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Organização de

dados
georreferenciados

Christovam Barcellos
Análise espacial - Etapas

georreferenciamento
Colocando dados no mapa

Organização de dados em SIG


Interrelacionando dados entre camadas

Análise de dados
Medição de associação, fluxos
e aglomerados
The great experiment
OPPORTUNITY THUS AFFORDED OF GAINING CONCLUSIVE
EVIDENCE OF THE EFFECT OF THE WATER SUPPLY ON THE
MORTALITY FROM CHOLERA

The experiment, too, was on the grandest scale. No


fewer than three hundred thousand people of both sexes,
of every age and occupation, and of every rank and
station, from gentlefolks down to the very poor, were
divided into two groups without their choice, and, in most
cases, without their knowledge; one group being supplied
with water containing the sewage of London, and,
amongst it, whatever might have come from the cholera
patients, the other group having water quite free from
such impurity.

John Snow, 1854


John Snow, 1854
O “grande experimento”
Tipos de unidades territoriais

Político-administrativas
Estado
Município
Distrito
Operacionais
Setor Censitário (IBGE)
Distrito de água e esgoto (Ag. Saneamento)
CEP (Correios)
Distrito sanitário (SMS)
Área de adscrição (ambulatório)
Tipos de unidades territoriais

Físico-territoriais
Bacias hidrográfica
Ecossistema
Quadra
Lote
Técnicas
Micro região geográfica (IBGE)
Área de influência de cidades
(IBGE)
“Região homogênea” (diversos)
Populares
Bairro
Favela
A unidade espacial de referência para a
georreferenciamento não necessariamente é a
mesma usada para a análise espacial

 Os dados podem ser agregados em


unidades maiores através do
relacionamento entre camadas
Critérios para adoção da
UNIDADE ESPACIAL DE REFERÊNCIA

Presença e qualidade do registro destas unidades nos bancos de


dados.
Reconhecimento da unidade espacial por parte da população.
A unidade espacial deve delimitar territórios que contenham dados
de interesse (sociais e ambientais).
Atuação de grupos populacionais organizados na unidade e de
instâncias administrativas do Estado.
“Homogeneidade interna” e heterogeneidade externa dos fatores
a ser analisados.
Complementariedade e cobertura de modo a permitir níveis de
agregação progressivos e operações entre camadas.
SC - Fonte de informação para a identificação de
locais de risco

Condições de
saneamento
Importância da escolha das unidades
espaciais para a análise

 Efeito da selecção de área

Modifiable Area Unit Problem (MAUP)

 Efeito da escala de análise


Cólera em Londres, 1854
Efeito da selecção de área
Modifiable Area Unit Problem (MAUP)

Diferentes unidades de agregação

Openshaw, 1986
Efeito da mudança de unidade
(zoneamento)
Efeito da mudança de unidade
(zoneamento)

Inversão de correlações !!

Openshaw, 1986
Efeito da seleção de área
Modifiable Area Unit Problem (MAUP)

The Hypercarte project, 2000


Efeito da escala (agregação)

Agregação
Estruturas espaciais hierárquicas

 Diferentes escalas

 Níveis de
determinação

 Diferentes
conteúdos das
unidades espaciais

Ex: Acidentes de trânsito e pobreza


Unidades espaciais de análise

 Escala de ocorrência dos processos sociais


e ambientais

 Escala de captação de dados

 Escala de atuação sobre os determinantes


Esquistossomose no Nordeste do Brasil

Município

Zona

Área de atuação
de agências
Escala

 É resultado da escolha da forma de


representação dos elementos espaciais
 Depende dos critérios de partição do
espaço
 Condiciona os resultados de análises
espaciais
Mudanças nas unidades de análise

Efeito de escala

Efeito de zoneamento
(MAUP)
Tipos básicos de análise de dados espaciais

TÉCNICA DESCRIÇÃO EXEMPLO DE


APLICAÇÃO
Sobreposição Combinação de um Combinação entre
(Overlay) mapa com outro por mapas de densidade de
sobreposição poluição e população
para identificar
populações expostas
Pontos num polígono Identifica a Para identificar todos
interseção entre os casos dentro de uma
pontos e a área zona de exposição
(polígono) em que especificada
eles estão
Linhas num polígono Identifica a Para identificar
interseção entre fontes lineares (eg.
linhas e a área estradas) que cruzam
(polígono) que elas uma área especificada
cruzam

Briggs et al, 1996


Tipos básicos de análise de dados espaciais (cont.)

TÉCNICA DESCRIÇÃO EXEMPLO DE


APLICAÇÃO
Área de influência Construção de zonas Para definir de
(Buffer) de largura exposição em torno
especificada ao redor de fontes de risco
de pontos, linhas ou (e.g. usinas
áreas nucleares)

Interpolação Estimativa de Mapeamento de


condições em locais superfícies de
não amostrados poluição

Suavização Análise de condições Mapeamento de


(Smoothing) em determinado superfícies
ponto, Construção de generalizadas de
uma exposição
superfície alisada

Briggs et al, 1996


Tipos básicos de análise de dados espaciais

•Sobreposição
•Pontos num polígono Duas camadas
•Linhas num polígono
•Área de influência
•Interpolação Uma camada
•Suavização (geração de uma
nova camada)
 Um problema típico
de transposição de
dados entre
camadas é o cálculo
de indicadores
epidemiológicos
para a gestão de
serviços de saúde.
 O que caracteriza estas unidades espaciais é
que elas contêm dados (atributos) que são
independentes dos dados das demais outras
unidades. Quando se produz um mapa de um
indicador social, por exemplo, se está
assumindo que este indicador é o resultado de
todas as condições internas deste polígono e
não de outros polígonos.
Áreas de favela
do Rio de Janeiro
Operações entre camadas em um SIG

 Proximidade (distância, conexão)

 Pertinência (inclusão/exclusão)
Proximidade
 Distância
 Conexão - redes
 autocorrelação espacial
 Dados de áreas (bairros),
linhas (transmissão) ou pontos
(poluição)

Efeito
Exposição
Variação de risco com a distância
Pertinência
 Fronteiras
 Identidade
 Independência entre unidades espaciais
 Dados de áreas

Efeito

Exposição
Variação de risco com a pertinência
Interrelacionamento de dados de diferentes camadas

Dos pontos para polígonos

Contagem de eventos dentro de um polígono


Interrelacionamento de dados de diferentes camadas

Dos polígonos (menores) para polígonos (maiores)

Soma de população dentro de um polígono


Calcular uma taxa ou razão para polígonos

Eventos População
Calcular uma taxa ou razão para polígonos

População Casos
Estratégia “ecológica” para a identificação
de áreas de risco

 Agregação de dados por


unidade ambiental
 Identificação de unidades
críticas
 Sobreposição de unidades
críticas
Distribuição espacial da leptospirose segundo
bacia hidrográfica
Área de cultivo irrigado de arroz
Interrelacionamento de dados de diferentes camadas

Dos polígonos para os pontos

Obtenção de dados da área para os eventos


Características da comunidade
Condições ambientais
Dados do censo
Interrelacionamento de dados de diferentes camadas

Da imagem para os pontos

Vegetação
Urbanização
Interrelacionamento de dados de diferentes camadas

Da superfície para os pontos

Dados de poluição
Temperatura
Colocando dados nos pontos

- Mantém os pontos como unidade de


análise.
- Importante para estudos de caso e
controle.
- A estatística espacial pode não ser
aplicada
Colocando dados nos pontos

Altitude

Renda
Modelagem de dados

As trocas de dados entre camadas permitem,


antes de tudo, organizar dados e preparar
modelos hierárquicos
Esses modelos consideram a interação entre
variáveis individuais (biológicos,
comportamentais) e contextuais (sociais,
ambientais).
Métodos de interpolação
 Polígonos de Thiessen (Tesselagem,
Voronoi)
 Generalização em polígonos
 Interpolação estatística (Kernel,
Spline)
 Krigeagem (krieging)
Tesselagem (Polígonos de Voronoi)

-Traçar linhas entre pontos adjacentes


-Traçar bissetrizes das linhas
-Fechar polígonos envolvendo os pontos
Tesselagem (Polígonos de Voronoi)
A tesselagem produz polígonos
que guardam a menor distância
entre os pontos.

As condições são consideradas


uniformes dentro do polígono.
Generalização em polígonos
(pontos para polígonos)

Pontos

Polígonos

- Os pontos são agregados aos polígonos


continentes (distritos, bacias..)
- O polígono assume o valor médio dos pontos
internos
 Essas técnicas produzem mapas com
variação abrupta de indicadores
(“degraus”).
Comparando as técnicas…

O mesmo ponto pode aasumir diferentes


valores
0.5
0.7
0.6
Buffers (áreas de influência)

Uma fonte de risco,


Um objeto de interesse

- Cria um círculo em torno de um (ou mais) objetos usando


um raio (fixo ou variável).
- Pode ser usado para pontos, linhas ou polígonos.
- O raio é arbitrário e e depende do entendimento do
processo espacial analisado.
Buffers (áreas de influência)

Caso de dengue

Larva de mosquito

Raio de 300 m
Para saber mais..

Briggs, D.J. Mapping Environmental Exposure. In


Geographical and Environmental Epidemiology:
Methods for Small-area Studies, 158-176, Oxford
University Press, 1992.

Iñiguez-Rojas, L.I., Barcellos, C., Peiter, P. Utilização de


mapas no campo da Epidemiologia no Brasil: reflexões
sobre trabalhos apresentados no IV Congresso
Brasileiro de Epidemiologia. Informe Epidemiológico do
SUS 8(2): 25-35, 1999.

Vine M.F., Degnan D., Hanchette C. Geographic


Information Systems: Their Use in Environmental
Epidemiologic Research. Environmental Health
Perspectives 105(6):598-605, 1997.

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