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MANUAL DO PERDÃO Autor: Meu Amigo Homem

Primeira edição – 2020 Capa: Victor Frison


Todos os direitos reservados. Revisão: Karla Karoline de F. S. Pereira
É proibida a reprodução total ou
parcial sem a permissão escrita
do autor.

Este manual é parte integrante do


livro: “Quem Ama Trai?”.
É terminantemente proibida sua venda
ou distribuição em separado.

© Meu Amigo Homem


omeuamigohomem@gmail.com
@meuamigohomem
meuamigohomem.com.br

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AVISO

Este manual é um bônus oferecido junto com o livro: “Quem Ama


Trai?”, logo, sua leitura é imprescindível para que você possa entender
o assunto abordado por aqui.

Não ler o supramencionado livro por completo torna este


material inútil, pois todos os conceitos que aqui são abordados não
são novamente definidos.

Além disso, como estes conceitos são inéditos, não há em


nenhum outro lugar tais explicações, o que pode acarretar graves
erros de interpretação.

Conto com a sua compreensão para a leitura do livro antes deste


manual, até porque só podemos perdoar (ou não perdoar) algo
quando sabemos o que é e como funciona.

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INTRODUÇÃO

O primeiro passo após descobrir uma traição, é te preparar


emocionalmente para que tome a melhor decisão.

Mostrarei e ajudarei a clarear algumas coisas na sua cabeça,


inicialmente com a análise da sua situação atual.

Após essa análise, faremos um apanhado de conceitos e


exemplos que te darão energia e força para ter as melhores atitudes.

Por fim, sob a prevalência da sua vontade, será a hora de você


tomar a sua decisão baseada em tudo que foi levantado neste manual.

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SUMÁRIO

PARTE I: ONDE ESTOU? .................................................................................................. 6


Cap. 1. Razão vs. emoção....................................................................................................... 7
Cap. 2. Análise situacional ..................................................................................................... 9
Cap. 3. Análise social ............................................................................................................ 11
Cap. 4. Análise emocional .................................................................................................... 12
Cap. 5. Vale da razão ............................................................................................................ 15
PARTE II: O QUE REALMENTE ACONTECEU? .............................................................. 16
Cap. 6. Falta de diálogo ........................................................................................................ 17
Cap. 7. Atitudes potencializadoras ..................................................................................... 20
Cap. 8. Traidor patológico.................................................................................................... 25
Cap. 9. Substâncias psicoativas........................................................................................... 27
PARTE III: A DECISÃO ...................................................................................................... 29
Cap. 10. O perdão verdadeiro ............................................................................................... 30
Cap. 11. Perdoar é sinal de fragilidade?............................................................................... 33
Cap. 12. Níveis de erro............................................................................................................ 34
Cap. 13. Decisão individual .................................................................................................... 36

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ONDE ESTOU?

PARTE I

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Razão vs. emoção

Um dos maiores erros do ser humano é se guiar pela emoção


em assuntos onde a razão deveria ser preponderante. A razão nos
traz, indiscutivelmente, a melhor decisão possível. E deveria ser a
mesma coisa ao falarmos sobre traição, mas, muitas pessoas ignoram
a razão em detrimento da emoção, o que é extremamente perigoso,
visto que, se um problema não tem solução, a emoção apenas irá
prolongar o sofrimento.

Só que existe um detalhe muito importante: um dos


pressupostos para a razão é o conhecimento do terreno no qual se
está pisando, ou seja, precisamos dos conhecimentos necessários do
problema, inclusive as possibilidades e as verdadeiras consequências
de tomar ou não uma certa decisão.

Vamos chamar este conhecimento do terreno de análise


situacional.

Após a análise situacional, também é necessário que a gente


entenda como funciona a traição para, só assim, tomar a melhor
atitude.

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No entanto, o funcionamento da traição não é abordado neste


manual, mas, sim, no livro “Quem Ama Trai?”, que deve ser lido antes,
principalmente a PARTE II: CONTRATO DE TRAIÇÃO e a PARTE III: POR
QUE OS HOMENS TRAEM, pois, só assim, você entenderá conceitos
importantes, como a matriz de julgamentos da traição, o contrato
de traição (implícito e explícito) e os motivos positivos, negativos e
falsos motivos que levam alguém à infidelidade.

Está pronta? Vamos começar...

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Análise situacional

O primeiro passo após uma eventual traição é sempre a análise


situacional. Porém, em decorrência de os acontecimentos serem
recentes, a emoção toma de conta de todas as nossas atitudes e isso
pode gerar, inclusive, problemas com ansiedade, sofrimento, dor e
culpa, sendo que todos estes problemas limitam, literalmente, nossas
ações.

Nessas circunstâncias, podemos ficar perdidos, sem saber como


agir e sem ter forças para fazer algo de forma racional. Caso esteja
assim, então será necessário tirar um tempo para si, para que o tempo
sedimente um pouco essas sensações que limitam suas ações.

Isso mesmo! Precisamos de um tempo para que nossos sentidos


voltem minimamente ao normal, pois é bem provável que você ainda
esteja remoendo todos os acontecimentos que te atingem
negativamente quando resgata toda a situação.

Nesse momento, tenha ciência de que a repetição dessas


situações, ainda que seja uma repetição mental, é totalmente
prejudicial. É hora de esvaziar o cérebro desses pensamentos
paralisantes.

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Cada pessoa encontra um caminho. Algumas encontram


caminho com as amigas, com os familiares, na igreja ou resgatando
velhos e bons hábitos que foram esquecidos ao entrar no próprio
relacionamento, como atividade física, trabalho e estudos.

Além disso, existem outras alternativas, como um bom


terapeuta, ou mesmo acompanhar este autor que vos escreve no
Instagram: @meuamigohomem.

Após colocar a cabeça no lugar, é importante refletir um pouco


sobre os acontecimentos.

É uma parte difícil, mas, analisar com quem, onde e em quais


circunstâncias a traição se deu, vai ter uma grande importância para a
decisão. Mas, já adianto que não vai ser uma tarefa fácil, pois há
muitas variáveis que vão te influenciar, seja positiva ou
negativamente.

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Análise social

Às vezes, você pode estar se culpando por situações sobre as


quais não tem controle algum. Não só você, a própria sociedade, sua
família ou o próprio traidor podem, infelizmente, te culpar.

É péssimo ouvir de algumas pessoas que ele é um homem de


ouro, enquanto é você que tem que segurar a barra e ser apunhalada
ao mesmo tempo.

E, na maioria das vezes, essas pessoas fazem você,


erradamente, seguir a emoção, pois ignoram completamente os erros
e defeitos da outra parte. É muita pressão para quem já está
carregando um peso muito grande.

Claro, também existem aquelas pessoas que te apoiam, mas,


geralmente, são minoria. Sem contar que tem o próprio traidor
sempre te pressionando para voltar e perdoá-lo, iniciando, assim, um
terrível conflito entre a razão e a emoção.

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Análise emocional

Perceba que, a cada tópico, vou mostrando as forças e as


fraquezas que te afastam você da sua racionalidade. Aqui, não deixa
de ser igual.

E, se falamos de emoção, precisamos falar sobre a fragilidade.

A fragilidade não é um estado, mas, sim, um processo que vai te


dominando dia após dia. No decorrer do seu próprio relacionamento,
você foi se fragilizando e aceitando atitudes que antes não aceitava.

É exatamente o que falo na lei do teste de limites. O homem


vai testando os limites da relação e vai mudando ao longo do
relacionamento, ou melhor, ele vai se revelando. Aquele cara que
parecia que nunca iria trair, vai mostrando sua verdadeira face e
indiferença frente ao seu sofrimento.

Nesse processo quase que diário, você vai ficando cada vez mais
fragilizada. Se no começo de tudo seria fácil tomar qualquer decisão
se descobrisse uma traição, hoje já não é assim. Você pode se sentir
cada vez mais dependente e sem ação, dominada quase 100% pela
emoção e esquecendo-se completamente da razão.

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Então, como se reerguer? Como recuperar o seu 100%?

A maioria das pessoas poderia responder: Amor-próprio. E, de


certa forma, estão corretas. Porém, o amor-próprio é o contrário de
fragilidade, ou seja, é também um processo. O amor-próprio é
conquistado diariamente, não se vende na padaria e acontece a cada
atitude que te faz bem e te livra do que te faz mal.

É impossível remover sua fragilidade em um dia, se você


demorou meses e anos para chegar ao seu estado atual, mas, é
necessário que você seja fortalecida desde a base.

Dessa forma, é importante analisar se você está fragilizada e


começar o processo inverso, em busca do seu amor-próprio. Seu
trabalho, aqui, é recuperar aquela mulher que você era antes desse
relacionamento que pode estar te fazendo mal. Lembre-se que todas
as áreas da sua vida são importantes: familiar, financeira, etc. Invista
nelas!

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“Não somos responsáveis


pelas emoções, mas, sim, pelo
que fazemos com as emoções.”
– Jorge Bucay

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Vale da razão

Bem-vinda ao vale mágico da razão, onde suas decisões serão as


melhores e mais assertivas. Não existe culpa capaz de abalar decisões
tomadas com base na razão.

Aqui não funcionam jogos masculinos de que você não


encontrará ninguém melhor do que ele.

Ele não mais irá conseguir culpa-la. Aqueles papinhos de que ele
traiu por insegurança ou que se sentiu acuado não mais funcionarão
com você.

Nos capítulos anteriores te mostrei que é preciso abandonar a


caverna da emoção e receber a luz da razão, citando diversas variáveis
e situações que podem te prender nesta caverna.

Agora é a hora de você tomar a sua decisão. Está pronta?

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O QUE REALMENTE ACONTECEU?

PARTE II

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Falta de diálogo

É importante salientar que, para a sua tomada de decisão, o


perdão é uma questão de foro íntimo. Muitas variáveis vão interferir
nessa escolha (situação financeira, família, filhos, etc). A situação
normal é acharmos que jamais vamos perdoar uma traição.

Não percebemos, entretanto, que é a análise de inúmeras


variáveis que nos fará tomar a decisão correta, e não o simples fato de
aceitar ou não uma traição. Essa é só uma variável dentre tantas
outras que devem ser consideradas na hora do perdão.

Como essas variáveis são diferentes para cada pessoa, é


impossível analisar todas. Por isso, na análise do perdão, vamos tratar
especificamente sobre a quebra do contrato, ou seja, quando é
recomendável perdoar uma traição e quando não é, sem levar em
conta outras situações específicas que envolvam o relacionamento e
que podem, evidentemente, modificar a conclusão de acordo com o
juízo de cada pessoa.

Na hora do perdão, a primeira coisa a ser analisada é se a regra


que foi quebrada foi proveniente do contrato implícito ou do explícito,
sobre os quais já falamos no livro “Quem ama trai?”.

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Se ocorreu uma infração a uma regra do contrato implícito, que


não foi discutido nem equalizado, em que não se sabe muito bem o
que o parceiro interpreta como sendo traição, as chances de perdão
devem ser maiores, pois o parceiro conseguirá provar que infringiu
uma regra sem conhecê-la.

Em outras palavras, uma atitude do seu parceiro será


interpretada por você como um verdadeiro ato de infidelidade,
mesmo que ele, com toda a sinceridade, ache que não fez nada de
errado.

Isso é perfeitamente possível. Tal análise foi feita nos motivos


interpretativos que levam um homem a trair, ou melhor, falsos
motivos, pois houve falta de uma conversa bem direcionada no
relacionamento. Então, o homem pode cometer deslizes sem ter
noção que você os considera como traição em seu contrato de traição
implícito.

E o inverso também pode acontecer. O homem acha que você o


traiu com alguma atitude por simples falta de conversa. Como revide,
ou melhor, “chumbo trocado”, ele também trai.

Simplesmente faltou diálogo direcionado neste relacionamento.


Faltou o entendimento do que é a matriz de julgamentos da traição.
Faltou o entendimento do que é traição e como equalizar contratos
implícitos diferentes.

O perdão é uma escolha sua, mas fica muito mais fácil perdoar
alguém que incorreu em um erro por falta de diálogo, do que alguém
que premeditou uma traição.

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“Não existe conversa mais tediosa


do que aquela onde todos concordam”
– Michel de Montaigne

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Atitudes potencializadoras

Preciso, agora, que você faça uma autocrítica. Já sabemos que os


homens não são perfeitos e erram. Quero que também tenha em
mente que você pode cometer erros. Algumas atitudes suas podem
até ter boas intenções, mas podem ser catastróficas.

Onde quero chegar? Que, às vezes, pela sua visão de mundo


diferente, você pode tomar algumas decisões que podem acirrar os
ânimos no relacionamento. O grande problema de não ter ciência do
que acontece no próprio relacionamento é exatamente este: se não
sabemos onde estamos, não temos noção de onde nossas atitudes
podem nos levar.

O homem que trai é sempre o culpado. Até aí, tudo bem. Mas às
vezes você pode, intencionalmente ou não, ter potencializado algumas
atitudes dele.

A atitude final do traidor, que se relacionou com outra pessoa,


obviamente, o torna culpado pelo resultado. Mas, e se você não
tivesse tido atitudes potencializadoras? Será que teria havido traição?
Será que teria sido menor o revide?

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Mas, antes de chegarmos à análise mais profunda, devemos


chegar a um senso comum sobre este ponto: é possível que exista
atitudes potencializadoras do traído?

Vamos pensar num exemplo para que fique claro. Já que a


traição normalmente ocorre com o sexo, vamos analisar sob essa
ótica. Um casal vive por três anos uma relação sexual satisfatória.
Algum tempo depois, um dos parceiros tem o apetite sexual diminuído
consideravelmente. Com isso, começa a evitar o outro, a arranjar
desculpas, enfim, a não fazer sexo. Quando faz, já não é a relação de
outrora, mas sim uma relação fria, sem graça.

Em um relacionamento longo, alguns períodos assim podem ser


considerados normais. Mas, imaginemos que essa situação perdure
por 3 meses, 6 meses, 1 ano, 2 anos? Algum tempo depois ocorre uma
traição, sendo o traidor a pessoa rejeitada nesse período. Será que a
pessoa que rejeitou não teve algum tipo de atitude potencializadora?

É claro que o fato de a pessoa ter deixado de gostar de sexo pode


ter inúmeros motivos, muitos desses justificáveis, como uma doença,
por exemplo. Mas, há tantos outros motivos injustificáveis, como a
falta de preocupação com o parceiro, o desleixo, a falta de
comprometimento com a relação. Nesse último caso, não terá a
pessoa, de alguma forma, potencializado?

Muitas de vocês vão argumentar no sentido de que a pessoa


rejeitada tem que relatar o que está acontecendo, ou seja, reclamar
com o parceiro sobre essa mudança no relacionamento. Mas, será que
quem rejeita também não poderia conversar? Não poderia dizer que

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está passando por algum problema, por alguma dificuldade, que está
sem libido? O fato é que não houve a conversa. O fato é que isso não
foi discutido por nenhum dos dois.

Além dessa questão relacionada à conversa, é comum que o


esfriamento do sexo seja seguido de um esfriamento da relação
propriamente dita. Nessas horas, conversar, algo que era tão comum
antes, passa a também ficar distante. Já não se discute mais a relação.
Já não rola tanto a química. O casal está junto, mas não tanto assim.
Se gostam, mas não demonstram. São os sinais que antecedem uma
traição. E o impressionante é que, apesar de claros como a luz do dia,
as pessoas não os percebem – ou, ao menos, fingem não perceber - e
o resultado é sempre o mesmo.

Nesse exemplo fictício (não tão fictício assim) é justo culparmos


o parceiro traidor pela traição; mas, perceba que houve atitudes
potencializadoras da traição masculina por parte da mulher. É
importante reconhecer que a responsabilidade do relacionamento é
de ambos. Sendo assim, os dois têm a responsabilidade de perceber
os percalços e tentar evitá-los. O desfecho, nesse caso, poderia ter sido
evitado por alguma atitude do parceiro traído, que, apesar disso, nada
fez.

Mas há outros casos um pouco piores. Vamos a eles.

Da mesma maneira que pode haver atitudes potencializadoras


da parceira, pode ser que elas não existam. Traições também
acontecem em relacionamentos que estão absolutamente normais,
muitas vezes no ápice da relação. Essa é a traição na qual não existem

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atitudes potencializadoras, ou seja, um dos parceiros foi traído mesmo


dedicando-se de corpo e alma ao relacionamento.

Dados os dois exemplos e admitindo a existência de atitudes


potencializadoras, faço a seguinte pergunta: em qual dos casos o
perdão é mais fácil?

A resposta é evidente: o perdão será tanto mais fácil quanto


menos atitudes potencializadoras do parceiro traído.

Mas, aí entramos em outro ponto: o da admissão do erro. Se há


algo que não gostamos de fazer é admitirmos que estamos errados.
Em um caso de traição, o parceiro traído vai “se aproveitar” da situação
para jogar toda a culpa no traidor, afinal de contas, ele cometeu a
atitude mais deplorável.

Como vimos, no entanto, é comum que a traição seja o fim de


uma linha, o destino inevitável de um caminho que se optou por
percorrer. Não podemos analisar apenas o destino, o resultado. É
preciso analisar o que aconteceu no caminho. E, ao final, pode ficar
claro que o caminho percorrido foi opção de ambos. O destino é a
consequência.

Passada as fases comuns da traição que analisamos no início


deste manual, em que lidamos com ela de forma
desproporcionalmente emocional, é preciso voltar à razão. Isso
significa que o relacionamento deve ser visto do ponto racional, que é
preciso compartilhar a situação ocorrida com alguém em que você
confia a fim de obter opiniões sobre suas próprias atitudes.

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Acima de tudo, é preciso ouvir as razões do parceiro, caso ele


peça perdão. Ouvir não significa concordar. Mas, significa que você
poderá entender os motivos que levaram a esse desfecho e,
eventualmente, à própria admissão de alguma eventual atitude
potencializadora.

Então, chegamos a outra conclusão: antes de pensar em perdão,


você tem que tentar entender os motivos que levaram à traição.
Perdoar não é a parte mais difícil, nem a mais fácil, é claro. O pior de
tudo é analisar a situação toda como uma envolvida no processo, ou
seja, procurando analisar não apenas a atitude final, mas suas
próprias atitudes durante o relacionamento.

A análise das próprias atitudes levará a uma de duas conclusões


possíveis: ou você concluirá que também cometeu erros ou concluirá
que não cometeu erro algum.

Partindo do pressuposto de que essa autoanálise foi feita de


forma justa, a questão do perdão ficou um pouco mais fácil. Caso você
perceba que cometeu atitudes reprováveis no relacionamento, o
perdão passa a ser uma possibilidade plausível. Se, pelo contrário,
você não acreditar que suas atitudes podem ser consideradas como
potencializadoras do resultado final, será muito difícil perdoar.

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Traidor patológico

Lembra da análise situacional? Pois é, ela é importante para


sabermos onde estamos pisando. Se tivermos ciência de que é um
terreno movediço, a melhor saída será acabar o relacionamento.

Aqui falo sobre os traidores patológicos. São homens que te


traem sem nenhum remorso. Algumas vezes, até falam palavras
bonitas e dizem que te amam para te ter de volta, mas repetem
incansavelmente as atitudes que te deixam mal.

Falei sobre eles como um motivo positivo da traição. E existem


vários níveis de traidores patológicos, mas todos possuem extrema
falta de caráter, pois observam o teu sofrimento e não têm a
responsabilidade afetiva.

Muitos destes relacionamentos se tornam abusivos, nos quais


ele te acusa de tê-lo traído primeiro ou diz que está inseguro, alegando
isto como uma justificativa plausível.

A meu ver, para este tipo de pessoa, não há perdão. Você só tem
uma escolha, ou ele, ou sua saúde mental.

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Se me perguntar: “traidores patológicos trairão novamente?”.


Definitivamente, a resposta é SIM.

Então, ciente disso, você acha que vale a pena continuar com
alguém assim, que te destrói dia após dia?

Vale a pena ter a surpresa que ele tem outra ou, quem sabe, até
aparecem outros filhos por aí?

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Substâncias psicoativas

Algumas substâncias ou drogas, como o álcool, suprimem todas


as nossas limitações sociais e nos permitem fazer algumas coisas que
nunca faríamos sóbrios. Ou, então, até uma mistura de remédios não
usual ou até acidental pode nos fazer ter atitudes que não tomaríamos
normalmente.

Dependendo da pessoa e da quantidade de álcool ingerido, por


exemplo, pode fazer com que uma traição seja inevitável. Muita gente
fala que é mentira que as pessoas esquecem o que fazem quando
alcoolizadas, mas a grande verdade é que podem, sim, esquecer.

O problema é que o esperto, que não se esquece de nada, pode


também alegar que não se lembra do que fez.

Vamos nos ater ao primeiro caso, de pessoas que realmente não


lembram e perdem suas limitações quando bebem ou usam alguma
substância.

Se alguém bebe e erra uma vez pode até admissível. Porém, se


essa pessoa, ciente deste seu desvio ao beber, continua bebendo com
frequência e erra novamente, é sinal de que sob nenhuma hipótese
merece perdão.

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Perceba que há mais variáveis envolvidas do que poderíamos


imaginar. Então, temos três tipos de situações:

• Pessoas que perdem os limites e a consciência, mas


aconteceu apenas uma vez;
• Pessoas que perdem os limites e a consciência, mas
continuam ingerindo as mesmas substâncias que os levam
a perder as estribeiras;
• Além destes dois, existe aquele que, falsamente, culpa a
bebida por seus atos, mesmo estando ciente de todos eles.

Então, vem a pergunta: Qual deles é mais fácil perdoar? Presumo


que o primeiro, pois realmente passou a não ter controle sobre os
seus atos, sendo que foi algo imprevisível e que, provavelmente, não
irá se repetir.

No final, a opção de perdoar ou não sempre será sua, mas esteja


ciente de que existem vários tipos de pessoas e vários tipos de
atitudes, embora os motivos (drogas) sejam os mesmos.

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A DECISÃO

PARTE III

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10

O perdão verdadeiro

Agora, talvez o mais importante de todos os tópicos. Se você


realmente decidir perdoar, é necessário que seja um perdão
verdadeiro. Perdoar e levar as dores da traição consigo é o que mais
acontece.

É como se estivesse faltando algo e o sentimento vai te


corroendo dia após dia. A relação para de evoluir e fica a cada dia mais
sem perspectiva.

Muitas vezes, perdoamos sob forte influência da emoção, o que


é perigosíssimo para nossa saúde mental.

Nestes casos porque, sob influência da razão, você nunca teria


perdoado. Sem contar que este perdão, no final das contas, é só da
boca para fora, pois está te corroendo todos os dias.

Além de tudo isso, você fica se perguntando o que teria


acontecido caso tivesse dado ouvidos para a razão.

O perdão verdadeiro liberta e nos permite avançar. O perdão da


boca para fora nos aprisiona em nós mesmos, limitando todas as
nossas atitudes posteriores.

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Também é possível perdoar alguém sem voltar para o traidor.


Em todo caso, use a razão para salvaguardar sua saúde mental.

Tenha em mente que é impossível mentir para si mesma e que,


em algum momento, sua consciência irá cobrar essa decisão
puramente emocional.

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“Perdoar é libertar o prisioneiro... e


descobrir que o prisioneiro era você.”
– Robert Muller

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11

Perdoar é sinal de fragilidade?

Você acha que perdoar é um sinal de fragilidade? Tenho para


mim que, definitivamente, NÃO! Perdoar é mostrar que somos
humanos, que erros existem e que as coisas podem ser consertadas.
Mas é preciso que seja um perdão verdadeiro, que é algo cada vez
mais raro.

Pessoas fragilizadas não perdoam, pelo contrário, fingem que


perdoam. Elas estão tão frágeis e dependentes emocionalmente, que
o perdão é unicamente da boca para fora. Elas continuam se
consumindo pela atitude do parceiro e remoem durante anos essas
situações.

Então, minha conclusão é totalmente o contrário do que se pode


imaginar. Pessoas frágeis nunca perdoam.

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12

Níveis de erro

Já foi discutido nos capítulos anteriores, mas é sempre bom falar


sobre a existência de vários níveis de erros.

Não podemos colocar no mesmo barco todas as pessoas, até


porque elas podem ter tido atitudes diferentes e até mesmo
resultados diferente.

São atitudes muito diferentes, por exemplo, a de alguém


que assistiu vídeo pornô quando comparamos com alguém que levou
outra mulher para a cama do casal.

A própria exposição da traição perante a sociedade pode e deve


pesar como agravante do erro. Inegavelmente, é mais grave uma
traição com uma “grande amiga sua”, na presença de todos os seus
familiares, em uma fatídica festa, do que uma traição em uma viagem
na qual ele nunca mais verá a outra pessoa.

Todas estas variáveis também precisam ser colocadas na


balança.

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“O fraco jamais perdoa: o perdão é


uma das características do forte.” –
Mahatma Gandhi

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Decisão individual

Agora, finalmente a resposta para a pergunta: “perdoar ou não


perdoar?”.

A grande verdade é que o perdão é e sempre deverá ser uma


decisão individual sua. Deve ser guiado pela razão para que a certeza
da melhor decisão te conforte nos momentos mais difíceis deste
processo.

É preciso colocar na balança a possibilidade de repetição ou não


do ato, o nível do erro, a falta de diálogo ou a má interpretação do que
exatamente aconteceu e se você conseguirá perdoar
verdadeiramente, pois mesmo que você decida perdoar, caso não seja
algo verdadeiro, poderá se consumir com esta decisão.

Não estou aqui para fazer as suas escolhas, mas para te dar o
conhecimento necessário para tomar a melhor decisão.

Muita gente me criticou quando eu disse que escreveria o


manual do perdão, como se eu estivesse aconselhando “como
perdoar e voltar”. Porém, aqui, não explico como perdoar, mas sim o

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que deve ser levado em conta caso você resolva fazer ou não fazer
isso.

Abro a sua mente para muitas variáveis que precisam ser


consideradas, sem contar que algumas só pertencem a você, como
questões financeiras, família e filhos. Meu trabalho é mostrar as
opções que você antes não enxergava.

Espero que você, agora, de todo coração e munida com a razão,


faça a sua melhor escolha.

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