0 0 0  
R z () =   1− 
2
2
𝐑𝑥 𝜀 𝐑𝑦 𝜀 − 𝐑𝑦 𝜀 𝐑𝑥 𝜀 = 𝐑𝑧 𝜀 − 𝟏 2
0
 
 0 0 1
 

Relação de R x () R y () − R y () R x () = R ( ) −1 z


2

comutação
de rotações!
2021-1
R x (  ) R MEGV
y (  ) − R (  ) R
– TQI–Capitulo
y (  ) =
x - NPGFI z
III
R (  2
) − R any ( 0 ) 8
Rotações infinitesimais na Mec Quântica
• Na nossa convenção, rotações no espaço de três
dimensões alteram o estado físico do sistema.
• Então o estado (inicialmente em t=0!) descrito pelo ket
| deve ser alterado.
• Consideremos o exemplo das rotações em 3D dados
pela matriz R, vamos associar um operador D(R) de
forma que:
Estado Rodado:  R
= D ( R) 
• Notar que apesar da matriz R ser uma matriz 3x3 que
modifica as coordenadas das grandezas físicas, D(R)
é um operador que atua no espaço dos kets
transformando um ket em outro.
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• Para construir o operador D(R) começaremos
analisando o caso das rotações infinitesimais.
• Usando o exemplo do operador translação
infinitesimal e do operador evolução temporal
infinitesimal, e lembrando que na mec clássica o
operador gerador de rotação é o momento angular
...
• Definiremos: que o operador que produz uma
rotação infinitesimal de um ângulo d em torno de
um eixo definido por um vetor unitário 𝒏 ෝ é dado
por:
 J .n 
D ( n, d  ) = 1 −   d
 
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• Uma rotação finita pode ser obtida por
aplicações sucessivas de rotações
infinitesimais: N
  J .n   
D ( n,  ) = lim 1 −  N
N →
   
 J .n 
D ( n,  ) = exp  −i 
 
• Em particular, para uma rotação em torno de
um dos eixos coordenados, ou seja, qdo 𝒏ෝé
um dos versores dos eixos:
 Jk 
Dk (  ) = exp  −i 
 
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• Vamos POSTULAR ainda que as
propriedades do operador D(R) são as
mesmas das matrizes das rotações 3D,
ou, em linguagem de Teoria de Grupos, R
e D(R) pertencem ao mesmo grupo!
Rotações na Mec
Rotações na Quântica
Clássica

Elemento Neutro R•1=1•R=R D(R) •1=1•D(R)=D(R)

Fechamento R1R2=R3 D(R1)D(R2)=D(R3)

Inversa RR-1=1 D(R)D-1(R)=1

D(R1)D(R2)D(R3)=
R1R2R3=(R1R2)R3=
Associativa [D(R1)D(R2)]D(R3)=
R1(R2R3)
D(R1)[D(R2)D(R3)]

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• Voltando agora ao caso das relações de
comutação para operações infinitesimais:
R x (  ) R y (  ) − R y (  ) R x (  ) = R z ( 2 ) − 1

• Esta relação também deve valer para


operador D(R) já que os R e D(R) tem as
mesmas propriedades.
• Então:

( )
Dx (  ) Dy (  ) − Dy (  ) Dx (  ) = Dz  − 1
2

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( )
Dx (  ) Dy (  ) − Dy (  ) Dx (  ) = Dz  2 − 1

 J x   J y   J y   J x   J z 2 
exp  −i  exp  −i  − exp  −i  exp  −i  = exp  −i  −1
         

  
2
J x 1  J x 
2
J y 1  J y 
1 − i −   +  1 − i −   + −
 2   2   
  
 J y 1  J y 
2
  J x 1  J x 
2

1 − i −   +  1 − i −   + 
 2   2   
  
 J z 1  J x 
2 2 2 
= 1 − i −   +  −1
 2  
 

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• Preservando somente termos até 2:
2 
  1 y  
2
J x 1  J x  J  J 
1 − i −   1 − i −  −
y
   
 2    2  
 J y 1  J y   
2
J x 1  J x   
2
J z 2 
1 − i −    1 − i −    = 1 − i  −1
 2    2 
   
  
2 2
J x J y J y J x 1  J x  1  J y  1  J y  1  J x 
2 2

−i −i +i +i −   −   +   +  
2  2   2   2  
2 J z 2
− 2 ( J x J y − J y J x ) = −i

2 J z 2
− 2
 J x ,J y  = −i   J x ,J y  = i J z

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• Repetindo as mesmas contas para outros
pares de rotações infinitesimais podemos
obter:
 J i ,J j  = i ijk J k
• Que é conhecida como as relações principais
de comutação do momento angular.
• Note que:
– O momento angular J foi definido não como xp
mas como gerador de rotação na Mec Quântica.
– A componente de J , Jk, é o gerador de rotação
em torno do eixo k.
– Diferentemente do momento linear p que era o
gerador das translações, as componentes de J
não comutam.
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III.2 – Sistema de Spin ½ de novo ...

• Nos capítulos anteriores ...


Sx =
2
( + − + − + )
Sy = (− + − + − + )
i
2
Sz =
2
( + + − − − )
• Foi demonstrado em um dos exercícios do
capítulo que as componentes do Spin num
sistema de spin ½ satisfazem as relações de
comutação do momento angular (com S →J):
 Si ,S j  = i ijk Sk
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• Consideremos uma rotação de um ângulo
 em torno do eixo z, em sistema de spin 1/2.
• O estado do sistema vai modificar de
forma que:
 Sz 
 = Dz (  )  = exp  −i 
 
R

• Para mostrar que realmente o estado do


sistema é rotacionado em torno do eixo z,
vamos calcular Sx e Sy.

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Sx =  Sx  =  Dz† (  ) S x Dz (  ) 
• Sx:
R R R
 Sz    Sz  
i   −i 
Sx R
= e  
Sxe  

 Sz    Sz    Sz    Sz  
Sx =
2
( + − + − + )
 −i  −i
(+ − + − + )e
i   i  
e  
Sxe  
= e    
=
2
  Sz  
i 
 Sz  
 −i 
 Sz  
i   −i 
 Sz  

= e 
+ −e  
+ e  
− +e  

2  
  i 2   
i 2 
 
 −i 2   −i 2  
 
 Sz    Sz  
= e  
+ −e  
+ e  
− + e   i   −i 
   
2   e Sxe
=  e( ) + − + e( ) − + 
i − i

2  = S x cos − S y sen
= ( cos + isen ) + − + ( cos − isen ) − + 
2
Sy =
i
(− + − + − + )
= cos ( + − + − + ) + isen ( + − − − + )  2
2 

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• Então: Sx R
= R
 Sx  R
=  Dz† (  ) S x Dz (  ) 
Sx R
=  ( S x cos − S y sen ) 
Sx R
= S x cos − S y sen
• Repetindo para o Sy (exercício):
Sy = S y cos + S x sen
R

• Para Sz (exercício):


Sz R
= Sz
• Estas 3 relações mostram que realmente
o operador Dz() ´roda´ os valores
esperados para as componentes de S de
um ângulo  em torno do eixo z.

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• Mas e o estado do sistema como um todo?
• Ou, o que acontece com um estado |
qquer? S  
 −i
z

 R
=e  
 e  = + + + − −
 Sz 
 −i 
 R
=e  

 Sz   S z 
 −i   −i 
 R
=e  
+ + + e  
− −
   
 −i 2  i 2 
 R
=e  
+ + + e  
− −
• Se consideramos uma rotação de 2:
 Rz ( 2 )
=− + +  + − − − 
 Rz ( 2 )
=− 

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• Ou seja, uma rotação de 2 muda o sinal
do estado do sistema!
• Precisaremos de uma rotação de 4 para
que o sistema volte ao estado inicial!
• Note que o sinal negativo é indiferente nos
valores esperados de qquer grandeza
porque ele some no produto |?|

• Será possível medir esta diferença de um


sinal negativo na função de onda?

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• Antes de responder esta pergunta vamos
explorar um pouco mais o efeito das
rotações no sistema de spin ½.
• Relembrando do exemplo da precessão
do Spin na presença de um campo
magnético constante na direção z:
– A Hamiltoniana do problema é:
 eB  eB
H = −  Sz =  Sz =
 me c  me c

– O operador evolução temporal é então:


 Ht   S zt 
U ( t,0 ) = exp  −i  = exp  −i 
   
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• Comparando o op evolução temporal e o op
de rotação em torno do eixo z:
 Sz   S z t 
Dz (  ) = exp  −i  U ( t,0 ) = exp  −i 
   
• Vemos que o operador evolução temporal
nada mais é do que um operador rotação em
torno do eixo z com =t !
• Então não é surpresa que o efeito do campo
magnético sobre os spins seja de produzir
precessão.
• Podemos então fazer a seguinte associação:
Sx = S x cos − S y sen Sx = Sx cost − S y sent
R t t =0 t =0

Sy = S y cos + S x sen Sy = Sy cost + S x sent


R t t =0 t =0

Sz = Sz Sz = Sz
R t t =0
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• Então o spin do sistema retorna ao seu
valor esperado inicial após um período
precessão=2/.
• No entanto, o ket estado do sistema,
´roda´ de forma que:
 t   t 
 −i 2  i 2 
 t =e  
+ + 0
+ e  
− − 0

• E o estado só retorna a sua configuração


inicial após um período estado=4/!

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Interferômetro de nêutrons para medir a rotação
do estado
• Feixe monoenergético de nêutrons é dividido em dois
que seguem caminhos diferentes de mesmo
comprimento.
• Um deles passa por uma pequena região com campo
magnético constante (cujo módulo do campo pode ser
variado!).
• Os dois feixes são então re-combinados na região de
interferência.
H. Rauch, A. Zeilinger, G. Badurek, A.
S. A. Werner, R. Colella, A. W. Overhauser Wilfing, W. Bauspiess and U. Bonse;
and C. F. Eagen; Phys. Rev. Lett. 35, 1053 Physics Letters A, 54, 425-427 (1975);
- 1055 (1975). Observation of the Phase Verification of coherent spinor rotation
Shift of a Neutron Due to Precession in of fermions
a Magnetic Field. Abstract: The perfect crystal neutron
Abstract: We have directly observed the interferometer was used to test the spinor
sign reversal of the wave function of a rotation of spin-1/2-systems. Coherently
fermion produced by its precession of 2π splitted unpolarized slow neutrons
radians in a magnetic field using a neutron exposed partially to a variable magnetic
interferometer. field show interference oscillations which
2021-1 are
MEGV – TQI–Capitulo III consistent
- NPGFI with the predicted 4π-value.
26
A região com campo B tem
tamanho .
Então o tempo T que o feixe de
 neutrons passa dentro do
campo é dado por:

T= e pn = mn vn =
Para os nêutrons que seguem o caminho B, vn
haverá uma diferença de fase dada por: mn
 T 
T =
 −i 2  gn e B
e  
, com:  =
mn c gn e B mn gn e
T = = B
mn c c
Para um determinado valor de campo a Então a variação de campo que
diferença de fase é fixa. Mas se variarmos o provoca está mudança é dada por:
campo, a diferença de fase vai mudar e se as
gn e
previsões forem corretas, deveremos ter um T = 4 = B
ciclo de interferência destrutiva em seguida c
interferência construtiva qdo o produto T 4 c
variar de 4 B =
gn e

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 27


S. A. Werner, R. Colella, A. W. Overhauser
and C. F. Eagen; Phys. Rev. Lett. 35, 1053
- 1055 (1975). Observation of the Phase
Shift of a Neutron Due to Precession in
a Magnetic Field.

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 28


Matrizes de Pauli
• No Capítulo 1 obtivemos para o sistema
de spin ½, as matrizes que representam
os autoestados com Sz=/2:
1
.
+ =    + .
0 + = (1 0 ) =  +†

. 0 .

− =    − − = ( 0 1) =  −†
1
• Para um estado qualquer |:
 +  .
 = + +  + − −  = 
 − 
 =(  +  − ) = †
.

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 29


• A matriz  é chamada de matriz dos
spinores e vale a relação:
+𝛼 𝑐+ 1 0
𝜒= = 𝑐 = 𝑐+ + 𝑐− = 𝑐+ 𝜒+ + 𝑐− 𝜒−
−𝛼 − 0 1
• Usando agora a forma dos operadores Sx,
Sy e Sz podemos deduzir os seus
elementos de matriz:
Sx =
2
( + − + − + )
Sy = (− + − + − + )
i
2
Sz =
2
( + + − − − )
2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 30
• Matriz que representa Sx:
Sx =
2
( + − + − + )
0 1
.
Sx =  
+ Sx + = 0 + Sx − = 2 1 0
2
− Sx + = − Sx − = 0
2
• Matriz que representa Sy:
.  0 −i 
Sy = (− + − + − + )
i Sy =  
2 2i 0 

• Matriz que representa Sz:


1 0 
.
Sz =  
Sz =
2
( + + − − − ) 2  0 −1
2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 31
• As três componentes podem ser racionalizadas da
seguinte forma: .
Si =  i
2
0 1  0 −i  1 0 
x =  y =  z = 
 1 0   i 0   0 −1 
• Estas matrizes i são as chamadas matrizes de
Pauli, propostas por Pauli em 1926.
• As matrizes i tem as seguintes propriedades:
 i2 = 1
 i j +  j i = 0 (i  j )
  ,  = 2
i j ij

 i ,  j  = 2i ijk k


 i† =  i
det ( i ) = −1 Tr ( i ) = 0
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• Exercício:
– Dado um vetor a:
• Calcular: 𝛔 = 𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
σ.a
• Provar :

( σ.a )( σ.b ) = a.b + iσ. (a  b )


• Provar:

( σ.a )
2 2
=a
2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 33
• Vamos considerar agora uma rotação
qquer no sistema de spin ½, na
representação da base de Sz:
 S.n  .  σ.n 
D ( n,  ) = exp  −i   = exp  −i 
   2 
• Usando:
• Obtemos:

.
 σ.n   
D ( n,  ) = exp  −i   = 1cos − iσ.n sen
 2  2 2
2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 34
• Escrevendo explicitamente a matriz que representa o
operador de rotação:

• Então, da mesma forma que o operador D(n,) atua


no ket | transformando-o, a matriz do operador
transforma o spinor  que representa o estado:
 S.n 
 R = D ( n,  )  = exp  −i  
 

 .n   .n   +  
 R =exp  −i    = exp  −i  
 2   2  −  

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 35


• Mostramos que sob rotação de 2 o ket
estado | transforma-se em -|.
• O equivalente tem que acontecer na
nossa representação matricial 2x2:


𝛔. 𝐧 𝜙 𝜙
exp −𝑖 𝜙 อ ෝsen อ
= 𝟏cos − 𝑖𝛔. 𝐧 = −𝟏
2 2 2
𝜙=2𝜋 𝜙=2𝜋

 .n 
 R = exp  −i   = −
 2  = 2 

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 36


• Para aplicar estes conceitos, vamos obter os
autovetor do operador 𝑺. 𝒏ෝ (componente do Spin
numa direção qquer do espaço definido pelo
ෝ !) com autovalor /2.
versor 𝒏
• Ou seja, queremos resolver a seguinte equação
de autovalores:
ˆ + =
S.nˆ S.n, ˆ +
S.n,
2
• Que corresponde a seguinte equação matricial:
.nˆ  = 1
• Este problema já foi resolvido na lista de
exercícios, mas vamos deduzir a solução de
forma alternativa...

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 37


• Comecemos imaginando que podemos
obter o estado  a partir do + por rotações
convenientes.
– Suponha que a direção 𝒏 ෝ seja representada na
figura pela seta vermelha.
– Podemos então obter o
estado  rotacionando o
estado + de um ângulo

𝒏
 em torno do eixo y e
depois rodando de um
ângulo  em torno de z.

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 38


• Podemos então aplicar esta seqüência de
rotações em + e obter :
 3    2   3    2   1 
 = exp  −i  exp  −i   + = exp  −i  exp  −i 0
 2   2   2   2  

.
 σ.n   
D ( n,  ) = exp  −i   = 1cos − iσ.n sen
 2  2 2

2021-1 MEGV – TQI–Capitulo III - NPGFI 39


III.4- Operador Densidade e Ensemble Puro
e Misturado
• O formalismo da Mec Quântica só faz sentido se
encararmos as previsões como comportamentos
médios sobre uma coleção (ensemble) de sistema
idênticos todos preparados no estado |.
• Voltando ao nosso exemplo do sistema de spin ½
e o arranjo de S.-G.:
– O spin dos átomos que saem do forno devem ter uma
orientação qquer do spin.
– Até agora, o estado mais geral que podemos
escrever no caso do sistema de spin ½ é:
 = c+ + + c− −

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 40


• Mas este estado `geral´ na verdade
representa um estado com spin bem definido
ෝ no espaço.
na direção de um certo vetor 𝒏
• Como? Basta comparar expressões:
 = c+ + + c− − ˆ + =
S.nˆ S.n, ˆ +
S.n,
2

 c+ 
.
 = 
. 
ˆ + = = 
2 ( )
 cos  e − i  2 


( )
S.n,
 sin  e 2 

 c− 
i

 2 

c+
=
2 ( )
cos 
2 2
c+ + c− = 1
( )
e
Soluções: c− sin  ei
2
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 41
• Então o estado | pode representar um
estado com um valor muito bem definido
do Spin na direção 𝒏 ෝ , ou seja, valor bem
definido de polarização.
Casos particulares:
𝜋
𝛼 =0𝑒𝛽 =
2
1 1
Sx ; + = + + −
2 2
1 i
Sy ; + = + + −

( )
2 2
cos 
𝜋 c+ 2 2 2
= c+ + c− = 1
( )
e
𝛼=𝛽= c− sin  ei
2 2

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 42


• Claramente o estado ´geral´ | não atende a
exigência para descrever o feixe de átomos de prata
que emergem do forno
– Os átomos não tem motivo para ter uma determinada
polarização, ou orientação dos spins!
• A melhor descrição para o feixe de átomos que sai do
forno é o que chamamos de um ensemble
completamente aleatório ou totalmente não
polarizado.
• Em contraste com o feixe de átomos que emerge de
um dos arranjos de SG que é um emsemble puro ou
totalmente polarizado.
• Introduziremos agora o formalismo para descrever
estes conceitos através da noção de população e do
operador densidade.
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 43
• Definição:
– Um ensemble puro é caracterizado por um
único estado |. Em outras palavras, num
emsemble puro, a população w dos estados é
100% de estado |.
– Um ensemble misto (ou misturado), teremos
a população w1 para o estado |(1), w2, para o
estado |(2), etc.
• Obviamente, a soma das populações deve
dar 100% ou seja:
wi
i =1

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 44


• Os estados |(1), |(2), etc. não precisam
ser e geralmente não são ortogonais.
• Podemos ter, por exemplo, um ensemble
formado por 30% de estado |Sz;+, 20%
de |Sx;+; 40% de |Sy;- e 10% de |Sz;-.
• Suponha agora que tenhamos este
ensemble e que efetuemos medidas de
uma grandeza física A. Qual deve ser a
média dos valores medidos?
 A =  wi  (i )
A (i )

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 45


• Suponha agora que os estados |(1), |(2),
etc. sejam escritos na base formada pelos
autovetores de A:
 ( i ) =  a a  ( i )
a

• O valor médio de A então no ensemble será:


   i
A = w  (i )
A  (i )

   (i ) 
 A  =  wi    a a  A   a a  
(i )

i  a   a 
 A  =  wi a
2
a  (i )

i a

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 46


 A  =  wi a
2
a  (i )

i a

• Note que a expressão combina duas


probabilidades diferentes:
– A probabilidade de medir um determinado autovalor
de A em cada um dos estados |(1), |(2), etc, dado
pelo termo |...|2; e
– A população de cada um dos estados, que é a
probabilidade de encontrar um dos estados |(1),
|(2), etc, no estado misto.
• As duas probabilidades combinadas e
multiplicadas por cada possível valor 𝑎’ da
grandeza A, compõe a média de A no ensemble!

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 47


• Podemos re-escrever esta expressão de
forma mais geral, considerando que a
base escolhida para escrever os estados
|(1), |(2), etc é formada pelos
autovetores de um operador B, {|b’}.
   (i ) 
 A  =  wi    b b  A   b b  
(i )

i  b   b 
   i
A = w  (i )
b b A b b  (i )

i b b

 
 A  =    wi b   b  b A b
(i ) (i )

b b  i 
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 48
 
 A  =     wi b   b  b A b
(i ) (i )

b b  i 
• É importante notar que o número de
termos nas somas são diferentes:
– As somas em b’ e b” tem a dimensionalidade
do espaço vetorial
– A soma em i depende do número de estados
que compõe o ensemble.
• Baseado nesta expressão, podemos
definir o operador densidade:
 =  wi  (i )
 (i )

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 49


• Os elementos de matriz deste operador na
base {|b’} são:
b  b =  wi b ( i ) ( i ) b
i
• Então o valor médio da grandeza A no
ensemble fica:
 A  =  b  b b A b
b b

• Usando as propriedades de matrizes, vemos


que:
 A  = tr ( A )
• O operador densidade contém toda
informação que podemos extrair do
ensemble misto.
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 50
• O operador densidade tem 2 propriedades
importantes:
– Ele é hermiteano (consequência direta da
definição!)
 =  wi ( i ) ( i )
i

– Ele satisfaz a seguinte condição de


normalização:
 (i ) 
tr =  b   wi  (i )
  b =  wi b ( i ) ( i ) b
b  i  b i

tr =  wi  b b  =  wi   = 1
(i )
  (i ) (i ) (i )

i b i

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 51


• Num ensemble puro, todos os wi são
nulos exceto qdo i=n que wn =1.
• O operador densidade neste caso se
reduz a:
 =  wi (i ) (i )
 (n) (n)
→ =  
i

• O op. densidade para um ensemble puro


apresenta a propriedade 2=, que segue
imediatamente da expressão acima!
• Teremos então para um ensemble puro:
tr(2)=1.
• Podemos escrever também: (-1)=0.

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 52


• Conhecendo o operador densidade,
podemos calcular a matriz densidade.
• Usando a base {|b’}, podemos escrever:
( i ) ( i ) =  b b ( i ) ( i ) b b
b b

• lembrando na definição da matriz de um


operador (lá do capítulo I ...) :
X =  a a X a a
a  a
• Então:
(i ) 
( )bb =  b  (i )
 (i )
b =  b  (i )
b 
i i
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 53
• Exemplos 1 a 4 pg 179-182:

 =  wi ( i ) ( i )

𝝆 = ȁ+ۧ‫ۦ‬+ȁ
i

1 1 0
𝝆 =ሶ 1 0 =
0 0 0

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 54


 =  wi ( i ) ( i )
𝝆 = ȁ𝑆𝑥 ; ±ۧ‫ ; 𝑥𝑆ۦ‬±ȁ i

1 1
𝝆= ȁ+ۧ ± ȁ−ۧ ‫ۦ‬+ȁ ± ‫ۦ‬−ȁ
2 2
1 1 0 1
𝝆 =ሶ ± 1 0 ± 0 1
2 0 1 2

1ൗ ± 1ൗ2
𝝆 =ሶ 2
± 1ൗ2 1ൗ
2
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 55
1 1
𝝆 = ห+ۧ‫ۦ‬+ȁ + ȁ−ۧ‫ۦ‬−ȁ
2 2 Exercício: Refazer
0 para o caso de 𝑆𝑥 e
=ሶ 0 1 de 𝑆𝑦 . Mostrar que
1
obtemos a mesma
1Τ 0
1 1 0 1 0 0 matriz.
𝝆 =ሶ + = 2 1Τ
2 0 0 2 0 1 0 2

Feixe não polarizado? Vamos calcular 𝑆𝑧 . 𝑆𝑧 = 𝑡𝑟 𝜌𝑆𝑧


1 0 ℏ 1 0
𝑆𝑧 = 𝑡𝑟 1ൗ2 ൗ2 =0
0 1 0 −1
𝑺 =0
𝑆𝑥 = 𝑆𝑦 = 0 Exercício

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 56


3 1
𝝆 = ห+ۧ‫ۦ‬+ȁ + ȁ𝑆𝑥 ; +ۧ‫ ; 𝑥𝑆ۦ‬+ȁ
4 4
1Τ 1Τ 7Τ 1Τ
3 1 0 1 2 2 8 8
𝝆 =ሶ + 1Τ 1Τ = 1Τ 1Τ
4 0 0 4 2 2 8 8

Vamos calcular novamente 𝑆𝑧 . 𝑆𝑧 = 𝑡𝑟 𝜌𝑆𝑧

7ൗ 1ൗ 7ൗ − 1ൗ8
𝑆𝑧 = 𝑡𝑟 8 8 ℏൗ 1 0 = ℏൗ2 𝑡𝑟 8 = 3ℏൗ8
1ൗ 1ൗ 2 0 −1 1ൗ − 1ൗ8
8 8 8

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 57


𝑆𝑥 =?
7ൗ 1ൗ 1ൗ 7ൗ
𝑆𝑥 = 𝑡𝑟 8 8 ℏൗ 0 1 = ℏൗ2 𝑡𝑟 8 8 = ℏൗ
1ൗ 1ൗ 2 1 0 1ൗ 1ൗ 8
8 8 8 8

𝑆𝑦 = 0 Exercício

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 58


III.5- Autovalores e autovetores do operador
momento angular
• Relembrando as relações de comutação do
momento angular:
 J i ,J j  = i ijk J k

• Definindo o operador: J = J
2
i
2

• Podemos mostrar que:  J 2 ,J j  = 0


• Então, como as componentes de J não comutam
entre si, somente uma delas pode ter autovetores
simultâneos com J2.
• Por convenção escolheremos a componente Jz.

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 59


• Queremos resolver as equações de
autovalores:
J a, b = a a, b
2
J z a, b = b a, b

• Definindo os operadores ´escadas´ (ladder


operators) J:
J  = J x  iJ y
• Podemos provar as seguintes relações de
comutação (exercício):
 J 2 ,J   = 0  J z , J  =  J J+ , J−  = 2 Jz

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 60


• Qual o significado Físico de J?
• Vamos calcular a ação de J no autovetor simultâneo
|a,b.  J z , J  =  J
J z J  a , b = ( J z ,J   + J  J z ) a , b  J+ , J−  = 2 Jz

=  J  a , b + bJ  a , b

J z ( J  a, b ) = ( b  )( J a, b )
• Isto significa que o vetor 𝐽ȁ𝑎, 𝑏 também é autovetor
de Jz com autovalor acrescido/reduzido de .
• Situação similar aos operadores criação e aniquilação
no oscilador harmônico!

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 61


• Note, no entanto, que os operadores J não
alteram o autovalor de J2.
J J  a, b = J  J a, b
2 2
 J 2 ,J   = 0

J 2
(J  a, b ) = a ( J  a, b )
• Então o vetor 𝐽ȁ𝑎, 𝑏 também é autovetor
de J2 com o mesmo autovalor 𝑎 de ȁ𝑎, 𝑏.
• Os 2 resultados indicam que o estado
𝐽ȁ𝑎, 𝑏 não pode diferir do estado ȁ𝑎, 𝑏
por mais do que uma constante:
J  a, b = c a, ( b  )
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 62
• Podemos provar ainda que (exercício):
1
J − J = ( J+ J− + J− J+ )
2 2
z
2
• E levando em conta as seguintes
propriedades: J  = J x  iJ y

J− = J †
+ J+ = J †

J − a, b = J a, b ⎯⎯

+ → a, b J + = a, b J
Dual †

J + a, b = J a, b ⎯⎯

− → a, b J − = a, b J
Dual †
+

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 63


• Calculando os elementos de matriz de
𝐉 2 − J2𝑧 :
( 2 1
2
2
z )
a, b J − J a, b = a, b ( J + J − + J − J + ) a, b

( ) 1 1
a, b J − J z a, b = a, b J + J − a, b + a, b J − J + a, b
2 2

2 2
J  a, b = c a, ( b  )

(
a, b J − J 2 2
z ) 1 2 1 2
a , b = c− + c+  0
2 2
• Mas:
( )
a , b J 2 − J z2 a , b = a − b 2 a , b a , b  0( )
a −b  0 2
 ab 2

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 64


• O que significa que a ação do operador 𝐽+
em ȁ𝑎, 𝑏 não pode incrementar o
autovalor b indefinidamente.
• Então deve haver um bmax tal que:
J + a , bmax = 0
• Mas isso significa que: J − J + a , bmax = 0
• Mas (exercício!): J J = J 2 − J 2 − J
− + z z
• Substituindo: J J a, b =0
− + max

(J − J 2 2
z )
− J z a , bmax = 0

(a − b 2
max )
− bmax a , bmax = 0
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 65
(a − b2
max )
− bmax a, bmax = 0
• Como o estado ȁ𝑎, 𝑏𝑚𝑎𝑥 não pode ser
identicamente nulo, temos:
a −b 2
max − bmax = 0
a = bmax ( bmax + )
• Fazendo de forma similar, ou seja,
𝐽− ȁ𝑎, 𝑏𝑚𝑖𝑛 ۧ = 0, descobriremos que existe
um bmin tal que (exercício):
a = bmin ( bmin − )
• Comparando as duas expressões
teremos: bmin = −bmax  − bmax  b  bmax

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 66


• Aplicando sucessivamente 𝐽+ no estado
ȁ𝑎, 𝑏𝑚𝑖𝑛  , haverá um momento que
atingiremos ȁ𝑎, 𝑏𝑚𝑎𝑥 .
• Cada vez que aplicamos 𝐽+ no estado
incrementamos o valor de 𝑏 de uma
unidade de .
• O que significa que:
bmin =− bmax n
bmax = bmin + n n = 1, 2, 3, ⎯⎯⎯⎯→ bmax =
2
• Definindo: n
j=  bmax = j
2
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 67
• Mas:
a = bmax ( bmax + )  a= j (j + )= 2
j ( j + 1)

• Como bmax=j, e os demais valores de b são


obtidos subtraindo-se uma unidade de ,
definiremos b em termos de um número quântico
m de tal forma que:
bm , m = − j , − j + 1, − j + 2, , j − 2, j −1, j

• Para um dado j, teremos 2j+1 valores possíveis


para m.
– Se j, for um semi-inteiro, todos os m também serão.
– Se j, for um inteiro, todos os m também serão.

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 68


• Resumindo:
– Equação de autovetores / autovalores:
J 2 j , m = j ( j + 1) 2
j, m
J z j, m = m j, m
– Propriedades dos autovalores:
• j é um número inteiro ou um semi-inteiro.
• Para um dado j, teremos 2j+1 valores possíveis para m
variando de -j a j em passos de 1.
– As propriedades anteriores foram obtidas única e
exclusivamente das relações de comutação do
momento angular e portanto são universais para
toda grandeza física do tipo momento angular.

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 69


• Elementos de matriz (na base ȁ𝑗, 𝑚 ) dos
operadores associados ao momento angular:
j, m J 2 j , m = j ( j + 1) 2
j , m j , m = j ( j + 1) 2 jjmm
j, m J z j , m = m j , m j , m = m  jjmm
Matrizes diagonais !!!

j , m J  j , m = ?
Lembrando: J  j , m = cjm j , m  1
j , m J  j , m = cjm j , m j , m  1 = cjm  jjm1,m
Matrizes não diagonais, com elementos não nulos ou
imediatamente acima ou imediatamente abaixo da
diagonal principal!!!

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 70


• Cálculo das constantes c:
Usando : J − J + = J 2 − J z2 − J z e J − = J +†
J +† J + = J 2 − J z2 − J z
j , m J +† J + j , m = j , m J 2 − J z2 − J z ( ) j, m

( j , m J +† )( J + (
j , m ) = j ( j + 1) 2
− m2 2
−m 2
) j, m j, m
J  j , m = cjm j , m  1

c
+
jm 2
j , m + 1 j , m + 1 = j ( j + 1) 2
− m2 2
−m 2

c
+
jm 2
= j ( j + 1) 2
− m2 2
−m 2

• Adotaremos a convenção de que as constantes c+jm:


são reais e positivas.
c+jm = j ( j + 1) − m ( m + 1) = ( j − m)( j + m + 1)
2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 71
• Então: J + j , m = ( j − m )( j + m + 1) j, m + 1
e
j , m J + j , m = ( j − m )( j + m + 1) jjm+1,m

• Repetindo a conta para o J- (exercício):


J − j, m = ( j + m )( j − m + 1) j, m −1
e
j , m J − j , m = ( j + m )( j − m + 1) jjm−1,m

2021-1 MEGV – TQI – Capitulo III - NPGFI 72

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