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A meditação e o ato de “ver” coisas

Em nossas conversas entre pessoas entusiastas da espiritualidade e pessoas um pouco


mais céticas, é comum pairar o desconforto e a desconfiança quanto àquela que diz
ver objetos e pessoas que já não se encontram mais neste mundo, bem como a
curiosidade daqueles que acreditam, porém ainda não desenvolveram este dom
completamente.
Na tentativa de pacificar um pouco este entendimento, podemos fazer alguns
experimentos elementares. Que tal um pouco de concentração? Vamos lá!
Tente fazer isto em uma palestra ou em algum lugar em que possa observar uma
pessoa por alguns minutos sem distrair-se, de preferência em local que possua um
fundo branco por trás da pessoa observada.
Direcione seus olhos para a área branca ou mais clara, não olhe diretamente para a
pessoa, foque seus olhos como não estivesse olhando algo em particular, porém
atento aos contornos da pessoa observada. Em seguida virá a parte que exige um
pouco mais de esforço, não perder a concentração, porém com a mente limpa de
pensamentos dispersivos. Persista, respire fundo.
Após alguns minutos, começará a notar que existe uma fina faixa colorida que circunda
a pessoa e os objetos ao redor. Feche os olhos por alguns segundos e notará que algo
se imprimiu em sua mente objetiva, como um filme fotográfico antigo. Abra os olhos
novamente e persista observando os contornos da pessoa. Este contorno chama-se
aura.
Seja bem vindo! Você acaba de ingressar no clube dos entusiastas da espiritualidade e
que acaba de plantar a semente para o despertar da consciência extrafísica. Num
linguajar mais rudimentar, você está vendo coisas!
Mas onde entra a meditação nisso? Ora, o meditar não seria nada mais que desligar-se
do mundo físico por intermédio de exercícios e práticas mentais? Esta é a chave. À
medida que adquirimos a capacidade de momentaneamente desligar-se deste nível de
densidade material é que nos permitimos ver, ouvir, cheirar, enfim sentir frequências
mais sutis. Entendam a importância de “momentaneamente” no sentido de que,
enquanto encarnados, somos seres duais, pois somos carne e alma. Viver focado na
carne é ilusão, enquanto que na alma, é covardia. A virtude está no equilíbrio.
Ao focar o sentido da visão em algo não objetivo sem, no entanto, tirar a atenção do
que ocorre aos arredores, causamos uma certa fadiga ao nervo óptico que possibilita
“ver” outras sutilezas que nos cercam. Ao respirarmos profunda e lentamente
aumentamos o nível de oxigênio em nosso cérebro, nos permitindo a manutenção da
concentração e diminuindo as percepções sensoriais físicas.
Entender a meditação como forma de desenvolver faculdades mentais significa
entendê-la como expressão máxima da liberdade, pois é através dela que desenvolve-
se a habilidade de criar e de acessar a verdade.

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