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O Direito à cidade é um direito humano coletivo que diz

respeito tanto a quem nela vive quanto as gerações futuras, consiste no direito
de habitar, usar, ocupar e desfrutar das cidades de forma igualitária. No Brasil
está previsto na Constituição Federal (CF/1988) nos art. 182 e 183, além de
possuir um estatuto próprio previsto na Lei nº 10.257/01. A referida lei visa à
participação da população nos processos e fruição do espaço urbano por toda
sociedade sem distinção.

Desde a Revolução Industrial, a população busca em maior


número, melhorias na condição de vida e trabalho. Atualmente, com o
crescimento das grandes cidades, ainda ocorre o êxodo rural, no qual a
população passa a migrar para os grandes centros. Contudo, no Brasil, ao
contrário de muitos países, o desenvolvimento das cidades ocorreu de forma
segregada, ou seja, os centros das cidades residem pessoas que possuem
melhores condições financeiras, tendo em vista, possui o custo de vida mais
alto, sobrando para a população de baixa renda os lugares mais afastados,
além da gentrificação, que consiste na valorização de determinada região,
afetando a população de baixa renda.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE),


cerca de 85% da população brasileira reside na zona urbana, porém, parte da
sociedade reside em periferias, sem acesso a saneamento básico, transporte e
fazer, por exemplo. Dessa forma, ferem-se os direitos fundamentais, previsto
na CF/88. A Priorização do transporte individual, somado à precarização do
transporte público e metro, com alto custo para os usuários faz com que parte
da população seja privada de usufruir de forma ampla a cidade.

Nos grandes centros é comum observar prédios vazios ou


subutilizados, enquanto existe famílias que não possuem onde morar ou
comprometem metade do salário no aluguel. Desta forma, os movimentos
sociais que lutam por esse direito denunciam essa prática por não existir o
cumprimento social da sociedade. Assim, o direito a cidade vai além de garantir
um espaço urbano é necessário que a população usufrua e participe do seu
desenvolvimento.
Portanto, cabe as autoridades buscarem soluções para
oferecer o acesso á cidade de forma igualitária para a população. Por outro
lado, cabe ao cidadão cobrar das autoridades políticas públicas que incluam a
população de forma igualitária dentro do processo de desenvolvimento da
cidade.

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