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O maior mandamento
Jesus disse que o grande mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e também
amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22.36-39), e que “não há outro mandamento maior
do que esses” (Mc 12.31). Na verdade, cumprindo estes dois mandamentos, você não
precisa se preocupar com mais nada (Mt 22.40). Mas como isso funciona na prática?
O livro de Gálatas diz que “toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: amarás ao teu
próximo como a ti mesmo” (Gl 5.14 ACF). Tiago diz que a lei real é “ame seu próximo como a si
mesmo” (Tg 2.8 NVI), e como se não bastasse, Romanos diz que “tudo nesta palavra se
resume: amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Rm 13.8-9).
Então, se você pensa que é possível amar a Deus e não amar o próximo, você está muito
enganado! E também, se pra você é impossível amar aquela pessoa que você não
suporta, é porque provavelmente a sua ideia sobre amor está errada e,
consequentemente, fica bem difícil cumprir o maior mandamento da Bíblia.
O amor com o qual nós devemos amar a Deus e ao próximo é o mesmo amor com o qual
Deus nos amou, como diz em 1 João “se Deus assim nos amou, nós também devemos
amar-nos uns aos outros” (1Jo 4.11 NVI).
Quer dizer então que existe mais de um tipo de amor? Teoricamente não, o problema é
que nosso idioma usa a palavra amor de forma muito genérica, sendo assim, no nosso
idioma, diferente do hebraico e do grego, sim! Existe mais de um tipo de amor, na verdade,
quatro.
Amor (phileo)
O primeiro é conhecido como um amor de amizade, é um sentimento baseado na
afinidade, naquilo que você tem em comum com outra pessoa. Envolve gostar
de alguém que, supostamente, também gosta de você (Lc 6.32). Na verdade esse tipo
amor depende disto, e se não for recíproco, ele acaba. É o típico amor que depende das
circunstâncias.
Por que não foi com o “amor phileo” que Deus nos amou?
Porque “Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Rm 5.8), ou seja,
nesse momento nós éramos inimigos de Deus (Cl 1.21, Rm 5.10). Sendo assim, não pode
ser o amor de amizade. Como esse amor envolve gostar, nós temos dois problemas: (1)
Por mais que Deus ame o pecador, Ele não gosta do pecador (Sl 5.4). (2) Se você
simplesmente gosta de Deus, esse sentimento pode ir embora quando, por exemplo,
você orar para Deus curar uma pessoa e essa pessoa morrer. Neste caso você pode acabar
se “decepcionando” com Deus e decidir continuar caminhando sozinho.
Amor (storge)
O segundo é conhecido como o amor familiar, que é muito parecido com amor de
amizade, porque também é um sentimento, porém, é um sentimento de compromisso,
quando uma pessoa faz parte da sua vida, normalmente você não escolhe por quem terá
este tipo de sentimento, mas é algo que, supostamente, deve crescer ao longo do tempo e
do convívio próximo. Por isso, geralmente temos este sentimento por amigos de infância,
irmãos da igreja e principalmente familiares. Mesmo assim, é um amor que aumenta ou
diminui, dependendo de como ele é correspondido.
Por que não foi com o “amor storge” que Deus nos amou?
Porque a Bíblia diz que nós passamos a fazer parte da família de Deus (Ef 2.19) somente
quando entregamos nossa vida a Jesus Cristo (Jo 1.12). É apenas neste momento
que nos tornamos filhos de Deus por adoção (Gl 4.4-5, Rm 8.15), e Deus nos amou antes
disso. E também não seria possível amar ao próximo com o amor familiar se tratando de
uma pessoa que você não conhece (Lc 10.36-37).
Amor (eros)
Já o terceiro é o amor que envolve paixão e desejo, geralmente baseado na atração física
e no desejo sexual. É um amor que tem um aspecto mais egocêntrico, você ama a pessoa
por causa do prazer que ela lhe proporciona. É o amor em que você quer tomar posse de
alguém, e que pode acontecer mesmo sem o contato físico. É esse tipo de sentimento que
Jesus diz ser possível cometer adultério somente no olhar (Mt 5.28), através do desejo.
Por que não foi com o “amor eros” que Deus nos amou?
Porque mesmo que a deixemos de lado o aspecto sexual, e olhemos apenas pelo lado da
paixão, da empolgação e da satisfação, ainda assim não pode ser esse tipo de amor, pois
Deus não tem satisfação alguma naquele vive no pecado (Rm 8.7-8).
Por isso que amar e gostar são coisas distintas! Mesmo que você não goste de alguém,
você pode agir em favor desta pessoa (Rm 12.20), fazer por ela o que gostaria que ela
fizesse por você (Mt 7.12), se colocar no lugar da pessoa. Isso é amar ao próximo,
abandonar a mentira e falar a verdade (Ef 4.25), não se preocupando apenas em agradar
a pessoa (Ef 6.6), mas fazer algo para o bem dela.
Mas como saber se algo é bom para alguém? Afinal, podemos pensar: “o que é bom pra
mim, nem sempre é bom pra outra pessoa”. Correto?
De fato é difícil saber o que uma pessoa realmente precisa, por mais que você conheça
essa pessoa. Muitas vezes você vai achar que está fazendo bem pra alguém, quando na
verdade está prejudicando a pessoa (Pv 14.12). Mas a questão é que, quando você
conhece o amor de Deus, você sabe exatamente do que essa pessoa precisa: conhecer
esse amor! (1Jo 5.12).
É aqui que mora um dos grandes segredos desse amor: nós não temos condições de
revelar esse amor pra ninguém, ele é revelado por Deus, através do Espírito Santo! (1Co
2.12).
Nosso papel é mostrar onde se encontra essa revelação, e isso é possível com apenas um
versículo:
“Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele
que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 ACF). Deus manifestou seu
amor enviando seu filho unigênito ao mundo (1Jo 4.9) não para condenar o mundo, mas
para que este fosse salvo por meio dele (Jo 3.17).
Quando nós olhamos para João 3.16, nós vemos que Deus “deu” seu único filho, foi uma
ação. A motivação foi “salvar” o homem da condenação e “dar” ao homem a vida eterna.
Nisto conhecemos o que é amor: Jesus Cristo “deu” sua vida por nós (1Jo 3.16) e não
existe amor maior do que aquele que dá a sua vida em favor de alguém (Jo 15.13).
Aqui vai um outro grande segredo desse amor: a obediência! (2Jo 1.6, Jo 14.15,21,23).
Muitos entendem a obediência a Deus como algo pesado (1Jo 5.3), que Deus ama mas
exige obediência. Na verdade não há como separar o amor da obediência, pois andar em
obediência aos mandamentos é andar em amor! (Jo 15.10-12).
Quem anda em amor, permanece em Deus (1Jo 2.4-6, 1Jo 4.16, Ef 3.19), quem anda em
amor não tem medo (1Jo 4.18, 1Jo 5.18, Rm 8.31-39), porque “Todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), daqueles que OBEDECEM a Deus.
Tudo o que você fizer pelo próximo que o aproxime de Deus, qualquer comportamento ou
atitude sua (Mt 5.16), que revele Jesus Cristo e a salvação eterna, é o que de melhor você
pode fazer por ele (Mc 8.36) e consequentemente por você (Pv 11.30), porque isso é
obediência (Rm 13.10). E como a prática do amor exige comunhão com pessoas, é aí que
entra a necessidade de viver como igreja (Hb 10.25). Não há como andar em amor caminhado
sozinho! (Pv 18.1).
Amar é…
Fazer o bem sem esperar ser aplaudido por isso (Mt 6.3);
Continuar fazendo o bem, mesmo quando só se recebe o mal em troca (Gl 6.9, Rm 12.21, 2Ts
3.13);
Não ter inveja, nem guardar rancor (Gl 5.26);
Não se achar superior aos outros (Fp 2.3);
Não agir somente em benefício próprio (1Co 10.24);
Não se irritar facilmente (Tg 1.19-20);
Não ter alegria no que é injusto, mas se alegrar com a verdade (Sl 1.1-2).
O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Co 13).
O que Jesus sofreu, como ele sofreu, e por quem ele sofreu, mostra que amar é negar a si
mesmo em favor do próximo (Lc 9.23), independente de quem o próximo seja (Mt 5.44-48).