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Conhecido nos Estados Unidos por suas aulas e pesquisas científicas, no Brasil é mais
popular por suas colunas de divulgação científica no jornal Folha de São Paulo. Escreveu oito
livros e publicou três coletâneas de artigos. Participou de programas de televisão dos Estados
Unidos, da Inglaterra e do Brasil, entre eles, Fantástico.
Marcelo recebeu o Prêmio Jabuti em 1998, pelo livro A Dança do Universo, e em 2002
por O Fim da Terra e do Céu. Em 2007, foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia.
Em março de 2019, tornou-se o primeiro latino-americano a ser contemplado com o Prêmio
Templeton, tido informalmente como o "Nobel da espiritualidade".
Marcelo é nascido em uma família judaica da cidade do Rio de Janeiro, e desde criança
gostava de tocar violão e jogar voleibol, modalidade esportiva em que foi campeão júnior
brasileiro aos quinze anos, ao lado de Bernardinho. Mesmo não se interessando por
matemática, desde cedo eram claros seu interesse e paixão pela natureza. Queria ser músico,
mas seu pai, Isaac, que era dentista, convenceu-o a mudar de ideia, pois, segundo ele, a
música seria uma escolha arriscada, tornando incerto seu futuro profissional.
Após cursar dois anos de Engenharia Química, Gleiser transferiu-se para o curso de
Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Bacharelou-se em 1981,
mesmo ano em que representou o voleibol brasileiro nos jogos Macabíadas em Israel,
conquistando a medalha de prata. No ano seguinte fez seu mestrado na Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e em 1986 obteve seu doutorado no King's College de Londres na
Universidade de Londres. Em 1988 obteve um pós-doutorado pela Fermilab e no mesmo ano
foi nomeado bolsista sênior de pós-doutorado no Instituto de Física Teórica da Universidade
da Califórnia. Em 1991 foi nomeado professor assistente de física e astronomia no Dartmouth
College em Hanover, New Hampshire.
Carreira
Em 1997, lançou no Brasil seu primeiro livro, A Dança do Universo, que trata da
questão da origem do Universo tanto sob o ponto de vista científico quanto religioso. O livro,
escrito para o público não-especializado tornou-se um marco da divulgação científica no Brasil.
Naquele ano também passou publicar aos domingos, artigos sobre ciência no jornal Folha de
São Paulo. A coluna foi publicada até 28 de outubro de 2018.
Em 1998 ganhou o Prêmio Jabuti por esse livro, prêmio que viria a repetir em 2002
pelo livro O fim da Terra e do Céu. Em 2005, lançou uma coletânea de suas colunas publicadas
na Folha de São Paulo de 1999 a 2004, intitulada Micro Macro, e em 2007, dando
prosseguimento à coleção, outra coletânea intitulada Micro Macro 2. A sua primeira obra
inspirou uma peça de teatro do grupo Arte e Ciência no Palco, que estreou no Festival de
Curitiba, e foi apresentada em vários teatros e festivais no Brasil e em Portugal.
Ciência e religião
Certamente recorrentes em seus trabalhos os debates entre as visões de mundo
religiosas e científicas, Marcelo Gleiser é, contudo, adepto declarado do naturalismo:
Também criticou o ateísmo por ser só outra forma de fé cega, pois não tem provas
para seu dogma da inexistência de Deus - ainda no programa Canal Livre.
Gleiser também se declara crítico das posturas perfeccionistas do universo, criticando
fortemente a busca da comunidade de físicos pela "teoria do tudo". Para Gleiser o Universo é
repleto de imperfeições, e nele não se pode identificar baseado em nossa tecnologia limitada,
uma lei única que reja toda a natureza, postura que o torna crítico direto dos físicos que a
buscam na tentativa de estabelecer qualquer "teoria final". Para Gleiser, tais cientistas
deveriam ter uma maior "autocrítica":
Vida pessoal
Marcelo Gleiser vive com a família no estado de Nova Hampshire, nos EUA. Além de
dar aulas na universidade, realiza palestras e também leciona em cruzeiros com "caçadores de
eclipses". Já viajou de Zanzibar a Madagáscar e pelo Mar Negro. Nessas viagens aproveita para
praticar mergulho.
Possui como hobby a pesca com isca artificial (fly fishing), que pratica na cidade onde
mora, Hanover. Lá, além da pesca, gosta de praticar alpinismo. Mantinha amizade com o
escritor norte-americano Oliver Sacks, a quem fazia visitas em Nova Iorque. Também é amigo
de Roald Hoffmann, ganhador do prêmio Nobel de Química de 1981. Roald já desfilou com
Gleiser pela escola de samba Unidos da Tijuca vestidos de Santos Dumont, no carnaval de
2004.
Livros
"Punctuated Chirality", with Joel Thorarinson and Sara I. Walker, Orig. Life Evol. Biosph.
38, 499-508 (2008).
"Gauged Fermionic Q-Balls," com T. S. Levi, Phys. Rev. D66 (2002) 087701.
"Anisotropic Stars: Exact Solutions," com Krsna Dev, Gen. Rel. Grav. 24 (2002) 1793.
"Bubbling the False Vacuum Away", com Barrett Rogers e Joel Thorarinson, Phys. Rev.
D 77, 023513 (2008).