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ESCOLA ESTADUAL ALBERTO DELPINO

2º REG 2 MANHÃ

MULHERES NA CIÊNCIA

BELO HORIZONTE
2023
2º REG 2 MANHÃ

MULHERES NA CIÊNCIA

Trabalho acadêmico apresentado como requisito


de nota parcial da Turma 2º Reg 2.

BELO HORIZONTE
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4
2 DESENVOLVIMENTO 5
2.1 DESENVOLVIMENTO 6
2.1.1 Desenvolvimento 9
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 7
REFERÊNCIAS 8
4

1 INTRODUÇÃO

O trabalho aborda os desafios e superações acadêmica e profissional de


mulheres na ciência. A produção dessa pesquisa com mulheres cientistas atuantes
em universidades públicas e numa instituição de pesquisa do Rio Grande do Sul
constitui o corpus de análise deste estudo.
Na análise, chamamos a atenção para o poder que atravessa as relações
sociais constituindo identidades e diferenças que geram preconceitos de gênero.
Nas narrativas, emergiu a negação do preconceito, o reconhecimento de
"brincadeiras" sexistas que não são percebidas como preconceito, e situações
explícitas de preconceito de gênero.
Outro aspecto evidenciado refere-se à necessidade de conciliar a profissão
com as responsabilidades familiares, que implicou jornadas parciais de trabalho, o
adiamento ou recusa da maternidade. No artigo, argumentamos que a trajetória das
mulheres na ciência foi e é construída em um ambiente baseado em valores e
padrões masculinos, que restringem, dificultam e direcionam a participação das
mulheres na ciência.
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2 DESENVOLVIMENTO

O feminismo contemporâneo contribuiu para transformar a posição das mulheres na


ciência, pois, nas últimas décadas, testemunhamos avanços significativos no que diz
respeito à inserção e à participação das mulheres no campo científico. Atualmente, é
possível perceber o número expressivo de mulheres em muitas universidades e
instituições de pesquisa. Contudo, verifica-se que essa participação vem ocorrendo
de modo dicotomizado, uma vez que as mulheres tendem a se concentrar em
determinadas áreas, tais como: Psicologia, Linguística, Nutrição, Serviço Social,
Fonoaudiologia, Economia Doméstica e Enfermagem, os chamados "guetos
femininos" (FELÍCIO, 2010). As mulheres empregam um papel muito importante no
mundo da ciência. Algumas mulheres que fizeram grandes mudanças nessa área
são:

1 CAROLINE HERSCHEL
Nascida na Alemanha, Caroline Herschel (1750-1848) foi assistente de seu irmão
William, que era astrônomo e ficou famoso por sua descoberta do planeta Urano.
Enquanto trabalhava com ele, ela descobriu novas nebulosas (nuvens de poeira
cósmica e gases encontradas no espaço entre estrelas) e aglomerados de estrelas.

Entre suas contribuições à ciência, Herschel foi a primeira mulher a descobrir um


cometa, a primeira mulher cujo trabalho foi publicado pela Royal Society, instituição
da Inglaterra destinada à promoção do conhecimento científico fundada no século
17, e a primeira britânica a ganhar um salário por trabalho científico, diz o Acnur.
Em 1783, ela descobriu três novas nebulosas e, entre 1786 e 1797, descobriu oito
cometas, segundo a Nasa.

2- ADA LOVELACE
Ada Lovelace, que viveu entre 1815 e 1852, é considerada a primeira
programadora de computadores da história e a pessoa responsável pelo que iniciou
o sistema informático que conhecemos hoje, diz a agência das Nações Unidas.

Especificamente, segundo o Acnur, Lovelace foi colega de trabalho de Charles


Babbage, matemático e cientista britânico inventor da máquina analítica, um aparato
capaz de realizar cálculos de adição. O aparelho tinha uma espécie de memória e
podia receber instruções através de códigos como qualquer computador.
Com base nas anotações de Babbage, Ada escreveu um algoritmo compatível para
que a máquina fosse capaz de calcular os Números de Bernoulli, uma equação
matemática útil até hoje para a programação moderna. Ele é considerado o primeiro
algoritmo destinado a ser processado por uma máquina. Em sua homenagem, o
Departamento de Defesa dos Estados Unidos nomeou uma linguagem de
programação "Ada".

3- MARIE CURIE
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Marie Curie (1867-1934) foi uma física e química polonesa pioneira no estudo da
radiação. Suas pesquisas a levaram a descobrir dois elementos radioativos: o rádio
e o polônio.

Segundo a ONU Mulheres, as contribuições de Curie lançaram as bases da ciência


nuclear moderna, desde os raios-X até a radioterapia para o tratamento do câncer.
Ela também fundou um instituto de pesquisa médica em Varsóvia, capital da Polônia,
e inventou unidades móveis de raios-X que ajudaram mais de um milhão de
soldados feridos na Primeira Guerra Mundial.

Por suas contribuições, ela recebeu dois prêmios Nobel e se tornou a primeira
mulher a receber este reconhecimento e a primeira pessoa a ganhar dois prêmios
Nobel em diferentes ciências (física, em 1903, e em química, em 1911).

4- LISE MEITNER
Lise Meitner era uma física sueca nascida na Áustria que viveu entre 1878 e 1968.
Junto com seu parceiro de pesquisa, Otto Hahn, ela trabalhou no estudo de
elementos radioativos.De acordo com a Acnur, Meitner cunhou o termo fissão
nuclear ao calcular a energia liberada no fenômeno, usado na produção de energia
nas usinas termonucleares. Apesar de sua contribuição, foi Hahn quem ganhou um
Prêmio Nobel por esta descoberta, enquanto Meitner não foi considerada pelo
comitê de premiação.

5- ROSALIND FRANKLIN
Desde bem jovem, Rosalind Franklin (1920-1958) sabia que queria seguir uma
carreira na ciência. Em 1945, começou sua carreira científica depois de conquistar o
doutorado em química pela Universidade de Cambridge (Reino Unido).

Sua pesquisa contribuiu para o entendimento do DNA. De acordo com o Acnur, ela
foi capaz de tirar uma fotografia por raios-x mostrando a dupla hélice das moléculas
de DNA pela primeira vez.

Outro pesquisador no mesmo laboratório, Maurice Wilkins, mostrou a imagem para


dois colegas e juntos publicaram a descoberta na revista Nature. Em 1962, esses
três pesquisadores receberam o Prêmio Nobel pela descoberta da dupla hélice do
DNA, mas Franklin tinha morrido quatro anos antes, vítima de um câncer de ovário".

6- ELIZABETH BLACKBURN
Esta cientista australiana, nascida em 1948, doutora em biologia molecular,
descobriu a telomerase, uma enzima que prolonga os telômeros, que são as
extremidades dos cromossomos e influenciam diretamente na longevidade das
células. Segundo a agência das Nações Unidas Acnur, sua pesquisa sobre a
telomerase contribuiu para o estudo de técnicas de tratamento do câncer. Por sua
descoberta, a australiana recebeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2009, com os
colegas Carol Greider e Jack Szostak, de acordo com o site do prêmio internacional.

7- FLORA DE PABLO
O Acnur também destaca o trabalho de Flora de Pablo, nascida em 1952, na
Espanha, médica e psicóloga especializada em biologia molecular. Segundo
descreve a Associação Espanhola de Mulheres Pesquisadoras e Tecnólogas (Amit),
7

uma organização que busca defender os interesses e a igualdade de direitos e


oportunidades das mulheres pesquisadoras e tecnólogas, a pesquisa de Flora se
concentra nos processos de proliferação, diferenciação, competição e morte celular.

Flora de Pablo combinou seu trabalho científico com a luta pelo reconhecimento do
trabalho das mulheres na ciência. Além de ser membro-fundador da Amit e sua
primeira presidente (entre 2001 e 2007), ela também é integrante da Comissão para
Mulheres na Ciência do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha
(CSIC) desde 2001.

8- MARGARITA SALAS
A cientista espanhola Margarita Salas (1938-2019) foi doutora em biologia e
concentrou suas pesquisas no campo da biologia molecular. Uma de suas principais
contribuições à ciência foi a descoberta da enzima DNA polimerase, que é
responsável pela replicação do DNA.
Devido a essas grandes mudanças e conquistas na área, no ano de 1975, a
Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou o dia 8 de março como o Dia
Internacional da Mulher para celebrar a luta histórica das mulheres pela igualdade
de gênero.

Mais de cem anos depois, mulheres ainda enfrentam assédio, violência,


desigualdade salarial, machismo e misoginia enraizados em toda a sociedade. O
mês de março é um símbolo de agradecimento às conquistas de antigamente, mas
também um lembrete de que há muito a se conquistar.

Na área da Ciência e Pesquisa, segundo dados publicados no site do Governo


Brasileiro, o número de mulheres com bolsas de iniciação científica, mestrado e
doutorado são superiores ao dos homens, mas elas representam apenas 33% do
total de bolsistas de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A discrepância não é exclusiva e, apesar de ser maior nas áreas de Ciências


Exatas, Engenharias e Computação – tendo em vista que os homens assinam 75%
dos artigos referentes a Computação e Matemática -, também afeta outras. Uma boa
notícia, entre as dificuldades enfrentadas, é a mudança no cenário da Academia
Brasileira de Ciências que, em 2020, era composta por apenas 14% de mulheres
cientistas. Neste ano de 2022, pela primeira vez, as mulheres são maioria: de 13
membros, 8 são do sexo feminino.

Para a professora da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana


Mackenzie (UPM), e pesquisadora do MackGraphe, Cecília de Carvalho Castro
Silva, a luta contra a sub-representação das mulheres na Ciência baseia-se na
construção de uma ampla frente de ações, mas não só liderada pelas mulheres.“A
implementação de políticas públicas para apoiar igualmente mulheres cientistas nas
universidades e institutos de pesquisa é muito importante”, defende, além de
destacar o papel da comunidade científica em discutir essa realidade e propor ações
que possam ser implementadas no local de trabalho. Como cientista
latino-americana, acredito que devemos buscar uma mudança de mentalidade de
nossas sociedades e ter uma educação de qualidade acessível a todos. A educação
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é a base para alcançar a igualdade na sociedade. Além disso, a família tem um


papel muito importante, apoiando meninas e mulheres na Ciência, para que elas
consigam se desenvolver plenamente como cientistas”, diz a professora da EE.

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Aplicações


Geoespaciais da UPM, professora Adriana Valio, também aponta a disparidade no
setor. É imprescindível uma maior representatividade nas Ciências, não só de
mulheres, mas de todas as minorias. A diversidade, um olhar diferente, só tem a
contribuir para a solução de problemas”, afirma ela, que também colocou enfoque na
sub-representação das mulheres na Ciência, principalmente em cargos de gestão e
tomada de decisão.

Maria Helena de Moura Neves, professora do Centro de Comunicação e Letras


(CCL) da UPM e vencedora do Prêmio Ester Sabino 2022 na categoria Pesquisador
Sênior, defende que o caminho para maior representatividade de um indivíduo ou de
um grupo de indivíduos é a educação e, então, a ação tem de se centrar nesse
campo. “E, se está entendido que a cada mulher cabe uma ‘luta’ nesse sentido,
também se terá de demonstrar quais os impedimentos a ser removidos, que com
certeza existirão, mas a tarefa de bani-los não pode ser dela”, explica. A professora
do CCL deu um exemplo básico, mas didático: apesar de cada vez ter mais homens
responsáveis pelo churrasco e limpeza da pia e menos pessoas ousem dizer “lugar
de mulher é na cozinha”, ainda existe a ideia de que a responsabilidade central pelo
funcionamento (satisfatório ou não) da casa e da família é da mulher.

Se a casa onde se fez o tal churrasco ficou ‘bagunçada’, com certeza se entende
que o que faltou foi a mulher pôr ordem nas coisas. Assim, a cobrança de tal ‘luta’
feita à mulher vai continuar sendo sempre — e paradoxalmente — mais uma ‘carga’
que se joga sobre ela, representando um recadinho como este: oi, mulher, além de
toda a ‘carga’ que você já tem por ser mulher, assuma mais essa de ‘lutar’ por
‘representatividade’ no seu território de formação e atuação”, aponta Maria Helena.
No início da década de 80, nos Estados Unidos, começam os primeiros estudos
em relação ao que seria mais tarde chamado de estudos de gênero, as conclusões a
respeito
da falta de atuação da mulher no meio científico evoluíram rapidamente durante
esse
período e abriram caminho para estudos mais aprofundados e para as mudanças
conquistadas atualmente (LOPES,1998).
Hubbard (2003) afirma que outras mulheres, além Franklin têm estado na
vanguarda da genética e da biologia molecular, porém as notícias acerca das
mulheres
cientistas acabam por ilustrar e refletir as questões de gênero da nossa cultura.
Contudo,
o autor destaca que isso não significa que ser mulher ou homem seja irrelevante
para o
modo de fazer ciência, uma vez que nossas experiências – que são culturalmente
construídas – afetam nossos interesses e as formas de pensar a respeito deles.
Mas, o fato de um indivíduo ter “ovários ou testículos não afeta diretamente a ciência
que fazemos e
como a fazemos” (Hubbard, 2003, p.799, tradução nossa).
No Brasil também existem cientistas que se destacam, pela sua importante
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atuação na ciência, como por exemplo Mayana Zatz, cientista bem reconhecida na
genética. Mayana possui um papel importante na defesa das pesquisas de
células-tronco
no Brasil e se envolveu na defesa da pesquisa de utilização de células embrionárias,
conscientizando os políticos da importância da pesquisa nesta área e assim ajudou
na
aprovação da lei de biossegurança, onde é permitido fazer pesquisas com embriões
Adquiridos por fertilização in vitro e congelados há mais de três anos, ela ainda
afirma em uma entrevista: "A terapia com células-tronco pode ser considerada como
o futuro da medicina regenerativa. Entre as áreas mais promissoras, está o
tratamento para diabetes,
doenças neuromusculares, como as distrofias musculares progressivas e a
doença de Parkinson. Com as células-tronco, também se poderá promover a
regeneração de tecidos lesionados por causas não hereditárias, como acidentes,
ou pelo câncer. O tratamento do diabetes é muito promissor porque depende
da regeneração específica de células que produzem insulina, o que é mais fácil
do que regenerar por completo um órgão complexo. As células-tronco vão
permitir que as pessoas vivam muito mais e de forma saudável (ZATZ, 2008,
grifos nossos).
Mesmo com toda a modificação no papel da mulher, com a crescente
representatividade, a ciência ainda é considerada masculinizada, como ressalta
Attico
Chassot (2004) no título de um de seus artigos “A ciência é masculina? É, sim
senhora!...”. Para Chassot (2004), um dos motivos pelo qual a ciência foi e é
majoritariamente masculina está relacionado ao pensamento religioso. As atuações
misóginas das religiões e doutrinas do passado influenciaram o pensamento
científico,
entre elas: a grega com concepções de fecundação e fertilidade de Aristóteles; o
judaísmo
com a criação de Adão e Eva; o cristianismo com ideias radicais dos santos como
santo
Agostinho e santo Isidoro.
Chassot (2004) indica que ainda existe uma dedicação menor na ciência pelas
mulheres devido a visão da sociedade de que se uma mulher se destaca em
matemática, é
por ser esforçada, mas se um menino se destaca em matemática é por ser
inteligente, o
que naturaliza condições distintas de acesso e motivação para a aprendizagem.
Assim, as
jovens ao finalizar o ensino médio continuam, prioritariamente, prestando vestibular
para
áreas consideradas femininas, tais como ciências sociais e humanas, reforçando a
“persistência de estereótipos sexuais na educação, ao lado da pressão da sociedade
patriarcal ainda existente no Brasil” (TABAK, 2002, p. 183).
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa bibliográfica possibilitou apresentar diversos desafios e
superações que as mulheres tiveram que superar na sua caminhada histórica para
poderem se destacar como cientistas.
Tanto o estereótipo de cientista imposto pela sociedade, quanto a forma que
ensinam sobre os cientistas para os alunos, deve ser atualizado, para que as
crianças desenvolvam novos conceitos sobre o que é ser cientista e rompam este
paradigma que a ciência é masculina.
Apesar dos dados referente às mulheres na pós-graduação e na docência
serem escassos, nota-se um aumento considerável das mulheres nas universidades,
como estudantes e também como professoras.
Esses dados ainda apontam que muitas mulheres não conseguem chegar a
cargos de chefia, o que demonstra que ainda há desigualdades.Espera-se que esse
trabalho possa ter demonstrado a luta e a persistência das mulheres para serem
reconhecidas na sociedade e na ciência, e que em um futuro próximo a equidade de
gênero permita a mulher ter o mesmo “valor” que o homem em qualquer função que
desempenhar.
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REFERÊNCIAS

CABECEIRA, Ana Clara da Silva. A vida de Hipátia de Alexandria: representações


de
gênero na antiguidade tardia. 2014, 43p. Monografia – Universidade de Brasília,
Brasília, 2014.

CHASSOT, A. A ciência é masculina? É, sim senhora! Contexto e Educação, v. 19,


n.
71/72, p. 9-28, jan. 2004.

https://diariodocomercio.com.br/dia-internacional-da-mulher/luta-historica-desafios-d
as-mulheres-na-ciencia-e-pesquisa/

TOREJANI, Azuen Tsuyako do Carmo; BATISTA, Irinéa de Lourdes. O que acontece


dentro dos muros da escola? As relações de gênero: professores x alunos x seus
pares no
contexto escolar atual. In: I Simpósio sobre Estudos de Gênero e Políticas Públicas,
2010,Londrina/PR; JESUS, Adriana de (Org.). Anais... Londrina, 2010.

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