Você está na página 1de 27

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ELETRÔNICA DE POTÊNCIA CEE/CT026

PROFª DRª: FABÍOLA MARIA ALEXANDRE LINARD

CONVERSORES CC/CC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC PROFESSORA FABÍOLA

Definição: Adaptação de um nível de tensão (usualmente uma fonte não


regulada) para outro nível de tensão (usualmente com regulação de tensão).

Aplicações:
 Fontes de alimentação;
 Acionamentos de motores de corrente contínua;
 Sistemas HVDC;
 Fontes de uso geral e ininterruptas;
 Interfaceamento de sistemas de energia fotovoltaica com a rede de energia
elétrica;
 Reatores eletrônicos e todos os outros circuitos que utilizam processamento
indireto de energia;
 Equipamentos aplicados às energias alternativas; 2

 Carregadores de baterias.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Conversão CC/CC:
Aplicação típica de um conversor CC/CC.
Po  Vo  I L  50 10  500W
PRserie  Ploss  vRserie  io  50 10  500W
Pin  vi  ii  100 10  1000W  Po  Ploss
Po 500
   0, 5  50%
Fonte: Petry, 2011. Pin 10000

Solução do problema empregando conversores


Solução do problema empregando resistores. CC/CC linear.
Pin  1000W Po  500W
+ 50 V +
iB 10 A
Conversor Vo
Vi CC
Driver -+ Ro
5Ω 50 V
Ploss  500W 100 V Ploss Vref
- -3
Fonte: Adaptado de (Petry, 2011). Fonte: Adaptado de (Petry, 2011).
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador Linear (Conversores CC/CC Lineares):


 O transistor opera na região ativa;
 Tensão de saída:
Vo  Vin  VCE
 O transistor pode ser modelado como um
resistor com resistência variável;
 O rendimento depende da relação entre a Regulador Linear
VCE
tensão de saída e a tensão de entrada. IL
 
Po  Vo  I L 
RT
Vin
PDISS  VCE  I L R L Vo

Po Vo  I L Vo 
  
Po  PDISS Vo  I L  VCE  I L Vin
4

Circuito equivalente
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Conversão CC/CC:
Solução do problema empregando conversores O transistor opera na região linear, ou seja, ativa.
CC/CC linear.
50 V
Po  Vo  io  50 10  500W
+ +
iB 10 A PRserie  Ploss  vCE  io  50 10  500W
Conversor Vo
Vi -+ Ro
CC
Driver
5Ω 50 V Pin  vi  ii  100 10  1000W  Po  Ploss
100 V Ploss Vref
- Ploss  500W - Po 500
Pin  1000W P  500W    0, 5  50%
Fonte: Adaptado de (Petry, 2011). o Pin 10000
Solução do problema empregando conversores
CC/CC chaveado.
Pin  500W Po  500W
+ 50 V +
iB 10 A O transistor opera
como chave, ou seja,
Conversor Vo
Vi CC+ Controle
Driver Ro na região de corte e
5Ω 50 V saturação.
100 V Ploss 5

- Ploss  0W -
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado):


 O transistor opera como um interruptor ideal, ou seja:
 Fechado: a corrente flui pelo dispositivo, sem
queda de tensão (curto-circuito - saturado)
 Aberto: sem corrente elétrica, com tensão reversa
(chave aberta – em corte)
 Como P = V.I, as perdas são nulas Regulador chaveado.

Circuito equivalente. 6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado): Regulador chaveado.


 Tensão de saída:
Vi ( med )  Vi ( rms )  Vi ( pico )  Vi
 Frequência de comutação (chaveamento) de S:
1
Ti 
Fs
Circuito equivalente.
 Intervalos de condução (Ton): Ton  D  Ts
 Intervalos de bloqueio (Toff):Toff  Ts  D  Ts
 Razão cíclica (D):
Ton
D
Ts 7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado): Regulador chaveado.


 Tensão média na saída:
1 D Ts 1
Vo  Vo ( med )   vi dt  Vi  D  Ts 
Ts 0 Ts
Vo  D  Vi
 Tensão eficaz na saída
Circuito equivalente.
1 2
1 2
Vi  D  Ts 
D Ts
Vo ( RMS ) 
Ts  v 
0 i dt 
Ts

Vo ( RMS )  Vi  D
8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado): Regulador chaveado.


 Ganho estático do conversor:
Vo
D
Vi
 Correntes no circuito
Vo Vi ( pico ) Vi
I o ( pico )  I Si ( pico )  I i ( pico )   
Ro Ro Ro Circuito equivalente.
Vo
I o  I o ( médio )  I Si ( médio )  I i ( médio ) 
Ro
Vo ( RMS )
I o ( RMS ) 
Ro 9
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado): Regulador chaveado.


 Correntes no circuito – de outro modo:
1 D Ts 1
I i  I i ( med )   io dt   I o  D  Ts 
Ts 0 Ts
Ii  D  Io
 Rendimento do conversor:
Circuito equivalente.
Po  Vo  I o
Pi  Vi  I i
Po Vo  I o Vo I i
  1 Vi  I i  Vo  I o 
Pi Vi  I i Vi I o
10
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Regulador chaveado (Conversores CC/CC chaveado): Regulador chaveado.


 Esforços de corrente e tensão na chave:
Vs  Vi ( pico )  Vi

I s ( pico )  I o ( pico )
I s ( médio )  I o ( médio )  I o
Circuito equivalente.
I s ( RMS )  I o ( RMS )

11
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Controle do Conversor CC/CC: Pulse Width Modulation (PWM).


 A frequência de operação é fixa e varia-se o
V (desired)
tempo de condução (Ton) do interruptor.
o
+ Vcontrol Switch control
Vo (actual) Comparator
signal  Ao aumentar o tempo de condução (Ton) , o
-
Sawtooth
tempo de bloqueio (Toff) irá diminuir
Waveform Sawtooth
Waveform
proporcionalmente, e vice-versa.

Vcontrol 1
 Caso Vo(atual) < Vo(desejado):
Vcontrol 2
 Tensão de controle aumenta o que exige
uma razão cíclica (D) maior.
Switch
control
ton 2 signal  Caso Vo(atual) > Vo(desejado):
 Tensão de controle diminui o que exige uma
ton 1
razão cíclica (D) menor.
T
12

Vo  Vin  D
CONVERSOR BUCK (STEP-DOWN)

+ S L +
C RL Vo
Vd D

- -
13
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Conversor Buck (step-down)

Circuito do Conversor Buck

Circuito com o interruptor fechado.

Circuito com o interruptor aberto.

14
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

1ª Etapa [t0-t1]: Interruptor S fechado. Definição da razão cíclica:


+ vL -
ton
+ S +
iL
+ D  ton  D  T
Vd vD C RL Vo T
- Ton é o tempo no qual a chave permanece fechada e T é o período de
- - chaveamento.

Duração da etapa é dada por:


t1  t1  t0  D  T
Valor da corrente ao final da etapa:
Vd  V0 
iL (t1 )  D  T  I L min  I Lmáx
L
A ondulação da corrente na etapa é dada por:
Vd  V0 
iL  D T
L 15
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

2ª Etapa [t1-t2]: Interruptor S aberto. Devido a energia armazenada no inductor, iL


continua a circular.
Diodo é polarizado diretamente.

A corrente agora flui (roda livre) através do


diodo.

A tensão no indutor pode ser definida como:


vL  Vo
A duração da etapa é dada por:

t2  t2  t 1  T  DT  t2  (1  D)  T

16
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Análise matemática.  Quando a chave é fechada (on):


vL
diL di V  Vo
Vd Vo
vL  Vd  Vo  L  L  d
dt dt L
closed
t  A derivada de iL é uma constante positiva. Portanto, iL
deve aumentar linearmente.
 Da figura:
iL
diL iL iL Vd  Vo
  
iL max dt t DT L
 V  Vo 
IL  iL   iL closed   d   DT
 L 
iL min  Para a chave aberta (off):
t diL di V 
DT T vL  Vo  L  L  o
dt dt L   Vo 
diL iL iL Vo 
   i 
L opened   L   (1  D)T
      17
dt t (1  D )T L 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Análise matemática.

 A operação em estado estacionário requer que iL no final do ciclo de comutação seja o


mesmo no início do próximo ciclo. Ou seja, a variação de iL em um período é zero, ou
seja:  iL closed   iL opened  0
 Vo  DVd
 Vd  Vo   Vo 
   DTs     (1  D)Ts  0 18
 L   L 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Exemplo 1: Um conversor Buck é alimentado a partir de um banco de baterias (Vin= 44 –


55,2 V). Dados L = 400 uH, C = 100 uF, R = 20 Ω, f = 20 kHz e Vo = 24 V, calcule:
a) A faixa de operação da razão cíclica.
Vo 24
Dmin    0, 435
Vin _ máx 55, 2
Vo  D  Vin
Vo 24
Dmáx    0, 545
Vin _ min 44

19

Simulação
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Análise: Corrente máxima, média e mínima. iL

Imax
 Corrente média no indutor = corrente média na iL
IL
carga. V Imin
IL  IR  o
R t
 Corrente máxima no indutor:
iL Vo 1  Vo   1 (1  D)  T 
I max  I L     (1  D )  T   Vo   
2 R 2 L  R 2 L  f 

 Corrente mínima no indutor:


iL  1 (1  D)  + S L +
I min  I L   Vo   
2  R 2 L  f  C Vo
Vd D RL
 Ondulação da corrente:
- -
iL  I max  I min
20
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Análise: Corrente máxima, média e mínima.


 Ondulação da corrente:
Vo (1  D)
iL 
Lf
 Considerando a tensão de entrada constante:
Vd D (1  D ) iL
iL 
L f

 A máxima ondulação de corrente ocorre em D = 0,5:


D
Vd
iL max 
4 L f

 Então, o valor da indutância para uma dada ondulação de corrente pode ser obtido.
21
 Normalmente, no MCC, a variação é de 10 -15% da corrente no indutor.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Análise: Modo de Condução contínuo.


iL

Imax

Imin t
0

 Da análise anterior:
iL  1 (1  D ) 
I min  I L   Vo   
2  R 2L f 

 Para o modo contínuo de operação:


 1 (1  D)  (1  D)
Vo     0  L  Lmin  R
 R 2 L f  2 f
22
 Esta é a corrente mínima do indutor para garantir o modo de operação contínuo.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Exemplo 1: Um conversor Buck é alimentado a partir de um banco de baterias (Vin= 44 –


55,2 V). Dados L = 400 uH, C = 100 uF, R = 20 Ω, f = 20 kHz e Vo = 24 V, calcule:
b) Máxima ondulação de corrente.
Vo 24
Dmin    0, 435
Vin _ máx 55, 2 𝑉 Seria se a tensão de
𝛥𝑖 = entrada fosse constante.
Vo  D  Vin 4⋅𝐿⋅𝑓
O que não é o caso.
24 Vo
Dmáx    0, 545
Vin _ min 44
Para as condições do nosso exemplo:
• Vd e D são variáveis;
• Vo é constante;
• A variação máxima ocorre na condição mínima de D;
Vo (1  Dmin ) 24(1  0, 435)  1, 7 A
iLmáx   23
L f 400u  20k
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Ondulação da tensão de saída: L iL iR

+
 A corrente no capacitor: ic  iL  iR iC
V o


 A carga pode ser definida como:
Q
Q  CVo  Q  C V o Vo  iL im ax
C
iL= IR
 Usando a fórmula da área do triângulo: V o/R i m in

0
1  T   i  iL iC
Q     L 
2  2  2  8
0
 O ripple da tensão (PP):
iL
Vo 
8 f C
 As ondulações de alta frequência podem ser reduzidas: Vo (1  Dmin )
iLmáx 
 Aumentando a frequência de chaveamento; L f
iL
24
 Aumentando o valor da indutância; vc  Vo 
 Aumentando o valor da capacitância. 8 f C
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Exemplo 1: Um conversor Buck é alimentado a partir de um banco de baterias (Vin= 44 –


55,2 V). Dados L = 400 uH, C = 100 uF, R = 20 Ω, f = 20 kHz e Vo = 24 V, calcule:
c) Máxima ondulação de tensão.
iL _ máx 1,7
vc _ máx    106 mV
8 f C 8  20k 100u

25

Simulação.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Exemplo 2: Um conversor Buck tem tensão de entrada 50 V e saída de 25 V. A potência de


saída é 125 W. Determine:
a) A razão cíclica;
b) O valor de L para limitar o valor da corrente a 6,25 A

26
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CONVERSORES CC/CC (CHOPPER) PROFESSORA FABÍOLA

Exercício 1: Considere um conversor Buck com a tensão de saída 24 V e que a entrada seja
um barramento capacitivo alimentado por um painel fotovoltaico TSM 350 PE 15H.
Considere o conversor de modo a operar no modo contínuo com variação de corrente menor
do que 10% do valor máximo da corrente de saída. Especifique os valores de L e C.
 O ripple da tensão de saída deve ser inferior a 0,5%;
 Considere a frequência de chaveamento igual a 20 kHz;
 Selecione os semicondutores de potência.

27

Você também pode gostar