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“Como é que vai ser isso?” Lc 1, 34) Esta pergunta de Maria, feita depois do
anúncio do anjo, teve como resposta: “Nada é impossível a Deus”. E, como prova do que
dissera, o anjo lhe deu o exemplo de Isabel que, na sua velhice, concebeu um filho. Maria
acreditou e se tornou a Mãe do Senhor.
Onipotente: este nome de Deus é encontrado freqüentemente na Sagrada Escritura e
é usado quando se deseja exprimir a sua potência enquanto ele abençoa, julga, dirige o curso
dos eventos, realiza os seus desígnios.
Existe apenas um limite à onipotência de Deus: a liberdade humana. Ela pode se opor
à vontade de Deus, o que torna o ser humano impotente, enquanto ele é chamado a partilhar a
mesma força de Deus.
Esta é uma Palavra oportuna para concluir o ano dedicado pela Igreja Católica ao
Pai, antes do Jubileu de 2000. De fato, é uma Palavra que nos abre a uma confidência
ilimitada no amor de Deus-Pai, pois, se Deus existe e o seu ser é Amor, a confiança completa
nele nada mais é do que uma conseqüência lógica desse fato.
Todas as graças temporais e espirituais, possíveis e impossíveis, estão em seu poder.
E ele as dá a quem as pede, e também a quem não as pede, porque, como diz o Evangelho,
ele, o Pai, “faz nascer o seu sol igualmente sobre maus e bons” (Mt 5, 45) e convida todos
nós a agirmos como ele, com o mesmo amor universal, sustentado pela fé de que:
Relembrando-nos disso nos momentos mais críticos, nos chegará da Palavra de Deus
aquela energia que ela encerra em si, fazendo-nos participar de algum modo da própria
onipotência de Deus. Porém, com uma condição: que vivamos a sua vontade, procurando
irradiar ao nosso redor aquele amor que foi depositado em nossos corações. Assim estaremos
em uníssono com o Amor onipotente de Deus pelas suas criaturas, para o qual é possível tudo
aquilo que concorre para a realização dos seus planos em cada pessoa e em toda a
humanidade.
Mas existe um momento especial para poder viver esta Palavra e para experimentar
toda a sua eficácia: é durante a oração.
Jesus disse que qualquer coisa que pedirmos ao Pai em seu nome, ele nos concederá.
Portanto, experimentemos pedir-lhe aquilo que mais desejamos ou necessitamos com a
certeza de fé que a ele nada é impossível. Experimentemos pedir-lhe desde a solução dos
casos mais desesperadores à paz no mundo, desde a cura de doenças graves à reconciliação
em conflitos familiares e sociais.
E se formos duas ou mais pessoas, unidas em pleno acordo por meio do amor
recíproco, a pedirmos a mesma coisa, então é o próprio Jesus em nosso meio que pede ao Pai;
e, como ele prometeu, obteremos o que pedirmos.
Com esta fé na onipotência de Deus e no seu Amor, também nós, um certo dia,
pedimos que o tumor diagnosticado em N. através de uma radiografia “desaparecesse” como
se fosse um erro ou um fantasma. E assim aconteceu.
Esta confiança ilimitada, que faz com que nos sintamos nos braços de um Pai ao qual
tudo é possível, deve acompanhar sempre as circunstâncias da nossa vida. Isso não significa
que sempre obteremos aquilo que pedimos, porque a onipotência de Deus é aquela de um Pai,
e ele a usa sempre e somente para o bem de seus filhos, quer eles tenham consciência disso ou
não. O importante é viver, alimentando a certeza de que para Deus nada é impossível. E isto
nos fará provar uma paz nunca antes experimentada.
Chiara Lubich