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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL - UNIPLAN

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A INCLUSÃO DO TEA NA ESCOLA:


AMOR E PROFISSIONALISMO

JÉSSICA FLORENTINO DA SILVA – UL20104229

LANA RÚBIA GERMANO ANACLETO RIBEIRO – UL20110990

MARCELLA MENDES DE SOUZA – UL20109651

NÍDIA RODRIGUES DE BRITO SIRÍCO – UL20116349

THANUSA CRISTINA DE SOUZA SILVA OLIVEIRA – UL20113879

Guaratinguetá

2022
JÉSSICA FLORENTINO DA SILVA – UL20104229

LANA RÚBIA GERMANO ANACLETO RIBEIRO – UL20110990

MARCELLA MENDES DE SOUZA – UL20109651

NÍDIA RODRIGUES DE BRITO SIRÍCO – UL20116349

THANUSA CRISTINA DE SOUZA SILVA OLIVEIRA – UL20113879

A INCLUSÃO DO TEA NA ESCOLA:


AMOR E PROFISSIONALISMO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Licenciatura em Pedagogia, do Centro
Universitário Planalto do Distrito Federal –
UNIPLAN, como requisito parcial para a
obtenção do título de Pedagogo.

Guaratinguetá

2022
Inclusão escolar: Um ato de amor / Jéssica Florentino da Silva, Lana Rúbia Germano
Anacleto Ribeiro, Marcela Mendes de Souza, Nídia Rodrigues de Brito Sírico, Thanusa
Cristina de Souza Silva Oliveira. [et al.]. - 2022. 43 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao Instituto de Ciência
Humanas do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN,
Guaratinguetá, 2022.
Área de Concentração: Ciências da Educação. Orientador Prof.ª Me. Vera Lucia de
Faveri F. Silva
1. Educação. 2. Escolas. 3. Política. I. Silva, F. S. Jéssica; Ribeiro, G. A. R. Lana;
Souza, M. S. Marcela; Sírico, R. B. Nídia, Oliveira, C. S. S. Thanusa II. Silva, L. F. F.
Vera
Aprovado em:_____/____/______

Banca Examinadora

___________________________________________

Orientadora
Prof.ª. Me. Vera Lucia de Faveri F. e Silva
UNIPLAN

___________________________________________

____________________________________________
AGRADECIMENTO

Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus, acima de tudo, nosso


amigo fiel e escudeiro, pois é nele que encontramos a força para caminhar e seguir
com nossos sonhos. Sem a sabedoria, paciência e discernimento que pedimos a Ele
não teríamos conseguido chegar até aqui.

Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram e incentivaram durante


toda a nossa caminhada na vida acadêmica. Obrigada pelo companheirismo, pelas
palavras que nos fortificaram nos momentos mais difíceis e por aquelas que nos
fizeram sorrir quando tivemos momentos de alegria.

Aos nossos colegas de Faculdade, companheiros de estudo, pela parceria


que durante estes anos de convivência contribuíram para o nosso crescimento
pessoal e profissional.

A Professora Orientadora deste projeto de pesquisa, Prof.ª Me. Vera Lucia de


Faveri F. Silva, pela orientação, paciência, apoio e carinho com nossa turma durante
toda caminhada.

Ao corpo docente da nossa faculdade, profissionais excepcionais que fizeram


de nós hoje seres humanos “maiores”. Obrigada por partilhar conosco todo
conhecimento que pudemos adquirir durante estes anos. Seus esforços na
pandemia, seus sorrisos, suas aulas interativas e todos os momentos que vivemos
juntos ficarão guardados com carinho em nossos corações.

Às instituições que nos proporcionaram o campo de estágio, agradecemos


por contribuírem para que pudéssemos aprender e conhecer na prática como a
inclusão é importante na educação ao longo da aprendizagem, e aos alunos que nos
acolheram de braços abertos.

E a todos que contribuíram de alguma forma para que este trabalho fosse
realizado, deixamos aqui o nosso “muito obrigada”.
“A questão proposta em toda educação,
independemente de patologias ou de
outras dificuldades, é canalizar as
emoções do aprendente para as suas
experiências de aprendizagem. Sempre
que atentarmos para o interesse do aluno
e seus desejos em nossas práticas
pedagógicas, comunicaremos com seu
afeto.

Para não desistirmos de nossos


propósitos na educação, devemos fazer
isso em nosso trabalho e, para que
nossos alunos também não desistam,
precisamos contagiá-los com nosso amor.
Nada se constrói com qualidade na
educação sem o amor.”

Eugênio da Cunha
TÍTULO DO TRABALHO

RESUMO ÚLTIMO TÓPICO A SER DESENVOLVIDO

(Elaborado entre aproximadamente 300 palavras, Times New Roman, corpo 12,
parágrafo simples e justificado”)
(O resumo é a última parte do texto a ser feita, depois que o texto foi todo escrito e
revisado. Deixe-o para depois.)
Introdução – escrever uma breve introdução
Justificativa – justifique o porquê da escolha deste tema, qual a relevância de
estudar este tema.
Objetivo – O objetivo do presente estudo foi...
A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica
Discussão: aqui seria um breve resumo do desenvolvimento...
Considerações Finais: o que você concluiu e qual foi a relevância de estudar este
tema.
Tudo que você escrever a cima, após a minha leitura e correção transformarei em
um parágrafo único, ok!
Palavras-chave: 3 palavras mais importantes do seu resumo separadas por ponto
final

TEA/ ESCOLARIZAÇÃO/ FAMÍLIA


ABSTRACT
SUMÁRIO elaborar
RESUMO
Nesta pesquisa abordamos a importância do estudo sobre a inclusão de
alunos da educação infantil, mais especificamente sobre o Autismo dentro do
ambiente escolar. Para tal estudo, foi realizada busca por autores, leis e relatos de
experiências que envolveram o tema abordado. A presente pesquisa é de caráter
qualitativo utilizando-se de biografias e documentos oferecidos os quais foram
importantíssimos para aprimorar o conhecimento e esclarecer questões baseadas
em teorias e estudos científicos. Verificou-se nos dados levantados que, na
educação infantil o aluno com laudo de Autismo ou ainda em processo de
diagnóstico que apresente sinais e/ou comportamentos do TEA, ao serem
estimulados adequadamente, inseridos em ambientes adaptados e acolhedores, na
presença e com a intervenção de profissionais capacitados, tendem a desenvolver
suas capacidades e habilidades de forma positiva. No decorrer do trabalho,
percebeu-se que através do diagnóstico precoce da criança a possibilidade de ajuda
por meio da família, escola e equipe multidisciplinar é o meio mais eficaz de
tratamento para desenvolvimento global deste indivíduo. Observou-se também que
a necessidade constante do mediador como instrumento atuante e presente a todo
momento é indispensável para que o trabalho com o aluno do TEA aconteça de
forma mais tranquila na rotina escolar com seus pares.

Sabendo-se que uma das maiores dificuldades encontradas pelo autista é a


falta da habilidade de se socializar, compreendemos que tanto para o aluno quanto
para a família, proporcionar a este aluno inúmeras possibilidades de melhorar sua
capacidade de se relacionar com o outro, é o melhor caminho a se planejar para um
futuro promissor.

Enfim, o foco é pensar que é a criança de inclusão necessita sim de


ambientes adaptados e profissionais capacitados, entretanto estes atributos
sozinhos não se fazem sem que exista o amor pela profissão, carinho e atenção nas
palavras, e é claro, persistência nos estudos.
INTRODUÇÃO

Neste trabalho iremos apresentar a inclusão de pessoas com deficiência


dentro do âmbito escolar com principal fator de amor e carinho pelos educadores e
profissionais da educação. Perante este contexto, observa-se a importância da
interação social e a afetividade no processo de desenvolvimento do aluno já na
infância. Tal fato torna-se mais importante e significativo no decorrer da
aprendizagem adquirida na escola. O despreparo das instituições de ensino, assim
como dos profissionais da educação nos aspectos de afetividade e principalmente
no âmbito pedagógico, tem dificultado o desenvolvimento pleno das crianças com
autismo que necessitam de um olhar diferenciado.
Diante de tais fatos a inclusão torna-se um tema necessário e problemático no
âmbito escolar e social, especificamente na educação infantil, a qual haverá maior
ênfase no discorrer do trabalho. Com o passar dos anos e na atualidade, percebeu-
se que a inclusão ainda é objeto de discussão e tem sido um grande desafio entre
os profissionais da educação bem como na comunidade familiar. Falar sobre
inclusão é falar sobre um leque de diferenças que podem ser encontradas das mais
variadas formas.
Vamos abordar então os temas de Transtorno Global de Desenvolvimento
(TGD) que dará ênfase ao Autismo, Transtorno de Asperger, pois os TGD do
desenvolvimento comprometem as relações sociais, neuropsicomotor bem como a
comunicação.
É importante dizer que as leis deixam claro que o tema “inclusão”, após 1990
ano em que a Declaração Mundial sobre a Educação para Todos e a Declaração da
Salamanca, vieram romper com a discriminação do acesso e a permanência na
escola de crianças com deficiência ou necessidades educacionais decorrentes em
escolas comuns naquela época. “Além disso, o novo olhar para a educação visa
romper com o trabalho excludente configurado nas classes ou escolas especiais,
que acabam criando um mundo onde tudo está preparado para a deficiência e não
incorpora o indivíduo na vida autêntica cotidiana. (VYGOTSKY,1997)”
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei nº 9394/96) prioriza o
desenvolvimento pleno e a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita, da compreensão e da diversidade cultural.
Esses pilares da educação também são estendidos à inclusão e priorizados
conforme descritos na lei: conforme descrito no art. 58: Entende-se por educação
especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. (LDB,
1996)”.
De acordo com o aprendizado da linguagem na inclusão escolar, Montessori,
2008 diz que tudo começa pelos primeiros contatos na educação especial. Seus
ensinamentos buscavam a facilidade do saber, dialogando com as necessidades
especiais e sociais de cada individuo. Em seu livro “Educação para o novo mundo”,
ela destaca que nos estudos da linguagem, por exemplo, formas geométricas
coloridas são importantes para introdução das palavras, onde a abstração é
sugerida por símbolos que revelam a sua globalização.
O processo de aceitação da família e a busca por ajuda profissional pode
acontecer nos primeiros anos de vida e pode também não haver aceitação. O que
fazer para compreender e saber orientar estes pais que também necessitam de
respostas para os filhos que se diferenciam através de um transtorno que ainda é
estudado? Em que grau de autismo esta criança se encontra? Como intervir, qual
melhor caminho para desenvolver as habilidades que está criança apresenta? Como
entender este processo? Estes são alguns dos questionamentos que se enfrenta
frente a esta problematização da introdução da criança com autismo no contexto
escolar.
Podemos trazer como objetivo deste trabalho a utilização do saber
pedagógico referente a inclusão especificamente do Transtorno do Espectro Autista
(TEA) para estimular a integração social e afetiva de crianças com autismo inserida
na educação infantil. Como objetivos específicos estimular e incentivar a vivência e a
prática dos alunos com autismo na escola na primeira infância; promovendo a
socialização de alunos de inclusão dentro da sala de aula; propor situações de
aprendizagem para atividades com alunos no processo de ensino-aprendizagem e
desenvolver materiais adaptados.
Sendo assim, este trabalho justifica-se pela importância da inclusão para o
êxito do processo de aprendizagem e socialização da criança com Autismo e outros
transtornos na educação infantil. O aprofundamento teórico da pesquisa se faz
necessário frente as dificuldades encontradas ao inserir a criança na primeira
infância no ambiente escolar, onde a troca com os pares e outras competências são
o foco dessa etapa do desenvolvimento deste aluno e propor as soluções que
favorecem o crescimento pleno desta criança. Quanto mais longe uma criança com
autismo caminha sem ajuda, mais difícil se torna alcançá-la.
Para a metodologia do presente trabalho será realizada por uma pesquisa
bibliográfica utilizando-se de uma abordagem descritiva, os quais favoreceram as
pesquisadoras a consulta de várias literaturas relativas ao assunto em estudo, sendo
utilizados como fonte artigos científicos livros, e sites específicos os quais
possibilitou a fundamentação dele.
Assim, no primeiro momento foi realizada uma pesquisa bibliográfica em
livros, revistas científicas, trabalhos acadêmicos e sites relacionados sobre o
assunto abordado fez-se necessário fazer uma seleção ficando somente os mais
pertinentes para a fundamentação do trabalho. A revisão de literatura contribui na
aquisição de coleta de dados voltada especificamente sobre o assunto pesquisado.
Desta forma, entendemos que na pesquisa descritiva não há a interferência dos
pesquisadores, ou seja, ele simplesmente descreve o objeto de pesquisa,
procurando descobrir e compreender suas características.
Esta pesquisa trará em seu primeiro capítulo a contextualização sobre o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e como se dá o processo de inclusão das
crianças com autismo especificadamente na educação infantil. No segundo capítulo
a definição de inclusão de pessoas com deficiência na escola e as concepções das
legislações mundiais (Declaração da Salamanca, Declaração Mundial sobre a
Educação para Todos, entre outros) e as legislações brasileiras educacionais. E por
fim iremos abordar no terceiro capítulo quais são os transtornos e deficiências das
crianças dentro do ensino regular e o seu processo de inclusão.
Posteriormente iremos abrir uma discussão e argumentação sobre o tema e
mostraremos como todas as pesquisas apresentadas nos capítulos anteriores são
de extrema importância, trazendo soluções para o problema abordado e
finalizaremos com as considerações finais sobre o tema e a importância da
realização desta pesquisa para nossa atuação acadêmica.
CAPÍTULO 1.
A CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

O transtorno do espectro autista (TEA) pode ser caracterizado por fatores


comportamentais atípicos e distúrbios do neurodesenvolvimento que é
compreendido pela dificuldade em habilidades motoras globais, cognitivas, déficits
no desenvolvimento, dificuldade na interação social e na comunicação. Algumas
crianças apresentam um repertório restrito aos hábitos rotineiros e frequentes, com
resistência e desinteresse a novas atividades propostas. Os primeiros sinais podem
ser percebidos já na primeira infância. Todos esses sinais apresentados ao longo do
tempo sem intervenção podem acarretar grandes prejuízos e consequências
negativas ao indivíduo, inclusive no que se refere a comunicação e interação social.

O TEA ou autismo é definido como uma condição comportamental em que a


criança apresenta prejuízos ou alterações básicas de comportamento de
interação social, dificuldades na comunicação (na aquisição de linguagem
verbal e não verbal), alterações na cognição e presença de comportamentos
repetitivos e estereotipados. Deve ser enfatizado que há um atraso
significativo nos marcos de desenvolvimento dessas habilidades. Essas
características aparecem nos primeiros anos de vida da criança
(GAIATO;TEIXEIRA, 2018, p. 13).

Segundo GRANDIN E PANEK, 2013. “No caso de muitas síndromes


psiquiátricas, como a depressão e o transtorno obsessivo-compulsivo, o autismo é
identificado pela observação e avaliação do comportamento. As observações e
avaliações são subjetivas, e os comportamentos variam de uma pessoa para a
outra. O diagnóstico pode ser confuso e vago. Ele mudou ao longo dos anos e
continua apresentando mudanças”. Pode-se dizer que o espectro autista apresenta
ser uma condição neurobiológica, de origem genética, portanto o diagnóstico deve
ser realizado conforme a avaliação do especialista, tal como observação detalhada
da criança e deve ser levado em consideração os sinais individuais da criança, pois
seu diagnóstico é único, subjetivo e pode mudar ao longo da vida. Toda avaliação
inclui dados detalhados sendo necessário o acompanhamento particular do paciente
incluindo entrevistas com a família.
Considera-se indispensável o apoio de uma equipe multidisciplinar para o
tratamento da criança, que acompanhem, partilhem suas informações com a escola
e a família. Os Profissionais necessitam estar preparados e serem especialistas que
conhecem profundamente as práticas de comportamento amparadas em estudos e
evidências científicas que proporcionarão uma vida saudável, de conquistas para a
criança, bem como os demais envolvidos.

1.1 OS PRIMEIROS SINAIS E O DIAGNÓSTICO DA CRIANÇA COM (TEA)

Geralmente, os pais ou aqueles que fazem parte do seu cotidiano, começam


a perceber comportamentos que fogem ao que chamamos de “padrão de
normalidade esperado” para aquela fase ou idade. Estes sinais podem ser apenas a
demonstração de que algo está caminhando fora da linha esperada para o
desenvolvimento global do indivíduo e podem acabar gerando comprometimentos
diversos. Podemos conhecer algumas condições dos sinais mais comuns, que
podem ou não surgir na criança com TEA, como: déficit persistente em comunicação
e interação social, prejuízo na linguagem verbal ou não-verbal, estereotipias,
alterações sensoriais e repetições. Mesmo que a intensidade e a gravidade das
características apresentadas pela criança variem, ficar sempre atento ao processo
de desenvolvimento do filho é a melhor forma de perceber caso apareçam os
primeiros sinais do autismo, visto que o aumento de casos tem ocorrido de forma
progressiva.

Para embasar, estudar sobre o assunto e conseguir chegar a um diagnóstico


em relação ao TEA os profissionais da área da saúde, podem contar também com a
orientação de um manual, conhecido como DSM-V, que é um manual para o
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5ª edição), sendo a última
atualização do documento feita em 2013. Este material tem sido usado como uma
das ferramentas para ajudar traçar diagnósticos como no caso do autismo.

Como afirma GRANDIN E PANEK, 2013. “O número de diagnósticos do


transtorno do espectro autista certamente subiu drasticamente por outro motivo que
não tem tido a atenção que merece: um erro tipográfico.15 É chocante, mas é
verdade. No DSM-IV, a descrição de Transtorno Global do Desenvolvimento Sem
Outra Especificação deveria ter sido impressa como “deficiência grave e global de
interação social e das competências de comunicação verbal e não verbal” (grifo
meu).” Isso demonstra que, além de ser um transtorno com características variáveis,
pode-se apresentar comportamentos severos que necessitam de intervenções no
que se refere a ausência na habilidade da fala, da interação e outras capacidades de
emocionais.

Em alguns casos as características podem ser imperceptíveis e acabam


passando despercebidas pelas famílias, o que prejudica e acaba causando um
atraso no desenvolvimento da criança com o diagnóstico tardio. Este fato, ocorre
porque o autismo é compreendido por ser classificado em graus de funcionalidade
diferentes, de modo que, no grau 1, o indivíduo é mais funcional e precisa de pouca
ajuda, no grau 2, o indivíduo precisa de apoio e demonstra características mais
aparentes, e no grau 3 precisa de muito apoio, pois apresenta quase nenhuma
habilidade de comunicação e outras características estereotipadas mais severas.

É importante lembrar que este tipo de diagnóstico não pode ser


exclusivamente clínico ou apenas baseado em observação de sinais/ características
e que não existem exames clínicos para detecção de tal transtorno. É necessário
que haja um contexto baseado também fundamentalmente na anamnese da criança,
ou seja, descobrir e entender a história de vida do indivíduo e o ambiente familiar
que está inserida.

Para muitos especialistas, o ideal para uma criança autista, segundo os


critérios médicos tradicionais, seria conseguir que os pacientes com autismo
passassem a se comportar, em todos os sentidos, como indivíduos típicos.
O que conseguimos, com frequência, é reduzir os comportamentos
anormais e minimizar os prejuízos presentes. (SCHWARTZMAN, 2003 –
p.103).

Certamente, observar os comportamentos da criança, fazer-se presente nas


consultas médicas, buscar conhecimentos através de leituras sobre o
desenvolvimento e estímulos desde os primeiros dias de vida, são alguns dos meios
que podem ser um aliado para identificar os sinais que possam vir a surgir ao longo
da vida natural da criança permitindo que ela cresça e consiga se inteirar e
relacionar com o mundo que a rodea. Sabemos que ainda são desconhecidas as
causas do autismo, entretanto para muitos especialistas em sua complexidade a
importância e eficácia em detectar e realizar um diagnóstico precoce pode minimizar
os comportamentos atípicos deste indivíduo.
Em nosso grupo de pesquisa, todas as integrantes do grupo trabalham em
escolas atuando como: estagiarias de educação infantil, sala de apoio e como
facilitadoras de crianças de inclusão. Em nossos encontros e trocas de experiências
conversamos sobre a vivência real e o dia a dia destes alunos (crianças com TEA e
ainda em processo de diagnóstico do autismo) na rotina escolar. Observemos o
relato vivenciado na escola de uma criança X que iremos descrever a seguir.

Pensemos em um quadro familiar que percebe através dos “primeiros sinais”


de comportamento do filho (4 anos) que algo não está saindo como o esperado. A
pediatra da criança é consultada e por sua vez, orienta a família que a escola é o
lugar ideal para que a criança conheça o novo e cresça em seus aspectos naturais.
Neste momento a solução é encontrada e começa-se a busca pela escola ideal, pois
é lá que a criança aprende e é capaz de desenvolver suas habilidades autônomas e
também em convivência com seus pares.

A escola, recebe a família que traz consigo muitas expectativas boas e junto
delas os medos e as inseguranças. As dúvidas são inúmeras: “será que a escola irá
cuidar e amar o meu filho como nós, pais? A professora irá perceber suas
dificuldades e ajuda-lo? Os coleguinhas o trataram com carinho? E se ele não
conseguir realizar as atividades como os outros?”. Estes são apenas alguns dos
sentimentos vindos dos pais, (mais evidentes nas mães) que surgem no início da
vida escolar do filho.

Ao receber a família da criança X com suas expectativas, a direção e/ou


coordenação é responsável por apresentar o espaço físico da escola, os métodos
que eles utilizam e outros meios que disponibilizam para a formação educacional da
criança. Através da uma conversa informal entre a escola e a família, os pais relatam
suas preocupações em relação ao comportamento atípico da criança em casa e em
outros ambientes. A direção e coordenação por sua vez, escuta e registra as
observações dos pais que se fazem de extrema importância, pois posteriormente
estes fatos deverão ser repassados a professora da criança.

É chegado então os primeiros dias de aula e adaptação desta criança na


escola. Em sua sala de aula juntamente com sua professora, muitas vezes com uma
auxiliar pedagógica e seus coleguinhas que também estão passando por um
momento de se adaptar aquela nova salinha, a criança precisa compreender que
aquele novo ambiente, fará parte do seu dia a dia. O primeiro mês, geralmente é
mais conturbado por conta de todas as experiências novas que ainda necessitam de
tempo hábil para se adequar. O planejamento segue dentro de uma formalidade
planejada, porém conta-se sempre com muita flexibilidade, pois sabemos que
aquela é uma turma de crianças ainda pequenas que precisam de muito auxilio na
rotina do dia. Trabalhar primeiramente o acolhimento e o afeto é o melhor caminho
para entrelaçar a turma entre si e com a professora. Através da confiança, do
carinho nas palavras e uma rotina organizada, as aulas vão se tornando cada vez
mais qualitativas e prazerosas. Com o tempo, o choro que era um sinal presente de
angustia e desprazer por estar longe do seu lar, vai se acomodando e dando lugar
ao sorriso que demonstra a alegria e o contentamento em estar em um ambiente
acolhedor.

Na sala de aula a professora segue um planejamento semestral previamente


pensado com atividades que desenvolvam habilidades e competências para
crianças daquela faixa etária. Atividades em grupo ou individuais, algumas delas
com registros em folha, outras com o uso de materiais concretos, experienciação de
momentos no jardim da escola e em outros espaços, além das outras atribuições
que fazem parte da rotina do dia, como o momento da rodinha, o lanche, a higiene e
etc.… Através destes momentos, é possível perceber e observar os alunos que
estão correspondendo de forma positiva aos comandos, interações e participações
ativas ou não na turma. Percebe-se aqueles que estão caminhando com êxito,
outros que necessitam de estimulação constante e ajuda família em relação a
autonomia e ainda os que apresentam sinais que necessitam de maior atenção.
Sabendo-se que alguns meses já se passaram, a fase de adaptação já se
acomodou e o planejamento já consegue fluir de forma tranquila, é hora de
desenvolver atividades (momentos) que proporcionem um meio de avaliar o aluno
como um todo. Através da observação avaliativa a professora irá descrever no
relatório pedagógico quais campos de desenvolvimento aquela criança
especificamente não está conseguindo alcançar os objetivos e apresentando
comportamentos que podem ser preocupantes.
“Dentro da inclusão que quer se tratar de desenho, de construção, de
representação teatral etc; a criança especial simultaneamente satisfazer
suas necessidades e adaptar-se aos objetos bem aos outros sujeitos. Ela
continua, em um certo sentido, a exprimir-se, mais também tenta inserir o
que pensa e ao que sente nesse mundo de realidades objetivas e
comunicáveis que constituem o universo material e social.” (PIAGET, 1990 –
p. 24)

Sabemos que todo ser humano passa por momentos de adaptações em sua
vida, desde o nascimento aprender sobre cada detalhe a sua volta pode trazer
inseguranças. A criança de inclusão na escola não é diferente, em um novo
ambiente, a busca pelo inserto pode significar medo e mesmo assim o aluno de
inclusão estará ali para aprender. Da sua forma, com suas limitações, seus
sentimentos e com ajuda, ele vai se inserir e tentar se sentir próximo. Este processo
de adaptação escolar é necessário e importante para o autista no que se refere ao
reconhecer os sentimentos de separação da família e os de ganhos em relação a
socialização com seus pares.

1.2 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM


TEA NA SALA DE AULA

Identificar o nível de conhecimento já adquirido dos alunos é o ponto de


partida para um planejamento adequado e organizado, principalmente quando
falamos das crianças presentes no TEA. A avaliação diagnóstica na sala de aula se
enquadra perfeitamente neste quesito, ressaltando que seu objetivo é verificar as
eventuais dificuldades específicas do aluno na assimilação de conteúdos,
detectando quais são os campos que apresentam maior defasagem e percebendo
quais habilidades a criança demonstra maior destreza ou ausência da mesma. De
acordo com LUCKESI, 2015. “Certamente a avaliação que desejamos despe-se dos
preconceitos e das barreiras do ceticismo. Não podemos avaliar com pressuposto à
educação, desejamos avaliação que direciona os passos dos professores e visam
aprendizagem discente. Trata-se de uma ação mediadora. Com base nos descritos
de Vygotsky, seria verificar como se comporta o aluno na zona de desenvolvimento
proximal, diante da aprendizagem gradual e constante que toda educação especial
precisa.” Diante de tal afirmação, compreende-se que a avaliação tem o intuito de
proporcionar a troca de saberes entre aluno e professor, além disso ressaltar os
níveis de aprendizagem em que este aluno se encontra. Entretanto o professor tem
o papel fundamental no uso desse mediador a favor de seu aluno, seria como
observar sua reação com o meio e os pares, percebendo quais campos de
desenvolvimento já foram alcançados e aqueles que ainda precisam ser inseridos
nas capacidades cognitivas e sociais. Este processo dará significância ao trabalho
que posteriormente será realizado através de atividades que atendam às
necessidades de cada um (criança com TEA). Atividades que estimulem o aluno a
adquirir autonomia, independência, confiança, socialização, criatividade,
comunicação e outros domínios.
É importante ressaltar que a fase em que a criança se encontra em
determinado momento da vida é um ponto primordial para a intervenção assertiva
em relação a aprendizagem das crianças com TEA, para que haja favorecimento no
desenvolvimento em múltiplas habilidades e funções no que se refere ao plano
cognitivo, social e emocional. Vygotsky (2007) afirma que é importante o
entendimento dos processos mentais do indivíduo para delinear programas de
tratamento educacional e desenvolver ao máximo as potencialidades cognitivas.
Atividades escolares projetam atividades diversas, que pressupões muitas vezes a
realidade e valores da sociedade. Todo indivíduo é dotado de possibilidades
acadêmicas que ganham qualidade durante a vida, seja de forma especial ou
normal.
Entende-se que trabalhar o campo sócio emocional, através de atividades
que propiciem a percepção dos sentimentos e empatia com seus pares, também se
torna essencial para que o processo de ensino desenvolva a capacidade de
conhecimento de si e a afetividade com o outro. Por meio de brincadeiras com
objetivos específicos, principalmente em grupos, jogos de raciocínio lógico e
matemático, atividades com materiais concretos, o uso de ferramentas tecnológicas
a aprendizagem se torna mais prazerosa e significativa.
No contexto da sala de aula, aquela criança X comentada anteriormente,
agora já com acompanhamento multidisciplinar e laudada com TEA grau 2, pode ser
atendida de forma adequada pela escola e professora que agora, obtém um leque
de possibilidades para caminhar e desenvolver seu aluno.
Vale ressaltar que a fim de que cada metodologia possua resultados
satisfatórios é preciso que eles se adaptem às necessidades de cada
criança, assim como seu nível de desenvolvimento cognitivo, pois o TEA
compreende pessoas com características e níveis de desenvolvimento
diversificados. Deste modo, não há uma metodologia melhor que a outra, o
que existe é a metodologia que melhor se adapta às características do
aluno. (GUITERIO, 2016, p.44).

Partindo do princípio de que cada criança com laudo de TEA é uma criança
única, pois seus estímulos e características são individuais e podem ser diferentes
dependendo do seu grau. É aí que encontramos o diferencial em trabalhar no
desenvolvimento para cada aluno espectro autista, não existe um material didático
ou um método que possa ser usado com todas as crianças com TEA de forma
homogenia que surtirão efeitos positivos. A professora da criança X citada acima irá
adaptar e personalizar o material para trabalhar com esta criança. MONTESSORI,
2011, afirma que, “A técnica de uso desses materiais adaptados visa ao interesse e
ao estímulo, para que o aluno, por meio de pequenos passos, de forma gradual e
constante, seguir adiante, descobrindo novas formas de manuseio e novas
experiências de aprendizagem. Além de estimularem o desenvolvimento motor e
cognitivo, esses materiais possuem a capacidade de manter o aprendente sob
concentração, não permitindo a dispersão que comumente ocorre quando ele é
simplesmente ouvinte. ” Além do material confeccionado, habilidades ausentes que
necessitam de exercícios permanentes que foram observadas também por outros
especialistas (TO, psicóloga e fonoaudióloga) serão desenvolvidas através de
atividades diversas. Com o objetivo de realizar a interação com seus colegas, o
brincar com funcionalidade e a comunicação com palavras simples de comandos e
outras que possam demonstrar o desejo ou necessidade da criança estas atividades
desenvolveram o aprimoramento da capacidade de se comunicar. A utilização de
plaquinhas com imagens da rotina do dia, uma mesinha reservada no mesmo lugar,
o uso de plaquinhas comunicativas (PECS), a escolha de um coleguinha inicialmente
para auxiliar nos afazeres e estimular a interação com os outros, o uso de poucas
imagens informativas nas paredes da sala e a presença constante da mediadora,
são algumas das adaptações que precisaram ser realizadas para ajudar no caminhar
deste aluno.
É indispensável a afetividade e o amor em cada detalhe do processo de
aprendizagem, porém mais que a amorosidade o profissionalismo, a capacitação
constante é o melhor caminho para o conhecimento pleno. O aluno com TEA deve
ser visto e valorizado por suas características e individualidade, o professor que
padroniza um método de ensino e quer aplicar de forma homogênea, faz-se um
profissional retrogrado e que demonstra sua acomodação parada no tempo. Os
resultados satisfatórios virão de um trabalho de observação, análise e aplicação de
métodos que envolvam a vivência da criança, que desperte o prazer em aprender.

ESTA PARTE ENTRARIA COMO ESTUDO DE CASO OU EXEMPLO DE


ACOLHIMENTO SE TIRARAM DE ALGUMA REFERÊNCIA, COMO FORMA
DEPODEM UTILIZAR A SEGUINTE FORMA DE APRESENTAR A : SE TOMARMOS
CMO EXEMPLO O QUE FOI DESCRITO POR....... O QUE DEIXEI EM CINZA ME
PARECE QUE VOCÊS CONSTRUIRAM O TEXTO PARA QUE NÃO PARECESSE
UM REALTO DE FORMA LITERAL. SE VOCÊS CONSTRUIRAM ESTE TEXTO A
PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE VOCÊS , PODEM APRESENTAR DA SEGUINTE
FORMA: Em nosso grupo de pesquisa uma integrante trabalha com sala de apoio
ou inclusão (vejam como fica melhor) e nos traz um relato de sua experiência ........
PROFESSORA, NÃO PLAGIAMOS DE LUGAR ALGUM. TUDO QUE
ESCREVEMOS SOBRE O CENÁRIO DA CRIANÇA AUTISTA FOI BASEADO EM
EXPERIENCIAS VIVIDAS POR NÓS EM SALA DE AULA. TODAS AS
INTEGRANTES DO GRUPO JÁ ESTÃO EM SALA DE AULA A ALGUM TEMPO E
ACOMPANHAM CRIANÇAS AUTISTAS. SE PUDER GOSTARIAMOS DE DEIXAR
O RELATO DA FORMA QUE A SENHORA NOS ORIENTOU. OBRIGADA

CAPÍTULO 2.
DEFINIÇÃO DE INCLUSÃO, CONCEPÇÕES DAS LEGISLAÇÕES MUNDIAIS E
LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS EDUCACIONAIS.

Neste capítulo abordaremos o marco histórico da Educação Inclusiva em nível


Mundial e um panorama acerca das leis destinadas à Educação Inclusiva no Brasil,
de modo a constatar que o acesso e a permanência do aluno com deficiência, na
escola, são assegurados por lei. Considera-se que essas pessoas possuem direitos
garantidos, entretanto é notório que ainda há um longo caminho para sua plena
efetivação. Tendo a problemática desta pesquisa a dificuldade do processo de
inclusão dentro da educação, vamos aprofundar as legislações para exemplificar a
importância.
De acordo com a ONU (2006), são consideradas pessoas com deficiências:

“(...) aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,


mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdades de condições com as demais pessoas.” (ONU, 2006, p. 03).

Sabe-se que a ideia de inclusão social no âmbito escolar é algo novo e tem
progredido de forma lenta e gradual. No Brasil, a Educação Inclusiva somente deu-
se início a partir da Conferência Mundial de Educação Especial em 1994, quando foi
proclamada a Declaração de Salamanca. E a partir desta Conferência que o Brasil
se encaixa na elaboração e promulgação da Lei de Diretrizes e bases da Educação
nacional 9394/96 no capítulo V denominada Educação especial, artigos 58 a 60 é
denominado o atendimento as pessoas com deficiência como uma modalidade da
educação, será detalhado nos tópicos posteriores. E apenas no decorrer dos anos
2000 é que foi implantada uma política denominada “Educação Inclusiva”.

2.1 LEGISLAÇÕES MUNDIAIS PARA A CRIANÇA PORTADORA DE


NECESSIDADES ESPECIAIS NA EDUCAÇÃO

A Declaração de Salamanca foi um documento criado em junho de 1994 no


município de Salamanca localizado na Espanha, durante a conferência mundial
sobre necessidades educativas especiais. A resolução foi criada com o objetivo de
fornecer diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas
educacionais de acordo com o movimento de inclusão social.

“Esta Estrutura de Ação em Educação Especial foi adotada pela


conferência Mundial em Educação Especial organizada pelo governo da
Espanha em cooperação com a UNESCO, realizada em Salamanca entre 7
e 10 de junho de 1994. Seu objetivo é informar sobre políticas e guias ações
governamentais, de organizações internacionais ou agências nacionais de
auxílio, organizações não governamentais e outras instituições na
implementação da Declaração de Salamanca sobre princípios, Política e
prática em Educação Especial. A Estrutura de Ação baseia-se fortemente na
experiência dos países participantes e também nas resoluções,
recomendações e publicações do sistema das Nações Unidas e outras
organizações inter-governamentais, especialmente o documento
"Procedimentos-Padrões na Equalização de Oportunidades para pessoas
Portadoras de Deficiência. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, junho de
1994, p. 3).”

A Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) e seu


Protocolo Opcional (A/RES/61/106), aconteceu na sede da ONU em Nova Iorque, foi
instituída no dia 13 de dezembro de 2006 e entrou em vigência no dia 03 de maio de
2008. Este é o primeiro tratado de direitos humanos estabelecido neste século.
(ONU, 2006). E, neste documento, nota-se a mudança na terminologia, de pessoa
portadora de deficiência para pessoa com deficiência.
O objetivo dessa Convenção, de acordo o Artigo 1 deste documento é “(...)
promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e
promover o respeito pela sua dignidade inerente”. (ONU, 2006, p. 03). Neste
documento é considerada pessoa com deficiência:

“(...) aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,


mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdades de condições com as demais pessoas.” (ONU, 2006, p. 03).

Depreende-se que, para as pessoas com deficiência deve haver o mínimo de


barreiras possíveis, para a plena participação dessas pessoas na sociedade. Em
relação à Educação, para as pessoas com necessidades especiais, barreiras devem
ser suprimidas a fim de facilitar a inclusão desses discentes à sociedade acadêmica.
Alguns direitos importantes versados nessa declaração da ONU:

“a) O respeito pela dignidade inerente, a autonomia individual, inclusive a


liberdade de fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas.
b) A não-discriminação;
c) A plena e efetiva participação e inclusão na sociedade;
d) O respeito pela diferença e pela aceitação das pessoas com deficiência
como parte da diversidade humana e da humanidade;
e) A igualdade de oportunidades;
f) A acessibilidade;” (ONU, 2006, p. 04).

Todavia, a Educação Inclusiva, ainda é um grande desafio a ser encarado


atualmente, mesmo com todos os esforços político e estruturais dos órgãos
educacionais. É pertinente e notória a dificuldade quando o assunto é incluir os
alunos com necessidades educativas especiais em salas de aulas e ainda mais
quando se trata de estabelecer práticas que possam favorecer o ensino igualitário
entre alunos com necessidades especiais e os demais estudantes, para que eles se
sintam respeitosamente incluídos no contexto escolar.
Nesta declaração, os objetivos estão dispostos em 10 Artigos com subitens
agregados, a fim de corroborar para a realização do presente estudo, será dada
ênfase nos Artigos 2, 3 e 10, os quais apresentam uma educação para todos,
compromisso com a educação básica, a partir de novas possibilidades.

“Educação para todos: uma visão abrangente e um compromisso renovado

ARTIGO 2. EXPANDIR O ENFOQUE. 2-Este enfoque abrangente, tal como


exposto nos Artigos 3 a 7 desta Declaração, compreende o seguinte: -
universalizar o acesso à educação e promover a equidade; · concentrar a
atenção na aprendizagem, ampliar os meios e o raio de ação da educação
básica; - propiciar um ambiente adequado à aprendizagem; fortalecer
alianças. ARTIGO 3. UNIVERZALIZAR O ACESSO À EDUCAÇÃO E
PROMOVER A EQUIDADE 1-A educação básica deve ser proporcionada a
todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la
e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir
as desigualdades. 5-As necessidades básicas de aprendizagem das
pessoas portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso
tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos
portadores de todo e qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do
sistema educativo (ONU, 1990, p. 05 A p. 12).
Meninas vamos repensar esta citação esta
muito longa não fica estético no trabalho
tentem parafrasear ou resumir citando os
artigos mais importante o que deixei destacado
em amarelo são palavras chaves dos artigos
red PROFESSORA, DEIXAMOS APENAS OS
ARTIGOS AO QUAL COMENTAMOS
ABAIXO, OK?
Notemos que para a ocorrência de resultados satisfatórios em relação às
necessidades básicas de aprendizagem é importante o uso de um “enfoque
abrangente”, como citado acima pelo Artigo 2, enfoque esse descrito nessa
declaração, como consta ainda no Artigo 2, no subitem 2 como disposto nos Artigos
de 3 a 7.
Logo, em concordância com os demais documentos até aqui apresentados, de
acordo com artigo 3, subitem 1, entende-se que a educação é um direito concedido
a todas as pessoas, sem discriminação. As pessoas com deficiência são partes
integrante desse sistema, como consta no subitem 5, do Artigo 3 “É preciso tomar
medidas que garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e
qualquer tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. (ONU,
1990, p. 06-07).
São imensas e inúmeras as problemáticas em relação a adequação das
instituições no que se refere a falta de estruturas adaptadas para acolhimento destes
alunos, a não capacitação dos profissionais e preparo da comunidade escolar. Tem-
se observado o crescimento de expectativa das famílias para que seus filhos (a)
sejam integrados ao grupo de forma efetiva e respeitosa quanto suas limitações. Por
sua vez, a escola atende aqueles que procuram o atendimento de qualidade para
suas crianças, o que por lei deve ser concedido como direito da criança, mesmo que
não sejam estabelecidas normas básicas para o atendimento a estas crianças que
necessitam de um ensino adaptado e ao mesmo tempo personalizado.

“A educação inclusiva não é simplesmente tornar as escolas acessíveis.


Trata-se de ser proativo na identificação das barreiras e obstáculos que os
estudantes encontram na tentativa de acesso a oportunidades de educação
de qualidade, bem como na eliminação das barreiras e obstáculos que
levam à exclusão. A UNESCO pretende apoiar o país na implementação de
ações afirmativas para promover oportunidades iguais de acesso à
educação de qualidade, incluindo todos os grupos da sociedade brasileira.
(UNESCO, 2020 – p.32)”.

Ao observar os objetivos de cada legislação aqui expostos, constata-se que o


acesso e a permanência à Educação são assegurados por Lei, desde o ano de
1948, pela ONU, estabelecendo o direito à educação as pessoas com deficiência ou
não, sem distinção. Em 1975, a Educação é apresentada como um direito
pertencente, especificamente, às pessoas deficientes, independente de qual seja o
tipo e o grau de gravidade da deficiência.
A seguir, em 1981, ano importante para a educação especial, cuja intenção era
remover os obstáculos promovendo instalações necessárias aos portadores de
deficiência, para o pleno aproveitamento de seus direitos fundamentais. No ano de
1990, aparecem termos tais como “universalizar o acesso à educação, promover a
equidade; (...); propiciar um ambiente adequado à aprendizagem” (ONU, 1990, p.
05-06), corroborando para a permanência deles na escola, sendo a educação básica
um direito concedido a todas as pessoas, sem discriminação.
Em 1994, instrui que as instituições escolares teriam que incluir todas as
crianças, portadoras de deficiência ou não, para uma efetiva aprendizagem e
socialização. Em 1999, a preocupação foi na eliminação de qualquer forma de
discriminação aos deficientes. No ano de 2006, temos a mudança do termo
“portador de deficiência” para “pessoa com deficiência”, e a ênfase de que a escola
deve ser um ambiente sem discriminação, com igualdade de oportunidades, sem
exclusão, gratuita e de qualidade, com adaptações necessárias e singulares, mesmo
no ensino superior com igualdade de oportunidades e sem qualquer tipo de
discriminação, segundo a ONU (2006).

2.2 LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM


DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO

O atendimento às pessoas com deficiência iniciou-se, no Brasil, no século XIX,


no período conhecido como Brasil Império. De acordo com (BRASIL, 2010), houve
no Rio de Janeiro, a criação de duas importantes instituições: em 1854, o Imperial
Instituto dos Meninos Cegos e em 1857, o Instituto dos Surdos-Mudos. Em 1926, foi
fundada a Instituição Pestalozzi voltada para o atendimento às pessoas com
deficiência mental, mas somente em 1954, houve a criação da APAE.
No ano de 1988, aprovada pela Assembleia Nacional Constituinte e
promulgada no dia 5 de outubro, a Constituição da República Federativa do Brasil,
reforça em seu Art. 3, inciso IV “promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”
(BRASIL, p. 02, 1988). Sobre a educação no Artigo. 206, em seu inciso I, declara a
todos “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.” (BRASIL, p.
94, 1988). E, assevera em seu Artigo. 208, inciso III “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino” (BRASIL, p. 95, 1988).

“I - na área da educação:c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação


Especial em estabelecimento público de ensino; d) o oferecimento
obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em
unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por
prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência;
e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos
aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas
de estudo; f) a matrícula compulsória em cursos regulares de
estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de
deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino;”
(BRASIL, 1988).”
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990, assegura em seu Art. 54, inciso III, o “atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
(BRASIL, 1990).
No ano de 1994, há a publicação do documento, intitulado de Política Nacional
de Educação Especial (PNEE) afirma que o aluno com necessidades educacionais
específicas nem sempre tem seus direitos respeitados. Ademais, direciona as
instituições a educar, em um mesmo ambiente, crianças com e sem necessidades
educativas especiais (PNEE, 1994). Contudo, nem todo o aluno portador de
deficiência fora matriculado no sistema regular de ensino, pois o texto abre uma
brecha para que os portadores de necessidades especiais escolhidos sejam aqueles
que possuem o mesmo ritmo de aprendizagem de os demais em uma “classe
comum”:

“(...) os portadores de necessidades especiais que possuem condições de


acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do
ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais.” (PNEE, p. 19,
1994).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) dispõe de um


capítulo exclusivo para a Educação Especial, o CAPÍTULO V, intitulado “DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL”, o qual assegura ao aluno portador de deficiência:
“Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino
regular.
§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
(BRASIL, 1996 – p.58)”

Validando este estudo com leis e decretos garantidos por variadas instâncias
de poder, inclusive fora da esfera brasileira, nota-se que o acesso e permanência do
discente com deficiência se concretize, caso haja igualdade de acessos, não
discriminatória e em ambientes acessíveis, currículos adaptados respeitando a
individualidade e singularidade do aluno; pois a eliminação de tais barreiras pode
contribuir efetivamente com o crescimento intelectual e permitir a esse cidadão obter
grandes oportunidades tanto na área acadêmica como na área pessoal, e ser de
grande valia ao seu país.

CAPÍTULO 3.
DOS TRANSTORNOS PRESENTES NO ENSINO REGULAR E O
PROCESSO DE INCLUSÃO

O processo de identificação e análise das crianças que sofrem com algum


transtorno nem sempre é adequado, em tempos remotos os laudos eram emitidos
por um único profissional que seria o médico.
Na atualidade este encaminhamento é direcionado a uma equipe
multidisciplinar para identificar o que realmente a criança tem, exceto aos alunos que
já chegam à escola com laudo médico. É necessário haja a intervenção pedagógica
com profissionais capacitados, como por exemplo, com psicopedagogos que irão
estimular aquele aluno durante um período e através da resposta a essa intervenção
é possível realmente identificar se a criança possui somente uma dificuldade ou um
caso mais profundo que se remete a algum transtorno específico de aprendizagem,
lembrando que são necessários outros profissionais para acompanhar e fechar o
diagnóstico correto da criança, bem como um neurologista e/ou psiquiatra.
Sabendo-se que toda criança que tem um transtorno de aprendizagem
apresenta uma dificuldade escolar, mas nem toda criança com dificuldade escolar
possui um transtorno de aprendizagem.
Neste sentido todas as crianças que demonstram o sinal de algum distúrbio,
ressaltando que precisa ser mais de uma evidência, ou seja, mais de um fator que
leve a desconfiança de que algo não está funcionando como deveria. Deverá ser
encaminhado para os profissionais que possam estabelecer um diagnóstico mais
próximo e abrangente, indicando o tipo de transtorno e a melhor maneira ou
caminho de dar o suporte necessário para seu ingresso no ensino regular.

3.1 IDENTIFICANDO O ALUNO, ESTABELECENDO VÍNCULOS E


ESTRATÉGIAS.

O transtorno de aprendizagem é o que a criança já nasce com ele, ou seja,


tem a ver com o funcionamento do sistema neurológico, envolve o interior da
criança, algo persistente. Já a dificuldade de aprendizagem é uma condição
passageira e pode estar ligada por exemplo, algum trauma que a criança possa ter
sofrido em sua vida, seja no ambiente social, familiar ou até mesmo no próprio
ambiente escolar, o que pode vir a desencadear uma série de interferências na
aprendizagem da criança. Faz-se necessário identificar entre as dificuldades que a
criança apresenta o que realmente pode-se fazer por ela, pois existe diferença entre
dificuldade e o transtorno de aprendizagem que a criança pode possuir.
Podemos destacar e conhecer mais sobre os transtornos de aprendizagens
que são recorrentes no ambiente escolar, sendo na maioria dos casos, observados
por crianças que estão ingressando na vida escolar. Dentre estes podemos destacar
dois deles, que são: Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH); e o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) que faz parte da nossa pesquisa.
Contudo, é importante lembrar que em nossa pesquisa iremos dar enfoque ao
transtorno do espectro autista (TEA), que apresenta ser um distúrbio do
neurodesenvolvimento.
Os TGDs – transtornos globais do desenvolvimento representam os
transtornos que compartilham as funções de desenvolvimento universais que foram
afetadas juntamente, como por exemplo, atraso no falar, atraso motor ou
agrupamento de fatores sensoriais da criança. Em outras palavras, é importante
entender que nem todos os alunos com diagnóstico de determinado tipo de
transtorno mental são alunos da educação especial - área dos Transtornos Globais
do Desenvolvimento.
Ter um ambiente preparado antecipadamente para receber alunos com
diagnóstico de Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) será um diferencial
para a escola como um todo, pois ao ingressar nesse ambiente, o aluno já estará
sendo acolhido de forma com que se sinta a vontade, visto que tudo foi pensado de
antemão para recepcionar este aluno, acolhê-lo juntamente com seus familiares,
buscando num primeiro momento ter um bom relacionamento entre ambos para
atender as necessidades que venham a ter.
Os TGD incluem condições que estão invariavelmente associadas à
deficiência intelectual, que são a síndrome de Rett e o transtorno
desintegrativo da infância; condições que podem ou não estar associadas à
deficiência intelectual, como o autismo e o transtorno invasivo do
desenvolvimento, sem outra especificação (KLIN, 2006); e a síndrome de
Asperger, uma condição tipicamente associada à inteligência normal (KLIN,
2006; GILLBERG, 2002).

A inclusão trouxe a oportunidade e o direito de que toda criança com TGD


possa frequentar a escola em tempo integral junto com os demais alunos e sala de
aula. Recebê-lo, atender suas necessidades e apoiá-lo em uma educação de
qualidade sem fazer acepção é um dever da escola que segundo as políticas
educacionais tem que estar apta para introduzi-lo no ambiente escolar.
Segundo FREIRE, 1997. “A escola deve educar, também, para o
desenvolvimento da autonomia do aluno autista, abrangendo toda a complexidade
que há na individualidade de cada um, pois a natureza desse transtorno é uma
unidade complexa, é um só tempo físico, biológico, cultural, social e histórico próprio
dele mesmo. Educar nesta perspectiva vai de encontro a toda individualidade do
aluno dentro da escola.” Cada aluno tem suas características próprias e seu jeito de
ver o mundo e é isso que o torna especial, os educadores por sua vez, necessitam
de um preparo apropriado ao envolver-se com a criança, estimulando sua autonomia
e sua identidade, auxiliando-o a conviver em meio aos seus pares e equipe escolar.
E quanto ao primeiro contato e primeiras estratégias que a escola irá utilizar
para a recepção deste aluno? É importante que neste momento de adaptação do
criança na escola, seja realizado através de observações e registros as “habilidades
funcionais” que a criança já adquire. Também observações como: será que as
habilidades desse aluno correspondem à idade dele? É indispensável ter esse
princípio de observação para saber de onde partirá o trabalho a ser desenvolvido
com ele. Quais os caminhos e estratégias poderão ajudar no desenvolvimento das
habilidades defasadas?
As “habilidades funcionais” da criança parte dessa primeira observação. Seu
raciocínio, sua coordenação motora, autocuidado, socialização entre outras. De
modo que a equipe escolar consiga realmente atender o aluno da melhor maneira
dentro da escola. Sendo ponte nas suas relações com o professor e os demais
funcionários da escola o mediador tem extrema importância para o desenvolvimento
do aluno.
Cada caso que chega até a escola, até o professor e até ao mediador prevê
uma série de caminhos a serem percorridos, tais como: Estudo de caso (qual o
transtorno do aluno e em qual nível esse aluno está, por exemplo, são aspectos
fundamentais que é preciso estar claro). É essencial que alguns pontos sejam
considerados primordiais, como: a equipe escolar deverá apresentar-se a família
para que em parceria alcance para o aluno resultados satisfatórios; estabelecer
vínculo com o aluno, fazendo com que ele se sinta a vontade e seguro no ambiente
que pra ele é novo; criar um vínculo com o professor e principalmente com o
mediador que abrirá um leque de possibilidades para ele; observar e perceber quais
serão as necessidades do aluno para trabalhar sua autonomia e independência.

E não poderíamos deixar de destacar o modo mais clássico do


desenvolvimento infantil, que é através do contato e da troca com o outro. A
socialização como uma das habilidades mais bem trabalhadas e inseridas na maior
parte das atividades realizadas nas práticas da educação infantil. A melhor estratégia
para a inclusão, em todos os seus aspectos é o coletivo, mostrar a essa criança que
estar junto é algo bom e dar a oportunidade de conviverem.

3.2 ADAPTAÇÕES PEDAGÓGICAS


As adaptações no âmbito escolar devem envolver toda a comunidade
educativa, medidas de como adaptar o currículo de acordo com a necessidade e
capacidade individual do aluno com certeza proporcionará uma qualidade e a
resposta será cada vez mais assertiva. Tornar o interesse dele pela aprendizagem é
algo que precisa ser cativado todos os dias, fazendo assim que o conteúdo seja
assimilado com mais facilidade respeitando o nível de aprendizagem daquele aluno.
Conforme disposto na lei 13.146, de 6 de junho de 2015 institui a lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com deficiência) em
seu artigo 28 título III que diz:

III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento


educacional especializado, assim como os demais serviços e
adaptações razoáveis, para atender às características dos
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o
exercício de sua autonomia. (Estatuto da pessoa com deficiência
p.32)

Uma equipe que está bem preparada faz toda a diferença na vida da criança
e um ponto importante a ser tratado será a proposta de atividades que atenda a
esse aluno dentro da sala de aula. Ter um planejamento seja no ambiente físico
quanto com uma equipe docente bem estruturada e capacitada, faz com que a
criança consiga se desenvolver satisfatoriamente e mesmo com suas dificuldades
sejam bem atendidos e se sintam inseridos no grupo escolar.
A capacitação dos profissionais que estão hoje inseridos no contexto da
educação deve ser sempre aprimorada. O vínculo com o mediador é indispensável,
uma vez que essa proximidade faz com que o aluno sinta- se seguro para conseguir
lidar com a rotina escolar do dia a dia.
Entretanto de nada adianta a comunidade escolar se mobilizar para acolher o
aluno se não houver o apoio familiar. É de extrema importância a parceria
escola/família, pois a troca de informações entre estes em relação a criança deve
ser frequente, com o objetivo de oferecer o melhor desenvolvimento para o aluno.
Comprova-se que quando a família e a escola andam juntos tudo fica mais favorável
e as metas a serem atingidas ficam cada vez mais próximas. O aluno sentirá mais
segurança e seu rendimento será notório não somente na escola, mas também
socialmente.
Sobre a interação com família, é importante ainda que o professor atue
sempre em parceria com os pais ou responsáveis pelo aluno, para elaborar
e efetivar um plano educativo que se adeque às necessidades do estudante
e partilhe sistematicamente informações sobre a situação do aluno na
escola e em casa. Os pais envolvidos na escolaridade dos filhos
desenvolvem atitudes mais positivas em relação à escola e a si mesmos,
tornam-se mais ativos em sua comunidade e tendem a melhorar seu
relacionamento com os filhos (BECHER, 1984 – p. 62).
Compreende-se que atualmente as famílias buscam para seus filhos um
ambiente escolar acolhedor e que venha agregar não só conhecimentos específicos,
mas também a amorosidade em lidar com estas crianças que necessitam de um
olhar especial. É fato que cada criança, assim como também a família, traz consigo
um histórico de vida que necessita ser compartilhado com a escola, para que este
aluno (a) seja compreendido como um todo. Sabemos que para “enxergar” um fato
isolado ou uma problemática que precisa de intervenção, é essencial conhecer esta
criança desde o ventre de sua mãe, compartilhar o desenvolvimento e crescimento
nas etapas da vida da criança faz-se preciso para que os profissionais (equipe
multidisciplinar e escola) trabalhem de forma assertiva. Pais ou responsáveis que se
dispõem e demonstram vontade em ajudar, declaram a forma mais linda e
mensurável do seu apoio e amor ao filho. Escolas que tenham profissionais
capacitados e com sensibilidade afetiva para receber alunos com dificuldades, estão
certos de que estão um passo à frente na educação.

3.3 ESCOLA/FAMÍLIA UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO

A relação da família com a instituição de ensino é de suma importância, uma


vez que, incentiva nos resultados alcançados, ou seja, a família deve se atentar no
desempenho das habilidades e competências da criança e precisam sempre
demonstrar afeto e interesse, estimulando nas atividades realizadas. É importante
que a criança aprenda a gostar da escola, de estudar e crie vínculos com os
profissionais (professor, coordenação, mediadores e outros que auxiliam no
funcionamento da escola) que nela trabalham.
A parceria entre a escola, família e comunidade, deve acontecer através da
participação efetiva e do diálogo, pois a escola é compreendida como mediadora
entre o aluno e o mundo. Outro item importante de mencionar é que alguns
professores acabam conhecendo seus alunos mais que sua própria família, uma vez
que, acolhem e proporcionam uma escuta qualificada.
Será de extrema importância estar atentos a esses caminhos, pois é um
diferencial na vida e no trabalho a ser desenvolvido com a criança em sala de aula. A
partir da identificação feita, estratégias pedagógicas deverão ser aplicadas para
ajudar esse aluno a ter mais autonomia e desenvolver suas habilidades funcionais,
tanto na escola como em qualquer outro ambiente que ele costume frequentar.
Muitas escolas não estão aptas para receber aluno com TEA isso faz com que
surjam as dificuldades tanto do aluno quanto do professor, vale ressaltar que o
Transtorno do Espectro Autista é um transtorno que não tem cura, porém com
tratamentos podem melhorar a qualidade de vida da criança.
Tratando-se do transtorno DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) a Lei Berenice
Piana prevê em Artigo 2º Parágrafo único que:
“Em caso de comprovada necessidade, a pessoa com TEA incluída nas
classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do artigo 2º, terá
direito a acompanhante especializado.”

Este fato é muito importante para o aluno com TEA, pois estar acompanhado de um
mediador escolar irá promover a essa criança maior possibilidade de aprendizagem
no ambiente escolar, visto que o mediador tem um papel muito importante que é o
de ser ponte entre esse aluno e o docente, sendo o suporte para que ele se
desempenhe da melhor maneira possível pedagogicamente.

ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO

De acordo com a pesquisa bibliográfica, apresentada acima, observa-se que a


educação percorreu diversas alterações em sua história, e que uma destas, com
uma significante importância, trata-se da inclusão escolar, deve-se considerar que
atualmente sua aplicação tenha o sucesso almejado e necessário desde sua
implantação na educação.
Não obstante, muito se tem discutido recentemente a respeito da importância
da inclusão escolar para crianças autistas e com outros transtornos, nesta
perspectiva torna-se imperativo compreender que não se trata de uma escolha, mas
sim de um direito desta criança, sendo que a matrícula deve ser feita
preferencialmente em classes regulares na rede de ensino, como podemos
constatar por meio da legislação voltada para a educação.
Posto isto, a educação encontra-se destinada também às pessoas com
deficiência, que atualmente possuem um aparato legal que busca o crescimento na
participação e conquista dos direitos frente a elementos da sociedade, da política e
da educação. No entanto, não se pode afirmar ter conquistado este sucesso.
Logo, observa-se que há vários apoios legais que impõem a inclusão nas
escolas, apontando direito da presença de Pessoas com Deficiência e transtornos
de aprendizagem, como alunos no âmbito de ensino regular, buscando assegurar a
igualdade no ensino e aprendizagem de todos os alunos. Ainda assim, nota-se que
esta aceitação e prática não seguem com rigidez a legislação, sendo encobertas por
falta de informação, falha na formação, entre outros parâmetros.
Neste contexto, percebe-se que há diversas dificuldades e desafios a serem
vencidos pela educação e pelo projeto de inclusão aceito pelas escolas. A inclusão
das crianças na rede regular de ensino constitui-se em um grande desafio a ser
enfrentado pela escola, professores, familiares e responsáveis e pelos próprios
alunos, bem como admitidos por toda a sociedade que esteja, direta ou
indiretamente ligada à educação destas crianças.
Assim, a pesquisa contribuiu do direito educacional referente à inclusão das
crianças com transtornos neurossociais e neurológicos na educação brasileira.
Neste sentido, a inclusão não se trata apenas dos saberes escolares, mas sim da
junção de vários aspectos positivos que contribuem significativamente para o pleno
desenvolvimento não só dos alunos, mas também dos seres humanos no geral,
sendo que entre eles podemos citar o direito a diversidade que se trata de uma
constatação inerente à vida de qualquer ser humano. Logo, contesta-se a visão da
maioria da sociedade ao impor uma hipótese de que os benefícios proporcionados
pela inclusão escolar são vários, abrangendo desde a consciência das crianças em
aceitar a diversidade humana, bem como a capacidade de tornar a sociedade um
ambiente que não necessite mais de leis ou decretos estipulando a convivência com
igualdade. Muito bom
Na pesquisa destacamos a importância da formação do profissional educador
em especialização de inclusão seja em qualquer tipo de transtorno e deficiência. A
inclusão escolar permite a conscientização de todos, frente à diversidade que a
humanidade apresenta para os alunos com deficiência e transtornos de
aprendizagem, transformando sua adaptação desde o ensino infantil, aos meios
socioculturais expostos nacional e internacionalmente. Contudo, defende-se a
hipótese referente aos direitos educacionais direcionados a estes alunos, inserido
neste contexto o autista como deficiente, sem diferenciar o tratamento educacional
proposto a estes.
Terminamos essas discussões ressaltando a importância da participação de
toda a comunidade escolar e todos os profissionais de educação na busca pelo
constante aperfeiçoamento nos processos de inclusão de alunos com transtornos de
aprendizagem dentro da sala de aula. Não devemos culpar nenhuma parte
responsável por este processo, e sim elevar diariamente o aprendizado e as
experiências a fim de ajudar todas essas crianças dentro do processo ensino-
aprendizado mantendo-as firmes na educação que são devidas a todas as crianças
durante sua trajetória escolar.

Meninas!!! Não esta incorreto porém falta embasamento teórico vocês precisam
colocar os autores que discutem a favor e contra a questão da inclusão e aceitar ou
não, vocês colocaram isso porém não trouxeram os autores , o que deixei em
amarelo pode ser resumido ou lançado em outro lugar do texto aqui são situações
pontuais que já foram faladas no texto e quem com uma frase vocês reportam-se a
elas aceitando ou não ok, ficou extenso também cansativo de ler

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desta pesquisa foi verificar como a inclusão é importante no acesso


e permanência das crianças com transtornos de aprendizagem. Para tal, buscou-se
compreender os transtornos em sua definição, tipo e característica, tanto no viés
jurídico como no educacional. E por meio da análise do percurso histórico de leis e
decretos destinados à educação inclusiva garantida por variadas instâncias de
poder, inclusive fora da esfera brasileira, de modo a listar, não todos os deveres que
são atribuídos ao Poder Público destinado a educação dos alunos com deficiência,
mas os que asseguram o acesso e a permanência destes alunos na escola seja no
ensino regular, de formação profissional técnica e tecnológica ou de nível superior.
Nesse sentido, metodologicamente, tratou-se de uma pesquisa de cunho
qualitativo, pelo fato de permitir ao pesquisador estudar o homem considerando-o
como sujeito ativo, ou seja, capaz de entender o mundo em que vive através das
experiências de vida e de suas interações com os outros seres humanos. Seguindo
essa vertente, no presente estudo realizou-se através da integração entre a
pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica de natureza exploratória em que o
conhecimento decorrente das literaturas estudadas concernentes às pesquisas,
serviu de base para a formulação de todo os conceitos formulados neste trabalho de
conclusão, a fim de reunir o máximo de informações concernentes ao nosso objeto
de estudo e os alunos autistas ou outros transtornos que estão nas escolas.
Sendo assim, o processo educacional da Educação Especial com uma equipe
amparada legalmente, especializada e preparada em atender as mínimas
dificuldades aqui nomeadas, em suma favoreceria esse aluno constituinte da
Educação-Especial e evitaria muitos constrangimentos e aborrecimentos, somados a
uma infraestrutura acessível, com todo aparato didático-pedagógico dedicado a
atender a alunos individualmente ou em grupos pequenos, cujas necessidades se
assemelham, e que, certamente, apresentariam uma cronologia evolutiva
educacional.
Porém, também se acredita que as instituições de ensino regular inclusive
deveriam investir mais, tanto na infraestrutura quanto na pedagógica, para receber
esse aluno com transtornos e deficiência, oferecendo-lhe o melhor possível. Cabe a
comunidade escolar estar sempre em constante contato com os pais e responsáveis
para aperfeiçoar e ajudar a adaptação frequente dessas crianças dentro da
concepção da inclusão escolar e no decorrer de todo o processo ensino
aprendizagem que o educando está sujeito.
Pode-se refletir também na preparação educacional de cada professor ao longo
de sua carreira para enfrentar as dificuldades em sala de aula, seja através da
inclusão escolar ou outro tipo desafio. Afinal, é importante investir na preparação dos
futuros docentes que nortearão todo processo educacional, propiciará o
protagonismo em muitas áreas da vida, tanto ao estudante deficiente ou com
transtornos de aprendizagem como ao estudante sem deficiência.
Leva-se a refletir sobre a escassez de opções aos recursos destinados a esses
alunos, apesar de existir um leque de possibilidades tanto os mais custeáveis, tais
como as tecnologias assistivas, como adaptações de materiais do dia a dia mais em
conta. Por mais que o direito à educação ao acesso e a permanência desse aluno
sejam assegurados por lei, de certo modo, há ainda um árduo caminho a ser
percorrido, a fim de tornar o processo educacional mais equitativo e menos díspar
ao educando com deficiência visual e ao aluno vidente.
Finalizando, a realização desse Trabalho de Conclusão de Curso permitiu-nos
realizar como ser humano. Estamos muito felizes, por isso, em palavras será difícil
mensurar tal dimensão e profundidade. Mas, podemos afirmar com total certeza, em
que, mais uma vez contribuiu para me demonstrar que o caminho a continuar trilhar,
academicamente, é nesta direção.

REFERÊNCIAS retirar espaço duplo entre as


referencias, ref,. Eletrônicas colocar dia e horário de
acesso
AMARAL, João J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. - Ceará:
Universidade Federal do Ceará – p.1, 2007.

BRASIL, Lei nº 8.069, 13 de julho de 1990. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, Capítulo
I. Pág. 16 e 17. 1990. onde

BRASIL. Lei nº 7.853/89 de 24 de outubro de 1989 dispõe sobre o apoio às


pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 132, n. 146, p.
11509, 2 ago. 1989.

BRASIL. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990: dispõe sobre o Estatuto da Criança


e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm.

BRASIL. Lei Nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Brasília, 1996. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf.

CUNHA, Eugênio. AUTISMO E INCLUSÃO. Psicopedagogia e práticas


educativas na escola e na família. 5ª edição. Editora Wak, 2020.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre princípios, políticas e práticas na área das


necessidades educativas especiais. Salamanca – Espanha, 1994. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf

ONU - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Mundial sobre


Educação Para Todos. Disponível
em :http://www.educacao.mppr.mp.br/arquivos/File/dwnld/educacao_basica/
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https://pt.unesco.org/fieldoffice/brasilia/inclusive-education

https://institutoneurosaber.com.br/dsm-5-e-tea-o-diagnostico-do-autismo/ 07/11/2022
às 17:30
GRANDIN E PANEK, 2013, p. 25 e 26 “No caso de muitas

GRANDIN E PANEK, 2013. P. 78 “O número de diagnósticos do

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