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ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA ELETROTÉCNICA

Prof. Esp. Jefferson Franco Rocha


SOFT-STARTER
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

As chaves de partida soft-starters são destinadas ao comando de motores de


corrente contínua e alternada, assegurando a aceleração e desaceleração progressivas
e permitindo uma adaptação da velocidade às condições de operação.
A alimentação do motor, quando é colocado em funcionamento, é feita por
aumento progressivo da tensão, o que permite uma partida sem golpes e reduz o pico
de corrente. Isso é obtido por intermédio de um conversor com tiristores em
antiparalelo, montados de dois a dois em cada fase da rede.
A subida progressiva da tensão pode ser controlada pela rampa de aceleração
ou dependente do valor da corrente de limitação, ou ligada a esses dois parâmetros.
Assim, a soft-starter assegura:
• O controle das características de funcionamento, principalmente durante os períodos
de partida e de parada;
• A proteção térmica do motor e do controlador;
• A proteção mecânica da máquina movimentada por supressão dos golpes e redução
da corrente de partida.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Através de comando microprocessado, controlam tiristores que ajustam a tensão


enviada ao estator do motor. Desta forma, consegue-se, de um lado, aliviar o acionamento dos
altos conjugados de aceleração do motor de indução e, de outro, proteger a rede elétrica das
correntes de partida elevadas.
As chaves de partida estática são chaves microprocessadas, projetadas para acelerar
(ou desacelerar) e proteger motores elétricos de indução trifásicos. Através do ajuste do ângulo
de disparo de tiristores, controla-se a tensão aplicada ao motor. Com o ajuste correto das
variáveis, o torque e a corrente são ajustados às necessidades da carga, ou seja, a corrente
exigida será a mínima necessária para acelerar a carga, sem mudanças de freqüência.
Algumas características e vantagens das chaves soft-starters são:
• Ajuste da tensão de partida por um tempo pré-definido;
• Pulso de tensão na partida para cargas com alto conjugado de partida;
• Redução rápida de tensão a um nível ajustável, (redução de choques hidráulicos em
sistemas de bombeamento);
• Proteção contra falta de fase, sobre-corrente e subcorrente, etc.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

O soft-starter é um equipamento eletrônico capaz de controlar a potência do


motor no instante da partida, bem como sua frenagem.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Através do ângulo de condução dos tiristores, a tensão na partida é reduzida,


diminuindo os picos de corrente gerados pela inércia da carga mecânica.
Um dos requisitos do soft-starter é controlar a potência do motor, sem entretanto alterar
sua freqüência (velocidade de rotação). Para que isso ocorra, o controle de disparo dos
SCRs (tiristores) atua em dois pontos: controle por tensão zero e controle de corrente
zero.
O circuito de controle deve temporizar os pulsos de disparo a partir do último
valor de zero da forma de onda, tanto da tensão como da corrente. O sensor pode ser
um transformador de corrente que pode ser instalado em uma única fase (nesse caso, o
sistema mede somente o ponto de cruzamento de uma fase), ou um para cada fase.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
O funcionamento das soft-starters está baseado na utilização de SCRs
(tiristores), ou melhor, de uma ponte tiristorizada na configuração antiparalelo, que é
comandada por uma placa eletrônica de controle, a fim de ajustar a tensão de saída,
conforme programação feita pelo usuário.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

No circuito de potência, a tensão da rede é controlada através de 6 tiristores, que


possibilitam a variação do ângulo de condução das tensões que alimentam o motor.
Para alimentação eletrônica interna, utiliza-se uma fonte linear com várias tensões, alimentada
independente da potência.
O cartão de controle contém os circuitos responsáveis pelo comando, monitoração e
proteção dos componentes de potência. Esse cartão possui também circuitos de comando e
sinalização a serem utilizados pelo usuário de acordo com sua aplicação, como saídas à relé.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Circuito de potência
Este é o circuito pelo qual circula a corrente que é fornecida para o motor.
É constituído basicamente por SCRs e suas proteções e por TCs
(transformadores de corrente).
• O circuito RC, representado no diagrama (snubber), tem como função proteger
os tiristores contra variações da tensão aplicadas sobre eles (dv/dt).
• Os transformadores de corrente fazem a monitoração da corrente de saída,
permitindo que o controle eletrônico efetue a proteção e a manutenção do valor
de corrente em níveis predefinidos (função limitação de corrente ativada).

Circuito de controle
É o local onde ficam os circuitos responsáveis pelo comando, monitoração e
proteção dos componentes do circuito de potência, bem como os circuitos utilizados
para comando, sinalização e interface homem/máquina (IHM), que são configurados
pelo usuário em função da aplicação.
Atualmente, a maioria das chaves soft-starters disponíveis no mercado é
microprocessada, sendo totalmente digital.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Além da tensão, o soft-starter também tem circuitos de controle de corrente. Ela é


conservada num valor ajustável por um determinado intervalo de tempo. Esse recurso
permite que cargas de alta inércia sejam aceleradas com a menor corrente possível,
além de limitar a corrente máxima para partidas de motores em fontes limitadas.
Alguns fabricantes projetam seus soft-starters para controlar apenas duas fases (R e S,
por exemplo), utilizando a terceira como referência. Essa técnica, que é mostrada na
figura, simplifica o circuito de controle e, conseqüentemente, “barateia” o produto.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
Para que a partida do motor ocorra de modo suave, o usuário deve parametrizar a
tensão inicial (Vp) de modo que ela assuma o menor valor possível suficiente para iniciar o
movimento da carga. A partir daí, a tensão subirá linearmente segundo um tempo também
parametrizado (tr) até atingir o valor nominal.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento
Levando em conta que o conjugado do motor varia de maneira proporcional ao
quadrado da tensão e que a corrente cresce linearmente, podemos controlar o conjugado de
partida do motor, assim como a sua corrente de partida por meio do controle da tensão eficaz
aplicada aos terminais do motor.
As chaves soft-starters, através do controle da variação do ângulo de disparo da ponte
de tiristores, geram na saída uma tensão eficaz gradual e continuamente crescente até que seja
atingida a tensão nominal da rede. Assim, durante um tempo Tp, o circuito de controle eleva a
tensão nos terminais do motor, iniciando com o valor de partida da rampa que, em geral, pode ser
ajustado de 15 % a 100% da tensão do sistema.
Quando ajustamos um valor de tempo de rampa e de tensão de partida (pedestal), não
significa que o motor acelera de zero até sua rotação nominal no tempo definido no ajuste. Isso
depende também das características dinâmicas do sistema motor/carga, como, por exemplo:
sistema de acoplamento, momento de inércia da carga refletida ao eixo do motor etc. O valor de
tensão e o tempo de rampa são valores ajustáveis dentro de uma faixa que pode variar.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Bombas
Para esta aplicação, a tensão de partida não deve receber um ajuste elevado, a fim de
evitar o fenômeno conhecido como golpe de aríete, que se traduz pela onda de pressão
da coluna de líquido durante os processos de partida e parada. Por outro lado, a tensão
não pode receber um ajuste muito baixo, sob pena de não se realizar o processo de
partida. Durante a aceleração do motor, o conjugado do motor deve ser, no mínimo,
superior a 15% do conjugado resistente do conjugado da bomba.

Ventiladores
Assim como as bombas, o valor de ajuste da tensão de partida Vp deve ser baixo o
suficiente para permitir um torque motor adequado à carga. O ajuste do tempo de
partida Tp não deve ser muito curto. Pode-se usar a limitação da corrente de partida
para estender o tempo de partida Tp, enquanto a inércia do sistema é superada. O
conjugado de partida do motor deve estar, no mínimo, 15% acima do conjugado do
ventilador.
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Na frenagem, a tensão deve ser reduzida instantaneamente a um valor


ajustável (Vt), que deve ser parametrizado no nível em que o motor inicia a redução da
rotação. A partir desse ponto, a tensão diminui linearmente (rampa ajustável (tr)) até a
tensão final Vz, quando o motor parar de girar. Nesse instante, a tensão é desligada
SOFT-STARTER – Princípio de Funcionamento

Quando se reduz a tensão aplicada ao motor, ele perde conjugado e, por consequência,
perde velocidade e a carga acionada também perde. Esse recurso é muito usual em aplicações que
necessitam de uma parada suave do ponto de vista mecânico, como, por exemplo, bombas
centrífugas, transportadores etc.
No caso das bombas centrífugas, é utilizado para reduzir o golpe de aríete, que pode
provocar sérios danos a todo o sistema hidráulico, comprometendo a vida útil de componentes
como válvulas e tubulações, além da própria bomba. Também pode ser utilizado em situações de
um processo industrial, em que uma parada brusca pode provocar danos ao produto final, como
esteiras transportadoras de garrafas de refrigerantes.
SOFT-STARTER – Rampa de tensão de partida (kick start)

As chaves de partida estáticas (soft-starters) são providas de uma função chamada


pulso de tensão de partida (kick start) com um valor ajustável. É aplicado em cargas de elevada
inércia que, no momento da partida, exigem um esforço extra do acionamento em função do
alto conjugado resistente.
O valor dessa tensão deve ser suficiente para se obter um conjugado motor que possa
vencer o conjugado resistente da carga. Nesses casos, normalmente a soft-starter precisa
aplicar no motor uma tensão maior que aquela ajustada na rampa de tensão de aceleração por
meio da função kick start.
Essa função faz com que seja aplicado ao motor um pulso de tensão com amplitude e
duração programáveis para que o motor possa desenvolver um conjugado de partida suficiente
para vencer o atrito e acelerar a carga.
Na prática, o pulso de tensão de partida deve ser ajustado entre 75% e 90% da tensão
do sistema e o tempo do pulso de tensão de partida deve ser ajustado entre 100 e 300
milissegundos, dependendo do tipo de carga a ser acionado.
SOFT-STARTER – Rampa de tensão de partida (kick start)

Deve-se usar essa função somente nos casos em que ela seja estritamente necessária,
pois ao habilitar a função pulso de tensão de partida, a atuação da limitação de corrente de
partida não ocorre. Assim, o sistema em que o motor está inserido pode sofrer elevadas quedas
de tensão durante o tempo ajustado para o pulso de tensão.
SOFT-STARTER - Proteções
A utilização das soft-starters não fica restrita à partida de motores de indução, pois elas
também podem garantir ao motor toda a proteção necessária.
Assim, quando uma proteção atua, é emitida uma mensagem de erro correspondente
para permitir ao usuário visualizar o ocorrido.

Sobrecorrente imediata na saída: ajusta o máximo valor de corrente que a soft-starter


permite conduzir para o motor por período de tempo pré-ajustado.

Subcorrente imediata: ajusta o mínimo valor de corrente que a soft-starter permite


conduzir para o motor por período de tempo pré-ajustado.
Essa função é utilizada para proteção de cargas que não possam operar em vazio,
como, por exemplo, sistemas de bombeamento.
SOFT-STARTER – Proteções
SOFT-STARTER – Proteções
SOFT-STARTER – Comparações
SOFT-STARTER – Proteções

Falta de Fase
Detecta falha e falta de fase na entrada do mesmo. Quando atuada, acende o led
correspondente, comuta o relé de falha e inibe-se o disparo dos tiristores. Sinaliza se
ocorrer tanto falta de fase na entrada como na saída, como também falha interna que
ocasione falta de corrente em uma das fases.
Em caso de motor sem carga, desacoplado, tanto no método de supervisão de tensão
como no de corrente esta proteção pode não atuar, já que num caso o motor gera
tensão nominal na fase faltante (sem carga) e no outro caso a corrente é muito baixa e
a detecção é feita por comparação entre as fases. Não ocasiona problemas pois o
motor logicamente não vai operar com carga zero ou desacoplado. Deve-se tomar
cuidado durante testes com o motor desacoplado.
SOFT-STARTER – Proteções

Curto-Circuito
Atua caso ocorra uma corrente instantânea de valor 8 vezes a nominal do soft-starter.
Neste caso, acende o LED correspondente, inibe-se os disparos e comuta-se o relê de
indicação de falha. Esta proteção não dispensa o uso de fusíveis ultra-rápidos para
proteção dos tiristores, já que as condições de curto-circuito variam, dependendo da
impedância da rede, podendo atingir valores elevados de corrente. Neste caso, o fusível
pode atuar primeiro, protegendo mais adequadamente os tiristores.
SOFT-STARTER – Proteções

Sobre-Corrente
Esta proteção é ajustável, de 70 a 120% da corrente nominal. Atua após 10 segundos
de sobrecarga, acendendo o LED correspondente, comutando o relé de falha e inibindo-
se o disparo dos tiristores.
Essa função, que deve estar presente em toda chave soft-starter, sinaliza a ocorrência
de sobrecarga acima dos níveis ajustados.
SOFT-STARTER – Proteções

Sobre-Temperatura
Uma chave bem projetada possui um sensor térmico nos dissipadores de calor dos
tiristores. Caso ocorra elevação da temperatura, ocorrerá a indicação da falha no LED
vermelho correspondente, inibição do disparo dos tiristores, e a comutação do relé de
indicação de falha.
SOFT-STARTER – Sinalizações

Qualquer chave soft-starter produzida industrialmente tem um grande número de


sinalizações, feitas através de leds. Essas sinalizações têm, no geral, a função de
informar ao usuário a respeito do funcionamento da chave. Elas são citadas logo a
seguir, e damos uma breve explicação sobre cada uma:
• Pronto para a partida: Significa que o motor não está em regime de partida, nem em
fim de partida e nem em rampa de parada e neste caso pode ser comandada a partida.
• Rampa: sinaliza a ocorrência das rampas de partida e parada.
• Rotação nominal: sinaliza somente se a rampa de partida terminou e a corrente do
motor caiu para níveis nominais, indicando que o mesmo partiu. Comanda também a
entrada do contator de By Pass quando utilizado.
• Frenagem: Sinaliza enquanto o motor está em processo de frenagem por injeção de
corrente contínua.
• Booster: Sinaliza durante processo de injeção de alta corrente no inicio de partida,
caso esta função esteja selecionada.
SOFT-STARTER – Economia de Energia

Quando o motor opera em carga reduzida, consequentemente opera com


baixo fator de potência. A chave de partida estática tem uma função que otimiza o ponto
operacional do motor, minimizando as perdas de energia reativa, fornecendo apenas a
energia ativa requerida pela carga, o que caracteriza um procedimento de economia de
energia elétrica.
A função de economia de energia elétrica é aplicada com vantagens em
situações em que o motor permanece funcionando a vazio por um longo período de
tempo. Isso é feito mediante a redução da tensão fornecida nos terminais do motor
durante o tempo em que o motor desenvolve a sua operação em carga reduzida ou a
vazio. Reduzindo a tensão, reduz-se a corrente a vazio e, consequentemente, as
perdas no ferro, que são proporcionais ao quadrado da tensão.
Conforme a aplicação, pode-se obter uma economia de energia entre 5% a
40% da potência nominal, considerando que o motor opere nas mesmas condições,
porém, sob tensão nominal, para uma carga no eixo de apenas 10% da potência
nominal.
SOFT-STARTER – Economia de Energia

Essa função não oferece nenhuma vantagem quando aplicada em situações em que o
motor opera em carga reduzida por curtos períodos de tempo.
Na prática, a função de otimização de energia só faz sentido ao ser ativada quando a
carga for menor que 50% da carga nominal durante um período de operação superior a
50% do tempo de funcionamento do motor.
Essa função pode ser aplicada para cargas como motores de serraria, esmeril,
esteiras transportadoras de aeroportos e cargas similares. Assim, temos a seguinte
forma de onda de tensão aplicada ao motor:
SOFT-STARTER – Tipos de Ligação: Ligação Direta
SOFT-STARTER – Tipos de Ligação: By Pass
SOFT-STARTER – Tipos de Ligação: Sequencial
SOFT-STARTER – Tipos de Ligação: Sequencial

Para partida sequencial recomenda-se o uso de motores de mesma potência e


características de carga, assim pode ser utilizado o mesmo ajuste para ambos os
motores. Se forem utilizados motores com potências e/ou cargas diferentes, devem ser
ajustados os parâmetros de cada motor em separado, via entradas digitais ou via rede
(devicenet, profibus, RS 232, entre outras).
SOFT-STARTER – Diagrama de Comando
SOFT-STARTER – Dimensionamento

A determinação correta da corrente nominal da chave estática muitas vezes é prejudicada pela
falta de informação das condições operacionais do motor. Assim, o dimensionamento da
corrente nominal da chave estática pode ser realizado, de forma prática, aplicando-se sobre a
corrente nominal do motor um fator de sobrecarga, cujo resultado é a corrente que deve ser
adotada para a chave estática, de acordo com a Tabela:
SOFT-STARTER – Fator de Potência

Se for conectado um banco de capacitores aos terminais do motor para corrigir o fator
de potência, este deve ser desligado durante o processo de partida do motor, a fim de evitar a
queima dos componentes semicondutores da chave estática, devido aos transitórios de corrente
que podem ocorrer nesse período. O comando de operação do banco de capacitores pode ser
realizado através dos contatos auxiliares da chave estática.
SOFT-STARTER – TEMPO DE ACELERAÇÃO DE UM MOTOR
A determinação do tempo de aceleração de um motor acoplado a uma carga é baseada no
conhecimento das curvas dos conjugados do motor e da carga traçadas num mesmo gráfico.
Divide-se a velocidade angular em intervalos de pequenos incrementos, calculando-se para cada
incremento o tempo correspondente à aceleração nesses intervalos, com base no conjugado
médio desenvolvido a cada incremento. A seguir será explanada a metodologia de cálculo:

a) Conhecer os momentos de inércia do motor (Jm) e da carga (Jc) na unidade kg ⋅ m2.


b) Conhecer as curvas dos conjugados do motor e da carga.
c) Escolher os incrementos percentuais e aplicá-los sobre a velocidade angular síncrona Ws.
Normalmente, atribuem-se incrementos regulares de 10%, exceto para os intervalos da
curva, onde os conjugados assumem valores de acentuada declividade.
W1 = 0 × Ws rpm
W2 = 10% × Ws rpm
d) Determinar a diferença entre as velocidades.
ΔW=W2 − W1 rpm
e) Determinar, pelo gráfico, os conjugados percentuais do motor (Cm1, Cm2) à
velocidade angular W1 e W2, respectivamente
f) Determinar, ainda, pelo gráfico, os conjugados, em percentagem, da carga (Cc1, Cc2) à
velocidade angular W1 e W2, respectivamente.
g) Calcular as médias percentuais dos conjugados do motor (Cmm) e da carga (Cmc) no intervalo
considerado.

h) Calcular o conjugado de aceleração percentual desenvolvido no intervalo considerado.

i) Calcular o conjugado nominal do motor.


Os motores assíncronos, funcionando com carga nominal, possuem escorregamento variável
entre 1 e 5%.
j) Calcular o conjugado de aceleração no intervalo considerado.

k) Calcular o tempo de aceleração do motor entre os instantes de velocidade angular W1 e W2.

Esse processo se repete até o motor atingir a velocidade de regime. Por ser um método
normalmente trabalhoso, é conveniente que seja elaborado um programa para computador.
Quando não se deseja uma maior precisão no resultado, o tempo de aceleração pode ser obtido
através dos conjugados médios do motor e da carga durante todo o intervalo de acionamento,
isto é, do estado de repouso até a velocidade de regime.
SOFT-STARTER – Exemplo
SOFT-STARTER – Exemplo
SOFT-STARTER – Exemplo
SOFT-STARTER – Exemplo
Determinar o tempo de aceleração de um motor de categoria N, ao qual está acoplada uma
bomba hidráulica, cujas curvas conjugado × velocidade estão mostradas na Figura. Os dados
disponíveis do motor, da carga e do sistema são:
• potência do motor: 100 cv;
• tensão do motor: 380/660 V
• momento de inércia do motor: 1,0600 kg ⋅ m2 (Tabela);
• momento de inércia da carga: 9,4 kg ⋅ m2 (valor dado);
• conjugado da carga: 47% do conjugado nominal do motor;
• velocidade angular síncrona do motor: 1.800 rpm;
• escorregamento: 1,1%;
• tensão da rede de alimentação: 380 V;
• tipo de acionamento: direto
SOFT-STARTER – Exemplo
SOFT-STARTER – Exemplo

O conjugado nominal do motor pode também


ser obtido a partir da Tabela anterior, em
função da velocidade nominal do motor, em
rpm.
SOFT-STARTER – Exemplo

A aplicação dessa metodologia a cada intervalo de tempo considerado


até o motor atingir a velocidade de regime permite calcular o tempo
total gasto na partida.
SOFT-STARTER – Exemplo

Tempo Total gasto na Partida:


SOFT-STARTER – Exemplo Continuação

Determinar a tensão de partida, o tempo de partida em rampa e a corrente de partida com


acionamento através de Soft-Satarter
SOFT-STARTER – Exemplo Continuação
SOFT-STARTER – Exemplo Continuação
SOFT-STARTER – Exemplo Continuação
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA

Método mais eficiente de controle de velocidade de motores de indução


trifásicos, com menores perdas no dispositivo responsável pela variação da velocidade, consiste
na variação da frequência f da fonte alimentadora pelos conversores de frequência, nos quais o
motor pode ser controlado de modo a prover um ajuste contínuo de velocidade e conjugado
com relação à carga mecânica.
INVERSOR DE FREQUENCIA

Pelo equacionamento da máquina assíncrona, o conjugado desenvolvido pelo motor assíncrono


é dado pela seguinte equação:

O fluxo magnetizante (φm) pode ser aproximado pela equação, a seguir, se forem
desconsideradas a resistência e reatância dos enrolamentos do estator.
INVERSOR DE FREQUENCIA

Como a corrente do rotor (I2) depende da carga que podemos considerar constante.
Sendo assim, se aumentarmos o valor da tensão e da frequência na mesma proporção teremos
um fluxo constante e por consequência um conjugado também constante. Desta forma o
inversor de frequência fornece ao motor um ajuste de velocidade e conjugado para uma
determinada carga.

Para possibilitar a operação do motor com torque constante para diferentes velocidades, deve-
se fazer variar a tensão V1 proporcionalmente com a variação da frequência f1, mantendo,
desta forma, o fluxo constante.
INVERSOR DE FREQUENCIA

O avanço da eletrônica de potência permitiu o desenvolvimento de conversores de


frequência com dispositivos de estado sólido, inicialmente com tiristores e atualmente com
transistores, mais especificamente o IGBT, transistor bipolar de porta isolada. Os
cicloconversores antecederam, de certa forma, os atuais inversores. Eles eram utilizados para
converter 60 Hz da rede em uma frequência mais baixa, era uma conversão CA-CA. Já os
inversores utilizam a conversão CA-CC e, por fim, em CA novamente.
Os inversores podem ser classificados pela sua topologia, que é dividida em três
partes, sendo a primeira para o tipo de retificação de entrada, a segunda para o tipo de controle
do circuito intermediário e a terceira para a saída.
Retificador: na rede de entrada, a frequência é fixa em 60 Hz, sendo transformada
pelo retificador em contínua (retificador de onda completa). O filtro transforma essa tensão em
contínua com valor de aproximadamente:
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA
A tensão contínua é conectada aos terminais de saída pelos tiristores T1 a T6, que funcionam no
corte ou na saturação como uma chave estática.
O controle desses circuitos é feito pelo circuito de comando, de maneira a obter um sistema de
tensão alternada em que as frequências estão defasadas em 120º.
Devem ser escolhidas a tensão e a frequência que permitem que a tensão U2 seja proporcional
à frequência f para que o fluxo Φ2 e o torque sejam constantes.
O circuito de comando dos transistores de potência é o elemento responsável pela geração dos
pulsos de controle dos transistores de potência a partir do uso de microcontroladores digitais.
Tal técnica tornou-se possível e extremamente confiável. Atuando sobre a taxa de variação do
chaveamento das bases dos transistores, controla-se a frequência do sinal trifásico gerado.
Como o modulador recebe um sinal de corrente contínua ou é alimentado em corrente
contínua, a frequência e a tensão de saída do modulador para o motor independem da rede de
alimentação do conversor, fato que permite que o conversor possa ultrapassar a frequência
nominal da rede.
INVERSOR DE FREQUENCIA

A Figura mostra as tensões de saída em forma senoidal, para uma frequência com período T. A
tensão de saída varia de acordo com o método de modulação denominado PWM (Pulse Width
Modulation) que fornece uma corrente senoidal ao motor para uma frequência de modulação
na faixa de 2kHz.
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA

Independente da topologia utilizada, o princípio de funcionamento se baseia em uma


tensão CC no circuito intermediário e devemos transformar em tensão CA para acionar o motor
AC. Foi mostrado anteriormente um circuito em blocos de um inversor com a topologia PWM,
que é a mais utilizada nos inversores de frequência atuais. Como a tensão é fixa no diagrama,
devemos, então, chavear os transistores de saída pela modulação de largura de pulso para
obtermos uma forma de tensão CA sintetizada e de frequência variável.
Com isso, estamos aptos a variar a velocidade do motor. A variabilidade da frequência
é muito grande, e pode ser de forma escalar ou vetorial.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Velocidade inferior a nominal

As perdas de um motor têm origem no ferro e no cobre. As perdas no cobre


dependem do Valor da carga acionada. J21 as perdas no ferro são praticamente constantes com
a Variação da carga.
Quando o motor opera em condições nominais de carga e Velocidade angular, as
perdas no ferro e no cobre assumem seus Valores nominais. Porém, quando o motor, controlado
pelo inversor de frequência, assume velocidades angulares inferiores a sua nominal, mantendo
a mesma carga girante por redução do fluxo refrigerante, aumenta o aquecimento no motor.
Nesse caso, é necessário superdimensionar a potência nominal do motor ou utilizar um motor
com fator de serviço elevado, dependendo da solução da faixa de Velocidade em que ira operar
o motor. No entanto, como ocorre em muitas aplicações, se ao reduzir a velocidade angular a
carga também diminuir, como no bombeamento de líquidos através de bombas centrifugas, a
corrente decresce e, consequentemente, as perdas diminuem, compensando a deficiência de
ventilação.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Velocidade inferior a nominal

O conjugado é diretamente proporcional ao fluxo Φ que, por sua vez, é proporcional à


relação V/F. Sendo o motor autoventilado, em velocidade reduzida, mantendo a mesma carga, a
temperatura se eleva no interior do motor, necessitando-se reduzir o torque para manter a
temperatura dentro dos limites da classe de isolamento.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Velocidade Superior a nominal

Nestas circunstâncias a tensão é ajustada no seu valor máximo (tensão nominal)


enquanto a frequência seria incrementada, devendo ser limitada pelo conjugado máximo do
motor e pelos esforços mecânicos a que ficariam submetidas as partes móveis do referido
motor, incluindo-se aí o próprio rolamento.
A máxima velocidade a que é possível submeter o motor, limitada pelo aumento da
frequência, pode ser dada pela Equação:
INVERSOR DE FREQUENCIA - Velocidade Superior a nominal - Exercício

Determinar a máxima velocidade que atingiria um motor de 600 cv/IV polos/380 V, cuja relação
do conjugado máximo para o conjugado nominal (Cma/Cnm) é de 220%:
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar

O gráfico escalar, como o próprio nome sugere, é uma relação direta entre frequência e tensão.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar

A variação da relação V1/f1 é feita linearmente até a frequência e a tensão nominais


do motor. Acima desse valor, não podemos mais aumentar a tensão, pois ocorreria a queima dos
enrolamentos por sobretensão.
Analisando a Equação 6.2, com a elevação da frequência do sinal imposto à armadura do motor
e a manutenção do valor da tensão constante, a corrente de magnetização da máquina cai
proporcionalmente e, com ela, o fluxo magnético estabelecido no entreferro.
Consequentemente, cai o conjugado disponibilizado por ela. É a operação com enfraquecimento
de campo. O conjugado eletromagnético da máquina enfraquece e, com isso, determinamos
uma área acima da frequência nominal, que chamamos de região de enfraquecimento de
campo, na qual o fluxo começa a decrescer, e, portanto, o torque começa a diminuir.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar
A curva conjugado x velocidade do motor acionado com conversor de frequência pode
ser colocada da seguinte maneira:

Podemos notar que o conjugado permanece constante até a frequência nominal.


Acima desse ponto o conjugado começa a decrescer.
É preciso tomar cuidado especial na aplicação de inversores para acionamento de
motores em baixa rotação, pois os motores do tipo fechado com ventilação externa são
autoventilados. Em baixas rotações, tipicamente abaixo de 50% da rotação nominal, o fluxo de
ar pela carcaça é deficiente. A retirada de calor é prejudicada e a potência fornecida pelo motor
deve ser reduzida para não ocorrer a queima dos materiais isolantes de seu enrolamento da
armadura.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar
Os fabricantes propõem uma curva operacional como a mostrada a seguir, para evitar
danos à máquina, em que um fator é aplicado ao conjugado nominal para determinar a sua
capacidade de trabalho.
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar

Uma solução seria especificar o motor com um fator de serviço maior, ou então
aumentar a classe de isolamento para que as bobinas resistam à maior temperatura, ou ainda
especificar um motor com uma carcaça maior para que se tenha maior área para troca térmica.
Nos motores de indução trifásicos com ventilação independente, a troca independe da
velocidade impressa pela alimentação do eixo. Assim, o conjugado solicitado a ela pode ser
otimizado. Dentro de um intervalo que vai dos 10 Hz até a frequência nominal, é possível ter um
conjugado de 90% do conjugado nominal, conforme o gráfico seguinte:
INVERSOR DE FREQUENCIA - Escalar

Os inversores devem garantir que a variação da tensão aplicada seja proporcional à


frequência, o que é feito pelo ajuste automático dos disparos dos transistores por sistemas
microprocessados. Para motores de aplicação normal, não é necessário um ajuste muito preciso
da velocidade ou do controle do conjugado.
Para esses casos, é bastante razoável uma precisão de velocidade de 0,5% da rotação
nominal, sem variação da carga e de 3 a 5% com variação de carga de até 100% do conjugado
nominal. Usualmente, a faixa de variação da frequência é pequena, algo entre 6 e 100 Hz.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar

O funcionamento dos inversores de freqüência com controle escalar está baseado


numa estratégia de comando chamada “V/F constante”, que mantém o torque do motor
constante, igual ao nominal, para qualquer velocidade de funcionamento do motor.
O estator do motor de indução possui um bobinado trifásico como. Este bobinado tem
dois parâmetros que definem suas características.
Um deles é a sua resistência ôhmica R [Ohm] e o outro e a sua indutância L [Henry].
A resistência depende do tipo de material (cobre) e do comprimento do fio com qual é
realizado o bobinado.
Já a indutância depende fundamentalmente da geometria (forma) do bobinado e da
interação com o rotor.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar

Fazendo uma análise muito simplificada podemos dizer que a corrente que circulará pelo estator
do motor será proporcional ao valor da resistência “R” e ao valor da reatância Indutiva “XL” que
é dependente da indutância L e da freqüência f. Assim:
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar
Para valores de freqüência acima de 30Hz o valor da resistência é muito pequeno quando
comparado com o valor da reatância indutiva; desta maneira podemos, nesta aproximação, e para um
método de controle simples como o escalar, desprezá-lo. Assim teremos que o valor da corrente será
proporcional à tensão de alimentação V, à indutância L e à freqüência f. O valor de indutância L é uma
constante do motor, mas a tensão e a freqüência são dois parâmetros que podem ser “controlados” pelo
inversor de freqüência.
Assim, se para variar a velocidade do motor de indução temos que variar a freqüência da tensão
de alimentação, a estratégia de controle “V/F constante” varia a tensão proporcionalmente com a variação
da freqüência de alimentação (e da reatância indutiva) do motor para obter no estator uma corrente
constante da ordem da corrente nominal do motor.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar
Como se pode observar, acima de 60Hz a tensão não pode continuar subindo, pois já
foi atingida a tensão máxima (tensão da rede), É assim que a partir deste ponto a corrente, e
consequentemente o torque do motor, diminuirão. Esta região (acima dos 60Hz no exemplo) é
conhecida como região de enfraquecimento de campo. A figura a seguir mostra o gráfico do
torque em função da frequência onde fica em evidência este comportamento.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar
Para freqüências abaixo de 30Hz o termo correspondente a resistência R do estator,
que foi desprezado anteriormente, começa a ter influência no cálculo da corrente. É assim que,
de para baixas freqüências, mantendo-se a proporcionalidade entre a freqüência e a tensão, a
corrente e conseqüentemente o torque do motor diminuem bastante. Para que isto seja
evitado, a tensão do estator em baixas freqüências deve ser aumentada,
através de um método chamado de compensação I x R.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Escalar

Podemos deduzir assim que o controle escalar em inversores de frequência é utilizado


em aplicações normais que não requerem elevada dinâmica (grandes acelerações e frenagens),
nem elevada precisão e nem controle de torque. Um inversor com controle escalar pode
controlar a velocidade de rotação do motor com uma precisão de até 0,5 % da rotação nominal
para sistemas sem variação de carga, e de 3 % a 5 % com variação de carga de 0 a 100 % do
torque nominal. Pelo princípio de funcionamento e aplicação, são utilizados na maioria das
vezes motores de indução convencionais sem nenhum sistema de realimentação de velocidade
(tacogerador de pulsos acoplado ao motor) em malha fechada. A faixa de variação de velocidade
é pequena e da ordem de 1:10 (Ex: 6 a 60Hz).
Com estas características, o inversor de frequência escalar é a mais utilizado em
sistemas que não requerem alto desempenho. Este apresenta também um custo relativo menor
quando comparado com outros tipos de inversores mais sofisticados, como por exemplo o
inversor com controle vetorial.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Em aplicações onde se faz necessária uma alta performance dinâmica, respostas


rápidas e alta precisão de regulação de velocidade, o motor elétrico
deverá fornecer essencialmente um controle preciso de torque para uma faixa extensa de
condições de operação. Para tais aplicações os acionamentos de
corrente contínua sempre representaram uma solução ideal, pois a proporcionalidade da
corrente de armadura, do fluxo e do torque num motor de corrente contínua proporcionam um
meio direto para o seu controle.
Contudo, a busca por avanços tecnológicos significativos tem diminuído esta
hegemonia e, gradativamente, estão aparecendo opções de novas alternativas, como o uso de
acionamentos em corrente alternada do tipo controle vetorial.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Vantagens do Inversor com Controle Vetorial:

• Elevada precisão de regulação de velocidade;


• Alta performance dinâmica;
• Controle de torque linear para aplicações de posição ou de tração;
• Operação suave em baixa velocidade e sem oscilações de torque, mesmo com
variação de carga.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

No motor de indução a corrente do estator é responsável por gerar o fluxo de


magnetização e o fluxo de torque, não permitindo obter um controle direto do torque.
Basicamente, o circuito de potência do inversor de freqüência vetorial não é diferente de um
inversor de freqüência v/f, sendo composto dos
mesmos blocos funcionais. No inversor v/f a referência de velocidade é usada como sinal para
gerar os parâmetros tensão/freqüência variável e disparar os
transistores de potência. Já o inversor vetorial calcula a corrente necessária para produzir o
torque requerido pela máquina, calculando a corrente do estator e a
corrente de magnetização.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Os inversores vetoriais recebem este nome devido:

1. A corrente que circula no bobinado estatórico de um motor de indução pode ser


separada em duas componentes:
Id, ou corrente de magnetização (produtora de FLUXO) e Iq ou o corrente
produtora de TORQUE
2. A corrente total é a soma vetorial destas duas componentes
3. O torque produzido no motor é proporcional ao “produto vetorial” das duas
componentes
4. A qualidade com a qual estas componentes são identificadas e controladas define o
nível de desempenho do inversor.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Para calcular estas correntes é necessário resolver em “tempo real” uma equação que
representa matematicamente o comportamento do motor de indução (modelo matemático do
motor). Tempo real significa que este cálculo tem que ser feito muitas vezes por segundo, tantas
vezes quanto necessário para poder controlar o motor. É por isto que este tipo de controle
requer microprocessadores muito potentes que realizam milhares de operações matemáticas
por segundo.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Para resolver esta equação é necessário conhecer ou calcular os seguinte parâmetros do motor:
- Resistência do estator
- Resistência do rotor
- Indutância do estator
- Indutância do rotor
- Indutância de magnetização
- Curva de saturação
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Muitos inversores vem com estes valores pré-programados para diferentes motores,
outros mais sofisticados utilizam rotinas de autoajuste para calcular estes parâmetros,
característica muito útil quando utilizados motores rebobinados ou já existentes.
O controle vetorial representa, sem dúvida, um avanço tecnológico significativo,
aliando as performances dinâmicas de um acionamento CC e as vantagens de um motor CA.
Porém, em alguns sistemas que utilizam controle vetorial é necessário o uso de um encoder
(tacogerador de pulsos) acoplado ao motor para que se tenha uma melhor dinâmica, o que
torna o motor especial. Sendo assim podemos dizer que existem dois tipos de implementação
de inversores vetoriais: o inversor “sensorless” (sem sensores) e o inversor com realimentação
por encoder (controle orientado pelo campo).
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

O inversor com realimentação por encoder é capaz de controlar a velocidade e o


torque no motor, pois calcula as duas componentes da corrente do motor. Este tipo de
inversores conseguem excelentes características de regulação e resposta dinâmica, como por
exemplo:

- Regulação de velocidade: 0,01%


- Regulação de torque: 5%
- Faixa de variação de velocidade: 1:1000
- Torque de partida: 400% máx.
- Torque máximo (não contínuo): 400%

Nota: Cuidado com encoder invertido devido amplificação oriunda do sinal de realimentação.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

O inversor “sensorless” tem um grau de desempenho menor que o anterior, mas é superior ao
inversor v/f . A seguir alguns valores típicos para estes inversores:

- Regulação de velocidade: 0,1%


- Regulação de torque: Não tem
- Faixa de variação de velocidade: 1:100
- Torque de partida: 250%
- Torque máximo (não contínuo): 250%
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Id = corrente de excitação

Corrente Iq = corrente de conjugado


de TRANSF
saída

Id Iq
Corrente
Integrador de
Tensão magnetização
de TRANSF
saída Valor estimado
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Vetorial "Sensorless"
regulador regulador
referência
n I

Valor estimado

Corrente
de regulador
PWM
magnetização
f

Valor estimado
INVERSOR DE FREQUENCIA – Controle Vetorial

Vetorial com "Encoder"


regulador regulador
referência
n I

Corrente
de regulador
magnetização
f
PWM

"Encoder"
Valor real
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Comparativos entre Tecnologias


Inversores de Freqüência
Corrente Vetorial
Característica
Contínua Escalar "Sensorless" C / "Encoder"

Controle de
SIM SIM SIM SIM
Velocidade

Controle de
SIM NÃO NÃO SIM
conjugado

Sincronismo
Com SIM NÃO NÃO SIM
Precisão
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Comparativo entre Tecnologias


Inversores de Freqüência
Corrente Vetorial
Característica
Contínua Escalar
"Sensorless" C/ "Encoder"
Precisão de
0,025 % 1% 0,5 % 0,01 %
velocidade
Faixa de
Variação de 1:100 1:10 1:20 1:100
Velocidade
conjugado de
150 % 100 % 150 % 150 %
Partida
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Características de Partida
Tipo de Inversor
Escalar Vetorial Vetorial
Sensorless Com
Encoder
CP / CN 1,0 1,5 1,5
IP / IN 1,5 1,5 1,5
Valores máximos válidos para tempos de aceleração menores que 60 s.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Características de Frenagem
O inversor deve fazer com que o motor desacelere a
carga e pare após um determinado tempo

Sistemas normalmente aplicados :

 Rampa de freqüência;
 Frenagem reostática;

 Frenagem regenerativa;

 Frenagem por injeção de corrente contínua.


INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Rampa de Freqüência
f Este sistema é eficiente para cargas
de baixa até media inércia.

t
Tempo da Rampa programável
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Frenagem Reostática
Energia dissipada
Não deve haver sobre-tensão no por efeito Joule
Link CC, para evitar que o inversor
entre em bloqueio na execução da
rampa.
Resistor de
frenagem

REDE GERADOR

Módulo de frenagem
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Resistor de Frenagem
 Tipo fita (maior porte) ou fio (menor porte);
 O valor Ôhmico dependerá do
modelo do inversor (maiores correntes implica em
menores valores ôhmicos);

 A potência de dissipação poderá ser definida através


da seguinte relação :

P Re sistor
 0,2  P Motor
(valores em kW)
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Frenagem por Injeção CC


f
Frenagem
reostática
Injeção de C.C.
Freqüência
mínima

UCC

t
trampa tmorto tCC
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

U/f Ajustável
Permite a alteração da curva U/f padrão ajustando a característica de tensão e
freqüência em uma condição não convencional.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Rampa S
Permite escolher uma rampa linear ou “S” para a aceleração e desaceleração.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Potenciômetro Eletrônico
Esta função permite que duas entradas digitais sejam programadas para
acelerar e desacelerar o motor.

Acelera

Referência de
freqüência
Desacelera
Potenciômetro eletrônico

Habilitação
&
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

"Multispeed"
Ajuste de velocidades pré-definidas, através de combinações de entradas
digitais. Um CLP pode comandar as entradas digitais do Inversor.

DI´s

f3

f2
f4
f1
f8
f5
f7
f6
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Ciclo Automático
Esta função permite que o motor execute uma seqüência pré-programada de
velocidades, em tempos pré-definidos.
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Compensação de Escorregamento
Referência de
velocidade
velocidade

Corrente Ativa
da saída


n
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Rejeição de Freqüências
Permite que o Inversor rejeite freqüências indesejada como por
exemplo freqüências que causam ressonância mecânica na máquina
(vibração excessiva).

Velocidade
Motor

Banda
Proibida

Banda
Proibida

n1 n2
Referência
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

“Ride Through”
tFalta < 2 s
Tensão no link DC

desabilitado Pulsos de saída


Tempo ajustável

Tensão de saída

Freqüência de saída
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Regulador P.I.D
Esta função permite controlar automaticamente através de ação
P.I.D , nível, pressão, vazão, temperatura, etc.

Velocidade
Referência

REGULADOR
PID
(Inversor)

(Sinal padronizado)
PROCESSO
Realimentação
INVERSOR DE FREQUENCIA – Outras Características

Regulador de Velocidade
Esta função permite a regulação da velocidade do motor em malha fechada,
através de realimentação por “encoder”.

Velocidade
Referência

REGULADOR
PI
(Inversor)

("Encoder" incremental)
PROCESSO
Realimentação
INVERSOR DE FREQUENCIA – CARACTERÍSTICAS DOS MOTORES DE INDUÇÃO
ACIONADOS COM INVERSORES DE FREQÜÊNCIA
Como já vimos, a curva característica “corrente x velocidade” e “torque x velocidade” do motor
de indução mostra que a partir do valor de torque equivalente a 150% do nominal (área de
trabalho intermitente) as duas curvas apresentam o mesmo comportamento. Isto significa que
torque e velocidade tem um comportamento linear com a corrente.
INVERSOR DE FREQUENCIA – CARACTERÍSTICAS DOS MOTORES DE INDUÇÃO
ACIONADOS COM INVERSORES DE FREQÜÊNCIA
Vejamos agora o comportamento da curva “torque x velocidade” quando o motor é alimentado através do
inversor de freqüência. A figura abaixo mostra um conjunto de curvas para diferentes velocidades (freqüências) de
operação. A 60Hz temos exatamente o caso da figura do slide anterior, que coincide com a resposta de um motor acionado
diretamente da rede.
O motor do exemplo é um motor de quatro pólos, assim sua velocidade síncrona será de 1800 rpm e a
velocidade do eixo, com carga nominal, será 1750 rpm. Podemos ver assim que, com o motor com carga nominal, existe
uma diferença de 50 rpm entre a velocidade síncrona calculada e a velocidade de rotação do motor, devida ao
escorregamento.
INVERSOR DE FREQUENCIA – CARACTERÍSTICAS DOS MOTORES DE INDUÇÃO
ACIONADOS COM INVERSORES DE FREQÜÊNCIA
Observando novamente a figura anterior vemos que para uma freqüência de
alimentação de 30Hz a velocidade síncrona será de 900 rpm, novamente para torque nominal o
escorregamento será o nominal equivalente a 50 rpm, e a velocidade do motor será de 850 rpm.
É interessante observar que diminuindo a freqüência pela metade, a velocidade síncrona
também cai a metade, mas a relação com a velocidade do motor não, pois sempre tem uma
diferença constante equivalente ao escorregamento.
Outra característica importante do acionamento de motores com inversores de
freqüência é que a corrente de partida é praticamente da ordem da corrente nominal, e que
alimentando o motor a partir de 3 ou 4Hz podemos obter no rotor um torque de 150 % do
nominal, suficiente para acionar qualquer carga acoplada ao motor.
INVERSOR DE FREQUENCIA – BLOCOS DO INVERSOR DE FREQUENCIA
INVERSOR DE FREQUENCIA – DIMENSIONAMENTO

Os inversores de frequência fornecem uma forma de onda não inteiramente senoidal,


o que implica perdas adicionais no motor em cerca de 15%. No caso de motores em operação, é
necessário verificar se existe capacidade de potência de reserva na percentagem anteriormente
citada.

Pnm – potência nominal do motor, em cv;


Pei – potência mínima solicitada no eixo do motor, em cv;
Wnm – velocidade angular nominal do motor, em rpm;
Wmi – velocidade angular mínima do motor correspondente à potência mínima solicitada, em
rpm
Em geral, os inversores estáticos são dimensionados com um valor da corrente
nominal superior à corrente nominal do motor, a fim de atender qualquer necessidade de
sobrecarga
INVERSOR DE FREQUENCIA – COMPONENTES HARMONICAS

Os inversores de frequência são equipamentos geradores de correntes harmônicas


capazes de prejudicar o desempenho das cargas conectadas ao sistema. Para evitar essa
condição e atender a IEEE-519, é necessário tomar uma das seguintes providências:
a) Determinar a potência total dos inversores de frequência. Se a potência total for
igual ou inferior a 20% da carga total instalada, conectar em série com o inversor de frequência
uma reatância, normalmente ligada nos seus terminais, de forma a provocar uma queda de
tensão igual a 3% em relação à tensão composta, na condição de carregamento nominal do
motor.
b) Se a potência total dos inversores for superior a 20% do total da carga instalada, é
necessário realizar um estudo detalhado, envolvendo todas as cargas e sua sensibilidade quanto
ao desempenho operacional na presença de componentes harmônicos.
INVERSOR DE FREQUENCIA – COMPONENTES HARMONICAS
INVERSOR DE FREQUENCIA – FATOR DE DISTORÇÃO HARMONICA DE TENSÃO
INVERSOR DE FREQUENCIA – RENDIMENTO
INVERSOR DE FREQUENCIA – EXEMPLO DE APLICAÇÃO

Um motor de 300 cv/IV – polos/380 V, rendimento 0,96, deverá ser utilizado por um inversor de
frequência que produz uma distorção harmônica no sistema de alimentação de 10%.
Determinar o rendimento desse motor quando acionado pelo inversor de frequência.
INVERSOR DE FREQUENCIA – FATOR DE REDUÇÃO DE TORQUE COM HARMONICOS
INVERSOR DE FREQUENCIA – EXEMPLO

Dimensionar a potência nominal de um motor de indução com rotor bobinado, 440 V/IV polos,
cujo eixo está acoplado a uma bomba d’água centrífuga com capacidade de 235.000 litros por
hora, recalcando água de uma altura de 20 m e elevando para uma caixa d’água a uma altura de
50 m. O motor é acionado por uma chave inversora de frequência que controla, em certas
horas, a quantidade de água bombeada, variando a rotação entre 100% e 60% do valor nominal.
Foi realizada uma medida nos terminais do motor e registrada a presença de componentes
harmônicos de terceira, quinta e nona ordens, com valores, respectivamente, iguais a 55 V, 44 V
e 39 V.
INVERSOR DE FREQUENCIA – EXEMPLO
INVERSOR DE FREQUENCIA – EXEMPLO
INVERSOR DE FREQUENCIA – EXEMPLO

• Cálculo da potência nominal do motor acionado por inversor de frequência

Através da tabela anterior determina-se o fator de redução de potência do motor, combinados


os efeitos da rotação e dos harmônicos, cujo valor é de 0,87, relativo à velocidade de 60% da
nominal que é a menor rotação de operação. Logo, a potência nominal do motor deve ser de
250 cv, ou seja:

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