Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5 Determinantes
O determinante é um número que calculamos a partir de uma matriz quadrada.
Historicamente este conceito surgiu antes das matrizes. Por exemplo, Leibniz usava os coeficientes
de um sistema linear (quadrado) para gerar um número e ”determinar” se o sistema possuı́a ou não
solução, se este número fosse diferente de zero então o ssitema possui solução (única).
1
1.5.1 Determinantes de matrizes 2 × 2 e 3 × 3
Definição do conceito de determinantes para matrizes quadradas de ordem 2 e 3
Seja A uma matriz quadrada, o determinante da matriz A é um núemro real que denotaremos por
det(A).
a11 a12 a13
iii) Se A = a21 a22 a23 é uma matriz de ordem 3, define-se
a31 a32 a33
(a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 )
det(A) =
−(a13 a22 a31 + a12 a23 a32 + a12 a21 a33 ).
Copie as duas primeiras colunas da matriz após a última coluna. Teremos a diagonal principal e
mais duas paralelas
a ela. Da mesma
forma, teremos a diagonal secundária e mais duas paralelas a
a11 a12 a13 a11 a21
ela. Desta forma a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32
Agora, seguindo as setas da ilustração abaixo, multiplicando as entradas das matrizes, obteremos a
combinação como na definição do determinante. Somamos as multiplicações em azul e subtraı́mos
com as multiplicações em vermelho.
2
1 0 2
Exemplo 3. Vamos calcular o determinante de A = −1 2 1 .
5 2 1
1 0 2 1 0
Vamos aplicar a Regra de Sarrus. Faça −1 2 1 −1 2.
5 2 1 5 2
1 0 2 1 0
Então, aplicando as multiplicações, teremos det(A) = −1 2 1 −1 2 =
5 2 1 5 2
1 0 0 1 0
De fato det(I3 ) = 0 1 0 0 1 = 1.
0 0 1 0 0
3
Exercı́cios
x1 x2 x3
o módulo do determinante da matriz y1 y2 y3 é o volume do paralelepı́pedo.
z1 z2 z3
Qual o volume do paralelepı́pedo onde (x1 , y1 , z1 ) = (0, 4, 0), (x2 , y2 , z2 ) = (4, 0, 0) e
(x3 , y3 , z3 ) = (2, 2, 4)?
Respostas
1. a) 2 b) 0
c) 2020 d) −21
0 4 2
2. Volume é módulo de det 4 0 2 = | − 64| = 64u.v.
0 0 4
4
1.5.2 Determinantes e Cofatores - o teorema de Laplace
Definição do conceito de determinantes para matrizes de ordem maiores do que 3
O determinante é uma combinação das entradas das matrizes, envolvendo soma, subtração e multi-
plicação.
Apresentaremos aqui, um teorema que usaremos como definição geral do determinante para todas as
matrizes quadradas. Esta definição depende do determinante de matrizes de ordem menores, então
para calcularmos o determinante de uma matriz 4 × 4, iremos calcular alguns determinantes 3 × 3.
Seja A = (aij ) uma matriz quadrada n × n. Definimos o menor da matriz A com relação
ao elemento aij , ou simplesmente o menor de aij , como sendo a matrix A˜ij , quadrada de
ordem (n − 1), obtida de A eliminando-se a i-ésima linha e j-ésima coluna de A.
Para ilustrarmos, o menor de A relação ao elemento aij é
a11 a12 . . . a/// 1j . . . a1(n−1) a1n
a21 a22 . . . a/// 2j . . . a2(n−1) a2n
. . . . .
. . . . .
. . . . . . . . . . .
A˜ij = , exluindo os termos em vermelho.
ai1 ///
/// ai2 . . . ///
aij . . . a///////
i(n−1) a///
in
. . . . . .
.. .. .. .. . . . .. ..
an1 an2 . . . a///nj . . . an(n−1) ann
1 5 4
Exemplo 1. Seja A = 7 −2 2. Então, o menor de A com relação ao elemento a12 é a matriz
0 2 3
7 2
Ã12 = . Para isto, elinamos a linha 1 e a coluna 2 da matriz A.
0 3
5 4
De modo semelhante, eliminado a linha 1 e coluna 3 da matriz A, obtemos Ã31 = . Este é
−2 2
o menor de a13 .
0 −5
Exemplo 2. Se B = , então B̃21 = [−5]1×1 e B̃12 = [6]1×1 .
6 18
5
Seja A = (aij ) uma matriz quadrada n × n. Dado um elemento aij de uma matriz quadrada
A, definimos o cofator de aij como sendo o número
O número (−1)i+j ou será 1 ou −1. Este é o sinal do cofator e depende da posição do elemento
aij .
1+2 7 2
Exemplo 3. No exemplo 1, temos ã12 = (−1) det(Ã12 ) = − det = −21 e ã31 =
0 3
3+1 5 4
(−1) det(Ã31 ) = det = 18.
−2 2
onde aij é a entrada da matriz na posição ij e ãij = (−1)i+j det(Ãij ) e é o cofator de aij .
1 0 2
Exemplo 4. Calcule o determinante da matriz A = −1 2 1, escolhendo a desenvolvimento
5 2 1
por cofatores na primeira linha.
Temos
1/ 0/ /2 /
1 /
0 /
2
2 1 −1 1
−1 2 1 −1 2/ 1 =
det(Ã11 ) = det ///
= 2 1 = 0; det(Ã12 ) = det
5 1 = −6; det(Ã13 ) =
5/ 2 1 5 2/ 1
1/ 0/ 2/
−1 2
−1 2 /1 =
det 5 2 = −24.
5 2 1/
6
Logo, det(A) = a11 ã11 + a12 ã12 + a13 ã13 = 1 · (−1)2 · 0 + 0 · (−1)3 · (−6) + 2 · (−1)4 · (−12) = −24.
Agora, como trata-se de uma matriz 3 × 3, podemos aplicar a Regra de Sarrus e comparar. Então
1 0 2 1 0
= (1 × 2 × 1 + 0 × 2 × 1 + 2 × (−1) × 2)
−1 2 1 −1 2
−(2 × 2 × 5 + 1 × 1 × 2 + 0 × 2 × 2) = −24.
5 2 1 5 2
FF Importante FF
1 0 2 3
0 1 0 0
Exemplo 5. Seja B =
0
. Iremos fazer o desenvolvimento escolhendo a primeira uma
3 1 0
−2 0 2 2
coluna.
Então iremos calcular det(B) = b11 b̃11 + b21 b̃21 + b31 b̃31 + b41 b̃41 .
Note que b21 = b31 = 0 e por isso não precisamos calcular b̃21 e b̃31 .
Temos:
1 0 0
• b̃11 = (−1)1+1 det(Ã11 ) = det 3 1 0 = 2. (Note que esta é uma matriz 3 × 3 e aqui você
0 2 2
pode calcular o determinante usando a Regra de Sarrus).
0 2 3
• b̃41 = (−1)1+4 det(Ã11 ) = − det 1 0 0 = −3.
3 1 0
1 0 2 3
0 1 0 0
Então det 0 3 1 0 = det(B) = b11 b̃11 +b21 b̃21 +b31 b̃31 +b41 b̃41 = 1·b̃11 +0·b̃21 +0·b̃31 +(−2)·b̃41 =
−2 0 2 2
1 · 2 + (−2) · (−3) = 8.
Dica. Para calcular determinantes procure sempre por uma coluna ou linha cheia de zeros para
desenvolver o método por cofatores.
Neste mesmo exemplo, uma maneira mais rápida de calcular o determinante seria optarmos pela
linha 2. Neste caso, teremos
det(B) = b21 b̃21 + b22 b̃22 + b23 b̃23 + b24 b̃24 == 0 · b̃21 + 1 · b̃22 + 0 · b̃23 + 0 · b̃24 = 1 · b̃22 .
7
Ou seja basta apenas calcular 1 · b̃22 .
1 2 3
Então, como b̃22 = (−1)2+2 det(Ã21 ) = (1) · 0 1 0 = 8.
−2 2 2
0 0 0 1
de cofatores pela primeira linha, teremos det(I4 ) = 1 · (−1)1+1 I˜11 + 0 = 1 · det(I3 ) = 1.
Exercı́cios
1 2 −4 9
10 −2 2 0
1. Seja C =
0 1
. Determine C̃22 , C̃43 e C̃11 .
1 7
20 2 8 0
2. Encontre o determinante da matriz pelo desenvolvimento em cofatores.
2 108 70 −2 1 0 3 0 0
0 2 1 6 2 0 1 6 1
a) A =
0 0
.
2 1 b) B = 0 0 3 0 0
0 4 6 2 0 0 6 2 1
1 −2 1 1 1
8
Respostas
1 −4 9 1 2 9 −2 2 0
1. C̃22 =0 1 7, C̃43 = 10 −2 0 e C̃11 = 1 1 7.
20 8 0 0 1 7 2 8 0
2. a) −96; b) −24.
3. O determinante é det(A) = a11 a22 a33 a44 a55 a66 . Daı́, o valor de det(B) é 0 (zero).
a11 0 0 ... 0
a21 a22 0 . . . 0
A fórmula vale em geral. Temos det a31 a32 a33 . . . 0 = a11 a22 a33 · · · ann .
.. .. .. . .. .
..
. . .
an1 an2 an3 . . . ann
E claro, vale para matrizes que são triangulares superiores e, consequentemente, para matrizes
diagonais.
9
1.5.3 Propriedades dos Determinantes
Propriedades e resultados sobre determinantes
3) det(A) = det(At );
Exemplos:
2 6 6 18
1. Seja A = . Então det A = 20. Pela propriedade 1), det(3A) = det =
−3 1 −9 3
32 det(A) = 180.
1 2 3 4
0 −8 7 400
2. O determinante de
12 −2 70 21 é zero, pois a matriz possui duas linhas iguais.
1 2 3 4
10
Importante
Como dito na introdução desta unidade, os determinantes são muito aplicados no estudo de soluções
de sistemas lineares e também na verificação de matrizes inversas.
Observe a relação entre os itens a) e b). Já vimos anteriormente que um sitema linear quadrado
possui única solução se, e somente se, a matriz de coeficientes possui inversa. Agora como do item a)
uma matriz possui inversa se, e somente se, possui determinante não nulo, isto implica no item b).
2 −7 1
2 −5
Sejam A = −3 0 −2 e B = as matrizes de coeficientes dos sistemas lineares a) e
0 1
−1 −7 −1
b) respectivamente. Como det(A) = 0, segue que o sistema linear a) possui infinitas soluções ou não
possui solução. Agora, como det(B) = 2, segue que o sistema linear do item b) possui única solução.
O teorema abaixo é caso particular do teorema anterior, mas merece um destaque. Os sistemas
lineares homogêneos sempre possuem pelo menos uma solução, à saber, a solução trivial. Então,
para sistemas lineares homogêneos quadrados, o determinante nos ajuda efetivamente a verificar se
o sistema possui uma única solução ou infinitas.
Exemplo. O sistema linear homogêneo Ax = 0, onde A é uma matriz 48×48 e x = (1, 2, 3, 4, . . . , 48)t
é uma solução, possui determinante nulo? A matriz A possui inversa?
Como o sistema linear homogêneo sempre tem solução trivial (0, 0, . . . , 0), segue que a presença de
mais uma solução, como x = (1, 2, 3, 4, . . . , 48)t , nos garante que o sistem possui infinitas soluções.
11
Exercı́cios
a) det(A2 ); c) det(A−1 );
b) det(2A); d) det(At ).
Respostas
1. a) 9 c) -1/3
b) -24 d -3
12
1.5.1 Determinantes e Escalonamento
Como calcular determinantes usando o processo de escalonamento
Iremos destacar algumas que nos permite calcular o determinante de uma matriz usando o processo
de escalonamento.
Notação em linhas
a11 a12 a13 . . . a1n
a21 a22 a23 . . . a2n
Dada a matriz genérica A = a31 a32 a33 . . . a3n
, denotaremos a i-ésima linha de A por Ai .
.. .. .. ..
. . . ... .
an1 an2 an3 . . . ann
A1
A2
Ou seja, Ai = ai1 ai2 · · · ain e então podemos escrever A = .. .
.
An
Listaremos três propriedades do determinante que estão relacionadas com as três operações ele-
mentares do escalonamento.
13
1 0 2
2) Seja A = −1 2 1. O determinante de A é -24. Se trocarmos a primeira linha com a
5 2 1
−1 2 1
segunda, teremos B = 1 0 2 . Então o determinante de B é 24.
5 2 1
1 0 2
3) Seja A = −1 2 1. Suponha que queremos trocar a linha 2, L2 , de A pela combinação
5 2 1
1 0 2
L1 + L2 (soma da linha 1 e linha 2 de A). Teremos a matriz B = 0 2 3, onde a linha
5 2 1
Com as propriedades acima temos uma outra maneira de calcular determinante. Vamos reduzir a
matriz A até uma matriz triangular superior.
0 1 5
Seja A = 3 −6 9 uma matriz de ordem 3.
2 6 1
14
Exercı́cios
2 1 3 1
1 0 1 1
1. Qual o determinante de A =
0
? Use escalonamento.
2 1 0
0 1 2 3
Respostas
15