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Fz 5,56 IMBEL MD2 A1

MANUAL DO USUÁRIO

SUMÁRIO
1. Introdução
2. Características e Dados Numéricos
3. Manejo
4. Desmontagem e Montagem
5. Incidentes e Acidentes de tiro
6. Técnica de Pontaria
7. Diferenças de desempenho entre as munições M193 e SS109
8. Manutenção Preventiva
9. Cuidados na utilização

1- INTRODUÇÃO

O Fuzil 5,56 IMBEL MD2 A1 é derivado do Fz 7,62 M964 A1 “PARAFAL”, que se


constitui em arma da família do FAL, inicialmente distribuída à tropa pára-quedista e de
selva.
Compõe-se na sua maioria de peças do PARAFAL, segue o mesmo princípio de
funcionamento e o seu manuseio é idêntico.
O Fz 5,56 IMBEL MD2 A1 é fabricado pela INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO
DO BRASIL – IMBEL, em sua Filial nº 5 – Fábrica de Itajubá, Itajubá, Minas Gerais

Figura 1 – Fz 5,56 IMBEL MD2 A1

2- CARACTERÍSTICAS E DADOS NUMÉRICOS

a) Designação
Nomenclatura Fuzil calibre 5,56mm IMBEL MD2 A1
b) Classificação
Natureza Arma de fogo
Tipo Portátil
Funcionamento Semi-automático
Emprego Individual
Destino Tiro contra pessoal

c) Calibre 5,56mm

d) Comprimento
Com a coronha rebatida 770mm
Com a coronha aberta 1010mm

e) Pesos
Arma sem carregador 4,7Kg (45N)
Carregador vazio De 20 cartuchos: 0,091Kg (0.81N)
De 30 cartuchos: 0,113Kg (1,1N)
Carregador cheio De 20 cartuchos: 0,038Kg (3N)
De 30 cartuchos: 0,465Kg (4,4N

f) Alcance de Utilização 300m

g) Velocidade inicial 960 m/s

h) Energia na boca do cano 1,66Kg

i) Munição Car 5,56 x 45 mm

j) Cano
Comprimento 453mm
Peso 0,780Kg (7,6N)
Raiamento 6 raias à direita
Passo do raiamento 305mm

l) Cadência de tiro
Prática em tiro intermitente 60 TPM (tiros por minuto)

m) Espécie de tiro Intermitente (semi-automático)

n) Alimentação Carregador em cofre metálico tipo M16A1


com capacidade para 20 ou 30 cartuchos

o) Alça de mira Basculante, regulável em direção e alcance,


graduada para 150 e 250m.

3- MANEJO

a) Alimentação
Esta operação consiste na colocação de um carregador cheio no adaptador do carregador
situado na parte inferior da caixa da culatra. Para tal, introduzir primeiro a parte superior do
carregador no adaptador, depois fazê-lo subir até que o retém do carregador se encaixe no
entalhe do carregador.

b) Retirada do carregador
Pressionar o botão do retém do carregador localizado à direita da arma, na altura do eixo
da armação e puxar o carregador para baixo.

c) Manejo da coronha rebatível


Para rebater a coronha deve-se:
Empunhar a coronha o mais perto possível da armação; apertar para baixo (A, na figura)
e, simultaneamente, empurrar o botão do retém da coronha (B, na figura) para a esquerda
(arma apontada para frente) enquanto se faz girar a coronha para a direita da arma (C na
figura). Agir-se-á do mesmo modo para se abrir a coronha, só que a fazendo girar no sentido
contrário.
Se o usuário tentar girar a coronha sem acionar o retém provocará o esmagamento dos
pontos de contato entre o bloco charneira e o suporte da coronha rebatível, danificando de
forma irreversível estas peças.

Atenção: Um leve jogo existente entre a coronha e a armação pode levar o usuário a pensar
que não seja necessário acionar o retém da coronha quando for rebatê-la ou abri-la. Tal
procedimento causa o esmagamento dos pontos de contato entre o bloco charneira e o suporte
da coronha rebatível danificando de forma irreversível essas peças.
Este acidente é mais comum de ocorrer quando a coronha está rebatida sobre a arma e o
usuário pretende abri-la. Como o corpo da arma serve de apoio, o usuário usa a coronha
facilmente como alavanca ao abri-la e provoca os danos acima descritos. Deve-se evitar esse
procedimento.

B
C
Figura 2 – Manejo da Coronha Rebatível

4- DESMONTAGEM E MONTAGEM

a) Retirada do conjunto tampa-impulsor do ferrolho-ferrolho


Armar o fuzil, puxando a alavanca de manejo até a retaguarda e soltá-lo (arma sem o
carregador). O conjunto ferrolho-impulsor do ferrolho irá o mais à frente possível até a
posição de trancamento.
Acionar a chaveta do trinco da armação e abrir a arma. Retirar o conjunto da tampa
juntamente com as molas recuperadoras, o impulsor do ferrolho e o ferrolho, fazendo-o
deslizar nas guias da caixa da culatra.

Figura 3 – Retirada dos Conjuntos da Tampa e Impulsor

Observação: A tampa da caixa da culatra do PARAFAL leva em sua parte posterior um


ressalto-gancho que se encaixa no bloco da armação. Este dispositivo impede a abertura
normal da arma quando as peças móveis não se encontram à frente, com o fim de se evitar a
projeção da tampa para trás devido a pressão das molas recuperadoras.

Se, por uma razão ou outra, as peças móveis não puderem avançar completamente, a
abertura da arma poderá ser executada da seguinte forma:
• Efetuar a manobra normal. A tampa, empurrada pelas molas recuperadoras retrocede
ligeiramente e seu gancho se encaixa no alojamento do bloco da armação.
• Introduzir a lâmina da baioneta entre a tampa e a parte anterior da alça de mira.
Com a ajuda da baioneta, exercer uma pressão sobre a tampa até vencer a resistência das
molas, cuidando para segurar a tampa assim que a arma abrir.

b) Separar o mecanismo móvel da tampa


Comprimir ligeiramente as molas recuperadoras atuando o impulso do ferrolho e
desprender este da tampa.

Figura 4 – Separação do impulsor do ferrolho da tampa


Separar do impulsor as molas recuperadoras.
Separar o ferrolho do seu impulsor agindo como no caso do FAL.

Figura 5 – Separação do ferrolho do impulsor

c) Retirada do retém do carregador (2º escalão)


Desenroscar o botão do retém do carregador situado no lado direito da arma e retirá-lo
junto com a sua mola. Observar que uma das pontas da mola do botão é encaixada no eixo da
armação.
Retirar o retém do carregador pelo lado esquerdo do fuzil.
Retirar o eixo da armação pelo lado direito.

d) Retirada do adaptador (2º escalão)


O adaptador se encaixa na caixa da culatra do fuzil 5,56
Para retirá-lo, pressionar com o polegar esquerdo, ou comum toca-pino, o retém do
adaptador; ao mesmo tempo, girar a parte posterior do adaptador para baixo e fazê-lo sair do
seu encaixe na caixa da culatra.

e) Desmontagem da alça de mira basculante (3º escalão)

f) Desmontagem da coronha rebatível (3º escalão)

g) Montagem
A montagem é feita na ordem inversa da desmontagem.

Observar os seguintes cuidados:


• Montar o adaptador na arma como se monta o carregador. Como o adaptador é fabricado
de modo a se ajustar perfeitamente no seu encaixe, é necessário a utilização de um martelo
de plástico para, com leves pacandas, encaixar perfeitamente o adaptador no receptáculo.
Figura 6 – Montagem do adaptador

• Montar o sistema armação-coronha no sistema cano-caixa, fixando-os com o eixo da


armação (110) introduzindo-o pelo lado direito. Monta pelo lado esquerdo o retém do
carregador (C107). A mola (111B) e o botão do retém do carregador (111C) são montados
pelo lado direito no C107.

Figura 7 – Montagem do sistema armação-coronha no sistema cano-caixa

5- INCIDENTES E ACIDENTES DE TIRO

INCIDENTES DE TIRO

a) Generalidades
Os incidentes de tiro e os acidentes de tiro são muito raros em armas que são objeto de
cuidadosa manutenção preventiva e que são operadas corretamente.
b) Incidentes de tiro
Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção do tiro (sem danos para o
material e/ou para pessoal) por motivo independente da vontade do atirados.
A causa do incidente é, normalmente, eliminada por um conjunto de operações chamado
“ação imediata”.

c) Ação imediata
É constituída pelas seguintes operações:
1º- Retirar o carregador
2º- Dar dois (2) golpes de segurança, para extrair, se possível e ejetar um cartucho ou
estojo que esteja na arma;
3º- Travar a arma;
4º- Examinar, cuidadosamente, a caixa da culatra, a câmara e a alma do cano, para ver
se existe qualquer anormalidade;
5º- Deixar o conjunto ferrolho-impulsor do ferrolho ir para sua posição mais avançada
6º- Recolocar o carregador;
7º- Acionar a alavanca de manejo para carregar (introduzir um cartucho na câmara) a
arma; e
8º Destravar e recomeçar o tiro.
Caso a arma não reinicie seu funcionamento normal, repetir as 4 (quatro) primeiras
operações e, dentro dos exatos limites de cada escalão de manutenção, pesquisar as causas do
que está ocorrendo.

QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

Os incidentes de tiro mais comuns são apresentados no quadro a seguir.


As medidas de correção só devem ser realizadas após a execução das primeiras 4
(quatro) operações da “ação imediata”.

Incidente de tiro Causas Correção


Falha na apresenta-ção 1) Falta de recuo ou insuficiência de gás: o 1) Reduzir o escape de gases, por
ou no carrega-mento. ferrolho não recuou, ou o fez de modo meio do anel regulador do escape de
incompleto, e não extraiu ou não ejetou, ou não gases.
levou outro cartucho à câmara de carregamento. 2) Aumentar o escape de gases.
2) Excesso de gás: o ferrolho recua 3) Examinar, limpar ou substituir o
violentamente. carregador, após participar ao
3) Carregador sujo ou defeituoso. superior imediato.
Falha no carregamento. 1) Câmara suja 1) Limpar a câmara
2) Arma suja. 2) Limpar a arma
3) Cartucho defeituoso 3) Retirar o cartucho defeituoso.
4) Ruptura de estojo 4) Participar ao superior imediato.
Falha da percussão 1) Cartucho defeituoso. 1)Extrair e ejetar o cartucho
2) Defeito no trancamento da arma, por sujeira. defeituoso.
3) Percussor defeituoso. 2) Limpar a arma.
3) Participar ao superior imediato.
Falha na extração 1) Insuficiência de gás. 1) Reduzir o escape de gases.
2) Câmara suja. 2) Limpar a câmara
3) Estojo sujo. 3) Limpar a munição
4) Extrator defeituoso 4) Participar ao superior imediato.
Falha na ejeção 1) Insuficiência de gás. 1) Reduzir o escape de gases.
2) Caixa da culatra suja. 2) Limpar a arma.
3) Ejetor defeituoso. 3) Participar ao superior imediato.
Falha no retém do 1) Insuficiência de gás. 1) Reduzir o escape de gases.
ferrolho. 2) Retém do ferrolho sujo. 2) Limpar a arma.
3) Carregador defeituoso. 3) Examinar, limpar ou substituir o
carregador, após participar ao
superior imediato.
ACIDENTES DE TIRO

Há um acidente de tiro quando se produz uma interrupção do tiro, com danos de


qualquer natureza – para o material e/ou pessoal.
As causas, efeitos e responsabilidades devem ser apuradas e imputadas, na forma da
legislação vigente, em todos os caso de acidente de tiro ou de dano – de qualquer natureza –
que resulte em inservibilidade, ou não, do material.

6- TÉCNICA DE PONTARIA

Pontaria correta : Maça de mira nítida, alvo e alça desfocados.

Linha de mira : Topo da maça de mira centralizado pela alça.

Linha de visada : Alvo no alinhamento da maça de mira


VARIAÇÕES NA TOMADA DE LINHA DE MIRA E DE LINHA DE VISADA

Pontaria correta Erro na tomada da linha de visada Erro na tomada da linha de mira.

7- DIFERENÇAS DE DESEMPENHO ENTRE AS MUNIÇÕES M193 E SS109.

DADOS COMPARATIVOS CARTUCHOS


CARACTERÍSTICAS 5,56 - 5,56 -
M193 SS109
CALIBRE x COMPRIMENTO DO 5,56 x 45 5,56 x 45
ESTOJO (mm) 12 12,3
MASSA DO CARTUCHO (g) 18,8 23
COMPRIMENTO DO PROJETIL (mm) 3,565 4
MASSA DO PROJETIL (g) 508 508
COMPRIMENTO DO TUBO
PROVETE (mm) 995 947,5
VELOCIDADES: 677 670
V0 (m/s) 402 434
V300 (m/s)
V600 (m/s) 0,366 0,376
TEMPOS DE PERCURSO: 0,94 0,933
T300 (s) 2,16
T600 (s) 0,17 0,18
T1000 (s) 1765 1796
FLECHA MÁX A 300 m (m)
ENERGIA DO PROJETIL (J)
GRÁFICO DAS VELOCIDADES RESTANTES

(Extraído do Relatório ‘MUNITION AMELIOREE 5,56 x 45 – Out/80”, da FNH)

GRÁFICO DAS ENERGIAS CINÉTICAS RESIDUAIS


TRAJETÓRIAS DOS PROJETIS

(Extraído do Relatório ‘MUNITION AMELIOREE 5,56 x 45 – Out/80”, da FNH)

PRECISÃO DAS MUNIÇÕES


PERFURAÇÃO DAS MUNIÇÕES

(Extraído do Relatório ‘MUNITION AMELIOREE 5,56 x 45 – Out/80”, da FNH)

8- MANUTENÇÃO PREVENTIVA

É importante ter sempre presente que toda e qualquer arma, deve ser objeto de
operações de manutenção executadas com zelo.
A maioria dos incidentes de tiro, e mesmo dos acidentes de tiro, é evitada quando a
manutenção tem sido realizada com interesse e perfeição.
A arma deve estar sempre limpa e adequadamente lubrificada (ou conservada em
antióxido quando fora de uso).
Está comprovado que a manutenção preventiva perfeita, elimina a quase totalidade dos
incidentes e acidentes de tiro.
Na manutenção preventiva destacam-se:
1) Pelo usuário:
— Limpar o cano (inclusive câmara de carregamento) e a caixa da culatra, o impulsor
do ferrolho, o ferrolho, o percussor, o obturador, êmbolo e mola do cilindro de gases, o
cilindro de gases (sem desmontar), o mecanismo da armação (sem desmontar); e
— Lubrificar correta e levemente a arma que está em uso;
— Lubrificar e/ou preservar corretamente a arma de pouco uso ou fora dele;
2) Pelo armeiro mecânico de armamento:
— Limpar o extrator, verificar, secar e lubrificar as molas recuperadoras se houver
exposição a umidade (chuva e alagados);
Verificar, contentemente, e regular os órgãos da arma, a fim de que apresente um
bom estado de conservação e de funcionamento.
CUIDADOS APÓS O TIRO

Após o tiro algumas peças do fuzil ficam impregnadas de resíduos de pólvora: o interior
do cano e câmara, o cilindro de gases, o obturador do cilindro de gases, o êmbolo com mola e,
dependendo da intensidade da utilização, até a frente do ferrolho e impulsor do ferrolho.
Este resíduo se junta ao óleo e, se deixado por longo tempo no local, endurece e encrusta
nas peças, provocando obstruções, funcionamento dificultado e lento.
Há necessidade, portanto, de uma rigorosa limpeza dessas peças na primeira
oportunidade após o tiro, executando o seguinte procedimento:

Figura 8- Fz 5,56-IMBEL MD2 A1

Lavar o interior do cano-câmara e cilindro de gases com óleo leve (viscosidade SAE 10,
neutro, sem aditivo), usando a vareta de limpeza com escova de nylon.
Lavar o êmbolo, mola do êmbolo, obturador do cilindro de gases, ferrolho, impulsor do
ferrolho, percussor e mola, também com óleo leve.
Evitar querosene e solventes à base de acetona (este último ataca a pintura da arma).
Se houver instalações disponíveis, pode-se utilizar água quente com sabão neutro para
lavar as peças. Neste caso as mesmas deverão ser bem secas após lavar.
Lubrificar levemente as peças móveis e o interior do cano e cilindro de gases com óleo.

9- CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO

Cuidados para verificar a existência de munição na câmara


Ao receber um fuzil o atirador deve:
1- Retirar o carregador.
2- Dar dois golpes de segurança, isto é, puxar a alavanca de manejo até a retaguarda e
soltá-la duas vezes, a fim de extrair e ejetar qualquer cartucho que esteja na câmara.
3- Puxar a alavanca de manejo à retaguarda de modo a retrair o ferrolho e, acionando o
retém do ferrolho, prendê-lo à retaguarda.
4- Examinar a câmara da arma através da janela de ejeção.

O atirador deve se lembrar também que, se a arma estiver com carregador municiado
quando se retrai o ferrolho até a retaguarda a fim de extrair algum cartucho da câmara e ejetá-
lo, ao soltar a alavanca de manejo o ferrolho avança e um novo cartucho será conduzido do
carregador para a câmara.
Intercambialidade (ferrolho/impulsor do ferrolho)
O ferrolho e o impulsor do ferrolho dos fuzis IMBEL são numerados com o mesmo
número da arma. Esta precaução da Fábrica deve-se a que estas peças não são utilizáveis
diretamente em outras armas, isto é, não são intercambiáveis em nível de usuário.

Conferir o carregador antes de sair para operação


A quantidade de cartuchos no carregador não é facilmente perceptível somente no olhar.
Há necessidade de se empurrar com o dedo o cartucho de cima para se verificar se o
carregador está completo.

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