Você está na página 1de 8

TEORIADO

DESIGN
INTELIGENTE

Aluno: Lucas Cruz

Lucas do Rio Verde, MT


2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇAO...................................................................................pág. 03

2. O SURGIMENTO DA TDI E SUA CHEGADA AO BRASIL.........pág. 03

3. DEFENSORES DA TDI E SEUS ARGUMENTOS..........................pág. 05

4. CIENTISTAS CONTRA-ATACAM A TDI......................................pág. 05

4.1 DIVERGÊNCIAS E CONVERGÊNCIAS: O EMARANHADO CHAMADO TEORIA..........pág. 06

5. CONCLUSÃO......................................................................................pág. 07

6. REFERÊNCIAS...................................................................................pág. 08

2
1. INTRODUÇÃO

Se aos primórdios das escrituras, temos o bereshit, falando sobre a criação do


universo, respeitando não só a oralidade da tradição, mas transformando em literatura o
que seria repassada para povos, hoje, no epicentro da atualidade, temos no avanço da
ciência no entorno da criação, um processo inverso, que expande as entrelinhas das
sagradas escrituras: reforça-se o que já está escrito com a natureza revelada, creditando a
narrativa bíblica de que haveria esse avanço na ciência, assim, é acompanhado os traços
da deidade seja no todo, daquilo que é criado, ou das minúcias, traços do criador em
detalhes de sua criação.

Aprende-se no decorrer da vida, que a palavra compilada prova a criação, ou a


extinção, a saber dinossauros, gigantes, através do criacionismo, que é nossa verdade
absoluta (ESUTES, 2004), e que embora não necessite de provas, o Criador do universo
em sua misericórdia nos proporciona traços de sua autoria em toda a criação.

A busca humana pela defesa de uma verdade sobre a criação, despertou em


cientistas estudiosos, o insight que toda e qualquer criação da natureza, parte de um ser
inteligente, alguns destes estudiosos, atribuem à extraterrestres e os cientistas cristãos,
atribuem ao Senhor, Criador, que se revela como Eu Sou na Bíblia Sagrada. Esta defesa
dos químicos, biólogos, cientistas e demais defensores, parte do pressuposto que Deus,
não apenas cria, mas possui um Design Inteligente, estes teóricos cristãos, ousam ao
envolver a DI dentro do criacionismo, divergindo dos demais defensores da Teoria do
Design Inteligente, que a partir daqui, terá abreviatura TDI para facilitar a abordagem.

O presente trabalho é nota complementar da disciplina Pentateuco, no curso de


Teologia Livre da ESUTES, e visa de forma geral agregar conhecimento no tocante ao
assunto, de modo especifico, aborda-se além das definições da TDI, pontos de divergência
e convergência entre os teóricos.

2. O SURGIMENTO DA TDI E SUA CHEGADA AO BRASIL.

Embora publicação referente ao início da TDI seja datada de 1984, como a obra
do teórico americano Charles Thaxton, “O Mistério da Origem da Vida”, muito antes
disso William Palley escrevia no século 18, ano 1802, sobre a Teleologia Natural em seu
livro “Evidências da Existência e dos Atributos da Deidade Colecionadas a partir das
Aparências da Natureza”, reforçando que as ideias sobre um designer do mundo não são

3
tao recentes assim, embora não tenha a mesma ênfase como a Teoria da Evolução das
espécies de Charles Darwin. Mesmo Antes do século 18 na Grécia antiga, já se falava de
um ser criador do universo e que embora não fosse uma corrente ligada ao Criacionismo,
não responde a tais lacunas de quem de fato seria o
arquiteto.

Indo mais longe ainda na vertente desse tempo


que se chama Cronos, por volta de 500 a.C, o filósofo
pré-socrático grego Anaxágoras citava um “Sr.
Figura 1. ilustração
Mente”, quando defendia seus ideais baseados em
astronomia e na divisibilidade infinita da matéria, esse é um argumento válido para os
primórdios da corrente de pensamento (REIS, 2016). Reitera-se que a TDI surgiu em
controvérsia a Teoria da Evolução, indagando que apenas as leis físicas, químicas e
quânticas a Teoria da seleção natural ou o acaso não explicam o fato da criação. Toda a
atmosfera terrestre, a vida nos mais diversos biomas, o universo e sua complexidade estão
interligados para funcionamento e isso, não consegue ser explicado por Darwin ou quem
quer que seja de modo reducionista.

A TDI, surge então, apresentada como inferência cientifica, ganhando notoriedade


com a publicação de “A Caixa Preta de Darwin” em 1996, pelo cientista americano
Michael Behe e já faz parte do dia a dia de professores e alunos de universidades publicas
e privadas no Brasil. Abaixo o relato do Prof. Enezio de Almeida Filho, Coordenador do
NBDI (Núcleo Brasileiro de Design Inteligente), 2004.

“Propomos a Teoria do Design Inteligente [TDI] como a


inferência científica que melhor explica certas evidências
encontradas no universo e nas coisas vivas. Questionamos e
apontamos 'erros' e 'distorções' das atuais teorias da origem
e evolução da vida. Analisamos e avaliamos 'dados' com
'ceticismo profissional' pois as interpretações são passíveis de
erros.”

O professor Enezio ainda cita que de igual modo aos darwinistas há uma
organização dos aliados ao TDI por razoes cientificas. E que longe das teorias de Darwin
serem substituídas, a DI se opõe ao neodarwinismo, sem apoiar o criacionismo. Segundo
os teóricos, a função é lançar evidencias a favor e contra.

Embora já existisse por aqui o Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, a força do


movimento e os holofotes marcaram a chegada da TDI no Brasil, em 2011, com a

4
fundação da Sociedade Brasileira de Design Inteligente, num evento onde cientistas e
acadêmicos expuseram dados e estatísticas além de debater sobre a química molecular,
mostrando ao publico que diferente da ideia do acaso a vida fora planejada. O Químico
Prof. Marcos Eberlim, ainda relata:

"A vida é baseada em códigos, e isso apenas emana de mentes


inteligentes. A vida tem sinais claros de uma antevidência genial,
a Terra ter uma fonte de calor como o Sol tão próxima; do
contrário, viver poderia ser impossível, pois tudo congelaria. A
proteção à radiação solar nociva, além disso, teria sido pensada
de antemão por uma mente genial".

3. DEFENSORES DA TDI E SEUS ARGUMENTOS

O professor Marcos Eberlim é Químico, foi docente na UNICAMP e hoje


coordena o instituto Discovery-Mackenzie da Universidade Presbiteriana Mackenzie em
parceria com uma faculdade norte americana, além de ser um dos grandes influentes do
TDI no Brasil como já apresentado acima, tem-se também o Reverendo Augustus
Nicodemos, que trouxe para o país não apenas o discovery, bem como o evento que
culminaria na disseminação do TDI dentro do criacionismo no país, isso porque a TDI já
estava presente em terras brasileiras, mas não se confundiam com a defesa de que a mente
inteligente partisse do Criador, Deus. Além do Dr. Marcos, no hall de defensores temos
Biólogos, farmacêuticos, físicos, paleontologistas, cientistas biológicos, cientistas
médicos, psiquiatras, historiadores além de parte da sociedade civil.

Dentre os argumentos listados, em defesa a TDI Brasil alega:

1. A Vida e o Universo apresentam características de complexidade irredutível,


informação abstrata funcional, ajuste fino e antevidência genial.
2. As causas disponíveis são forças naturais não-guiadas OU a ação de uma mente
inteligente.
3. Somente uma mente inteligente teria a capacidade de formar o Universo e gerar
nele Vida com estas características.
4. Uma ação inteligente é, portanto, a melhor inferência científica para a causa
– conhecida, necessária, suficiente, testável e falseável – do Universo e da Vida.

4. CIENTISTAS CONTRA-ATACAM A TDI

Em leitura flutuante, através de pesquisa amostral para este trabalho, foram


consultados diversos anais de simpósios federais e periódicos divulgados nos portais
SCielo, ComCiencia, e Google acadêmico, nestes, citados e referenciados é perceptível
um esmagador ataque de cientistas e acadêmicos ao que parecem adeptos ao

5
neodarwinismo, contrários seja o TDI de cunho criacionista ou ao clássico, defendido
pelo Núcleo Brasileiro. Acadêmicos e professores cientistas retiraram do calendário da
UNICAMP o evento sobre a temática, já a UFRGS realizou abaixo assinado repudiando
a ideia da TDI, que segundo os professores, contraria a evolução das espécies. No País de
Gales 50 cientistas do Reino Unidos peticionam que nada relacionado ao criacionismo
seja ensinado nas escolas, dentre estes cientistas está um reverendo anglicano Bioético
Michael Reiss; os britânicos alegam que nada na biologia faz sentido se não à luz da
evolução.

4.1.DIVERGÊNCIAS E CONVERGÊNCIAS: O EMARANHADO CHAMADO


TEORIA.

Paralela à realização do evento realizado em fevereiro do corrente ano, que expôs


ideias TDI em Campina Grande, e que afirmava a deidade do TDI através da pessoa de
Deus, “Consciência Cristã”, a USP - Universidade de São Paulo, por meio de seu jornal,
publicou matéria alegando não ser ciência a TDI. O físico Paulo Nussenzveig, reitera; se
não há experimentos, não há ciência:

“A hipótese de que um criador ‘inteligente’ é responsável pelo


surgimento da vida (e do próprio Universo) não se presta a testes
experimentais, portanto, não pode ser considerada científica...
Conforme afirmado em livro publicado pela Academia de
Ciências dos EUA em 2008, ‘a educação científica não pode ser
prejudicada pela inclusão de material não científico. Ensinar
ideais criacionistas em aulas de ciências confunde os alunos
sobre aquilo que é ciência e aquilo que não é’”.

É confuso analisar que dentro de um mesmo grupo de doutos na temática seja no


Brasil ou qualquer outro lugar do mundo, há aqueles que achem coerente a ideia do Ser
inteligente que gera a vida, e há quem discorde de tal afirmação. Como poderia então, a
mesma ciência reconhecida internacionalmente divergir para uns e convergir para outros?

Bob Dylan cantaria que “a resposta está soprando no vento” e de fato pode estar! Mas,
coeso à literatura quanto a não deixar perguntas sem respostas ao texto vamos fechar a
ideia: Quando analisado William Palley, em seu livro sobre a Teologia Natural, embora
refutado por Darwin na evolução das espécies, no “fritar dos ovos” vemos que dentro da
teoria geral da evolução existem lacunas não respondidas, “lá trás” e que embora pareça
coerente ao neodarwinismo dizer hoje que um ser ancestral em determinado momento
sofreu alterações naturais, pois faz parte do processo sem que houvesse intervenção de

6
uma mão invisível, outros estão com Palley e são cientes que se houve mutação na espécie
para que houvesse sobrevivência ou adaptação, esta tem um mentor, um criador, um
facilitador. Assim como animais em regiões frias foram criados para frio e para regiões
quentes desérticas, foram criados para regiões quentes e desérticas.

5. CONCLUSÃO

Ciente que haveria mais da temática a abordar, mais nuances a reiterar, o presente
trabalho buscou trazer à tona de forma sucinta não apenas a Teoria do Design Inteligente,
mas também, as controvérsias entre os defensores. Iniciada na Grécia Antiga, a TDI
aponta de fato a um Ser inteligente que cria e coordena o universo, que por isso funciona
de forma planejada. Embora apresentada apenas para confrontar as lacunas darwinistas,
apontando para um criador, não é tida como ciência para a ala darwinista. A TDI, se
perdeu ao logo dos tempos, ganhando ramificações, e dotada de lacunas e ecumenismos,
em sua estrutura não responde que Deus é o Único Criador do Universo. Ente UFO’s e
agnósticos, defensores da TDI, cientistas cristãos entraram em cena, trazendo o TDI para
a ala Criacionista, a fim de confrontar de forma mais robusta a teoria Darwinista,
creditando a Deus a posição do DI (que lhe pertence), recuperando assim temática bíblica
da criação literal do mundo dentro de espaços acadêmicos e científicos, reformando a
sociedade. Alguns cientistas por natureza profissional, deixam rastros de inimizade,
caindo na falácia de tentar provar a existência de Deus, de forma reducionista, dentro de
ideais antropológicos, quando Deus, o verdadeiro Design, não está limitado a isto.
Outrossim, é de suma importância que temática continue sendo abordada nos ambientes,
a fim de que a sociedade retorne ao seu princípio. Creio, contudo, que teorias e
descobertas são pequenos detalhes concedidos por Deus à Humanidade de provar o
conhecimento de sua Glória, não cabendo ao homem a tentativa de reduzir ao seu
entendimento e cálculo, mas sim a contemplação e disseminação.

REFERÊNCIAS

Artigo Saulo Reis pesquisador do Discovery-Mackenzie, disponível em


tdibrasil.org/index.php/201601/15/desing-inteligente-mais-antigo-do-que-voce-pensa/
acesso em 23/05/2020. As 17h30;

Contra a deidade e responsabilidade de Deus, disponível em google acadêmico. Acesso


em 1805/2020 as 21h. DEL CONT, Valdeir Donizete. Razões egoístas para se agir de
modo altruísta: o utilitarismo teológico de William Paley. Cadernos de Ética e Filosofia
Política, 2008, no 12, p. 39-62

7
Entrevista com Marcos Eberlim, evento Consciência Cristã. Acesso em 21/05/2020, às
20h em https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/ha-uma-onda-que-esta-
varrendo-o-planeta-e-ela-se-chama-design-inteligente-diz-cientista;

Entrevista do Prof. Enezio de Almeida Filho, Núcleo Brasileiro de Design Inteligente.


2007. Disponível em http://www.comciencia.br/dossies-1-
72/presencadoleitor/artigo15.htm, acesso em 22/05/2020;

Informações desenvolvimento: disponível em TEOLOGIA DO ES, Escola de –


Geografia Bíblica, Estudando a geografia do Livro Sagrado. Espirito Santo: ESUTES,
2004;

Oposição à TDI, reportagem USP. Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-


usp/design-inteligente-nao-e-ciencia-e-nao-deve-ser-ensinado-nas-escolas acesso em
23/05/2020.

Oposição à TDI no Reino Unido. Disponível em: https://overbo.news/cientistas-


assinam-carta-para-que-pais-de-gales-nao-ensine-o-criacionismo-nas-escolas/. Acesso
em 23/05/2020.

Teoria do Design Inteligente: Um argumento a favor de Leis Bióticas. Por Uko Zylstra.
Disponível em https://www.cristaosnaciencia.org.br/design-inteligente/ acesso e 18/05
as 20h.

Teologia Natural disponível em google acadêmico, acesso em 18/05/2020, as 21h40:


GARROS, Tiago Valentim. A Teologia Natural de Alister McGrath como discurso na
arena pública. In : Anais do Congresso Internacional da Faculdades EST. 2017. p. 429-
436.

Você também pode gostar