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ANO 2
LIVRO DO ANIMADOR – ANO 2
Itinerário de preparação
para a JMJ Lisboa 2023
Ficha técnica
Nada obsta
08 de setembro de 2021, Natividade da virgem de Santa Maria
D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa
Textos bíblicos
CEP, Bíblia, Os Quatro Evangelhos e os Salmos, 2019
Edição litúrgica dos textos bíblicos
Elaboração
Direção de Pastoral e Eventos Centrais
da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023
Fotografias
Vatican Media
Design Gráfico
Douglas Azevedo
Leila Ferreira
Fundação Salesianos
Propriedade
Fundação JMJ Lisboa 2023
Equipa de redação
Alice Neto (Paróquia de Alcochete, Diocese de Setúbal); Ana Ferreira (Paróquia de
Odivelas, Patriarcado de Lisboa); Ana Rita Soares (Juventude Mariana VIcentina); Pe.
André Batista (Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil, Diocese de Leiria – Fátima);
António d’Oliveira (Comunidade Emanuel) Pe. Bruno Dinis (Missionários Passionistas);
Carlota Cardoso (Paróquia de S. Julião do Tojal, Patriarcado de Lisboa); Cátia Sousa
(Jovens Sem fronteiras), João Paulo Monteiro (Equipas de Jovens de Nossa Senhora),
Liliana Maia (Leigos Missionários Combonianos); Ir. Linda Vieira (Filhas de Maria
Auxiliadora, Salesianas); Ir. Idalécia Videira (Irmãs Doroteias); Pe. Luís Rafael Azevedo
(Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil, Diocese de Lamego); Maria Lopes
(Paróquia da Póvoa de Santa Iria, Patriarcado de Lisboa); Pedro Feliciano (Serviço da
Juventude, Patriarcado de Lisboa); Romana Esteves (Paróquia de Olhalvo, Patriarcado
de Lisboa); Rui Lourenço Teixeira (Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico
Português); Ir. Sandra Bartolomeu (Servas de Nossa Senhora de Fátima); Susana
Ferreira (Comunidade Emanuel)); Teresa Lehrfeld (Equipas de Jovens de Nossa
Senhora); Pe. Tiago Neto (Patriarcado de Lisboa Zuzanna Szpura (Paróquia de São
Jorge de Arroios, Patriarcado de Lisboa).
Revisão teológica
D. Vitorino José Pereira Soares (Bispo Auxiliar da Diocese do Porto)
Cón. Luís Miguel Figueiredo Rodrigues (Arquidiocese de Braga)
Cón. Mário José Rodrigues de Sousa (Diocese do Algarve)
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR 3
RISE UP - ANO 2
Levanta-te!
O segundo ano do itinerário Rise Up, acompanhando os textos de São Lucas (Evangelho
e Atos), propõe a descoberta de Jesus como Aquele que se levanta! Na sua morte e res-
surreição, Ele realiza plenamente a atitude de levantar-se, fazendo da sua vida um dom
generoso e gratuito de si aos outros, derrotando o pecado e levantando-se da morte como
Senhor da vida e da história. Os jovens são convidados a contemplar o imenso amor de
Jesus por nós, de que a sua cruz é o sinal. Imitando Jesus, são desafiados a levantarem-se
dando a vida pelos outros. A experiência do encontro com Cristo ressuscitado valoriza a
dimensão comunitária da fé, através da partilha da própria vida com os outros; da expe-
riência de serem acompanhados no seu caminho de vida e de se tornarem, também eles,
companheiros de caminho junto de outros jovens, servindo-os e despertando-os para o
sentido cristão da vida. As experiências de serviço aos outros que poderão vivenciar no
projeto “Eu sou uma missão” ajudarão a fomentar a sua vocação missionária e a captar
o interesse de outros jovens pela fé. Está previsto realizar-se a partir do encontro 17, se
bem que possa ser realizado noutra altura.
ENCONTROS
Momentos/Dimensões de cada um dos encontros
Ambientação:
“Prepara-te” – Jornada Mundial da Juventude
Palavra de Deus:
“Escuta” – Querigmática
ENCONTRO #10
Levanta-te e sê persistente
Texto bíblico:
Lc 11, 1-8
Objetivos:
• (Re)descobre que Deus é um Pai próximo.
• Valoriza o que é realmente importante.
• Motiva-te para realizar gestos de partilha.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
O animador faz uma pequena introdução em que aborda o caminho percorrido pelo
grupo no ano anterior e a centralidade do verbo “levanta-te” como um elemento central
de todos os encontros.
Se o grupo está a iniciar este itinerário de preparação para a JMJ, o animador faz alusão
à importância deste verbo “Levantar-se”, decorrente do encontro 0.
Materiais:
• Papéis com a Palavra “Pai” em várias línguas.
• Letras necessárias para dinâmica.
• Recipiente.
• Tela, computador, projetor e colunas.
• Hino da JMJ 1991.
Tempo: 20 minutos
Na história das JMJ, houve um Hino onde essa expressão assumiu um papel muito impor-
tante, sendo cantada no refrão. Escuta-se, então, o Hino da JMJ 1991, realizada em
Hino da JMJ 1991 Czestochowa, na Polónia.
ESCUTA
Querigmática
Materiais: Bíblia
Tempo: 5 minutos
1
E aconteceu que, estando Ele num certo lugar a rezar, quando acabou, disse-lhe um dos
seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a rezar, tal como João ensinou os seus discípulos».
2
Disse-lhes, então: «Quando rezardes, dizei:
Pai,
santificado seja o teu nome,
venha o teu reino,
3
dá-nos cada dia o nosso pão quotidiano,
4
perdoa-nos os nossos pecados,
pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende
e não nos deixes cair em tentação».
5
E disse-lhes: «Quem de vós terá um amigo e irá ter com ele a meio da noite para lhe
dizer: “Amigo, empresta-me três pães, 6 visto que um amigo meu chegou de viagem e
nada tenho para lhe pôr à frente”; 7 e ele, de dentro, respondendo, dirá: “Não me importu-
nes, a porta já está fechada, e os meus filhos estão na cama comigo; não posso levantar-
-me para tos dar”? 8 Digo-vos: ainda que não se levante para lhos dar por ser seu amigo,
levantar-se-á por causa da falta de vergonha dele e dar-lhe-á tudo quanto necessite».
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10 6
ACOLHE
Querigmática
Tempo: 15 minutos
• Na primeira, Jesus reza e ensina os discípulos a rezar, tratando a Deus como Pai.
• Na segunda, através de uma história, a parábola do amigo inoportuno, Jesus fala da
importância de insistir quando pedimos algo que é de facto necessário (seja para
nós ou para os outros).
• Jesus mostra-nos que, na oração, existe uma relação de proximidade entre Deus
e nós, uma intimidade tal em que o podemos tratar como nosso Pai ou melhor
como “ABBA”, que significa “PAPÁ”; uma expressão carinhosa utilizada, muitas vezes,
pelas crianças com a certeza de que diante do Pai estão perante alguém em quem
podem confiar e pedir aquilo de que precisam.
• Na nossa vida quotidiana vamos tendo necessidades; para as vermos solucionadas
é necessário que não desistamos de lutar. Aconteceu com aquele homem que pre-
cisava de alimentar um amigo e não tinha pão em casa. Porque precisava de ver-
dade, insistiu até conseguir aquilo que lhe fazia falta.
• Através desta parábola, Jesus convida-nos a sermos perseverantes na oração e a
pedirmos a Deus o que nos faz falta: pedir ao Pai, insistir com Ele, ser “importuno”
no horário ou no que quer que seja até obter uma resposta afirmativa. Se no nosso
coração sentimos verdadeiramente uma necessidade, não tenhamos receio de falar
com o Pai sobre isso, as vezes que forem precisas.
Sugestão: Vídeo com o testemunho de um jovem que passe a mensagem de que é pre-
ciso insistir (na vida concreta e na oração).
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10 7
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 15 minutos
Este momento será composto por três pequenas etapas, nas quais os jovens serão convi-
dados a refletir individualmente sobre algumas questões relacionadas com o tema deste
encontro (entregar as questões em 3 papéis diferentes).
1º Eu
2º Eu e Deus
• Quando rezo, faço-o com a consciência de que Deus é um Pai carinhoso e em quem
posso confiar? A oração é para mim ocasião de descoberta do que Deus me quer dar?
3º Eu e os outros
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
De que modo é que estas três dimensões são um alimento para a tua vida?
Depois lembra a importância do pão na nossa alimentação e que o texto bíblico se refere
a alguém que vai pedir três pães para alimentar um amigo.
De seguida indica que os três pães do cenário representam as três etapas do momento
anterior: A minha relação comigo próprio, a minha relação com Deus e a minha relação
com os outros.
Finalmente, lança a partilha em grupo, pedindo aos jovens que indiquem de que modo
estas três dimensões são um alimento para a sua vida.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10 8
(Permite que os jovens partilhem a sua opinião livremente. No fim o animador faz uma sín-
tese das várias perspetivas indicando o mais relevante).
REZA
Espiritual e litúrgica
Tempos: 5 minutos
De seguida, propõe que, em silêncio, cada participante leia o seguinte texto, quiçá com-
pletando o que foi partilhado pelos jovens.
Quando (Deus) te pede alguma coisa ou quando, simplesmente, permite aqueles desa-
fios que a vida te apresenta, espera que lhe dês espaço para te poder fazer seguir em
frente, para te promover, para te amadurecer. Não o incomoda que lhe apresentes as
tuas interrogações, aquilo que o preocupa é que tu não fales com Ele, não te abras, com
sinceridade, ao diálogo com Ele. Conta a Bíblia que Jacob teve uma discussão com Deus
(cf. Gn 32,25-31), e isso não o afastou do caminho do Senhor. Na realidade, é Ele mesmo
que nos exorta: «Vinde então para discutirmos» (Is 1,18). O seu amor é tão real, tão ver-
dadeiro, tão concreto, que nos oferece uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo.
Finalmente, procura o abraço do teu Pai do Céu no rosto amoroso das suas valentes tes-
temunhas na terra!
Pai-Nosso
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
Insiste no diálogo com Deus... fala com Ele todos os dias e não te esqueças de que é teu Pai.
Persiste naquilo que és… não tenhas medo de arriscar.
Não desistas de ajudar os outros… partilha um pouco do que tens, mesmo que te custe.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #10 9
CONTINUA
O animador desafia os jovens a convidar alguém, INSISTENTEMENTE, para integrar este
Itinerário de Preparação para a JMJ (RISE UP). Na verdade, é essencial passar a mensa-
gem de que não basta querer participar na JMJ, mas que também é necessário fazer
um caminho de preparação. Quanto mais preparados estivermos, melhor aproveitare-
mos aqueles dias incríveis.
EU CREIO
A expressão tradicional «oração dominical (isto é, oração do Senhor) significa que a
prece dirigida ao nosso Pai nos foi ensinada e legada pelo Senhor Jesus. Tal oração, que
nos vem de Jesus, é verdadeiramente única: é «do Senhor». Efectivamente, por um lado,
nas palavras desta oração o Filho Único dá-nos as palavras que o Pai Lhe deu: Ele é o
mestre da nossa oração. Por outro lado, sendo o Verbo encarnado, Ele conhece no seu
coração de homem as necessidades dos seus irmãos e irmãs humanos e revela-no-las:
Ele é o modelo da nossa oração. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2765)
• Este encontro levou-nos a tomar mais consciência de que Deus é nosso Pai e está
sempre connosco.
• Recordou-nos como Jesus ensinava os discípulos a rezar com as palavras que nós
repetimos quando rezamos o Pai-nosso.
• Compreendemos melhor que podemos pedir tudo a Deus, nosso Pai, e que Ele nos
dá sempre aquilo que é melhor para nós.
• Descobrimos ainda que para sermos filhas/filhos do Pai do Céu temos de estar dis-
poníveis para partilhar com os irmãos aquilo que recebemos.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11 10
ENCONTRO #11
Levanta-te e deixa-te abraçar pelo Pai
Texto bíblico:
Lc 15, 11-32
Objetivos:
• Toma consciência do imenso amor que Deus tem por ti.
• Faz a experiência da reconciliação, deixando-te abraçar pelo amor do Pai.
• Vai ao encontro dos outros, com gestos de fraternidade.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Tempo: 10 minutos
O animador convida a que fechem os olhos e pensem como Deus está feliz porque as
pessoas em que os jovens pensaram estão ali no meio deles. Deus Pai acolhe-nos a todos
e por isso temos que nos alegrar por cada pessoa presente.
ESCUTA
Querigmática
Materiais:
• Bíblia / texto Bíblico
• Quadro de Rembrandt
• Vídeo com explicação do quadro: https://www.youtube.com/watch?v=0TgUikT-_Oc
• Vídeo Filho pródigo atualizado: https://youtu.be/C3g0X92Q3UY
Tempo: 20 minutos
Ainda ele estava longe, quando o seu pai o viu e se compadeceu profundamente; cor-
rendo, então, lançou-se-lhe ao pescoço e beijou-o repetidamente. 21
Disse-lhe o filho:
“Pai, pequei contra o céu e para contigo; não mais sou digno de ser chamado teu filho”.
22
O pai, porém, disse aos seus servos: “Trazei depressa a melhor veste[6] e vesti-lha, dai-
-lhe um anel para a sua mão e sandálias[7] para os pés; 23 trazei o vitelo gordo, matai-o e
festejemos comendo, 24 porque o meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido
e foi encontrado”. E começaram a festejar.
25
Ora, o seu filho mais velho estava no campo[8]. Quando voltou e se aproximou da casa,
ouviu músicas e danças, 26
chamou um dos servos e procurou saber o que era aquilo.
27
Ele disse-lhe: “O teu irmão voltou, e o teu pai matou o vitelo gordo, porque o recebeu
de volta são e salvo”. 28 Ficou irado e não queria entrar, mas o seu pai saiu para lhe supli-
car. 29 Em resposta, disse ao seu pai: “Eis que há tantos anos te sirvo, nunca transgredi
uma ordem tua e nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos.
30
Mas, quando veio esse teu filho, que devorou os teus bens com prostitutas, mataste-
-lhe o vitelo gordo”. 31 Ele disse-lhe: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11 12
teu; 32 mas era necessário festejar e alegrarmo-nos, porque este teu irmão estava morto
e voltou à vida, estava perdido e foi encontrado”».
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
No final, propõe um breve diálogo em que cada um partilha o que sentiu ao colocar-se
Filho pródigo no lugar dos diferentes personagens e com qual se identificou mais.
atualizado
Depois, comenta, brevemente, outros aspetos do texto com a ajuda do seguinte texto
de D. António Couto:
«(…) Jesus traz para a cena, (…) um Pai excecionalmente maravilhoso e bom, em quem pulsa
um imenso coração e vibram entranhas de misericórdia. Tem dois filhos, que nos represen-
tam a todos: um claramente pecador, que opta por sair de casa, depois de ter pedido ao pai
a sua parte da herança. Note-se que todo o pai dá três coisas aos seus filhos: o pão, todos
os dias; roupas novas, nos tempos festivos; a herança, uma única vez na vida, pouco antes
de morrer. (…) O pedido deste filho de receber a herança assume, portanto, um imenso dra-
matismo. Fazendo o pedido que faz, este filho como que mata o pai, ao mesmo tempo que
morre como filho! Não quer mesmo mais ser filho nem depender de nenhum pai.
Parte para longe, gasta tudo, torna-se um assalariado desamparado, guarda porcos, vive
abaixo de porco (não lhe é sequer permitido comer com os porcos, como os porcos!). É o
seu ponto mais baixo. Pensa então em voltar para casa, mas como assalariado, não como
filho. Prestemos atenção ao discurso em três pontos que prepara: 1) «Pai, pequei contra
o céu e contra ti; 2) não sou mais digno de ser chamado teu filho; 3) trata-me como um
dos teus assalariados» (Lucas 15,18-19).
Ei-lo, portanto, que regressa. Mas já o Pai está à espera dele com um imenso abraço
de alma a alma. Mas o filho tinha preparado o seu discurso em três pontos, e ei-lo que
começa a debitá-lo: 1) «Pai, pequei contra o céu e contra ti; 2) não sou mais digno de ser
chamado teu filho» (Lucas 15,21). Como se compreende, o terceiro ponto do discurso que
tinha preparado era fatal, e o filho já não o diz. Não porque não quisesse, mas porque o
Pai o interrompe, dizendo aos criados: «Depressa…» (Lucas 15,22).
É então que a surpresa enche outra vez a cena. Quando nós regressamos a casa, a Deus,
nunca encontraremos um Pai distraído, ou que mudou de residência, ou que responde
de forma brusca, distante e fria. Está lá sempre à nossa espera, na soleira da porta ou
à janela, verdadeiramente comovido, a transbordar de misericórdia desde as entranhas
(splagchnízomai) (Lucas 15,20), de braços abertos, precede-nos, recebe-nos, reabilita-nos
como filhos fazendo-nos vestir «o primeiro vestido» (stolê tê prôtê) (Lucas 15,22), isto é,
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11 13
É aqui que surge em cena o outro filho, que estava no campo (Lucas 15,25). Esta nota do
«campo» serve só para nos dizer que é um dia de semana, e que o Pai desta história faz
festa sem esperar pelo fim-de-semana! Este filho mais velho é retratado como um bom
cumpridor de ordens, um «justo» e zeloso fariseu, igualzinho aos fariseus «justos» e zelo-
sos que tinham aparecido no início da história. Tal como estes, também este filho se acha
com direitos e créditos sobre Deus. Em Deus não vê um Pai, mas um patrão que tem de
lhe pagar, pois «nunca transgrediu uma ordem dele» (Lucas 15,29). Sempre igualzinho
aos fariseus que no início da história recriminavam Jesus porque acolhia e comia com
os pecadores, também este filho recrimina o seu pai por acolher e ter tudo preparado
para comer com um pecador! O Pai implora-lhe que entre para o banquete da alegria.»
Texto completo:
www.educris.com/v3/liturgia/8872-domingo-xxiv-do-tempo-comum-esta-parabola-da-
-misericordia
ACOLHE E INTERROGA-TE
Querigmática
Materiais:
• Espaço para registo das respostas.
• Música de fundo.
Tempo: 15 minutos
“Deus é o Pai que espera o regresso do filho pródigo: Deus espera sempre por nós, não
se cansa, não desanima. Porque somos nós, cada um de nós, o filho abraçado de novo
(…). Ele espera todos os dias que nos apercebamos do seu amor. Tu dizes: «Mas eu com-
Papa Francisco, portei-me mal, tive muitos comportamentos maus!». Não tenhas medo: Deus ama-te, Ele
Angelus, 15.09.2029 ama-te tal como és e sabe que só o Seu amor pode mudar a tua vida.”
Como é a minha relação com Deus? Em que ocasiões experimentei que sou amado
infinitamente por Ele?
“Mas este amor infinito de Deus por nós, pecadores, que é o coração do Evangelho, pode
ser rejeitado. É o que faz o filho mais velho da parábola. Ele não entende o amor naquele
momento e tem em mente mais um dono do que um pai. É um risco para nós também:
Papa Francisco, acreditar num deus mais rigoroso do que misericordioso, um deus que derrota o mal
Angelus, 15.09.2029 com o poder e não com o perdão.”
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11 14
Qual é a imagem que tenho de Deus? Em que ocasiões rejeitei o seu amor? Há
alguma coisa que me dificulta levantar-me e ir ter com o Pai? O que me dificulta
acolher o abraço do Pai?
“Não é assim, Deus salva com o amor, não com a força; propondo-se e não se impondo.
Mas o filho mais velho, que não aceita a misericórdia do seu pai, fecha-se, comete um erro
pior: ele presume que é justo, presume que é atraiçoado e julga tudo com base no seu
conceito de justiça. Então ele zanga-se com o irmão e reprova o pai: «Mataste o bezerro
gordo agora que este teu filho voltou» (cf. v. 30). Este teu filho, não lhe chama meu irmão,
Papa Francisco, mas o teu filho. Ele sente-se como um filho único. Também nós erramos quando acha-
Angelus, 15.09.2029 mos que temos razão, quando achamos que os maus são os outros.”
Como é a minha relação com as outras pessoas (da família, colegas, etc.)? Que
dificuldades experimento nas minhas relações? Que experiências tenho de me
“zangar” com alguém? Alegro-me com a alegria dos outros?
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
Como alternativa, em vez de um abraço, pode enviar-se a seguinte mensagem para outro
jovem: “Um abraço especial para ti”.
REZA
Espiritual e litúrgica
Tempo: 10 minutos
Materiais:
• http://conferenciaepiscopal.pt/biblia/index.php/Sl_86
• Quadro de Rembrandt
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #11 15
De seguida, o animador, referindo que “Deus espera sempre por nós, não se cansa, não
desanima” e recordando a passagem de São Lucas: “E levantando-se foi ter com o seu
pai.”, convida cada um a levantar-se e a olhar para o quadro de Rembrandt fazendo uma
ressonância (repetindo uma frase/palavra de que mais gostou) do salmo ou da passa-
gem bíblica de Lucas.
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
Os jovens são desafiados a reconciliar-se com alguém que os tenha ofendido ou que
tenham ofendido e a celebrar o Sacramento da Reconciliação.
Podem, também, organizar uma festa para alguém/conjunto pessoas que esteja(m) a
passar dificuldades.
CONTINUA
EU CREIO
Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos. Esta
segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que contém pecadores
no seu seio» e que é, ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo
constantemente no seu esforço de penitência e de renovação. Este esforço de conver-
Catecismo da Igreja são não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido
Católica, n. 1428 pela graça para responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12 16
Compreendemos melhor que Deus é um Pai que nos ama tanto que nos espera de bra-
ços abertos, como o Pai do Filho Pródigo, cada vez que nos afastamos dele.
Compreendemos como temos, também nós, de perdoar a quem nos ofende e magoa.
ENCONTRO #12
Levanta-te e Agradece
Texto bíblico:
Lc 7, 11-17
Objetivos:
• Desperta para a importância do agradecimento.
• Valoriza a proximidade como fonte de cura.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Materiais:
• Pequena bola (se for presencial).
• Fotos do “Parque do perdão” da JMJ
Tempo: 10 minutos
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12 17
O encontro começa com uma breve partilha relativa à experiência de reconciliação vivida
pelos jovens. Para esta partilha propõe-se a dinâmica da “batata quente” em que cada
jovem, depois da sua partilha com o grupo, atira uma bola para outra pessoa ou, simples-
mente diz o seu nome para que faça o mesmo.
No final, fazendo também a sua partilha, o animador refere a importância que tem na
Jornada Mundial da Juventude a celebração do Sacramento da Reconciliação, mostrando
algumas fotos dos parques do perdão.
ESCUTA
Querigmática
Materiais:
• Bíblia
• https://mesadepalavras.wordpress.com/2019/10/
Tempo: 20 minutos
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
em apenas um dos textos seguintes. No final faz-se uma partilha, em jeito de chuva
de ideias, com os aspetos essenciais, começando pelos pares do texto 1 e terminando
com os do texto 4.
Texto 1
Texto 2
Texto 3
É claro que Jesus escuta o seu pedido (nós é que não sei!), e manda que se vão apre-
sentar aos sacerdotes, para que estes, dentro das suas competências de autoridade
sanitária de controlo (Levítico 13,2-3), os pudessem declarar curados da lepra. Note-se
bem que Jesus os manda apresentar-se aos sacerdotes, antes de os curar, como quem
D. António Couto, diz que requeria deles uma fé total na sua capacidade de os curar. Eles partem, sinal da
Mesa de palavras, plena confiança que depositam em Jesus, pois, quando se põem a caminho, ainda con-
um coração samaritano tinuam possuídos pela lepra.
Texto 4
D. António Couto, necessidade, bem pelo contrário, porque o seu pensamento teológico os levava a pen-
Mesa de palavras, sar que era Deus que estava em dívida para com eles, e que, portanto, Jesus não terá
um coração samaritano feito mais do que devia!
ACOLHE
Querigmática
Materiais: Vídeo com o texto
Tempo: 5 minutos
Introduz, de seguida, o exemplo criativo de São Francisco de Assis na forma como se rela-
cionava com os leprosos, convidando os jovens a verem um pequeno vídeo.
Um dia, indo o jovem Francisco a cavalo perto de Assis, veio ao seu encontro um leproso.
Habitualmente, Francisco tinha horror aos leprosos, pelo que teve de fazer violência sobre
si para descer do cavalo, dar-lhe uma moeda de prata e beijar-lhe a mão. Tendo recebido
do leproso um beijo de paz, voltou a montar e seguiu caminho. A partir de então, come-
çou a ultrapassar, a pouco e pouco, aquela sua limitação, até conseguir, pela graça de
Deus, uma vitória perfeita sobre si próprio.
Alguns dias mais tarde, muniu-se de uma grande quantidade de moedas, dirigiu-se ao
hospício dos leprosos e, reunindo-os a todos, deu uma esmola a cada um, beijando-lhes
a mão. No regresso, o que anteriormente lhe parecia repugnante – ver ou tocar os lepro-
sos – tinha-se transformado em verdadeira doçura. Ver leprosos fora-lhe tão penoso, que
não só se recusava a vê-los como a aproximar-se das suas habitações; e, se lhe aconte-
Narrativa de três compa- cia vê-los ou passar perto da leprosaria [...], desviava o rosto e apertava o nariz. Mas a
nheiros de São Francisco graça de Deus tornou-o tão próximo dos leprosos que, como atesta no seu testamento,
de Assis [c. 1244], § 11 vivia entre eles e servia-os humildemente. A visita aos leprosos tinha-o transformado.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12 20
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Materiais:
Música: Obrigado (https://youtu.be/-uR8exVJCoE)
Tempo: 20 minutos
Após o vídeo, os jovens são convidados a um tempo de reflexão pessoal, com base nas
questões apresentadas.
• De que maneira deixo as minhas dificuldades para estar ao lado do outro, como fez
São Francisco de Assis ao aproximar-se daquele leproso?
• Estou grato/a por aqueles que põem de parte as suas dificuldades para me ajudar?
Obrigado • Que graça quero pedir a Deus para que me aproxime d’Ele?
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Materiais:
Se o encontro for digital, criam-se salas múltiplas e dividem-se os participantes por elas.
Tempo: 20 minutos
REZA
Espiritual e litúrgica
Materiais:
JMJ Rio 2013 – Vigília (https://www.youtube.com/watch?v=YB9KkD1jvas)
Tempo: 10 minutos
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #12 21
A vossa vida não é «entretanto»; vós sois o agora de Deus, que vos quer fecundos. Porque
«é dando que se recebe», e a melhor maneira de preparar um bom futuro é viver bem o
JMJ Rio 2013 – Vigília presente, com dedicação e generosidade. (Papa Francisco, Cristo vive 96, 178).
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
CONTINUA
Filme: Ben Hur
EU CREIO A ação de graças caracteriza a oração da Igreja que, ao celebrar a Eucaristia, manifesta
e cada vez mais se torna naquilo que é. De facto, pela obra da salvação, Cristo liberta a
criação do pecado e da morte, para de novo a consagrar e fazer voltar ao Pai, para sua
glória. A ação de graças dos membros do corpo participa na da sua Cabeça. (Catecismo
da Igreja Católica, n. 2637)
ENCONTRO #13
Levanta-te e reza para não caíres em tentação
Texto bíblico: Lc 22, 39-46
Objetivos:
• Toma consciência de que Jesus vive “de pé” os momentos de tentação e sofrimento.
• Descobre a força da oração perseverante no combate espiritual.
• Fortalece a tua confiança em Deus, unindo-te à sua cruz.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Materiais:
• Corda grossa, lenço.
• Excerto do vídeo - 1m30 (https://www.youtube.com/watch?v=PWBeZTvMbpM)
Tempo: 20 minutos
O animador relembra o encontro anterior e a sua temática. Refere depois que normal-
mente o Evangelho apresenta o verbo “levantar” como uma ação de Jesus em benefício
de outras pessoas. No entanto, no texto bíblico deste encontro, os jovens poderão ver o
que levava Jesus a levantar-se e a viver levantado na vida.
De seguida, o animador propõe a dinâmica do “jogo da corda”. Prepara-se uma corda com
um lenço no meio e vários nós espaçados ao longo da corda. Constituem-se duas equipas
e cada uma segura num extremo da corda. O objetivo é puxar a corda para o seu lado, até
passar o lenço, experimentando que quanto mais força se faz de um lado, mais força pre-
cisamos de fazer do outro. Constata-se que a equipa que perde tem menos força e que
alguns elementos terão estado a “dormir” não exercendo a força necessária para vencer.
O animador refere, depois, que a Via Sacra (Via Crucis) é, em cada Jornada Mundial da
Juventude, um momento particular em que os jovens são convidados a contemplar a forma
como Jesus esteve de pé na vida. A sua caminhada para o Calvário transportando a cruz
é um exemplo de luta, perseverança e fidelidade à verdade, ao bem, ao amor e à justiça,
diante da adversidade e do sofrimento. Pode-se visualizar um pequeno vídeo referente
à Via Sacra (Via Crucis) da JMJ de 2011 Madrid que teve a particularidade de apresentar
Via Sacra JMJ 2011 diversas imagens relacionadas com as tradições locais da semana santa.
ESCUTA
Querigmática
Materiais:
• Excerto do Filme A Paixão de Cristo
• Folhas com palavras impressas
• Folhas brancas
• Marcadores
Tempo: 20 minutos
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13 24
O animador introduz o episódio que irá ser escutado e trabalhado neste encontro.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 22, 39-46)
39
Então, saindo, foi como de costume para o Monte das Oliveiras. Seguiram-no também
os discípulos.
40
Quando chegou ao lugar, disse-lhes: «Rezai para não entrardes em tentação». 41 E Ele
afastou-se deles quase à distância do lançamento de uma pedra e, ajoelhando-se, rezava,
42
dizendo: «Pai, se queres, afasta de mim este cálice! No entanto, não se faça a minha von-
tade, mas a tua». 43 Apareceu-lhe, então, um anjo do céu a confortá-lo.
44
Tendo entrado em agonia, rezava mais intensamente, e o seu suor tornou-se como
gotas de sangue que caíam na terra. 45 Levantando-se da oração, ao ir ter com os discí-
pulos, encontrou-os a dormir de tristeza.
46
E disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e rezai, para que não entreis em tentação».
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
Opção 1
Referir os seguintes aspetos: Neste momento da vida de Jesus, vemos como Ele está numa
encruzilhada: está prestes a ser aprisionado pelos inimigos, será rejeitado, sofrerá muito,
da maneira mais humilhante e aviltante. Jesus sente-se sozinho diante das suas dúvidas
e angústias. Valerá a pena? Isso é que vai salvar a humanidade? Quem dará valor? Diante
do sofrimento atroz, mas salvador, que o espera sente-se tentado a desistir – ou a não
continuar com a missão, com o projeto de salvação e de amor redentor do Pai – motivo
pelo qual Jesus foi enviado ao mundo e chegou a este momento? Por isso Jesus escolhe
recolher-se em oração e pede aos seus para o acompanhar.
Opção 2
Visualizar o trecho do filme “A Paixão de Cristo” que mostra este episódio e, com base
nele, explorar-se os sentimentos de Jesus e tentações que o terão atravessado naquele
momento.
No final de qualquer uma das opções, os jovens são convidados a registar, num quadro,
os sentimentos experimentados por Jesus (coluna 1) e a atitude dos discípulos (coluna 2).
Depois deste trabalho individual, partilha-se em grande grupo, construindo um quadro
comum.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13 25
ACOLHE
Querigmática
Para ajudar os jovens a aprofundar a mensagem contida no texto bíblico, propõe-se uma
das duas opções:
Opção A
Opção B
“A oração é o leme que guia a rota de Jesus. Não é o sucesso, não é o consentimento,
não é aquela frase sedutora “todos te procuram”, que ditam as etapas da sua missão. É
o modo menos confortável que traça o caminho de Jesus, mas que obedece à inspiração
do Pai, que Jesus ouve e acolhe na sua prece solitária.” (Papa Francisco, Audiência Geral
4 de novembro. Catequese - 13. Jesus, mestre da oração)
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Tendo por base o quadro construído pelo grupo, segue-se um momento de reflexão pes-
soal com base nas seguintes questões:
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
REZA
Espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
Propõe-se um tempo de oração diante de uma grande cruz (pode ser a de Taizé ou uma
cruz semelhante à das JMJ). Pretende-se que este seja um momento de oração que forta-
leça a confiança em Deus, confiança essa que sustentou a perseverança de Jesus. Assim,
podem utilizar-se, em vez dos sugeridos, cânticos ou orações que expressem a confiança
em Deus que cuida de nós e nos guia.
O espaço da oração pode ser o mesmo ou um espaço distinto. Contudo, importa prepa-
rar a ambiência:
• Cruz
• Pouca luz (de preferência)
• Música de fundo
• Velas (e/ou outra decoração que favoreça a oração de recolhimento)
• Cordas de sisal para todos os participantes.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #13 27
a. Ver o que sentem, as motivações. Pôr em mim: Que medos/ tentações tenho? (Dar
nós na corda de sisal, conforme vou identificando essas ocasiões.)
b. Jesus pediu aos discípulos que lhe fizessem companhia pela oração.
E eu como discípulo? Quanto do meu tempo e de que forma Jesus quer que lhe dê
na oração? Faço-lhe companhia? Alimento a minha amizade com ele?
c. Formula um compromisso com Jesus: O que Ele me chama a fazer diante da tentação?
d. Oração final
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
1. Pessoal:
Constrói em tua casa, uma cruz, o teu Monte das Oliveiras; o teu canto de encontro de
Deus, onde irás colocar essa cruz. Na cruz que construíste, ata o cordel da oração de
hoje. Por cada vez que “superas” uma tentação, de cada vez que uma tentação é ven-
cida na força da oração, dás um nó. À medida que superas as tentações, os nós venci-
dos na cruz encurtam a corda que te aproxima de Jesus.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14 28
CONTINUA
2. Comunitária:
Organizar um tempo de oração diante de uma grande cruz (pode ser a de Taizé, ou
uma semelhante à das JMJ) e/ou cenário do Getsémani (projeção).
EU CREIO
Não entrar em tentação» implica uma decisão do coração: «Onde estiver o teu tesouro, aí
estará também o teu coração [...] Ninguém pode servir a dois senhores» (Mt 6, 21, 24). «Se
vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito» (Gl 5, 25). É neste consen-
timento ao Espírito Santo que o Pai nos dá a força. «Não vos surpreendeu nenhuma ten-
tação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é fiel e não permitirá que sejais
tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e
a força para a suportar» (1 Cor 10, 13). (Catecismo da Igreja Católica, n. 2848)
ENCONTRO #14
Levanta-te com Cristo ressuscitado
Objetivos:
• Olha o vazio e o silêncio como lugares fecundos
• Vai ao encontro do outro que experimenta o vazio
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Tempo: 10 minutos
Fazendo a ponte com o encontro anterior, o animador refere que um dos objetivos da
Jornada Mundial da Juventude é proporcionar a cada jovem um encontro com a pessoa de
Jesus Cristo, cujo mistério pascal constitui o coração da revelação de Deus à humanidade.
“Cristo vive e quer-te vivo” é uma das expressões emblemáticas da exortação “Cristo Vive”,
escrita pelo Papa Francisco. A sua ressurreição de entre os mortos é fonte de vida para
todos nós. Pelo Batismo, ressuscitámos com Cristo e podemos viver uma vida nova, como
filhos de Deus. Na Jornada Mundial da Juventude de Paris, a Vigília de oração, na qual foram
batizados alguns catecúmenos, teve como elemento central o sacramento do Batismo.
Texto 1
Texto 2
«Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão.
Um grande silêncio, porque o Rei dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque
Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu
segundo a carne e acordou a região dos mortos. Vai à procura de Adão, nosso primeiro
pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai
libertar Adão do cativeiro da morte, Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu Filho.»
(De uma antiga homilia de Sábado Santo)
Depois da leitura dos textos e de uma breve referência à forma como ilustram o que está
representado no quadro, introduz-se o texto bíblico da ressurreição.
ESCUTA
Querigmática
Tempo: 15 minutos
O animador introduz o episódio que irá ser escutado e trabalhado neste encontro.
5
Estando elas cheias de medo, e com o rosto inclinado para a terra, eles disseram-lhes:
«Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? 6 Não está aqui; ressuscitou.
Recordai-vos de como vos falou quando ainda estava na Galileia, 7 dizendo: «É necessá-
rio o Filho do Homem ser entregue às mãos de homens pecadores, ser crucificado e ao
terceiro dia ressuscitar».
8
Recordaram-se, então, das suas palavras 9 e, ao voltar do sepulcro, anunciaram tudo
isto aos onze e a todos os outros. 10 Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago,
e as outras que estavam com elas. Diziam estas coisas aos apóstolos, 11 mas estas pala-
vras pareceram-lhes sem sentido e não acreditavam nelas. 12 Mas Pedro, levantando-se,
correu para o sepulcro e, debruçando-se, viu apenas as ligaduras de linho. E voltou para
casa, admirado com o sucedido.
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.
É do silêncio que brota o anúncio. Esta leitura mostra que o silêncio deu lugar ao anún-
cio dos anjos.
Esta experiência tem de ser vivida, porque a simples notícia do sucedido não é suficiente
para os apóstolos. Pedro tem de experimentar o silêncio do túmulo vazio para compreen-
der a Ressurreição.
Pedro corre para o túmulo vazio. A relação com Deus cria a necessidade de um espaço
em que Ele Se revele. Pedro levantou-se, correu e encheu-se de pressa (referência ao hino
das JMJ 2023 “há pressa no ar”) para tocar o silêncio em que Deus o espera.
ACOLHE
Querigmática
Tempo: 5 minutos
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Materiais:
• Grelha “A presença de Deus na minha vida” (exemplo no final do encontro)
Tempo: 30 minutos
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
No fim da partilha, o animador deve enfatizar que nenhuma história é melhor ou pior
que a outra. Que são histórias conduzidas por Deus e onde Deus atua concretamente.
Todas as histórias são santas e bonitas, pois é a história da salvação de cada um. Durante
a nossa vida somos confrontados com vazios e sofrimentos que não têm resposta. As
mulheres foram também confrontadas com o túmulo vazio, mas os anjos foram ao encon-
tro delas e relembraram-lhes que aquele momento não era razão para preocupação pois,
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14 33
na verdade, Jesus tinha ressuscitado. Jesus morreu na cruz para que pudesse ressusci-
tar gloriosamente. A cruz é gloriosa. Assim também na nossa vida, Deus não se engana.
Deus permite os vazios para se manifestar de forma gloriosa. Por vezes a compreensão
desta realidade demora tempo.
«A formação da pérola pode levar anos. E tem como origem um sofrimento da própria
ostra, em que essa ferida é envolvida por uma substância cicatrizante originando a pérola.
E ninguém discute a beleza desta imperfeição transformada. Às vezes, o tempo, a ora-
ção perseverante, pode levar-nos a perceber, mesmo que demore. Portanto, também
nós temos de ser pacientes, e perseverar no Senhor, pois Ele também envolve os nossos
‘vazios’ com a Sua matéria cicatrizante, o amor. Não devemos ter medo de testemunhar
a mão de Deus na nossa própria vida, traduzida em factos concretos.» (Paolo Scquizzato,
Elogio da Imperfeição)
REZA
Espiritual e litúrgica
Materiais:
• Cântico: https://www.youtube.com/watch?v=lkdtYoZj_Ug
Tempo: 10 minutos
Sim, Jesus Ensina-nos, Senhor, a rezar este vazio. O vazio transportado por um medo que não conhe-
cíamos e que parece agora um inquilino da nossa alma.
O vazio dos espaços em isolamento.
O vazio da vida que se faz sentir como suspensa.
O vazio das horas que quem está na solidão conta de maneira diferente.
O vazio das incertezas que se acumulam, e das quais ainda não falámos.
O vazio dos olhos daqueles que veem sofrer e os olhos dos muitos que sofrem sem que
nós os vejamos.
O vazio de tudo aquilo que, de um instante para o outro, é adiado.
O vazio daquela mulher idosa que passa o dia inteiro com o rosto contra o vidro da janela.
O vazio do refugiado que vê a sua esperança negada por um carimbo.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #14 34
O vazio do jovem diante de um futuro que escapa cada vez mais, como um pensamento
distante.
O vazio que nos chega como um aviso de despejo da vida autêntica.
O vazio dos encontros e das conversas de que agora precisaríamos.
O vazio que os amigos notam.
O vazio dos risos.
O vazio de todos os abraços não dados.
O vazio da proximidade proibida.
O vazio no qual não Te vemos.
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
Os jovens são convidados a visitar alguém que esteja a viver alguma forma de vazio ou
de perda, individualmente ou em grupo.
CONTINUA
Ler o livro (ou 1.º capítulo, pelo menos) “O Elogio da Imperfeição” de Paolo Scquizzato
EU CREIO
Maria Madalena e as santas mulheres, que vinham para acabar de embalsamar o corpo
de Jesus, sepultado à pressa por causa do início do Sábado, no fim da tarde de Sexta-feira
Santa, foram as primeiras pessoas a encontrar-se com o Ressuscitado. Assim, as mulheres
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15 35
ENCONTRO #15
Levanta-te e regressa
Texto bíblico: : Lc 24, 13-35
Objetivos:
• Sente que Jesus caminha ao teu lado, fala contigo e se preocupa com o que sentes.
• Acredita que a Paixão de Jesus é expressão da plena solidariedade de Deus com a
nossa humanidade.
• Assume-te como peregrino/a da JMJ Lisboa 2023.
• O encontro termina com a celebração da Eucaristia, pelo que se deve preparar pre-
viamente com o pároco, ou outro sacerdote, ou integrar o grupo nalguma celebra-
ção da comunidade.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Materiais:
Foto de uma caminhada dos jovens numa JMJ.
Tempo: 10 minutos
O encontro começa com a referência à Jornada Mundial da Juventude como uma grande
peregrinação dos jovens de todo o mundo a uma cidade, com o Santo Padre. Mostra-se
a foto, salientando-se os seguintes aspetos:
Para quem participou numa JMJ, todos os dias há necessidade de caminhar: do local de
alojamento até aos transportes públicos ou até aos locais de encontros e catequeses; à
tarde, a caminhada pela cidade e até aos espaços onde decorrem as atividades culturais
e religiosas; à noite, andar até aos locais dos atos centrais, e ficar algum tempo em pé; e
depois, voltar para casa.
A caminhada para a vigília é inesquecível, é um dos grandes desafios de uma JMJ. Por
exemplo, no Rio de Janeiro foram entre 6 a 13 km. Em Madrid, foram de 2 a 4, mas em
Colónia, foram cerca de 20 km. Na véspera do encerramento da JMJ, os jovens caminham
até chegar ao local onde decorrerão os eventos finais, a vigília e Missa com o Papa e onde
pernoitam. Este percurso é sempre um momento marcante de interajuda e de convívio
que nos faz entrar no espírito de ‘peregrinos JMJ’. Se é muito duro!? Pode ser um pouco,
mas vale a pena! Afinal, uma JMJ é uma peregrinação, um itinerário de fé; para estar lá, é
preciso estar preparado de alma e corpo.
O animador destaca o facto de uma JMJ ser uma peregrinação, que começa bem antes
do início da jornada, na casa, grupo e comunidade de cada um. Uma peregrinação é um
caminho feito com os olhos postos numa meta, um santuário, onde esperamos que acon-
teça um encontro especial. Assim será também na JMJ Lisboa 2023 como em qualquer JMJ.
comece a caminhar comigo desde o primeiro dia, para que o encontro final seja ‘a
cereja no topo do bolo’.
• A peregrinação é também uma experiência de desprendimento. Exemplo disso é a
preparação da bagagem, quando se percebe que há coisas supérfluas que não é
necessário levar.
• Quando entramos numa peregrinação, como a JMJ, acabamos por nos desligar do
mundo e viver intensamente a experiência.
• Peregrinar é também viver para os outros, estar disponível para conhecer os outros
peregrinos e estar atento às suas necessidades.
Termina, referindo que assim será também nesta peregrinação rumo à JMJ Lisboa 2023;
mesmo sendo uma peregrinação diferente, tem, à sua maneira, estas características. O
caminho para a JMJ 2023 está já a começar para que a chegada a Lisboa seja vivida com
toda a intensidade de encontro com Deus e com todos os outros que acreditam n’Ele.
No final refere que o encontro de hoje vai lembrar-nos esta condição de peregrinos da
JMJ Lisboa 2023. Vamos peregrinar.
O animador informa que este encontro vai acontecer em forma de peregrinação e vão
fazê-lo dois a dois, como sugere o texto dos “Discípulos de Emaús”. Para isso, vão fazê-lo
em ‘duplas’ pré-definidas ou aleatórias através de alguma dinâmica simples. Devem jun-
tar-se dois a dois a partir deste momento.
ESCUTA
Querigmática
Tempo: 5 minutos
Os jovens leem o texto bíblico que vai inspirar este encontro em forma de peregrinação
(Lc 24, 13-35). (o texto deve ser lido com os títulos e por leitores diferentes)
17
Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?»
Pararam entristecidos. 18 E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15 38
em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» 19 Perguntou-lhes Ele: «Que foi?»
Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e pala-
vras diante de Deus e de todo o povo; 20
como os sumos sacerdotes e os nossos che-
fes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado. 21
*Nós esperávamos que
fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que
se deram estas coisas. 22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram
perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada 23 e, não achando o seu corpo, vie-
ram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele vivia. 24 Então, alguns
dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas,
a Ele, não o viram.»
ACOLHE
Querigmática
Materiais: Quadro “Uma conversa sobre as deceções” em branco para cada jovem.
Tempo: 10 minutos
Depois da leitura, o animador propõe aos jovens uma primeira abordagem do texto,
pedindo que se centrem no trecho “Uma conversa sobre deceções (Lc 24,17-24)” e identifi-
quem quatro deceções presentes no texto. Para este trabalho é distribuído um documento
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15 39
próprio. A partir da passagem bíblica, identificam cada uma das deceções e tentam expli-
car por palavras suas o seu sentido. O animador pode complementar com os elemen-
tos do quadro preenchido.
1ª deceção
Deceção: Afinal Jesus não era assim tão relevante para toda a gente, como era para eles.
Reflexão: Nem todas as pessoas têm a graça de conhecer Jesus e de se sentirem toca-
das pela sua presença. Há quem não se interesse pela sua vida espiritual ou até despreze
quem cuide da sua espiritualidade. Os próprios discípulos de Emaús poder-se-ão ter ques-
tionado se os indiferentes ou inimigos de Jesus não teriam razão.
2ª deceção
Deceção: Afinal as palavras de Jesus não eram assim tão poderosas, nem sequer conse-
guiram convencer as autoridades políticas e religiosas.
Reflexão: Os discípulos não tinham entendido que o poder de Jesus não era um poder
político, mas um poder espiritual. Estavam enganados, à espera de que Jesus tomasse
conta do governo de Israel. Muitas vezes, esperamos que Deus se manifeste como nós
pensamos; mas os caminhos de Deus são muitas vezes incompreensíveis. Acontece tan-
tas vezes só mais tarde percebermos como afinal Deus esteve sempre presente. Aqui a
perseverança na fé é fundamental.
3ª deceção
Deceção: Acabou-se tudo... aquele em quem tinham posto todas as esperanças tinha
sido morto e tudo parecia não ter passado de uma ilusão que foi boa enquanto durou.
Reflexão: Os discípulos ainda não tinham entendido que, para Jesus, a morte não era
uma derrota, mas o caminho para alcançar a vitória. Para ser uma vitória total, sem dei-
xar nada por derrotar, Jesus tinha que ser morto, para que até a morte fosse derrotada.
A morte não é problema para Deus e, para Jesus, plenamente Deus, a morte foi apenas
um passo para mostrar, sem qualquer dúvida, que Deus deseja libertar o Homem, sem
nunca o deixar sem respostas, até para a morte.
Jesus tinha de sofrer? Jesus tinha que passar pela morte? - Não tinha que sofrer porque
Deus fosse cruel e desejasse ver sangue, mas foi necessário o seu sofrimento porque a
redenção acontece no meio da desgraça, ali onde o mal anda solto, aí onde parece que
não há mais nada e tudo acaba, no sofrimento e na morte, Deus diz que está aí, connosco.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #15 40
4ª deceção
“Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o ter-
ceiro dia desde que se deram estas coisas.”
Deceção: Os discípulos estavam convencidos que Jesus viria fazer algo de extraordinário
e libertador para Israel como resultado das suas palavras e da sua ação terrena.
Reflexão: A esperança dos discípulos de Emaús era muito limitada no tempo e no espaço.
Não entendiam que a redenção (libertação) que Jesus tinha para oferecer não era ape-
nas para eles, há dois mil anos, naquele lugar e momento da história. Jesus vem tra-
zer uma nova esperança para todos, em qualquer momento da história. Ao ressuscitar,
Jesus passa a estar presente aqui, hoje, com a mesma força e presença com que esteve
ao lado dos discípulos.
No final do exercício, o animador conclui: Jesus, através das Escrituras e da sua presença,
ajudou aqueles discípulos a perceber que aquelas deceções eram apenas aparentes, cau-
sadas por deixarem sobrepor a tristeza à capacidade de acolher a alegria de Deus. Assim
acontece nas vezes em que nos sentimos dececionados por Deus ou por alguém de quem
esperávamos mais. Não será muitas vezes apenas a nossa incapacidade de acolher a pre-
sença da alegria de Deus a impor-se nos nossos sentimentos?
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Dá-se, então, início à peregrinação, para a qual são dadas as seguintes indicações:
Esta pequena peregrinação pretende que nos confrontemos com as nossas deceções de
fé ou da vida e sentir o que o Senhor nos quer dizer acerca delas.
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
Durante a caminhada, existe um espaço previamente definido para uma paragem, (no
destino da peregrinação ou nalgum ponto intermédio) onde cada elemento partilha livre-
mente com o resto do grupo a reflexão feita em pares ao longo do caminho.
REZA
Espiritual e litúrgica
Tempo: 45 minutos
Se for possível, em diálogo com o celebrante, pode ler-se o Evangelho dos discípulos de
Emaús e usar-se a Oração Eucarística V/A.
Se não for possível haver celebração da Eucaristia, prepara-se uma celebração da Palavra.
No início, todos os participantes devem colocar o pão que trouxeram na mochila num
cesto, diante do altar, onde ficarão até ao fim da celebração.
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
No final da celebração propõe-se um gesto, cujos objetivos são expostos aos participan-
tes pelo animador:
• A fé celebrada na Eucaristia, onde Jesus se faz presente, não pode ficar dentro na
Igreja. Tem de ser prolongada com gestos concretos de amor, doação e partilha.
Partilha dos nossos bens materiais (pão), mas também dos nossos bens espirituais
(reflexão e meditação). Os discípulos reconheceram Jesus ao partir do pão, como
acontece em cada Eucaristia e sempre que partilhamos com os outros a vida e o pão.
• Quando nos encontramos com Jesus, como os discípulos na fração do pão, senti-
mos necessidade de voltar para casa e partilhar essa alegria com os que precisam
de conhecer essa boa notícia.
Antes da bênção final (ou num momento só com o grupo se a Missa for com a comunidade)
cada participante recolhe um pão dos que foram deixados diante do altar durante a celebração.
Convida-se os jovens participantes a levar esse pão para casa. Em casa, à mesa de uma
refeição, partem e partilham o pão entre todos os elementos da família e fazem a seguinte
oração, de mãos dadas:
Ámen.
Os jovens são desafiados a conversar à mesa sobre a experiência e a reflexão feita durante
a peregrinação, aproveitando também para conversar em família sobre a JMJ.
CONTINUA
Tempo: 125 minutos (variável consoante o percurso da peregrinação)
Além da proposta da partilha do pão e da oração em família, convida alguém para ir con-
tigo à Missa no Domingo para que outros façam a mesma experiência de encontrarem o
Senhor onde ele se revela de forma mais visível: na fração do pão.
EU CREIO Tendo passado deste mundo para o Pai, Cristo deixou-nos na Eucaristia o penhor da gló-
ria junto d’Ele: a participação no santo sacrifício identifica-nos com o seu coração, sus-
tenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna
e desde já nos une à Igreja do céu, à Santíssima Virgem e a todos os santos. (Catecismo
da Igreja Católica, n. 1419)
• Tomámos consciência de que Jesus caminha ao nosso lado, fala connosco, vive
connosco.
• Compreendemos que a Paixão de Jesus mostra como Deus está realmente con-
nosco nas nossas debilidades e sofrimentos e como, com Ele, podemos vencê-los.
• Sentimo-nos já a caminho da grande peregrinação que é a JMJ.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16 44
ENCONTRO #16
Levanta-te e reconhece
Objetivos:
• Reconhece que os apóstolos participam na missão de “levantar” outros.
• Interpreta a situação dos jovens de hoje.
• Sente-te enviado por Jesus como portador de vida e de cura.
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Materiais: vídeo
O animador começa por referir que neste encontro se inicia o percurso pelo livro dos
Atos dos Apóstolos, também escrito por São Lucas. Este livro narra a aventura da Igreja
evangelizadora que, como Maria, é chamada a partir apressadamente em missão, espe-
cialmente os jovens que se preparam para viver a JMJ Lisboa 2023.
Poderá ser interessante não revelar aos jovens que é Pedro que lhes fala, mas sim desa-
fiá-los a tentar descobrir ao longo do vídeo a identidade do narrador.
Foi na Galileia que o vi pela primeira vez. Junto ao lago de Tiberíades onde trabalhava
como pescador. Para mim, desde o início, Jesus foi uma novidade constante: primeiro, a
beleza de me ter escolhido para discípulo; depois os discursos, as pregações e os mila-
gres; a sua atenção e predileção pelos mais frágeis: as viúvas, os leprosos e até estran-
geiros. A sua pessoa sempre me fascinou.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16 45
Mas para que não restem dúvidas, mesmo após 3 anos com o Mestre, fui um discípulo
algumas vezes medroso, chegando mesmo a negá-lo por três vezes. A vida tem, de facto,
altos e baixos e eu, totalmente convencido das minhas forças, tinha-me comprometido a
seguir Jesus em todos os momentos. Aí fracassei.
Todo o processo do seu julgamento e a sua morte da Cruz foram momentos de grande
dor, desorientação e incompreensão. No entanto, a ida ao sepulcro na manhã de Páscoa
e o encontro com Jesus vivo e ressuscitado fizeram nascer em mim a esperança, a con-
fiança e a alegria.
Perante a novidade de Jesus e a sua presença após a sua morte, todos nos perguntámos:
o que devemos fazer? Compreendem que não deixámos de ser judeus e continuámos a
cumprir os ritos religiosos do judaísmo e a frequentar o Templo de Jerusalém. Para nós
que O seguimos, ter Jesus como o centro da nossa fé não nos fazia nem anular nem rejei-
tar a nossa fé: a nossa herança é judaica e o nosso salvador é Jesus, o messias prometido.
É claro que para nós Jesus revela-nos Deus como nunca antes poderíamos imaginar: o
Deus todo-poderoso e eterno fazer-se homem? Encarnar? Tomar verdadeira carne humana
para a redenção, libertação e plena felicidade do homem?
ESCUTA
Querigmática
Tempo: 5 minutos
11
E como ele não largava Pedro e João, todo o povo, cheio de assombro, acorreu para
junto deles, sob o pórtico de Salomão.
Palavra do Senhor
Graças a Deus
ACOLHE
Querigmática
Tempo: 20 minutos
Os jovens deverão preencher um quadro “Cura do coxo à porta do templo” onde se encon-
tram estes verbos. Depois escrever a passagem bíblica onde cada um deles se encontra,
descrever a ação ou a atitude dos apóstolos e, finalmente, relacionar esse verbo com a sua
própria vida. Para ajudar os jovens neste exercício, pode ajudar a seguinte interpretação:
Subir
Pedro e João subiam em direção ao Templo, lugar do encontro com Deus. Atualmente,
a nossa “subida ao templo” é ir ao encontro de Jesus nos sacramentos (Eucaristia,
Reconciliação).
Olhar
Os discípulos estavam atentos àquilo que os rodeava e por isso viram o coxo e olharam-
-no nos olhos. Muitas vezes na nossa vida precisamos de seguir o exemplo de Pedro e
João e não nos deixar abstrair das necessidades daqueles que nos rodeiam.
Ter
Pedro tem a consciência de que “não tinha ouro nem prata”, mas sabia que tinha algo
mais valioso, que tinha Jesus! O homem coxo que queria “ter” mais, recebeu algo melhor,
que foi o ser curado. Às vezes, no nosso dia-a-dia sentimo-nos impotentes por não ter
nada para dar ao outro, mas estamos enganados, temos sempre a possibilidade de dar
ao próximo, através da nossa vida, a possibilidade de descobrirem o amor e a misericór-
dia infinita de Deus.
Dar
O coxo encontra-se à porta do templo, numa situação de mendicidade. Pedro quando
chega ao seu encontro diz-lhe que não lhe dará “ouro nem prata”, mas sim Jesus, pois
Pedro sabia que esse era o bem mais valioso que podia dar ao coxo. O discípulo tinha
também consciência que o poder da cura não era seu, mas do Senhor.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16 47
Levantar
Esta leitura surge num contexto de pós-ressurreição, o que quer dizer que Pedro já tinha
negado Jesus. No entanto, ele agora encontrava-se capaz de fazer os mesmos gestos do
Senhor, curando em seu nome. Pedro levantou aquele homem em nome de Jesus.
Entrar
O encontro dos discípulos com este homem, não foi um momento isolado com fim em si
mesmo. Este encontro foi apenas o início, porque este homem levantou-se, começou a
andar, mas ele não seguiu um caminho qualquer, ele acompanhou os discípulos e entrou
no templo com eles.
Louvar
O louvor brota do “levantar” que os discípulos operam em nome de Jesus. Quando mani-
festamos a nossa fé no Senhor e realizamos uma missão enviados por Ele, testemunha-
mos a sua vida ressuscitada no mundo, sendo que essa verdade é motivo de louvor, ale-
gria e esperança para todos quantos nos encontram.
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
Para este momento, os jovens são desafiados a deixarem-se inquietar por um poema de
Daniel Faria. Este poeta decidiu entrar no Seminário Maior do Porto, mas nos primeiros
anos do estudo de Teologia sentiu um chamamento para a vida contemplativa o que o
levou a ingressar no mosteiro beneditino de Singeverga, na freguesia de Roriz. Daniel era
um leitor voraz e desde cedo começou a escrever poesia. Em 1999, aos 28 anos, morreu
precocemente numa queda trágica no mosteiro.
O poema proposto – “Homens que são como lugares mal situados” – faz uma radiogra-
fia das pessoas do nosso tempo onde os jovens se podem ver, também, a si mesmos.
Propõe-se uma leitura individual do texto e a resposta às questões que surgem no final.
Para ajudar a reflexão individual, o animador pode comentar algumas expressões que
considere mais significativas ou interpeladoras.
(...)
Homens que são como danos irreparáveis
Homens que são sobreviventes vivos
Homens que são sítios desviados
Do lugar
(…)
Homens que são como projetos de casas
Em suas varandas inclinadas para o mundo
Homens nas varandas voltadas para a velhice
Muito danificados pelas intempéries
Homens cheios de vasilhas esperando a chuva
Parados à espera
De um companheiro possível para o diálogo interior
Pontos de reflexão:
Os jovens são convidados a responder a algumas questões de forma mais pessoal, explo-
rando a caracterização e respetiva interpretação dos “homens”.
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
REZA E PARTILHA
Espiritual e litúrgica
Tempo: 10 minutos
Cântico inicial
“Cristo em mim”
Senhor faz que olhem para mim só te vejam a ti.
Não ser eu quem fala, mas só Tu!
Cristo em mim Só Cristo em mim!
Palavra de Deus
Pedro disse-lhe: «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de
Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #16 50
Meditação
Nós «fomos salvos por Jesus: porque nos ama e não pode deixar de o fazer. Seja o que
for que façamos contra Ele, continua a amar-nos e salva-nos. Porque só aquele que é
amado pode ser salvo. Só quem é abraçado, pode ser transformado. O amor do Senhor
é maior que todas as nossas contradições, que todas as nossas fragilidades e que todas
as nossas mesquinhices, mas é precisamente através das nossas contradições, fragilida-
des e mesquinhices que Ele quer escrever esta história de amor. Abraçou o filho pródigo,
abraçou Pedro depois de O ter negado e abraça-nos sempre, sempre, sempre, depois das
nossas quedas, ajudando-nos a levantar e ficar de pé. Porque a verdadeira queda – aten-
ção a isto! – a verdadeira queda, aquela que nos pode arruinar a vida, é ficar por terra e
não se deixar ajudar». (Papa Francisco, Cristo Vive 120).
Silêncio
Pai Nosso
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
Os jovens são desafiados a iniciar um projeto de serviço junto de jovens que são lugares
mal situados. Com base nos poemas escritos por eles próprios pensam num projeto de
grupo em que possam intervir junto de outros jovens. Pode completar-se com os pon-
tos indicados no momento “Sente”.
CONTINUA
Desenvolvimento do projeto.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17 51
EU CREIO
Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos
Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja
é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da
Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também,
por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a atividade
do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira». (Catecismo da
Igreja Católica, n. 863)
Subir
Olhar
Ter
Dar
Levantar
Entrar
Louvar
ENCONTRO #17
Levanta-te e decide
Texto bíblico: At 5, 17-42
Objetivos:
• Reconhece que a JMJ é um encontro com a diversidade.
• Descobre que ser cristão exige ser um “influencer”.
• Exercita-te na arte do discernimento.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17 52
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Tempo: 10 minutos
ESCUTA
Querigmática
Tempo: 20 minutos
17
Interveio então o sumo sacerdote e todos os do seu grupo, isto é, do partido dos sadu-
ceus. Enfurecidos contra os Apóstolos, 18 mandaram-nos prender e meteram-nos na pri-
são pública. 19 Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão, levou-os
para fora e disse-lhes: 20 «Ide apresentar-vos no templo, a anunciar ao povo todas estas
palavras de vida». 21 Tendo ouvido isto, eles entraram no templo de madrugada e come-
çaram a ensinar.
34
Levantou-se um homem no Sinédrio, um fariseu chamado Gamaliel, doutor da Lei vene-
rado por todo o povo, e mandou sair os Apóstolos por uns momentos. 35
Depois disse:
«Israelitas, tende cuidado com o que ides fazer a estes homens. 36
Há tempos, apareceu
Teudas, que dizia ser alguém, e seguiram-no cerca de quatrocentos homens. Ele foi liqui-
dado e todos os seus partidários foram destroçados e reduzidos a nada. 37 Depois dele,
nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o Galileu, que arrastou o povo atrás de si.
Também ele pereceu e todos os seus partidários foram dispersos. 38
Agora vou dar-vos
um conselho: Não vos metais com estes homens: deixai-os. Porque se esta iniciativa, ou
esta obra, vem dos homens, acabará por si mesma. 39 Mas se vem de Deus, não podereis
destruí-la e correis o risco de lutar contra Deus».
Eles aceitaram o seu conselho. 40 Chamaram de novo os Apóstolos à sua presença e, depois
de os terem mandado açoitar, proibiram-nos de falar no nome de Jesus e soltaram-nos.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17 54
41
Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido
serem ultrajados por causa do nome de Jesus. 42 E todos os dias, no templo e nas casas,
não cessavam de ensinar e anunciar a boa nova de que Jesus era o Messias.
Palavra do Senhor
Graças a Deus.
Depois da leitura do texto, pode fazer-se uma leitura, em pares, do mesmo, sublinhando
no texto as frases que descrevem as diferentes situações apresentadas (Os apóstolos são
presos, libertação dos apóstolos, obediência à palavra do anjo e pregação no Templo, etc.).
Se for oportuno, pode haver uma partilha em grande grupo das situações descritas no texto.
ACOLHE
Querigmática
Materiais:
Tempo: 5 minutos
Segue-se a interpretação deste texto bíblico feita pelo Papa Francisco através da visualiza-
ção da catequese sobre os critérios de discernimento propostos por Gamaliel. (Catequese
sobre os Atos dos Apóstolos, 8)
No final do vídeo, o animador pode destacar alguns elementos mais significativos, entre
os quais:
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Materiais:
Post-its individuais para dinâmica de identificação de influências da sociedade.
Tempo: 20 minutos
• Quem são os saduceus de hoje? Quem exerce mais influência hoje em dia na
sociedade?
(Cada jovem escreve cada uma das suas respostas a esta pergunta num post-it, podendo
referir pessoas ou instituições. Estas serão depois partilhadas)
PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
Com base na partilha realizada, o animador convida a ver o vídeo sobre o exemplo de
vida e testemunho de Malala Yousafzai.
REZA
Espiritual e litúrgica
Tempo: 10 minutos
Segue-se um momento de oração com base nalguns textos da “Cristo Vive” a partir dos
quais se oferece a possibilidade de cada jovem ter critérios para discernir alguma situa-
ção da sua vida. A leitura dos textos pode ser feita em voz alta, dando depois tempo para
que, em silêncio, os jovens os leiam de novo e se interroguem diante de Deus.
1. O hábito do discernimento?
Reconheço que Deus me conhece e me ama a ponto de saber o que é melhor para mim?
Em que situações da minha vida a ausência de discernimento foi destrutiva para mim? E
em que situações o discernimento, pelo contrário, se revelou construtivo?
No final, depois da partilha das orações e do Pai Nosso, canta-se a música “Levanta-te e arrisca”.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #17 57
Levanta-te e arrisca!
Não te percas no abismo
Onde está o teu vigor?
Jesus está diante de ti
E te chama com fervor.
Não te detenhas no medo
Avizinha-te ao irmão
Sê caminho, sê esperança
Deus dá-te a Sua mão.
Levanta-te e arrisca,
Esforça-te por um mundo melhor.
Sonha alto e contempla o céu e as estrelas
E o mundo ao teu redor.
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
CONTINUA
Ler o livro de Marko Ivan Rupnik. O Discernimento: da purificação à comunhão. Ed. Paulinas
2ª edição de 2014, última reimpressão de 2020
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18 58
EU CREIO
Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas
também por todos os membros da Igreja. De facto, eles são uma maravilhosa riqueza de
graças para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo; desde
que se trate de dons verdadeiramente procedentes do Espírito Santo e exercidos de modo
plenamente conforme aos impulsos autênticos do mesmo Espírito, quer dizer, segundo a
caridade, verdadeira medida dos carismas. (Catecismo da Igreja Católica, n. 800)
ENCONTRO #18
Levanta-te e acompanha
Objetivos:
• Valoriza o papel dos animadores juvenis no caminho do grupo.
• Dá graças pelas pessoas que nos acompanham no caminho da fé.
• Aprende a caminhar com os outros jovens, anunciando-lhes Jesus.
Materiais:
• Imagens dos santos e da passagem bíblica.
• Varas de madeira.
• Cartão.
• Fios.
• Sacos ou envelopes.
• Fita cola.
• Velas.
• Anexos da pasta do material de apoio.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18 59
PREPARA-TE
Jornada Mundial da Juventude
Materiais:
Preparam-se, previamente:
• quadros de cartão com imagens de santos cortados em puzzle.
• um quadro com cena bíblica do encontro de Filipe com o eunuco.
• sacos ou envelopes para colocar as peças do puzzle.
• cola ou fita cola.
• varas.
Exemplo de santos:
• Pier Giorgio Frassati,
• Francisco e Jacinta Marto.
• Santo António de Lisboa.
• São João de Brito.
• São João de Deus.
• Santa Isabel de Portugal.
• São Nuno de Santa Maria.
• São João Paulo II.
• Beato Carlo Acutis.
• Beata Chiara Luce Badano.
• outros
Tempo: 10 minutos
Cada grupo recebe um quadro com a imagem de um santo; um dos grupos recebe um
quadro da cena bíblica do encontro do Filipe com o eunuco. Tem 5 minutos para juntar
as peças umas às outras e formar um quadro. Colam o quadro à vara, tipo estandarte.
Depois deste tempo, procuram adivinhar quem está representado no quadro e dizem-no
ou apresentam-no, brevemente, aos restantes (nome, ideia soltas, etc.).
Referem que as figuras representadas nos quadros vão acompanhar a caminhada deste
dia. Lembram que alguns deles tinham uma ligação especial com a natureza. Por exem-
plo: Pier Giorgio Frassati e S. João Paulo II escalavam montanhas. S. Francisco e Santa
Jacinta Marto caminhavam pelos campos à volta de Aljustrel com o rebanho dos pais.
Santo António percorreu incansavelmente, a pé, os caminhos da Península Itálica, para
anunciar a Palavra de Deus, assim como S. João de Brito na Índia...
O grupo parte em caminhada até ao primeiro ponto de paragem, dando-se tempo para
ler e meditar o texto sobre os santos e para conversa livre.
ESCUTA
Querigmática
Tempo: 20 minutos
Narrador: 26
O Anjo do Senhor disse a Filipe: «Levanta-te e dirige-te para o sul, pelo cami-
nho deserto que vai de Jerusalém para Gaza». 27 Filipe partiu e dirigiu-se para lá. Quando
ia a caminho, encontrou-se com um eunuco etíope, que era alto funcionário de Candace,
rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro. Tinha ido a Jerusalém para ado-
rar a Deus 28 e regressava ao seu país, sentado no seu carro, a ler o livro do profeta Isaías.
29
O Espírito de Deus disse a Filipe: «Aproxima-te e acompanha esse carro». 30 Filipe apro-
ximou-se do carro e, ouvindo o etíope a ler o profeta Isaías, perguntou-lhe:
Narrador: 31
Ele respondeu:
Eunuco: «Como é que eu posso entender sem ninguém me explicar?» Convidou então
Filipe a subir para o carro e a sentar-se junto dele.
Eunuco: «Diz-me, por favor: de quem é que o profeta está a falar? De si próprio ou de
outro?».
Narrador: 35
Então Filipe tomou a palavra e, a partir daquela passagem da Escritura, anun-
ciou-lhe Jesus. 36 Ao passar por um lugar onde havia água, o eunuco exclamou:
Narrador: 38 Mandou parar o carro, desceram ambos à água e Filipe baptizou-o. 39 Quando
saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco deixou de o ver. Mas
continuou o seu caminho cheio de alegria.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus
INTERROGA-TE
Humana, espiritual e litúrgica
Materiais:
• Fazer cartões com uma breve descrição da vida dos santos.
• As perguntas são preparadas previamente
Tempo: 20 minutos
Depois da leitura do texto, segue-se um momento individual de reflexão onde os jovens são
convidados a olhar a sua própria experiência de serem acompanhados por outras pessoas.
– Os amigos.
– Os professores e outros educadores.
– Os catequistas, sacerdotes, etc.
• Em que momentos da tua vida sentes que alguma destas pessoas se aproximou de
ti e marcou a diferença pela forma como te falou, pelo que te disse, pelo gesto que
realizou, etc.
Depois deste tempo individual, distribuem-se cartões pelos participantes com uma breve
descrição da vida e testemunho dos santos escolhidos para o encontro. Os participantes
leem-nos e depois recolhem-se.
Segue-se um quiz intitulado “O jogo dos verdadeiros influencers” com perguntas sobre
a vida dos santos.
A caminhada prossegue.
ACOLHE E PARTILHA
Humana, espiritual e litúrgica
Tempo: 20 minutos
A equipa dinamizadora deste momento, recorda o que foi feito no momento anterior refe-
rente à lembrança das pessoas que nos acompanham.
Segue-se um trabalho em grupos com base num comentário ao texto bíblico de Filipe e
o eunuco feito pelo Papa Francisco.
A caminhada prossegue.
REZA
Espiritual e litúrgica
Materiais:
• Ícone do cordeiro
• Velas
Tempo: 10 minutos
Antes do cântico inicial, à chegada ao local onde se realiza a oração, introduz-se o sentido
da mesma, fazendo referência à parte final do texto bíblico quando se diz que Filipe e o
eunuco desceram os dois à água, numa clara alusão ao sacramento do Batismo.
1. Cântico inicial:
Tu és fonte de vida
Tu és fogo, tu és amor.
Vem, Espírito Santo.
Tu és fonte de vida Vem, Espírito Santo. (Taizé)
2. Texto introdutório:
Leitor: «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tos-
quiam, ele não abriu a boca. Foi humilhado e não se lhe fez justiça. Quem poderá falar da
sua descendência? Porque a sua vida desapareceu da terra.» (Is 53, 7-8)
Leitor: «No Novo Testamento o termo «cordeiro» aparece várias vezes, e sempre em refe-
rência a Jesus. Esta imagem do cordeiro poderia causar admiração; com efeito, um ani-
mal que certamente não se caracteriza pela força nem pela robustez carrega sobre os
seus ombros um peso tão opressor. A massa enorme do mal é levantada e carregada
por uma criatura débil e frágil, símbolo de obediência, docilidade e amor indefeso, que
chega até ao sacrifício de si. O cordeiro não é um dominador, mas é dócil; não é agres-
sivo, mas pacífico; não mostra as garras nem os dentes diante de qualquer ataque, mas
suporta e perdoa. Assim é Jesus! Assim é Jesus, como um cordeiro!» (Papa Francisco,
Ângelus de 19.01.2014)
3. Cruz
Leitor: «Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos
medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos. [...] O
que foi que a cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em
cada um de nós? Deixa um bem que ninguém mais nos pode dar: a certeza do amor ina-
balável de Deus por nós.» (Papa Francisco, Via Sacra na JMJ do Rio de Janeiro, 26.07.2013).
4. Água batismal
Leitor: «Pelo Batismo fomos, pois, sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo
foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa
vida nova.» (Rom 6, 4)
Leitor: «Se festejamos o dia do nascimento, como não festejar — pelo menos recordar —
o dia do renascimento? Demos graças ao Senhor por aquele dia, porque é precisamente
o dia em que Jesus entrou em nós, que o Espírito Santo entrou em nós.» (Papa Francisco,
Audiência Geral de 11 de abril de 2018).
Cântico: Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós.
Durante o cântico distribui-se velas pelos jovens e cada um acende a sua vela no Círio Pascal.
Ó luz do senhor
5. Profissão de fé
Leitor: Pelo Batismo tornámo-nos filhos e filhas de Deus, fomos iluminados pela sua luz
para podermos iluminar os outros. A luz da fé, que nasce do encontro com o Deus vivo,
que nos chama e revela o seu amor, ilumina toda a nossa existência. Agradecidos pelo
dom da fé, professemo-la com alegria e confiança:
Leitor 1: Em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se dis-
cípulo missionário.
Leitor 3: Todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor sal-
vífico do Senhor, que, sem olhar às nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade,
a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida.
Leitor 4: Sabemos que a vida não é a mesma coisa sem Jesus; por isso aquilo que descobri-
mos, o que nos ajuda a viver e nos dá esperança, isso é que devemos comunicar aos outros.
Leitor 6: A dar ao seu caminhar com os outros jovens o ritmo salutar da proximidade,
com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte
e anime a amadurecer na vida cristã.
Leitor 7: Hoje, mais do que nunca, precisamos de jovens que conheçam, a partir da sua
experiência de acompanhamento, o modo de proceder, onde reine a prudência, a capa-
cidade de escuta e de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito.
Pai nosso
Oração final
Deus nosso Pai que, nas águas do Batismo, nos configurastes com o vosso Filho Jesus
Cristo, fazei de nós autênticos discípulos missionários, que sabem escutar, acompanhar
e anunciar com coragem a boa notícia do Evangelho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18 67
Refrão:
Todos vão ouvir a nossa voz,
Levantemos braços, há pressa no ar.
Jesus vive e não nos deixa sós:
Não mais deixaremos de amar.
Refrão
Refrão
Refrão
RISE UP | LIVRO DO ANIMADOR | ENCONTRO #18 68
LEVANTA-TE
Missionária e pastoral
Tempo: 5 minutos
CONTINUA
Projeto “Eu sou uma missão!” - Festeja
EU CREIO É em Igreja, em comunhão com todos os baptizados, que o cristão realiza a sua voca-
ção. Da Igreja recebe a Palavra de Deus, que contém os ensinamentos da «Lei de Cristo»
(75); da Igreja recebe a graça dos sacramentos que o sustentam no «caminho»: da Igreja
recebe o exemplo da santidade: reconhece-lhe a figura e a fonte na santíssima Virgem
Maria; distingue-a no testemunho autêntico dos que a vivem: descobre-a na tradição espi-
ritual e na longa história dos santos que o precederam e que a liturgia celebra ao ritmo
do Santoral. (Catecismo da Igreja Católica, n. 2030)
A pedagogia de projeto articula quatro momentos (Sente, Pensa, Faz, Festeja), através dos
quais os jovens podem mobilizar-se e dar o melhor de si mesmos na construção, realização
e avaliação de um projeto original que cause impacto na comunidade e junto de outros
jovens. Conforme, o ritmo de cada grupo, escolher-se-á o melhor momento - catequese
-, a partir da qual se inicia o projeto. Deverá ser uma catequese de tal modo significativa
que ajude os jovens a compreender o que lhes é pedido no projeto: “Eu sou uma missão!”.
1. Sente
2. Pensa
3. Faz
4. Festeja