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Eletrónica de Potência

Conversores CA/CC
(Retificadores)

Histórico:
• v3.3 - outubro de 2020

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 1


Conversores CA/CC

Tipos de conversores:
• Não controlados (a díodos)
• O valor médio da tensão de saída é constante
• O trânsito de potência é sempre da fonte para a carga
• Controlados (a tiristores)
• O valor médio da tensão de saída é variável (controlado)
• O trânsito de potência pode ser da fonte para a carga (CA/CC) ou da carga
para a fonte (CC/CA)
• Semi-controlados (a díodos e tiristores)
• O valor médio da tensão de saída é variável (controlado), mas é sempre
positivo

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 2


Conversores CA/CC

Exemplos:
v1

• Não controlados (a díodos) v2

Carga puramente resistiva Carga puramente indutiva


(fonte de corrente)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 3


Conversores CA/CC

Exemplos:
v1

• Controlados (a tiristores) v2

Carga puramente resistiva Carga puramente indutiva


(fonte de corrente)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 4


Conversores CA/CC
Exemplos:

• Semi-controlados (a díodos e tiristores)

Carga puramente resistiva Carga puramente indutiva


(fonte de corrente)

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Conversores CA/CC
As montagens retificadoras são classificadas em função:

a) Do número de fases (q) na fonte

b) Do tipo de acoplamento entre o retificador e a fonte

• Paralelo (P)

• Série (S)

c) Do número de grupos de q díodos/tiristores, associados em cátodo comum ou


anôdo comum

• 1 grupo, montagem simples

• 2 grupos, montagem dupla (D)

As montagens são habitualmente designadas por P, PD ou S, seguido de q.

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Conversores CA/CC
P2 (cátodo comum) P3 (anôdo comum)
v1 v1

v2 v2

v3

PD2 S3

v1

v2

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Conversores CA/CC
Análise das montagens retificadoras

Pressupostos:
• Corrente na carga constante (carga vista como fonte de corrente)
• Comportamento ideal dos elementos da montagem
- Impedância da fonte de entrada nula
- Comutação instantânea e queda de tensão nula dos semicondutores

Notação
T Período
w Velocidade angular
v1, v2, …, vq Tensão na fase q
Vrms Valor eficaz da tensão simples de entrada
vo Tensão à saída do retificador
Vo_médio Valor médio da tensão à saída do retificador
Io Corrente à saída do retificador
Kvo Fator de ondulação
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Conversores CA/CC
Análise das montagens retificadoras

• O caso particular da retificação monofásica com carga RL


io
L
vs vo

L1 L2 > L1
Vs Vo Vs Vo
200 200

100 100

0 0

-100 -100

-200 -200
I(D1) I(D1)
12 12

10 10

8 8

6 6

4 4

2 2

0 0

0 0.004 0.008 0.012 0.016 0.02 0 0.004 0.008 0.012 0.016 0.02
Time (s) Time (s)

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Conversores CA/CC
Retificação monofásica com carga RL

vo(t)

io γ
L
vs vo

R vR(t) = Rio(t)

vL(t)

wt = 0   = 0

 
O diodo conduz de 0  wt    0  t  
 w

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Circuitos em corrente alternada
• Circuito RLE alimentado por uma fonte de tensão sinusoidal

S E Condições iniciais

t = 0
L vi 
vi i i ( 0 ) = 0

vi ( 0 ) = V p sin ( )
i
R


vi ( t ) = V p sin ( wt +  ) t=0

Equação do circuito:

di (t )
V p sin ( wt +  ) = E + L + Ri (t )
dt

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Circuitos em corrente alternada
• Circuito RLE alimentado por uma fonte de tensão sinusoidal

Solução para i(t):

 E Vp  − RL t E V p
i (t ) =  − sin ( −  )   e − + sin ( wt +  −  )
R Z  R Z

ou, fazendo  = wt:

 E Vp  − wLR
 E Vp
i ( ) =  − sin ( −  )   e − + sin ( +  −  )
 R Z  R Z

 wL 
Z = R + ( wL )  = arctg 
2 2

 R 

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Conversores CA/CC
Retificação monofásica com carga RL

io vo(t)
L
vs vo
γ
R

O díodo inicia a condução em vR(t) = Rio(t)


wt = 0   = 0
vL(t)
γ – ângulo de condução

vs ( wt ) = 2Vrms sin ( wt +  )
E 2Vrms  − wL
R
E 2Vrms
sin ( −  )  e sin ( wt +  −  )
wt
i ( wt ) =  − − +
R Z  R Z
 
i ( wt ) = 0  wt =  O diodo conduz de 0  wt    0  t  
 w
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Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

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Conversores CA/CC

Montagem P3

v1 D1 Io
v1 = 2Vrms sin ( wt )
 2  v2 D2
v2 = 2Vrms sin  wt − 
 3  vo
 4  v3 D3
v3 = 2Vrms sin  wt − 
 3 

Como os díodos estão associados em cátodo comum, em cada instante:


• conduz o díodo que tiver no ânodo a mais positiva das tensões de entrada
• a tensão na saída vo é igual à mais positiva das tensões de entrada

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Conversores CA/CC
Montagem P3

V1 V2 V3 Vo
v1 D1 Io
uvod
v1 v2 v3
v2 D2
200 vo
v3 D3

0
π 2π
wt
vo = v1 para v1 > (v2 e v3)

-200
vo = v2 para v2 > (v1 e v3)
vo = v3 para v3 > (v1 e v2)

0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
D1 Time (s)
D2 D3

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Conversores CA/CC
Montagem P3
V1 V2 V3 Vo

uvod uvo_máx
d_máx
A tensão retificada é
constituída por q = 3
π/3
200

vuo_min arcadas de sinusóide,


d_min
por período T

0
π/2 π 2π
wt

vo_máx = 2Vrms
-200 2Vrms
vo_ min =
2

0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Time (s)

Valor médio da tensão retificada:


 
+
T 2 2 3
1 1 1
( )  vo ( ) d = 3  2Vrms sin ( ) d = ( = wt )
T 0 
Vo _ médio = v t dt =
2 2
o
0  

2 3

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Conversores CA/CC
Montagem P3

Fator de ondulação: é uma medida da importância relativa da ondulação de vo

2Vrms
vo_máx − vo_ min 2V − 𝜋
Kvo =  Kvo = 2 =
2Vo _ médio 3  6 23
2 2Vrms sin
 3
v1 D1 Io
Tensão aos terminais dos díodos:
v2 D2
Análise de D1: vo
A tensão vD1 é sempre igual a v1 − vo v3 D3

Quando conduz D1, vD1 = v1 − v1 = 0


Quando conduz D2, vD1 = v1 − v2 = v12 vo = v1 para v1 > (v2 e v3)
Quando conduz D3, vD1 = v1 − v3 = v13 vo = v2 para v2 > (v1 e v3)
vo = v3 para v3 > (v1 e v2)
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Conversores CA/CC
Quando conduz D1, vD1 = v1 − v1 = 0
Quando conduz D2, vD1 = v1 − v2 = v12
Quando conduz D3, vD1 = v1 − v3 = v13

A tensão inversa máxima que os


díodos vão suportar é sempre igual ao
valor de pico da tensão composta da
fonte.
Na montagem P3 a tensão inversa
máxima é:
2 3Vrms

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Conversores CA/CC
Montagem P3

Estudo das correntes:


Com base no pressuposto de que a corrente na carga é constante e igual a Io, e
como cada díodo conduz, em cada período T, num intervalo de duração T /3,
então as correntes nos díodos caraterizam-se por:

I D _ máx = I o
T
T 3
1 1 Io
T o T o
I D _ médio = iD (t ) dt = I o dt =
3
T
T 3
1 1 1 T I
T o T o
I D _ rms = iD (t ) 2
dt = I o
2
dt = Io = o
T 3 3

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Conversores CA/CC
Montagem P3

Potências e fator de potência (com corrente na carga constante) :

Potência ativa fornecida à carga


T T
1 1
P =  vo (t )io (t )dt = I o  vo (t )dt = I ovo _ médio
To To
Potência aparente na fonte
(secundário formado por 3 enrolamentos com valor eficaz Vrms)
Io
S = 3  VS _ rms  I S _ rms = 3Vrms I D _ rms = 3Vrms
3

Fator de potência na fonte (no secundário)


3 
Io 2Vrms sin
FPS =  3 = 6 sin  = 0,675
3Vrms
Io  3
3

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Conversores CA/CC

A análise anterior realizada para a montagem P3 pode ser generalizada para uma
montagem paralela com q fases (q > 1) (montagem Pq)

v1 D1
v1 = 2Vrms sin ( wt )
Io

 2  v2 D2
v2 = 2Vrms sin  wt −
 q  vo

vq Dq
 q −1 
vq = 2Vrms sin  wt − 2 
 q 

Mantém-se o mesmo princípio de funcionamento:


• conduz o díodo que tiver no ânodo a mais positiva das tensões de entrada
• a tensão na saída vo é igual à mais positiva das tensões de entrada
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Conversores CA/CC
Montagem Pq

v1 vuod
v2 uvd_máx
o_máx vq
A tensão retificada é
constituída por q
arcadas de sinusóide,
por período T
π/q
vuo_min
d_min
vo_máx = 2Vrms
π/2
θ 
vo_ min = 2Vrms cos
q
D1 D2 Dq

   
−   +  v1  ( v2  v3   vq )  conduz D1, vo = v1
2 q 2 q

   3
+   +  v2  ( v1  v3   vq )  conduz D2, vo = v2
2 q 2 q

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Conversores CA/CC
Montagem Pq

Potências e fator de potência (com corrente na carga constante) :

Potência ativa fornecida à carga

1
T
1
T
q 
P =  vo (t )io (t )dt = I o  vo (t )dt = I oVo _ médio = I o 2Vrms sin
To To  q
Potência aparente na fonte
(secundário formado por 3 enrolamentos com valor eficaz Vrms)
Io
S = q  VS _ rms  I S _ rms = qVrms I D _ rms = qVrms
q

Fator de potência na fonte (no secundário)


q 
Io 2Vrms sin
 q 2q  q 2 3 4 6 9
FPS = = sin
I
qVrms o  q FPs 0,636 0,675 0,636 0,550 0,460
q

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Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

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Conversores CA/CC
Montagens duplas
M
v1 D1 D2 Dq
− +

v2
0
− + u
vod

D’1 D’2 D’q


vq
− +

N
Estas montagens utilizam 2 grupos por cada q díodos (2q díodos), em que, em cada
instante:
• conduz o díodo do comutador positivo que tiver no ânodo a mais positiva das
tensões de entrada
• conduz o díodo do comutador negativo que tiver no cátodo a mais negativa das
tensões de entrada

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Conversores CA/CC
Montagens duplas
M
v1 D1 D2 Dq
− +

v2
vneutro0
− +
vuod
D’1 D’2 D’q
vq
− +

Comutador positivo Comutador negativo

vM − vneutro = vN − vneutro =
v1 quando conduz D1 v1 quando conduz D’1
v2 quando conduz D2 v2 quando conduz D’2
vq quando conduz Dq vq quando conduz D’q

vo = (vM − vneutro) − (vN − vneutro) = vM − vN

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Conversores CA/CC
Montagens duplas: Caso 1 – número de fases par
Caso particular: PD2
M
uvod 2 2Vrms

v1 D1 D2
− +
v1 v2
0 v2 uvd
− + o

D’1 D’2
π 2π wt
N

v1 = 2Vrms sin ( wt )

D1 D2
v2 = 2Vrms sin ( wt −  )
D’2 D’1
= − 2Vrms sin ( wt )
Conduz o par D1D’2 quando 0 < wt < π (vo = v1 − v2)
Conduz o par D2D’1 quando π < wt < 2π (vo = v2 − v1)
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Conversores CA/CC

Montagem PD2

uvod A tensão retificada é


constituída por q = 2 arcadas
v1 v2 de sinusóide, por período T

Valor médio da tensão retificada:


π 2π wt

T 2
1 1
Vo _ médio =  vo ( t ) dt =  v ( ) d
2
o
T0 0
D1 D2 
1
D’2 D’1 = 2  2 2Vrms sin ( ) d
2 0

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Conversores CA/CC
Montagem PD2

M vuod

v1 D1 D2
− +
v1 v2
vneutro 0 v2 uvd
− + o

D’1 D’2

Tensão aos terminais dos díodos: vD1

Análise de D1:
A tensão vD1 é sempre igual a v1 − (vM − vneutro)
vM − vneutro =
Quando conduz D1, vD1 = v1 − v1 = 0 v1 quando conduz D1
Quando conduz D2, vD1 = v1 − v2 = v12 v2 quando conduz D2
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Conversores CA/CC
Montagens duplas: Caso 1 – número de fases par

Generalizando para uma montagem PDq (q > 1):

q q
• Há fases em oposição às restantes fases Numa PD6:
2 2
v1 = −v4
• A tensão retificada é constituída por q arcadas
v2 = −v5
de sinusóide, por período T
v3 = −v6

No pressuposto de corrente constante na carga, o valor médio da tensão de


saída na montagem PDq é o dobro do verificado na montagem Pq

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Conversores CA/CC
Montagens duplas: Caso 2 – número de fases ímpar
v12 v13 v23 v21 v31 v32
Caso particular: PD3
M
uvod
v1 D1 D2 D3
− +
v1 v2 v3
v2
0
− +
vuod
v3 D’1 D’2 D’3 2π
− + wt

v1 = 2Vrms sin ( wt )
 2 
v2 = 2Vrms sin  wt − 
 3 
4  D1 D2 D3

v3 = 2Vrms sin  wt − 
 3  D’2 D’3 D’1

v12 v13 v23 v21 v31 v32


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Conversores CA/CC
Montagem PD3
3 2Vrms
v12 v13 v23 v21 v31 v32
3 2Vrms
uvod 2
A tensão retificada é
v1 v2 v3 constituída por 2q arcadas de
sinusóide, por período T

wt

 Valor médio da tensão retificada:
3
3

T 2
1 1
Vo _ médio =  vo ( t ) dt =  v ( ) d
2
o
T0 0
 
+
3 3
1
D1 D2 D3 = 6  3 2Vrms sin ( ) d
2 
D’2 D’3 D’1 3

v12 v13 v23 v21 v31 v32


Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 33
Conversores CA/CC
Montagem PD3
M
v1 D1 D2 D3
− +

v2
− + u
vod
v3 D’1 D’2 D’3
− +

N
Tensão aos terminais dos díodos:

Análise de D1:
A tensão vD1 é sempre igual a v1 − (vM − vneutro)
vM − vneutro =
Quando conduz D1, vD1 = v1 − v1 = 0 v1 quando conduz D1
Quando conduz D2, vD1 = v1 − v2 = v12 v2 quando conduz D2
Quando conduz D3, vD1 = v1 − v3 = v13 v3 quando conduz D3
A tensão inversa máxima que os díodos vão suportar é sempre igual ao valor de pico da
tensão composta da fonte. Na montagem PD3 a tensão inversa máxima é: 2 3Vrms
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 34
Conversores CA/CC
Montagens duplas: Caso 2 – número de fases ímpar

Generalizando para uma montagem PDq (q > 1) :

• A tensão retificada é constituída por 2q arcadas de sinusóide, por período T

No pressuposto de corrente constante na carga, o valor médio da tensão de


saída na montagem PDq é o dobro do verificado na montagem Pq

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 35


Conversores CA/CC
Montagem PDq

Estudo das correntes:


Com base no pressuposto de que a corrente na carga é constante e igual a Io, e:
• como cada díodo do comutador positivo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
• como cada díodo do comutador negativo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
então as correntes nos díodos caraterizam-se por:

I D _ máx = I o
T
T q
1 1 I
I D _ médio =  iD (t )dt =  I o dt = o
To To q
T
T q
1 1 1 T I
T o T o
I D _ rms = iD (t ) 2
dt = I o
2
dt = Io = o
T q q
Expressões idênticas às verificadas nas montagens Pq
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 36
Conversores CA/CC
Montagem PDq

Corrente na fonte (secundário):


Exemplo: PD2
M

v1 D1 D2
− +
Cada fase da fonte é percorrida pela corrente:
+Io, num intervalo de duração T /q, quando
0 v2 uvd
− + o
conduz o díodo do comutador positivo
D’1 D’2
dessa fase
−Io, num intervalo de duração T /q, quando
conduz o díodo do comutador negativo N
M
dessa fase
v1 D1 D2
− +
T

1
T
1
q
Io 0 v2 uvd
T o T o
I S _ rms = i (t ) 2
dt = 2  I o
2
dt = 2 − + o
q
D’1 D’2

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC N 37


Conversores CA/CC
Montagem PDq

Potências e fator de potência:

Potência ativa fornecida à carga

1
T
1
T
2q 
P =  vo (t )io (t )dt = I o  vo (t )dt = I oVo _ médio = I o 2Vrms sin
To To  q
Potência aparente na fonte
(secundário formado por q enrolamentos com valor eficaz Vrms)
Io
S = q  VS _ rms  I S _ rms = qVrms 2
q

Fator de potência na fonte (no secundário)


2q 
Io 2Vrms sin
 q 2 q  O fator de potência é 2 superior
FPS = = sin
qVrms 2
Io  q ao verificado nas montagens Pq
q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 38


Conversores CA/CC
Análise dos conversores em condições que não cumprem os pressupostos

Pressupostos:
• Corrente na carga constante (carga vista como fonte de corrente)
• Comportamento ideal dos elementos da montagem
- Impedância da fonte de entrada nula
- Comutação instantânea e queda de tensão nula dos semicondutores

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 39


Conversores CA/CC
Retificação de onda completa (carga RL)
a) Corrente na carga constante
b)c) Corrente na carga não constante
a)
Em regime permanente e em qualquer
um dos casos:

• O valor médio da tensão de saída


não se altera
b)
• A condução é contínua:
A corrente é sempre positiva. Quando
um díodo saí de condução, o seguinte
entra imediatamente em condução

Vo _ médio
I o _ médio = (carga RL)
R c)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 40


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte

Nas transições de ON ↔ OFF as correntes nos díodos não passam


instantaneamente de Io ↔ 0:

• Desde logo porque o díodo não é ideal (recuperação inversa,…)

• Devido à indutância de fugas do transformador

• Devido à indutância da rede de alimentação

• Estas indutâncias impedem que haja descontinuidades na corrente, isto é, que


haja transições instantâneas de corrente

• A análise do efeito destas indutâncias será realizada considerando uma única


bobina (Ls) em série com a fonte (ou em série com cada enrolamento do
secundário)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 41


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte

Considere-se o seguinte circuito:


uvod(t)
Ls D1 io
is
L
io(t) = Io
vs D2 vuo d
π
iD2 R
is(t) iD2(t)

Circuito equivalente durante a


sobreposição: 0 u u − ângulo de sobreposição
dis (t )
Ls io vL (t ) = vs (t )  Ls = 2Vrmssen( wt ) 
is dt
Io wt
vud di ( wt ) 2Vrms

iD2
vs o
wL s s = 2Vrmssen( wt )  is ( wt ) = sen( wt )dwt 
dwt 0
wL s
2Vrms 2V
is ( wt ) =  − cos(wt )0  is (wt ) = rms (1 − cos(wt ) )
wt

wL s wL s
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 42
Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte

uvod(t)
Ls io
is io(t) = Io
Io
vs iD2 vud o π

is(t) iD2(t)

0 u
2Vrms
is ( wt ) = (1 − cos(wt ) ) 0  wt  u
wLs

No fim da sobreposição:

2Vrms wL I
is ( u ) = I 0  (1 − cos u ) = I 0  cos u = 1 − s 0
wL s 2Vrms

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 43


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte

vuod(t)
A existência do intervalo de
sobreposição reduz o valor io(t) = Io
médio da tensão de saída, uma
vez que neste intervalo vo = 0 π

is(t) iD2(t)

0 u
T  u
1 1 1
=  vo ( t ) dt =
wL s I 0
Vo _ médio
T0 2 
0
2Vrms sin  d −
2 
0
2Vrms sin  d cos u = 1 −
2Vrms
2Vrms 2V
= (1 − cos  ) − rms (1 − cos u )
2 2
2Vrms 2Vrms   wL s I 0   2Vrms wLs I 0
= −  
1 − 1 −   = −
 2   2Vrms    2
Vo _ médio redução do valor médio
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 44
Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem Pq

v1 Ls
D1 Ido
A sobreposição de D1 e D2 ocorre para − +

is1
    v2 D2
+  wt  + +u ( v2  v1 ) − +
Ls
uvod
2 q 2 q
is2
dis1 di vq
em que vo = v1 − Ls = v2 − Ls s 2 − +
Dq
dt dt
dis1 di
Como is1 + is 2 = I o resulta = − s2
dt dt

v1 + v2 dis 2 v2 − v1
Então vo =  =
2 dt 2Ls

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 45


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem Pq

   
+ +u + +u
2 q
v2 − v1 2Vrms
2 q
  2  
is 2 = 
  2Ls
dt =
2Ls 
 
 
sen
 
wt −
q  − sen( wt )  dt
 
+ +
2 q 2 q

  
No início da sobreposição is 2  +  = 0 resultando
2 q

2Vrms     
is 2 = − sen   1 − sen  wt −  
wLs  q   q 
  
No fim da sobreposição is 2  + + u  = I o resultando
2 q 

2Vrms   wLs I o
sen   (1 − cos u ) = I o  cos u = 1 − (1)
wLs q  
2Vrmssen  
q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 46


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem Pq

v +v
Durante a sobreposição de D1 e D2 ( v2  v1 ) vo devia ser igual a v2 mas é igual a 1 2
2
v +v v −v
Assim, a queda de tensão devido à sobreposição é v2 − 1 2 = 2 1
2 2

Como há q comutações por período, o valor médio da queda de tensão devido à


sobreposição é:
   
+ +u + +u
q
2 q
v2 − v1 q 2Vrms
2 q
  2  
Vo _ médio =
2 
  2
dt =
4 
 
 
sen
 
wt −
q 

− sen( wt )  dt

+ +
2 q 2 q

q 2Vrms  
= sen   (1 − cos u )
2 q

qwLs I o
Por (1) temos: Vo _ médio =
2

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 47


Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem Pq

V2 V3 V1 Vo
400

Exemplo: P3 uvod(t)
(t)
200

-200

-400
I(D1) I(D2) I(D3)

Io
10

iD1(t) iD2(t) iD3(t)


8

0
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04

   
Time (s)

+ + +u
2 3 2 3
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 48
Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem PDq
M
v1 D1 D2 Dq
− +

v2
0
− +
vuod
D’1 D’2 D’q
vq
− +

As montagens duplas são constituídas pela interligação de duas montagens simples.


Para q ≥ 3 verifica-se que a comutação no comutador positivo e no comutador
negativo ocorre da mesma forma que nas montagens simples, verificando-se em cada
um deles o mesmo valor médio da queda de tensão devido à sobreposição. Assim:

wLs I o qwLs I o qwLs I o


cos u = 1 − Vo _ médio = 2  =
  2 
2Vrmssen  
q
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 49
Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem PDq

Exemplo: PD3
Vo V1 V2 V3 Vm Vn
600

vo

400

vM − vneutro

200

vN − vneutro
-200

-400
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Time (s)
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 50
Conversores CA/CC
Análise do efeito da indutância da fonte numa montagem PDq

Para q = 2 (PD2) ocorre um caso particular na medida em que durante a sobreposição


conduzem os quatro díodos , anulando a tensão de saída. Nestas condições, verifica-
se que as expressões anteriores não são válidas, mas sim:
V1 V2 Vo

vo
600

vo = 0
2 wL s I o
cos u = 1 − 400

2Vrms
v1 v2
4 wL s I o
Vo _ médio = 200


0

-200

-400
0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC Time (s) 51
Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 52


Conversores CA/CC
Retificação controlada

• As topologias de retificação controlada são as mesmas já estudadas com os


díodos, sendo os díodos substituídos , em parte ou no todo, por tiristores.

• O uso de tiristores permite controlar o instante de entrada em condução e,


desta forma, controlar o valor médio da tensão de saída.

• A entrada em condução de um tiristor provoca a saída de condução do tiristor


precedente.

• Ângulo de disparo (α): é o ângulo em que o tiristor começa a conduzir, tomando


como referência o ponto onde um díodo começaria a conduzir com carga
resistiva.

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 53


Conversores CA/CC
vT Retificação monofásica controlada com carga RL
I(R1) Vi Vo 50*ig-100
100

io vo(t)
L
vs vo 50

io(t)
R
0

α – ângulo de disparo α
γ
γ – ângulo de condução
-50

ig(t)

vs ( wt ) = 2Vrms sin ( wt +  )
-100

0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018


Time (s)

E 2Vrms  − wL
R
E 2Vrms
sin ( −  )  e sin ( wt +  −  )
wt
i ( wt ) =  − − +
R Z  R Z
i ( wt ) = 0  wt = 
 
O tiristor conduz de 0  wt    0  t  
 w
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 54
Conversores CA/CC
Retificação monofásica controlada com carga RL
vT
Vi Vo 50*ig-100 I(R1)
100

io vo(t)
L 50

vs vo io(t)
0

R α
-50

ig(t)
vo _ médio -100

io _ médio = (carga RL) 100


VT

R
vT(t)

50

Para 0  t  o tiristor já está


w 0

diretamente polarizado, mas só



é disparado em t =
-50

w
-100
0 0.002 0.004 0.006 0.008 0.01 0.012 0.014 0.016 0.018 0.02
Time (s)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 55


Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 56


Conversores CA/CC
Retificação controlada

Pressupostos:
• Corrente na carga constante (carga vista como fonte de corrente)
• Comportamento ideal dos elementos da montagem
- Impedância da fonte de entrada nula
- Comutação instantânea e queda de tensão nula dos semicondutores

• Funcionamento como retificador → α < π/2 , o valor médio da tensão de saída é


positivo, havendo trânsito de potência ativa da fonte para a carga

• Funcionamento como ondulador → α > π/2 , o valor médio da tensão de saída é


negativo, havendo trânsito de potência ativa da carga para a fonte (implica a
existência de uma força contra-eletromotriz na carga)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 57


Conversores CA/CC

Montagem P3 =
V1 V2 V3 Vo 25*ig3-490 25*ig1-370
3 25*ig2-430

v1 T1
Io v1 v2 v3
v’o
v2 T2
200

v'o α α α
v3 T3
0

V 'o _ médio − E
i 'o _ médio = = Io
R -200

Com corrente na carga α


ig1
constante, cada tiristor -400 α
ig2
conduz 1/3 do período α
0.02 0.025 0.03 0.035 ig3
0.04
Time (s)

T1 T2 T3
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 58
Conversores CA/CC

Montagem P3 =
V1 V2 V3 Vo 25*ig3-490
3
25*ig1-370 25*ig2-430

v1 v2 v3
v’o
v1 T1
Io
200

v2 T2 α α α
v'o
v3 T3 0

-200
Valor médio da tensão retificada:
 2
+ +
2 6 3
1 1
V 'o _ médio = v ' (
0 o -400
 ) d = 3   2Vrms sin ( ) d = Vo _ médio cos 
2 2 
+
6


0  0.02  0 0.025
V 'o _ médio  Vo _Time
0.03
médio (s)
0.035 0.04

2
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 59
Conversores CA/CC
2  
Montagem P3 =    
3  2
V1 V2 V3 Vo

A carga (RLE) fornece v1 v2 v3


potência ativa à fonte
200
α α α
V 'o _ médio − E v’o
i 'o _ médio = = Io
R
0


  V 'o _ médio  0
2
-200

Como:

i 'o (t ) = I o  0

0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0.045
Time (s)

E0
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 60
Conversores CA/CC
Montagem P3
V1 V2 V3 Vo

v1 v’voo(t)
(t) v2 v3
E se a corrente na carga (RL)
200

não for constante? α


0 io(t)
Calcular o ângulo de
condução (γ) -200
α
β
I(R1)

Se γ > 120º a condução é 30 ig(t)


25
i'o(t)
contínua ( i'(t) > 0 )
20

15

10

0
γ
-5
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Time (s)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 61


Conversores CA/CC
Montagem P3
V1 V2 V3 Vo

v1 v’voo(t)
(t) v2 v3
Calculo do ângulo de
200

condução (γ) α
0 io(t)
α'
 -200
α
 ' = + β
6
I(R1)
30

25

v1 ( wt ) = 2Vrms sin ( wt +  ' ) 20

E 2Vrms  −15wL
R
E 2Vrms
sin ( '−  )  e 10 − + sin ( wt +  '−  )
wt
i '( wt ) =  −
R Z  R Z
5

i '( wt ) = 0  wt =  0

-5
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Time (s)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 62


Conversores CA/CC
Montagem P3

v1 T1
Io

Tensão aos terminais dos tiristores: v2 T2

v'o
Análise de T1: v3 T3

A tensão vT1 é sempre igual a v1 − v’o

Quando conduz T1, vT1 = v1 − v1 = 0 v’o = v1 quando conduz T1


Quando conduz T2, vT1 = v1 − v2 = v12 v’o = v2 quando conduz T2
Quando conduz T3, vT1 = v1 − v3 = v13 v’o = v3 quando conduz T3

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 63


Conversores CA/CC
Montagem P3
Quando conduz T1, vT1 = v1 − v1 = 0
Quando conduz T2, vT1 = v1 − v2 = v12
Quando conduz T3, vT1 = v1 − v3 = v13
V1 V2 V3 v1-v2 v1-v3 VT1
600

v12 v13
400

200

vT1
A tensão inversa máxima que os
α
0
tiristores vão suportar é sempre igual
ao valor de pico da tensão composta
-200 da fonte.
Na montagem P3 a tensão inversa
-400 máxima é:
2 3Vrms
-600
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04

T1 Time (s)
T2 T3
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 64
Conversores CA/CC
Montagem Pq

Estudo das correntes:


Com base no pressuposto de que a corrente na carga é constante e igual a Io, e
como cada tiristor conduz, em cada período T, num intervalo de duração T /q,
então as correntes nos tiristores caraterizam-se por:

I 'T _ máx = I o
T
T q
1 1 I
I 'T _ médio =  i 'T (t )dt =  I o dt = o
To To q
T
T q
1 1 1 T I
T o T o
I 'T _ rms = i 'T (t ) 2
dt = I o
2
dt = Io = o
T q q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 65


Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 66


Conversores CA/CC
Montagem PD3
M
v1
− +
T1 T2 T3
v2
0
− +
v'uod
v3
− +
T’1 T’2 T’3

• conduz o tiristor do comutador positivo que for disparado, se tiver no ânodo a mais
positiva das tensões de entrada
• conduz o tiristor do comutador negativo que for disparado, se tiver no cátodo a mais
negativa das tensões de entrada

• Em condução contínua, io(t) > 0, a entrada em condução de um tiristor força a saída


de condução do tiristor precedente

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 67


Conversores CA/CC
600
V1 V2 V3 VM VN v1-v2 v2-v3 v1-v3 v2-v1 v3-v2 v3-v1 Vo

v32 v12 v13 v23 v21 v31


Montagem PD3


400

= u'
v’od
6 v1 v2 v3
200
α α α
Valor médio da tensão retificada:
0

wt
 
+
1 2 3
α α α
V 'o _ médio = 6 
2 

3 2Vrms sin  d
-200

= Vo _ médio cos 
-400

V 'o _ médio − E
-600
0.02 0.025
T1 0.03
T2 0.035
T3 0.04

i 'o _ médio = = Io Time (s)

R T’2 T’3 T’1

v32 v12 v13 v23 v21 v31


Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 68
Conversores CA/CC
V1 V2 V3 Vo I(R1)
400
Montagem PD3 v’o
 = 75º v1

200

E se corrente na carga α
(RL) não fôr constante?
Calcular o ângulo de
0

condução (γ).
i’o(t)
Se γ > 60º a condução é
γ
contínua ( i'(t) > 0 )
-200

0.025 0.03 0.035 0.04

Neste exemplo a condução é Time (s)


Disparo de confirmação em T1
descontínua, e o comportamento
observado só é possível através Disparo em T1
Disparo em T’3
de disparos de confirmação.
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 69
Conversores CA/CC
Montagem PD3
V1 V2 v2-v3 I(THY2) Vo
600
v23
Calculo do ângulo de
condução (γ) 400

v1 v2
200
α

 ' = +
3
0


3
γ
-200
α'
i’T2
v23 ( wt ) = 2Vrms sin ( wt +  ' )
E 2Vrms -400
 − wL
R
E 0.025 2Vrms
sin ( '−  )  e sin ( wt Time
+ (s)'−  )
wt
i '( wt ) =  − − +
0.02 0.03 0.035 0.04

R Z  R Z
i '( wt ) = 0  wt = 
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 70
Conversores CA/CC
Montagem PD3
M
v1
− +
T1 T2 T3
v2
vneutro0 − +
v'uod
v3
− +
T’1 T’2 T’3

Tensão aos terminais dos tiristores:


N

Análise de T1:
A tensão vT1 é sempre igual a v1 − (vM − vneutro)
vM − vneutro =
Quando conduz T1, vT1 = v1 − v1 = 0 v1 quando conduz T1
Quando conduz T2, vT1 = v1 − v2 = v12 v2 quando conduz T2
Quando conduz T3, vT1 = v1 − v3 = v13 v3 quando conduz T3

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 71


Conversores CA/CC
Montagem PD3
Quando conduz T1, vT1 = v1 − v1 = 0
Quando conduz T2, vT1 = v1 − v2 = v12
Quando conduz T3, vT1 = v1 − v3 = v13
V1 V2 V3 v1-v2 v1-v3 VT1
600

v12 v13
400

200

vT1
A tensão inversa máxima que os
α
0
tiristores vão suportar é sempre igual
ao valor de pico da tensão composta
-200 da fonte.
Na montagem PD3 a tensão inversa
-400 máxima é:
3 2Vrms
-600
0.02 0.025 0.03 0.035 0.04

T1 Time (s)
T2 T3
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 72
Conversores CA/CC
Montagem PDq

Estudo das correntes:


Com base no pressuposto de que a corrente na carga é constante e igual a Io, e:
• como cada tiristor do comutador positivo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
• como cada tiristor do comutador negativo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
então as correntes nos tiristores caraterizam-se por:

𝐼′ 𝑇 _ 𝑚á𝑥 = 𝐼𝑜
𝑇
𝑇 𝑞
1 1 𝐼𝑜
𝐼′ 𝑇 _ 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = න 𝑖′ 𝑇 (𝑡)𝑑𝑡 = න 𝐼𝑜 𝑑𝑡 =
𝑇 𝑇 𝑞
𝑜 𝑜
𝑇
𝑇 𝑞
1 1 1 𝑇 𝐼𝑜
𝐼′ 𝑇 _ 𝑟𝑚𝑠 = න 𝑖′ 𝑇 (𝑡)2 𝑑𝑡 = න 𝐼𝑜 2 𝑑𝑡 = 𝐼𝑜 =
𝑇 𝑇 𝑇 𝑞 𝑞
𝑜 𝑜

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 73


Conversores CA/CC

a) Retificação não controlada (a díodos)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

b) Retificação controlada (a tiristores)

• Montagens paralelas simples

• Montagens duplas

c) Retificação semi-controlada (a díodos e tiristores)

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 74


Conversores CA/CC
Exemplo: PD3 mista
• Nas montagens semi-controladas M
(ou mistas) um dos grupos de v1
− +
tiristores é substituído por díodos T1 T2 T3
v2
• A condução continua a ser feita aos 0
− +
v'uod
pares, conduzindo dois
semicondutores
v3
− +
D1 D2 D3

• No comutador positivo, a entrada


em condução dos tiristores é função N
do ângulo de disparo

• No comutador negativo, os díodos


conduzem de forma fixa, quando
cada tensão na fase se torna a mais
negativa

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 75


Conversores CA/CC
600
Vo V1 V2 V3 VM VN Exemplo: PD3 mista

v 'o M
v1
− +
T1 T2 T3
400
v2
vneutro0 − +

vM − vneutro
v3
α − +
D1 D2 D3
200

-200

vN − vneutro

-400
0.04 0.045 0.05 0.055 0.06
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 76
Time (s)
Conversores CA/CC

Exemplo: PD3 mista =
Vo V1 V2 V3 VM VN
2
600

v’o

400
v1 v2 v3

200
α α α

-200

-400
0.04 0.045 0.05 0.055 0.06
T3 T1
Time (s)
T2
D2 D3 D1 D2
v32 v33 v13 v11 v21 v22
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 77
Conversores CA/CC
Caso particular: PD2 mista monofásica

• A condução continua a ser feita aos


pares, conduzindo dois
semicondutores

• No comutador positivo, os díodos


conduzem de forma fixa,
dependendo da polaridade da
tensão de entrada

• No comutador negativo, a entrada


em condução dos tiristores é função
do ângulo de disparo

• Em condução contínua, io(t) > 0, a entrada em condução de um tiristor força a saída


de condução do tiristor precedente

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 78


Conversores CA/CC
2𝜋
Caso particular: PD2 mista monofásica 𝛼=
3

vS −vS
v’o

α α

v´O = 0

v´O = vS

D1 D2 v´O = −vS
T2 T1
D1 T1 D1 T2 D2 T2 D2 T1
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 79
Conversores CA/CC
2𝜋
Caso particular: PD2 mista monofásica 𝛼=
3

v’o

i’o

Nas montagens mistas não se aplica a expressão da corrente em baixo porque o circuito
equivalente que lhe está associado é diferente
𝐸 2𝑉𝑟𝑚𝑠 𝑅 𝐸 2𝑉𝑟𝑚𝑠
𝑖′𝑂 ≠ 𝑖′(𝑤𝑡) = − sin 𝛼′ − 𝜙 𝑒 −𝑤𝐿𝑤𝑡 − + sin 𝑤𝑡 + 𝛼′ − 𝜙
𝑅 𝑍 𝑅 𝑍

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 80


Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)

Supondo que se tem a associação de uma montagem Pq controlada com uma


montagem Pq não controlada (em ânodo comum):

O valor médio de vM − vneutro é o mesmo q 


( vM − vneutro )médio = 2Vrms sin cos 
da montagem Pq controlada:  q

O valor médio de vN − vneutro é o mesmo da q 


( vN − vneutro )médio = − 2Vrms sin
montagem Pq não controlada, mas simétrico:  q

Como v 'o = vM − vN = ( vM − vneutro ) − ( vN − vneutro )

o valor médio da tensão retificada vem


q   1 + cos    1 + cos  
V 'o _ médio = 2 2Vrms sin   V 'o _ médio = Vo _ médio   v 'o (t )  0  V 'o _ médio  0
 q 2   2 
Vo _ médio

O valor médio vem multiplicado por 1 + cos  relativamente à montagem não controlada
2
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 81
Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)
M
v1
− +
T1 T2 Tq
v2
Tensão aos terminais dos tiristores:
v'uod
− +
vneutro0

vq D’1 D’2 D’q


Análise de T1: − +

A tensão vT1 é sempre igual a v1 − (vM − vneutro) N

vM − vneutro =
v1 quando conduz T1
Quando conduz T1, vT1 = v1 − v1 = 0
v2 quando conduz T2
Quando conduz T2, vT1 = v1 − v2 = v12
v3 quando conduz T3
Quando conduz T3, vT1 = v1 − v3 = v13

A tensão inversa máxima que os tiristores  2 2Vrms , q par


vão suportar é sempre igual ao valor de 
VTinv _ máx  
pico da tensão composta da fonte:  2 2Vrms cos , q ímpar
 2q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 82


Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)
M
v1
− +
T1 T2 Tq
v2
Tensão aos terminais dos díodos:
v'uod
− +
vneutro0

vq D’1 D’2 D’q


Análise de D1: − +

A tensão vD’1 é sempre igual a (vN − vneutro) − v1 N

vN − vneutro =
v1 quando conduz D’1
Quando conduz D’1, vD’1 = v1 − v1 = 0
v2 quando conduz D’2
Quando conduz D’2, vD’1 = v2 − v1 = v21
v3 quando conduz D’3
Quando conduz D’3, vD’1 = v3 − v1 = v31

A tensão inversa máxima que os díodos  2 2Vrms , q par


vão suportar é sempre igual ao valor de 
VDinv _ máx  
pico da tensão composta da fonte:  2 2Vrms cos , q ímpar
 2q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 83


Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)

Estudo das correntes:


Com base no pressuposto de que a corrente na carga é constante e igual a Io, e:
• como cada tiristor do comutador positivo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
• como cada díodo do comutador negativo conduz, em cada período T, num
intervalo de duração T /q
então as correntes nos tiristores são iguais às correntes nos díodos, com os
respetivos desfasamentos, e caraterizam-se por:
I 'D _ máx = I o
T
T q
1 1 I
I 'D _ médio =  i 'D (t )dt =  I o dt = o
To To q
T
T q
1 1 1 T I
T o T o
I 'D _ rms = i ' D (t ) 2
dt = I o
2
dt = Io = o
T q q

Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC 84


Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)

Exemplo: PD3 mista


Corrente na fonte: 600
Vo V1 V2 V3

2
Caso 1:    − 400

q
200

Cada fase da fonte é percorrida pela corrente:


0

+Io, num intervalo de duração T/q, quando


conduz o tiristor do comutador positivo -200

dessa fase -400

−Io, num intervalo de duração T/q, quando Is1

conduz o díodo do comutador negativo 60

T1 i 'S 1
dessa fase +Io 40

T
T 20

T q 3
1 1 Io
T o T o
= =  =
0
2 2
I 'S _ rms i (t ) dt 2 I o dt 2 T
q -20

3
−Io -40

-60
D’1
3 3.005 3.01 3.015 3.02
Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP Time (s) 85
Conversores CA/CC
Montagem mista (q fases)
Corrente na fonte: Exemplo: PD3 mista
Vo V1 V2 V3

2
Caso 2:   − 400
v1
q
200 
Cada fase da fonte é percorrida pela corrente:
0

+Io, num intervalo de duração π − α, quando


conduz o tiristor do comutador positivo -200

dessa fase
−Io, num intervalo de duração π − α, quando -400
Is1
conduz o díodo do comutador negativo
dessa fase +Io 15

i 'S 1 T1
0, quando há condução simultânea entre um 10
T1
tiristor e um díodo do mesmo braço 5
D’1
 −
0
2  −
1 2  −
= 0 S   =  I o 2 d = I o  −
2
I 'S _ rms i ( ) d -5

2 2 0
 -10
D’1
−Io -15

3 3.005 3.01 3.015 3.02


Rui Chibante ISEP/DEE/ELTRP-EC Time (s)
86

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