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Gelo marinho da Antártida atinge nova baixa recorde
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As medições do gelo marinho no Polo Sul registraram um novo mínimo e quebraram o recorde estabelecido há apenas um ano.
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Por Jonathan Amos e Erwan Rivault, BBC
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22/02/2023 17h07 · Atualizado há 15 minutos
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No ano passado, o mínimo recorde de 1,92 milhão de quilômetros quadrados só foi alcançado em 25 de fevereiro.
Três dos últimos recordes de gelo marinho abaixo da média ocorreram em sete anos mais recentes: 2017, 2022 e agora 2023.
Navios de pesquisa, cruzeiro e pesca relatam um quadro semelhante ao passarem pelo continente: a maioria dos setores
está praticamente sem gelo.
Ao analisar os últimos 40 anos de dados de satélite, a extensão do gelo marinho mostra uma grande variabilidade. Uma
tendência de queda para quantidades cada vez menores de gelo de verão só é visível nos últimos anos.
— Foto: BBC
Modelos de computador previram que o gelo marinho mostraria um declínio de longo prazo, muito parecido com o que
vemos no Ártico, onde a extensão desse território vem diminuindo de 12 a 13% a cada década como resultado do
aquecimento global.
Outras fontes de dados além dos satélites nos permitem olhar para o que aconteceu lá atrás, pelo menos até 1900.
Esses dados indicam que o gelo marinho da Antártida estava em declínio no início do século passado, mas depois começou a
aumentar de novo.
Recentemente, esses fenômenos têm mostrado grande variabilidade, com recordes máximos mostrados pelos satélites no
inverno e, mais recentemente, também recordes mínimos durante os meses de verão.
A perda, de 0,91 milhões de km² (quase 1 milhão), seria suficiente para cobrir as ilhas britânicas.
— Foto: BBC
O gelo marinho começará a crescer novamente muito em breve — e é importante que isso aconteça, por uma série de
razões.
O congelamento da água do mar na superfície do oceano expele o sal, o que torna as águas profundas mais densas, fazendo
com que elas afundem ainda mais.
Isso faz parte do motor que impulsiona o movimento de massas de águas que ajudam todo o sistema climático do planeta.
Na Antártida, as algas que se agarram ao gelo servem de alimento para os pequenos crustáceos conhecidos como krill que,
por sua vez, são um recurso alimentar básico para baleias, focas, pinguins e outras aves.
O gelo do mar também é uma plataforma sobre a qual algumas espécies se locomovem e descansam.
Estes locais estão com uma temperatura 1,5 °C acima da média de longo prazo.
— Foto: BBC
O fenômeno engloba variações na pressão atmosférica que, por sua vez, influenciam os famosos ventos a oeste ao redor do
continente.
Os cientistas apontam que esse movimento está numa fase fortemente positiva no momento atual.
O aumento das tempestades, por sua vez, ajuda a quebrar os blocos de gelo e a empurrá-los para o norte, onde as águas
mais quentes promovem o derretimento.
Os pesquisadores acreditam que as tendências mais positivas observadas na Oscilação Antártica provavelmente estão
ligadas à presença de um buraco na camada de ozônio sobre o continente e ao aumento dos gases de efeito estufa na
atmosfera.
O Ártico é um oceano cercado por continentes. A Antártida é um continente cercado pelo oceano.
A divergência na geografia significa que o crescimento do gelo no inverno na Antártida é muito menos restrito. Ali, as
plataformas geladas podem se desenvolver tão ao norte quanto as condições permitirem.
— Foto: BBC
Isso explica as extensões de gelo muito maiores do que no Ártico, onde os recordes máximos raramente ultrapassam 15
milhões de quilômetros quadrados.
Mas esses fatores geográficos também significam que o calor do verão pode derreter o gelo marinho até a costa da Antártida
em muitos lugares.
E, como a Antártida tem dificuldade em reter o gelo de ano para ano, os blocos são mais finos do que no Ártico — eles
geralmente têm até um metro de espessura, ante 3 a 4 metros para o gelo no norte polar.
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