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Jun/1983 A PLENITUDE DA LEI

“Toda a lei encontra a sua plenitude num único preceito: amarás a teu próximo
como a ti mesmo”. (Gl 5, 14)
Esta Palavra é de Paulo, o apóstolo; uma frase breve, estupenda, lapidar, clarificadora. Ela
nos indica qual deve ser a base do comportamento cristão, aquilo que deve sempre inspirá-lo: o
amor ao próximo.
O apóstolo vê na prática deste mandamento a plena atuação da lei. Esta, de fato, manda
não cometer adultério, não matar, não roubar, não desejar... E se sabe que quem ama não faz nada
disso – não mata, não rouba...

“Toda a lei encontra a sua plenitude num único preceito: amarás a teu próximo como a
ti mesmo”.
Todavia, a pessoa que ama não só evita o mal, mas se abre aos outros, quer o bem, pratica
o bem, e chega até o ponto de dar a vida por quem ama.
Justamente por isso, Paulo escreve que amando ao próximo não só se cumpre a lei, mas se
chega à “plenitude” da lei.
“Toda a lei encontra a sua plenitude num único preceito: amarás a teu próximo como a
ti mesmo”.
Se toda a lei está contida no amor ao próximo, é preciso ver os outros mandamentos como
meios para nos iluminar e guiar a fim de que saibamos encontrar, nas complexas situações da vida,
o caminho para amar aos outros; é preciso saber descobrir nos outros mandamentos qual é a
intenção de Deus, a sua vontade.
Ele quer que sejamos obedientes, castos, mortificados, mansos, misericordiosos, pobres...
para concretizarmos melhor o mandamento da caridade.
“Toda a lei encontra a sua plenitude num único preceito: amarás a teu próximo como a
ti mesmo”.
Poderíamos, então, nos perguntar: como é que o apóstolo não fala do amor a Deus?
O fato é que o amor a Deus e o amor ao próximo não se opõem um ao outro. Aliás, o amor
ao próximo nada mais é que uma expressão do amor a Deus.
Amar a Deus, com efeito, significa fazer a sua vontade. E a sua vontade é que amemos ao
próximo.
“Toda a lei encontra a sua plenitude num único preceito: amarás a teu próximo como a
ti mesmo”.
Como colocar em prática esta Palavra?
A resposta é evidente: amando ao próximo, amando realmente ao próximo.
Isto significa doar-se, mas doar-se desinteressadamente a ele, pois quem instrumentaliza o
próximo para alcançar seus objetivos não ama, ainda que estes objetivos sejam os mais espirituais,
como por exemplo, a própria santificação. É preciso amar ao próximo, não a nós mesmos.
Não resta dúvida, porém, que quem ama dessa maneira realmente chega à santidade; torna-
se “perfeito como o Pai”, porque fez o melhor que podia fazer, acolheu a vontade de Deus, a
colocou em prática, atuou plenamente a lei.
Porventura no fim da vida não seremos examinados unicamente sobre este amor?
Chiara Lubich

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