Você está na página 1de 4

INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PONCHE VERDE

SAMIRA OLIVEIRA JUNG

AS MULHERES NA CIÊNCIA

Piratini, RS
2023
As mulheres na ciência
Durante muito tempo, a presença feminina foi rejeitada em ambientes que pregam a
racionalidade e praticam as ciências. Tudo isso motivado pela crença de que o
gênero feminino é mais delicado e pertence a ambientes de assuntos domésticos.
Isso, entretanto, não impediu que muitas mulheres lutassem contra essas crenças e
garantissem seus lugares dentro das ciências, da tecnologia e da engenharia.

A mais famosa das pesquisadoras da antiguidade é Hipátia de Alexandria, que


estudava astronomia e matemática e ficou conhecida por inventar o densímetro,
instrumento que permite medir a densidade de líquidos.

Desde os tempos mais remotos, diversas outras pesquisadoras e inventoras da área


de exatas surgiram e se destacaram. Vou citar duas de cada período da história e no
final duas mulheres brasileiras que também contribuíram para o progresso da
ciência e outras áreas.

História antiga: c.150 a.C. Aglaonice tornou-se a primeira astrônoma feminina a ser
registrada na Grécia Antiga e em 300–350 d.C.: a matemática grega Pandrosion
desenvolve uma aproximação numérica para as raízes dos cubos.

Idade Média: Dobrodeia de Quieve, foi a primeira mulher a escrever um tratado


sobre medicina e no século XII Hildegarda de Bingen foi uma fundadora da história
natural científica na Alemanha.

Século XVI: Em 1572 a cientista dinamarquesa Sophia Brahe ajudou seu irmão
Tycho Brahe com suas observações astronômicas e em 1590 após a morte do
marido, Caterina Vitale assumiu o cargo de farmacêutica-chefe da Ordem de São
João, tornando-se a primeira mulher química e farmacêutica em Malta.

Século XVII: Em 1656 a química e alquimista francesa Marie Meurdrac publicou


seu livro La Chymie Charitable et Facile, em Faveur des Dames (Química útil e fácil,
para o benefício das mulheres) e em 1693 - 1698 a astrônoma e ilustradora alemã
Maria Clara Eimmart criou mais de 350 desenhos detalhados das fases da lua.

Século XVIII: Em 1740 a polímata francesa Émilie du Châtelet publicou Institutions


de Physique (Fundamentos da Física), fornecendo uma base metafísica para a física
newtoniana e em 1797 a escritora científica inglesa e professora Margaret Bryan
publicou "A Compendious System of Astronomy".

Século XIX: Em 1832 a bióloga marinha francesa Jeanne Villepreux-Power inventou


o primeiro aquário de vidro, usando-o para auxiliar em suas observações científicas
do Argonauta argo e em 1892 a psicóloga estadunidense Christine Ladd-Franklin
apresentou a sua teoria evolucionária sobre o desenvolvimento da visão em cores
para o Congresso Internacional de Psicologia. Sua teoria foi a primeira a enfatizar a
visão em cores como um traço evolutivo e em 1894 a astrônoma Margaretta Palmer
tornou-se a primeira mulher a conseguir um doutorado em astronomia.

Século XX: Em 1939 a física francesa Marguerite Perey descobriu o francium e em


1970 a astrônoma Vera Rubin publicou a primeira evidência de matéria escura.

As mulheres brasileiras também tiveram grande participação nas ciências. Por


exemplo, Thelma Krug, uma matemática, professora e pesquisadora brasileira com
atuação na área de mudanças climáticas. Ela é pesquisadora aposentada do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e vice-presidente do IPCC (sigla em
inglês para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), uma
organização criada pela ONU, desde 2015. Sonia Guimarães também foi uma
mulher brasileira com grande impacto na ciência, ela foi a primeira mulher negra
doutora em física e professora do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Sonia
também é ativista na luta contra o racismo e a discriminação de gênero.

Há muito mais mulheres que contribuíram de alguma forma na ciência, essas são
apenas algumas delas. Embora esteja em crescimento, o número de mulheres na
ciência ainda não é considerável. Devemos nos empenhar firmemente para atuar no
processo de desconstrução de uma cultura que trata meninas e meninos de forma
diferente. Uma prática positiva, que tem crescido nos últimos anos e que pode ser
ampliada, é o incentivo a adolescentes e universitários por meio de premiações e
homenagens.

É muito importante que continuemos exercitando o debate sobre a questão de


gênero de forma que ele envolva homens e mulheres.

Marie Curie Thelma Krug Hipátia

Você também pode gostar