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Legislação desportiva

Aula 1 – Ordenamento jurídico

Noções históricas:

1941 – Primeiro ordenamento jurídico: Decreto-Lei nº3199/1941 -> Estabelecer as bases de


organização do desporto em todo território Nacional.

1975 – Decreto-lei 6251/1975 -> normas gerais sobre desportos; estabeleceu o Conselho
Nacional de Desportos (CND) como última instância no esporte brasileiro.

1976 – Lei 6354/1976 -> trata sobre as primeiras relações de trabalho do atleta profissional de
futebol.

1985 – Decreto nº 91452/1985 -> instituiu a Comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro


(CREB) para promover adequação das estruturas desportivas para o desenvolvimento e
democratização dos desportos.

1988 – CF -> Estados e DF passam a poder legislar sobre o desporto (Art. 24) na educação,
cultura, ensino e desporto.

Art. 217 (maior positivação do desporto)– Desporto é direito inerente de cada um, cabendo
ao Estado o fomento da prática desportiva.
“É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; - AUTONOMIA
DESPORTIVA.
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do
desporto de alto rendimento. PRIORIDADE DO DESPORTO EDUCACIONAL.
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional; DIFERENCIAÇÃO DESPORTIVA.
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. PROTEÇÃO DOS DESPORTOS DE CRIAÇÃO
NACIONAL.
§1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotaram-se as instâncias da
justiça desportiva, regulada em lei. EXAURIMENTO DA JUSTIÇA DESPORTIVA.
§2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
JURISDICIONALIDADE TEMPORÁRIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA.
§3º - O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.” Ex: meia-entrada para estudantes.

O Estado está obrigado a fomentar as práticas desportivas, sem que nenhuma norma
infraconstitucional possa desvirtuar tal afirmação.

A partir de 1988 normas gerais do desporto, do contrato especial de trabalho do jogador de


futebol e da justiça desportiva.

Aula 2 – Lei 9615/98 - Lei Pelé (Lei do Passe Livre) – institui normas gerais sobre o desporto
Art. 2º - O desporto, como individual, tem como base os princípios:

I – da soberania, caracterizado pela supremacia nacional na organização na prática desportiva;

II – da autonomia – faculdade e liberdade de pessoas físicas e jurídicas organizarem-se para a prática esportiva.

III – da democratização – garantido em condições de acesso às atividades desportivas sem quaisquer distinções ou formas de
discriminação;

IV – da liberdade – livre prática do desporto, de acordo com capacidade e interesse de cada um, associando-se ou não a entidade
do setor;

V – do direito social – dever do Estado em fomentar as práticas desportivas formais e não-formais;


VI – da diferenciação – tratamento específico dado ao desporto profissional e não-profissional;

VII - da identidade nacional, refletido na proteção e incentivo às manifestações desportivas de criação nacional;

VIII - da educação, voltado para o desenvolvimento integral do homem como ser autônomo e participante, e fomentado por meio
da prioridade dos recursos públicos ao desporto educacional;

IX - da qualidade, assegurado pela valorização dos resultados desportivos, educativos e dos relacionados à cidadania e ao
desenvolvimento físico e moral;

X - da descentralização, consubstanciado na organização e funcionamento harmônicos de sistemas desportivos diferenciados e


autônomos para os níveis federal, estadual, distrital e municipal;

XI - da segurança, propiciado ao praticante de qualquer modalidade desportiva, quanto a sua integridade física, mental ou
sensorial;

XII - da eficiência, obtido por meio do estímulo à competência desportiva e administrativa.

Parágrafo único. A exploração e a gestão do desporto profissional constituem exercício de atividade econômica sujeitando-se,
especificamente, à observância dos princípios:

I - da transparência financeira e administrativa;

II - da moralidade na gestão desportiva;

III - da responsabilidade social de seus dirigentes;

IV - do tratamento diferenciado em relação ao desporto não profissional; e

V - da participação na organização desportiva do País.

PRÁTICAS FORMAIS E NÃO-FORMAIS


Art. 217 da CF: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:

II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do
desporto de alto rendimento.”

Art. 1º Art. Da Lei Pelé: “O desporto brasileiro abrange práticas formais e não-formais e obedece às normas gerais desta Lei,
inspirado nos fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito.

§1º A prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada
modalidade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto.

§2º A prática desportiva não-formal é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.

Art. 3º O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguintes manifestações:

I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a
hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação
para o exercício da cidadania e a prática do lazer;

[Decreto 7.984/2013 divide desporto educacional em duas formas de exteriorização: esporte educacional/esporte formação
(princípios socioeducativos como inclusão e participação) e esporte escolar (talento esportivo; desenvolvimento do espírito
esportivo; potencialidades para a prática do esporte de rendimento]

Podem realizar o desporto escolar: Confederação Brasileira de Desporto Escolar – CBDE; Confederação Brasileira de Desporto
Universitário – CBDU e entidades vinculadas; instituições públicas ou privadas que desenvolvem programas educacionais;
instituições de educação de qualquer nível.

*Porém, os centros de formação de atletas não profissionais em formação mantidos pelos clubes formadores do país continuam
pertencendo ao desporto de rendimento.

II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de
contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do
meio ambiente;

III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais,
com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações.
Parágrafo único: O desporto de rendimento pode ser organizado e praticado:

I - de modo profissional, caracterizado pela remuneração pactuada em contrato formal de trabalho entre o atleta e a entidade de
prática desportiva;

II - de modo não-profissional, identificado pela liberdade de prática e pela inexistência de contrato de trabalho, sendo permitido o
recebimento de incentivos materiais e de patrocínio.

DO SISTEMA BRASILEIRO DO DESPORTO


Art. 4º O Sistema Brasileiro do Desporto compreende:

I - o Ministério do Esporte;

II - (Revogado)

III - o Conselho Nacional do Esporte - CNE;

IV - o sistema nacional do desporto e os sistemas de desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, organizados de
forma autônoma e em regime de colaboração, integrados por vínculos de natureza técnica específicos de cada modalidade
desportiva.

§1º O Sistema Brasileiro do Desporto tem por objetivo garantir a prática desportiva regular e melhorar-lhe o padrão de qualidade.

§2º A organização desportiva do País, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada
de elevado interesse social.

§3º Poderão ser incluídas no Sistema Brasileiro de Desporto as pessoas jurídicas que desenvolvam práticas não-formais,
promovam a cultura e as ciências do desporto e formem e aprimorem especialistas.

Do Sistema Nacional do Desporto

Art. 13º O Sistema Nacional do Desporto tem por finalidade promover e aprimorar as práticas desportivas de rendimento.

Parágrafo único. O Sistema Nacional do Desporto congrega as pessoas físicas e jurídicas de direito privado, com ou sem fins
lucrativos, encarregadas da coordenação, administração, normatização, apoio e prática do desporto, bem como as incumbidas da
Justiça Desportiva e, especialmente:

I - o Comitê Olímpico Brasileiro-COB;

II - o Comitê Paraolímpico Brasileiro;

III - as entidades nacionais de administração do desporto;

IV - as entidades regionais de administração do desporto;

V - as ligas regionais e nacionais;

VI - as entidades de prática desportiva filiadas ou não àquelas referidas nos incisos anteriores.

VII – o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC); e (Redação dada pela Lei nº 14.073, de 2020)

VIII – o Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP). (Incluído pela Lei nº 14.073, de 2020).

Dos Sistemas do Desporto dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

Art. 25. Os Estados e o Distrito Federal constituirão seus próprios sistemas, respeitadas as normas estabelecidas nesta Lei e a
observância do processo eleitoral.

Parágrafo único. Aos Municípios é facultado constituir sistemas próprios de desporto, observado o disposto nesta Lei e, no que
couber, na legislação do respectivo Estado.

DA PRÁTICA DESPORTIVA PROFISSIONAL

Art. 26. Atletas e entidades de prática desportiva são livres para organizar a atividade profissional, qualquer que seja sua
modalidade, respeitados os termos desta Lei.

Parágrafo único. Considera-se competição profissional para os efeitos desta Lei aquela promovida para obter renda e disputada
por atletas profissionais cuja remuneração decorra de contrato de trabalho desportivo.

Art. 28. A atividade do atleta profissional é caracterizada por remuneração pactuada em contrato especial de trabalho desportivo,
firmado com entidade de prática desportiva, no qual deverá constar, obrigatoriamente:
I - cláusula indenizatória desportiva, devida exclusivamente à entidade de prática desportiva à qual está vinculado o atleta, nas
seguintes hipóteses:

a) transferência do atleta para outra entidade, nacional ou estrangeira, durante a vigência do contrato especial de trabalho
desportivo; ou

b) por ocasião do retorno do atleta às atividades profissionais em outra entidade de prática desportiva, no prazo de até 30 (trinta)
meses; e

II - cláusula compensatória desportiva, devida pela entidade de prática desportiva ao atleta.

§1º O valor da cláusula indenizatória desportiva a que se refere o inciso I do caput deste artigo será livremente pactuado pelas
partes e expressamente quantificado no instrumento contratual:

I - até o limite máximo de 2.000 (duas mil) vezes o valor médio do salário contratual, para as transferências nacionais; e

II - sem qualquer limitação, para as transferências internacionais

§ 2º São solidariamente responsáveis pelo pagamento da cláusula indenizatória desportiva de que trata o inciso I do caput deste
artigo o atleta e a nova entidade de prática desportiva empregadora.

§ 3º O valor da cláusula compensatória desportiva a que se refere o inciso II do caput deste artigo será livremente pactuado entre
as partes e formalizado no contrato especial de trabalho desportivo, observando-se, como limite máximo, 400 (quatrocentas)
vezes o valor do salário mensal no momento da rescisão e, como limite mínimo, o valor total de salários mensais a que teria
direito o atleta até o término do referido contrato.

§ 4º Aplicam-se ao atleta profissional as normas gerais da legislação trabalhista e da Seguridade Social, ressalvadas as
peculiaridades constantes desta Lei, especialmente as seguintes:

I - se conveniente à entidade de prática desportiva, a concentração não poderá ser superior a 3 (três) dias consecutivos por
semana, desde que esteja programada qualquer partida, prova ou equivalente, amistosa ou oficial, devendo o atleta ficar à
disposição do empregador por ocasião da realização de competição fora da localidade onde tenha sua sede;

II - o prazo de concentração poderá ser ampliado, independentemente de qualquer pagamento adicional, quando o atleta estiver
à disposição da entidade de administração do desporto;

III - acréscimos remuneratórios em razão de períodos de concentração, viagens, pré-temporada e participação do atleta em
partida, prova ou equivalente, conforme previsão contratual;

IV - repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas ininterruptas, preferentemente em dia subsequente à participação
do atleta na partida, prova ou equivalente, quando realizada no final de semana;

V - férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias, acrescidas do abono de férias, coincidentes com o recesso das atividades
desportivas;

VI - jornada de trabalho desportiva normal de 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

Art. 29. A entidade de prática desportiva formadora do atleta terá o direito de assinar com ele, a partir de 16 (dezesseis) anos de
idade, o primeiro contrato especial de trabalho desportivo, cujo prazo não poderá ser superior a 5 (cinco) anos.

§ 2º É considerada formadora de atleta a entidade de prática desportiva que:

I - forneça aos atletas programas de treinamento nas categorias de base e complementação educacional; e

II - satisfaça cumulativamente os seguintes requisitos:

a) estar o atleta em formação inscrito por ela na respectiva entidade regional de administração do desporto há, pelo menos, 1
(um) ano;

b) comprovar que, efetivamente, o atleta em formação está inscrito em competições oficiais;

c) garantir assistência educacional, psicológica, médica e odontológica, assim como alimentação, transporte e convivência familiar;

d) manter alojamento e instalações desportivas adequados, sobretudo em matéria de alimentação, higiene, segurança e
salubridade;

e) manter corpo de profissionais especializados em formação tecnicodesportiva;


f) ajustar o tempo destinado à efetiva atividade de formação do atleta, não superior a 4 (quatro) horas por dia, aos horários do
currículo escolar ou de curso profissionalizante, além de propiciar-lhe a matrícula escolar, com exigência de frequência e
satisfatório aproveitamento;

g) ser a formação do atleta gratuita e a expensas da entidade de prática desportiva;

h) comprovar que participa anualmente de competições organizadas por entidade de administração do desporto em, pelo menos,
2 (duas) categorias da respectiva modalidade desportiva; e

i) garantir que o período de seleção não coincida com os horários escolares.

§ 3º A entidade nacional de administração do desporto certificará como entidade de prática desportiva formadora aquela que
comprovadamente preencha os requisitos estabelecidos nesta Lei.

§ 4o O atleta não profissional em formação, maior de quatorze e menor de vinte anos de idade, poderá receber auxílio financeiro
da entidade de prática desportiva formadora, sob a forma de bolsa de aprendizagem livremente pactuada mediante contrato
formal, sem que seja gerado vínculo empregatício entre as partes.

§ 5º A entidade de prática desportiva formadora fará jus a valor indenizatório se ficar impossibilitada de assinar o primeiro
contrato especial de trabalho desportivo por oposição do atleta, ou quando ele se vincular, sob qualquer forma, a outra entidade
de prática desportiva, sem autorização expressa da entidade de prática desportiva formadora, atendidas as seguintes condições:

I - o atleta deverá estar regularmente registrado e não pode ter sido desligado da entidade de prática desportiva formadora;

II - a indenização será limitada ao montante correspondente a 200 (duzentas) vezes os gastos comprovadamente efetuados com a
formação do atleta, especificados no contrato de que trata o § 4º deste artigo;

III - o pagamento do valor indenizatório somente poderá ser efetuado por outra entidade de prática desportiva e deverá ser
efetivado diretamente à entidade de prática desportiva formadora no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da data da
vinculação do atleta à nova entidade de prática desportiva, para efeito de permitir novo registro em entidade de administração do
desporto.

§ 6º O contrato de formação desportiva a que se refere o § 4o deste artigo deverá incluir obrigatoriamente:

I - identificação das partes e dos seus representantes legais;

II - duração do contrato;

III - direitos e deveres das partes contratantes, inclusive garantia de seguro de vida e de acidentes pessoais para cobrir as
atividades do atleta contratado; e

IV - especificação dos itens de gasto para fins de cálculo da indenização com a formação desportiva.

§ 7º A entidade de prática desportiva formadora e detentora do primeiro contrato especial de trabalho desportivo com o atleta
por ela profissionalizado terá o direito de preferência para a primeira renovação deste contrato, cujo prazo não poderá ser
superior a 3 (três) anos, salvo se para equiparação de proposta de terceiro.

§ 8º Para assegurar seu direito de preferência, a entidade de prática desportiva formadora e detentora do primeiro contrato
especial de trabalho desportivo deverá apresentar, até 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do contrato em curso,
proposta ao atleta, de cujo teor deverá ser cientificada a correspondente entidade regional de administração do desporto,
indicando as novas condições contratuais e os salários ofertados, devendo o atleta apresentar resposta à entidade de prática
desportiva formadora, de cujo teor deverá ser notificada a referida entidade de administração, no prazo de 15 (quinze) dias
contados da data do recebimento da proposta, sob pena de aceitação tácita.

§ 9º Na hipótese de outra entidade de prática desportiva resolver oferecer proposta mais vantajosa a atleta vinculado à entidade
de prática desportiva que o formou, deve-se observar o seguinte:

I - a entidade proponente deverá apresentar à entidade de prática desportiva formadora proposta, fazendo dela constar todas as
condições remuneratórias;

II - a entidade proponente deverá dar conhecimento da proposta à correspondente entidade regional de administração; e

III - a entidade de prática desportiva formadora poderá, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da
proposta, comunicar se exercerá o direito de preferência de que trata o § 7º, nas mesmas condições oferecidas.

§ 10. A entidade de administração do desporto deverá publicar o recebimento das propostas de que tratam os §§ 7º e 8º, nos
seus meios oficiais de divulgação, no prazo de 5 (cinco) dias contados da data do recebimento.

§ 11. Caso a entidade de prática desportiva formadora oferte as mesmas condições, e, ainda assim, o atleta se oponha à
renovação do primeiro contrato especial de trabalho desportivo, ela poderá exigir da nova entidade de prática desportiva
contratante o valor indenizatório correspondente a, no máximo, 200 (duzentas) vezes o valor do salário mensal constante da
proposta.

§ 12. A contratação do atleta em formação será feita diretamente pela entidade de prática desportiva formadora, sendo vedada a
sua realização por meio de terceiros.

§ 13. A entidade de prática desportiva formadora deverá registrar o contrato de formação desportiva do atleta em formação na
entidade de administração da respectiva modalidade desportiva.

DIREITO DE ARENA E IMAGEM


Art. 42. Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar,
autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer
meio ou processo, de espetáculo desportivo de que participem.

§ 1º Salvo convenção coletiva de trabalho em contrário, 5% (cinco por cento) da receita proveniente da exploração de direitos
desportivos audiovisuais serão repassados aos sindicatos de atletas profissionais, e estes distribuirão, em partes iguais, aos atletas
profissionais participantes do espetáculo, como parcela de natureza civil.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica à exibição de flagrantes de espetáculo ou evento desportivo para fins exclusivamente
jornalísticos, desportivos ou educativos, respeitadas as seguintes condições:

I - a captação das imagens para a exibição de flagrante de espetáculo ou evento desportivo dar-se-á em locais reservados, nos
estádios e ginásios, para não detentores de direitos ou, caso não disponíveis, mediante o fornecimento das imagens pelo detentor
de direitos locais para a respectiva mídia;

II - a duração de todas as imagens do flagrante do espetáculo ou evento desportivo exibidas não poderá exceder 3% (três por
cento) do total do tempo de espetáculo ou evento;

III - é proibida a associação das imagens exibidas com base neste artigo a qualquer forma de patrocínio, propaganda ou promoção
comercial.

§3º O espectador pagante, por qualquer meio, de espetáculo ou evento desportivo equipara-se, para todos os efeitos legais, ao
consumidor – código de Defesa do consumidor.

Direito De Arena (Decreto 7984/2013)

Art. 46. Para fins do disposto no §1º do art. 42 da Lei nº 9.615, de 1998, a respeito do direito de arena, o percentual de cinco por
cento devido aos atletas profissionais será repassado pela emissora detentora dos direitos de transmissão diretamente às
entidades sindicais de âmbito nacional da modalidade, regularmente constituídas.

Parágrafo único. O repasse pela entidade sindical aos atletas profissionais participantes do espetáculo deverá ocorrer no prazo de
sessenta dias.

DIREITO DE IMAGEM
(Lei Pelé) Art. 87-A. O direito ao uso da imagem do atleta pode ser por ele cedido ou explorado, mediante ajuste contratual de
natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o contrato especial de trabalho desportivo.

Parágrafo único. Quando houver, por parte do atleta, a cessão de direitos ao uso de sua imagem para a entidade de prática
desportiva detentora do contrato especial de trabalho desportivo, o valor correspondente ao uso da imagem não poderá
ultrapassar 40% (quarenta por cento) da remuneração total paga ao atleta, composta pela soma do salário e dos valores pagos
pelo direito ao uso da imagem.

(Decreto 7984) Art. 45. O direito ao uso da imagem do atleta, disposto no art. 87-A da Lei nº 9.615, de 1998, pode ser por ele
cedido ou explorado, por ajuste contratual de natureza civil e com fixação de direitos, deveres e condições inconfundíveis com o
contrato especial de trabalho desportivo.

§ 1º O ajuste de natureza civil referente ao uso da imagem do atleta não substitui o vínculo trabalhista entre ele e a entidade de
prática desportiva e não depende de registro em entidade de administração do desporto.

§ 2º Serão nulos de pleno direito os atos praticados através de contrato civil de cessão da imagem com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar as garantias e direitos trabalhistas do atleta.

JUSTIÇA DESPORTIVA
Art. 217 da CF - §2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para
proferir decisão final. JURISDICIONALIDADE TEMPORÁRIA DA JUSTIÇA DESPORTIVA
Código Brasileiro de Justiça Desportiva – Criado a partir do artigo 217, responsável por analisar, julgar e punir condutas que firam
as regras e normas de conduta esportiva, tanto da prática formal quanto da não formal.

A organização da Justiça Desportiva e o Processo Disciplinar, relativa ao desporto de prática formal, regulam-se pelo Código
Brasileiro de Justiça Desportiva – CBJD, submetias as entidades do Sistema Nacional do Desporto e todas pessoas físicas e
jurídicas direta ou indiretamente vinculadas.

Art. 217 prevê tratamento diferenciado entre o desporto de prática profissional ao de prática não profissional.

Justiça Desportiva é uma entidade de direito privada e não pertence ao Poder Judiciário.

Cada modalidade tem sua própria estrutura para julgamentos.

Organização e competência da Justiça Desportiva:

Justiça Desportiva possui 03 (três) instâncias definidas:

São órgãos da Justiça Desportiva, autônomos e independentes das entidades de administração do desporto, com o custeio de
seu funcionamento promovido na forma da Lei: Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), com a mesma jurisdição da
correspondente entidade nacional de administração do desporto; Tribunais de Justiça Desportiva (TJD), com a mesma jurisdição
da correspondente entidade regional de administração do desporto; Comissões Disciplinares (CD), colegiado de primeira instância
dos órgãos judicantes.

STJD – 9 membros (auditores): 2 indicados pela Entidade Nacional de Administração de Desporto, 2 indicados pelas entidades de
prática desportiva que participem da principal competição da entidade Nacional de administração do Desporto, 2 advogados
indicados pelo conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 representante dos árbitros, indicado pelo seu órgão de
classe, 2 representantes dos atletas, indicados pelo seu órgão de lasse.

TJD – 9 membros (auditores): 2 indicados pela entidade regional de administração de desporto, 2 indicados pelas entidades de
prática desportiva que participem da principal competição da entidade regional de administração do desporto, 2 advogados
indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil, por intermédio da Seção correspondente à territorialidade, 1 representante dos
árbitros, indicados pelo seu órgão regional de classe, 2 representantes atletas, indicados pelo seu órgão regional de classe.

CD – 5 membros (auditores): Junto aos STJD e TJD funcionarão quantas CDs se fizerem necessárias, compostas por auditores que
não pertençam aos referidos órgãos judicantes e que por estes forem indicados.

STJD, TJD e CD dirigidos por Presidente e Vice-presidente eleitos, na forma da Lei e do Regimento Interno.

Atribuições dos membros da Justiça Desportiva:

Do presidente: Art. 9º São atribuições do Presidente do Tribunal (STJD ou TJD):


I — zelar pelo perfeito funcionamento do Tribunal e fazer cumprir suas decisões;

IV — determinar sindicâncias e aplicar sanções aos funcionários

do Tribunal, conforme disposto no regimento interno;

V — sortear os relatores dos processos de competência do Tribunal Pleno;

VII — representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, podendo delegar essa função a qualquer dos auditores;

IX — dar posse aos auditores do Tribunal Pleno e das Comissões Disciplinares, bem como aos secretários;

XI — receber, processar e examinar os requisitos de admissibilidade dos recursos provenientes da instância imediatamente inferior;

XIII — conceder licença do exercício de suas funções aos auditores, inclusive aos das Comissões Disciplinares, secretários e demais auxiliares;

XIV — exercer outras atribuições quando delegadas pelo Tribunal;

XV — determinar períodos de recesso do Tribunal;

XVI — criar comissões especiais e designar auditores para o cumprimento de funções específicas de interesse do Tribunal.

Na licença dos auditores, os órgãos deverão indicar auditor substituto.

Compete ao Presidente da Comissão Disciplinar, além das demais, examinar os requisitos de admissibilidade do recurso
encaminhando-o à instância superior.

O Presidente do STJD ou do TJD, em casos excepcionais, em ato fundamentado, poderá permitir o ajuizamento de qualquer
medida não prevista nesse código, desde que requerida no prazo de 5 (cinco) dias contados da decisão, do ato, do despacho ou
da inequívoca ciência do fato, podendo conceder efeito suspensivo ou liminar quando houver fundado receio de dano irreparável.

Compete ao Vice-presidente:
I — substituir o Presidente nas ausências ou impedimentos eventuais e definitivamente quando da vacância da Presidência; (NR). Resolução CNE nº 29, de 10 de dezembro de 2009 105 II — exercer as funções
de Corregedor, na forma do regimento interno. (NR).

II — exercer as funções de Corregedor, na forma do regimento interno. (NR).


Dos auditores:

O mandato dos auditores terá duração prevista em Lei.

A antiguidade dos auditores conta da data da posse; quando da mesma data, o mais antigo será o que tiver maior número de
mandatos, se ainda empatar, será o mais idoso.

Vacância do cargo de auditor: morte/renúncia; condenação passada em julgado na JD ou Justiça comum, por crime que importe
incapacidade moral do agente; não comparecimento a 3 sessões consecutivas ou 5 intercaladas; por declaração de
incompatibilidade, decidida por 2/3 dos auditores. Ocorrendo vacância do cargo de auditor o presidente do órgão judicante (STJD
ou TJD) fará imediata comunicação ao órgão indicante competente para preenchê-la. Se em 30 dias do recebimento da
comunicação o órgão indicante competente não houver preenchido a vaga, o respetivo órgão judicante designará substituto para
ocupar, interinamente, o cargo até a efetiva indicação.

É vedado o exercício de função na Justiça Desportiva aos: membros de Conselho Nacional do Esporte; dirigentes das entidades de
administração do desporto; dirigentes de prática do desporto.

Não podem integrar o mesmo órgão judicante auditores que tenham parentesco na linha ascendente ou descendente, nem
cônjuge, irmão, cunhado, tio, sobrinho, sogro, padrasto, enteado.

Auditor fica impedido de intervir no processo quando for redor/devedor/avalista/fiador/sócio/patrão/empregado


direta/indiretamente ou quando houver manifestado, previamente, sobre fato concreto de objeto de causa em julgamento.

Auditor tem livre acesso do local, público ou privado, devendo ser reservado assento em setor designado para as autoridades
sejam desportivas ou não. Em caso de descumprimento, comunicar imediatamente ao Presidente do STJD que poderá interditar,
liminarmente, o local e intimar a Entidade Nacional de Administração do Desporto.

Da Procuradoria da Justiça Desportiva:

Exercida por no mínimo 2 Procuradores, nomeados pelo respectivo órgão judicante, com mandato idêntico ao estabelecido para
os auditores, aos quais compete:

Oferecer denúncia; dar parecer nos processos de competência do órgão judicante vinculado; exercer atribuições que lhe forem
conferidas; interpor recursos previstos em lei.

Os órgãos da Justiça Desportiva têm competência para processar e julgar matérias referentes a infrações disciplinares e
competições desportivas, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas filiadas ou vinculadas direta ou indiretamente às entidades
compreendidas pelo Sistema Nacional do Desporto.

STJD processar e julgar:


a) seus auditores, os das Comissões Disciplinares do STJD e os procuradores que atuam perante o STJD;

b) os litígios entre as entidades regionais de administração do desporto;

c) os membros de poderes e órgãos da entidade nacional de administração do desporto;

d) os mandados de garantia contra atos ou omissões de dirigentes ou administradores das entidades nacionais de administração do desporto, de Presidente de TJD e de outras autoridades desportivas;

e) a revisão de suas próprias decisões e as de suas comissões disciplinares;

f) os pedidos de reabilitação;

g) os conflitos de competência entre Tribunais de Justiça Desportiva.

STJD julgar, em grau de recurso:

a) as decisões de suas Comissões Disciplinares (CD) e dos Tribunais de Justiça Desportiva (TJD);

b) os atos e despachos do Presidente do STJD;

c) as penalidades aplicadas pela entidade nacional de administração do desporto, ou pelas entidades de prática desportiva que lhe sejam filiadas, que imponham sanção administrativa de suspensão, desfiliação
ou desvinculação;

declarar impedimentos e incompatibilidade de seus auditores e procuradores; criar Comissões Disciplinares (CD), indicar seus auditores, destituí-los e declarar a incompatibilidade; instaurar inquéritos,
estabelecer súmulas de sua jurisprudência predominante; requisitar ou solicitar informações para esclarecimento de matéria submetida à sua apreciação; expedir instruções aos TJD e CD; elaborar e aprovar o
seu Regimento Interno; declarar a vacância do cargo de seus auditores e procuradores; deliberar sobre casos omissos. A súmula dos julgados será estabelecida por 2/3 dos auditores do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva.

Compete às Comissões Disciplinares junto ao STJD:

Processar e julgar as ocorrências em competições interestaduais promovidas, organizadas ou autorizadas por entidade nacional de
administração do desporto e em competições internacionais amistosas; declarar os impedimentos de seus auditores; delarar os
impedimentos de seus auditores.

Compete aos Tribunais de Justiça Desportiva – TJD:

Processar e julgar, originalmente:


a) Os seus auditores, os de suas Comissões Disciplinares e procuradores;
b) os mandados de garantia contra os atos dos poderes das entidades regionais de administração do desporto;
c) os dirigentes da entidade regional de administração do desporto e das entidades de prática desportiva;
d) a revisão de suas próprias decisões e as de suas omissões Disciplinares;
e) os pedidos de reabilitação.

Julgar, em grau de recurso:


a) as deisões de suas Comissões Disciplinares;
b) os atos e despachos do presidente do Tribunal;
c) as penalidades pela entidade regional de administração do desporto e de prátia desportiva que imponham sanção administrativa de suspensão, desfiliação ou desvinculação.
Declarar os impedimentos e incompatibilidade de seus auditores e procuradores; criar Comissões Disciplinares indicar-lhes os auditores, podendo instituí-las para que funcionem junto às ligas
constituídas na forma da legislação anterior;
Declarar a incompatibilidade dos auditores das Comissões Disciplinares; instaurar inquéritos; requisitar ou solicitar informações para esclarecimento de matéria submetida à sua apreciação;
elaborar e aprovar o seu Regimento Interno; deliberar sobre casos omissos.

Compete às Comissões Disciplinares junto ao TJD processar e julgar as infrações disciplinares praticadas em competições por
pessoas físicas ou jurídicas, direta ou indiretamente subordinadas às entidades regionais de administração do desporto e de
prática desportiva e declarar os impedimentos de seus auditores.

Dos Defensores:

Qualquer pessoa maior e capaz poderá funcionar como Defensor, observados os impedimentos legais.

O menor de 18 anos que não tiver Defensor será defendido por pessoa designada pelo presidente do órgão judicante.

Os presidentes do STJD e TJD poderão nomear pessoas maiores e capazes para o exercício da função de defensor dativo.

Aula 3 – Infração disciplinar e penas (CBJD)


Art. 156 do CBJD – A infração disciplinar consiste em uma ação ou omissão antidesportiva, típica e culpável, nos termos desse
artigo.

Antidesportiva = contrário à norma do desporto.

Típica = legalmente prevista

Culpável = possível de juízo de censurabilidade e reprovação quanto à conduta do infrator.

4 tipos básicos de infração (Art. 157):

Consumada: quando se reúnem, no ato praticado, todos os elementos de sua definição;

Tentada: iniciada a execução, acaba por não se consumar por circunstâncias alheias à vontade do agente;

Dolosa: agente quis o resultado, ou ainda que não quisesse, assumiu o risco de produzi-lo;

Culposa: agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

§1º infração tentada é punida correspondente à infração consumada, reduzida da metade.

§2º infração impossível. Quando ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto, seja impossível consumar-se
infração.

§3º não há punição para o ato de pensar sobre o cometimento de uma infração se sua prática não for sequer tentada.

3 excludentes de punibilidade:

Art. 160 – coação irresistível (só autor da ordem punível) -

Art. 160 – estrito cumprimento do dever legal (só autor da ordem punível) – obediência à ordem de superior hierárquico

Art. 161 – inexigibilidade da conduta diversa – circunstâncias são de tal ordem que impedem que do agente se possa exigir
conduta diversa.

Art. 159- o erro quanto à pessoa contra a qual a infração é praticada não isenta o agente de pena.

Art. 161-A – pessoa natural responsável pela infração cometida por pessoa jurídica será considerada coautora.

O atleta é desportivamente inimputável até completar 14 anos (sujeito à orientação de caráter psicológico). Em reincidência, o
técnico ou representante legal responderá (na respectiva competição), caso as medidas cabíveis para orientar e inibir novas
infrações não tenham sido adotadas por essas figuras responsáveis.
5 hipóteses de extinção de punibilidade (Art. 164):

Morte da pessoa natural infratora; extinção da pessoa jurídica infratora; retroatividade da norma que não mais considera o fato
como infração, havendo prevalência da norma mais benéfica ao infrator; prescrição da infração; reabilitação do infrator.

5 hipóteses da prescrição da infração, com prazos distintos:

30 dias – infrações relativas à disputa das partidas (agressões, ofensas à honra, etc).

60 dias – prazo geral – comum/residual – infrações sem previsão expressa no CBJD para prescrição punitiva disciplinar da
Procuradoria.

2 anos – será contado do trânsito em julgado da decisão condenatória.

8 anos – dopagem, a menos que haja disposição diversa na legislação internacional que trata da matéria.

20 anos – dar ou receber vantagem indevida = corrupção. Mala preta = oferecer dinheiro pra equipe perder de propósito; Mala
branca = “estímulo” para equipe ganhar; corrupção para equipe desempenhar melhor.

Contagem da prescrição: dia que infração se consumou (no caso de infração consumada); dia que cessou a atividade infracional
(no caso de tentativa); dia em que cessou a continuidade (infrações permanentes/continuadas); dia em que se tornou conhecido
pela Procuradoria (natureza da infração, como no caso de falsidade).

Internalização das normas internacionais (regras desportivas específicas da modalidade, além das gerais).

11 penas previstas: advertência, eliminação, exclusão de campeonato, indenização, interdição de praça, multa, perda do mando
de campo, perda de pontos, perda de renda, suspensão por partida, suspensão por prazo.

Penas específicas para violação às regras antidopagem: nulidade de títulos, premiações, pontuações, recordes e resultados
desportivos do infrator, devolução de prêmios, troféus, medalhas e outras vantagens obtidas pelo infrator.

A Justiça Desportiva Antidopagem comunicará os órgãos da Adm. Pública para que esta possa buscar ressarcimento de recursos
públicos com o atleta (dinheiro do Programa Bolsa Atleta poderá ser reavido).

A pena de advertência deve ser prevista legalmente como pena de infração disciplinar específica, anterioridade de mínimo de seis
meses.

A pena de suspensão por partidas deve ser cumprida na mesma competição (se não for possível, aplica na próxima partida ou
prova de competição da mesma EAD OU conversão da pena em medida de interesse social).

Se foi cometida em partida amistosa, a suspensão será convertida em medida de interesse social.

Não poderá ser superior a 24 partidas e suspende se infrator for transferido pro exterior.

Suspensão por prazo – maior alcance, pois impede infrator de participar no meio do desporto. Essa modalidade de pena pode ser
substituída à metade pelo cumprimento de medida social, à critério do presidente do órgão judicante.

Não pode exceder 720 dias e também suspende se infrator for transferido pro exterior. Em períodos sem
competições, poderá ser suspenso.

Interdição da praça de desporto – feita pelo órgão judicante e mantida até que as exigências determinadas por aquele órgão
sejam atendidas. Manter a praça de desporto fechada até que sejam cumpridas as exigências determinadas na decisão do órgão
judicante.

Perda de mando de campo: vale para a competição na qual for cometida a infração; não poderá jogar no seu estádio.
Responsabilidade é do infrator e da EAD. Precisa haver previsão regulamentar da competição sobre como funcionará a pena.

Pena pecuniária (multa) – tabela unificada no começo de cada ano. Também poderá ser substituída à metade por medida de
interesse social, à critério do Presidente do órgão judicante. Pode ser parcelada (comum entre EPDs menores, sem condições
financeiras para adimplemento imediato). O valor será devido solidariamente entre a EPD e as pessoas naturais que tenham sido
punidas, ainda que haja desligamento do atleta ou outro infrator.

A pena de eliminação – pena mais grave do CBJD, equivale ao banimento ou afastamento por completo da pessoa do esporte
em todo território nacional (não se aplica à pessoa jurídica).

Aula 4 – Doping

Aspetos históricos:
2700a.C – China, Imperador Shen Yung, chá de efedra.

1000a.C – árabes, maconha, haxixe, catina e ginseng.

300 a.C – turcos, opiáceos para dor e coragem.

Olimpíadas na Grécia Antiga – ingeriam testículos de boi; Milo ingeria 9kg de carne, pão e bebia 8,5l de vinho.

América Central e Sul – índios folha de coca para aumentar resistência à fadiga e fome.

América do Norte – peyote (mescalina).

1771: Hunter induziu características masculinas na galinha ao transplantar testículo de galo.

1806: Friedrich Serturner (alemão farmacêutico) isola principal alcalóide do ópio e dá nome de morfina, em alusão ao Morpheus.

1865 – operários holandeses recebiam drogas para aumentar rendimento na construção do canal do Norte em Amsterdã.

1879 – corrida ciclística dos 6 dias (França) – franceses usavam misturas à base de cafeína, belgas usavam cubos de açúcar com
álcool ou éter, outros usavam nitroglicerina.

1886 – uso indiscriminado de estimulantes pelos atletas – primeira morte por estimulantes (Linton), usou cocaína com
nitroglicerina na corrida dos 600km entre Bordeaux e Paris.

1889 – Brown-Séquard: o fisiologista francês Adolphe Brown-Séquard (1817-1894), ficara conhecido por injetar em si próprio um
extrato aquoso de testículos de cachorro e porco-da-guiné.

1900 – no boxe faziam uso de tablete de estriquinina com conhaque e cocaína.

1919 – Ogata (farmacêutico japonês) sintetizou anfetamina. Aumenta dopagem esportiva, principalmente no ciclismo.

1931 – Butenandt – obteve 15mg de androsterona da urina masculina.

1935 – Ruzicka e Wettstein – sintetizaram a testosterona e descobriram sua estrutura química.

Durante a 2ªGM pesquisas relacionadas a testosterona foram incentivadas para aumentar força, agressividade e resistência dos
soldados e verificar possíveis colaterais em judeus prisioneiros nos campos de concentração.

1948 - Nas Olimpíadas de Londres – uso de EAAs.

1956 – Jogos Mundiais de Viena – John Ziegler, médico norte-americano, reparou que atletas do bloco oriental desapareciam 1
ano após estreia. Médico soviético confessou a ele que os atletas estavam fazendo uso de metil-testosterona. Ziegler volta para
EUA desenvolve Dianabol (metandrostenolona) com Ciba-Geigy.

1960 – morre ciclista nos Jogos Olímpicos de Roma por doping.

1964 – médicos tentam os primeiros testes anti-doping nas Olimpíadas de Tóquio, sem êxito.

1967 – COI cria comissão para testes anti-doping.

1981 – Ben Plucknett (EUA), campeão mundial de arremesso de disco, perde recorde e é banido para sempre de qualquer
competição (primeiro a cair em teste anti-doping para EAAs).

1985 – Bob Goldman (IFBB) publica estudo de 6 mortes por abuso de EAAs.

1985 – Nos EUA, falsificação de EAAs (SPA milano e outros).

1988 – Olimpíadas de Seul, 5 atletas positivados para EAAs, incluindo Bem Johnson (Winstrol – estanozolol).

1998 – Posicionamento oficial da Feredação Internacional de Medicina Esportiva: Doping nos esportes é o uso proposital ou não
intencional de um atleta, de uma substância proibida ou métodos proibidos pelo COI.

Até hoje nenhum esteroide anabólico NÃO androgênico foi descoberto.

Aplicação do Código da Agência Mundial Antidoping – WADA


A prática do doping no esporte, na maioria das vezes, visa aumento de desempenho, aumentando força, velocidade e resistência.
Duas formas: propositalmente ou ingestão inadvertida. Praticamente 100% dos atletas usam algum tipo de suplemento.
Participação ativa dos especialistas, corresponsáveis no processo, com a missão de adotar práticas recomendáveis e evitar
prescrição de substâncias inadequadas ou suplementos contaminados. Entretanto, existem também os profissionais que usam do
conhecimento técnico e científico para fazer associação proibida, com interesse em alcançar melhores índices, marcas ou
mudança estética.
Dopagem é considerada quando atendem pelo menos 2 das 3 condições:

a- Uso de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo;


b- Uso de substâncias ou métodos potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou de seus adversários, como as “drogas
sociais”, que não aumentam desempenho, mas ainda assim são consideradas dopagem;
c- Uso de substâncias ou métodos que atentem contra o espírito esportivo do jogo (fair play).

98,4% dos atletas de um estudo afirmaram se sujeitar ao uso de EAAs para atingir vitória olímpica. Preocupação soberana com o
resultado (sobre a saúde). Importância de fiscalizar, controlar e monitorar com intuito de assegurar igualdade e prevenir futuras
complicações para a saúde dos atletas.

1999 – criação da WADA (AMA)– estabelece regras e diretrizes, expandida politicamente pela Unesco e outros órgãos.

Código mundial Antidopagem = documento-base para as entidades esportivas, renovado a cada 5 anos (2021). Parâmetro para
atletas seguirem (COI, CPI, federações internacionais e agências nacionais antidopagem).

AMA está acima do COI, CPI, federações internacionais e agências nacionais antidopagem no organograma de relação entre
entidades esportivas.

O Código foi aprovado em 2003 e entrou em vigor em 2004 – busca proteger o direito fundamental de os praticantes desportivos
participarem em competições sem dopagem, com promoção à saúde, justiça e igualdade entre todos.

Regra central do código mundial antidopagem

- O atleta é o principal responsável:

É obrigação pessoal do atleta garantir que nenhuma substância proibida entre em seu corpo; os atletas são
responsáveis por qualquer substância proibida ou seus metabólitos e marcadores encontrados, presentes em suas amostras; não
é necessário demonstrar intenção, culpa, negligência ou uso consciente por parte do atleta.

- Violações das regras antidopagem (VRAD) no âmbito do código mundial andidopagem:

Ser detectado com substâncias proibidas no corpo (violação analítica);

Usar ou tentar usar substância proibida ou de método proibido (não analítica);

Recusar-se a (ou deixar de) se submeter a coleta de amostra (não analítica);

Não fornecer informações para o whereabouts (sistema de busca) – grupo-alvo para testes fora de competição -e/ou
não realiza-los (não analítica);

Adulterar ou tentar adulterar qualquer parte do controle de dopagem (não analítica);

Ter posse de substâncias proibidas e métodos proibidos (não analítica);

Traficar ou apoiar a tentativa de tráfico de qualquer substância proibida ou método proibido (não analítica);

Administrar ou tentar administrar a qualquer atleta a substância proibida ou método proibido (não analítica).

Aplicação dos testes:

Detecção pode ser no sangue ou na urina. 3 tipos de controle antidopagem:

Controle em competição (até 12h antes ou imediatamente após; mais completo); controle fora de competição (qualquer
momento – casa, treino, etc; mais econômico); controle de saúde (passaporte biológico) verifica alterações indiretas – perfil
hematológico e esteroidal.

Procedimentos: seleção do atleta; notificação da necessidade do exame; coleta da amostra; análise do material coletado;
avaliação dos resultados; tomada de providências.

Aplicação do Código da Agência Mundial Antidoping – WADA – atletas paralímpicos


Procedimentos/Peculiaridades: bexiga neurogênica (precisa cateterizar); cateterização (insumos de uso pessoal, responsabilidade
do atleta); cegos, deficientes visuais e intelectuais (manipulação pelo acompanhante ou oficial da coleta. Se o atleta com
deficiência intelectual for do tipo parcial, a presença do acompanhante passa a ser opcional); efeito boosting (descontrole
autonômico).

Atletas com lesão medular acima de T6 perdem precisão do controle neurológico da frequência cardíaca e pressão arterial.
Nenhum atleta deve competir com pressão arterial sistêmica inicial igual ou acima de 160mmHg.
Autorização de Uso Terapêutico (AUT), documento assinado por médico e atleta com pedido de autorização do uso do
medicamento (prescrição autorizada de substância proibida para uso terapêutico). Obrigatório anexar resultados de exames
complementares e/ou relatórios médicos complementares pelo médico que indicou o tratamento.

Para tratamento bem-avaliado e aprovado pela comissão médica deve cumprir os pré-requisitos:

1- não ter substituto por substância ou método não proibido;


2- a condição patológica deve ser suficientemente impactante à condição de saúde;
3- O resultado do tratamento aplicado não deve elevar a performance a níveis superiores aos naturais ou à condição
normal.
4- O tratamento em questão não pode ser usado para tratar uma condição causada por uso de outra substância
proibida (ex: uso de medicamentos para tratar efeitos colaterais de anabolizantes).

Aula 5 – Estatuto do Torcedor

Crimes

Lei de incentivo ao esporte

Aula 6 – Lei paulista de incentivo ao esporte

Bolsa Atleta

Timemania

Aula 7 – Policiamento em eventos

Segurança e vistoria

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