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CAPÍTULO

EU SOU AMADO

Todas as coisas neste mundo atacam a verdade de que somos amados de Deus. Seja a mídia,
seja a forma desonrosa como as pessoas tratam umas às outras, tudo nos leva a sentir que não
somos importantes e nem amados. Tudo nos empurra para sermos apenas mais um rosto na
multidão, mais um número de identidade. A verdade, porém, é que o Pai nos conhece pelo
nome e nos ama. Ele sabe quantos fios de cabelo há em nossa cabeça, porque nos ama.

Jesus venceu a acusação dos fariseus e a traição dos homens porque Ele sabia que era amado.
Quando presumimos que não somos amados, pensamos que nossas falhas mudam o amor de
Deus por nós. Sempre que isso acontece, nossa fé se torna mais fraca. Não devemos permitir
que as circunstâncias definam o amor de Deus por nós. Mesmo no meio da tribulação, você é
amado. Não permita que algum comportamento negativo ou resultado ruim defina quem você
é. Você é amado de Deus. Quando agimos corretamente, não é difícil crer que somos amados,
mas o teste de fé é crer no amor de Deus quando falhamos. A verdade, porém, é que o amor
de Deus permanece inalterado. Se você declarar em fé que é amado de Deus nesses
momentos, você se encherá de um poder tal que a tentação perderá completamente a força
sobre você.

Não sabemos quantas vezes o Pai declarou que Jesus era o Filho amado, no qual Ele tinha
todo o prazer. Está registrado que Ele falou no dia do batismo e no relato da transfiguração de
Jesus.

Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo. (Mt 3.16-17)

No dia do batismo, o céu se abriu para Jesus. Precisamos ter clareza de que o céu se abre
unicamente para Ele. Se você traz Jesus para a sua vida, então o céu se abre sobre você. Se
você traz Jesus para o seu casamento, o céu se abre para o seu casamento. Se você traz Jesus
para o seu negócio, o céu se abre sobre a sua empresa. O céu não está aberto para nós, mas
somente para Jesus. Se estivermos n'Ele e Ele em nós, o céu estará aberto para nós.

Até esse momento, Jesus não havia feito coisa alguma, nenhum milagre, mas Ele já era amado.
Assim como Ele, nós não somos amados porque fizemos algo, mas unicamente porque somos
filhos.

Logo em seguida, o Senhor é levado ao deserto para ser tentado pelo diabo. Nesse ponto, o
inimigo diz: "Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães" (Mt 4.3).
Veja que ele não disse: "Se você é um filho amado de Deus, manda [...]" Ele omitiu o "amado"
porque sabe que, quando entendemos que somos amados, a tentação perde completamente
o poder.

Quando pensamos que não somos amados por Deus, abrimo-nos para o pecado. Muitos se
aprofundam no pecado porque imaginam que, uma vez que tenham caído, Deus já não os ama
mais, então caem mais profundamente no erro. Mas, se tiverem a ousadia de declarar que são
filhos e que são amados mesmo quando estão sujos, então serão imediatamente levantados.

SABEMOS E CREMOS QUE SOMOS AMADOS

Uma coisa é saber que Deus nos ama, outra coisa é crer que Ele, de fato, nos ama. Não é
suficiente saber que somos amados, precisamos também crer. Há mulheres que perguntam
aos maridos o tempo todo: "Você me ama?" Por mais que eles repitam que sim, elas não
acreditam. A maioria dos pais ama seus filhos a ponto de morrer por eles, mas há filhos que
simplesmente não acreditam que são amados.

Se você não crê na verdade, ela não pode ajudá-lo. A verdade é que o marido ama a sua
esposa, mas se ela não crê, ainda continuará com um sentimento de rejeição e baixa
autoestima. No fim, não é a verdade que o liberta, mas o conhecimento da verdade (Jo 8.32).
Entretanto, depois de conhecê-la, é preciso responder crendo.

E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que
permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. (1Jo 4.16)

É por isso que João diz que nós temos conhecido e crido no amor que Deus tem por nós. Não
basta conhecermos, precisamos crer que somos amados.

Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois,
segundo ele é também nós somos neste mundo. (1Jo 4.17)

A expressão "Dia do Juízo" também poderia ser traduzida como "dia de crise". Quando vem o
dia mau, aquele que crê que é amado permanece firme. Ele sabe que é amado, por isso
permanece sereno em meio à luta.

Lembre-se de que hoje Deus não está lidando com você com base em quem você é, mas Ele o
julga hoje com base no homem perfeito sentado à sua destra. Como Ele é, assim nós somos
neste mundo. Sua pergunta não deve ser: "Será que sou aceito por Deus? Será que estou
agradando a Deus?" A pergunta correta é: "Cristo é aceito pelo Pai? Cristo está agradando ao
Pai?" Cristo nunca poderá ficar debaixo de condenação e, como Ele é, nós somos neste mundo.

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. (1Jo 4.18)

A palavra "tormento" aqui é o medo da punição e da condenação de Deus. Se você tem medo
do futuro, medo de não ter o suficiente, medo de perder alguém ou medo de ficar enfermo,
você não tem se firmado no amor, porque o verdadeiro amor lança fora o medo.

O nosso amor certamente é imperfeito, então o perfeito amor não é o nosso, mas o amor de
Deus por nós. Uma vez que você sabe e crê no quanto é amado, o medo será lançado fora.

Nós amamos porque ele nos amou primeiro. (1 Jo 4.19)

Nós amamos porque fomos amados primeiro. O nosso amor é apenas o reflexo do
conhecimento que temos do quanto somos amados.

No passado, eu exortava as pessoas a amar a Deus. Dizia que o motivo pelo qual viviam no
pecado é porque não amavam a Deus. Mas somente exortá-las a amar a Deus apenas as leva
de volta Deus para a lei. As pessoas simplesmente não conseguem amar a Deus por si mesmas.

Amar a Deus é o primeiro mandamento da lei, e pregar a lei apenas coloca as pessoas debaixo
de jugo e condenação. Muitos se sentem culpados e até abandonam a igreja. Eles fazem isso
não porque são rebeldes, mas porque são sinceros. Eles concluem que, se realmente amassem
a Deus, não cairiam no pecado. Então, se não amam a Deus, a igreja não é o seu lugar. Eles não
querem ser hipócritas.

No entanto, quando nós removemos o véu que as impede de ver o amor de Deus, elas são
conquistadas pelo Pai e espontaneamente respondem amando.

DECLARE QUE VOCÊ É AMADO

Em Apocalipse 2.4, vemos uma repreensão aos irmãos da igreja de Éfeso, porque eles haviam
abandonado o primeiro amor. Durante muito tempo, eu ensinei que o primeiro amor era
aquele amor inicial que temos para com o Senhor quando nos convertemos. Isso não está
errado, mas o Senhor me mostrou algo ainda mais precioso.

Em 1 João 4.19, diz que nós amamos apenas porque Ele nos amou primeiro. Então, o primeiro
amor não é o meu, mas o amor d'Ele por mim. Abandonar o primeiro amor é esquecer o
quanto somos amados pelo Pai.

O ponto central é o amor de Deus por nós, e não o nosso amor por Ele. O nosso amor por Ele
será apenas uma resposta ao amor que recebemos. Quando entendemos que somos amados,
então nós o amamos.

No contexto da Última Ceia, podemos tomar Pedro e João como dois tipos de crentes. Pedro
representa aqueles que se gloriam no quanto amam a Deus, e João representa aqueles que se
gloriam no quanto são amados pelo Pai.

O nome Pedro significa "pedra" e, nesse contexto, podemos dizer ele Quando andamos pela
lei, nós nos gloriamos no quanto amamos que representa a lei. João significa "o Senhor é
gracioso". a Deus, pensamos que cumprimos o primeiro mandamento. Mas, quando
conhecemos a graça de Deus, somos conquistados para amá-lo. No dia da luta, o que nos
sustenta não é o nosso amor por Ele, mas saber e crer que somos amados.

Na Última Ceia, o Senhor disse que um deles o trairia. Pedro representa aqueles que se
apoiam em seu próprio amor pelo Senhor, e ele rapidamente disse: "Por ti darei a própria
vida". Aqueles que se gloriam no quanto amam o Senhor estão, na verdade, confiando na
carne e estão condenados à queda. Somente a queda pode lhes abrir os olhos para ver que
aquilo que nos sustenta é o amor d'Ele por nós.

Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida.
Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o
galo antes que me negues três vezes. (Jo 13.37-38)

O apóstolo João era o discípulo a quem Jesus amava. Ele se identifica dessa forma no
momento da Última Ceia.

Não pense que o Senhor amava mais João que os demais, Ele amava todos igualmente. Então,
por que João se identifica como o discípulo a quem o Senhor amava? Simplesmente porque ele
se sentia amado. O Senhor amava todos, mas João sabia que era amado. João praticava o amor
do Senhor. Precisamos cultivar continuamente um senso de que somos amados.

No Evangelho de João, ele menciona cinco vezes que era ama do pelo Senhor. Em cada uma
dessas menções, podemos aprender tremendas verdades espirituais.
Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava. (Jo
13.23)

Pedro pede que João pergunte quem era o traidor. Por que ele mesmo não perguntou?
Simplesmente porque João era mais próximo, mais íntimo e, no fim, só ele ficou sabendo
quem era o traidor.

Pedro, na verdade, percebida que, em seu relacionamento com o Senhor, havia uma certa
distância. A intimidade do Senhor é para aquele que se sente amado.

Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis ai teu filho. (Jo 19.26)

Quando nos gloriamos no quanto somos amados, então o Senhor pode nos usar. Somente
nessa posição podemos ser cooperadores com o Senhor em sua obra.

Aquele que confiava no quanto amava o Senhor o negou trés vezes, mas o que se gloriava no
quanto era amado ficou firme até o fim ao pé da cruz.

Então, correu e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-
lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. (Jo 20.2)

Na vida cristã, aqueles que confiam em seu próprio amor podem correr, mas aqueles que
sabem e creem que são amados correm mais rápido. Ele não apenas correu mais rápido, mas
creu mais rápido na ressurreição do Senhor. Podemos dizer que o segredo do vencedor é
provar continuamente do amor do Pai.

Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor! Simão Pedro, ouvindo que era
o Senhor, cingiu-se com sua veste, porque se havia despido, e lançou-se ao mar. (Jo 21.7)

Aquele que sabe que é amado possui uma maior sensibilidade espiritual. Os outros discípulos
estavam olhando, mas apenas João reconheceu o Senhor Jesus.

Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o
qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor? Vendo-
o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele
permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me. (Jo 21.20-22)

A queda é a disciplina para os que confiam na sua carne, mas, para aquele que confia que é
amado, o Senhor promete que ele permanecerá até que Ele venha.

Qual dos dois você acha que enfrentou melhor a crise? São dois estilos de vida. Dois tipos de
crentes. No fim, João estava ao pé da cruz, mas Pedro negou Jesus praguejando.

Com qual deles você gostaria de se identificar? Não confiamos em nosso próprio amor pelo
Senhor, mas descansamos no amor d'Ele por nós. O nosso próprio amor é lei, mas o amor d'Ele
é graça.

Lembre-se sempre da diferença entre a lei e a graça. A lei conde na o melhor de nós, mas a
graça perdoa o pior entre nós. A lei é a exigência de Deus, mas a graça é o seu suprimento.

Coisas boas acontecem com aquele que sabe e cré que é amado do Pai. Sua autoestima está
sempre num terreno inabalável, pois não depende da sua posição, classe social, profissão ou
nome. Nunca se glorie no seu amor pelo Senhor, mas glorie-se no quanto Ele ama você.

NÃO COMA O CORDEIRO CRU


No Velho Testamento, quando o povo ia oferecer uma oferta pacífica, normalmente era um
cordeiro. Desse cordeiro, eram separados o peito e a coxa, que eram assados e dados ao
sacerdote. O peito era movido diante do Senhor e simboliza o amor de Cristo. Em João 13.23-
25, diz-se do discípulo amado que estava reclinado sobre o peito de Jesus. A coxa é a parte
mais forte e representa o poder de Cristo, ela deveria ser alçada diante de Deus. Quando
temos uma oferta movida e outra levantada, temos a imagem da cruz.

O sacerdote queimará a gordura sobre o altar, porém o peito será de Arão e de seus filhos.
Também a coxa direita dareis ao sacerdote por oferta dos vossos sacrificios pacificos. Porque o
peito movido e a coxa da oferta tomei dos filhos de Israel, dos seus sacrificios pacificos, e os dei
a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, por direito perpétuo dos filhos de Israel. (Lv 7.31-32,34).

Esta é a comida dos sacerdotes. Nós somos esses sacerdotes e nos alimentamos do peito, ou
seja, do amor do Senhor, e também da sua coxa, que é o seu poder. Amor e poder são a nossa
dieta espiritual, e temos isso porque nos alimentamos de Cristo.

O cordeiro, porém, não podia ser comido cru, mas assado no fogo. O fogo aqui aponta para a
ira do julgamento de Deus sobre o pecado. Quando Cristo estava na cruz, Ele suportou o fogo
da ira de Deus.

Meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um
caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca. (Sl 22.14-15)

É isso por que Ele exclamou: "Tenho sede!" (Jo19.28), porque estava sendo queimado pelo
fogo do julgamento de Deus.

O que significa comer o cordeiro cru? Hoje, aqueles que não creem na redenção de Cristo
tentam comê-lo cru. Isso que quer dizer tais pessoas o consideram um bom exemplo de
homem, mas não a redenção de Deus para nós. Isso é tentar comer o cordeiro cru, como não
tendo passado pelo fogo do juízo da cruz.

Muitos não conseguem se alimentar do amor do Senhor simplesmente porque tentam se


alimentar do amor do Pai olhando para as circunstâncias. Você precisa entender que as
circunstâncias mudam, e aquilo que hoje está bom pode sofrer uma reviravolta repentina. Não
tentamos ver o amor de Deus nas circunstâncias, mas olhamos para a cruz.

Deus prova o seu amor para conosco na cruz, e não em nossas circunstâncias transitórias.
Quando comemos do Cordeiro que passou pelo fogo da ira de Deus, somos alimentados e
fortalecidos.

Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores. (Rm 5.8)

VOCÊ VENCE QUANDO ENTENDE QUE É AMADO

Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
(Rm 8.37)

Você nunca saberá o quanto Deus o ama até entender o quanto o Pai ama Cristo. Você
precisa entender o quanto Cristo é amado, mas ainda assim Deus Pai o entregou para ter você.
Este é, pois, o quanto você é amado. Deus entregou o que tinha de mais cioso para ter você.

O ponto central não é o quanto você ama a Deus, mas o quanto é amado por Ele. Quando você
entende que é amado espontaneamente responderá com amor.
Primeiro, descobrimos o quanto somos amados por causa do grande preço do Calvário. Uma
vez que entendemos o quanto somos amados, nossa resposta espontânea é amar o Senhor.
Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro.

Como conseguiremos liderar e enfrentar as guerras com o inimigo se ainda acalentamos


dúvidas de que somos amados incondicionalmente?

Jesus venceu a acusação dos fariseus e a traição dos homens por que Ele sabia que era
amado. Quando presumimos que não somos amados, pensamos que nossas falhas mudaram o
amor de Deus por nós. Sempre que isso acontece, nossa fé se torna mais fraca. Não devemos
permitir que as circunstâncias definam o amor de Deus por nós. Mesmo no meio da tribulação,
você é amado. Não permita que alguma performance negativa ou resultado ruim defina quem
você é. Você é amado de Deus.

Quando agimos corretamente, não é difícil crer que somos ama dos, mas o teste de fé é crer
no amor de Deus quando falhamos. A verdade, porém, é que o amor de Deus permanece
inalterado. Se você declarar em fé que é amado de Deus nesses momentos, você se encherá
do poder para vencer toda circunstância.

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