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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ILUSTRAÇÕES: MAURO COSTA

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4
POR QUE VOCÊ PRECISA DOS MITOS? .............................................. 8
QUANDO FOI QUE A HUMANIDADE COMEÇOU A SE
PERDER? .........................................................................................................20
ETAPA 1: ESTUDAR MITOLOGIA.........................................................25
ETAPA 2: IDENTIFICAR E EQUILIBRAR SEUS ARQUÉTIPOS
REGENTES .....................................................................................................28
ETAPA 3: VIVER COM PROPÓSITO .....................................................50
O QUE É O DESPERTAR DO HERÓI? .................................................61
E PARA FINALIZAR COM CHAVE DE OURO..................................71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................75
MEU CURRÍCULO ........................................................................................77

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

INTRODUÇÃO

Saudações, guerreiro(a)! Tudo bem? Espero que sim!

Meu nome é João Abrantes e podemos dizer que eu tenho um


“pós-doutorado” em lidar com crises e me reinventar.

Isso não quer dizer que eu não tenha uma formação “de
verdade”, porque eu sou acadêmico em Psicologia (UNISEPE)
e tenho pós-graduações em Psicanálise (UniLeya) e Psicologia
Positiva (PUC-RS), fora as certificações em mitologia pelas
universidades de Harvard e Pennsylvania (ambas americanas).

Em outras palavras, pode ficar tranquilo(a), você não está


lidando com um curioso.

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Contudo, essas formações não teriam significado algum se não


fossem as vivências que tive antes delas (e durante também).

O estudo te dá inteligência e a vivência te dá experiência, mas


é a soma destes dois que te dá sabedoria.

• Em 2010, fali e perdi absolutamente tudo (inclusive a


minha então esposa).
• No final de 2014, fali pela segunda vez e quase perdi
tudo novamente.
• Em 2018, tive uma doença autoimune que tirou minha
força, meus movimentos e me deixou praticamente inválido,
precisando de ajuda até mesmo para beber um copo d’água.

Todas essas crises foram devidamente superadas e cada uma


delas me deixou mais forte, mais maduro, mais resiliente e com
um estilo de vida MUITO MELHOR do que aquele que antes
eu costumava ter.

Sim, eu tenho bastante bagagem acadêmica e um repertório


imenso de ferramentas psicológicas, mas isso, para mim, não é
o mais importante.

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O mais importante é que eu sei o que é perder tudo. Eu sei o


que é passar fome. Eu sei o que é viver de favor na casa dos
outros. Eu sei o que é ser rejeitado. Eu sei o que é ser
abandonado. Eu sei o que é ser traído. Eu sei o que é sentir dor.
Eu sei o que é passar a noite em claro por não saber como lidar
com as dezenas de problemas que não param de surgir. Eu sei
o que é entrar em desespero. Eu sei o que é perder a vontade
de viver.

Por isso mesmo que eu resolvi criar um espaço para ajudar as


pessoas a se reinventarem, porque como eu não tive um mentor
que reunisse conhecimento e vivência para me ajudar a
superar as minhas crises, muito do que fiz foi na base da
tentativa e erro e acabei perdendo, com isso, uma quantidade
de tempo (e dinheiro) que hoje, olhando para trás, não havia
necessidade alguma de perder.

A minha meta é simplificar, automatizar e acelerar a sua


jornada de transformação e, para isso, eu desenvolvi a minha
própria abordagem de desenvolvimento pessoal, que batizei de
desenvolvimento mítico.

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Apesar dessa abordagem reunir técnicas e conceitos das mais


variadas vertentes da psicologia (bem como outras modalidades
terapêuticas), ela é totalmente fundamentada na mitologia e
voltada para a criação de uma mitologia pessoal, cujo objetivo
é o de transformar a sua vida em uma história com final
feliz.

A ideia deste livro é a de te apresentar aos "porquês" e "comos"


dessa abordagem e caso você já seja espectador(a) do
Momento Mítico (o meu programa sobre mitologia &
psicologia), você vai ver que este conteúdo vai melhorar
significativamente o seu processo de absorção e aprendizado
a cada encontro nosso.

No mais, espero que esta leitura ilumine o seu caminho e te


desejo muito sucesso na sua jornada. Pode contar comigo!

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POR QUE VOCÊ PRECISA DOS MITOS?

Eu não sei em que patamar está a sua vida neste exato


momento, mas de uma coisa eu tenho certeza:

• Se ela estiver tranquila, eventualmente ela irá ficar


turbulenta.
• Se ela estiver turbulenta, eventualmente ela irá ficar
tranquila.

Talvez você tenha achado as minhas palavras duras e até mesmo


um tanto pessimistas, mas o que eu acabei de falar nada mais é
do que a constatação do fato de que a vida é uma sequência
interminável de jornadas e sempre que uma delas é concluída,
pouco tempo depois surge a próxima (e normalmente com um

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grau de dificuldade ligeiramente maior que o da anterior). O


objetivo delas é sempre o de te transformar em um ser humano
cada vez melhor e toda vez que essa transformação é bem-
sucedida, a vida te recompensa com uma nova realidade, bem
melhor do que aquela que você antes costumava ter.

Eu tenho quase certeza de que você já sabia disso, não é


mesmo? Agora, duvido de que você já sabia do que eu estou
prestes a te revelar:

Independentemente do tipo de desafio que a vida já te


apresentou, está te apresentando ou ainda está para te
apresentar, já existe um passo-a-passo para contorná-lo
com rapidez e da melhor maneira possível.

Não existe experiência humana que já não tenha sido vivida por
milhares (senão milhões) de pessoas ao longo da história do
nosso planeta.

Suas experiências não são, nunca foram e jamais serão únicas.


É claro que elas podem ter alguns aspectos únicos, mas isso não
quer dizer que a essência delas também o seja, isso eu posso te
garantir.

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Sabe aquela assadeira de bolo que tem um buraco no meio? Por


mais que a receita do bolo possa variar, o formato dele é sempre
igual, não é mesmo? Então, cada experiência humana é como
se fosse uma “assadeira simbólica”. Por mais que alguns
elementos possam vir a variar, o formato (no caso, a essência)
é sempre o mesmo.

Peguemos, por exemplo, a época em que você frequentava a


escola. Você muito provavelmente usava uniforme, ia para a
aula (muitas vezes contra sua vontade, né?), aprendia uma série
de assuntos diferentes, fazia exercícios, levava dever para casa,
fazia prova, passava/reprovava de ano etc.

Boa parte da população mundial já teve essa mesma experiência,


mas com certeza existiram peculiaridades que variaram de
pessoa para pessoa.

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Eu, João, cursei parte do ensino fundamental na Inglaterra e a


outra parte no Brasil. É bem difícil (porém não impossível) que
exista alguém que tenha tido a exata mesma experiência que eu,
mas isso não necessariamente quer dizer que essa pessoa não
teve uma vida escolar, porque ela certamente teve, só que
diferente da minha. Em outras palavras, embora a nossa
“forma” tenha sido a mesma, a “receita” em si foi diferente.

Nossos antepassados mais remotos já sabiam dessa tendência


“padronizadora” da experiência humana e como na época deles
não havia a ciência, a tecnologia e a quantidade de informações
que hoje em dia nós temos acesso, eles usavam a mitologia
como uma espécie de “guia” para tomar decisões, contornar
obstáculos e fortalecer a própria mente.

Ao contrário do que muitos possam vir a pensar, mitos não são


historinhas para entreter crianças, eles são narrativas que
simbolizam as mais diversas experiências e fenômenos da vida.

Por exemplo, hoje já existe uma explicação científica para o


processo de regeneração do fígado, mas antigamente, o que
explicava esse fenômeno era a lenda grega de Prometheu, que

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foi um titã que Zeus, o deus do trovão, acorrentou entre duas


pilastras. Todos os dias, uma águia gigantesca aparecia,
devorava o fígado desse titã e esse órgão logo em seguida
começava a regenerar, para que no dia seguinte ele estivesse
inteiro e pronto para uma nova investida dessa águia.

Cada cultura tinha sua própria mitologia, cada qual com seus
próprios deuses (que no caso eram personificações de
sentimentos, acontecimentos e elementos da natureza) e seus
próprios heróis.

O mais impressionante é que muito embora essas culturas não


tivessem tido contato algum entre elas (aliás, muitas delas nem
mesmo sabiam da existência umas das outras), algumas tinham
histórias tão parecidas que se não fossem as barreiras de
comunicação inerentes a esse passado tão distante, qualquer um
alegaria (e com uma certa propriedade) que uma estava
plagiando a outra.

Só para você ter uma ideia, existe um mito proveniente da


Mesopotâmia chamado “A Epopeia de Gilgamesh”, que possui
um trecho idêntico ao do dilúvio do Velho Testamento (leia-se,

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“A Arca de Noé”). Contudo, o mito de Gilgamesh foi escrito


cerca de três mil e setecentos anos antes de Cristo e ele só foi
descoberto em 1849, ou seja, não tem como ele ter sido
plagiado.

Esse sincretismo entre os mitos de diferentes povos só serve


para reforçar a teoria de que a mitologia nunca foi privilégio de
uma meia dúzia de culturas, e sim mundial.

Para quase toda experiência humana (senão todas) existe um


mito que a simboliza. A história de Caim e Abel (da Bíblia), bem
como a história de Osiris, Iris e Horus (da mitologia Egípcia) e

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a história de Ares e Hefesto (da mitologia Grega) são exemplos


de mitos que simbolizam a rivalidade entre irmãos.

Naquela época, sempre que alguém conseguia identificar um


mito que era simétrico com a situação que estava sendo vivida
naquele exato momento, essa pessoa automaticamente ficava
ciente do diagnóstico e do prognóstico dessa situação.

Voltemos à história de Caim e Abel, que eu acabei de citar como


exemplo. Caim matou o irmão Abel por causa de inveja, pois a
oferenda deste agradou muito mais a Deus que a do primeiro.
Assim que Caim assassinou o irmão, Deus o condenou a virar
uma pessoa errante e sem a possibilidade de se assentar em lugar
algum, pois onde quer que ele ficasse, a terra perderia a
fertilidade e ele não poderia plantar nada.

Você pode ter certeza de que essa história já impediu uma série
de pessoas de fazerem alguma maldade contra aquele irmão (ou
irmã) que elas em algum momento da vida já invejaram, porque
elas aprenderam que a “eliminação” daquele que faz mais
sucesso não significa que os louros serão transferidos para elas.

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Muito pelo contrário, elas só irão ser punidas, perder


oportunidades e angariar o desprezo de todos.

A história de Caim e Abel serve não apenas para pessoas que


literalmente desejam matar o irmão, mas para toda e qualquer
pessoa invejosa que deseja prejudicar o próximo, pois segundo
a Bíblia, somos todos irmãos aos olhos de Deus e você sabe
muito bem que nem sempre é preciso tirar a vida de uma pessoa
para destruí-la.

Era assim que os mitos agiam na vida das pessoas, para mostrar
onde elas estavam e o que iria acontecer se elas continuassem
agindo de uma determinada maneira.

Além de funcionarem como norteadores, os mitos


proporcionavam um benefício que é praticamente impossível
de ser proporcionado pela ciência e/ou pela tecnologia: a
perspectiva de dias melhores.

As pessoas não enxergavam os acontecimentos da vida como


incidentes isolados, sem causa e efeito. Muito pelo contrário,
tudo que acontecia com elas era visto como parte de algo maior,

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como se elas estivessem vivendo um capítulo de uma história


que ainda estava longe de acabar.

Por exemplo, a história dos 12 trabalhos de Héracles (ou


Hércules, no romano) é uma analogia à quantidade de
provações que uma pessoa precisa enfrentar para atingir o
sucesso. Você com certeza já ouviu falar nessa história, mas o
que poucos sabem é que o protagonista principal só recebeu
esse nome depois de ter concluído essas tarefas. Antes disso,
seu nome era Alcides e ele passou mais de dez anos à mercê de
sua madrasta, Hera, que fez questão de transformar a sua vida
em um inferno, pois ele era um semideus e quase todas as
tarefas que ele teve que cumprir eram, além de difíceis,
incompatíveis com o tipo de ser que ele era. Com exceção da
Hidra de Lerna e o Leão de Neméia, Alcides teve de limpar
estábulos, correr atrás de um javali, roubar frutos, pedir um cão
de três cabeças emprestado para o governador do submundo
etc. Considerando que semideuses estavam sempre se
envolvendo em altas aventuras (repletas de monstros, tesouros,
romance e muita adoração por parte do povo), Alcides estava
vivendo uma fase no mínimo humilhante e Hera tinha total

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

consciência disso, pois era justamente essa a intenção dela, a de


destruir a autoestima do enteado. Contudo, o que ela não
esperava era que à medida que Alcides ia cumprindo essas
tarefas, ele ia ficando cada vez mais inteligente, humilde,
flexível, honrado e gentil. Ele deixou de ser um homem cujo
único diferencial era a força física para se transformar em um
ser individuado, repleto de talentos únicos que no final o
colocaram acima de qualquer outro semideus.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Às vezes, aquelas situações que nós hoje vemos como privação,


atraso de vida, fracasso e humilhação são justamente o que
precisamos para nos fortalecermos e virarmos seres humanos
diferenciados.

A propósito, “Héracles” vem de Heras e Kleos ou seja, “para a


glória de Hera” (ou, se preferir, “o tiro que saiu pela culatra”).

Esse tipo de mito inspira qualquer um que nesse exato


momento está se sentindo refém de uma situação difícil a ter
esperança e determinação para suportar as adversidades e
continuar seguindo em frente (nem que seja 0.0001% ao dia),
ele é perfeito para pessoas que ainda moram com os pais e
dependem deles, recém-formados que acabaram de entrar para
o mercado de trabalho ganhando uma merreca, homens e
mulheres que estão em um relacionamento tóxico e que ainda
não têm condições de sair de casa etc.

Enfim, os mitos eram extremamente importantes para o


crescimento e fortalecimento da estrutura interna humana.

Agora, o que aconteceu de lá para cá?

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Por que os mitos foram praticamente rebaixados a “historinhas


para fazer crianças dormirem”?

É o que veremos a seguir.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

QUANDO FOI QUE A HUMANIDADE


COMEÇOU A SE PERDER?

À medida que a consciência humana foi evoluindo e a razão foi


tomando conta da psique, o ser humano começou a
desenvolver uma propensão para acreditar tão somente naquilo
que pudesse ser visto, explicado e comprovado. Lentamente, a
ciência e a tecnologia foram assumindo o lugar dos mitos e isso
tem sido um tanto desastroso para a sociedade, porque
conforme vários antropólogos já muito bem observaram em
seus trabalhos, quando uma civilização perde o contato com os
seus valores espirituais, as pessoas perdem o propósito de vida,
a organização social se desintegra e os próprios indivíduos
iniciam um processo de decadência moral.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

A finalidade da ciência e da tecnologia nunca foi a de


substituir, e sim a de complementar esses valores
espirituais adquiridos com os mitos. São eles que conectam
e atribuem significado para tudo aquilo que já aconteceu e que
está acontecendo na nossa vida neste exato momento, como se
eles fossem o cimento que une cada tijolinho do nosso ser.

Aquela visão das adversidades do presente como um capítulo


de uma história que ainda está longe de terminar se foi e, com
ela, a esperança de dias melhores e a força para suportar as
provações do agora. As pessoas não sabem mais o que esperar
do amanhã, que passou a ser um mistério. Essa falta de resposta,
associada a essa perda de essência, está deixando a humanidade
mais ansiosa do que nunca.

Aliás, a ansiedade virou um dos maiores males da atualidade


(senão o maior). O que é a ansiedade, senão o ato de ficar
com a mente presa em um futuro caótico? Quando a sua
mente está ansiosa, ela só foca no que pode acontecer mais para
a frente e o panorama imaginado é sempre o pior possível.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Como a ansiedade é um sentimento que está diretamente


relacionado à percepção de uma ameaça, o sistema límbico
(aquela área do cérebro que controla os comportamentos
responsáveis pela sobrevivência) começa a produzir um
coquetel de hormônios, entre eles a adrenalina. Isso provoca
várias mudanças na nossa fisiologia e nas nossas atitudes, como
por exemplo:

• “Visão de túnel” (que é quando a sua visão e audição só


focam nos sinais de ameaça e/ou rotas de fuga);
• Perda do senso humor;
• Incapacidade para ouvir e demonstrar empatia;
• Agressividade (ativa e/ou passiva);
• Obstrução.

Em suma, quando o sistema límbico está no comando, você


vira uma pessoa pouco racional e difícil de lidar, mas não é essa
a pior parte. Quando essa parte do cérebro fica ativa por
mais de cinco minutos seguidos, nosso sistema
imunológico fica parcialmente debilitado por até seis
horas. Em outras palavras, você fica mais vulnerável para

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

doenças cardíacas, tensões musculares, hipertensão e até


mesmo alguns tipos de câncer.

Ou seja, a sociedade está ficando doente, tanto da cabeça


quanto do corpo.

O falecido psicólogo Victor


Frankl chamava esse
cenário de vácuo
existencial. Segundo ele, o
vácuo existencial é uma
espécie de neurose coletiva,
marcada pela falta de
sentido, pela futilidade e
pelo absurdo. Os principais
sintomas dessa neurose são justamente a depressão, a
agressão e a toxicodependência, mas ele também pode se
manifestar através do vício em trabalho, hedonismo
excessivo, promiscuidade, vício em televisão (ou internet),
obsessão por atividades físicas etc.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

A psicóloga Ivar Aparecida Xausa dizia que isso era uma forma
de obter pseudossentidos que no final acabam alienando o
homem da própria consciência e da própria liberdade.

Como as pessoas não sabem mais o que elas querem, elas


acabam aderindo ao que os outros querem delas ou então
querendo o que os outros querem (vulgo conformismo).

Contudo, existem boas notícias. Você não precisa (ou pelo


menos não mais precisa) passar por isso, pois essa essência
mítica, que a tantos já norteou e que produziu os maiores heróis
da humanidade nunca deixou de existir. Segundo o psicólogo
Carl Jung, ela continua dentro de nós, porém reprimida no
inconsciente e tudo que precisamos fazer é despertá-la usando
um processo de três etapas, vamos dar uma olhadinha em cada
uma delas?

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ETAPA 1: ESTUDAR MITOLOGIA

Se você já assiste o programa Momento Mítico, meus


parabéns! Você já está cumprindo a primeira etapa para
despertar a sua essência mítica: estudar mitologia.

Quanto mais mitologia você estudar, maior vai ser a sua


facilidade para identificar que tipo de história você está vivendo
e que tipos de desdobramentos ela pode vir a ter.

Para quem não sabe por onde começar, a mitologia grega é sem
dúvida a mais famosa (e rica) de todas elas, mas isso não
significa que não é uma boa ideia você estudar a mitologia de
outras culturas, principalmente a do seu povo.

Por exemplo, caso você seja descendente dos escravos que


vieram da África para o Brasil, é altamente recomendável que

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

você dê uma olhada na mitologia dos Orixás ou até mesmo na


mitologia islâmica (pois alguns dos escravos que vieram para o
Brasil eram muçulmanos).

Toda conexão mitológica tem poder, mas nenhuma delas é tão


poderosa quanto aquela que você faz com a mitologia dos seus
próprios antepassados.

O povo brasileiro é bem miscigenado e é praticamente


impossível que nós tenhamos apenas uma raiz mitológica.
Em 2020 eu realizei um exame de ancestralidade para descobrir
a minha ascendência. Eu já sabia das minhas raízes portuguesas
(não só porque nasci em Portugal, mas porque parte da família
materna e a totalidade da família paterna são lusitanas), mas eu
não sabia que eu também tinha sangue romano, celta,
islâmico e mouro. Isso foi interessante, porque passei a
estudar a mitologia desses povos e senti uma ressonância ainda
maior entre as narrativas deles e os eventos da minha vida.

Caso você tenha a oportunidade, recomendo muito que faça um


exame de ancestralidade. Hoje em dia, os valores deles estão
bem mais acessíveis do que costumavam ser e além da questão

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

da ascendência, os laboratórios que os realizam são capazes de


levantar uma série de informações adicionais que são cruciais
para incrementar a sua qualidade de vida, tais como problemas
de saúde em potencial (para que você comece a preveni-los
desde já) as melhores dietas para o seu biotipo, medicamentos
que podem (ou não) provocar reações adversas, vícios que você
tem uma maior propensão para desenvolver etc.

“Puxa vida, João! Ainda não tenho condições para fazer um exame
desses...”

Não tem problema. Conforme eu falei, comece pela mitologia


grega, pois a Grécia é o berço da civilização ocidental e é bem
provável que parte do seu DNA seja grego (ainda que em uma
porcentagem bem pequena).

O próximo passo para despertar a sua essência mítica é o de


identificar e equilibrar os seus arquétipos.

“O que são arquétipos, João?”

É o que iremos ver no próximo capítulo...

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ETAPA 2: IDENTIFICAR E EQUILIBRAR SEUS


ARQUÉTIPOS REGENTES

Imagine a seguinte trama:

Um bandido assaltou um banco e, para impedir que


algum herói o capturasse na saída, instalou dentro do
cofre uma bomba-relógio com potencial suficiente para
devastar pelo menos quatro quarteirões e hackeou a
tecnologia da porta para impedir que ela fosse aberta
com facilidade.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Agora, vamos supor que isso aconteceu em Metropolis. Como


o Superman lidaria com isso? Ele provavelmente arrancaria a
porta, pegaria a bomba e a levaria para o espaço, para detoná-la
de uma maneira segura.

E se isso acontecesse em Gotham City, a cidade do Batman?


Como o homem-morcego resolveria isso? Das duas uma, ou ele
pediria para a Oráculo anular o hack que o bandido fez ou ele
mesmo removeria a tranca da porta usando algum solvente
exclusivo das Indústrias Wayne, para logo em seguida entrar e
desativar a bomba (o que, para alguém com a inteligência dele,
seria extremamente fácil).

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Terceira e última possibilidade, imagine que isso aconteceu na


cidade do Flash, Central City. Qual seria a saída do velocista
escarlate? Simples, ele iria começar a vibrar para desestabilizar
as próprias moléculas e atravessar a porta, pegar a bomba,
atravessar de volta com ela nas mãos e logo em seguida correr
para o meio do deserto do Saara, onde ela seria detonada sem a
necessidade de danos e/ou mortes.

Onde eu quero chegar com isso?

Um mesmo problema pode ser resolvido de diferentes


maneiras e não adianta você tentar resolvê-lo, por exemplo, da
maneira que o Superman o faria quando os seus poderes são os
do Flash. Em outras palavras, não basta ter consciência da
história que está sendo vivida, você precisa descobrir que tipo
de personagem você é e como usar os talentos dele a seu favor
para contornar os desafios que te foram incumbidos. Na

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

psicologia analítica, esses personagens são conhecidos como


arquétipos.

Sempre que uma determinada experiência humana


começa a se repetir com uma certa frequência ao longo da
história, todos os seus denominadores em comum são
“compilados” em um arquétipo.

Por exemplo, você já sabe que líderes costumam ter alguns


traços de comportamento em comum, como inteligência social,
justiça, controle emocional, humildade etc. Apesar de existirem
algumas variações de um líder para o outro, todos eles possuem
uma essência parecida, o que torna a figura do líder um
arquétipo.

Os arquétipos funcionam como subpersonalidades que estão a


todo instante influenciando o nosso comportamento. Como
eles se originam no inconsciente coletivo (uma camada do
inconsciente que interliga toda e qualquer mente humana), é
comum as pessoas “incorporarem” arquétipos que elas nunca
tiveram um contato prévio.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Alguma vez você já teve uma atitude incomum e que até hoje
permanece sem explicação?

Quando eu tinha catorze anos, havia um rapaz na minha sala de


aula que todos os dias fazia da minha vida um inferno. Além de
amarrar minha mochila à carteira e jogar pedaços de giz e
amendoins na minha cabeça durante a aula, ele frequentemente
me agredia de forma gratuita com “pescotapas” e socos no
ombro. Como ele era muito maior e eu morria de medo dele,
eu acabava permitindo esses maus tratos todos.

Um belo dia, ele estava prestes a me dar o seu habitual


“pescotapa” quando eu subitamente segurei sua mão, me
levantei e acertei um soco na sua cara. Furioso, ele partiu para
cima de mim, mas eu não recuei e continuei distribuindo (bem
como recebendo) uma série de socos. Eventualmente, eu acertei
o estômago dele e tão logo ele se curvou, acertei uma cotovelada
em suas costas, o que o fez cair no chão. Nisso, todos os colegas
de sala de aula que vinham acompanhando os episódios de
implicância desse rapaz com a minha pessoa começaram a me
aplaudir. Naquele dia, eu virei um herói e nunca mais aquele
valentão me importunou. Durante muito tempo eu fiquei me

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

perguntando como foi que consegui (e de uma hora para a


outra) reunir tanta coragem não só para encarar, mas vencer
aquele gigante.

Hoje em dia, eu tenho razões para acreditar de que aquilo foi


um episódio de “possessão” por parte do arquétipo do
guerreiro (ou será que foi o louco?). Aliás, olha o sincretismo
desse episódio com a história de Davi e Golias...

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Existem pelo menos 4 arquétipos influenciando tudo que


fazemos, pensamos e sentimos neste exato momento e eles não
estão nos regendo à toa, alguma necessidade nossa os invocou.
Por exemplo, imagina que um dos arquétipos que está te
regendo é o do líder. Ele não surgiu “por acaso”, alguma
situação que você está vivendo está te exigindo uma postura de
liderança, não necessariamente no sentido de coordenar
pessoas, pode ser uma liderança interna.

Quando você começa a estudar os arquétipos, fica muito mais


fácil identificar os que atualmente estão te regendo e utilizá-los
a seu favor para avançar na sua jornada.

A quantidade de arquétipos existentes é praticamente infinita,


mas segundo a psicóloga Carol S. Pearson, existem 12 que são
específicos para as jornadas de transformação e eu irei abordar
cada um deles a partir da próxima página, mas antes de
prosseguir, uma breve (e importante) observação: muito
embora eu irei utilizar o pronome masculino para
referenciar e descrevê-los, não existe uma discriminação
de gênero na prática. Em outras palavras, tanto homens
quanto mulheres podem ser regidos por esses arquétipos.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 1 – O INOCENTE

O inocente é aquela pessoa ingênua, otimista e completamente


crédula. Como ela nunca passou necessidade e/ou sofreu com as
mazelas deste mundo, pode ser que ela tenha pensamentos e
comportamentos um tanto desalinhados com a realidade, o que não
só podem acabar irritando (e afastando) quem já é mais vivido e
calejado, mas que também podem torná-la uma presa fácil para
indivíduos e entidades que utilizam pessoas como ela como "massa
de manobra" para atingir os seus mais nefastos objetivos. O inocente
é quase sempre uma pessoa que depende da validação e/ou dos
cuidados dos outros e quando este arquétipo está desequilibrado,
pode ser que ela viva em um estado de negação que a deixa
praticamente cega para o mal que está fazendo a si mesma e aos
outros.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 2 – O ÓRFÃO

O órfão é basicamente um inocente que se decepcionou com algo


e/ou alguém que ele acreditava poder contar. Ele costuma ser
amargurado, sarcástico, desconfiado e um tanto vitimista, mas tem
uma certa tendência para ser autossuficiente e solidário com aqueles
que passaram pelas mesmas decepções que ele. Muitos dos atuais
movimentos ideológicos movidos pelo ódio a algo e/ou alguém são,
na verdade, congregações de órfãos que vivem alienados da realidade,
pois eles só conversam e convivem com pessoas iguais a eles.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 3 – O CARIDOSO

O caridoso é aquela pessoa que só se sente realizada quando está


cuidando dos outros. Algumas são assim porque realmente gostam
de ajudar o próximo, mas existem várias outras que se comportam
dessa maneira porque foram desde cedo condicionadas para tal e
quando esse arquétipo é forçado, pode ser que essas pessoas virem
chantagistas emocionais, que ficam toda hora relembrando os outros
dos sacrifícios que fizeram por eles para induzi-los ao sentimento de
culpa e mantê-los sob controle.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 4 – O GUERREIRO

O guerreiro é aquela pessoa voltada para a conquista, que luta pelo


que acredita e sem desanimar perante os obstáculos. Sua vontade de
vencer é sempre maior que os seus medos, o que acaba favorecendo
uma série de atos de coragem. Como este arquétipo é focado na
batalha (seja ela mental, espiritual ou física), quem está sob a sua
regência costuma ter bastante força de vontade e energia. Quando o
guerreiro está desequilibrado, pode ser que a pessoa fique brigona,
impulsiva, impiedosa e controladora.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 5 – O EXPLORADOR

O explorador é aquela pessoa com espírito aventureiro, que está a


todo instante saindo da zona de conforto e buscando novas
experiências. Indivíduos regidos por este arquétipo costumam ser
muito sensíveis ao tédio e valorizam bastante a liberdade para ir, vir
e fazer o que quiserem. Como ele vive se expondo a uma ampla
variedade de experiências, este arquétipo é, seguramente, o que
mais facilidade tem para encontrar o propósito de vida (conforme
veremos mais adiante). Quando o explorador está mal trabalhado,
pode ser que a pessoa sob a sua regência fique solitária, alienada e
indiferente aos sentimentos dos outros.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 6 – O AMANTE

Beleza, estética e romance são valores importantes para este perfil,


que tem medo de ficar sozinho e está sempre buscando se relacionar
com outras as pessoas. Ele é puro coração e sensibilidade. O amante
fica feliz quando se sente amado e gosta, também, de amar,
independentemente de sua forma (sexual, familiar, fraternal etc.).
Quando este arquétipo está fora de controle, pode ser que as pessoas
sob sua regência fiquem promíscuas e/ou codependentes e relutantes
para encerrar um relacionamento tóxico.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 7 – O DESTRUIDOR

O destruidor é aquela pessoa rebelde, transgressora de regras, que


não gosta de agir por influência ou pressão externa. Este arquétipo
parece ser negativo, mas não necessariamente ele o é. Sempre que a
sua vida atinge um ponto em que tudo que você pensava, tinha ou
fazia não mais te serve propósito algum, é quase 100% certo de que
destruidor irá assumir uma vaga no seu "G4" arquetípico para te
ajudar a "destruir", "romper" e "desapegar" de tudo isso e abrir
caminho para o seu novo "eu". Quando este arquétipo está
desequilibrado, pode ser que as pessoas sob sua regência se tornem
violentas e destrutivas, não só com relação ao próximo, mas também
com relação a elas mesmas. Não são poucos os indivíduos sob a
regência do destruidor que confundem a necessidade de morte
simbólica com a de uma morte real e que acabam tirando a própria
vida.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 8 – O CRIADOR

Se por um lado é o destruidor que acaba com aquela vida que você
costumava levar, é o criador que te ajuda a construir uma nova (tanto
que ele quase sempre vem logo atrás desse primeiro que eu acabei de
mencionar). Pessoas que estão sob a regência deste arquétipo ficam
com a criatividade à flor da pele e expressam esse dom por meio de
ações significativas repletas de imaginação e genialidade. Quando
este arquétipo está desequilibrado, pode ser que a pessoa fique
obsessiva, inconstante e incapaz de sair do reino do imaginário, ou
seja, ela pensa muito, mas nada faz, o que por sua vez pode ser um
sinal de perfeccionismo e/ou até mesmo de um certo medo
(inconsciente) de lidar com os obstáculos que são inerentes ao
processo de criação.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 9 – O GOVERNANTE

O governante é um arquétipo que só costuma aparecer quando uma


jornada está próxima de terminar e foi bem-sucedida. Pessoas regidas
pelo governante são aquelas que já conseguiram promover uma ou
mais mudanças significativas em sua própria realidade e viraram, para
muitos, uma autoridade e/ou uma referência de sucesso nessas áreas
que foram transformadas. Ao mesmo tempo, elas já se
conscientizaram de que são elas mesmas as responsáveis pela vida
que elas levam e que as únicas maneiras saudáveis de conquistar o
respeito e a colaboração dos outros é servindo, empoderando e
inspirando o próximo. Caso esse arquétipo perca o equilíbrio, pode
ser que esse poder suba à cabeça da pessoa que está sendo regida por
ele e ela se transforme em um déspota, repleto de atitudes tiranas.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 10 – O MAGO

O mago é aquela pessoa que transforma uma realidade já existente


através da mudança de visão (ao contrário do criador, que faz as
coisas "do zero"). Existem pessoas e situações que ao mesmo tempo
que nos são prejudiciais, nem sempre é possível nos desapegarmos
delas em um primeiro instante. Nesse caso, só existe uma solução:
mudar a maneira como nós as enxergamos e só isso já é o suficiente
para transformar a nossa realidade de uma hora para a outra, como
se fosse um passe de mágica. Quando este arquétipo está
desequilibrado, pode ser que a pessoa regida por ele se transforme
em um "mago reverso", ou seja, ao invés de ressignificar o negativo
para o positivo, ela faz o exato contrário e transforma tudo que existe
de bom em algo ruim.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 11 – O SÁBIO

O sábio é aquela pessoa que usa o estudo, a inteligência, a análise e a


autorreflexão para entender a si mesmo e ao mundo. Pessoas regidas
por este arquétipo costumam ter sede de conhecimento e não raro
são percebidas pelos outros como uma biblioteca ambulante, mas
isso não significa que elas não são humildes e que elas não
reconsideram toda e qualquer informação que elas até então
tomavam como uma verdade absoluta ao serem apresentadas às
evidências que as contrariam. Quando o arquétipo do sábio está
desequilibrado, essa humildade desaparece e a pessoa regida por ele
vira um ser arrogante, teimoso e até mesmo solitário (pois o excesso
de racionalidade deixa o ser humano com as habilidades sociais
comprometidas e um tanto quanto insuportável).

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ARQUÉTIPO 12 – O BOBO

O bobo é aquela pessoa que preza pela diversão. Flexível e bem-


humorado, este arquétipo é fundamental para que possamos
descontrair ao longo da nossa jornada e rir de nós mesmos, sem nos
preocuparmos com o que os outros vão pensar. Quando o bobo está
bem equilibrado, as pessoas regidas por ele ficam mais leves,
autênticas, comunicativas, atraentes e divertidas. Quase toda tarefa
rotineira e/ou mundana vira um passatempo nas mãos de um bobo
bem equilibrado. Agora, quando este arquétipo está fora de controle,
ele pode deixar as pessoas malandras, hedonistas, preguiçosas e
gulosas.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Todos esses arquétipos possuem luzes (qualidades) e sombras


(defeitos), portanto, identificar os 4 arquétipos que estão te
regendo é apenas o começo. Você precisa, em seguida, mapear
as luzes e sombras que estão em evidência em cada um deles
para se conscientizar dos ajustes a serem feitos.

Você com certeza possui pelo menos um arquétipo regente com


sombras que precisam ser trabalhadas e enquanto você não o
curar, não poderá substitui-lo por outro de sua preferência.

“Por quê, João?”

Porque quando você rejeita um arquétipo regente e que


necessita de cuidados, ele se revolta contra você e fica
sombrio full mode .

Imagina que você é o engenheiro (ou engenheira) responsável


por uma obra onde trabalham 4 pedreiros e que por conta de
condições de trabalho insalubres que você deveria ter
observado, um deles caiu e quebrou a perna. Qual seria a atitude
certa a ser tomada? Responsabilizar-se pelo tratamento desse
pedreiro (já que o acidente foi responsabilidade sua) e
posteriormente reintegrá-lo à obra, correto? Agora,

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

suponhamos que você fez o contrário, ou seja, ao invés de se


responsabilizar por ele e consertar os danos que lhe foram
provocados, você o demitiu (alegando invalidez) e contratou
outro pedreiro para ocupar o seu lugar. O que o pedreiro
descartado muito provavelmente irá fazer? Ele irá, no mínimo,
te processar e como as chances de ele ganhar são altíssimas,
pode ser que a sua obra tenha que ser cancelada para que você
possa pagar a indenização que lhe será devida.

É mais ou menos isso o que acontece quando você substitui um


arquétipo “defeituoso” sem antes curá-lo.

Por exemplo, vamos supor que um de seus arquétipos regentes


seja o Bobo. Pode ser que você, ao se conscientizar disso, pense
algo do tipo:

“Cruz credo, não quero ser isso aí não, eu vou é trocar esse bobo por um
mago!”

Contudo, esse seu Bobo está com uma ou duas sombras que
precisam ser trabalhadas e caso você o rejeite sem curá-las,
TODAS as sombras dele (além das já existentes) serão ativadas

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

e a sua mente será apossada pela versão sombria desse


arquétipo, que irá transformar a sua vida em um inferno.

Quando os seus 4 arquétipos regentes estão saudáveis, é como


se a sua mente tivesse a sua própria “Liga da Justiça”, porque
todos eles irão trabalhar em equipe para fazer do SEU universo
um lugar melhor.

No entanto, ainda falta uma terceira e última etapa para


despertar de uma vez por todas a sua essência mítica, talvez a
mais importante de todas, vamos descobrir qual é?

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ETAPA 3: VIVER COM PROPÓSITO

Você já teve a impressão de que existe um buraco na sua vida


que apesar de todos os seus esforços para preenchê-lo,
permanece do jeito que está e até mesmo aumentando de
tamanho com o passar do tempo?

A grande verdade é que cada ser humano nasce com um


conjunto único de características e para que ele seja
verdadeiramente feliz, ele precisa honrá-las e construir,
como a ajuda delas, uma vida significativa e inspiradora.

Contudo, não é de hoje que a sociedade impõe um modelo de


sucesso engessado e que se resume a basicamente duas coisas:
status e dinheiro.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Quem não tem, fica com a sensação de que fracassou na vida e


muitos daqueles que os têm se sentem da mesma maneira!
Alguma coisa nessa conta não está batendo. Se status e dinheiro
fossem sinônimos de sucesso, por que existem tantos
empresários multimilionários e celebridades caindo em
depressão, até mesmo acabando com a própria vida?

É por isso que a humanidade está mais do que nunca precisando


de heróis de verdade.

Herói (ou heroína) é toda e qualquer pessoa corajosa que


abraçou o seu destino, transformou o universo em um
lugar melhor e que continuou, mesmo após o seu
desencarne, vivendo dentro daqueles que se inspiraram no
seu exemplo e/ou se beneficiaram com as suas obras.

Existe uma palavra grega chamada KLEOS, que significa “a


glória que vai se perpetuar para além da nossa morte”.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Quando o guerreiro Aquiles foi convocado para a guerra de


Tróia, ele foi se consultar com sua mãe, a deusa Tétis, que tinha
o dom da premonição e eis o que ela disse para ele:

“Filho, se você resolver ficar por aqui, eu te garanto que a sua vida será
bem confortável. Você vai conhecer uma mulher maravilhosa, que vai te
dar filhos lindos e muito saudáveis. Você terá o privilégio de viver o bastante
para conhecer os seus netos e morrerá bem idoso. Seus bisnetos ainda
ouvirão falar sobre você, mas a partir da geração seguinte, ninguém mais
irá mencionar o seu nome, você vai deixar de existir. Agora, caso você
decida partir para Tróia, você não irá voltar de lá com vida. Na melhor
das hipóteses, você viverá mais uma década. Contudo, os seus feitos serão
tão relevantes que você irá atingir a KLEOS e deixar um legado que se

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

perpetuará por séculos e mais séculos, porque o seu nome vai entrar para a
história”.

Resultado? Aquiles partiu para Tróia, porque era essa a ethos dos
guerreiros daquela época, eles preferiam morrer jovens,
porém deixando um legado que perpetuasse para além de
sua morte do que atingirem a velhice sem terem feito nada
de relevante e morrerem como “zés-ninguéns”.

Dizem que o ser humano morre duas vezes: uma quando ele
desencarna e outra quando seu nome é falado pela última vez.
Quando você constrói um legado, é como se você continuasse
vivendo através das pessoas que se espelharam no seu exemplo
ou que se beneficiaram as coisas que você construiu.

Essa necessidade de deixar um legado é intrínseca ao ser


humano e varia de pessoa para pessoa. Pode ser uma invenção,
uma filosofia, uma descoberta científica, uma série de livros, o
próprio exemplo de mentalidade evoluída (basta ver o exemplo
de Jesus Cristo) etc.

É essa a terceira e última etapa, viver uma vida com propósito


e significado.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Eu não sei se você já faz isso ou se você faz parte dos 99% de
pessoas infelizes que vivem dentro de um gigantesco rebanho,
totalmente alienadas e iludidas pelos falsos ideais de felicidade
que desde cedo foram impostos a elas.

Não adianta saber a história que você está vivendo e dominar


os seus arquétipos quando não existe um norte nessa sua
jornada!

• Para que você está vivendo essa história?


• Para que você está sendo regido(a) por esses arquétipos?
• Qual a conexão entre esse atual desafio e o legado que
você precisa deixar para a humanidade?

Existe algo muito maior por trás de tudo isso e você


precisa descobrir o que é, senão nada do que fizer terá
sentido.

São 5 os indicadores de que existe propósito no que você faz:

• Você sente bastante energia;


• Você dificilmente se desmotiva;
• Sua criatividade e/ou inspiração vem com facilidade;

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

• Se você tivesse que fazer isso de graça, ainda que por


uma pequena quantidade de tempo, o faria sem problema
algum;
• Você pode até ficar cansado(a), mas jamais fica
estressado(a).

Quando você não faz ideia do seu verdadeiro propósito, um


bom começo é a prática da curiosidade. Aliás, você sabia que a
palavra “cura” vem de “curiosidade”? Pois é, quando você
cultiva o hábito de experimentar coisas novas (viagens, leituras,
hobbies, atividades físicas, áreas de interesse etc.), as
probabilidades de se “esbarrar” com o seu propósito e “curar”
a sua alma aumentam significativamente.

É praticamente impossível encontrar o seu propósito


enquanto você estiver sempre frequentando os mesmos
lugares, sempre falando com as mesmas pessoas, sempre
lendo os mesmos conteúdos, sempre comendo as mesmas
comidas etc.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para desmistificar


uma falácia que tem sido amplamente divulgada por uma série
de coaches totalmente desinformados sobre o assunto:

NEM SEMPRE O SEU PROPÓSITO DE VIDA ESTÁ


RELACIONADO AO SEU TRABALHO

É muito importante deixar isso bem claro, porque já vi casos de


pessoas que pediram demissão do emprego atual e que em
seguida não só não encontraram significado em suas novas
empreitadas profissionais, mas também não conseguiram
retornar para o trabalho antigo e entraram em depressão.

Existem situações em que propósito não necessariamente


está alinhado ao trabalho, mas que em contrapartida
confere todo um significado para ele.

Isso inclusive me lembra a história do Dr. Kakiko, pai do


Daniel, um grande amigo meu da época da escola. O Dr.
Kakiko (era assim que a família e os amigos carinhosamente o
chamavam) sempre teve um talento natural para a música, mas
nunca demonstrou interesse em transformá-lo em uma
profissão, pois sabia que isso implicaria na sujeição de seus

56
INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

talentos aos caprichos de terceiros e essa perda de liberdade


certamente acabaria com toda aquela sensação gostosa de
prazer e realização que ele sentia na hora de tocar. Resultado?
O Dr. Kakiko se formou em odontologia (assim como o pai) e
virou um grande dentista, mas nunca deixou de lado o seu
talento musical, que continuou sendo cultivado e ficando cada
vez melhor. Eventualmente, ele teve a brilhante ideia de integrar
a música com a sua prática odontológica, ou seja, ele começou
a levar seus instrumentos para o consultório e entre um
procedimento e outro ele entretinha e relaxava seus pacientes
com uma boa música ao vivo, tocada exclusivamente para eles.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Boa parte do que o Dr. Kakiko faturou foi investido em


instrumentos, acessórios, amplificadores e até mesmo obras na
sua casa, para que ele pudesse entreter suas visitas fazendo o
que mais gosta e com uma pegada profissional. Hoje em dia o
Dr. Kakiko vive entre as estrelas, mas certamente continuará
vivendo dentro de todos aqueles que se inspiraram com essa
linda relação entre a música e o trabalho que ele tinha,
principalmente o Daniel (que gentilmente me autorizou a
contar esta história).

Eu acabei de falar que a prática da curiosidade costuma ser um


bom começo para quem não conhece seu propósito, mas é claro
que existem vários outros meios para descobri-lo. Eu tive que
garimpar bastante para descobrir os que realmente funcionam,
porque boa parte dos materiais e exercícios voltados para a
descoberta de propósito são pura baboseira e mais atrapalham
do que ajudam.

Além disso, existe uma outra questão que é muito importante


(e, ao mesmo tempo, pouco abordada): caso você descubra o
seu propósito, de que maneira irá incorporá-lo à sua vida?
Porque nem sempre isso será possível sem a realização de uma

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

ou mais mudanças de grande porte na vida que você


atualmente leva e para muita gente, isso pode ser um tanto
quanto assustador.

O ser humano tem, por natureza, medo do desconhecido e ele


não raro fica tão habituado com a vida difícil que ele leva que
mesmo desejando uma nova realidade, por ele não ter
familiaridade alguma com ela, ele fica inconscientemente
amedrontado e protelando essas mudanças, assumindo novos
compromissos/problemas para ocupar o tempo e/ou
inventando uma desculpa atrás da outra para permanecer do
jeito que está.

Outra coisa, você já leu alguma obra sobre arquétipos,


inconsciente coletivo, sombra psicológica etc.? Quase todo
material existente sobre esses assuntos foi projetado para
acadêmicos, a linguagem era tão técnica e a exposição das ideias
era tão complexa que era praticamente impossível para uma
pessoa mais leiga compreendê-los.

“O que você quis dizer com ‘era’, João? Por que está falando no tempo
passado?”

59
INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Porque foi pensando nesses pontos todos que acabei de abordar


que eu iniciei, no final de 2018, uma jornada que não foi nada
fácil, mas que felizmente está próxima de terminar e cujos
resultados vão beneficiar milhares de vidas.

Eu passei três anos estudando, trabalhando e investindo boa


parte da minha reserva financeira na criação de um programa
simplificado, automatizado e acelerado de desenvolvimento
mítico chamado Despertar do Herói.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

O QUE É O DESPERTAR DO HERÓI?

O Despertar do Herói é um programa multidisciplinar de


transformação de vida que foi projetado para toda e qualquer
pessoa que deseja reescrever a própria história.

Com ele, você irá:

• Reinterpretar os eventos do seu passado e atribuir um


novo significado a eles;
• Identificar o seu VERDADEIRO propósito de vida;
• Localizar e harmonizar os seus 4 arquétipos regentes;
• Desvendar e curar os arquétipos rejeitados que muito
provavelmente estão sabotando o seu sucesso;
• Descobrir o tipo de história que você atualmente está
vivendo;

61
INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

• Planejar a jornada de reinvenção que irá alinhar o seu


propósito com os seus arquétipos e a sua história;
• Desenvolver mentalidades e comportamentos para:
 Gerenciar as emoções;
 Enxergar a realidade com novos olhos;
 Repelir pensamentos negativos e/ou derrotistas;
 Contornar (e com maestria) toda e qualquer adversidade de
pequeno, médio e grande porte que possa vir a surgir ao
longo do caminho;
 Manter a motivação;
 Reconhecer e integrar as suas sombras psicológicas
• Decifrar o conteúdo dos seus sonhos, que na maioria das
vezes contêm recados importantes relacionados à sua jornada;
• Acabar com o vazio existencial;
• Inspirar as pessoas à sua volta;

• DEIXAR UM LEGADO (KLEOS)!

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

QUAIS SÃO OS MAIORES DIFERENCIAIS DO


DESPERTAR DO HERÓI?

1. ÁREA DE MEMBROS INTERATIVA E IMERSIVA

Ao contrário da maioria dos programas avançados de


transformação pessoal (que costumam ser muito passivos), o
Despertar do Herói conta com uma área de membros única e
exclusiva.

Além de assistir as videoaulas, você poderá realizar os exercícios


do programa lá mesmo, dentro dela.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Todos os seus resultados ficarão armazenados no sistema e


apenas você poderá consultá-los (bem como editá-los e/ou
apagá-los), a hora que quiser.

Ah, e você pode exportá-los para PDF, caso queira imprimir


alguma coisa!

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

2. FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO EXCLUSIVA

Você não precisa perder o seu tempo (e energia) em um


interminável processo de reflexão para descobrir seus
arquétipos regentes e as suas sombras. O programa possui uma
ferramenta de diagnóstico exclusiva chamada IPSA (Índice
Pearson-Seligman-Abrantes), que em poucos minutos irá te
revelar quase tudo que precisa saber. Primeiro, você fará um
teste que consiste em pontuar uma série de afirmações.

65
INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Em seguida, ele irá te retornar os seus 4 arquétipos regentes e


os seus 2 arquétipos mais rejeitados (e que estão possivelmente
atrapalhando o seu progresso).

A ferramenta também irá te revelar as sombras que estão se


manifestando em cada um dos seus arquétipos regentes.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Com isso, você só precisará focar nos comportamentos que


realmente merecem a sua atenção, sem aquele risco de ficar
trabalhando o que já está bom (e não chegando a lugar algum).

3. MULTIDISCIPLINARIDADE

Toda vertente de desenvolvimento humano tem vantagens e


limitações. Foi pensando nisso que eu resolvi adotar uma
metodologia multidisciplinar, onde uma vertente preenche as
lacunas da outra. Além da Psicologia Analítica, o Despertar do
Herói reúne vários conceitos e exercícios de:

• Psicologia Positiva
• Psicologia Transpessoal
• Psicologia Humanista / Existencialista
• Logoterapia
• Cura Ancestral
• Coaching
• Mitologia
• Terapia Cognitivo-Comportamental

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

4. ACOMPANHAMENTO

Eu tenho total consciência de que por mais completo e didático


que o Despertar do Herói possa vir a ser, sempre existe aquela
possibilidade de você ter dúvidas e/ou inseguranças que não
foram abordadas ao longo do conteúdo regular do programa.
Caso isso aconteça contigo, fique tranquilo(a), pois você
terá seis meses de acompanhamento da minha equipe e
eu.

Como o programa em si leva um mês para ser implementado,


os 30 primeiros dias de acompanhamento serão no formato de
videoconferências semanais ao vivo, onde nós iremos trocar
uma ideia sobre as aulas e os exercícios da semana.

Nos cinco meses seguintes, nós iremos nos comunicar pelo


Telegram em um grupo exclusivo para a turma, não só para
monitorar o seu progresso, mas também para ir tirando dúvidas
e fazendo tudo que estiver ao nosso alcance para te ajudar.

Você não irá ficar sozinho(a) e à mercê durante a sua jornada.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

5. MATERIAL COMPLEMENTAR

A reinvenção pessoal é um processo que quase sempre envolve


alguns ajustes nas mais diversas esferas da vida. Foi pensando
nisso que eu resolvi incluir, como bônus-fidelidade*, os
seguintes treinamentos no programa:

• Mente Aventureira
• Poder Não-Verbal 2.0
• Perfil Magnético 2.0
• Eye Master
• Conversa Inesquecível
• Projeto Autossuficiência

Tudo na íntegra e com acesso liberado por tempo


indeterminado!

Independentemente do tipo de conhecimento, habilidade e


atitude que precisa desenvolver, é quase certo de que irá
encontrar o que precisa em algum desses seis treinamentos.

* Liberados após o fim da garantia de 30 dias

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

COMO FAÇO PARA ME INSCREVER NO


DESPERTAR DO HERÓI?

Assim que a próxima turma for liberada, você irá receber (e com
bastante antecipação) um e-mail com todas as informações
referentes ao programa.

Contudo, não se inscreva nele!


Pelo menos, não sem usar o cupom abaixo...

GUIA2021DH12
Sério, eu tenho certeza de que o seu queixo irá cair com o
desconto que ele irá te dar.

Considere esse cupom a minha forma de te agradecer pelo seu


interesse nesse meu trabalho (que tem sido feito com bastante
dedicação e carinho) e pela sua inscrição na minha lista VIP de
e-mails.

Estamos chegando ao final do livro, mas ainda tenho um último


recado para você...

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

E PARA FINALIZAR COM CHAVE DE OURO...

Você já ouviu falar na "síndrome do caça-níquel"? Esse termo


veio dos casinos americanos, que são repletos dessas máquinas
do tipo "caça-níquel". Quando uma pessoa fica muito tempo
apostando nessa máquina e sem nada ganhar, ela começa a
desenvolver uma ilusão de que irá ganhar alguma coisa a
qualquer momento.

"É só eu insistir mais um pouco que todas as moedas vão ser liberadas!",
pensam elas.

Isso acaba prendendo-as nessa máquina, por medo delas irem


embora e o próximo usuário ganhar tudo já na sua primeira
tentativa.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Quando passamos muito tempo investindo na vida errada, pode


ser que nós desenvolvamos uma ilusão de que a qualquer
momento as coisas irão mudar e nós iremos finalmente
encontrar aquela realização que tanto gostaríamos de ter.

"É só eu insistir mais um pouco que toda a minha felicidade vai ser
liberada!", pensam elas.

Contudo, não é assim que as coisas funcionam. Eu entendo


perfeitamente que, quando nos damos conta de que passamos
uma boa quantidade de tempo investindo em uma vida que em
nada agrega para a nossa alma, a negação é uma reação mais do
que esperada. Ninguém gosta da ideia de aceitar que andou
tomando decisões erradas!

Como lidar com a sensação de que nós só perdemos tempo com


as escolhas que fizemos?

Como lidar com a frustração de termos passado anos a fio


convivendo com as pessoas erradas, frequentando os lugares
errados e trabalhando nas áreas erradas?

Será que nós realmente perdemos o nosso tempo?

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Resposta curta: não.

Agora, uma analogia para explicar o porquê.

Todos os dias, você faz uma série de refeições, certo? O mais


comum é café da manhã, almoço e jantar.

Você sabe que o seu corpo não absorve tudo aquilo que ele
ingere na íntegra, ele só assimila os nutrientes necessários e
descarta o restante através de processos como a sudorese, a
micção e a excreção. Até mesmo dietas pobres fornecem
nutrientes essenciais para nos mantermos vivos (embora sejam
poucos).

Quando realizamos um processo de reeducação alimentar, uma


das principais premissas é a de obter uma quantidade maior (e
melhor) de nutrientes e reduzir/eliminar o que é tóxico. Mas
isso não quer dizer que tudo que comeu até então foi em vão,
pois se você não tivesse comido absolutamente nada, nem
mesmo estaria vivo(a) para promover essa reeducação.

Mal ou bem, mesmo errados, seus hábitos alimentares te


proporcionaram nutrientes essenciais para continuar vivendo.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Nossas experiências passadas, por piores que tenham sido,


providenciaram lições que com certeza serão cruciais para essa
nova etapa que iremos abraçar. É impossível que não tenhamos
aprendido nada com elas, porque até mesmo o insight do que
não se deve fazer é um aprendizado.

Essas lições funcionam como nutrientes para a nossa evolução,


que nos deixaram mais sábios e resilientes.

Quando promovemos uma mudança de vida, uma das


principais premissas é a de obter uma quantidade maior (e
melhor) de lições e reduzir/eliminar o que deixa nossa trajetória
estagnada. Mas isso não quer dizer que o que foi vivido até
agora foi em vão, pois se não tivesse passado pelo que passou,
não teria amadurecido e se fortalecido para valorizar o caminho
correto que agora te aguarda.

Mantenha as lições que aprendeu, que são os nutrientes. O


resto, descarte. Dê descarga. Mas não fique pensando que foi
em vão. Nunca foi.

KLEOS!

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• FRANKL, Viktor. Em Busca De Sentido: Um psicólogo


no campo de concentração. [S. l.]: Vozes, 2017. 140 p.
• GREENE, Liz; SHARMAN-BURKE, Juliet. The
Mythic Journey: Use Myths, Fairy Tales, and Folklore to
Explain Life's Mysteries. [S. l.]: Weiser Books, 2017. 240 p.
• JUNG, C. G. Arquétipos e o inconsciente coletivo. [S.
l.]: Vozes, 2011. 456 p. v. 9.
• NAGY, Gregory. The Ancient Greek Hero in 24 Hours.
[S. l.]: Belknap Press, 2013.
• PEARSON, Carol S. Awakening the Heroes Within:
Twelve Archetypes to Help Us Find Ourselves and Transform
Our World. [S. l.]: HarperOne, 2012.

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

• PETROCELLI, Marina. Você conhece os 12 arquétipos


da personalidade? [S. l.], 17 dez. 2020. Disponível em:
https://plataformasolution.com.br/voce-conhece-os-12-
arquetipos-da-personalidade/. Acesso em: 24 fev. 2021.
• XAUSA, I. A. M. A psicologia do sentido da vida. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 1988.

76
INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

MEU CURRÍCULO

Meu nome é João Abrantes e eu trabalho desde 2011 ajudando


homens e mulheres a alavancarem a vida social, amorosa e
profissional. Nas horas vagas sou marido, nerd, pai de quatro
vira-latas e uma Lhasa Apso, levantador de pesos (o que inclui
halteres e copos de cerveja no final de semana) e também
aspirante a cosplayer.
FORMAÇÃO
Bacharel em Psicologia (UNISEPE) | Especialista em
Psicologia Positiva (PUC) | Cognitive Behavioural
Therapy (CBT) Practitioner (The Academy of Modern
Applied Psychology) | Psychology of Popularity (University
of North Carolina at Chapel Hill) | Psicanálise (Unileya) |
Jornada do Herói e a Psicologia Analítica (Instituto

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

Freedom) | Contos de Fadas na Psicologia Analítica


(Instituto Freedom) | Transtornos de Ansiedade (Portal
Educação) | Transtornos de Personalidade (Portal
Educação) | Introdução à Psicologia Analítica (Instituto
Freedom) | As Múltiplas Faces do Masculino – Os Deuses
E Os Homens (Instituto Freedom) | Alquimia e Psicologia
Junguiana (Instituto Freedom) | Logoterapia (Portal
Educação) | Mitologia Afro-Brasileira e Psicologia
Analítica (Instituto Freedom) | Mitologia Grega e
Psicologia Analítica (Instituto Freedom) | The Ancient
Greek Hero (Harvard University) | The Arts and Science of
Relationships: Understanding Human Needs (University
of Toronto) | Greek and Roman Mythology (University of
Pennsylvania) |Extensão em Neuropsicologia (Portal
Educação) | Extensão em Psicologia da Comunicação
(Portal Educação) | Practitioner em Análise de
Microexpressões (Social Intelligence) | How to Become a
Human Lie Detector (Science of People) | Body Language
for Entrepreneurs (Science of People) | Body Language of
Love and Dating (Science of People) | Subtle Expressions

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INTRODUÇÃO AO DESENVOLVIMENTO MÍTICO

– Expert Level (Paul Ekman Group) | Micro Expressions –


Expert Level (Paul Ekman Group) | Digital Body Language
(Science of People)| Detetive Particular (ABRINP) | Gestão
Estratégica de Recursos Humanos (Universidade Estácio de
Sá) | Formação de multiplicadores/Instrutores de
treinamento (IDEMP) | Extensão em Psicologia Clínica
(Portal Educação) | EMPRETEC (Sebrae) | High Impact
Presentations (Dale Carnegie Training) | Grafologia básica
(Grafologic) | Coaching Internacional (Instituto Arline
Davis) | Dale Carnegie Course (Dale Carnegie Training) |
PNL aplicada à educação (SG Consulting)

MÍDIAS
Site Oficial: https://www.evoluaja.com/
Youtube: http://youtube.com/chameleontitanw
Facebook: joaoabrantesoficial
Instagram: @joaoabrantes81

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