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Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2016 I Série


Número 72

BOLETIM OFICIAL
2 276000 008141

ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
Decreto-Presidencial nº 25/2016:
Renovada a nomeação do Senhor Manuel da Paixão Santos Faustino, para, em comissão ordinária de
serviço, exercer o cargo de Chefe da Casa Civil da Presidência da República. ..............................2202
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-Lei n.º 64/2016:
Estabelece a estrutura orgânica e funcional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades,
adiante designado por MNEC. .........................................................................................................2202
Decreto-Lei n.º 65/2016:
Aprova a orgânica do Ministério da Economia e Emprego. ..................................................................2217
Decreto-Lei n.º 66/2016:
Procede à segunda alteração ao Decreto-lei n.º 13/2013, de 1 de abril. ...............................................2234
Resolução nº 90/2016:
Aprova o Manual de Normas e Identidade Visual do Governo. ...........................................................2235
Resolução nº 91/2016
Redefine o enquadramento institucional do Projeto de Desenvolvimento do Sistema de Abastecimento de
Água na Ilha de Santiago e cria a Comissão Técnica Intersectorial de Seguimento. ...................2250
Resolução nº 92/2016:
Aprova o Plano Nacional de Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes - 2017-2019. ... 2252
Resolução nº 93/2016:
Fixa a remuneração ilíquida mensal do Presidente do Conselho Nacional de Estatística. ................2268

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2202 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA: Outrossim, procura-se remover da atual orgânica os


obstáculos e impedimentos a uma boa prestação do mesmo
–––––– enquanto instrumento de governação, conferindo dentro do
Decreto-Presidencial nº 25/2016 possível aos seus órgãos, mais leveza e simplicidade, valo-
de 28 de dezembro
rizando a função coordenativa para melhor aproveitar as
sinergias e a transversalidade das matérias de cada serviço.
Usando da competência conferida pelo nº 2 do artigo 42º
da Lei Orgânica da Presidência da República, aprovada Assim,
pela Lei nº 13/VII/2007, de 2 de Julho, conjugado com o No uso da faculdade conferida pelo n.º 1 do artigo 204.º
artigo 3º do Decreto-Lei nº 49/2014, de 10 de Setembro, da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
e tendo em conta a resolução nº 100/2016 (II Série) de 16
de Dezembro de 2016, o Presidente da República decreta CAPÍTULO I
o seguinte: OBJETO, MISSÃO E ATRIBUIÇÕES
Artigo 1º Artigo 1.º
É renovada a nomeação do Senhor Manuel da Paixão Objeto
Santos Faustino, para, em comissão ordinária de serviço,
O presente diploma estabelece a estrutura orgânica
exercer o cargo de Chefe da Casa Civil da Presidência
e funcional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e
da República.
Comunidades, adiante designado por MNEC.
Artigo 2º
Artigo 2.º
O presente Decreto-Presidencial entra imediatamente Missão
em vigor e produz efeitos a partir de 20 de Outubro de
2016. O MNEC é o departamento governamental que tem por
missão propor, coordenar e executar a política externa
Publique-se. e assegurar as relações internacionais de Cabo Verde.
Presidência da República, na Praia, aos 20 de Dezembro Artigo 3.º
de 2016. – O Presidente da República, JORGE CARLOS
Atribuições
DE ALMEIDA FONSECA.
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O MNEC é o departamento governamental competente


––––––o§o–––––– para se relacionar com outros Estados ou organizações
CONSELHO DE MINISTROS intergovernamentais e respetivos representantes.
O MNEC assegura a unidade e a coerência na gestão
––––––
das relações internacionais e a coordenação das medidas
Decreto-lei n.º 64/2016 de política, das negociações e ações em todos os domínios
de 28 de dezembro da política externa com governos e entidades estrangei-
ras, incluindo a cooperação para o desenvolvimento, a
Com a aprovação do Programa do Governo assumida
defesa e segurança coletiva, a integração regional, as
para a IX Legislatura, inicia-se uma nova etapa na re-
comunidades emigradas, bem como as relações econó-
forma do Estado e na reformatação da Administração
micas e comerciais, técnicas e culturais, em articulação
Pública, sobretudo no estabelecimento dos objetivos e nas
com outros departamentos governamentais.
atribuições que a estrutura do Governo deve consagrar,
estando suficientemente explanadas no diploma que Na prossecução da sua missão, incumbe ao MNEC as
define a nova Estrutura Governamental – Decreto-lei seguintes atribuições nucleares:
n.º 37/2016, de 17 de junho.
a) Elaborar e propor as grandes linhas da política
A aposta centra-se numa estrutura de dimensão redu- externa cabo-verdiana, bem como as ações
zida, tendo na sua essencialidade a procura de maiores tendentes à respetiva execução;
ganhos de eficiência e eficácia da atividade governa-
b) Assegurar a representação diplomática ou con-
mental, preferindo, por conseguinte e claramente, um
sular junto de outros Estados e organizações
modelo de estrutura de organização e funcionamento leve,
internacionais e o seu funcionamento, assim
flexível e adequada ao cabal cumprimento do referido
como a gestão do estabelecimento e funciona-
programa de governação.
mento das representações diplomáticas e con-
Para além do mais, e no que diz respeito especifica- sulares estrangeiras em Cabo Verde;
mente ao departamento governamental responsável pela
c) Centralizar e coordenar as relações de quais-
definição, estruturação e execução de políticas na área
quer entidades públicas cabo-verdianas com
das relações externas, uma nova orgânica teria de ver
as representações e as missões diplomáticas
a luz do dia, não somente pela adoção da nomenclatura
e consulares de Cabo Verde junto de outros
Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades,
Estados ou de organismos internacionais,
que marca justificadamente o regresso tanto do nome
assim como as missões diplomáticas e consu-
tradicional deste departamento, bem como pela agrega-
lares dos Estados e representações de orga-
ção da área das Comunidades, que é uma componente de
nismos internacionais acreditadas em Cabo
peso e de indesmentível importância na política externa
Verde;
cabo-verdiana.

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d) Emitir parecer sobre assuntos relativos à po- c) A Direção-geral dos Assuntos Económicos e
lítica externa que tenham a ver com outros Integração Regional;
departamentos governamentais;
d) A Direção-geral das Comunidades, Assuntos
e) Conduzir as negociações internacionais que Consulares e Migrações.
vinculem o Estado e assegurar o processo de
3. O Secretariado Executivo da Parceria Especial Cabo
receção na ordem jurídica interna dos trata-
Verde-União Europeia (CV-UE) integrada na Direção
dos e acordos;
Nacional da Política Externa.
f) Coordenar e acompanhar as visitas oficiais de
entidades estrangeiras a Cabo Verde, e as 4. A Célula Nacional da Comunidade Económica dos
missões nacionais ao exterior; Estados da África Ocidental (CEDEAO) integrada na
Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Integração
g) Assegurar a coordenação das relações diplo- Regional.
máticas em matéria da segurança e defesa
cooperativa internacional e a gestão global 5. São Serviços Centrais de apoio técnico:
da cooperação internacional bilateral e mul- a) A Direção-geral do Planeamento, Orçamento e
tilateral; Gestão;
h) Coordenar as ações externas que tenham a ver b) O Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados.
com as relações económicas e comerciais in-
ternacionais, das questões transversais, da 6. A Inspeção Diplomática e Consular.
integração regional, das migrações, da diplo- 7. São Serviços Externos:
macia cultural e da promoção da imagem do
país no exterior;e a) As Missões Diplomáticas; e

i) Participar e coordenar na preparação de quais- b) Os Postos Consulares.


quer medidas, ações ou programas no âmbito Artigo 8.º
das relações entre Estados, no que respeite Administração indireta do Estado
às comunidades cabo-verdianas estabelecidas
no estrangeiro. Junto do MNEC funciona ainda o Instituto Diplomático
que prossegue atribuições no âmbito da política externa
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CAPÍTULO II de Cabo Verde.


ESTRUTURA ORGÂNICA CAPÍTULO III
Artigo 4.º
ÓRGÃOS E GABINETE
Estrutura geral
Secção I
O MNEC prossegue as suas atribuições através de ór-
Órgãos
gãos consultivos, do Gabinete de apoio ao Ministro e dos
serviços integrados na administração direta e indireta Artigo 9.º
do Estado. Conselho Nacional da Política Externa
Artigo 5.º O Conselho Nacional da Política Externa abreviada-
Órgãos mente designado por CNPE, é o órgão consultivo externo
O MNEC compreende os seguintes órgãos consultivos: do Ministro sobre as grandes opções da política externa.

a) Conselho Nacional da Política Externa; As competências, a composição e o modo de funciona-


mento do CNPE constam de regulamento próprio em di-
b) Conselho das Comunidades; ploma a aprovar por Resolução do Conselho de Ministros.
c) Conselho do Ministério; Artigo 10.º
d) Conselho Diplomático. Conselho Nacional das Comunidades
Artigo 6.º O Conselho Nacional das Comunidades (CNC) é o
Gabinete do Ministro órgão consultivo externo do Ministro sobre as grandes
opções da política para as comunidades cabo-verdianas
O MNEC compreende o Gabinete de apoio direto ao
no exterior.
Ministro.
Artigo 7.º A missão, as competências, a composição e o modo de
funcionamento do CNC constam de regulamento próprio
Administração direta do Estado
em diploma a aprovar por Resolução do Conselho de
1. O MNEC compreende os seguintes Serviços Centrais Ministros.
e Externos que integram a administração direta do Artigo 11.º
Estado:
Conselho do Ministério
2. São Serviços Centrais de conceção e execução:
1. O Conselho do Ministério é o órgão consultivo de na-
a) A Direção Nacional da Política Externa; tureza técnica e administrativa, integrado pelo Ministro,
b) A Direção Nacional do Protocolo do Estado; pelos dirigentes dos Serviços Centrais do Ministério,

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pelos assessores do Ministro, bem como e sempre que e) Assegurar o expediente relativo à publicação
possível, por Chefes das Missões Diplomáticas e dos e distribuição dos despachos, portarias, ins-
Postos Consulares de Carreira. truções, ordens de serviço, circulares e outras
decisões emanadas do Ministro;
2. O Ministro pode, sempre que considerar necessário,
convocar para as reuniões deste Conselho outro funcio- f) Preparar, prestar apoio logístico e secretariar
nário do MNEC. as reuniões convocadas pelo Ministro, desig-
3. Compete ao Conselho do Ministério: nadamente as dos órgãos consultivos previs-
tos neste diploma;
a) Assegurar unidade às atividades do Ministério;
g) Proceder à recolha, à classificação e ao trata-
b) Participar na definição das orientações que en- mento de informações de interesse para o de-
formam a atividade do MNEC; sempenho das atividades do Ministro;
c) Participar na elaboração do plano de ativida- h) Apoiar protocolarmente o Ministro em todas as
des do MNEC e apreciar o respetivo relatório atividades, nomeadamente no recebimento
de execução; de visitantes, no atendimento de reuniões e
d) Formular propostas e emitir pareceres, nomea- nas deslocações.
damente sobre questões ligadas à orgânica, 3. Compete ainda ao Gabinete em moldes a definir:
aos recursos humanos e às relações do MNEC
com os restantes serviços e organismos da a) Supervisionar a triagem e distribuição das cor-
Administração; respondências recebidas no Gabinete e desti-
nadas às unidades orgânicas competentes;
e) Pronunciar-se sobre outras matérias que o
Ministro entenda submeter à sua apreciação. b) Assegurar a articulação do Ministro com os
gabinetes dos Órgãos de soberania, com as
4. O Conselho do Ministério é presidido pelo Ministro
outras estruturas governamentais e com
dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.
entidades públicas e privadas, nacionais e
5. O Conselho do Ministério dispõe de regulamento estrangeiras, em assuntos que não sejam de
interno próprio, a aprovar por despacho do Ministro. competência específica de outro serviço;
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Artigo 12.º c) Assistir as missões diplomáticas e consulares


Conselho Diplomático de Cabo Verde no seu relacionamento com as
1. O Conselho Diplomático é o órgão consultivo que unidades orgânicas e outros departamentos
apoia o Ministro em toda a gestão da carreira e da do Estado nomeadamente assegurando uma
atividade diplomática. resposta atempada às suas solicitações.

2. As competências, a composição e o modo de funcio- 4. O pessoal integrante do Gabinete é provido nos


namento do Conselho Diplomático constam do Estatuto termos da lei.
do Diplomata. CAPÍTULO IV
Secção II
ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO ESTADO
Gabinete
Secção I
Artigo 13.º
Serviços Centrais de Conceção e Execução
Gabinete do Ministro
Subsecção I
1. O MNEC é dirigido pelo Ministro dos Negócios Direção Nacional da Política Externa
Estrangeiros e Comunidades, junto ao qual funciona
Artigo 14.º
o Gabinete encarregado de o assistir pessoalmente no
desempenho das suas funções. Direção Nacional da Política Externa

2. Compete ao Gabinete tratar do expediente da fun- 1. A Direção Nacional da Política Externa, abrevia-
ção governativa, bem como prestar apoio em matéria damente designada por DNAPEX, é o serviço central de
de informação, documentação e outras cabendo-lhe, conceção e de execução que incumbe assistir o Ministro
designadamente: na definição, coordenação e implementação da política
externa e de cooperação internacional de Cabo Verde
a) Assessorar tecnicamente o Ministro nos assun-
definida pelo Governo e ocupa-se das questões relaciona-
tos que este lhe distribua;
das com as relações externas incluindo as atividades de
b) Receber, expedir e registar toda a correspon- natureza político-diplomáticas e de cooperação técnica,
dência pessoal do Ministro; financeira e cultural, de segurança e defesa cooperati-
c) Organizar as relações públicas do Ministro, de- vas, de democracia, de eleições e governação, de direito
signadamente os seus contactos com a comu- internacional e de direitos humanos.
nicação social; 2. Incumbe à DNAPEX propor e garantir as ações
d) Assegurar o expediente e arquivo pessoal do tendentes ao desenvolvimento e à execução da política
Ministro, bem como a organização da sua externa de Cabo Verde, nos planos político-diplomático
agenda; e da cooperação para o desenvolvimento e sua execução.

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3. A DNAPEX assegura a condução política e diplomá- b) Transmitir às Missões Diplomáticas de Cabo


tica do processo de negociação e celebração de acordos Verde instruções relativas à execução da po-
e tratados. lítica externa e da cooperação internacional e
empresarial;
4. A DNAPEX assegura o processo dos pedidos de finan-
ciamento externo e a apresentação oficial dos mesmos, c) Ocupar-se, em articulação com os outros ser-
sem prejuízo das competências específicas do Ministério viços competentes do MNEC, da preparação
das Finanças em matéria de contração de empréstimos das visitas oficiais de entidades estrangeiras
no exterior. bem como das missões oficiais do Estado que
5. No domínio da cultura, a DNAPEX propõe dire- se desloquem ao exterior;
trizes de política externa e assegura o tratamento das d) Comunicar as informações, orientações e deci-
questões atinentes à promoção da cultura e da língua sões no âmbito da política externa e da coo-
cabo-verdianas, às relações culturais, à difusão externa peração internacional aos demais Serviços
de informações sobre a cultura cabo-verdiana à divulga- Centrais e externos do MNEC, bem como aos
ção de Cabo Verde no exterior e coordena a conclusão de setores nacionais implicados;
acordos nesse domínio.
e) Receber e conferenciar com os membros do
6. A DNAPEX, com vista a garantir a unidade da políti- Corpo Diplomático acreditado em Cabo Verde
ca externa, coordena e articula-se com os demais Serviços e comunicar-lhes as respostas que obriguem o
Centrais de conceção e execução, particularmente com Governo em matéria de política externa e de
a Direção-Geral de Assuntos Económicos e Integração cooperação internacional e empresarial;
Regional (DGAEIR), no relacionamento de Cabo Verde
com outros Estados e Organizações internacionais em f) Assegurar a gestão dos processos de apoio e de
matérias como mudanças climáticas, ambiente, Aliança votação das candidaturas;
dos pequenos Estados insulares (AOSIS), Objetivos de g) Assegurar a gestão das autorizações de sobre-
Desenvolvimento Sustentável (ODS) e agendas políticas voos e escalas aéreas e marítimas;
e de desenvolvimento internacionais, nomeadamente a
h) Ocupar-se dos demais assuntos que recaiam na
Agenda 2030 e a Agenda 2063, da competência político-
sua esfera de competência.
-diplomática da DNAPEX.
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Artigo 16.º
7. Na prossecução das suas atribuições, a DNAPEX
articula-se também com os outros departamentos go- Serviço de gestão dos Assuntos Multilaterais
vernamentais, as autarquias locais, as associações co- Compete ao Serviço de gestão dos Assuntos
merciais, e as sociais, em matéria de sua competência. Multilaterais, designadamente:
8. O Secretariado Executivo da Parceria Especial Cabo a) Assegurar e promover a contribuição de Cabo
Verde-União Europeia integra a DNAPEX, como Unidade Verde ao reforço do multilateralismo tanto no
de gestão das relações entre Cabo Verde e a União euro- plano internacional como regional e inter-re-
peia em articulação com o Serviço do Ordenador Nacional gional, bem como acompanhar o processo de
do Fundo Europeu de Desenvolvimento (SON-FED) no participação de Cabo Verde nas organizações
âmbito das atribuições deste último. internacionais e regionais, nomeadamente,
9. A DNAPEX integra ainda os seguintes serviços no âmbito do Sistema das Nações Unidas, da
internos: CPLP, da União Africana, da CEDEAO e da
Francofonia;
a) Serviço de Gestão dos Assuntos Bilaterais;
b) Acompanhar o processo de Reforma das Nações
b) Serviço de Gestão dos Assuntos Multilaterais. Unidas e, em particular, os processos da
10. O Diretor Nacional da Política Externa é escolhido Cooperação para o Desenvolvimento, da gra-
de entre os diplomatas de carreira com a categoria de duação de Cabo Verde do Grupo dos PMA, dos
Embaixador ou de Ministro Plenipotenciário e é equipa- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
rado, para todos os efeitos, a Embaixador Extraordinário do Sistema de Gestão e da Eficácia da Ajuda
e Plenipotenciário. e dos demais, com pertinência para o eficaz
funcionamento dos sistemas de cooperação fi-
11. Os Serviços que integram a DNAPEX acima re-
nanceira para o desenvolvimento;
feridos são dirigidos por um responsável de equipa de
trabalho ou Diretor de Serviço, escolhido de entre diplo- c) Acompanhar igualmente os processos de diálo-
matas de carreira e designado em comissão de serviço. go entre África e o resto do Mundo bem como
Artigo 15.º as parcerias estratégicas de Cabo Verde com
outros países e organizações internacionais;
Serviço de gestão dos Assuntos Bilaterais

Compete ao Serviço de gestão dos Assuntos Bilaterais, d) Promover, organizar e coordenar o processo de
designadamente: mobilização dos recursos externos da coope-
ração financeira e técnica para o desenvolvi-
a) Promover e velar pelo normal funcionamento e mento, bem como garantir, a nível nacional,
expansão das relações bilaterais entre Cabo as ações de coordenação e de seguimento de-
Verde e outros Estados; correntes dessas atividades;

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e) Propor diretrizes de política exterior no âm- 4. O Diretor Nacional do Protocolo do Estado é es-
bito internacional relativas à codificação do colhido, nos termos da lei, entre os diplomatas de car-
direito internacional, às questões atinentes reira com a categoria de Embaixador ou de Ministro
ao direito humanitário, ao desarmamento, Plenipotenciário e é equiparado, para todos os efeitos, a
à justiça penal internacional, à não prolife- Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário.
ração de armas de destruição em massa e à
5. Os Serviços que integram a DNPE são dirigidos
transferência de tecnologias sensíveis, aos as-
por diplomatas de carreira na categoria mínima de
suntos políticos submetidos à consideração da
Conselheiros, ou por um Diretor de Serviço, escolhido
Organização das Nações Unidas e demais or-
entre os diplomatas de carreira e designados em comis-
ganizações internacionais e regionais de que
são de serviço.
Cabo Verde seja parte;
6. As delegações regionais dependem do Diretor
f) Propor, no domínio dos direitos humanos e Nacional do Protocolo do Estado e são coordenadas,
temas sociais como a luta contra a pobreza, em regra, por um funcionário ou agente do quadro do
diretrizes de política exterior no âmbito in- MNEC designado em comissão de serviço e equiparado a
ternacional relativas aos direitos e segurança Secretário de Membro do Governo, para todos os efeitos
humanos, aos direitos da mulher, aos direi- legais.
tos da criança e do adolescente, à questão dos
assentamentos humanos e aos demais temas 7. Compete ao Serviço de Gestão do Cerimonial do
tratados nos órgãos das Nações Unidas espe- Estado:
cializados em assuntos sociais; a) Dar parecer e assegurar a observância das nor-
g) Nos domínios de Paz, Segurança e Estabilidade, mas que se regem pela Lei do Cerimonial em
contribuir no quadro das convenções e dos eventos e atos públicos do Estado;
fora e mecanismos internacionais e promover b) Preparar e acompanhar os atos oficiais em
a segurança cooperativa para a luta contra que participem o Presidente da República,
tráficos ilícitos, a criminalidade organizada e o Presidente da Assembleia Nacional, o
o terrorismo, bem como participar nos meca- Primeiro Ministro e ainda os Membros
nismos regionais de gestão dos conflitos; do Governo quando em substituição do
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Primeiro Ministro, o Ministro dos Negócios


h) Velar, em articulação com o Tesouro Público,
Estrangeiros e Comunidades ou o Membro do
pelo pagamento atempado das quotas e con-
Governo que o substitua;
tribuições aos organismos internacionais de
que Cabo Verde é membro; c) Preparar e acompanhar os atos em que parti-
cipem outros Membros do Governo, especial-
i) Ocupar-se dos demais assuntos que recaiam na mente quando estejam presentes elementos
sua esfera de competência. do Corpo Diplomático acreditados em Cabo
Subsecção II Verde ou entidades oficiais estrangeiras;
Direção Nacional do Protocolo do Estado d) Apoiar a preparação e acompanhar a realiza-
Artigo 17.º
ção das visitas e deslocações oficiais a Cabo
Verde de Chefes de Estado, Presidentes de
Direção Nacional do Protocolo do Estado Parlamento, Chefes de Governo, Ministros
dos Negócios Estrangeiros, de enviados es-
1. A Direção Nacional do Protocolo do Estado, abrevia-
peciais e de outras entidades estrangeiras às
damente designada por DNPE, é o serviço de conceção e
quais seja devido idêntico tratamento proto-
de execução, ao qual incumbe ocupar-se do cumprimento
colar;
das regras e da execução das atividades do Cerimonial e
do Protocolo do Estado bem como da aplicação das nor- e) Apoiar a preparação e acompanhar a reali-
mas e execução das medidas relativas aos privilégios e zação das visitas e deslocações oficiais ao
imunidades diplomáticas e consulares. estrangeiro do Presidente da República,
do Presidente da Assembleia Nacional, do
2. No exercício das suas atribuições a DNPE é ainda
Primeiro-ministro, do Ministro dos Negócios
o órgão central do Estado em matéria de cerimonial e
Estrangeiros e Comunidades e, sempre que
protocolo, devendo, nesse âmbito, orientar os restantes
superiormente incumbido, de outras altas en-
serviços centrais e externos do MNEC, assim como os
tidades nacionais;
serviços protocolares dos órgãos de soberania e outros
serviços setoriais. f) Assegurar a emissão de credenciais e de plenos
poderes;
3. A DNPE integra os seguintes serviços internos:
g) Coordenar, com os Gabinetes do Presidente
a) Serviço de Gestão do Cerimonial do Estado; da República, do Presidente da Assembleia
Nacional, do Primeiro Ministro e do Ministro
b) Serviço de Gestão das Missões Diplomáticas e
dos Negócios Estrangeiros e Comunidades o
Postos Consulares;
envio de mensagens de felicitações ou condolên-
c) Delegações Regionais do Protocolo do Estado. cias a autoridades ou entidades estrangeiras;

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h) Ocupar-se dos aspetos logísticos e organizacio- k) Obter junto das Missões Diplomáticas ou Postos
nais dos eventos promovidos ou da responsa- Consulares acreditados em Cabo Verde, os
bilidade direta do MNEC, sejam eles inter- vistos de que carecem os detentores de passa-
nos, interdepartamentais ou internacionais; portes diplomáticos e de serviço, para as suas
deslocações em missão de serviço;
i) Determinar os bens e serviços necessários à
realização dos eventos referidos nos números l) Assegurar junto das Missões Diplomáticas
anteriores e coordenar com a DGPOG a aqui- ou Postos Consulares, ou através das auto-
sição dos mesmos; ridades fronteiriças de Cabo Verde, a con-
cessão de vistos diplomáticos e de cortesia
j) O que mais lhe for cometido por lei ou superior-
solicitados pelos Governos e Organizações
mente.
internacionais, diretamente ou através das
8. Compete ao Serviço de Gestão das Missões Representações diplomáticas ou consulares
Diplomáticas e Postos Consulares: acreditadas em Cabo Verde;
a) Velar pelo cumprimento das leis, convenções m) Assegurar a concessão de documentos de iden-
e usos internacionais reconhecidos, relativos tificação aos membros do Corpo Diplomático
aos privilégios e imunidades diplomáticos e e Consular acreditados em Cabo Verde, bem
consulares e a sua tradução em manuais de como aos restantes membros do pessoal da
procedimentos operacionais; missão e dos membros do posto consular, res-
petivamente;
b) Assegurar o processo de acreditação dos Chefes
das Missões Diplomáticas cabo-verdianas no n) Assegurar a emissão de passaportes diplomá-
exterior e dos Chefes das Missões Diplomáticas ticos, bem como a conservação e guarda dos
e de Organizações Internacionais estrangei- respetivos impressos;
ras em Cabo Verde;
o) Velar para o cumprimento das normas relati-
c) Publicar e, sempre que necessário, atualizar a vas ao correto uso protocolar das Salas VIP de
lista do Corpo Diplomático e Consular acredi- caráter diplomático nos principais aeroportos
tado em Cabo Verde e a do Corpo diplomático e portos do país;
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de Cabo Verde no exterior;


p) Solicitar aos Serviços Externos, bem como às
d) Velar pela observância das regras de precedên- autoridades estrangeiras se assim for neces-
cia entre os membros do Corpo Diplomático e sário, os apoios protocolar e logístico que se
Consular, de acordo com as práticas do direi- revelarem essenciais às entidades oficiais em
to internacional; missão de serviço;
e) Assegurar o expediente das audiências aos q) Assegurar outros serviços de apoio ao funcio-
membros do Corpo Diplomático e outras indi- namento de Missões Diplomáticas e de Postos
vidualidades estrangeiras; Consulares quando tal for superiormente de-
terminado.
f) Tratar do acolhimento e da despedida dos
Chefes de Missão acreditados em Cabo Verde; 9. Compete às Delegações Regionais do Protocolo do
Estado:
g) Zelar pela observância e cumprimento das nor-
mas internacionais relativas à imunidade e a) Assegurar, em estreita articulação com os
inviolabilidade das instalações diplomáticas Serviços Centrais, a execução das funções do
ou equiparadas, assim como dos membros do Cerimonial e Protocolares do Estado na área
corpo diplomático, articulando-se para o efei- territorial correspondente;
to com as autoridades competentes na execu-
b) Participar ativamente na preparação e exe-
ção de medidas de segurança com essa finali-
cução dos programas de visitas de entida-
dade;
des estrangeiras, nomeadamente de Chefes
h) Promover a execução das normas e preceitos de Estado, de Presidentes de Parlamento,
internacionais relativos a isenções, franquias de Primeiros Ministros, de Membros de
e outros privilégios, tendo em conta o princí- Governos e de outras entidades com direito a
pio da reciprocidade; apoio protocolar quando a totalidade ou parte
do programa deva ser cumprido na respetiva
i) Organizar e assegurar o expediente de registo
área territorial;
e matrícula de viaturas das Representações
Diplomáticas e Consulares e das Organizações c) Assegurar apoio protocolar às entidades nacio-
Internacionais sedeadas em Cabo Verde e de nais ou coadjuvar na sua garantia, nomeada-
demais representações que beneficiem de es- mente ao Chefe do Estado, ao Presidente da
tatuto diplomático; Assembleia Nacional, ao Primeiro Ministro,
aos Membros do Governo e, sempre que su-
j) Zelar pela observância dos preceitos legais em
periormente incumbido, a outras altas enti-
matéria de concessão e uso dos passaportes
dades nacionais em visita ou trânsito pela
diplomáticos;
respetiva área territorial;

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2208 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

d) Preparar as audiências dos Embaixadores, em especial as que resultam dos acordos, tra-
Chefes das Representações Diplomáticas e tados e convénios comerciais bilaterais e mul-
das organizações intergovernamentais ou de tilaterais subscritos por Cabo Verde visando
outras personalidades com direito a apoio o aproveitamento eficiente das vantagens daí
protocolar, com as autoridades locais; decorrentes;
e) Controlar a correta utilização da sala VIP da c) Contribuir para a elaboração das propostas
respetiva área territorial; e legislativas e regulamentares necessárias
à prossecução das políticas definidas para o
f) O mais que for determinado superiormente.
setor, assegurar o cumprimento da legislação
Subsecção III aplicável nas suas áreas de intervenção, nos
Direção-geral dos Assuntos Económicos e Integração termos definidos pela lei e assegurar, em co-
Regional laboração com outros organismos do Estado,
Artigo 18.º a execução dos acordos que vinculem Cabo
Direção-geral dos Assuntos Económicos e Integração
Verde;
Regional d) Criar condições que facilitem o comércio inter-
1. A Direção-geral dos Assuntos Económicos e nacional na remoção de barreiras tarifárias e
Integração Regional, abreviadamente designada por não tarifárias;
DGAEIR, é o serviço central de conceção e execução ao e) Preparar, coordenar e participar nas negocia-
qual incumbe preparar, orientar e executar a diplomacia ções e gestão dos acordos e protocolos interna-
na sua vertente económica, em particular, nos domínios cionais de comércio ao nível bilateral, regio-
do comércio externo, da internacionalização empresarial, nal e multilateral visando garantir, nomea-
do investimento direto estrangeiro, da integração econó- damente, o acesso a mercados, às regras de
mica regional e de áreas técnicas conexas. origem, à defesa comercial e salvaguardas, à
2. Na prossecução das suas atribuições, a DGAEIR segurança jurídica, ao direito dos negócios, à
articula-se com outros departamentos governamentais, agricultura e produtos de base e a outros as-
as autarquias locais, as associações comerciais e outras suntos internacionais de natureza económica;
organizações da sociedade civil em matéria de sua com-
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f) Velar pelo cumprimento dos compromissos


petência. comerciais assumidos por Cabo Verde no
3. A DGAEIR integra os seguintes serviços: plano bilateral e no âmbito das organiza-
ções internacionais, criando os mecanismos
a) Serviço de Gestão dos Assuntos Económicos; apropriados para o efeito, particularmen-
b) Serviço de Gestão dos Assuntos Transversais e te com a Organização Mundial do Comércio
Técnicos; (OMC), a Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), a
c) A Célula Nacional da CEDEAO.
União Africana (UA), a União Europeia (UE),
4. O Diretor-geral dos Assuntos Económicos e o Grupo dos Estados de África, Caraíbas e
Integração Regional é escolhido, nos termos da lei, entre Pacífico (ACP), a Comunidade dos Países
os diplomatas de carreira com a categoria de Embaixador, de Língua Portuguesa (CPLP); o Fórum dos
de Ministro Plenipotenciário, ou, excecionalmente, de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
Conselheiro de Embaixada. (FORPALOP), os Pequenos Estados Insulares
em Desenvolvimento (SIDS) e outros Fóruns
5. Os serviços que integram a DGAEIR acima referidos
internacionais;
são dirigidos por um responsável de equipa de trabalho
ou Diretor de Serviço, escolhidos de entre diplomatas de g) Promover e suscitar medidas e instrumentos
carreira e designados em comissão de serviço. de apoio ao fomento ou à atração do inves-
timento direto estrangeiro (IDE) em Cabo
6. A Célula Nacional da CEDEAO é dirigida por um
Verde, nos planos da promoção económica, da
diplomata de carreira, em comissão de serviço, sendo
proteção recíproca dos investimentos, da fis-
equiparado a Diretor de Serviço.
calidade e da segurança jurídica;
7. Compete ao Serviço de Gestão dos Assuntos
h) Propor e suscitar diretrizes de política externa
Económicos:
que visem apoiar os esforços das empresas,
a) Acompanhar e difundir informações e políticas classes empresariais e associações comerciais
relativas ao ambiente económico e comercial em matéria de internacionalização dos seus
internacional e regional; negócios, de desenvolvimento da “diplomacia
de produto” e as parcerias público-privadas;
b) Propor e suscitar diretrizes e ações de política
externa visando a promoção e diversificação i) Assegurar as medidas consecutivas à consti-
das exportações, a internacionalização das tuição de parcerias económicas externas e ao
empresas cabo-verdianas, o fomento ou a financiamento de programas nesse âmbito.
atração do investimento externo, bem como,
8. Compete ao Serviço de Gestão dos Assuntos
estudar e propor medidas adequadas a tomar,
Transversais e Técnicos, designadamente:

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2209

a) Propor, acompanhar e suscitar diretrizes de po- a) Formular, executar e fazer executar a política
lítica externa em domínios do meio ambiente, do Governo relativa às comunidades cabo-
mar, e temas conexos, nomeadamente, mu- -verdianas estabelecidas no exterior;
danças climáticas, desenvolvimento sustentá-
b) Propor e garantir as ações tendentes ao desen-
vel, luta contra a seca e desertificação, prote-
volvimento e à execução da política de rela-
ção da atmosfera, espaço exterior e Pequenos
ções com as comunidades no exterior;
Estados Insulares em Desenvolvimento;
c) Assegurar o tratamento dos eventos ocorridos
b) Propor e suscitar diretrizes de política externa nos países de acolhimento, suscetíveis de
relativas à economia marítima e ao desenvol- afetar a estabilidade das comunidades cabo-
vimento de parcerias externas competitivas e verdianas aí estabelecidas, em estreita cola-
dinâmicas em todos os domínios do mar, em boração com outras entidades públicas cujas
conformidade com as orientações do Governo atribuições abranjam esta área;
e em articulação com os setores competentes,
assim como relativos à ordenação jurídica do d) Acompanhar a evolução da situação das co-
mar e seu regime, à utilização económica dos munidades cabo-verdianas estabelecidas
fundos marinhos e oceânicos e ao regime jurí- no exterior, em articulação com as Missões
dico da pesca; Diplomáticas e Postos Consulares;
c) Propor e suscitar diretrizes de política externa e) Propor a negociação de acordos de emigração,
no âmbito das relações bilaterais, regionais e mobilidade, estabelecimento e de segurança
nos Fóruns internacionais relativos à nego- social bem como quaisquer outras medidas,
ciação de recursos energéticos renováveis e visando a melhoria das condições de vida dos
não renováveis; cidadãos cabo-verdianos e sua melhor inte-
gração nos países de acolhimento;
d) Desenvolver políticas de promoção em outros
domínios económicos e conexos, nomeada- f) Promover, realizar e participar na elaboração
mente, do turismo, da propriedade intelec- de estudos tendo em vista a definição de polí-
tual, da inovação tecnológica, e das indús- ticas de emigração;
trias culturais; g) Propor, em concertação com outros departa-
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e) Propor e suscitar diretrizes visando a articula- mentos governamentais, diretrizes de políti-


ção institucional interna, o papel e especiali- ca exterior no âmbito das relações culturais e
zação das missões diplomáticas e consulares educacionais, promover a língua cabo-verdia-
de Cabo Verde e de eventuais mecanismos na, difundir externamente informações sobre
bilaterais conjuntos, público e/ou privados a arte e a cultura cabo-verdiana e divulgar
que possam vir a ser criados na perspetiva de Cabo Verde no exterior;
uma eficaz e produtiva promoção externa de h) Contribuir para o tratamento das questões re-
Cabo Verde e consequente materialização da lativas à promoção da cultura cabo-verdiana
diplomacia económica do país; nas comunidades;
9. Compete a Célula Nacional da CEDEAO acompa- i) Promover, organizar e coordenar o processo de
nhar e desenvolver as medidas de apoio à integração mobilização de recursos externos em benefí-
económica regional na Comunidade Económica dos cio das comunidades mais carenciadas, bem
Estados da África do Oeste e assegurar o Secretariado como garantir, a nível nacional, as ações ne-
da Célula de CEDEAO. cessárias decorrentes dessas atividades.
10. O funcionamento da Célula Nacional, sua coordena- 2. Incumbe ainda a DGCACM definir e assegurar po-
ção e articulação com os demais setores é estabelecido em líticas relativas aos assuntos consulares, incluindo apoio
diploma próprio, considerando as diretivas da CEDEAO técnico, administrativo e logístico aos serviços consulares,
nesta matéria. assim como monitorizar, no plano externo, a estratégia
Subsecção IV e as políticas relativas aos assuntos da mobilidade e das
Direção-geral das Comunidades, Assuntos Consulares
migrações.
e Migrações 3. Na prossecução das suas competências, a DGCACM
Artigo 19.º articula-se com as outras unidades orgânicas do MNEC,
Direção-geral das Comunidades, Assuntos Consulares com os departamentos governamentais pertinentes, com
e Migrações as autarquias locais e com associações comerciais e sem
fins lucrativos.
1. A Direção-geral das Comunidades, Assuntos
Consulares e Migrações, abreviadamente designada por 4. A DGCACM integra os seguintes serviços:
DGCACM, é o serviço central de conceção e execução ao a) Serviço de Gestão dos Assuntos das Comunidades,
qual incumbe definir e assegurar políticas relativas às de Promoção e da Mobilização do Investimento
comunidades cabo-verdianas no exterior e ocupar-se das de Emigrantes;
questões relacionadas com a integração social e económi-
ca e preservação das relações com o país, competindo-lhe b) Serviço de Gestão dos Assuntos Consulares, das
nomeadamente: Migrações e do Observatório das Migrações.

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2210 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

5. O Diretor-geral das Comunidades, Assuntos a) Apoiar na identificação e sistematização de


Consulares e Migrações é escolhido de entre funcionários oportunidades de investimento em Cabo
do quadro diplomático ou técnico, bem como de entre pes- Verde e coordenar a estratégia de comunica-
soas idóneas estranhas aos quadros do MNEC, providos ção para captação do investimento no seio da
nos termos da lei. diáspora cabo-verdiana;
6. Os Serviços que integram a DGCACM são diri- b) Propor políticas e implementar medidas que
gidos por um responsável de equipa de trabalho ou estimulem as remessas dos emigrantes e
Diretor de Serviço, escolhido de entre funcionários melhoria qualitativas dos investimentos dos
do quadro diplomático ou técnico, bem como de entre emigrantes;
pessoas idóneas estranhas aos quadros do MNEC de
c) Desenvolver na comunidade cabo-verdiana
reconhecida competência e experiência, provido nos
ações que visem uma melhor educação finan-
termos da lei.
ceira e uma cultura empreendedora;
7. Ao Serviço de Gestão dos Assuntos das Comunidades
d) Promover o empoderamento económico dos
(SGAC), incumbe formular e monitorizar a estratégia e
emigrantes nos países de acolhimento;
as políticas para as comunidades cabo-verdianas na diás-
pora, com o apoio técnico, administrativo e logístico das e) Trabalhar em estreita articulação com as insti-
Missões Diplomáticas e Postos Consulares, da DGACM, tuições ligadas à promoção do empresariado e
bem como do Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados, do investimento no país;
competindo-lhe:
f) Desenvolver parcerias com instituições nos
a) Conceber medidas que tenham em vista a países de acolhimento que visem a promoção
adequação das políticas para a diáspora às do investimento dos emigrantes no país de
necessidades sociais e económicas das comu- origem;
nidades;
g) Prestar informações sobre o Código de
b) Conceber medidas de política de fomento e Investimento Emigrante e orientações sobre
apoio a iniciativas que conduzam à transfe- incentivos fiscais, isenções aduaneiras, licen-
rência de conhecimento em áreas chaves para ciamento comercial, entre outras;
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o desenvolvimento do país;
h) Desenvolver estratégia de identificação de po-
c) Conceber, em articulação com os setores, pro- tenciais investidores de forma setorial nos
gramas específicos com grupos-alvo identifi- países de acolhimento e a ligação destes com
cados com vista à sensibilização e reforço da as empresas nacionais;
ligação com Cabo Verde;
i) Promover medidas que estimulem o aprovei-
d) Contribuir, em colaboração com os órgãos de tamento do “mercado da saudade” no seio da
comunicação social e as representações de diáspora e em Cabo Verde.
Cabo Verde no exterior, para informação re-
9. Compete ao Serviço de Gestão dos Assuntos
gular das comunidades sobre a realidade e a
Consulares:
vida do país e da Nação nos mais diversos se-
tores; a) Propor e executar uma política que assegure
coerência e eficiência à gestão dos assuntos
e) Participar, com outros departamentos e insti-
consulares no geral em conformidade com a
tuições na recolha, elaboração e divulgação de
legislação internacional e nacional na matéria;
informação sobre assuntos de interesse espe-
cífico para as comunidades; b) Conduzir os processos administrativos relati-
vos ao estabelecimento e funcionamento de
f) Apoiar e incentivar as ações de superação esco-
representações consulares de Cabo Verde no
lar, profissional e culturais desenvolvidas no
exterior e as de países estrangeiros em Cabo
seio das comunidades;
Verde;
g) Criar e manter atualizados ficheiros e bases de
c) Articular com a Direção Nacional do Protocolo
dados das estruturas e organizações que ope-
do Estado na emissão de documentos de iden-
ram junto de emigrantes cabo-verdianos na
tificação aos membros do corpo consular em
diáspora;
Cabo Verde, bem como no expediente de re-
h) Coordenar a implementação de normas de fun- gisto e matrícula de viaturas aos Membros e
cionamento das casas do emigrante, gabine- Representações consulares;
tes de acolhimento e casas de cultura.
d) Propor a criação, a extinção ou a modificação
8. Ao Serviço de Promoção e Mobilização do Investimento da categoria dos postos consulares, bem como
de Emigrante (SPMIE), incumbe promover, mobilizar e a definição da sua área de jurisdição;
orientar o investimento dos emigrantes em Cabo Verde,
e) Propor a conclusão de acordos ou convenções
bem como coordenar a política relativa às questões trans-
consulares, incluindo na área da cooperação
versais ligadas à melhoria do ambiente de negócio dos
consular, orientar as respetivas negociações e
emigrantes em Cabo Verde, competindo-lhe:
velar pela sua execução;

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2211

f) Propor medidas para a melhoria de assistência c) Implementar e gerir um sistema efetivo e mo-
e proteção consular dos nacionais cabo-ver- derno de gestão e de desenvolvimento dos re-
dianos no exterior; cursos humanos do MNEC;
g) Transmitir os atos judiciais e extrajudiciais e d) Gerir o património móvel e imóvel do MNEC;
dar cumprimento a cartas rogatórias e preca-
e) Assegurar e coordenar a implementação de so-
tórias em conformidade com os acordos inter-
luções informáticas a nível de todo o MNEC,
nacionais;
privilegiando a instalação e desenvolvimento
h) Assegurar a correta aplicação pelos postos e uniformes de aplicações;
secções consulares da legislação nacional vi-
f) Conceber, implementar e gerir um sistema de
gente e das normas internacionais.
Arquivo e de Biblioteca em conformidade com
10. Compete ao Serviço dos Assuntos das Migrações: a legislação aplicável e em articulação com o
Arquivo Histórico Nacional.
a) Promover, realizar e participar em eventos nacio-
nais e internacionais e na elaboração de estudos g) Centralizar e sistematizar as informações re-
tendo em vista a definição e implementação de lativas à evolução de todos os projetos respei-
políticas, estratégias e planos de ação nos domí- tantes ao MNEC bem como ao seguimento,
nios da mobilidade, migrações e direito de asilo, controlo e avaliação dos mesmos;
assim como promover o diálogo político conse-
h) O mais que lhe for cometido por lei ou pelo
quente nesse âmbito com países e organizações,
Ministro.
visando encontrar os acordos e entendimentos
ajustados ao interesse nacional; 3. O Diretor-geral de Planeamento, Orçamento e
Gestão constitui antena focal para a coordenação interna
b) Participar e assegurar a cooperação internacio-
da execução das medidas de política para o setor da refor-
nal e regional em matéria de luta contra migra-
ma do Estado e modernização da Administração Pública.
ção ilegal, e em matéria de segurança contra o
tráfico de seres humanos nesse âmbito; 4. Constituem serviços da DGPOG:
c) Assegurar, em articulação com os serviços com- a) O Serviço de Gestão Financeira e Patrimonial; e
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petentes, o acompanhamento da dimensão


b) O Serviço de Gestão dos Recursos Humanos.
externa das questões relacionadas com a en-
trada e permanência de cidadãos estrangei- 5. A DGPOG é dirigida por um Diretor-geral, que é es-
ros em Cabo Verde. colhido de entre funcionários do quadro diplomático ou de
entre pessoas idóneas estranhas à carreira diplomática,
11. A organização, atribuições e o funcionamento do
providos nos termos da lei.
Serviço do Observatório das Migrações são estabelecidos
em diploma próprio. 6. O Serviço de Gestão Financeira e Patrimonial
Secção II
(SGFP), é o serviço de apoio relativo à administração,
finanças, património e arquivo do MNEC.
Serviços Centrais de apoio técnico
7. Compete-lhe designadamente:
Subsecção I
Direção-geral do Planeamento, Orçamento e Gestão a) Desempenhar funções de natureza administra-
tiva e financeira de caráter comum aos diver-
Artigo 20.º
sos serviços do MNEC, em coordenação com
Direção-geral do Planeamento, Orçamento e Gestão os mesmos;
1. A Direção-geral do Planeamento, Orçamento e b) Assegurar a elaboração e apoiar a definição
Gestão, abreviadamente designada por DGPOG, é o ser- das principais opções do orçamento de fun-
viço central de apoio técnico do MNEC com funções nas cionamento do MNEC, em articulação com os
áreas técnico e administrativas, na gestão orçamental, demais Serviços Centrais e com os Serviços
nos recursos humanos, financeiros e patrimoniais e no Externos e acompanhar a respetiva execução;
arquivo, bem como nas aquisições públicas e na moder-
nização administrativa. c) Promover e organizar o expediente relativo à
realização das despesas de funcionamento e
2. Compete à DGPOG, designadamente: investimento, em coordenação com os demais
a) Elaborar e manter atualizado o Quadro de serviços e organismos do MNEC;
Despesas de Médio Prazo (QDMP) do MNEC d) Assegurar as operações de contabilidade finan-
articulando-se com todos os serviços e em ceira e a realização periódica dos respetivos
especial, com os serviços do departamento balanços;
governamental responsável pelas áreas das
Finanças e do Planeamento, em matéria rela- e) Garantir as operações de contabilidade geral,
tiva à gestão orçamental e financeira; prestação de contas e balancetes;

b) Organizar a gestão e controlar a utilização dos f) Acompanhar e verificar o cumprimento das for-
recursos materiais e financeiros e proceder à malidades aduaneiras relativas à importação
consolidação dos orçamentos dos serviços; de bens pertencentes ao MNEC;

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2212 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

g) Conferir os termos de entrega da gerência dos d) Zelar pelo abastecimento de água, espaços ver-
Serviços Externos, nos termos em que forem des, pelas redes de esgotos e pelo funciona-
determinados pelo Regulamento Financeiro mento do parque de estacionamento das ins-
das Missões Diplomáticas e Postos Consulares talações do Palácio das Comunidades; e
de Cabo Verde e propor medidas pertinentes;
e) O mais que lhe seja cometido superiormente.
h) Promover e assegurar a elaboração e atua-
lização dos inventários dos bens afetos aos 10. O SGFP é dirigido por um Diretor de Serviço, fun-
Serviços Centrais e Externos do MNEC; cionário do quadro diplomático ou pessoa idónea estranha
à carreira diplomática, de reconhecida competência e ex-
i) Conferir os inventários dos bens do Estado periência, na área de economia, contabilidade ou gestão,
anexos aos termos de entrega da gerência dos provido nos termos da lei.
Serviços Externos;
11. O Serviço de Gestão dos Recursos Humanos
j) Adquirir, conservar e gerir os objetos de arte e (SGRH) é o serviço de apoio técnico-normativo de apoio
outros utensílios para uso em receções e ceri- a formulação, coordenação e execução das políticas de
mónias no MNEC;
desenvolvimento de recursos humanos do MNEC sua
k) Assegurar a gestão, utilização e locação do es- monitorização e avaliação, num quadro de modernização
paço público do Palácio das Comunidades; administrativa em prol da melhoria da qualidade do
l) Articular-se, em especial, com os serviços com- serviço público.
petentes do departamento governamental 12. Compete-lhe, designadamente:
responsável pela área das finanças, em maté-
rias relativas a gestão financeira; a) Conceber e implementar as políticas de desen-
volvimento relativas aos recursos humanos,
m) Gerir o património do MNEC, em articulação em particular as políticas de recrutamento,
com os diversos serviços do mesmo; seleção, mobilidade e desligamento de ser-
n) Assegurar a manutenção e conservação dos viço, de gestão das carreiras, remunerações,
imóveis e garantir a segurança de pessoas e reclassificação, reconversão, formação e de-
bens; senvolvimento profissional, disciplinar e de
avaliação de desempenho;
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o) Conceber e implementar um sistema moder-


no de arquivo da documentação do MNEC b) Promover o estudo, a análise e a definição de
em conformidade com a legislação na maté- perfis profissionais, com vista ao desempenho
ria e em articulação com o Arquivo Histórico de novas funções requeridas pela evolução da
Nacional; ação externa do Estado;
p) Organizar os serviços da Documentação e c) Articular com os Serviços Centrais e Externos
Biblioteca do Ministério e o acesso aos mes- do MNEC as necessidades de formação ini-
mos por parte do pessoal do MNEC e de pes- cial, contínua e especializada dos recursos
quisadores nacionais e estrangeiros. humanos e a formação contínua de quadros
8. Junto do SGFP e sob a coordenação do Diretor- nas áreas de administração, direção e gestão;
Geral de Planeamento, Orçamento e Gestão, funciona a d) Gerir as ofertas de formação e aperfeiçoamento
Unidade de Gestão das Aquisições (UGA) do MNEC, com profissional, colocados à disposição do MNEC;
as competências e atribuições previstas no Regulamento
das Aquisições Públicas e outros instrumentos conexos, e) Harmonizar a política geral da função pública
entre os quais: com as medidas que venham a ser adotadas
em sede da área do pessoal do MNEC;
a) Planear as aquisições do MNEC;
f) Colaborar com os Serviços Externos na progra-
b) Conduzir os processos negociais;
mação e orientação dos recursos humanos re-
c) Efetuar a agregação de necessidades; lativas à rede diplomática, nos seus aspetos
de gestão e funcionamento;
d) Fazer a monitorização das aquisições.
g) Desencadear os procedimentos para as juntas
9. Sob a dependência do SGFP e coordenado por um
técnico de reconhecida competência e idoneidade, existe de saúde competentes promoverem a avalia-
uma unidade de gestão do Palácio das Comunidades com ção dos processos relativos ao pessoal;
as seguintes atribuições: h) Dar parecer sobre projetos de diplomas que
a) Gerir o edifício e garantir a boa conservação versem matérias de administração do pessoal
das instalações; ou do âmbito do procedimento administrativo
ou contencioso na área da sua competência;
b) Velar, em coordenação com os serviços públicos
e privados de segurança, pela segurança das i) Realizar demais estudos no domínio das suas
instalações; atribuições, propor as medidas adequadas e
elaborar projetos de diplomas;
c) Assegurar a correta gestão do sistema elétrico,
ar condicionado, salas de reuniões e do salão j) Assegurar o relacionamento com as organiza-
nobre do MNEC; ções representativas dos funcionários, dentro

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2213

dos limites fixados na lei sobre o direito de i) Constituir e gerir um banco de dados que per-
negociação da Administração Pública; mita o conhecimento e a gestão de todos os
acordos e tratados aos quais Cabo Verde este-
k) Monitorizar e avaliar a qualidade do desempe-
ja ou possa a vir estar vinculado;
nho organizacional resultante das políticas
expressas nas alíneas anteriores, bem como j) Recolher e estudar os documentos e obras
da assiduidade dos funcionários; que permitam o conhecimento atualizado do
Direito Internacional;
13. O SGRH é dirigido por um Diretor de Serviço, fun-
cionário do quadro diplomático ou pessoa idónea estranha k) Fixar a interpretação da Constituição, das leis,
à carreira diplomática, de reconhecida competência e dos tratados e dos demais atos normativos
experiência, na área de gestão dos recursos humanos, a ser uniformemente seguida no âmbito do
provido nos termos da lei. MNEC.
Subsecção II Secção III
Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados Serviços Inspetivos
Artigo 21.º Artigo 22.º
Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados Inspeção Diplomática e Consular

1. O Serviço de Assuntos Jurídicos e Tratados, desig- 1. A Inspeção Diplomática e Consular, abreviadamente


nado abreviadamente por SAJT é o serviço que presta designada por IDC, é o serviço central de inspeção do
assessoria e consultoria ao MNEC em todas as questões MNEC incumbido de controlar, auditar e fiscalizar o
de natureza jurídica no âmbito da gestão do Ministério cumprimento das normas que regulam as atividades
e das relações internacionais de Cabo Verde. dos Serviços Centrais e externos do MNEC, bem como
propor orientações e instruções com vista a otimizar o
2. O SAJT é dirigido por um funcionário do quadro
desempenho e a eficácia desses serviços.
diplomático de nível igual ou superior a Conselheiro,
ou pessoa idónea estranha à carreira diplomática, de 2. Compete-lhe, designadamente:
reconhecida competência e experiência na área do direito
a) Verificar o cumprimento, pelos Serviços
geral ou internacional e é equiparado para todos os efeitos
Centrais e Externos, das leis, regulamentos,
2 276000 008141

a Diretor-geral.
despachos, ordens e instruções administrati-
3. Compete ao SAJT: vas que regem o MNEC;
a) Assistir o Ministro dos Negócios Estrangeiros b) Propor instruções e recomendações aos Serviços
e Comunidades no controle interno da legali- Centrais e Externos com base na análise pré-
dade administrativa dos atos a serem por ele via de processos sob a responsabilidade des-
praticados, diretamente ou por delegação, ou ses serviços;
já efetivados e daqueles oriundos de órgãos
c) Propor ao Ministro a realização de inquérito
ou entidade vinculada;
ou inspeção aos Serviços Centrais e Externos
b) Elaborar pareceres, informações e estudos jurídi- sempre que existam razões que o aconselhem;
cos que lhe forem superiormente solicitados;
d) Elaborar relatórios das inspeções realizadas,
c) Elaborar os projetos de diplomas legais ou ou- bem como informar prontamente o Ministro
tros instrumentos normativos no âmbito do de eventuais anomalias graves constatadas
MNEC; no cumprimento da função;
d) Assegurar a consultoria e assessoria jurídicas e) Propor ao Ministro a realização de inspeções
a representantes nacionais na negociação, financeiras e patrimoniais a serem levadas
conclusão e interpretação de tratados; em articulação e com a participação de outros
serviços competentes da inspeção-geral do
e) Assegurar todo o expediente relativo a aprova-
Estado;
ção, ratificação, entrada em vigor e denúncia
de tratados internacionais a que o Estado de f) Submeter à aprovação do Ministro o plano
Cabo Verde se vincule; anual de atividades;
f) Assegurar a publicação no Boletim Oficial de g) Instruir os processos de inquérito ou discipli-
avisos de ratificação ou aprovação de tratados nares mandados instaurar pelo Ministro dos
internacionais; Negócios Estrangeiros e Comunidades ou por
quem o substitui;
g) Apoiar o MNEC em matéria de codificação do
direito internacional e regional e no cumpri- h) Acompanhar a elaboração bem como a atuali-
mento por Cabo Verde das obrigações decor- zação dos regulamentos necessários a uma
rentes; correta e boa prática relativamente a pres-
tação de contas, sobretudo no que se refe-
h) Servir de depositário e garantir o registo dos
re ao Regulamento Financeiro das Missões
acordos e tratados que vinculem internacio-
Diplomáticas e Postos Consulares de Cabo
nalmente o Estado de Cabo Verde;
Verde.

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2214 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

3. Cabe ainda à IDC orientar os atos que resultem das c) Organizar a promoção e a execução da diplomacia
suas atribuições em matérias relacionadas com as fisca- económica nas áreas de jurisdição, em estreita
lizações, auditorias e inspeções em estreita articulação articulação com os Serviços Centrais competen-
com os demais serviços de controlo do Estado, designa- tes do MNEC e com os demais setores, consi-
damente, a inspeção-geral de Finanças e o Tribunal de derando o papel dessa diplomacia no apoio à
Contas, alicerçado na pedagogia sobre as questões da realização da agenda económica do Governo;
responsabilidade pela prestação de contas.
d) Negociar com os governos dos Estados acre-
4. A Inspeção Diplomática e Consular é dirigida por um ditadores e proteger os interesses de Cabo
Inspetor Diplomático e Consular, o qual é escolhido entre Verde e dos seus nacionais, bem como refor-
os diplomatas de carreira com a categoria de Embaixador, çar os laços das comunidades cabo-verdianas
de Ministro Plenipotenciário, ou, excecionalmente, aí estabelecidas com Cabo Verde;
Conselheiro de Embaixada e é equiparado, para todos
e) Inteirar-se por todos os meios legais das con-
os efeitos, a Diretor Nacional.
dições existentes e da evolução dos aconteci-
Secção IV mentos no Estado acreditador e informar o
Serviços Externos Governo de Cabo Verde;
Artigo 23.º f) Incentivar o intercâmbio de visitas oficiais ou
Disposições gerais de missões técnicas ao mais alto nível, visan-
do a promoção e o incremento das relações
1. Os Serviços Externos são regidos com observância entre Cabo Verde e o Estado acreditador ou a
das Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas Organização intergovernamental;
e sobre Relações Consulares, respetivamente de 1961 e
de 1963, e pelas demais normas de direito internacional g) Facilitar a realização recíproca de missões de
aplicáveis, bem como pela legislação nacional vigente. enviados oficiais, nomeadamente através do
apoio diplomático e realização de contactos;
2. Os Serviços Externos são criados, modificados ou ex-
tintos nos termos previstos pela Constituição ou pela Lei. h) Intervir junto dos governos dos Estados acre-
ditadores no sentido de introdução, apoio di-
Artigo 24.º
plomático e acompanhamento de assuntos do
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Missões Diplomáticas Estado de Cabo Verde;


1. Constituem Missões Diplomáticas: i) Desenvolver nas áreas de jurisdição, contactos
a) As Embaixadas; económicos e de promoção dos interesses de
Cabo Verde nos domínios tais como o comér-
b) As Representações Permanentes. cio externo, em particular das exportações, o
2. As Embaixadas representam o Estado de Cabo Verde investimento direto estrangeiro, a internacio-
junto dos Estados acreditadores e as Representações nalização das empresas, a colocação de com-
Permanentes junto das organizações intergovernamen- petências, bem como a promoção de instru-
tais onde estão acreditadas. mentos jurídicos de facilitação das atividades
nesses domínios;
3. As missões diplomáticas são dirigidas por embaixa-
dores ou encarregados de negócios, podendo estes últimos j) Desenvolver as suas atividades em estreita ar-
ser indicados ad ínterim ou acreditados com Carta de ticulação com as unidades competentes dos
Gabinete. Serviços Centrais do MNEC, privilegiando os
mecanismos internos de funcionamento;
4. A direção interina de Missões Diplomáticas, a título de
encarregado de negócios, será sempre exercida por funcio- k) Articular com os Postos Consulares da sua área
nário diplomático mais categorizado, presente na missão de jurisdição, em concertação com os Serviços
ou designado a partir dos Serviços Centrais do MNEC. Centrais do MNEC na execução de medidas e
políticas visando o exercício da atividade con-
5. No interesse do Estado de Cabo Verde, e desde que
sular e as comunidades cabo-verdianas.
não haja qualquer impedimento, os Chefes de Missões
Diplomáticas podem ser acreditados em mais de um país Artigo 25.º
e organização intergovernamental. Postos Consulares

6. Compete às Missões Diplomáticas, designadamente: 1. Os Postos Consulares classificam-se em:


a) Representar Cabo Verde junto dos Estados a) Consulados de carreira; e
acreditadores e junto das organizações inter-
b) Consulados honorários.
governamentais;
2. Cada uma das categorias referidas no número an-
b) Promover relações amistosas de natureza polí-
terior pode ainda classificar-se em:
tico-diplomático e de cooperação assim como
o desenvolvimento de relações económicas, a) Consulados-gerais;
financeiras, culturais, técnico-científicas en- b) Consulados; e
tre os Estados acreditadores e a República de
Cabo Verde; c) Agências consulares.

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2215

3. Incumbe aos Postos Consulares de Carreira, desig- b) O exercício de tarefas consulares genéricas à
nadamente: exceção das indicadas nas alíneas c), d), e), f),
g), h) e i) do número anterior, as quais ficam
a) Proteger os interesses do Estado de Cabo
sujeitas à autorização expressa por notifica-
Verde e dos seus nacionais dentro dos limites
permitidos pelo direito interno dos Estados ção escrita do Ministro e nas condições que
acreditadores e pelo direito internacional e, este indique.
nesse âmbito, promover todas as formas de 5. Os Postos Consulares são dirigidos, respetivamente,
cooperação e assistência que estiverem ao por cônsules gerais, cônsules e agentes consulares.
seu alcance no sentido de reforçar os laços de
Cabo Verde com o Estado acreditador e as co- 6. A Chefia dos Postos Consulares de Carreira é exer-
munidades estabelecidas no exterior; cida por diplomatas de carreira.

b) Desenvolver, em estreita articulação com as 7. Sempre que as necessidades de proteção consular o


Missões Diplomáticas e os Serviços Centrais justifiquem e não haja conveniência em criar consulados
competentes, as relações económicas, co- de carreira, funcionarão secções consulares junto das
merciais, científicas e culturais entre Cabo Embaixadas, chefiadas por pessoal diplomático, sob a
Verde e os Estados acreditadores e informar autoridade do Chefe da Missão.
o Governo de Cabo Verde da evolução dessas 8. A Direção-geral das Comunidades, Assuntos
atividades, assim como promover os interes- Consulares e Migrações, agindo diretamente, ou por in-
ses comerciais e empresariais cabo-verdianos termédio das Missões Diplomáticas das respetivas áreas
na respetiva área de jurisdição, contribuindo, de jurisdição, providencia instruções específicas ou de
desta feita, para o reforço da ação da diploma- carater geral aos Postos Consulares;
cia económica nas áreas de jurisdição;
9. Os Postos Consulares de carreira podem ainda
c) Prestar assistência e inspecionar as aeronaves coadjuvar a Direção-geral das Comunidades, Assuntos
e navios cabo-verdianos na sua área de juris- Consulares e Migrações, na coordenação e orientação de
dição; atividades dos Consulados Honorários na sua área de
d) Prestar aos nacionais de Cabo Verde serviços jurisdição.
de natureza administrativa, notarial, judiciá-
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CAPÍTULO V
ria e de registo civil;
SERVIÇO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
e) Conceder passaportes e outros documentos de DO ESTADO
viagem aos nacionais nos termos da legisla-
ção aplicável; Artigo 26.º
Instituto Diplomático
f) Conceder aos estrangeiros vistos de entrada no
território nacional; 1. O Instituto Diplomático, abreviadamente designa-
do por ID, atua como um centro de estudos, pesquisa e
g) Confirmar a autenticidade dos documentos ofi-
ciais passados pelas autoridades do Estado análise com vista a emissão de pareceres e propostas
acreditador; sobre todas as questões que implicam a política externa
de Cabo Verde ou ainda sobre as questões internacio-
h) Transmitir os atos administrativos, judiciais nais que direta ou indiretamente se relacionam com
e extrajudiciais e dar cumprimento a cartas esta última.
rogatórias em conformidade com os acordos
internacionais em vigor, ou na sua falta, de 2. O ID, no âmbito das suas atividades, dispensa
qualquer outro modo compatível com as leis e formação aos diplomatas, no início como em curso de
regulamentos do Estado acreditador; carreira, em conformidade com os requisitos definidos
pelo Estatuto do Diplomata ou qualquer outra formação
i) Promover ações no sentido da afirmação e di- ad hoc conforme couber.
vulgação da cultura cabo-verdiana na sua
área de jurisdição; 3. O ID funciona igualmente como um centro de confe-
rências e palestras, para as quais convida conferencistas
j) Encorajar os movimentos associativos da co- e palestrantes nacionais e estrangeiros sobres os mais
munidade na sua área de jurisdição. variados temas de interesse para as relações exteriores
4. Incumbe aos Postos Consulares Honorários, desig- e para a diplomacia de Cabo Verde.
nadamente: 4. O ID, visando o cabal exercício das suas atribuições
a) O exercício de tarefas prioritariamente de estabelece parcerias com universidades e instituições
promoção económica, nomeadamente do co- públicas e privadas nacionais e ou internacionais, assim
mércio externo e do investimento direto es- como, com as suas congéneres estrangeiras.
trangeiro e outras pertinentes nesse domínio, 5. A natureza jurídica, o grau de autonomia estratégica
consubstanciando-se no desenvolvimento de
administrativa e financeira, as modalidades de gestão
relações económicas e comerciais entre agen-
e funcionamento, a instalação provisória e definitiva e
tes de Cabo Verde e do Estado acreditador, no
o vínculo do ID com o MNEC são definidos em diploma
âmbito das orientações da diplomacia econó-
próprio.
mica de Cabo Verde;

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CAPÍTULO VI 2. O Inspetor Diplomático e Consular é substituído,


nas suas ausências e impedimentos, pelo diplomata
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
que o apoia ou, na ausência deste, pelo diplomata que o
Artigo 27.º Ministro indique.
Extinção, criação e reestruturação de órgãos e serviços
3. Os Diretores de Serviço são substituídos nas suas
1. São extintos a Direção Nacional dos Assuntos ausências e impedimentos pelo diplomata ou técnico mais
Políticos e Cooperação, a Direção-geral dos Assuntos categorizado do respetivo serviço.
Globais, a Direção-geral dos Assuntos Consulares e
4. Os Chefes de Missão Diplomática e Postos
Migrações e o Centro de Estudos, Tratados e Estratégias
Consulares são substituídos nos termos estabelecidos no
Internacionais.
Estatuto do Diplomata.
2. São integradas no MNEC as seguintes estruturas Artigo 32.º
especiais:
Produção de efeitos
a) O Secretariado da Parceria Especial entre
1. Os órgãos, gabinetes, Serviços Centrais e os serviços
Cabo Verde e a União Europeia, na DNAPEX;
objeto de criação do MNEC consideram-se instalados
b) A Célula Nacional da CEDEAO na DGAEIR. como centro de custos e responsabilidade com a entrada
em vigor do presente diploma ou dos respetivos diplomas
3. São criados a Direção Nacional da Política Externa,
orgânicos.
a Direção-geral dos Assuntos Económicos e Integração
Regional, a Direção-geral das Comunidades, Assuntos 2. As Direções de Serviço e equipas de trabalho previs-
Consulares e Migrações e o Instituto Diplomático. tas no presente diploma são instaladas na sequência da
Artigo 28.º adequação do quadro de gestão previsional do pessoal aos
índices de tecnicidade minimamente exigidos, de acordo
Estrutura e pessoal do extinto Ministério das Comunidades
com a seguinte tabela:
As estruturas e o pessoal do extinto Ministério das
a) Até 10 funcionários – 75%;
Comunidades são integrados no MNEC sem depen-
dência de qualquer formalidade em conformidade com b) De 11 a 15 funcionários – 60%;
o disposto no artigo 31.º do Decreto-lei n.º 37/2016, de
2 276000 008141

c) De 16 a 25 funcionários – 55%;
17 de junho.
Artigo 29.º
d) De 26 a 40 funcionários – 45%;
Referências legais e) Mais de 40 funcionários – 35%.
As referências legais feitas aos serviços e organismos 3. As comissões de serviço dos titulares dos cargos de
objetos de extinção e reestruturação, mencionadas no direção vigentes podem manter-se até a aprovação do
artigo anterior, consideram-se feitas aos serviços ou or- quadro de gestão previsional.
ganismos que passam a integrar as respetivas atribuições Artigo 33.º
sendo os encargos financeiros resultantes suportados por Deveres dos serviços
reafectação de verbas do Orçamento do Estado.
Artigo 30.º
1. Os Serviços Centrais e Externos do MNEC estão
vinculados ao dever de mútua colaboração, devendo
Quadro de pessoal corresponder e solicitar reciprocamente, informações,
1. A composição dos quadros e suas categorias, bem pareceres, cópias de documentos desde que não sejam
como o estatuto do pessoal da carreira diplomática, são de carater reservado ou confidencial.
definidos em diploma próprio. 2. Os serviços do MNEC estão ainda vinculados aos
2. O preenchimento das funções do pessoal dirigente deveres que decorrem da presente orgânico e demais
nos Serviços Centrais do MNEC, com exceção do estabe- legislações aplicáveis à organização e funcionamento dos
lecido em diploma especial, fica reservado ao pessoal dos serviços do Estado.
quadros diplomático e técnico, nos termos definidos na 3. No domínio das relações internacionais os servi-
presente Orgânica e no Estatuto do Diplomata. ços e os funcionários do MNEC obrigam-se ao respeito
3. O Ministério deve aprovar, nos termos da lei, o qua- pelo direito e costume internacionais consagrados e aos
dro de pessoal e o respetivo quadro de gestão previsional tratados que internacionalmente vinculem o Estado de
dos recursos humanos, num período de 6 (seis) meses Cabo Verde.
após a publicação do presente diploma. Artigo 34.º
Artigo 31.º Ordenação protocolar
Substituições O pessoal dirigente dos Serviços Centrais e Externos
1. Os Diretores Nacionais e os Diretores-gerais são é ordenado protocolar e internamente, pela seguinte
substituídos, nas suas ausências e impedimentos, pelo ordem:
Diretor de Serviço de categoria mais elevada ou, em caso a) Os Embaixadores Extraordinários e Plenipo-
de ausência ou impedimento deste, pelo diplomata ou tenciários, de acordo com a ordem de antigui-
técnico de categoria mais elevada do respetivo serviço. dade no posto ou função;

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2217

b) O Diretor Nacional da Política Externa e o da sociedade civil”. Neste sentido, tratando-se de um


Diretor Nacional do Protocolo do Estado; Ministério em relação permanente com o sector privado
e os empresários, entendeu-se adequado consagrar que
c) Os Diretores-gerais, o Diretor de Gabinete, a prossecução de certas atribuições do Ministério, podem
o Inspetor Diplomático e Consular e os ser levas a cabo por associações empresariais, no âmbito
funcionários diplomáticos na categoria de das suas responsabilidades, nos termos fixados por con-
Embaixador; trato programa.
d) Os Encarregados de Negócios com Carta de A aprovação do presente diploma sobre organização e
Gabinete, os Cônsules Gerais, os Cônsules e os funcionamento do Ministério da Economia e Emprego,
Diretores de Serviço, de acordo com o grau de marca uma etapa importante na reestruturação ins-
hierarquia e antiguidade na carreira diplomáti- titucional do setor da economia e emprego, que terá
ca, seguindo-se o pessoal estranho à carreira por continuidade na administração indireta do Estado.
ordem de antiguidade no posto ou função; e Serão fundidas e extintas as estruturas administrativas
custosas e ineficientes, ou pouco eficientes, diminuindo
e) Os demais dirigentes dos Serviços Centrais e custos de funcionamento e projetando-se numa melhor
externos de acordo com o grau de hierarquia organização e eficácia do setor, em prol da competitivi-
e antiguidade na carreira diplomática. dade, crescimento da economia e qualidade dos serviços
Artigo 35.º públicos preconizados no Programa do Governo.
Norma revogatória Assim,
É revogado o Decreto-lei n.º 17/2013, de 15 de maio. No uso da faculdade conferida pelo n.º 1 do artigo 204.º
da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 36.º
Entrada em vigor CAPÍTULO I

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao DISPOSIÇÕES GERAIS


da sua publicação. Artigo 1.º

Aprovado em Conselho de Ministros em 17 de Objeto


setembro 2016.
O presente diploma estabelece a estrutura, a organi-
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José Ulisses de Pina Correia e Silva - Luís Filipe Lopes zação e as normas de funcionamento do Ministério da
Tavares. Economia e Emprego, adiante designado por MEE.
Promulgado em 15 de dezembro 2016. Artigo 2.º

Publique-se. Direção

O Presidente da República, JORGE CARLOS DE O MEE é dirigido superiormente pelo Ministro da


ALMEIDA FONSECA. Economia e Emprego.
Artigo 3.º
––––––
Natureza
Decreto-lei n.º 65/2016
de 28 dezembro
1. O MEE é o departamento governamental que tem
por missão propor, executar e avaliar políticas públicas
O Ministério da Economia e Emprego foi criado para nos domínios do turismo, transportes marítimos e aéreos,
prosseguir atribuições outrora a cargo de três departa- telecomunicações, economia marítima, economia digital,
mentos ministeriais diferentes, a saber, o Ministério do indústria, comércio, energia, formação profissional, pro-
Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial, grama de estágios profissionais e promoção do emprego.
o Ministério das Infraestruturas e da Economia Marítima 2. As políticas referidas no número anterior são dirigi-
e Ministério da Juventude, Emprego e Desenvolvimento das ao crescimento da economia, da competitividade e do
de Recursos Humanos. fomento empresarial, bem como da promoção e atração
de investimento, nacional e estrangeiro.
Em decorrência desta opção política, passaram a es-
tar sob a superintendência e orientação do Ministro da Artigo 4.º
Economia e Emprego mais de uma dezena de institutos Atribuições
públicos e de empresas públicas, a que acresce o rela-
cionamento com meia dezena de autoridades adminis- 1. No quadro das orientações definidas pelo Governo
trativas independentes. Esta opção visou dar unidade e para as políticas nacionais referidas no artigo anterior,
incumbe ao MEE, designadamente:
coerência ao setor da economia, em prol de uma maior
eficácia e eficiência de atuação, implicando racionaliza- a) Desenvolver uma ação concertada e sustenta-
ção de estruturas, com a consequente redução de custos da, articulando a política do turismo com a
de funcionamento e ganhos de eficiência e de eficácia. gestão e conservação da base de recursos in-
dispensáveis à sua existência e com as reali-
O Programa do Governo fez uma aposta forte no sector dades de natureza social, cultural e ambien-
privado e assumiu o Estado como um “parceiro, regula- tal necessárias para a qualificação, diversi-
dor, visionário, supletivo e com capacidade de autorida- ficação e competitividade da oferta turística
de e promotor da iniciativa privada e das organizações nacional;

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2218 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

b) Conceber, executar e avaliar políticas de fo- vidades económicas, com vista ao crescimento
mento do crescimento económico e da compe- económico, ao aumento da produtividade, ao
titividade da economia; bem-estar e qualidade de vida;
c) Promover a melhoria de condições que permi- l) Incentivar a política de formação profissional e
tam criar e sustentar uma envolvente eco- integração dos jovens no mundo do trabalho
nómica, social, legislativa e administrativa e na vida social ativa, quer na perspetiva de
favorável ao investimento e induzir estraté- criação da própria empresa, quer na satisfa-
gias empresariais abertas à inovação, trans- ção da oferta de trabalho;
ferência de tecnologia e ao desenvolvimento m) Promover e apoiar o empreendedorismo e a
da produtividade, competitividade e concor- inovação, articulando políticas de formação
rência; proactiva com empregabilidade dos jovens;
d) Promover a criação das condições necessárias à n) Definir e executar as medidas de promoção do
captação de iniciativas que se articulem com emprego e de combate ao desemprego, desig-
o tecido empresarial, científico e técnico do nadamente através de políticas ativas de em-
país e que se enquadrem nas prioridades que prego;
contribuam para o desenvolvimento das em-
presas cabo-verdianas; o) Propor políticas de estágios, em coordenação
com outros organismos competentes, visando
e) Incentivar a competitividade da economia desenvolver as competências dos jovens que
através das exportações, estimular a produ- procuram um primeiro ou um novo emprego,
tividade e promover a internacionalização da de forma a melhorar o seu perfil de emprega-
economia; bilidade;
f) Conceber e executar uma política energética p) Definir, formular e implementar orientações de
dinâmica e sustentável, visando sinergias política em matéria do desenvolvimento das
entre energias renováveis e convencionais pescas e da aquacultura, visando a explora-
para diminuir e otimizar os custos energéti- ção sustentável dos recursos marinhos dentro
cos como alavanca essencial na melhoria da da zona económica exclusiva de Cabo Verde;
2 276000 008141

competitividade da economia nacional;


q) Promover, em coordenação com outros depar-
g) Definir, formular e implementar orientações tamentos competentes, o desenvolvimento
de política em matéria de indústria, em par- da investigação aplicada dos recursos mari-
ticular da indústria ligeira, articulando com nhos, visando a sustentabilidade dos recur-
energias renováveis, turismo, pescas e outras sos haliêuticos nacionais no quadro da eco-
áreas chave da economia; nomia azul;
h) Contribuir para a definição da política nacional r) Conceber, implementar e avaliar as estratégias
de qualidade, conceber e implantar sistemas e medidas de política que visem o desenvolvi-
de modernização, normalização, controlo e mento acelerado e articulado com os merca-
certificação capazes de promover e garantir a dos dos transportes, das telecomunicações,
qualidade dos produtos e serviços; das comunicações eletrónicas e postais e do
i) Assegurar o desenvolvimento de um regime desenvolvimento dos recursos marinhos, pro-
de concorrência aberto e equilibrado, de for- movendo e privilegiando a iniciativa privada;
ma a garantir um rápido e eficaz acesso dos s) Definir e coordenar políticas de setores regula-
consumidores aos bens e serviços produzidos, dos, em coordenação com outros organismos
aos benefícios da inovação e uma relação não competentes, para assegurar o exercício da
falseada entre as empresas, designadamente regulação da atividade dos operadores públi-
pela regulação eficiente dos mercados, onde cos e privados nos mercados dos transportes
se inserem a operacionalização e o reforço dos marítimos e aéreos, das comunicações eletró-
mecanismos de inspeção, fiscalização e san- nicas e postais, das energias, da economia
cionamento; marítima e da indústria agroalimentar e far-
j) Definir, formular e implementar orientações macêutica;
de política em matéria de comércio interno e t) Definir, formular e implementar orientações de
externo, visando desenvolver o setor em con- política em matéria das novas tecnologias de
formidade com acordos internacionais de que informação e comunicação;
o país faz parte;
u) Desenvolver ações para inserção do país na
k) Avaliar o impacto da globalização sobre a eco- economia do conhecimento, observadas as
nomia nacional e propor medidas de acom- principais tendências empresariais interna-
panhamento, designadamente no âmbito do cionais;
desenvolvimento da indústria, da energia, da
v) Propor e executar políticas e programas para
dessalinização, do comércio, do turismo, da
o desenvolvimento de negócios e tecnologias
qualidade dos produtos, da inspeção das ati-
relacionados com a economia digital;

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2219

w) Centralizar a gestão e garantir o controlo de g) O departamento governamental responsável


utilização do espectro rádio elétrico; pela área da cultura, em matéria de poten-
cialização da vertente económica de divul-
x) Promover, em coordenação com outros organis-
gação cultural, do turismo e das indústrias
mos competentes, o estudo e a elaboração dos
criativas;
planos de infraestruturas das novas tecnolo-
gias de informação e comunicação. h) O departamento governamental responsável
pela área da administração interna, em ma-
2. O MEE participa na elaboração e na coordenação da téria de turismo seguro e da fiscalização das
execução de outras políticas públicas de incidência direta atividades económicas.
na prossecução das suas atribuições.
CAPÍTULO II
Artigo 5.º
ESTRUTURA ORGÂNICA
Articulações
Secção I
O MEE articula-se especialmente com:
Estrutura Geral
a) O departamento governamental responsável
pela área das finanças, designadamente em Subsecção I
matéria de fiscalidade sobre as empresas e Atuação Coordenada
domiciliação fiscal das pessoas singulares e
coletivas; Artigo 6.º

b) O departamento governamental responsável Serviços, órgãos e pessoas coletivas públicas


pela área dos negócios estrangeiros em ma- O MEE prossegue as suas atribuições através de ór-
téria de medidas de política, ações e progra- gãos e serviços centrais de apoio, planeamento, gestão,
mas de planificação e gestão das relações de conceção de políticas e estratégias, bem como de pessoas
Cabo Verde com todas as instituições espe- coletivas públicas integradas na administração indireta e
cializadas nos domínios da sua intervenção, empresarial do Estado, nos termos da presente orgânica
designadamente a Comunidade Económica e da legislação especial aplicável.
dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),
Artigo 7.º
a Organização Mundial do Comércio (OMC),
2 276000 008141

a Organização Mundial da Propriedade Planeamento e articulação de atividades


Intelectual (OMPI), a Organização Mundial
1. As pessoas coletivas, os órgãos e os serviços funcio-
do Turismo (OMT), a Conferência das Nações
nam por objetivos estabelecidos em planos de atividades
Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento
anuais ou plurianuais devidamente aprovados, e o segui-
(CNUCED), a Organização das Nações
mento e a monitorização são feitos através de avaliação
Unidas para o Desenvolvimento Industrial de indicadores de desempenho fixados anualmente pelo
(UNIDO), a Organização Internacional da membro do Governo, ouvido os competentes órgãos.
Aeronáutica Civil (ICAO), a Organização
Marítima Internacional (OIM), a União 2. As pessoas coletivas, os órgãos e os serviços devem
Internacional das Telecomunicações (UIT) e colaborar entre si e articular as respetivas atividades de
a União Postal Universal (UPA); forma a assegurar uma atuação integrada na concreti-
zação das políticas públicas definidas para as áreas da
c) O departamento governamental responsável economia e emprego.
pela área do ambiente e da agricultura, em
matéria de exploração de recursos minerais e Artigo 8.º
haliêuticos, de qualidade de produtos alimen- Participação em outros organismos
tares, do abastecimento do mercado, da se-
gurança alimentar e de políticas ambientais 1. As pessoas coletivas, os órgãos e os serviços podem ser
de notável incidência no condicionamento da autorizados, por despacho do Ministro, a participar em as-
atividade económica; sociações ou outros organismos nacionais ou internacionais,
cujo objeto tenha interesse relevante para a prossecução
d) O departamento governamental responsável das suas atribuições, em articulação com o departamento
pela área das infraestruturas, habitação e or- governamental responsável pelos negócios estrangeiros.
denamento do território;
2. Sempre que a participação a que alude o número
e) O departamento governamental responsável anterior envolva despesas com quotizações, o despacho
pela área da juventude e do ensino superior, respetivo deve ser proferido em conjunto com os depar-
em matéria de política de formação e de in- tamentos governamentais responsáveis pelas finanças e
vestigação aplicada para os setores das pes- administração pública.
cas, do turismo, indústria, energia, comércio
Subsecção II
e de valorização dos recursos humanos para
as necessidades das empresas e em matéria Órgãos e Serviços
laboral, de produtividade e competitividade;
Artigo 9.º
f) O departamento governamental responsável
Órgãos consultivos e de articulação
pela área da saúde, em matéria de regulação
dos produtos farmacêuticos; São órgãos consultivos e de articulação:

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2220 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

a) O Conselho do Ministério; d) O Instituto de Emprego e Formação Profissional


– IEFP; e
b) O Conselho Nacional do Turismo;
e) O Instituto Nacional de Desenvolvimento das
c) O Conselho Nacional da Economia Marítima; e
Pescas – INDP.
d) A Comissão Nacional do Comércio. Artigo 15.º
Artigo 10.º Sector Público Empresarial
Serviços centrais de apoio, planeamento e gestão 1. Sem prejuízo dos poderes conferidos por lei ao
São serviços centrais de apoio, planeamento e gestão: Conselho de Ministros e ao membro do Governo respon-
sável pela área das finanças, a competência relativa à
a) O Gabinete do Ministro; e definição das orientações das entidades do Sector Público
b) A Direção-geral do Planeamento, Orçamento e Empresarial nos domínios das atribuições do Ministério
Gestão; é exercida pelo membro do Governo responsável pelas
áreas da economia e emprego.
Artigo 11.º
2. As entidades do Sector Público Empresarial a que
Serviços centrais de conceção, execução e inspeção
se refere o número anterior são:
1. São serviços centrais de conceção de estratégia, de
a) A Empresa de Eletricidade e Água de Cabo
políticas e de coordenação de execução:
Verde - ELECTRA, SARL;
a) A Direção Nacional de Energia, Indústria e
b) A Sociedade de Desenvolvimento Turístico das
Comércio;
Ilhas de Boa Vista e Maio - SDTIBM;
b) A Direção Nacional da Economia Marítima;
c) A Zona Franca Comercial de Cabo Verde - FIC,
c) A Direção-geral do Turismo e Transportes; e S.A.;
d) A Direção-geral do Emprego, Formação d) A Sociedade de Garantia Mútua – CV Garante;
Profissional e Estágios Profissionais. e) Os Estaleiros Navais de Cabo Verde -
2. A Inspeção-geral das Atividades Económicas é o CABNAVE, SARL;
2 276000 008141

serviço central de inspeção. f) A Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos


3. A Unidade de Coordenação do Sistema Nacional de – Emprofac, SARL;
Qualificações e a Inspeção-geral dos Jogos são regulados g) A Aeroportos e Segurança Aérea – ASA, S.A.;
por lei especial.
h) Os Transportes Aéreos de Cabo Verde – TACV;
Artigo 12.º
i) A Fast Ferry, S.A.;
Serviços de base territorial
j) Correios de Cabo Verde, S.A;
São serviços de base territorial:
k) A Sociedade de Desenvolvimento Empresarial
a) A Direção Regional de Economia do Norte – SDE;
(DREN); e
l) A Empresa Nacional de Administração dos
b) A Direção Regional de Economia do Centro Portos – ENAPOR, S.A.;
(DREC).
m) A Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde
Artigo 13.º
– EHTCV, EPE; e
Fundo do Turismo
n) O Centro de Energias Renováveis e Manutenção
O membro do Governo responsável pela área da econo- Industrial – CERMI, EPE.
mia e emprego dirige superiormente o Fundo do Turismo.
3. As orientações estratégicas, a implementação dos
Artigo 14.º respetivos planos e os relatórios de execução financeira
Institutos públicos das entidades acima referidas ficam condicionados à apre-
ciação e aprovação do membro do Governo responsável
O membro do Governo responsável pela área da eco- pela área das Finanças.
nomia e emprego superintende os seguintes institutos
Artigo 16.º
públicos:
Autoridades reguladoras independentes
a) A Agência de Promoção de Investimento e
Exportação de Cabo Verde – Cabo Verde São autoridades administrativas independentes no
TradeInvest; âmbito das atribuições prosseguidas pelo MEE, sem
prejuízo da coordenação com outros departamentos go-
b) A Agência para o Desenvolvimento Empresarial vernamentais:
e Inovação – ADEI;
a) A Agência de Regulação Económica (ARE);
c) O Instituto de Gestão da Qualidade e da
Propriedade Intelectual – IGQPI; b) A Agência Marítima e Portuária (AMP);

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2221

c) A Agência de Aviação Civil (AAC); 2. O Conselho Nacional do Turismo aprecia, numa


perspetiva de conceção, acompanhamento e avaliação,
d) A Agência Nacional de Comunicações (ANAC);
todas as matérias da política do turismo que lhe sejam
e
submetidas pelo membro do Governo responsável pelo
e) A Agência de Regulação e Supervisão dos Produtos setor.
Farmacêuticos e Segurança Alimentar (ARFA).
3. O Conselho Nacional do Turismo emite recomen-
Artigo 17.º dações e pareceres, podendo ainda elaborar relatórios e
Outras estruturas empresariais estudos no âmbito da atividade económica do turismo.
O MEE garante as relações do Governo com a Empresa 4. O Conselho Nacional do Turismo é presidido pelo
Gestora do Parque Industrial de Lazareto - SGZ, S.A. Ministro da Economia e Emprego e funciona ordinaria-
Secção II mente uma vez por ano, e extraordinariamente sempre
que convocado pelo Ministro.
Conselho do Ministério
Artigo 18.º
5. Por Portaria do Ministro da Economia e Emprego
são especificados os representantes referidos no n.º 1.
Natureza, composição, competência e funcionamento
6. O Conselho Nacional do Turismo aprova o respetivo
1. O Conselho do Ministério é o órgão consultivo inte- Regimento.
grado pelo Ministro, pelos dirigentes dos serviços cen-
Secção IV
trais do Ministério, pelos assessores do Ministro e pelos
dirigentes dos serviços autónomos e dos organismos da Conselho Nacional da Economia Marítima
administração indireta sob superintendência do Ministro. Artigo 20.º
2. O Ministro pode, sempre que considerar necessário, Natureza, composição, competência e funcionamento
convocar para as reuniões do Conselho do Ministério,
1. O Conselho Nacional da Economia Marítima é o
qualquer funcionário ou agente do Ministério e convidar
órgão consultivo em matéria da política de economia
personalidades do setor para participar nas reuniões do
marítima, composto por representantes dos diferentes
Conselho.
subsetores dessa atividade, e tem por função coadjuvar e
3. Compete ao Conselho do Ministério: assessorar o membro do Governo responsável pelo setor.
2 276000 008141

a) Participar na definição das orientações que en- 2. Compete ao Conselho Nacional da Economia
formam a atividade do Ministério; Marítima, designadamente, analisar a implementação
das políticas e estratégias do setor da economia marítima,
b) Participar na elaboração do plano de ativida-
propor ações que conduzam à melhoria das mesmas, e
des do Ministério e apreciar o respetivo rela-
pronunciar-se sobre os acordos de pescas, convenções e
tório de execução;
protocolos internacionais.
c) Participar na definição das orientações a que
3. O Conselho Nacional da Economia Marítima emite
deve obedecer a preparação do planeamento e
recomendações e pareceres, podendo ainda elaborar re-
orçamentação do setor;
latórios e estudos no âmbito da sua atividade.
d) Formular propostas e emitir pareceres, desig-
4. O Conselho Nacional da Economia Marítima é pre-
nadamente sobre questões ligadas à orgâni-
sidido pelo Ministro da Economia e Emprego e funciona
ca, recursos humanos e relações do Ministério
ordinariamente uma vez por ano, e extraordinariamente
com os restantes serviços da Administração;
sempre que convocado pelo Ministro.
e) Pronunciar-se sobre outras matérias que o
5. Por Portaria do Ministro da Economia e Emprego
Ministro entender submeter à sua apreciação.
são especificados os representantes referidos no n.º 1.
4. O Conselho do Ministério é presidido pelo Ministro
6. O Conselho Nacional da Economia Marítima aprova
da Economia e Emprego e funciona ordinariamente
o respetivo Regimento.
duas vezes por ano, e extraordinariamente sempre que
convocado pelo Ministro. Secção V
Comissão Nacional do Comércio
5. O Conselho do Ministério aprova o respetivo
Regimento. Artigo 21.º

Secção III Natureza e remissão

Conselho Nacional do Turismo 1. A Comissão Nacional do Comércio é o órgão consul-


Artigo 19.º tivo e de articulação dos interesses públicos e privados,
relativos ao comércio nacional e internacional, desig-
Natureza, composição, competência e funcionamento
nadamente no quadro do acordo entre Cabo Verde e as
1. O Conselho Nacional do Turismo é o órgão consultivo organizações internacionais e regionais.
em matéria da política setorial do turismo, composto por
2. A composição, competência e funcionamento da
representantes dos diferentes subsetores da atividade
Comissão Nacional do Comércio são definidos por
económica, e tem por função coadjuvar e assessorar o
Portaria do Ministro da Economia e Emprego.
membro do Governo responsável pelo setor.

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2222 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016


Secção VI públicas setoriais e de apoio técnico e administrativo
Gabinete do Ministro na gestão orçamental, recursos humanos, financeiros
e patrimoniais, bem como na área da modernização
Artigo 22.º
administrativa.
Natureza e atribuições
2. Incumbe à DGPOG, designadamente:
1. Junto do membro do Governo responsável pela área
da Economia e Emprego, funciona o respetivo Gabinete, a) Apoiar tecnicamente na preparação dos planos,
encarregue de o assistir, direta e pessoalmente, no de- assegurando a ligação aos serviços centrais
sempenho das suas funções. de planeamento no processo de elaboração
dos Planos Nacionais de Desenvolvimento e
2. Incumbe ao Gabinete tratar do expediente pessoal do de controlar a sua execução;
Ministro, bem como desempenhar funções de informação,
documentação e outras de caráter político ou de confiança, b) Elaborar e manter atualizado o Quadro de
cabendo-lhe, designadamente: Despesas Sectoriais de Médio Prazo do
Ministério, articulando-se com todos os servi-
a) Assessorar tecnicamente o Ministro nos assun- ços e organismos, em especial com os serviços
tos que este lhe distribua; do departamento governamental responsável
b) Receber, expedir e registar toda a correspon- pela área das finanças, em matéria relativa à
dência pessoal do Ministro; gestão orçamental e financeira;
c) Assegurar a articulação do MEE com as outras c) Acompanhar a gestão e utilização dos recur-
estruturas governamentais e com entidades sos materiais e financeiros e proceder à con-
públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, solidação dos orçamentos dos serviços do
em assuntos que não sejam da competência Ministério;
específica de outro serviço; d) Gerir o património afeto do MEE;
d) Organizar as relações públicas do Ministro, de- e) Assegurar e coordenar a implementação de so-
signadamente os seus contactos com a comu- luções informáticas a nível de todo o MEE,
nicação social; privilegiando a instalação e desenvolvimento
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e) Assegurar o expediente e arquivo pessoal do uniformes de aplicações;


Ministro, bem como a organização da sua f) Centralizar e sistematizar as informações rela-
agenda; tivas à evolução de todos os projetos nas áreas
f) Assegurar o expediente relativo à publicação de intervenção do MEE e proceder ao segui-
e distribuição dos despachos, portarias, ins- mento, controlo e avaliação dos mesmos;
truções, ordens de serviço, circulares e outras g) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
decisões emanadas; mente atribuídas.
g) Preparar, prestar apoio logístico e secretariar 3. São serviços internos da DGPOG, com funções de
as reuniões convocadas pelo Ministro, desig- apoio técnico-administrativo nos domínios do estudo,
nadamente as dos órgãos consultivos previs- planeamento, cooperação, gestão de recursos humanos,
tos neste diploma; financeiros, patrimoniais e logísticos:
h) Proceder à recolha, classificação e tratamento a) O Serviço de Estudos e Planeamento; e
de informações de interesse para o desempe-
nho das atividades do Ministro; e b) O Serviço de Gestão de Recursos Humanos,
Financeiros e Patrimoniais.
i) Apoiar protocolarmente o Ministro.
4. A DGPOG é dirigida por um Diretor-geral, provido
3. O Gabinete do Ministro é integrado por pessoas da nos termos da lei, que constitui antena focal para a exe-
livre escolha do respetivo membro do Governo, recrutadas cução das medidas de política para o setor da reforma
nos termos da lei, em número limitado, em função das do Estado e modernização da Administração Pública.
dotações orçamentadas para o efeito.
Artigo 24.º
4. O Gabinete do Ministro é dirigido por um Diretor de Serviço de Estudos e Planeamento
Gabinete, provido nos termos da lei, que é substituído,
nas suas ausências e impedimentos, por um elemento do 1. O Serviço de Estudos e Planeamento (SEP), tem
Gabinete designado pelo Ministro. por missão prestar apoio técnico ao membro do Governo
na definição da política económica e no planeamento
Secção VII
estratégico, bem como apoiar os diferentes organismos
Direção-geral do Planeamento, Orçamento e Gestão do MEE, através do desenvolvimento de estudos e da
Artigo 23.º recolha e tratamento de informação.
Natureza e atribuições 2. Incumbe ao SEP, designadamente:
1. A Direção-geral do Planeamento, Orçamento e a) Realizar estudos que contribuam para a formu-
Gestão (DGPOG) é o serviço interdisciplinar de apoio lação das políticas relevantes para as áreas
técnico ao MEE na formulação e seguimento das políticas de intervenção do MEE e, em especial, para

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2223

a regular avaliação, numa perspetiva inte- de informações sobre assuntos que relevam
grada, das medidas e programas de política das atribuições do MEE;
adotados, desenvolvendo, sempre que julgado
f) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
adequado, formas alargadas de cooperação
mente atribuídas.
com centros de investigação e gabinetes de
estudos, em especial no que respeita às insti- 4. O SEP é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
tuições e associações de natureza económica; nos termos da lei.
b) Acompanhar a evolução da atividade econó- Artigo 25.º
mica, tendo em conta o âmbito de atuação do Serviço de Gestão dos Recursos Humanos, Financeiros
MEE, assegurando a recolha, utilização, tra- e Patrimoniais
tamento e análise de informação estatística e 1. O Serviço de Gestão de Recursos Humanos,
promovendo a difusão dos respetivos resulta- Financeiros e Patrimoniais (SGRHFP) é o serviço de
dos, visando a formação de expetativas pelos apoio e coordenação das políticas de desenvolvimento
agentes económicos; de recursos humanos e gestão administrativa dos recur-
c) Contribuir para a definição e execução das polí- sos financeiros, materiais e patrimoniais do MEE, bem
ticas que enquadram o relacionamento econó- como da conceção e apoio técnico-normativo à formulação
mico externo, apoiando no acompanhamento destas políticas e à sua monitorização e avaliação, num
da atividade das organizações internacionais quadro de modernização administrativa, em prol da
de caráter económico; melhoria da qualidade do serviço público.
d) Colaborar com outras entidades oficiais nas ne- 2. Incumbe ao SGRHFP no domínio dos recursos hu-
gociações de acordos de cooperação económi- manos:
ca e apoiar o desenvolvimento da cooperação a) Centralizar a gestão do pessoal administrativo
económica externa, bilateral e multilateral; e auxiliar, em coordenação com as chefias do
e) Contribuir para a promoção de fatores estra- MEE;
tégicos da construção de vantagens compe- b) Formular, em colaboração com os outros servi-
titivas e para a criação de uma envolvente ços do MEE, os programas e ações de forma-
2 276000 008141

favorável à inovação e ao desenvolvimento ção e aperfeiçoamento do pessoal;


tecnológico das empresas;
c) Assegurar a ligação com a Administração
f) Desenvolver ações que promovam a articulação Pública nos domínios da sua competência.
entre as políticas setoriais coordenadas pelo
MEE e outras políticas relevantes do Governo 3. No domínio dos recursos financeiros e patrimoniais,
com reflexos na competitividade, crescimen- compete ao SGRHFP:
to, globalização, integração e cooperação eco- a) Executar políticas de gestão dos recursos fi-
nómicas; nanceiros, patrimoniais e logísticos;
g) Assegurar o apoio jurídico e técnico, designa- b) Desempenhar funções de natureza administra-
damente emitindo pareceres sobre todas as tiva e financeira de caráter comum aos dife-
matérias de índole jurídica que lhe forem sub- rentes serviços do MEE, em coordenação com
metidas por qualquer dos serviços do MEE. os mesmos;
3. Incumbe, ainda, ao SEP: c) Elaborar as propostas de orçamento do MEE,
a) Assegurar a difusão da informação relevante em articulação com os demais serviços e orga-
do MEE, através de meios próprios ou me- nismos internos;
diante o recurso aos meios de comunicação d) Promover e organizar o expediente relativo à
social; ordenação e realização das despesas de fun-
b) Dotar o MEE de um sistema de comunicação cionamento e investimento, em coordenação
interna que propicie um fluxo regular e atua- com os demais serviços do Ministério;
lizado de informações suscetíveis de contri- e) Acompanhar e controlar a execução eficiente e
buir para a melhoria da qualidade de inter- rigorosa do orçamento do Ministério;
venções dos serviços;
f) Assegurar as operações de contabilidade finan-
c) Participar na organização das relações públi- ceira e a realização periódica dos respetivos
cas do membro do Governo; balanços e outros instrumentos de prestação
d) Preparar, elaborar e divulgar publicações e in- de contas;
formações relativas aos programas de desen- g) Articular-se com os serviços competentes do
volvimento e modernização nas suas diversas departamento governamental responsável
vertentes, em especial ligação com os serviços pela área das finanças, em matérias relativas
autónomos do MEE; à gestão financeira;
e) Apoiar na organização de conferências e outras h) Proceder, em articulação com os serviços cen-
atividades, visando a divulgação e a análise trais do MEE e a Direção-geral do Património

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2224 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

do Estado, ao registo e controle dos bens pa- g) Contribuir para a definição estratégica e im-
trimoniais móveis e imóveis afetos ao MEE, plementação de políticas de valorização e
segundo as normas aplicáveis; aproveitamento de fontes alternativas e reno-
váveis de energia;
i) Estabelecer e propor medidas de modernização
e reforma administrativa de âmbito setorial e h) Manter atualizada a informação sobre a ativi-
intersectorial, com vista a uma melhoria dos dade energética, industrial e comercial e pro-
serviços e acompanhar a sua execução; mover a sua divulgação perante o público em
j) Velar pela manutenção e segurança das insta- geral, e os agentes económicos em particular;
lações e equipamentos afetos ao MEE. i) Facultar informações sobre as normas jurídi-
4. O SGRHFP é dirigido por um Diretor de Serviço, cas que regulam o exercício de atividades do
provido nos termos da lei. setor;
Secção VIII j) Elaborar, em colaboração com outros serviços
Direção Nacional de Energia, Indústria e Comércio da administração central do Estado, progra-
Artigo 26.º
mas de assistência técnica e atividades enér-
gicas, industriais e comerciais financiados
Natureza e atribuições
por instituições internacionais;
1. A Direção Nacional de Energia, Indústria e Comércio
k) Representar o Governo em conferências e reu-
(DNEIC) é o serviço responsável pela conceção, execução
niões nacionais e internacionais, em matéria
e avaliação da política enérgica, industrial e comercial,
de energia, indústria e comércio;
bem como pela apresentação de propostas visando o
crescimento, a melhoria e o aumento da produtividade e l) Apoiar o Governo nas negociações internacio-
competitividade do setor. nais, em particular no quadro da organização
de integração económica regional e da coope-
2. Incumbe à DNEIC, designadamente:
ração internacional, com vista à sua adequa-
a) Contribuir para a definição, articulação e di- ção aos interesses fundamentais da política
namização das políticas setoriais relativas à económica nacional;
energia, indústria e ao comércio, visando o
2 276000 008141

crescimento da produtividade e da competiti- m) Assegurar, em colaboração com outros organis-


vidade e um ambiente favorável a negócios; mos do Estado, a execução dos acordos esta-
belecidos e ratificados por Cabo Verde;
b) Assegurar a implementação da estratégia de
desenvolvimento da energia, indústria e co- n) Promover a articulação de políticas públicas do
mércio, bem como incentivar a criação de setor com o setor privado;
infraestruturas energéticas, industriais e co- o) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
merciais; mente atribuídas.
c) Contribuir para a definição, articulação e di- 3. A DNEIC é dirigida por um Diretor Nacional, provido
namização das políticas setoriais relativas à nos termos da lei.
energia, indústria e comércio, acompanhando
a execução das medidas delas decorrentes; 4. A DNEIC integra os seguintes serviços:
d) Contribuir para a elaboração das propostas a) Serviço de Energia;
legislativas e regulamentares necessárias à
b) Serviço de Indústria; e
prossecução dos objetivos das políticas para o
setor da energia, da indústria e do comércio e c) Serviço do Comércio.
assegurar o cumprimento da legislação apli- Artigo 27.º
cável nas suas áreas de intervenção;
Serviço de Energia
e) Contribuir para a definição e execução da polí-
tica energética, industrial e comercial, e pro- 1. O Serviço de Energia (SE) é o serviço responsável
mover a modernização e o desenvolvimento pela conceção, execução e avaliação da política energéti-
sustentado da competitividade das atividades ca e de dessalinização, bem como pela apresentação de
do setor, numa perspetiva de alargamento propostas visando o crescimento, a melhoria e o aumento
das respetivas cadeias de valor; da produtividade e competitividade do setor.
f) Contribuir para a articulação da política ener- 2. Incumbe ao SE, designadamente:
gética e de dessalinização com as outras po- a) Elaborar planos energéticos nacionais, produ-
líticas públicas, designadamente nas áreas zir e acompanhar a implementação de pro-
do ambiente, ordenamento do território e for- gramas e projetos de investimentos a curto,
mação e certificação profissional relevantes, médio e longo prazo;
visando um nível elevado de investimento
orientado para uma melhoria sustentada dos b) Planificar a orçamentação do setor, sua execu-
padrões de eficiência e flexibilidade das ativi- ção, seguimento e avaliação dos resultados e
dades do setor; impactos dos projetos e programas;

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c) Seguir a evolução do sistema energético, a ní- r) Assegurar a boa gestão corrente e a programa-
vel nacional e internacional e recolher, explo- ção dos projetos de energias renováveis e efi-
rar e difundir as informações pertinentes; ciência energética sob sua responsabilidade;
d) Estimular e induzir programas para a capaci- s) Propor programas e projetos de gestão e desen-
tação, formação e desenvolvimento tecnológi- volvimento das energias renováveis e eficiên-
co sustentável no setor, por meio de parcerias cia energética;
e cooperação; t) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
e) Monitorar a expansão e desempenho do merca- mente atribuídas.
do dos produtos petrolíferos para assegurar o 3. O SE é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
equilíbrio entre oferta e demanda, em conso- nos termos da lei.
nância com as políticas governamentais, con-
siderando os aspetos ambientais e de fiabili- Artigo 28.º
dades e segurança no abastecimento; Serviço de Indústria
f) Monitorar o acesso à energia e o uso da biomas- 1. O Serviço de Indústria (SI) é o serviço responsável
sa e outros recursos energéticos alternativos; pela conceção, execução e avaliação da política industrial,
g) Promover a elaboração de medidas legislati- bem como pelo desenvolvimento de um ambiente insti-
vas, regulamentares e fiscais, assim como de tucional mais favorável à competitividade e à inovação
normas e especificações técnicas para o mer- empresarial.
cado dos produtos petrolíferos e velar pelo seu 2. Incumbe ao SI, designadamente:
cumprimento;
a) Propor os planos e programas do setor da in-
h) Fazer acompanhamento do mercado interna- dústria e contribuir para a promoção da mo-
cional dos produtos petrolíferos e a sua reper- dernização e do desenvolvimento sustentado
cussão na economia nacional; da competitividade das atividades indus-
triais, numa perspetiva de incremento do va-
i) Fazer acompanhamento da evolução do merca-
lor acrescentado;
do dos produtos petrolíferos a nível nacional,
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a fim de garantir o abastecimento do merca- b) Contribuir para a elaboração de propostas legis-


do, bem como a constituição de stocks de segu- lativas e regulamentares das atividades do se-
rança; tor da indústria e fiscalizar o seu cumprimento,
tomando medidas preventivas e promovendo a
j) Fazer seguimento das estruturas de preço dos
repressão das respetivas infrações, sem prejuí-
produtos petrolíferos em estreita colaboração
zo da competência de outras entidades;
com a ARE;
c) Promover a elaboração de normas e especifica-
k) Emitir parecer sobre novos investimentos e
ções técnicas relativas a instalações e produ-
projetos de armazenagem e distribuição; tos industriais, em concertação com os servi-
l) Fazer licenciamentos e vistorias das instala- ços competentes;
ções que armazenam, distribuem e utilizam d) Coordenar as ações necessárias à execução de
produtos petrolíferos; normas de qualidade industrial e emitir pa-
m) Coordenar o processo de licenciamento e certi- receres relativos à qualidade dos projetos de
ficação dos profissionais do setor dos produtos instalações, dos produtos e dos serviços in-
combustíveis, em particular os condutores de dustriais;
autotanques, bem como dos técnicos que assi- e) Colaborar com outros departamentos ministe-
nam os projetos de instalações dos produtos riais em ações de apoio à indústria nacional e
petrolíferos; de promoção do produto nacional nos merca-
dos interno e externo;
n) Desenvolver ações de inspeção das atividades
com vista a assegurar o cumprimento das leis f) Colaborar em estudos e outros trabalhos que
em vigor e velar pela segurança e a proteção possam contribuir para a melhoria de apre-
ambiental; sentação do produto nacional e manter um
conhecimento atualizado, quer em termos
o) Contribuir, juntamente com outros serviços, de oferta, quer em termos das tendências da
para a elaboração do balanço energético; procura de bens e serviços industriais, quer
p) Produzir e difundir estatísticas, estudos e aná- ainda no plano das suas condições gerais de
lises regulares do setor energético; funcionamento;

q) Estabelecer sistemas de acompanhamento, g) Acompanhar a evolução dos índices de rendi-


avaliação e controle estratégicos de recursos mento e produtividade no setor industrial;
energéticos, da procura energética, do mode- h) Delinear a política de atribuição, registo e prote-
lo setorial e do sistema de informação ener- ção dos direitos de propriedade industrial e ze-
gética; lar pelo cumprimento da respetiva legislação;

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2226 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

i) Colaborar na elaboração de estudos sobre a c) Prestar atendimento público em matéria de


proteção e o estímulo a conceder à indústria operações de comércio externo e consulta téc-
nacional, numa ótica de maximização da ren- nica aos operadores económicos;
tabilidade, da produtividade e da utilização
d) Proceder ao registo e renovação em cadastro
da plena capacidade industrial;
pertinente de todos os estabelecimentos co-
j) Organizar, em estreita colaboração com os ser- merciais;
viços competentes as estatísticas referentes
ao setor industrial e divulgar informações de e) Receber e dar seguimento aos processos comer-
interesse para o desenvolvimento do mesmo; ciais e instruir o respetivo dossiê para decisão
superior, se for o caso;
k) Acompanhar o processo de produção industrial
no tocante ao armazenamento, lançamento, f) Proceder à autorização de importação aos im-
tratamento, destruição e gestão de resíduos e portadores;
lixos industriais; g) Acompanhar o processo de licenciamento,
l) Prestar atendimento público em matéria de li- orientar e disciplinar as operações de impor-
cenciamento industrial e consulta técnica aos tação e exportação;
operadores económicos; h) Propor medidas tendentes a melhorar a pro-
m) Propor o licenciamento de unidades indus- teção do comércio interno e estimular o
triais, no que não caiba, nos termos lei, a ou- abastecimento interno dos produtos e as ex-
tras entidades; portações;
n) Acompanhar o processo de licenciamento, i) Promover a elaboração de normas, regulamen-
orientar e disciplinar o processo de licencia- tos e especificações técnicas relativos a insta-
mento industrial; lações e produtos comerciais, em concertação
o) Propor e realizar vistoria a empreendimentos com os serviços e organismos competentes;
industriais, bem como organizar e manter em j) Colaborar em estudos e outros trabalhos que
dia o respetivo cadastro; possam contribuir para a melhoria da apre-
p) Proceder ao registo e renovação em cadastro sentação do produto nacional;
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pertinente de todos os estabelecimentos in- k) Propor medidas legislativas necessárias à mo-


dustriais; dernização do setor e simplificação dos proce-
q) Receber e dar seguimento aos processos indus- dimentos administrativos;
triais, e instruir o respetivo processo para de- l) Propor a criação de procedimentos e mecanis-
cisão superior, se for o caso; mos para implementação dos regimes de li-
r) Garantir a ligação e coerência das políticas in- cenciamento;
dustriais com outras políticas públicas;
m) Propor a criação do sistema de procedimentos
s) Exercer outras tarefas que lhe forem superior- e mecanismos para implementação e divulga-
mente atribuídas. ção do regime de licenciamento automático e
3. O licenciamento industrial pode ser delegado nas não automático;
associações empresariais, no âmbito das suas responsa- n) Organizar, em colaboração com outros serviços
bilidades estatutárias, nos termos fixados por contrato- competentes, estatísticas referentes ao setor
-programa. comercial e divulgar informações de interesse
4. O SI é dirigido por um Diretor de Serviço, provido para o desenvolvimento do mesmo;
nos termos da lei. o) Proceder a vistorias aos estabelecimentos co-
Artigo 29.º merciais;
Serviço do Comércio p) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
1. O Serviço do Comércio (SC) é o serviço responsável mente atribuídas.
pela conceção, execução e avaliação da política comercial, 3. O SC é dirigido por um Diretor de Serviço, provi-
bem como pela coordenação de matérias relacionadas com do nos termos da lei.
a integração económica regional e cooperação internacio- Secção IX
nal de índole bilateral ou multilateral.
Direção Nacional da Economia Marítima
2. Incumbe ao SC, designadamente:
Artigo 30.º
a) Definir os requisitos e procedimentos para or- Natureza e atribuições
ganização, ordenamento e controlo da rede
comercial e atualização do cadastro comercial 1. A Direção Nacional da Economia Marítima (DNEM))
dos estabelecimentos comerciais; é o serviço central com funções de conceção, execução e
coordenação no domínio da política marítima, dos recur-
b) Propor o licenciamento de estabelecimentos co- sos marinhos, das pescas e da aquacultura.
merciais, no que não caiba, nos termos da lei,
a outras entidades; 2. Incumbe à DNEM, designadamente:

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2227

a) Elaborar e propor o plano estratégico para o p) Apoiar os serviços competentes nas relações
desenvolvimento da economia marítima e com organismos e organizações internacio-
propor medidas que promovam a competitivi- nais do setor das pescas;
dade do setor;
q) Assegurar o controlo de atividades pesqueiras
b) Estimular e apoiar atividades, investimentos e no país envolvendo a armação de embarca-
oportunidades de negócios na área da econo- ções, periodicidade de pesca e outras condi-
mia marítima, em coordenação com os orga- ções que garantam a segurança e a normali-
nismos com responsabilidades neste domínio zação da captura;
para as atividades relacionadas com assuntos
r) Coordenar a execução das funções de fiscali-
do mar;
zação e assegurar a inspeção e o controlo do
c) Mobilizar parcerias e financiamentos públicos exercício das atividades pesqueiras;
e privados que permitam o desenvolvimento
s) Conceder licença de pesca às embarcações na-
de uma economia do mar forte e moderna;
cionais;
d) Incentivar e promover as modalidades de cofi-
t) Conceder autorização para exportação e impor-
nanciamento público e privado e os seus be-
tação de produtos da pesca;
nefícios sociais;
u) Emitir parecer sobre pedidos de concessão de
e) Acompanhar o processo de extensão da plata-
licença de pesca a embarcações estrangeiras;
forma continental para além das 200 milhas e
colaborar na fiscalização e vigilância da Zona v) Colaborar na definição de requisitos técnicos
Económica Exclusiva; das embarcações de pesca;
f) Identificar e fomentar a integração de toda a w) Instruir processos resultantes de infração a
cadeia das pescas na economia do mar; leis e regulamentos e propor sanções a apli-
car;
g) Apoiar o MEE, em coordenação com demais
entidades competentes, na elaboração de po- x) Colaborar com as autoridades competentes na
líticas e programas no domínio dos recursos definição de meios de salvação, de normas e
marinhos, pescas e aquacultura, nos seus di- medidas de segurança de embarcações e in-
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versos aspetos, designadamente em matéria dustriais de pesca;


de gestão e aproveitamento de recursos vivos
y) Colaborar com as autoridades na definição de
marinhos e adotar medidas que permitam a
políticas de proteção do ambiente;
sua execução;
z) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
h) Propor e difundir medidas legislativas para
mente atribuídas.
o setor da economia marítima, dos recursos
marinhos, pescas e aquacultura, e assegurar 3. A DNEM integra os seguintes serviços:
a sua aplicação efetiva; a) O Serviço de Recursos Marinhos, Aquacultura
i) Prestar assistência na negociação de tratados e e Pescas; e
acordos internacionais; b) O Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade.
j) Coordenar e garantir a execução de orientações 4. A DNEM é dirigida por um Diretor Nacional, provido
e ações necessárias para assegurar o desen- nos termos da lei.
volvimento, a promoção e a valorização das
Artigo 31.º
atividades de pesca e aquacultura;
Serviço de Recursos Marinhos, Aquacultura e Pescas
k) Fomentar, em colaboração com outras entida-
des, o desenvolvimento das atividades liga- 1. O Serviço de Recursos Marinhos, Aquacultura e
das à pesca e aquacultura; Pescas (SRMAP) é o serviço responsável pela execução
das atividades de apoio ao desenvolvimento das pescas
l) Colaborar com serviços, organismos e demais e aquacultura, bem como pela articulação dos processos
entidades interessadas na formulação e defi- de investigação, valorização e sustentabilidade da explo-
nição de normas de qualidade dos produtos de ração dos recursos marinhos.
pesca;
2. Incumbe ao SRMAP, designadamente:
m) Assegurar o controlo e a fiscalização da quali-
dade dos produtos de pesca; a) Assegurar a adequada exploração dos recursos
vivos marinhos disponíveis nas áreas sob ju-
n) Intervir no processo de licenciamento para ins-
risdição nacional;
talação de estabelecimentos industriais e co-
merciais no setor das pescas e aquacultura; b) Promover ações necessárias para assegurar o
desenvolvimento, a promoção e a valorização
o) Coordenar tecnicamente, em articulação com
de atividades da pesca e da aquacultura;
os serviços competentes, o processo de prepa-
ração de acordos e convenções internacionais c) Emitir pareceres sobre os projetos de investi-
no domínio das pescas e velar pelo seu cum- mento de forma a salvaguardar a sustentabi-
primento; lidade da exploração de recursos;

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2228 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

d) Fomentar e participar na execução dos progra- b) Propor normas e medidas aplicáveis aos produ-
mas e projetos de desenvolvimento das pes- tos da pesca e assegurar a respetiva difusão e
cas e aquacultura, designadamente a criação aplicação, quando aprovadas;
e reforço do associativismo nas localidades
c) Colaborar na proposição e definição de estraté-
piscatórias, a comercialização, a formação, a
gias, políticas e planos respeitantes à legalida-
extensão pesqueira, a cogestão pesqueira, de
de e qualidade higio-sanitária dos produtos de
entre outros;
pesca, fazendo propostas, sugestões e, quando
e) Promover e acompanhar a execução dos pro- solicitado, dando os competentes pareceres;
gramas e projetos de constituição de empre-
d) Propor a aprovação de princípios reguladores
sas no setor das pescas e aquacultura;
e estabelecer normas técnicas das atividades
f) Organizar e controlar o registo de embarcações pesqueiras e de inspeção dos produtos e ativi-
nacionais e estrangeiras do setor das pescas e dades de pesca;
aquacultura;
e) Proceder às inspeções, auditorias de qualidade
g) Fomentar, em colaboração com os serviços com- e licenciamento sanitário dos estabelecimen-
petentes, o desenvolvimento da cooperação in- tos, embarcações e meios de transporte dos
ternacional na área das pescas e aquacultura; produtos de pesca e subprodutos;
h) Propor, em colaboração com outras entidades, f) Realizar ou assegurar a realização das análises
medidas tendentes à resolução de problemas laboratoriais necessárias à avaliação da con-
relativos aos diferentes ramos de produção da formidade e garantia da qualidade dos produ-
pesca e aquacultura; tos da pesca;
i) Participar, em colaboração com os serviços
g) Colaborar na preparação e redação dos projetos
competentes, na elaboração de programas de
de diploma, quando solicitado;
investigação com vista à prospeção de novos
recursos pesqueiros; h) Fiscalizar, inspecionar e assegurar o cumpri-
mento de normas nacionais e internacionais
j) Fomentar em colaboração com as entidades
em matéria de armamento e engenhos de pes-
competentes a definição dos requisitos técni-
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ca e aquacultura;
cos das embarcações de pesca, os engenhos de
pesca, etc.; i) Propor normas que assegurem a qualidade dos
k) Desenvolver e manter atualizado um sistema produtos da pesca e aquacultura e intervir,
de informação do mercado no domínio do pro- com outras entidades, nas ações de controlo
cessamento e da comercialização dos produ- de qualidade e garantia da sustentabilidade;
tos da pesca e aquacultura; j) Exercer o controlo para a certificação da quali-
l) Manter devidamente organizado um banco dade e de origem dos produtos de pesca e ze-
de dados sobre o licenciamento de ativida- lar para que as empresas do setor satisfaçam
des de pesca desenvolvida por nacionais ou as exigências sanitárias e demais requisitos
estrangeiros na Zona Económica Exclusiva de pesca definidos por lei;
de Cabo Verde; k) Fiscalizar, em articulação com as demais autori-
m) Promover a atualização contínua, em articula- dades competentes, as artes e mecanismos de
ção com outros serviços competentes, dos da- pesca utilizados pelos operadores, bem como
dos estatísticos no domínio das pescas, aqua- proceder ao levantamento de autos quando em
cultura e dos recursos vivos marinhos; presença de infrações à legislação em vigor;

n) Exercer outras tarefas que lhe forem superior- l) Emitir parecer técnico e propor ao Diretor
mente atribuídas. Nacional a emissão das licenças de pesca;
3. O SRMAP é dirigido por um Diretor de Serviço, m) Participar em programas de pesquisa visando
provido nos termos da lei. a melhoria contínua do sistema de controlo e
Artigo 32.º
inspeção dos produtos e serviços da pesca;
Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade n) Promover a formação e capacitação dos inspe-
tores e agentes de fiscalização ligados às ati-
1. O Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade (SIGQ)
vidades de pesca;
é o serviço técnico que tem por missão apoiar na definição
e execução da política pesqueira e garantir o cumprimento o) Assegurar a monitoria e auditoria das condi-
das normas relativas à sanidade, legalidade e qualidade ções higio-sanitárias e de garantia de quali-
dos produtos de pesca e da atividade pesqueira. dade das unidades de manuseamento, pro-
cessamento, armazenagem e transporte dos
2. Incumbe ao SIGQ, designadamente:
produtos da pesca;
a) Assegurar a promoção e o respeito no terri-
p) Implementar ações que visem assegurar a le-
tório nacional da legislação pesqueira e das
galidade das capturas e a melhoria da quali-
normas sanitárias aplicáveis aos produtos e
dade dos produtos da pesca;
atividades da pesca;

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2229

q) Coordenar a execução dos respetivos planos e de atestação, seja para constatar e processar
programas de ação, promovendo a sua imple- eventuais violações das disposições sanitá-
mentação e fazendo a continua avaliação da rias;
conformidade dos produtos de pesca e da ati- e) Realizar inspeções aos produtos da pesca, es-
vidade pesqueira; tabelecimentos e embarcações que capturem
r) Promover a elaboração de estudos e estatísticas ou transformem produtos de pesca, tendo em
bem como assegurar a recolha, o tratamento, vista o cumprimento dos requisitos inerentes
a edição e a divulgação de informação sobre a à garantia da respetiva sustentabilidade;
avaliação da conformidade do pescado; f) Verificar o tratamento de petições, reclama-
s) Decidir da emissão ou retirada eventual das ções e sugestões, emitindo recomendações e
autorizações, licenças e números sanitários propondo as necessárias medidas e ações pre-
previstos nos termos da legislação e normas ventivas e corretivas;
regulamentares aplicáveis ao setor; g) Instruir processos de contraordenação e propor
as respetivas sanções;
t) Recolher as amostras para os controlos, inspe-
ções sanitárias e análises laboratoriais, ne- h) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
cessários à emissão ou revogação das autori- mente atribuídas.
zações, licenças e números sanitários ou com 4. O SIGQ é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
vista à constatação de infrações; nos termos da lei.
u) Supervisionar, inspecionar e atestar o pescado 5. O estatuto dos inspetores consta de diploma especial.
desembarcado ou transbordado nos portos de
Secção X
pesca de Cabo Verde;
Direção-geral do Turismo e Transportes
v) Realizar o controlo, inspeção e emissão dos cer-
tificados de capturas das embarcações nacio- Artigo 33.º
nais; Natureza e atribuições
w) Aplicar ou promover a aplicação das sanções 1. A Direção-geral do Turismo e Transportes (DGTT)
por incumprimento ou violação das leis e re- é o serviço responsável pela conceção, planeamento,
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gulamentos relativos a matérias da sua com- avaliação e execução da política de turismo e dos trans-
petência; portes aéreos e marítimos, em estreita articulação com
x) Desenvolver relações pertinentes com outras ins- os serviços e organismos do setor.
tituições públicas ou privadas cuja ação se de- 2. Incumbe à DGTT, designadamente:
senvolva no âmbito da sua ação e atividade;
a) Contribuir para a definição da política e pla-
y) Supervisionar, fiscalizar e inspecionar, visando neamento de turismo e dos transportes aéreos
a garantia da sustentabilidade, o exercício da e marítimos, propondo medidas e ações com
atividade de pesca extrativa e aquacultura, vista à diversificação, qualificação e melhoria
em articulação com as entidades responsá- da posição competitiva da oferta turística na-
veis pela fiscalização marítima; cional, tendo em conta o fator transportes;
z) Emitir parecer, responder a consultas e elabo- b) Monitorizar as ações do Estado voltadas para
rar estudos sobre matérias do setor de natu- o desenvolvimento e o crescimento da ativi-
reza jurídica nacional e internacional. dade turística e dos transportes aéreos e ma-
rítimos, a partir de pesquisas realizadas em
3. Incumbe, ainda, ao SIGQ, designadamente: cooperação com outros serviços e organismos
a) Realizar controlos sanitários nos estabeleci- competentes;
mentos para verificação das condições higio- c) Participar na preparação dos elementos para
-sanitárias, antes da emissão das licenças a conceção da política e planeamento de de-
sanitárias, condicionando a sua abertura e senvolvimento do turismo e dos transportes
funcionamento; aéreos e marítimos;
b) Atribuir os números sanitários necessários à d) Analisar informações estatísticas que possam
exportação do pescado pelos estabelecimen- ser utilizadas para orientar as políticas do
tos; Governo e os investimentos do setor privado
no desenvolvimento do setor turístico e dos
c) Realizar os controlos sanitários nas embarca- transportes aéreos e marítimos;
ções antes da emissão das licenças de pesca e
e) Promover a realização de estudos sobre os merca-
antes da emissão dos números sanitários com
dos internos e externos relativamente aos pro-
vista à exportação dos produtos da pesca cap-
dutos turísticos e ao setor aéreo e marítimo;
turados pela embarcação em causa;
f) Propor e desenvolver conjuntos de atividades
d) Realizar inspeções aos estabelecimentos, em- e eventos ligados ao setor do turismo e dos
barcações ou aos produtos da pesca, seja para transportes aéreos e marítimos, em parceria
efeito de emissão de certificação sanitária ou com os organismos do setor público e privado;

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2230 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

g) Acompanhar a atividade turística, mantendo da cooperação internacional, com vista à sua


um conhecimento atualizado em termos de adequação aos interesses da política económi-
oferta e de procura, criando os mecanismos ca nacional;
de observação e inventariação adequados e
d) Promover a elaboração de estudos e de pla-
promovendo uma informação útil ao setor,
nos e estabelecer parcerias estratégicas com
por forma a permitir a avaliação dos efeitos
o objetivo de contribuir para a preservação
das medidas da política de turismo;
do ecossistema, da cultura e autenticidade
h) Desenvolver estratégias de identificação e pro- nacionais, numa perspetiva de desenvolvi-
moção de áreas de especial aptidão para o tu- mento sustentável e dos princípios definidos
rismo; no Código Mundial de Ética da Organização
i) Desenvolver ações de fomento, acompanha- Mundial do Turismo;
mento e apoio à indústria do turismo e às e) Propor e emitir pareceres a planos, programas
iniciativas empresariais para o desenvolvi- e regulamentos do setor do turismo e análises
mento do setor do turismo e dos transportes sobre a qualidade dos empreendimentos su-
aéreos e marítimos; jeitos ao estatuto de utilidade turística;
j) Contribuir para a elaboração e fundamentação
f) Sensibilizar a sociedade civil acerca da rele-
das propostas legislativas, regulamentares e
vância da qualidade turística;
especificações técnicas relativas ao setor, e
necessárias à prossecução dos objetivos das g) Propor e presidir vistorias de abertura às ins-
políticas das áreas do turismo e dos transpor- talações declaradas de utilidade turística, nos
tes aéreos e marítimos; termos da lei;
k) Fazer o acompanhamento e execução das nor- h) Credenciar e acompanhar a atividade dos ope-
mas que regem o setor; radores e prestadores dos serviços turísticos;
l) Propor medidas de articulação do desenvolvi- i) Participar na elaboração de programas de for-
mento da atividade turística com outras ati- mação dirigidos ao setor do turismo, em es-
vidades económicas, bem como com políticas treita articulação com instituições competen-
públicas relevantes para aquela atividade; tes em matéria de formação profissional;
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m) Organizar estatísticas referentes ao setor do tu- j) Organizar e participar em feiras nacionais e


rismo e dos transportes aéreos e marítimos, internacionais, no intuito de promover o pro-
manter atualizada e promover a divulgação duto turístico, valorizando a riqueza patri-
de informações de interesse para o desenvolvi- monial, a diversidade cultural e os recursos
mento dos mesmos em estreita colaboração com
turísticos nacionais;
outros serviços e organismos competentes;
k) Estabelecer e reforçar parcerias estratégicas
n) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
com instituições e organismos, no sentido de
mente atribuídas.
atingir os objetivos preconizados para o setor;
3. A DGTT é dirigida por um Diretor-geral, provido
nos termos da lei. l) Emitir pareceres e análises sobre a qualidade
dos empreendimentos sujeitos ao estatuto de
4. A DGTT integra os seguintes serviços: utilidade pública;
a) Serviço de Turismo; e m) Manter atualizada a informação sobre a ativi-
b) Serviço dos Transportes Aéreos e Marítimos. dade turística e promover a sua divulgação;
Artigo 34.º n) Emitir parecer sobre a qualidade dos empreen-
Serviço do Turismo dimentos que requeiram a atribuição do esta-
tuto de utilidade turística e submeter a des-
1. O Serviço do Turismo (ST) é o serviço responsável pacho os pedidos de concessão de declaração
pela conceção, avaliação e execução da política de turis- de utilidade pública;
mo, em estreita articulação com os serviços e organismos
do setor. o) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
mente atribuídas.
2. Incumbe ao ST, designadamente:
3. O ST prossegue ainda atribuições respeitantes à
a) Apoiar o Governo na conceção e definição do
administração turística, ao planeamento físico e à gestão
modelo de política para o setor do turismo;
e administração das zonas turísticas especiais, podendo
b) Contribuir para o desenvolvimento do turismo delegá-las a uma entidade pública, nos termos da lei.
interno, promovendo o turismo social e asso-
ciativo; 4. A promoção de Cabo Verde como destino turístico
pode ser delegada nas associações empresariais, no âm-
c) Apoiar o Governo nas negociações e decisões, bito das suas responsabilidades estatutárias, nos termos
nas instâncias internacionais, envolvendo a fixados por contrato-programa.
política do turismo, em particular no quadro
da Organização Mundial do Turismo, dos or- 5. O ST é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
ganismos de integração económica regional e nos termos da lei.

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Artigo 35.º va nos domínios da formação profissional, do emprego e do
Serviço dos Transportes Aéreos e Marítimos empreendedorismo, bem como dos estágios profissionais.
1. O Serviço dos Transportes Aéreos e Marítimos 2. Incumbe à DGEFPEP, designadamente:
(STAM) é o serviço responsável pela conceção, planea- a) Assegurar a execução das atividades definidas
mento, avaliação e execução da política dos transportes pelo Governo, auscultar regularmente os res-
aéreos e marítimos e sua articulação com o turismo.
ponsáveis do setor e afinar estratégias e me-
2. Incumbe ao STAM, designadamente: todologias para a concretização das políticas
a) Propor, coordenar, planear, executar e fazer governamentais no domínio do emprego e da
aplicar as políticas regulamentares definidas formação profissional;
pelo Governo no setor dos transportes aéreos b) Realizar estudos, em articulação com a
e marítimos; DGPOG, e elaborar pareceres necessários à
b) Colaborar, quando solicitado, na definição formulação da política de emprego, autoem-
e implementação da política tarifária dos prego, de formação profissional e empreende-
transportes marítimos e aéreos; dorismo;
c) Colaborar com as entidades competentes na c) Propor medidas de mercado de emprego e de
gestão de registos relativos às atividades de formação profissional;
transporte, nomeadamente em matéria de
navegação e segurança aérea e marítima; d) Propor a regulamentação adequada para os se-
tores da formação e do emprego;
d) Elaborar estudos e dar parecer sobre a política
geral de transportes estratégicos do país, so- e) Definir os objetivos gerais da política de empre-
bre projetos, planos e regulamentos; go e de formação profissional, propor medidas
e) Contribuir para a definição das políticas e es- e programas, e elaborar os projetos de diplo-
tratégia de integração do setor dos transpor- ma e de regulamentação necessários;
tes aéreos e marítimos; f) Elaborar indicadores e instrumentos básicos
f) Colaborar com os serviços da administração para o acompanhamento e avaliação das me-
direta, indireta e entidades públicas empre- didas de emprego e da política de formação
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sariais e com as autoridades reguladoras na profissional;


concessão e na implementação de planos, pro-
gramas e ações visando o desenvolvimento g) Acompanhar a implementação e a execução das
do setor dos transportes e a conectividade do medidas de política de emprego, de formação
país com o exterior e a integração das ilhas, profissional e autoemprego e empreendedo-
com qualidade, eficiência e regularidade; rismo, coordenar a avaliação da sua execução
e contribuir para a eficácia das intervenções,
g) Acompanhar a elaboração dos instrumentos de
recorrendo a estudos de impacto e outros que
gestão territorial bem como dos instrumentos
visem a melhoria dos setores do emprego e da
setoriais de escala nacional, designadamente
integrando as correspondentes estruturas de formação profissional;
coordenação das vias de circulação e cruza- h) Acreditar as entidades formadoras e os centros
mento dos transportes aéreos e marítimos; e estabelecimentos de formação profissional;
h) Apoiar o Governo no exercício dos seus pode- i) Inspecionar as atividades técnicas dos centros,
res de concedente de serviços de transporte, agências e balcões de emprego;
nomeadamente através da elaboração de nor-
mas reguladoras das concessões de explora- j) Proceder à pesquisa e tratamento de documen-
ção e do acompanhamento e realização de to- tação e informação profissional;
dos os procedimentos conducentes à outorga
k) Desenvolver atividades que contribuam para
de contratos de concessão ou de outros con-
a consolidação das políticas de emprego e de
tratos de fornecimento de serviço público no
formação profissional e, em especial, a promo-
âmbito dos transportes marítimos e aéreos;
ção de atividades de investigação no âmbito
i) Exercer outras tarefas que lhe forem superior- do emprego e da formação profissional;
mente atribuídas.
l) Acompanhar os trabalhos decorrentes das ações
3. O STAM é dirigido por um Diretor de Serviço, pro-
de cooperação internacional relativos aos seto-
vido nos termos da lei.
res do emprego e da formação profissional;
Secção XI
m) Participar na elaboração de propostas de inves-
Direção-geral do Emprego, Formação Profissional timento para o setor e acompanhar a execu-
e Estágios Profissionais ção dos orçamentos;
Artigo 36.º
n) Propor a criação de centros e polos de formação
Natureza e atribuições profissional;
1. A Direção-geral do Emprego, Formação Profissional e o) Propor a criação de centros, agências e balcões
Estágios Profissionais (DGEFPEP) é o serviço central de de emprego;
conceção, planeamento e de integração técnica e normati-

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2232 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

p) Articular com a DGPOG os apoios de natureza i) Encomendar e divulgar informações sobre as


técnico-administrativo de desenvolvimento ofertas e necessidades de emprego existentes
de atividades nas áreas do emprego e da for- no mercado de trabalho;
mação profissional;
j) Acompanhar e avaliar permanentemente o
q) Exercer outras tarefas que lhe forem superior- crescimento do setor informal tendo em conta
mente atribuídas. o seu impacto sobre o emprego;
3. A DGEFPEP integra os seguintes serviços: k) Proceder à análise dos postos de trabalho, da
a) Serviço de Emprego e Estágios Profissionais; e mobilidade profissional, demográfica e geo-
gráfica da mão-de-obra;
b) Serviço de Formação Profissional.
l) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
4. A DGEFPEP é dirigida por um Diretor-geral, provido mente atribuídas.
nos termos da lei.
Artigo 37.º
3. O SEEP é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
nos termos da lei.
Serviço de Emprego e Estágios Profissionais
Artigo 38.º
1. O Serviço de Emprego e Estágios Profissionais
Serviço de Formação Profissional
(SEEP) é um serviço de apoio técnico relativo à conceção
e formulação de políticas de emprego que visam assegu- 1. O Serviço de Formação Profissional (SFP) é o servi-
rar a adequação da realidade do mercado de emprego e ço de apoio técnico relativo à conceção e formulação de
a atualização permanente dos instrumentos necessários políticas de formação profissional, que visa assegurar
às atividades do MEE relacionadas com a procura de a adequação da formação profissional às realidades do
emprego, manutenção da empregabilidade, inserção e mercado de emprego e à atualização permanente dos
integração na vida ativa e, em geral, a gestão do mercado instrumentos necessários às atividades do Ministério
de emprego. relacionadas com a procura de empregabilidade.
2. Incumbe ao SEEP, designadamente: 2. Incumbe ao SFP, designadamente:
a) Conceber e propor a definição de políticas que a) Conceber medidas que tenham em vista a ade-
desenvolvam as competências dos jovens que quação da formação profissional às necessida-
2 276000 008141

procuram um primeiro ou um novo emprego, des sociais e económicas do país;


de forma a melhorar o seu perfil de emprega-
b) Conceber, em articulação com os parceiros so-
bilidade;
ciais, medidas de política com vista a suprir
b) Propor o desenvolvimento de uma política de as necessidades de formação de mão-de-obra
experiência prática em contexto de trabalho, qualificada e atenuar os desequilíbrios do
com o objetivo de promover a inserção de jo- mercado de formação profissional a nível na-
vens no mercado de trabalho ou a reconver- cional, regional e local;
são profissional dos desempregados;
c) Conceber, em articulação com os setores, pro-
c) Apoiar a transição entre o sistema de qualifica- gramas específicos com vista à formação de
ções e o mercado de trabalho; grupos-alvo identificados com manifesta difi-
d) Dinamizar a criação de oportunidades para os culdade de acesso à formação profissional;
jovens porem em prática os conhecimentos d) Criar e manter atualizados ficheiros e base de
adquiridos na formação académica ou profis- dados das estruturas de formação com men-
sional; ção das respetivas modalidades de formação
e) Conceber medidas de política de fomento e por elas ministradas, necessários à atualiza-
apoio a iniciativas que visam o fomento do ção da Carta Nacional de Formação;
empreendedorismo e o autoemprego em áreas e) Coordenar a implementação de normas de fun-
chave do desenvolvimento do país; cionamento dos centros e estabelecimentos de
f) Preparar medidas de política de fomento e formação acreditados;
apoio a iniciativas que conduzam à criação de f) Definir, em concertação com outros depar-
postos de trabalho, em unidades empresariais tamentos, a política de formação de for-
ou de serviços já existentes ou que possam ser madores;
promovidas através de incentivos especiais;
g) Conceber medidas que tenham em vista a ade-
g) Gizar, em colaboração com os demais depar-
quação das políticas de formação profissional
tamentos, programas específicos com vista a
e resolver os desequilíbrios do mercado em
criar emprego no seio de grupos-alvo identifi-
termos de carência de mão-de-obra a nível
cados com manifesta dificuldade de acesso e
nacional, em parceria com as câmaras muni-
ou inserção no mercado de trabalho;
cipais, a nível regional e local.
h) Desenvolver os instrumentos necessários ao fo-
3. O SFP é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
mento de relacionamento técnico com os par-
nos termos da lei.
ceiros sociais;

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2233


Secção XII lizando os mecanismos convenientes previstos
nas leis e procedimentos administrativos;
Inspeção-geral das Atividades Económicas
j) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
Artigo 39.º
mente atribuídas.
Natureza e atribuições
3. O diploma orgânico da IGAE e o estatuto do pessoal
1. A Inspeção-geral das Atividades Económicas de inspeção constam de diploma especial.
(IGAE) é a entidade dotada de autonomia adminis-
4. A IGAE é dirigida por um Inspetor-geral, provido
trativa e financeira que, enquanto órgão e autoridade
nos termos da lei.
de polícia criminal, visa garantir a legalidade da
atuação dos agentes económicos, defender a saúde Secção VIII
pública e a segurança dos consumidores, velando pelo
Serviços de base territorial
cumprimento das leis, regulamentos, instruções, des-
pachos e demais normas que disciplinam as atividades Artigo 40.º
económicas, através de uma atuação fiscalizadora e
preventiva. Direções Regionais de Economia

2. Incumbe à IGAE, designadamente: 1. As Direções Regionais de Economia (DRE), são ser-


viços que têm por finalidade a representação e atuação
a) Fiscalizar todos os locais onde se proceda a do MEE a nível regional.
qualquer atividade industrial, turística, co-
mercial, agrícola, piscatória ou de prestação 2. Incumbe às DRE, no âmbito das circunscrições ter-
de serviços; ritoriais respetivas, designadamente:

b) Fiscalizar a oferta de produtos e serviços nos a) Assegurar funções desconcentradas de exe-


termos legalmente previstos, bem como o cução das políticas do MEE, através da
cumprimento das obrigações legais dos agen- produção de bens e serviços em matéria
tes económicos; de licenciamento, fiscalização e controlo
metrológico no âmbito da atividade indus-
c) Promover ações de natureza preventiva e re-
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trial, incluindo o setor do comércio e dos


pressiva, incluindo a suspensão temporária serviços, do turismo e da energia, bem
de atividade económica do operador nos ter- como os dos institutos sob superintendên-
mos definidos pela lei, em matéria de infra- cia do MEE;
ções antieconómicas e contra a saúde pública;
b) A representação do MEE junto dos órgãos do
d) Realizar inquéritos preliminares e proceder poder local, bem como assegurar a articula-
à investigação e instrução dos processos por ção com os órgãos desconcentrados do poder
contraordenação em matéria económica e de central de incidência regional;
saúde pública, incluindo os respeitantes a
práticas restritivas de concorrência, sem pre- c) Proporcionar aos agentes económicos da res-
juízo das competências legalmente atribuídas petiva região os serviços que lhes permitam
a outras entidades; cumprir as obrigações regulamentares para
com o MEE;
e) Conceber métodos que possam contribuir para
prevenção e repressão de infrações; d) Garantir a aplicação da legislação nos setores
da indústria, comércio e serviços, energia,
f) Elaborar e participar na elaboração de proje- qualidade e turismo, nas respetivas áreas
tos de diplomas legais, no âmbito dos direi- geográficas de atuação;
tos económico e penal económico, bem como
propor e colaborar no processo de atualização e) Apoiar as atividades da IGAE;
desses diplomas; f) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
g) Assessorar, quando solicitado, na elaboração mente atribuídas.
de regras de carácter geral de interpretação 3. As funções das DRE exercem-se em articulação com
da legislação, tendo em vista a sua divulga- os organismos centrais do MEE, designadamente nos do-
ção e aplicação uniforme pelos serviços de mínios da energia, indústria, comércio, pescas, qualidade,
inspeção; incluindo o controlo metrológico e turismo.
h) Apoiar as autoridades policiais na prevenção 4. A coordenação operacional das intervenções regio-
e punição de práticas ilícitas, em matéria de nais e harmonização de práticas e procedimentos das
jogos de fortuna e azar, em articulação com os DRE nas respetivas áreas geográficas são feitas mediante
serviços de inspeção de jogos; despacho do Ministro.
i) Coadjuvar as autoridades judiciárias, serviços 5. São criadas as Direções Regionais da Economia do
ou entidades com funções de prevenção e in- Norte e do Centro, cujas áreas de atuação são especifi-
vestigação criminal e contraordenacional, uti- cadas nos artigos seguintes.

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2234 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016


Artigo 41.º Artigo 46.º

Direção Regional da Economia do Norte Referências legais

A Direção Regional da Economia do Norte (DREN) tem As referências legais feitas aos extintos Ministério do
a sua sede em São Vicente e representa o MEE nas ilhas Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial
de São Vicente, São Nicolau e Santo Antão. (MTIDE), Ministério das Infraestruturas e da Economia
Marítima (MIEM) e Ministério da Juventude, Emprego
Artigo 42.º
e Desenvolvimento de Recursos Humanos (MJEDRH),
Direção Regional da Economia do Centro consideram-se efetuadas ao MEE, sempre que se refiram
A Direção Regional da Economia do Centro (DREC) às atribuições e responsabilidades ora prosseguidas por
tem a sua sede no Sal e representa o MEE nas ilhas do este Ministério.
Sal e da Boa Vista. Artigo 47.º
CAPÍTULO III Quadro de pessoal
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS O quadro de pessoal do MEE é aprovado no prazo de
Artigo 43.º 6 (seis) meses a contar da data da entrada em vigor do
presente diploma.
Criação
Artigo 48.º
São criados os seguintes órgãos e serviços:
Revogações
a) O Conselho Nacional da Economia Marítima;
São revogados:
b) A Comissão Nacional do Comércio;
a) O Decreto-lei n.º 62/2015, de 5 de outubro, que
c) A Direção Nacional da Energia, Indústria e aprovou a organização e o funcionamento
Comércio; do Ministério do Turismo, Investimentos e
d) A Direção Nacional da Economia Marítima; Desenvolvimento Empresarial (MTIDE);
e) A Direção-geral do Turismo e Transportes; b) O Decreto-lei n.º 32/2013, de 20 de setembro,
que aprovou a organização e o funcionamen-
f) A Direção-geral do Emprego, Formação to do Ministério da Juventude, Emprego
2 276000 008141

Profissional e Estágios Profissionais; e Desenvolvimento de Recursos Humanos


g) A Direção Regional da Economia do Norte; e (MJEDRH); e
h) A Direção Regional da Economia do Centro. c) O Decreto-lei n.º 16/2013, de 9 de maio, que
Artigo 44.º
aprovou a organização e o funcionamento do
Ministério das Infraestruturas e da Economia
Extinção da Autoridade Competente para
Marítima (MIEM).
o Produto das Pescas
Artigo 49.º
1. É extinta a Autoridade Competente para o Produto
das Pescas (ACOPESCA), criada pela Resolução Entrada em vigor
n.º 68/2014, de 26 de agosto, cujos estatutos foram apro-
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
vados pelo Decreto-regulamentar n.º 39/2014, de 17 de
da sua publicação, salvo o artigo 45.º, que entra em vigor
dezembro.
no trigésimo dia a contar daquele.
2. O pessoal dirigente da ACOPOSCA cessa as suas
funções com a entrada em vigor do presente artigo e a Visto e provado em Conselho de Ministros de 6
prossecução efetiva das novas funções pelo Serviço de de outubro de 2016..
Inspeção e Garantia de Qualidade e da Direção Nacional José Ulisses de Pina Correia e Silva – José da Silva
da Economia Marítima. Gonçalves.
3. Os direitos e as obrigações, incluindo as posições
Promulgado em 23 de dezembro de 2016.
contratuais, o acervo documental e o património de que
era titular a ACOPESCA são automaticamente transferi- Publique-se.
dos para o Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade.
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
4. Até à aprovação das normas de funcionamento do ALMEIDA FONSECA.
Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade, mantém-se
––––––
transitoriamente em vigor os artigos 21.º, 22.º, 23.º, 24.º,
25.º, 26.º e 27.º do Decreto-regulamentar n.º 39/2014, de Decreto-lei n.º 66/2016
17 de dezembro. de 28 dezembro
Artigo 45.º Atendendo ao Programa do Governo da IX Legislatura
Extinção do Observatório do Emprego
que contempla, de entre outras, medidas para criação de
empregos e o crescimento económico.
É extinto o Observatório do Emprego, criado e regulado
Sendo o setor das pescas determinante para o desen-
pelo Decreto-lei n.º 34/2011, de 26 de dezembro, cujas
volvimento socioeconómico do país, pela sua enorme
atribuições passam a ser prosseguidas pelo Instituto contribuição, nomeadamente, na criação de empregos,
Nacional de Estatística.

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2235

no equilíbrio da balança económica e na segurança ali- ANEXO


mentar, o Governo de Cabo Verde considera como sendo
Tabela de taxas a cobrar pelo Ministério
imprescindível, e urgente, adotar medidas e ações que
da Economia e Emprego, pela inspeção
fomentem a atividade económica no setor, e assim, pro-
mover mais investimentos e maior competitividade das dos produtos da pesca
empresas do setor das pescas; PRODUTOS DA PESCA
Assim sendo, torna-se conveniente alterar a tabela Exportação Escudos/Kg
anexa ao Decreto-lei n.º 13/2013, de 1 de abril, que es- Produtos Taxa
tabelece as taxas devidas pela inspeção, para que esteja Peixe 0,075
em conformidade com os princípios de competitividade
Crustáceo 2
acima enunciados.
Molusco 1,5
Assim, Bivalves 1,5
Atendendo ao disposto no n.º 2 do artigo 5.º do Decreto- Importação Escudos/Kg
lei n.º 13/2013, de 1 de abril; e Produtos Taxa
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do Peixe 0,075
n.º 2 do artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta Crustáceo 2,5
o seguinte: Molusco 2
Artigo 1.º Bivalves 2
Objeto Amostra sem Valor Comercial - 150$00 por Documento

O presente diploma procede à segunda alteração ––––––


ao Decreto-lei n.º 13/2013, de 1 de abril, alterado pelo Resolução nº 90/2016
Decreto-lei n.º 42/2013, de 31 de outubro, que estabelece
as taxas devidas pela inspeção e fixa o valor das taxas a de 28 de dezembro
pagar pela inspeção dos produtos da pesca.
Considerando a necessidade de otimização da identi-
Artigo 2.º
dade visual de todo o Sistema Governamental de Cabo
2 276000 008141

Alterações Verde, a nova identidade foi desenvolvida com o objetivo


São alterados os valores das taxas devidas pela ins- de conferir um conjunto de características próprias e
peção dos produtos da pesca, fixados na tabela anexa ao exclusivas da marca Governo, que permitem a união e a
Decreto-lei n.º 13/2013, de 1 de abril, conforme a nova coerência das mensagens dos vários organismos gover-
tabela anexa ao presente diploma, do qual faz parte namentais, que unidos representam uma só equipa e
integrante. trabalham para um só povo.
É, ainda, alterado o n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-
Com o objetivo de permitir o reconhecimento das suas
lei n.º 13/2013, de 1 de abril, alterado pelo Decreto-lei
ações em qualquer circunstância, optou-se por criar uma
n.º 42/2013, de 31 de outubro, que passa a ter a seguinte
redação: identidade única e que é transversal a todos os ministé-
rios e órgãos governativos.
“Artigo 5.º
A identidade implica um conjunto de regras de apli-
[…]
cação que vão racionalizar, reorganizar, clarificar e
[…] simplificar a comunicação interna e externa do Governo.
Os valores das taxas a que se refere o número ante- O Manual de Normas e Identidade Visual do Governo
rior, podem ser alterados, visando a sua atualização, por
reúne os elementos que constituem a identidade e as
Portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
regras para a sua correta utilização, funcionando como
áreas das Finanças e das Pescas.”
um guia de consulta para as questões que possam even-
Artigo 3.º
tualmente surgir ao comportamento da identidade.
Entrada em vigor
Para preservar a sua coerência, é necessário que todas
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
as pessoas envolvidas na construção de novas aplicações
da sua publicação.
cumpram todas as especificações inscritas no manual,
Aprovado em Conselho de Ministro de 22 de ou- tendo por isso um carater vinculativo e obrigatório na
tubro de 2016- observância das regras de uniformização da imagem
José Ulisses de Pina Correia e Silva – Olavo Avelino visual, que devem ser aplicados por toda e qualquer
Garcia Correia – José da Silva Gonçalves. unidade interna ou externa e para uso interno, externo,
Promulgado em 23 de dezembro de 2016. eletrónico e de impressão.
Publique-se. Assim,
O presidente da República, JORGE CARLOS DE No uso da faculdade conferida pelo n.º 2 do artigo 265.º
ALMEIDA FONSECA da Constituição, o Governo aprova a seguinte Resolução:

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2236 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016


Artigo 1.º A identidade implica um conjunto de regras de aplica-
Aprovação ção que vão racionalizar, reorganizar, clarificar e sim-
plificar a comunicação interna e externa do Governo.
É aprovado o Manual de Normas e Identidade Visual
do Governo do Governo, publicado em anexo à presente O Manual de Normas e Identidade Visual do Governo
Resolução, da qual faz parte integrante. reúne os elementos que constituem a identidade e as
regras para a sua correta utilização, funcionando como
Artigo 2.º
um guia de consulta para as questões que possam even-
Revogação tualmente surgir ao comportamento da identidade.
É revogada a Resolução n.º 37/2009, de 1 de dezembro. Para preservar a sua coerência, é necessário que todas
Artigo 3.º as pessoas envolvidas na construção de novas aplica-
Entrada em vigor ções cumpram todas as especificações inscritas no ma-
nual, tendo por isso um carater vinculativo e obrigatório
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte na observância das regras de uniformização da imagem
ao da sua publicação e produz efeitos a partir do dia 17 visual, que devem ser aplicados por toda e qualquer
de junho de 2016. unidade interna ou externa e para uso interno, externo,
Aprovada em Conselho de Ministros do dia 17 eletrónico e de impressão.
de novembro de 2016. É proibida a reprodução de todo e qualquer material
O Primeiro-ministro, José Ulisses de Pina Correia e que não cumpra o estabelecido no Manual de Normas
Silva. e Identidade Visual, de modo a assegurar a coesão da
identidade e notoriedade de toda a imagem do sistema
ANEXO governamental.
(A que se refere o artigo 1.º). Símbolos Nacionais
Conteúdos A Bandeira, o Hino e as Armas Nacionais são símbolos
Introdução da República de Cabo Verde e da soberania nacional.
Bandeira Nacional
BANDEIRA NACIONAL
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Armas da República
Identidade Visual do Governo de Cabo Verde
Área de proteção da identidade visual
Dimensões
Cores Oficiais da Identidade
Versão do Logótipo para Fundos Escuros
Versão Monocromática da Identidade Visual
Comportamento Cromático da Identidade Visual
do Governo de Cabo Verde
Identidade Visual dos Ministérios e Órgãos A Bandeira Nacional é constituída por cinco retângulos
Governativos dispostos no sentido do comprimento e sobrepostos.
Versão Monocromática da Identidade Visual dos • Os retângulos superior e inferior são de cor azul,
Ministérios e Órgãos Governativos ocupando o superior uma superfície igual a meta-
Posicionamento da Identidade Visual de da bandeira e o inferior um quarto;
Proteção • Separando os dois retângulos azuis, existem três
faixas, cada uma com a superfície igual a um duo-
Tipografia Oficial
décimo da área da Bandeira;
Estacionários
• As faixas adjacentes aos retângulos azuis são de
Considerando a necessidade de otimização da identi- cor branca e a que fica entre estas é de cor verme-
dade visual de todo o Sistema Governamental de Cabo lha;
Verde, a nova identidade foi desenvolvida com o objeti-
vo de conferir um conjunto de características próprias • Sobre os cinco retângulos, dez estrelas amarelas
e exclusivas da marca Governo, que permitem a união de cinco pontas, com o vértice superior na posi-
e a coerência das mensagens dos vários organismos go- ção dos noventa graus, definem um círculo cujo
vernamentais, que unidos representam uma só equipa centro se situa na intersecção da mediana do se-
e trabalham para um só povo. gundo quarto vertical a contar da esquerda com
a mediana do segundo quarto horizontal a contar
Com o objetivo de permitir o reconhecimento das suas do bordo inferior. A estrela mais próxima deste
ações em qualquer circunstância, optou-se por criar bordo está inscrita numa circunferência invisível
uma identidade única e que é transversal a todos os mi- cujo centro fica sobre a mediana da faixa azul in-
nistérios e órgãos governativos. ferior.

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ARMAS DA REPÚBLICA identidade.


Deve ser escrupulosamente respeitada, não devendo ser
invadida por nenhum elemento estranho ao logo (quer
gráfico, quer em forma de texto).
Sempre que possível, deixar mais espaço a volta da identi-
dade visual do que aquele requerido pela área de proteção.
B. Grelha

As Armas da República de Cabo Verde refletem uma


composição radial que apresenta, do centro para a peri-
feria, os seguintes elementos:
• Um triângulo equilátero de cor azul sobre o qual
se inscreve um facho de cor branca;
• Uma circunferência limitando um espaço no qual
se inscreve, a partir do ângulo esquerdo e até o di-
reito do triângulo, as palavras «REPÚBLICA DE
CABO VERDE»; Dimensões
• Três segmentos de reta de cor azul paralelos à A dimensão mínima nunca deverá ser inferior a 8mm
base do triângulo, limitados pela primeira circun- ou 23 px de altura. Não existe limite de ampliação.
ferência;
• Uma segunda circunferência;
· Um prumo de cor amarela, alinhado com o vér-
tice do triângulo equilátero, sobreposto às duas
circunferências na sua parte superior; Cores Oficiais da Identidade
• Três elos de cor amarela ocupando a base da com-
2 276000 008141

As cores oficiais presentes no logótipo, devem ser aplicadas


posição, seguidos de duas palmas de cor verde e de forma consistente. Dever-se-á verificar a fidelidade das
dez estrelas de cinco pontas de cor amarela dis- tonalidades, comparando-as sempre com a escala Pantone
postas simetricamente em dois grupos de cinco.
Identidade Visual do Governo de Cabo Verde
Atendendo a necessidade de otimização da identidade
visual do Governo e do Sistema Governamental de Cabo
Verde, foi redesenhado a imagem institucional de forma
a racionalizar, reorganizar, clarificar e simplificar a co-
municação interna e externa do Governo.
A nova identidade visual do Governo de Cabo Verde é
composta pelas Armas da República à esquerda, uma
barra vertical com as cores da bandeira de Cabo verde
ao centro e o texto GOVERNO DE CABO VERDE à
direita, conforme representado na figura A.
A.

Versão do Logótipo para Fundos Escuros

Área de proteção da identidade visual


Para aumentar o impacto, a identidade do Governo de Versão Monocromática da Identidade Visual
Cabo Verde deverá ser sempre utilizada de forma proe- A reprodução da identidade em positivo/negativo deve-
minente e legível. Para isso, definiu-se uma área de rá seguir os exemplos (as imagens) apresentados.
proteção para assegurar que a identidade não é compro-
metida quando aplicada em conjunto com fotografias e
outros elementos gráficos.
Para todas as formas e versões do logo, esta área de
proteção é equivalente a 2,43 X (X equivale a altura da
letra E representada na figura B). A distância de X mu-
dará proporcionalmente com o redimensionamento da

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Comportamento Cromático da Identidade Visual


do Governo de Cabo Verde
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Identidade Visual dos Ministérios e Órgãos


Governativos
Tratando-se de uma identidade presente em toda a comuni-
cação governativa que funciona como elemento unificador,
foi necessário definir uma arquitetura que permitisse a con-
fraternização e integração entre os vários organismos go-
vernamentais (ministérios, direções, instituições) – órgãos
que representam um só país e trabalham para um só povo:
- Ministérios

• Gabinetes, Direções, Delegações e Instituições


Para Gabinetes, Direções, Delegações e Instituições
utiliza-se a arquitetura apresentada abaixo, po-
dendo em certo casos ter no máximo 2 linhas e o
símbolo da entidade caso existir.
O tamanho da barra horizontal é variável e é con-
seguida das seguintes formas:
1. O tamanho da barra horizontal é igual ao tama-
nho da palavra MINISTÉRIO quando houve-
rem apenas 2 palavras no nome do ministério
(ex: Ministério da Agricultura);

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2. O tamanho da barra horizontal é igual a me-


tade da largura da caixa de texto que con-
tém o nome do Ministério quando houverem
mais de 2 palavras no nome do ministério (ex:
Ministério da Justiça e Trabalho);
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As entidades ligadas a um Ministério que possuem uma


identidade visual própria, em ocasiões que sejam necessá-
rias a utilização do logotipo do Ministério a e o seu próprio lo-
gotipo, deverá utilizar a arquitetura, a seguir apresentada.

Exemplo de aplicação da versão da identidade visual


para as entidades ligadas a um ministério que possuem
a sua própria identidade visual.

Posicionamento da Identidade Visual

Versão Monocromática da Identidade Visual dos


Ministérios e Órgãos Governativos
A reprodução da identidade em positivo/negativo deve-
rá seguir os exemplos (as imagens) apresentados.

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2242 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

Proteção Em casos excecionais poderão ser permitidas o uso da


fonte Calibri.
O logotipo é um elemento fundamental na comunicação
com o público.
A adulteração do logo prejudica a forma como a identida-
de é transmitida e percepcionada, pelo que o mesmo deve
ser sempre reproduzido de forma consistente e de acordo
com as regras constantes deste documento.
Para um cabal esclarecimento são apresentados alguns
exemplos que prejudicam o propósito supra referido.
Em caso de dúvidas deverá ser contactado o Gabinete
de Comunicação e Imagem do Governo.
Compressões horizontais e verticais que não devem ser
feitas.
2 276000 008141

Para aumentar ou diminuir o tamanho do logotipo de


forma correta, deve-se pressionar a tecla shift ao mes-
mo tempo clicar e arrastar o gráfico pelos cantos, confor-
me a ilustração.

A transformação do gráfico utilizando os lados, provoca-


rá a deformação do mesmo.

Tipografia Oficial
O tipo de letra escolhido para a identidade é imutável.
Dada a sua vasta e diversa família tipográfica, para
além de ser utilizado no logótipo, é também utilizado
como tipo de uso corrente.
Documentos de uso interno e externo deverão usar o
tipo de letra: Source Sans Pro e os textos produzidos
deverão respeitar sempre o Novo Acordo Ortográfico

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Estacionários
2 276000 008141

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Timbrado
Papel 297mm x 210mm
2 276000 008141

Rodapé

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2245

Carta FAX
Papel 297mm x 210mm Papel 297mm x 210mm
2 276000 008141

Press Release / Nota de Imprensa


Papel 297mm x 210mm

Rodapé
Se os contactos de rodapé necessitarem de duas linhas,
o texto deverá ser centrado na página.

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2246 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

Envelopes Cartões de visita


Envelope com janela 220 mm x 110 mm Os cartões de visita têm duas faces. Uma com o conteú-
do em português e a outra com o conteúdo em inlglês.
Papel 90 mm x 55 mm

Envelope 220 mm x 110 mm


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Envelope 162 mm x 229 mm

Envelope 61 mm x 113 mm

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2247

Crachá de identificação Capas


Os crachás deverão ser em PVC com as dimenões
85mm x 55mm
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2248 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

Convite
O convite tem as seguintes medidas: 160 mm x 110 mm
Nas situações em que há necessidade de adicionar um
gráfico alusivo ao evento a que se convida, o mesmo de-
verá ser feito na outra face do convite.
Caso o texto do convite tiver menos que 5 linhas esta
deve ser posicionada ao centro, verticalmente.

Powerpoint
Template a ser utilizado em todas as apresentações do
Governo de Cabo Verde.
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O mesmo contempla vários estilos que podem ser esco-


lhidos através do menú do programa.

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2249

Identificadores
O suporte é em acrílico transparente com a dimensão
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369 mm x 150,6 mm, e o logotipo a utilizar deverá ser


a versão em que se integra o nome da direção, serviço,
delegação afeta ao ministério.
O logotipo deve ser aplicado em vinil com as proporções
indicadas.
No suporte há um espaço para colocar as informações.
Estas informações podem ser impressas em papel
comum.

Email e assinatura de email


A estrutura da assinatura de email deve ser utilizada
como exemplificada na imagem.
Não é permitida a inserção de outros elemen-
tos gráficos ou frases sem a indicação prévia do
Gabinete de Comunicação.
O tipo de letra a ser utilizado na assinatura e corpo do
email é o Calibri 12pt

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2250 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

Layout Letreiros Resolução nº 91/2016


Letreiros Internos de 28 de dezembro

Letreiro em acrílico transparente com o logotipo aplicado A problemática do abastecimento de água para o con-
sumo humano e demais atividades económicas está no
em vinil cor bronze. O logotipo deve ser aplicado no centro
centro das preocupações do Governo. Ao longo de últimos
da placa de vinil, respeitando as regras de proporciona-
anos, como resultado de crescentes irregularidade e va-
lidade e áreas de proteção do logotipo. riabilidade espacial e temporal das precipitações, o volu-
me médio de água captada a partir de fontes tradicionais
como poços, furos, galerias e nascentes tem evidenciado
sinais de crescente redução de suas capacidades de oferta
face ao aumento crescente da sua procura.
O Estado de Cabo Verde, ao definir o setor da água
como estratégico para o desenvolvimento do País, tem
apostado na exploração de novas formas e fontes de pro-
dução de água para atender as necessidades primárias
da população e das empresas.
É neste contexto que a dessalinização da água do mar
para o consumo tem sido adotada como uma medida
desde os finais da década de setenta, para, de um lado,
ampliar a capacidade da matriz hídrica nacional e, por
outro, assegurar maior regularidade e previsibilidade na
oferta, visando atenuar os efeitos da crescente escassez
hídrica nas famílias e na economia.
Entretanto, os custos associados a este modelo de
Letreiro com peças em metal galvanizado cor bronze. mobilização de água ultrapassam as capacidades do
Tesouro Nacional para financiar todos os investimentos
2 276000 008141

necessários.
A Ilha de Santiago apresenta, no contexto nacional, um
cenário marcado pela precariedade e descontinuidade dos
seus sistemas de produção e distribuição de água que re-
sulta em custos económicos e sociais importantes. Por esta
razão, visando melhorar a capacidade de oferta de água
para o consumo doméstico e empresas nesta Ilha, onde
residem cerca de 56% da população residente do arquipé-
lago, abastecidas em condições de precariedade, o Governo
da República de Cabo Verde assinou em 20/12/2013
com a Agência do Japão para Cooperação Internacional
(JICA), um Acordo de Empréstimo Referência CAV-P3
até ao limite de Y 15.292.000 (quinze biliões, duzentos e
noventa e dois milhões de Ienes) destinados a financiar
as atividades do Projeto de Desenvolvimento do Sistema
de Abastecimento de Água na Ilha de Santiago, abrevia-
Letreiro Externo damente designada por PDSAAIS.
Este projeto tem por objetivo o reforço da capacidade
de produção e distribuição da água para o consumo do-
méstico e para a economia em toda a Ilha de Santiago. O
referido projeto é desenvolvido em dois polos, sendo que
na Zona Sul, compreende as atividades para aumentar
a capacidade de produção da atual central de dessalini-
zação do Palmarejo, através da instalação de uma nova
unidade de captação de 50.000 m3 de água bruta/dia, bem
como uma unidade de dessalinização por osmose inversa
de 20.000 m3 de água/dia, destinados para abastecer a
região que compreende os Municípios da Praia, Ribeira
Grande de Santiago e São Domingos. Nesta região, o
projeto contempla ainda a construção de sistemas de
adução, para transporte e interligação das redes de dis-
tribuição de água, a instalação de estações elevatórias
de bombagens, bem como a construção de reservatórios.

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2251

Na Zona Norte da ilha, o projeto é instalado na Calheta Assim,


de S. Miguel, uma unidade de captação de 50.000 m3
Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o
de água bruta/dia, uma unidade de dessalinização por
Governo aprova a seguinte Resolução:
osmose inversa de 20.000 m3/dia, para abastecer os
Municípios de Calheta São Miguel, Tarrafal de Santiago, Artigo 1.º
Santa Catarina, Santa Cruz, São Lourenço dos Órgãos Enquadramento Institucional
e São Salvador do Mundo. Além disso, o projeto objetiva
1. O Projeto de Desenvolvimento do Sistema de
a construção de um sistema de adução e de interligação
Abastecimento de Água na Ilha de Santiago (PDSAAIS)
das redes de distribuição, para transporte de água aos
funciona na dependência e sob coordenação institucional
Municípios de Calheta São Miguel, Tarrafal de Santiago,
do Ministério da Agricultura e Ambiente.
Santa Catarina, Santa Cruz, São Lourenço dos Órgãos e
São Salvador do Mundo, a instalação de condutas para 2. A execução técnica e operacional do PDSAAIS é
transporte e distribuição de água, a construção de esta- exercida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento
ções elevatórias de bombagens, e por fim, a construção (ANAS) enquanto entidade governamental que con-
de reservatórios. cebe, coordena, controla, executa e avalia as politicas
especificas definidas pelo Governo em matéria de água
A materialização do PDSAAS está enquadrada no
e saneamento.
contexto dos grandes investimentos previstos no setor
da água, em convergência com os grandes instrumen- 3. Comité de Seguimento e Avaliação (CSA) formada
tos de planificação do sector, nomeadamente o Plano pelos principais parceiros assegura a pilotagem do projeto
Estratégico Nacional de Água e Saneamento (PLENAS), e emite em nome do Governo e da sociedade orientações
para melhorar a adequação dos custos de produção de de natureza genérica.
acesso para as pessoas e empresas. Artigo 2.º
Neste sentido, o PDSAAS irá contribuir para aumen- Criação
tar a capacidade de oferta complementando os projetos
É criada a Comissão Técnica Intersectorial do Projeto
previstos no âmbito do Plano Diretor de Santiago e do
de Desenvolvimento do Sistema de Abastecimento de
Programa de Investimentos da empresa intermunicipal
Água na Ilha de Santiago, adiante designada por CTIS-
Águas de Santiago para reduzir ao mínimo o deficit hí-
PDSAAIS, que funciona na dependência do membro
2 276000 008141

drico da ilha de Santiago.


do Governo responsável pela área da Agricultura e
A Assessoria Técnica do Projeto PDSAAIS é exercida Ambiente.
pelo Consócio Nippon KOE ÚNICO e Nippon KOEI LAC, Artigo 3.º
nas fases de conceção, estudos, desenho e implementa-
Composição e Funcionamento
ção do PDSAAIS, enquanto um Comité de Seguimento e
Avaliação (CSA) formada pelos principais parceiros do 1. A CTIS-PDSAAIS é composta pelos seguintes mem-
projeto assegura a sua pilotagem e emite, em nome do bros em representação das instituições e serviços a que
Governo e da sociedade, orientações de natureza genérica. pertencem:
A Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS) a) Um representante da ANAS, que coordena;
criada pela Lei n.º 46/VIII/2013, de 17 de setembro,
b) Um representante do Departamento Gover-
e integrada no Ministério da Agricultura e Ambiente
namental responsável pela área das Finanças;
(MAA), no quadro das suas funções, as atribuições e
responsabilidades ao nível da gestão integrada dos re- c) Um representante do Departamento Governa-
cursos hídricos, promoção de investimentos no setor da mental responsável pela área da Economia e
água e saneamento, regulação técnica do setor, gestão Emprego;
de projetos de infraestruturas hídricas e de saneamento
d) Um representante do Departamento Governa-
e respetivos fundos de financiamento, assegura a coor-
mental responsável pela área da Agricultura
denação e execução técnica do Projeto bem como todas
e Ambiente;
as atividades de gestão administrativa, financeira e de
aquisição de bens e serviços destinados ao bom funcio- e) Um representante da empresa Águas de
namento do mesmo. Santiago; e
O MAA, departamento do Governo responsável por f) Um representante da empresa Electra.
definir, formular e garantir a implementação de orien- 2. O Coordenador da Comissão é substituído nas
tações de política governamental em matéria de água suas ausências e impedimentos pelo Representante do
e saneamento exerce a coordenação geral e supervisão Departamento Governamental responsável pela área da
política do PDSAAS. Agricultura e Ambiente.
Neste sentido, perante as reformas na estrutura do 3. O apoio administrativo e logístico, indispensável ao
Governo, importa reformular o quadro atual de enqua- bom funcionamento da Comissão, é garantido pela Célula
dramento institucional do PDSAAIS para melhorar a de Execução do Projeto (CEP).
eficácia na coordenação do mesmo recentrando o seu
posicionamento no setor ao qual pertence por sua nature- 4. A CTIS-PDSAAIS reúne-se de forma ordinária men-
za, bem como criar uma Comissão Técnica Intersectorial salmente e, extraordinariamente, sempre que necessário,
que realize o seguimento técnico articulado do Projeto. devendo as decisões tomadas ser exaradas em ata.

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2252 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

5. O secretariado das reuniões da CTIS-PDSAAIS é Artigo 6.º


assegurado pelo pessoal afeto a CEP. Aplicação subsidiária

6. As reuniões da Comissão devem ser realizadas, pre- Em tudo quanto não foi especialmente previsto, é apli-
ferencialmente, dentro do horário normal de expediente. cável à CTIS-PDSAAIS instituída ao abrigo da presente
7. As deliberações da Comissão são tomadas por vota- Resolução, o Decreto-lei n.º 9/2009, de 6 de abril.
ção nominal, nos termos da lei. Artigo 7.º

Artigo 4.º Entrada em Vigor

Competências A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte


ao da sua publicação.
Compete à CTIS-PDSAAIS o seguinte:
Aprovada em Conselho de Ministros de 10 de
a) Analisar a adequação do Projeto com as estra- novembro de 2016
tégias definidas para o sector e o seu alinha-
mento com as demais diretivas setoriais; O Primeiro-ministro, José Ulisses de Pina Correia e
Silva.
b) Aferir da harmonização das ações do projeto
com as políticas públicas do setor; ––––––
c) Assegurar as sinergias com os principais pro- Resolução nº 92/2016
jetos em curso no domínio da água e sanea- de 28 de dezembro
mento;
A sociedade cabo-verdiana tem conhecido grandes
d) Apreciar, apresentar sugestões de melhoria e transformações e, naturalmente, vem-se libertando dos
validar os relatórios de assistência técnica seus tabus, assumindo-se, gradualmente, como uma
apresentados pelo Consultor e empreiteiros sociedade de informação com cada vez maior liberdade
contratados para o efeito e propor interven- de expressão. E, assim, justifica-se o estudo, «Violência
ções para melhoria na qualidade do produto Sexual contra Crianças e Adolescentes», como um dos
final da Assistência Técnica; temas prioritários a ser discutido e refletido por toda a
sociedade, cujo objeto de estudo é, por um lado, evidenciar
2 276000 008141

e) Analisar e emitir pareceres técnicos sobre os


os determinantes socioculturais que estão por detrás do
documentos e opções a serem submetidos ao
abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes
CSA para tomada de decisões, incluindo o
em Cabo Verde e, por outro lado, apresentar um instru-
processo de aquisições de bens e serviços sal-
mento ao qual está subjacente os princípios constitucio-
vaguardando o princípio da sustentabilidade
nais e legais de garantia dos direitos da criança e dos
económica; e
adolescentes que espelha o compromisso do poder político
f) Acompanhar a implementação técnica do proje- e da sociedade cabo-verdiana de combater a violência
to e recomendar medidas para a convergência sexual contra crianças e adolescentes, nas suas mais
das opções tecnológicas a adotar e que visam diferentes formas.
melhorar seu despenho, eficácia e eficiência.
A violência sexual contra crianças e adolescentes é
Artigo 5.º um fenómeno social que atinge as nossas sociedades
desde a antiguidade. Porém, tem conhecido uma maior
Disposições Transitórias
visibilidade social nos últimos decénios, como violação a
1. A Célula de Execução do CTIS-PDSAAIS transita um direito fundamental do ser humano, em geral, e das
para a ANAS num período máximo de 2 (dois) meses, crianças e adolescentes, em particular.
devendo ser elaborado um relatório sucinto de passagem
Em Cabo Verde, a violência sexual contra crianças e
entre o Coordenador da Unidade Gestora de Projetos
adolescentes constitui uma preocupação para a socie-
Especiais (UGPE) e o Presidente da ANAS.
dade em geral e tem-se colocado como uma prioridade
2. O relatório referido no número anterior versa sobre para o Estado cabo-verdiano, uma forma garantir um
os principais compromissos e procedimentos acordados dos direitos fundamentais da criança que postula que
em matéria de: «Todas as crianças devem ser protegidas pela família e
pela sociedade».
a) Gestão administrativa e financeira do projeto;
Neste sentido, a Constituição da República de Cabo
b) Gestão do cronograma de todas as atividades
Verde (artigo 74.º), bem como o Estatuto da Criança e do
do projeto;
Adolescente – ECA, aprovado pela Lei n.º 50/VIII/2013,
c) Gestão das aquisições de bens e serviços desti- de 26 de dezembro (artigo 9.º), conferem à Família, à
nados ao normal funcionamento do projeto; Sociedade e ao Estado o dever de garantirem a proteção
integral, com prioridade absoluta, a todas as crianças
d) Gestão de todas as demais infraestruturas e
e os adolescentes. São, portanto, responsáveis nos seus
serviços que estão afetadas ao projeto;
deveres de efetivarem os direitos dessa população, assim
e) Manutenção dos canais de diálogo e concerta- como garantirem a sua proteção contra todas a formas
ção com todos os parceiros nacionais e inter- de negligência, discriminação, exploração, violência,
nacionais do PDSAAIS. crueldade, opressão, entre outros.

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2253

Para responder a estes desafios, o Governo, através Os dados sistematizados sobre os cenários do abuso e
do Ministério da Família e Inclusão Social que tutela da exploração sexual contra crianças e adolescentes em
o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente Cabo Verde, bem como os resultados preliminares da
(ICCA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância análise sobre políticas públicas, marco legal e efetividade
(UNICEF) elaborou o presente Plano de Ação Nacional da rede de atendimento, foram partilhados e discutidos
de combate à Violência Sexual contra Crianças e nos ateliês realizados em dezembro de 2014 e abril de
Adolescentes, para o período de 2017-2019, com propostas 2015. A montagem do Plano levou em conta os resulta-
de diversas medidas e ações relevantes em matéria de dos do estudo, bem como as definições apontadas nos
prevenção e combate a este fenómeno. Porém, o desafio diagnósticos locais e ateliês, quanto aos princípios, eixos,
maior encontra-se na implementação deste plano e, prioridades e medidas necessárias para o respetivo plano
desde logo, este processo depende, em larga medida, do que prevê linhas de ação em cinco eixos: i) participação de
empenho de todos e de cada um em particular, pois, a
crianças e adolescentes, ii) prevenção, iii) mobilização, iv)
criança é o futuro desta nação.
atendimento e v) responsabilização. Na sua formatação,
Assim, cada linha de ação foi desdobrada em atividades, respon-
Nos termos do nº 2 do artigo 265.º da Constituição, o sáveis e cronograma, servindo de base para o processo de
Governo aprova a seguinte Resolução: negociação prévia de compromissos, denominado, neste
documento, de acordos institucionais com os setores re-
Artigo 1.º lacionados que foi coordenado pelo ICCA2.
Objeto 1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DO ABUSO E
É aprovado o Plano Nacional de Combate à Violência DA EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E
Contra Crianças e Adolescentes, que se publica em anexo ADOLESCENTES EM CABO VERDE
à presente Resolução, da qual faz parte integrante. 1.1. Nota concetual
Artigo 2.º Considerando a diversidade de sentidos empregados
Entrada em vigor para a violência sexual contra crianças e adolescentes, os
dados deste Plano tomaram como referência os seguintes
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte conceitos3:
ao da sua publicação.
a. Abuso sexual4: O abuso sexual é toda a situação
2 276000 008141

Aprovada em Conselho de Ministro de 22 de em que um adulto utiliza uma criança ou ado-


dezembro de 2016. lescente para seu prazer sexual. Pode haver
O Primeiro-ministro, José Ulisses de Pina Correia e ou não contacto físico.
Silva. b. Abuso sexual intra-familiar: O que caracteriza
–––––– o abuso sexual intra-familiar é o facto de ser
praticado por alguém que a criança conhece,
ANEXO
confia e ama, ou seja, com quem mantém um
(a que se refere o artigo 1.º) estreito vínculo.
PLANO NACIONAL DE COMBATE À VIOLENCIA c. Abuso sexual extra-familiar: Situações de abuso
CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES 2017-2019 sexual em que não há vínculo de parentesco
INTRODUÇÃO ou divisão da habitação com a criança ou ado-
lescente.
A elaboração do Plano Nacional de Combate ao Abuso
e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes d. Exploração sexual: Atividade que se caracteriza
foi coordenada pelo Instituto Cabo-verdiano da Criança pela obtenção de vantagem ou proveito, por
e do Adolescente (ICCA) em parceria com a UNICEF, no pessoas ou redes, a partir do uso (abuso) do
período de outubro de 2014 a maio de 20151. corpo de crianças e/ou adolescentes, na qual os
atos sexuais são negociados em troca de paga-
Todo o trabalho foi precedido por um estudo diagnósti- mento, não apenas monetário, podendo incluir
co, cujo objetivo consistiu numa análise aprofundada, com a satisfação de necessidades básicas (alimen-
base em evidências, nos determinantes socioculturais tação, vestuário, abrigo) ou o acesso ao con-
que estão por detrás do abuso e da exploração sexual de sumo de bens e serviços (restaurantes, bares,
crianças e adolescentes em Cabo Verde, no quadro legal
hotéis, centros comerciais, diversão, etc.)
e institucional vigente, bem como no tratamento dado aos
casos, em termos institucionais e familiares. 2
O ICCA realizou vários encontros para esses acordos, em especial junto
à Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania - CNDHC,
1
Adaptado do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), implementado Conselho Superior da Magistratura Judicial e do Ministério Público,
pelo Programa de Ações Integradas e Referenciais de Combate à Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade do Género -
Violência Sexual Infanto-juvenil (PAIR), vinculado à Secretaria de ICIEG, Ministério da Cultura, Procuradoria-Geral da República,
Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil. A versão Polícia Judiciária, Supremo Tribunal de Justiça, Direção Nacional
preliminar foi formatada em 2002, com apoio da Partners of the de Saúde, Direção Geral do Turismo, entre outros.
3
Americas/USAID. Uma versão recente tem sido utilizada no âmbito BRASIL, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
do Mercosul. http://mercosul.ledes.net/site/pt_BR/index.php República. Diagnóstico Rápido e Participativo: Manual de Aplicação
dos Roteiros de Entrevistas. Brasília, 2006.
4
O Plano foi elaborado na sequência do estudo realizado e é ainda O termo "abuso sexual" tem sido criticado por alguns autores uma vez
resultado de um processo muito participativo dos vários sectores do que deixa implícita a ideia de que há um uso permitido de crianças
desenvolvimento e atores sociais. e adolescentes por adultos (FALEIROS, 2000).

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2254 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

e. Pornografia infanto-juvenil: Trata-se da produ- De igual modo, foram analisados trinta e seis documen-
ção, exibição, divulgação, venda, compra, pos- tos relacionados com o tema em Cabo Verde, incluindo
se e utilização de material pornográfico que planos sectoriais, relatórios de gestão, estudos nacionais e
inclui a participação de crianças e adolescen- legislação sobre o tema. Desse material, foram seleciona-
tes, também caracterizada pela obtenção de dos extratos a partir dos eixos de interesse desse estudo:
vantagem ou proveito por pessoas ou redes. marco legal, políticas e rede de proteção.
f. Turismo sexual: Caracteriza-se pelo comércio se- As informações referentes aos casos atendidos foram
xual, em regiões turísticas, envolvendo turis- recolhidas no ICCA, na Delegacia de Saúde da Praia e
tas nacionais e/ou estrangeiros, e principal- no Conselho Superior da Magistratura Judicial5. Para
mente mulheres jovens, de setores pobres e fins comparativos, optou-se por trabalhar com o triénio
excluídos. O principal serviço comercializado 2012-2014. Destaca-se que, devido à função institucio-
no turismo sexual é a prostituição e explora- nal do ICCA na proteção dos direitos das crianças e
ção sexual, incluindo a pornografia e o turis- dos adolescentes, são raros os casos denunciados que
mo sexual transnacional. esta instituição não tenha tomado conhecimento. Sendo
g. Trafico para fins de exploração sexual: assim, a utilização das informações fornecidas por esta
Movimento clandestino de pessoas (no caso instituição teve muita importância no mapeamento dos
presente, crianças e adolescentes) através de casos registados no país.
fronteiras nacionais e/ou internacionais, com b) Outra estratégia utilizada foi a realização de
o objetivo de as utilizar em situações sexual uma investigação de cunho socio-antropológi-
e economicamente opressoras e exploradores co. Trata-se de algo inovador na construção
para lucro dos aliciadores. deste Plano, uma vez que as edições anterio-
1.2. Nota Metodológica res priorizaram levantamentos quantitativos
e amostrais com base na demanda dos servi-
Para a consecução dos objetivos propostos, foram prio- ços de atendimento. A nova estratégia partiu
rizadas três estratégias metodológicas, com a utilização do reconhecimento da existência de contextos
de distintos procedimentos metodológicos:
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e de peculiaridades culturais que precisariam


a) Em primeiro lugar, destaca-se a valorização das de ser melhor identificados.
fontes de informação existentes, através da Esse estudo foi realizado por um consultor nacional
realização de entrevistas com gestores nacio- familiarizado com o espaço a ser observado. Os recursos
nais e líderes, bem como a identificação de metodológicos abrangeram entrevistas semiestruturadas
fontes nacionais de dados, com recolha e siste- com informantes-chave, grupos focais com líderes comu-
matização de dados, focalizando, sempre que nitários e familiares das vítimas e também a observação
possível, a comparabilidade numa série histó-
direta em espaços conotados com exploração sexual de
rica, a fim de identificar possíveis tendências.
crianças e adolescentes. De forma complementar, foi
As entrevistas foram conduzidas pela consultoria, com realizado um levantamento de notícias referentes à
apoio logístico do ICCA e UNICEF para o agendamento, problemática estudada na imprensa escrita, no período
e foram devidamente registadas em áudio e transcritas entre 2010 a 20136.
para posterior análise de conteúdo. Foram realizadas De acordo com os critérios de relevância turística,
treze entrevistas com informantes-chave de âmbito perceção pública sobre a problemática e a invisibilidade
nacional, representantes dos principais órgãos do poder
do fenómeno, esse diagnóstico focalizou-se em seis ilhas
Executivo e Judiciário e líderes relacionados com o tema:
(que correspondem a 74% da população total de Cabo
1. Ministério da Justiça Verde) e oito municípios:
2. Ministério da Educação 1. Fogo (São Filipe e Mosteiros)7
3. Procuradoria-Geral da República 2. Maio (Maio)

4. ICCA – Instituto Cabo-verdiano da Criança e do 3. Sal (Sal)


Adolescente 4. Santiago (Praia e diversos concelhos da região
5. ICIEG – Instituto Cabo-verdiano para Igualdade de Santiago)
e Equidade de Género 5
Não foi possível ter acesso à base de dados da Polícia Judiciária, o
6. Supremo Tribunal de Justiça que traria informações mais objetivas sobre o perfil dos agressores,
bem como dos fluxos dos processos judiciais julgados e/ou transitados.
6
7. Conselho da Magistratura Judicial Levantamento realizado nos semanários A Semana, Expresso das
Ilhas e A Nação. Esse processo encontra-se detalhado no "Estudo
8. Polícia Judiciária sobre o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em
Cabo Verde", 2015.
9. CNDHC - Comissão Nacional dos Direitos 7
Ressalve-se que, no caso da Ilha de Fogo, o diagnóstico participativo
Humanos e Cidadania e as entrevistas aos líderes institucionais e municipais nessa ilha
foram coordenados pelo ICCA e UNICEF.

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5. Santo Antão (Paúl) membros do Comité Pro Criança e Adolescente. No en-


6. São Vicente (São Vicente) contro foram apresentados os resultados preliminares do
Estudo (através da partilha de informações resultantes
No total, foram efetuadas vinte e cinco entrevistas, dois da investigação antropológica, da sistematização dos
grupos focais, além de conversas informais e observação dados situacionais e dos levantamentos sobre políticas
de circuitos turísticos e noturnos. As entrevistas foram públicas, rede de atendimento e marco legal) e foram
feitas com pessoas vinculadas a instituições nas áreas discutidos delineamentos gerais para o Plano Nacional
sociais, judiciais, policiais, educação e saúde, assim como (diretrizes, eixos e linhas de ação).
representantes de ONG nacionais e jornalistas. Os dois
grupos focais foram realizados no bairro de Tira Chapéu O último ateliê, realizado em março de 2015, contou
na Praia (ilha de Santiago) e na zona de Pontinha de com representantes de instituições públicas, de âmbito
Janela no Paúl (ilha de Santo Antão), abrangendo mora- nacional e municipal, bem como de ONG`s. Nos dois dias
dores, líderes comunitários, professores, familiares das do encontro, as atividades em grupos e em plenária regu-
vítimas e dos agressores. E a observação de circuitos foi laram a discussão e validação dos relatórios executivos
efetivada no Sal, Mindelo, Praia e Assomada. das consultorias e da Matriz Operacional do Plano, cujas
recomendações e propostas resultantes foram incorpora-
c) Uma terceira estratégia foi a realização de en-
das no documento final.
contros públicos e participativos de planea-
mento para socialização, análise e validação A metodologia para a elaboração do Plano levou em
dos produtos da consultoria, bem como para a conta uma nova configuração para a sua formulação,
construção do referencial estratégico e opera- tendo sido denominado de “acordos institucionais” entre
cional para o novo Plano de Ação. as diversas entidades nacionais com intervenção direta
no setor da infância, bem como na operacionalização do
Foram realizados quatro diagnósticos locais (em
Plano, no horizonte de 2017-2019.
Assomada, São Filipe, Paúl e Maio), tendo como partici-
pantes os gestores e líderes comunitários da parte norte O objetivo principal foi o de ter um engajamento total
da ilha de Santiago e das ilhas do Fogo, Santo Antão e e o compromisso selado para a concretização de ativida-
Maio. Foi adaptada a metodologia de Diagnóstico Local des sob a responsabilidade de alguns setores específicos,
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Participativo, focalizando a mobilização dos Comités como o da Saúde, Justiça, Educação, Direitos Humanos,
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Igualdade de Género, entre outros.
através da realização de ateliês, com dois focos principais: Foi possível, no âmbito destes acordos institucionais,
o dimensionamento do problema, incluindo o levanta- encontros/reuniões presididos e coordenados pelo ICCA,
mento dos fatores locais associados à violência sexual na com as seguintes Entidades Públicas: Ministério da
infância e adolescência e, ainda, o conhecimento do nível Justiça, Supremo Tribunal de Justiça, Procuradoria-
de organização e distribuição geográfica dos serviços da Geral da República, Conselho Superior da Magistratura
rede de proteção, órgãos públicos que atuam na área, Judicial, Policia Judiciária, Polícia Nacional, Instituto
sociedade civil e iniciativa privada. Emprego e Formação Profissional, Comissão Nacional dos
Foram realizados, ainda, três ateliês nacionais. O Direitos Humanos e Cidadania, Instituto Cabo-verdiano
primeiro, em outubro de 2014, que teve como objetivo, para a Igualdade e Equidade de Género, Direção Nacional
a mobilização e para o qual foram convidados represen- da Saúde, Direção Nacional da Educação e Ministério
tantes dos principais órgãos públicos relacionados com da Cultura.
o tema (tais como saúde, educação, assistência social, 1.3. Dados sobre a infância e adolescência em Cabo
segurança, direitos humanos etc.), representantes do Verde
sistema de justiça, sociedade civil (organizações sociais,
universidades, grupos juvenis etc.), setor empresarial Os dados demográficos e socioeconómicos existentes de-
e agências das Nações Unidas. Na ocasião foi feita a monstram a vulnerabilidade das crianças e adolescentes
apresentação dos objetivos e da metodologia do estudo. em Cabo Verde, pela sua elevada proporção na população
Além disso, os participantes avaliaram o grau de imple- geral (34%) e, principalmente, pelo facto de que 42% dos
mentação do Plano vigente na área, a partir da análise pobres do país têm menos de 15 anos, exigindo maiores in-
dos seus trinta e dois (32) objetivos, relativos aos eixos vestimentos públicos devido à sua condição de pessoas em
de prevenção, proteção, reabilitação/inserção. Para tal, desenvolvimento. Como 1/3 das crianças e adolescentes
foi utilizado um formulário para pontuação individual cabo-verdianos vivem em agregados pobres e a maioria
de cada um dos objetivos, seguindo-se uma discussão em em famílias monoparentais chefiadas por mulheres, pode-
pequenos grupos, e posteriormente, em plenária. -se falar num contexto familiar de elevada precariedade,
uma vez que o subemprego e a economia informal afetam
O segundo ateliê nacional, realizado em dezembro de mais o segmento feminino. Outro conjunto de fatores de
2014, teve a participação de mais de quarenta repre- vulnerabilidade está associado ao acesso à educação for-
sentantes de instituições públicas e ONG`s. Além dos mal, destacando-se as disparidades no acesso, o abandono
participantes do primeiro ateliê, foram convidados os e a reprovação por parte das crianças que se encontram

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2256 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

fora da escola no ensino básico e a menor permanência 1. 4.3 Cenários e autores da exploração sexual de
escolar das meninas. crianças e adolescentes
1.4. Mapeamentos sobre o abuso e a exploração sexual A contextualização da exploração sexual de crianças
de crianças e adolescentes e adolescentes em Cabo Verde aponta como principais
fatores associados: i) as demandas para a subsistência
1.4.1 Dados estatísticos sobre o abuso e a exploração
familiar, ii) o apelo excessivo ao consumo, as pressões de
sexual de crianças e adolescentes
reconhecimento social e iii) erotismo precoce favorecido
Os dados estatísticos sobre a violência sexual de pelo fenómeno das “catorzinhas”.
crianças e adolescentes em Cabo Verde apontam para
A negligência familiar, a banalização social dos cri-
um elevado crescimento na procura dos serviços de
mes sexuais e a impunidade dos agressores sexuais
atendimento de abuso sexual, durante a última década.
concorrem para o seu difícil combate. Identifica-se uma
O Programa Emergência Infantil do ICCA praticamente
diversidade de possíveis agressores no território, em
quadriplicou devido ao número de denúncias, no período
função das denúncias que foram feitas, com diferentes
de 2005-2009 para 2010-2014 e verificou-se, também, um
tipos de relações com as vítimas: familiares e vizinhos,
aumento através do Programa Disque Denúncia e da
religiosos, motoristas, professores, policiais, autoridades
Delegacia de Saúde de Praia. Observa-se uma média de
locais, proprietários de terras agrícolas, frequentadores
1 atendimento por semana, na última década, chegando
de casas noturnas, trabalhadores estrangeiros, turistas,
no último triénio a 3,5. Em termos de vulnerabilidade, são
entre outros. É de salientar que o estudo não conseguiu
mais vulneráveis as meninas (95% dos casos atendidos
confirmar em campo os rumores de redes transnacionais,
nas delegações do ICCA), os menores de 12 anos (53%) e
utilizando crianças e adolescentes dos dois sexos, assim
as vítimas procedentes das seis ilhas selecionadas (94%
como crianças e adolescentes envolvidos no turismo se-
dos casos), com destaque para Santiago, verificando-se
xual, embora haja fortes indícios a esse respeito.
uma tendência para aumentar nas ilhas do Fogo, Sal, São
Vicente e Santo Antão. A iniciação sexual precoce e sem 1.5. Análise do Marco Legal e Institucional
uso de preservativos em 44% dos casos são agravantes
1.5.1. Quadro Jurídico-legal
nesse contexto (IDSRII, 2005). Destaca-se, ainda, a mo-
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rosidade e a baixa resolutividade do sistema de justiça As necessidades de aperfeiçoamento do quadro jurídico-


no julgamento dos casos de crimes sexuais. -legal podem ser categorizadas em dois tipos de questões:
implementação das leis com maior eficiência na adminis-
Tais indicadores apontam que, no contexto cabo-ver-
tração da justiça e ajustes na legislação. Tais medidas não
diano, o abuso sexual sinaliza uma desestruturação do
são consideradas excludentes, mas são, necessariamente,
poder simbólico dos adultos, uma vez que viola os referen-
complementares.
ciais culturais da família e da comunidade como espaços
protetores do desenvolvimento integral e saudável das a) É preciso efetividade do sistema de justiça na
novas gerações. Por outro lado, os dados demonstram implementação das leis, ou seja, “o que mais
que o abuso sexual é um fenómeno transversal a todas falta é colocar na prática o que já está na lei”.
as faixas etárias e estratos sociais. Há evidências de que muitos processos, embora rela-
1.4.2. Cenários e autores do abuso sexual contra crian- cionados com crianças e adolescentes, não têm a celeri-
ças e adolescentes dade necessária, apesar da sua previsão na tramitação
processual, conforme determina o ECA (artigo 11.º).
A contextualização sobre o abuso sexual em Cabo Verde
Pelos prejuízos na vida das vítimas e suas famílias, es-
evidencia lacunas na proteção comunitária pela invisibi-
pecialmente no caso do abuso e da exploração sexual, é
lidade do tema, por uma certa cumplicidade, bem como
pertinente um estudo específico para análise dos fluxos
falhas na implementação de políticas públicas, principal-
e tempos usados nos procedimentos judiciais, visando o
mente no que se refere à responsabilização dos agressores
seu aperfeiçoamento.8
e acompanhamento das vítimas e suas famílias.
Também se deve enfrentar o nó crítico na recolha e
De um modo geral, os agressores do abuso sexual de
preservação de provas, a fim de proteger as crianças e
crianças e adolescentes cabo-verdianos são transversais
adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual e res-
aos estratos sociais, procedência geográfica, faixas etárias
ponsabilizar os seus agressores. No caso da exploração
e níveis de escolaridade. Há evidências de que a cultura
sexual que geralmente é praticada em horário noturno,
da masculinidade patriarcal e escravocrata favoreça a des-
as limitações do mandado de busca até às 18 horas difi-
valorização do feminino e o poder dos adultos, associados
cultam a investigação. A falta de equipamentos de qua-
a alguns fatores de vulnerabilidade, tais como a crise do
lidade, como máquinas fotográficas, também restringe
masculino num contexto de desigualdades sociais, o uso
o trabalho policial.
abusivo de álcool e a promiscuidade habitacional. Também
concorrem para a continuidade dessa violação e para a
8
Não foi possível fazer essa análise dos fluxos de procedimentos
impunidade dos agressores sexuais, as falhas estruturais
judiciais, por não se ter tido acesso aos dados do sistema judicial
e operacionais nos sistemas de segurança e de justiça. e da PJ.

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Os cenários de vulnerabilidade à exploração sexual de crianças na espera do atendimento judicial. Além


também não têm sido alvo da fiscalização, como no caso das críticas à localização da sala no âmbito da Polícia
dos estabelecimentos comerciais de diversão ou pontos Judiciária, existe um vazio legal quanto à utilização dos
turísticos, muito embora isso esteja assegurado na depoimentos gravados na sala de audição da polícia judi-
legislação. A Policia Nacional, por outro lado, afirma ciária. Para vários dirigentes, a sala de audição é especial,
não fazer nenhuma intervenção quando as crianças se tendo em conta que a vítima deveria ter a possibilidade
encontram na rua pedindo esmolas e que apenas reagem de relatar os factos apenas uma vez, evitando mais da-
se ela comete alguma infração. Tais atitudes são reativas nos psicológicos para a criança ou adolescente. Daí que
e punitivas, em vez de serem preventivas. Ao mesmo existe a necessidade de uma revisão da lei, quanto ao
tempo, não existe uma lista de crianças e adolescentes reconhecimento e uso do depoimento gravado da vítima
desaparecidos e o seguimento policial no desfecho do como “dado sólido”.
caso, o que constitui um flanco para o tráfico humano
Existem experiências, em outros países, de implemen-
para fins sexuais.9
tação de centros unificados de serviços para vítimas da
A cobertura do sistema de justiça ainda é desigual. violência sexual (integrando exame médico, recolha de
O país tem 16 comarcas para 22 municípios e a Polícia provas, depoimento e apoio psicossocial)10. A avaliação da
Judiciária só tem representação em 3 ilhas. De um modo sua viabilidade para o contexto de Cabo Verde poderia
geral, constata-se a baixa taxa de resolução dos casos apontar, em última análise, algumas recomendações
pelos sistemas de segurança e justiça, tanto pela insufi- para maior integração da rede de atendimento e respon-
ciência de cobertura, quanto pelo uso ainda incipiente de sabilização, uma vez que a sua desarticulação tem sido
métodos inteligentes de investigação, produção de prova apontada como um dos principais entraves para melhor
pericial deficiente e instrução mal feita, dificultando, proteção das vítimas.
desta forma, o trabalho dos juízes e concorrendo para a
Os levantamentos realizados em campo sinalizam
pouca agilidade na instrução dos processos com vista à
outras lacunas, tais como a necessidade de uma maior
produção de provas.
articulação entre as polícias (Nacional e Judiciária), o
A inexistência de órgãos especializados nos serviços Ministério Público e a Magistratura Judicial, com flu-
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judiciários em infância e adolescência também constitui xos mais claros e unificados, e o estabelecimento de um
uma dificuldade. Os processos de crimes de violência sistema integrado de informação para se ter acesso, em
sexual contra a criança e o adolescente, por exemplo, tempo real, aos autos, provas e notificações de casos, fa-
exigem tratamento por equipas especializadas porque, cilitando a comunicação interinstitucional e promovendo
ao contrário de outro tipo de crime, a vítima de violência a agilização nos processos. A inexistência de bases de
sexual receia muito mais em assumir a violência sofri- dados unificadas entre os sistemas de justiça, segurança
da. Pode ocorrer, muitas vezes, a vítima coabitar com e saúde também dificulta a produção de estatísticas re-
o seu agressor que pode adotar uma conduta violenta gulares, confiáveis, atempadas e acessíveis sobre os casos
e ameaçadora, aumentando a vulnerabilidade da víti- atendidos, limitando o melhor conhecimento da realidade
ma e enfraquecendo a rede de proteção familiar. Além sobre a violência sexual na infância e adolescência, e
disso, nos casos de exploração sexual, a vítima não se também a sua investigação e abordagem. Tal limitação
reconhece como tal e chega a hostilizar o procedimento vem sendo apontada, desde o primeiro Plano de Ação,
investigativo. em 2005. Ressalta-se a falta de envio dos casos para o
ICCA e de respostas aos casos que o mesmo encaminha
No contexto de uma suspeita de abuso sexual, o de-
às instituições acima citadas.
poimento da criança ou do adolescente é muitas vezes
a única fonte de informação que pode ou não confirmar Ainda, há necessidade de maiores investimentos na
a ocorrência do crime. Contudo, a ambiência e os proce- especialização profissional, destacando-se a capacitação
dimentos para a recolha de depoimentos em audiências de uma equipa médica, na perspetiva de formalizar um
são ainda predominantemente constrangedores. Assim gabinete de Medicina Legal, em parceria com o Ministério
sendo, é estratégico criar as condições para a utiliza- da Justiça e o Ministério da Saúde. Tal iniciativa poderia
ção das gravações das declarações das crianças numa reduzir as incongruências entre o exame físico da víti-
sala especial de atendimento, através de ambientes e ma realizado nas delegacias de saúde ou hospital e os
procedimentos amigáveis para recolha do depoimento. procedimentos utilizados pelo médico. E, ainda, poderia
Salienta-se, contudo, que a montagem de uma sala de in- solucionar a falta de celeridade do processo judicial nos
quirição especial, apoiada pela UNICEF e prevista como casos de gravidez, pelos obstáculos na realização do exa-
projeto-piloto, encontra-se atualmente em desuso, ou me de ADN, feito em Portugal, e mediante um tempo de
melhor dizendo, acabou destinada como sala de recreação espera muito longo para o seu resultado.

9
Constantemente surgem pedidos de ajuda nas televisões e rádios sobre
10
crianças e adolescentes desaparecidos, embora muitos desses casos O ICCA, com o apoio do UNICEF, realizou uma visita de estudo
estejam relacionados com fugas provisórias de crianças e adolescentes no Ceará Fortaleza e Sobral, em estruturas semelhantes, com a
das suas casas, ou então com o facto do suposto desaparecido estar participação de representantes da PJ, Ministério Público, Tribunal,
em casa de amigos ou familiares. Saúde, Turismo e Polícia Nacional.

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Um último conjunto de nós críticos diz respeito à ad- concorre para a existência de problemas de interpretação
ministração da justiça, tais como a inexistência de uma jurídica onde, por vezes, crimes de natureza sexual são
equipa multiprofissional junto ao tribunal de justiça, tipificados como atentado ao pudor ou delitos menos
o que desfavorece uma melhor elucidação dos casos graves, com uma moldura penal menos punitiva, muito
pela inexistência de parecer social ou insuficiência de embora a Constituição cabo-verdiana defina o abuso
informações ou, por vezes, sobrecarregando o ICCA na e a exploração sexual de crianças e adolescentes como
produção de laudos. Uma outra necessidade é a criação crimes graves.
de Tribunais Especializados, muito embora a sua efeti-
vação seja vista com restrições por alguns elementos do Há casos em que o problema da norma não se encontra
sistema judiciário. E, finalmente, a necessidade de um somente na tipificação, mas, de forma associada, inclui a
programa de formação continua´ para as equipas dos definição da faixa etária. Uma vez que o ECA passou a
sistemas de justiça com foco nos procedimentos judiciais, assegurar direitos extensivos aos menores de 18 anos, é
mas também visando a problematização de uma conce- questionável a necessidade de haver uma diferenciação
ção criminalizadora da magistratura acerca da menina etária no Código Penal e até mesmo nas propostas atuais
vítima da violência sexual. de Reforma desse Código, segundo as Notas Justificativas
formuladas pelo Ministério da Justiça:
Com o objetivo de superação da burocratização, moro-
sidade e impunidade, recorrentemente apontadas como i. No entendimento do legislador, já a partir dos 16
entraves para a proteção das vítimas, foram empreendi- anos o adolescente teria autonomia suficiente
das algumas iniciativas nos últimos anos pelo sistema para poder consentir uma atividade sexual. O
de justiça em Cabo Verde: a digitalização dos processos artigo 40º sobre consentimento, prevê numa
judiciais, que assegurou uma maior confidencialidade; das definições que “o consentimento só é efi-
a determinação da Procuradoria-Geral da República caz por quem tiver mais de 16 anos e possuir o
(PGR) para que a tramitação dos processos de crimes discernimento necessário para avaliar o sen-
sexuais seja tratada como urgente e prioritária; o reco- tido e o alcance no momento em que o presta”.
nhecimento da PGR de que a legislação atual permite
que se possa recolher o depoimento a ser utilizado, ii. No artigo 145º é definida a pena de prisão de 2
posteriormente, para que no julgamento se possa evitar a 8 anos para casos em que o maior de idade
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a presença da vítima. pratique um ato sexual com vítima menor de


14 anos, «confiada para educação ou assistên-
b) Um segundo eixo para as mudanças diz respeito cia”. Contudo, os artigos 145º e 147º estabe-
ao aperfeiçoamento do marco legal que per- lecem penas menos agravadas quando o ato
mite suprir as lacunas e atualizar as norma- sexual se dá “mediante pagamento ou outra
tivas segundo os novos cenários.
contrapartida” e a vítima tiver entre 14 e 18
Cabe reconhecer que o Código Penal é omisso sobre a anos (até 3 anos de prisão) e se for menor de
exploração sexual em caso de prática sexual consumada 14 anos (1 a 4 anos de prisão). Ou seja, há
(e não apenas para “fins pornográficos”), para a qual não penas diferenciadas para abuso e para explo-
foi previsto enquadramento legal. É de notar que nos ração sexual.
comentários feitos pelo Comité de Especialistas sobre o
iii. No caso do aliciamento ou favorecimento da ex-
Relatório de Cabo Verde referente à implementação da
ploração sexual no território nacional (artigo
Convenção sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, o
Governo foi instado a tomar as medidas necessárias para 148) ou em país estrangeiro (artigo 149º) so-
conformar a legislação nacional com o disposto no artigo mente seriam puníveis os casos em que a víti-
3 da Convenção sobre a venda e tráfico de jovens menores ma é menor de 16 anos de idade; e quem utili-
de 18 anos de idade, para exploração sexual, adotando zar uma menor de 14 anos ou pessoa incapaz
normas para o estabelecimento de penas apropriadas com fins ou em espetáculos seria punido com
para essas piores formas de trabalho infantil. pena de prisão de 1 a 4 anos (artigo 150º).

O Código também não configura os chamados cibercri- iv. No artigo 422º, um dos casos em que se determina
mes, onde as tecnologias de informação e comunicação são não haver “transação em processo penal”, ou
usadas como forma de aliciamento para a exploração sexual seja, em que se faculta ao Ministério Público a
ou para produção, circulação, comercialização e até mesmo transação para aplicação de pena consensual,
armazenamento de pornografia infantojuvenil. Da mesma é o de “crimes sexuais que tenham como ofen-
forma, há necessidade de a legislação pautar as peculia- didos menores de 14 anos de idade”.
ridades da exploração sexual, num contexto de turismo
Existem, portanto, diferentes definições de faixas
globalizado, onde redes transnacionais de crime organizado
etárias. Mas do ponto de vista da Convenção ou do
operam, inclusive com o tráfico humano para fins sexuais.
ECA, seria possível discriminar idades para a violência
O aprimoramento da tipificação dos crimes sexuais já sexual? Haveria diferenças etárias para se considerarem
tinha sido apontado como linha de ação nos Planos an- admissíveis nos casos de abuso e a exploração sexual na
teriores. A sombra ainda existente sobre os tipos penais, infância e adolescência?

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Mesmo para os casos já tipificados, como por exemplo de um sistema de proteção para a infância e adolescên-
a do abuso sexual e da pornografia infantojuvenil, há cia; iii) os investimentos governamentais para a criação
interpretações muito variáveis de juiz para juiz, tanto de delegações do ICCA, centros de emergência infantil,
em termos do tratamento dado, como para as penas apli- instalação de um Disque Denúncia; iv) a constituição
cadas. Tais vácuos nas normativas induzem a erros ou de uma retaguarda de atendimento na rede de saúde e
omissões no desfecho processual, pese embora o esforço de uma rede de acolhimento institucional e familiar e,
de mobilização da sociedade civil organizada para a res- ainda, v) os investimentos públicos e privados em ações
ponsabilização dos agressores e para que toda a forma de mobilização social, como no caso da associação de
de violência seja considerada uma grave violação aos jornalistas e do setor do turismo.
direitos fundamentais da pessoa, merecendo, portanto, A rede do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança
o devido tratamento pela sociedade e Estado, no sentido e do Adolescente ainda não está formada, apesar de já
da restituição da dignidade ofendida. formalizada pelo ECA, necessitando de impulsos para
Como a proteção dos direitos de crianças e adolescentes a sua consolidação, principalmente quanto à sua inte-
não pode depender de uma maior ou menor sensibilidade gração, evitando o funcionamento isolado, sobreposto e
de cada juiz ou do seu grau de atualização jurídica, há até concorrente com as instituições, de modo a garantir
necessidade de uma revisão legal específica, à semelhan- maior otimização de recursos, agilidade e transparência.
ça da Lei VBG, por exemplo, no sentido de: i) dirimir as As principais disfuncionalidades referem-se à: i)
possibilidades de ambiguidade, definindo de forma ob- centralidade do ICCA na execução dos serviços, em
jetiva os procedimentos e a moldura penal punitiva em detrimento da intersectorialidade e da constituição de
cada caso; ii) introduzir a definição do regime de urgência parcerias interinstitucionais; ii) concentração dos servi-
(24 a 48 horas) no julgamento dos processos envolvendo ços em algumas regiões, dificultando um maior acesso e
crianças e adolescentes; iii) prever a separação imedia- a corresponsabilidade local; iii) baixa priorização dada à
ta da vítima em relação ao agressor; prever medidas infância e adolescência nos programas de saúde sexual e
de atendimento aos agressores sexuais; iv) alargar as reprodutiva; iv) incipiente especialização das instituições
competências do Tribunal de Família e Menores, para e das suas equipas; e v) ausência de um sistema unificado
que se possa ocupar dos processos, dispondo de pessoal de notificação, estatísticas e indicadores.
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especializado em matéria de abuso e exploração sexual 2. MATRIZ DO PLANO DE AÇÃO PARA O COMBATE
de crianças e adolescentes (UNICEF, 2013). DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
1.5.2. Quadro Político-Institucional ADOLESCENTES

O quadro jurídico-legal em Cabo Verde para a proteção 2.1. Diretrizes Gerais


da infância e adolescência aponta para vários avanços e O Plano de Ação é entendido como:
algumas lacunas, especialmente para o combate à vio-
a) Expressão do comprometimento político do po-
lência sexual de crianças e adolescentes. Por um lado, o
der público e da sociedade cabo-verdiana na
Estado reconhece as principais normativas internacio-
afirmação dos princípios constitucionais e le-
nais na área, em que os seus principais instrumentos
gais de garantia dos direitos da criança e dos
jurídicos tais como o Código Penal, Código de Processo
adolescentes e da sua responsabilidade na
Penal, Código da Família e Estatuto da Criança e do
proteção integral das novas gerações;
Adolescentes estão globalmente harmonizados com as
referências internacionais para a proteção dos direitos b) Integrante das políticas de direitos humanos da
de crianças e adolescentes que se adequam à realidade infância e adolescência11 e não apenas como
atual de Cabo Verde (UNICEF, 2013). No entanto, há um conjunto de medidas direcionadas para o
lacunas no marco legal, especialmente quanto à tipifica- atendimento de crianças e adolescentes víti-
ção e definição de faixas etárias compatíveis com o ECA. mas de abuso e exploração sexual;
Também, há falhas operacionais nos sistemas de segu- c) Ponto de convergência entre as políticas afirma-
rança e justiça, incidindo na morosidade, burocratização tivas e os movimentos emancipatórios;
e impunidade. Como principais disfunções associadas,
d) Operação em rede, articulando setores estraté-
destacam-se a falta de policiamento proactivo, falhas na
gicos do poder público, organizações sociais e
recolha e na preservação de provas, procedimentos ina-
empresas para o seu comprometimento com a
dequados para depoimentos de crianças e adolescentes,
proteção da infância e adolescência;
desarticulação entre Polícias e Ministério Público, falta
de bases de dados unificadas e a inexistência de uma equi- e) Construção no território, valorizando o âmbito
pa multiprofissional no âmbito do Tribunal de Justiça. local, pois é ali que as demandas se manifes-
tam e podem ser transformadas, com mais fa-
Quanto ao marco institucional, destacam-se: i) os
cilidade, em programas e serviços.
progressos na formulação de novos planos nacionais
(trabalho infantil, juventude e género, por exemplo); ii) o
11
alargamento das funções do ICCA pelo ECA e a previsão BRASIL, (2015) Plano Nacional de Combate da Violência Sexual
contra Crianças e Adolescentes. Rio de Janeiro.

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2.2. Eixos do Plano c) Resultados qualitativos esperados: crianças e


adolescentes com maior informação sobre a
Tendo em conta as finalidades enunciadas, os eixos
violência sexual e formas de autoproteção;
de intervenção do novo Plano foram reconfigurados em
produção de materiais informativos e forma-
relação às edições anteriores e organizados em 5 eixos:
tivos sobre direitos humanos na infância e
1. Participação de crianças e adolescentes: enfati- adolescência, elaborados por crianças e ado-
za o papel ativo das crianças e adolescentes lescentes em linguagem amigável; aumento
pela defesa dos seus direitos, na promoção de da participação de crianças e adolescentes
autocuidados e no processo de avaliação das em espaços de discussão/deliberação sobre os
políticas protetoras a eles direcionadas. seus direitos; melhoria dos materiais de co-
municação e educação das crianças e adoles-
2. Prevenção: abrange as ações educativas, forma-
centes em a saúde sexual e reprodutiva
tivas e de sensibilização, com vista a difun-
dir informações e promover a construção de Eixo 2 – Prevenção. Problema central: apesar da sua
valores e de responsabilidades em torno dos prevalência em todos os estratos sociais, a violência
direitos de crianças e adolescentes. sexual contra crianças e adolescentes em Cabo Verde
caracteriza-se pela invisibilidade e possivelmente cul-
3. Atendimento: envolve o atendimento especiali-
turalizada, dificultando o seu reconhecimento como
zado e o cuidado em rede às crianças e ado-
uma das mais graves violações dos direitos na infância
lescentes em situação de violência sexual e às
e adolescência.
suas famílias, com celeridade e qualidade.
a) Estratégias: fortalecer os espaços de proteção
4. Responsabilização: compreende a atualização do
para a infância e adolescência nas famílias
marco legal, o aperfeiçoamento da vigilância,
e nas comunidades; desenvolver ações de
a qualificação dos sistemas de notificação e
cunho educativo envolvendo redes comuni-
dos fluxos de responsabilização, com vista à
tárias e Média, para maior disseminação de
máxima redução da impunidade.
informações.
5. Mobilização: enfatiza a constituição de alianças
b) Linhas de ação: consolidação de programas de
locais e multilaterais para uma implementa-
educação familiar sobre a proteção de crian-
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ção do Plano de forma integrada, abrangente


ças e adolescentes; fomento de projetos de
e sustentável.
atendimento de crianças e adolescentes fora
Cada eixo foi estruturado a partir da configuração do do horário escolar, em áreas de vulnerabilida-
problema central, das estratégias e linhas de acão para de; criação de um programa de formação para
o seu combate, incluindo os resultados qualitativos e promotoras populares, em apoio ao combate
operacionais esperados. da violência contra crianças e adolescentes;
Eixo 1 – Participação de crianças e adolescentes. capacitação de dirigentes religiosos focali-
Problema central: a violência sexual na infância e ado- zando em temas relacionados com o Plano
lescência é favorecida pela desinformação de crianças e de Acão; realização de uma campanha insti-
adolescentes, devido à desestruturação do poder simbó- tucional sobre prevenção da violência sexual
lico do adulto, tabus ainda fortemente arraigados sobre de crianças e adolescentes e divulgação do
a sexualidade e questões de género, bem como escassas Disque Denúncia.
oportunidades de diálogo intergeracional. c) Resultados qualitativos esperados: maior nível
a) Estratégias: fortalecer espaços organizados de de informação das famílias e comunidades
participação proactiva de crianças e adoles- sobre a violência sexual na infância e ado-
centes e a sua atuação como agentes multipli- lescência; aumento do número de famílias e
cadores; difundir informações junto de crian- líderes comunitários participantes nos espa-
ças e adolescentes sobre educação sexual, di- ços de discussão/deliberação dos direitos de
reitos sexuais e questões de género, com vista crianças e adolescentes; melhoria da qualida-
à sua autoproteção. de e quantidade de matérias veiculadas nos
Média para divulgação de ações positivas no
b) Linhas de ação: desenvolvimento de projetos enfrentamento do abuso e da exploração se-
de empoderamento das meninas; desenvol- xual de crianças e adolescentes.
vimento de projetos de fomento de novas
masculinidades e exercício da paternidade; Eixo 3 – Atendimento. Problema central: há um au-
inclusão da educação sexual no currículo do mento na procura de atendimento para os casos de abuso
ensino pré-escolar e implementados na rede sexual durante a última década, com baixa cobertura
de Jardim Infantil, a partir dos 4 anos de ida- no território nacional e sobreposição de acções no aten-
de; desenvolvimento de projetos de educação dimento das vítimas e suas famílias, com insuficiente
entre pares adolescentes e jovens, com foco integração e especialização dos serviços.
na saúde sexual e reprodutiva (SSR) e seus a) Estratégias: reforçar as capacidades institucio-
direitos; fomento à participação de grupos ju- nais a fim de assegurar os meios necessários
venis organizados no seguimento e avaliação para a efetividade e qualidade da rede de
do Plano de Acão. atendimento de crianças e adolescentes; ca-

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pacitar agentes públicos para o atendimento a) Estratégias: promover medidas legislativas para
de crianças, adolescentes e famílias em situa- aperfeiçoamento do marco legal sobre abuso
ção de violência sexual; promover a inclusão e exploração sexual de crianças e adolescen-
social de crianças, adolescentes e famílias em tes; reforçar as capacidades institucionais
contexto de violência sexual. dos sistemas de segurança e justiça a fim de
assegurar os meios necessários para a efeti-
b) Linhas de ação: reconfiguração da rede de aten- vidade no julgamento dos crimes de violência
dimento; implementação de um sistema de sexual contra crianças e adolescentes; capaci-
notificação obrigatória nas redes de saúde e tar agentes públicos para procedimentos pro-
de ensino; organização de uma plataforma de cessuais de crimes sexuais contra crianças e
dados, integrada no Observatório da Criança adolescentes.
e do Adolescente; implementação de Disque b) Linhas de ação: formulação de propostas de al-
Denúncia integrado e Nacional; organização terações ou intervenções legislativas; reconfi-
de um programa de atendimento a agresso- guração da tramitação de processos sobre cri-
res sexuais de crianças e adolescentes; de- mes sexuais contra crianças e adolescentes;
senvolvimento de um programa de formação implementação de Gabinetes de Medicina
continuada para as equipas da rede pública Legal; reconhecimento pelo Ministério
de saúde, com foco no atendimento da vio- Público da competência da Polícia Judiciária
lência sexual; desenvolvimento de um pro- para a recolha de depoimentos gravados e
grama de formação continuada para a rede seu uso como prova; incorporação de psicólo-
de acolhimento familiar e institucional; de- gos e assistentes sociais nas equipas dos tri-
senvolvimento de um programa de formação bunais para o acompanhamento do processo
continuada para professores da rede públi- judicial envolvendo crianças e adolescentes;
ca de ensino para prevenção, identificação desenvolvimento de um programa de forma-
e gestão da violência sexual; inserção, com ção continuada para equipas do Conselho de
prioridade, das famílias com crianças e ado- Magistratura sobre abuso e exploração se-
lescentes em situação de violência sexual em xual e proteção de crianças e adolescentes;
desenvolvimento de um programa de forma-
programas públicos de apoio assistencial;
ção continuada para equipas dos Tribunais
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desenvolvimento de propostas de inclusão


de Justiça, Ministério Público e Polícias sobre
escolar adaptadas para as adolescentes grá-
instrução do processo sobre crimes sexuais
vidas, conforme determina o ECA; inserção, contra crianças e adolescentes.
com prioridade, dos adolescentes em situação
de exploração sexual em projetos de educação c) Resultados qualitativos esperados: aperfeiçoamen-
profissional. to do marco legal na área, respeitadas as con-
venções e tratados internacionais na área, bem
c) Resultados qualitativos esperados: maior co- como os novos cenários; maior celeridade e efe-
nhecimento da situação da violência sexual tividade dos procedimentos judiciais na respon-
contra crianças e adolescentes; cumprimento sabilização dos crimes sexuais contra crianças
das negociações/acordos de fluxos, protocolos e adolescentes; incorporação dos procedimentos
de procedimentos e de compartilhamento de judiciais amigáveis a crianças e adolescentes
bases de dados na rede de proteção; aumen- na tramitação dos processos referentes a crimes
to do número de programas e serviços locais sexuais; maior articulação dos órgãos de inves-
que acompanham e dão apoio a crianças, tigação e responsabilização com os serviços in-
adolescentes e famílias em situação de vio- tersectoriais de atendimento.
lência sexual; aumento do número de escolas Eixo 5 – Mobilização. Problema central: Há um desco-
e unidades de saúde que adotaram a notifi- nhecimento do Plano de Acão em sectores estratégicos
cação obrigatória do abuso e da exploração para o enfrentamento da violência sexual de crianças e
sexual, oferta contínua de programas de for- adolescentes. As responsabilidades tendem a ser centra-
mação para os agentes públicos em temas lizadas em órgãos públicos, com baixo envolvimento das
relacionados com a proteção da infância e comunidades, organizações sociais e sector privado, além
adolescência. de insuficiente mobilização nos concelhos e precário apoio
dos órgãos públicos centrais a projetos locais.
Eixo 4 – Responsabilização. Problema central: existem
a) Estratégias: fomentar o desenvolvimento de
lacunas na legislação, uma vez que o marco legislativo
ações conjuntas visando a cooperação e efe-
apresenta desacordos com o ECA ou não contempla os
tividade no combate da violência sexual de
novos cenários de vulnerabilidade e violação dos direitos
crianças e adolescentes.
sexuais de crianças e adolescentes. Além disso, existem
sobreposições e inoperância nos processos de trabalho dos b) Linhas de ação: seguimento do Plano de Ação de
operadores de segurança e justiça, por morosidade, buro- Combate do Abuso e da Exploração Sexual de
cratização, falta de fiscalização ou falhas na investigação Crianças e Adolescentes em Cabo Verde; apoio
técnico-financeiro aos Comités Municipais
policial e na instrução processual, que incidem para uma
para elaboração de agendas locais na imple-
menor resolução na responsabilização de crimes sexuais
mentação do Plano de Ação; estabelecimento
contra crianças e adolescentes.

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de Protocolos de Compromissos junto a sec- é uma marcação que objetiva a tramitação prio-
tores estratégicos; formação de comunicado- ritária dos processos administrativos associados
res das principais empresas de comunicação às ações do Plano. O selo físico é uma etiqueta
e Média comunitários do país; fortalecimento adesiva numerada, com controlo e distribuição sob
da articulação com a rede ECPAT nacional e a responsabilidade da área governamental a ser
africana. designada, aplicado na capa dos processos, identifi-
cando a condição de prioritário. A versão eletrónica
c) Resultados qualitativos esperados: aumento
do selo permite a marcação no caso de existência
do número de órgãos públicos, organizações
de um sistema de protocolo integrado, no qual são
sociais e privados engajados na implemen-
cadastrados os expedientes administrativos, para
tação do Plano; estabelecimento de meca-
acompanhamento do processo, desde a abertura até
nismos de cooperação internacional e de
ao seu arquivamento.
relações multilaterais no enfrentamento da
violência sexual. A coordenação geral do Plano, a cargo do ICCA,
inclui ainda as atividades de acompanhamento da
3. GESTÃO E SEGUIMENTO DO PLANO
sua implementação. Abrange a necessária retaguarda
O modelo de gestão e monitoramento foi estruturado para que as equipas envolvidas possam alcançar os
segundo uma lógica matricial, contribuindo para o desen- objetivos propostos e desenvolver as ações e atividades
volvimento de uma rede de iniciativas, com fluxos de in- previstas nas datas programadas, com os recursos
formações verticais e transversais entre os responsáveis necessários e com a menor ocorrência possível de
e respetivos setores mobilizados, facilitando o processo obstáculos.
de tomada de decisões.
A coordenação geral contará com coordenadores para
3.1 Gestão do Plano cada eixo do Plano de Ação. Tal estrutura permite espe-
cializar o planeamento e a execução, e também mobili-
A experiência na implementação de Planos Nacionais
zar equipas com tarefas e processos afins, garantindo a
(Planos de Ação Nacionais) tem demonstrado que a ade-
necessária convergência de esforços e recursos em torno
rência política e a priorização de meios e recursos pelos
dos objetivos desse bloco. Na medida em que cada eixo
órgãos executores são tão importantes quanto a consis-
apresenta ações e atividades que implicam fases próprias
tência técnica na execução da ação/atividade. Ressalta-
de implementação, com uma estreita relação temática e
se, portanto, a necessidade de que uma das primeiras
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sequência temporal, sugere-se que esses coordenadores


medidas seja a apresentação e aprovação desse Plano de
sejam escolhidos a partir da sua inserção prévia, nessa
Ação no âmbito do Conselho de Ministros, propiciando o
área de intervenção.
estabelecimento de um conjunto de compromissos para
a sua implementação. O Plano também deverá ser deba- Como o desenvolvimento de cada eixo não ocorre de
tido e adotado pela Comissão Nacional para os Direitos forma isolada, uma vez que os diferentes eixos pressu-
Humanos e a Cidadania e pelo Comité Pro Criança e põem finalidades e estratégicas comuns, propõe-se que
Adolescente. os quatro coordenadores de eixos constituam uma equipa
de coordenação, diretamente vinculada à coordenação
Em segundo lugar, recomenda-se que se defina uma
geral do Plano.
estrutura de coordenação do Plano. O ICCA, como ponto
focal do setor da proteção da Criança e do Adolescente, Dentre as funções do coordenador, destacam-se:
deverá ser o gestor principal, em consonância com o ar-
i. Coordenar o planeamento, a execução e o moni-
tigo 72º do Estatuto da Criança e do Adolescente (“Cabe
toramento das ações/atividades previstas no
ao Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente
Plano para o eixo específico;
(ICCA) a coordenação da política de proteção”). O seu
papel de coordenação geral nesse Plano de Ação com- ii. Identificar as interfaces existentes no Plano com
preende um trabalho de advocacia (advocacy) junto dos esse eixo, mobilizando esforços comuns;
dirigentes governamentais e representantes da sociedade
iii. Assegurar o comprometimento das equipas en-
civil, possibilitando a integração com as áreas-meio e
volvidas na implementação do eixo;
auxiliando na disseminação de uma cultura de gestão
transversal e cooperativa. iv. Apoiar a obtenção dos recursos necessários para
a execução das ações/atividades;
De acordo com esta perspetiva, caberá ao ICCA estabe-
lecer um acordo com os gestores das áreas responsáveis v. Reportar, periodicamente, o andamento das
por ações e atividades, a fim de identificar a equipa que ações/atividades do eixo junto dos demais
será designada para a sua implementação e negociar o coordenadores e da Coordenação Geral do
tempo de alocação desses técnicos. Também deverá es- Plano, incluindo o registo semestral da plani-
tabelecer acordos com fontes de financiamento, para as ficação do acompanhamento e da preparação
iniciativas do Plano, no orçamento anual de cada área de resumos executivos;
executora, o que envolve um plano de desembolso em vi. Estabelecer níveis de qualidade aceitáveis para
função do cronograma. os produtos previstos;
O acompanhamento na alocação de recursos vii. Coordenar o encerramento das ações/atividades
públicos poderá ser facilitado pela criação de um do eixo, incluindo avaliação final de efetivida-
selo físico e eletrónico associado aos expedientes de, desmobilização da (s) equipa (s), arquivo da
administrativos no âmbito governamental. O selo documentação e comunicação dos resultados.

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Em cada eixo, estão previstos responsáveis por ações, vii. Replanear para executar melhor no próximo
que mobilizarão uma equipa de trabalho encarregada da ciclo.
implementação das atividades. Caberá aos responsáveis As reuniões são registadas em ata, sendo anexada a
por cada ação: documentação pertinente. O ciclo encerra-se com o registo
i. Planear a implementação da ação, de forma con- semestral em planos de acompanhamento e preparação
junta, com todos os responsáveis pelas ativi- de relatórios executivos pelos coordenadores, a serem
dades, definindo o processo de trabalho a ser apresentados pelo ICCA em reunião semestral com o
utilizado e os recursos necessários para a sua Comité Pro Criança. A partir do desfecho de cada ciclo,
implementação; inicia-se um novo, com as reuniões por ação/atividade
onde as equipas recebem a reação (feedback) da avaliação
ii. Analisar a possível decomposição dos produtos
e se organizam para a nova etapa.
em componentes menores e mais administrá-
veis; Um sistema de monitoramento informatizado pode
facilitar o registo on-line e produção de informações
iii. Garantir os padrões e prazos para os produtos
sobre o Plano, com agilidade e partilha. Para isso, é
demarcados no Plano;
necessária a construção de uma plataforma tecnológica,
iv. Avaliar, continuamente, a implementação do com um banco ou repositório para abrigar os dados re-
eixo com a equipa envolvida, segundo crité- latados pelos órgãos executores, quanto ao progresso ou
rios de qualidade, tempo e custo; desafios na implementação do Plano. Contudo, mesmo
v. Propor uma reprogramação eventual (de prazo sem a adoção de um sistema informatizado, os produtos
ou de produto) que deve ser previamente co- deverão ficar registados e disponibilizados em meio ele-
municada e acordada com o coordenador te- trónico, bem como nas planificações utilizadas nos ciclos
mático do eixo e Coordenação Geral do Plano. de monitoramento.
Recomenda-se, também, o registo de evidências por
3.2 Seguimento do Plano
meio de imagens, reportagens, vídeos, maquetes, en-
Considerando a complexidade do tema desse Plano de tre outros, anexadas as planificações e relatórios. Tais
Ação, a transversalidade dos seus produtos e a multipli- evidências visam dar uma visão real do andamento dos
cidade dos atores governamentais e não-governamentais projetos e podem ser incluídos em dispositivos de comu-
2 276000 008141

envolvidos, o sistema de monitoramento e avaliação do nicação sobre o Plano, junto das comunidades.
Plano deve responder a, pelo menos, três necessidades
O monitoramento semestral do Plano compara, pe-
principais:
riodicamente, os resultados desenvolvidos com o que
1. Medir o progresso ou as dificuldades na imple- foi previsto. Esta avaliação contínua permite que todos
mentação do Plano e o avanço das medidas tenham uma visão clara da implementação do Plano,
de combate à violência sexual de crianças e apontando as iniciativas que exigem atenção adicional.
adolescentes, em Cabo Verde; No caso de desvios significativos, deverão ser feitos os
2. Adotar métricas comuns, qualitativas, quantita- ajustes necessários, o que muitas vezes implicará revisões
tivas e consensuais para indicar os níveis de na planificação. Ressalte-se que alterações em Planos
progresso do Plano; acontecem por vários motivos e não implicam necessa-
riamente consequências negativas, pois é fundamental
3. Tornar público os avanços ou dificuldades na im- que as mudanças sejam administradas e devidamente
plementação do Plano. acordadas, sob o risco de causarem impactos significati-
O modelo de monitoramento indicado é do tipo des- vos nos prazos, custos ou na qualidade da ação/atividade
centralizado e ascendente, partindo do primeiro nível programada.
de seguimento (avaliação da execução da atividade) até Considerando a importância do monitoramento para
o último (avaliação global do Plano de Ação). A partici- a consecução dos objetivos do Plano e sua implementa-
pação de todas as equipas nesse processo é fundamen- ção, os gestores responsáveis pelo monitoramento serão
tal, para garantir a qualidade de execução do Plano, capacitados sobre a metodologia e o uso de ferramentas
fomentar a apropriação de informações estratégicas e de apoio. Estima-se que um dos desafios será o fomento
aumentar o coeficiente de comunicação entre os técnicos de uma cultura organizacional que priorize o hábito do
e gestores. seguimento como ferramenta de gestão, bem como a
O ciclo de monitoramento implica: valorização da intersectorialidade, pelo entendimento
das relações de interdependência entre os componentes
i. Gerar e/ou recolher dados; internos e externos a cada setor.
ii. Fazer os relatórios de progressos e/ou dificuldades; Por último, recomenda-se que o Comité Pro Criança
iii. Produzir a sistematização, cruzamento e/ou promova a inserção de adolescentes no processo de
complementação de dados; avaliação (conforme sinalizado numa das atividades
iv. Avaliar os mecanismos de governança; previstas no Plano, no eixo Mobilização), bem como o
conhecimento público do Plano de Ação e a transparência
v. Publicitar interna e externamente; do processo da sua implementação, o que permitirá uma
vi. Aprender com as lições expressas no monitora- maior mobilização social e comprometimento com seus
mento; objetivos estratégicos.

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4.OBSERVATÓRIO DA CRIANÇA E DO ADOLES- a) Um sistema integrado de informação, a partir de


CENTE bases de dados unificadas, como dados exis-
tentes nos órgãos públicos de proteção, na
A criação de um Observatório para a recolha e siste-
justiça, segurança e saúde, para acesso, em
matização de dados sobre a violência sexual de crianças
tempo real, facilitando a comunicação inte-
e adolescentes tem sido considerado estratégico, desde o
rinstitucional e promovendo a agilização dos
primeiro Plano de Ação, formulado em 2005.
processos. Tal estrutura matricial facilitaria
De um modo geral, o Observatório pode ser definido a produção de estatísticas regulares, confiá-
como um sistema permanente e atualizado que integra veis e acessíveis sobre os casos atendidos e,
dados parcialmente dispersos, elabora estatísticas globais de forma mais abrangente, favoreceria um
e específicas, formula análises e projeções sobre o pro- melhor conhecimento da realidade sobre a
blema e alimenta de forma sistemática, com informações violência sexual na infância e adolescência e
e relatórios, os organismos nacionais e internacionais. também a sua investigação e abordagem;
No entanto, cabe destacar que no caso das violações b) Um banco de dados ou painel de indicadores,
de direitos na infância e adolescência, é fundamental ir com as informações registadas pelos órgãos
além da vigilância passiva, isto é, do levantamento de executores, quanto ao progresso ou desafios
dados a partir dos casos que chegam às diferentes insti- na implementação do Plano;
tuições. Isto porque, na maioria das vezes, tais ocorrên-
cias correspondem a “pontas do iceberg” e nem sempre c) Um repositório de estudos já publicados ou a
são representativas do que ocorre na comunidade ou serem apoiados para o seu desenvolvimen-
município, devido a limitações para aceder aos serviços. to, com temas relacionados com o Plano. A
análise situacional empreendida na Segunda
Por isso, o Observatório deveria ser tomado como um Parte, por exemplo, permitiu a identificação
sistema de vigilância epidemiológica que corresponde de possíveis focos de investigação:
à recolha sistemática, contínua, oportuna e confiável
de informação relevante e necessária sobre a violência i. Fatores de risco e protetores associados ao
sexual de crianças e adolescentes e seus determinantes, abuso e a exploração sexual de crianças e ado-
bem como a eficácia das medidas de intervenção e a lescentes;
avaliação permanente sobre o acesso aos seus direitos
ii. Formas pouco documentadas de violência
2 276000 008141

fundamentais.
sexual, como o assédio sexual em escolas e co-
Considera-se, ainda, que a análise e a interpretação munidades, a exploração sexual no turismo, o
dos dados produzidos no âmbito do Observatório devem tráfico para exploração sexual, entre outras;
servir de base para a tomada de decisões das autoridades
iii. Respostas dos sistemas de segurança e jus-
responsáveis e dos gestores institucionais e, ao mesmo
tempo, serem utilizadas para a sua ampla difusão na tiça, como no caso da qualidade e eficácia das
sociedade, incluindo o conhecimento pelos seus principais autoridades policiais e judiciárias, para res-
interessados - as crianças, os adolescentes e os seus cuida- ponsabilizar os perpetradores dos crimes se-
dores. Portanto, tal dispositivo pode ser entendido como xuais contra crianças e adolescentes;
um organismo auxiliar para proporcionar uma melhor iv. Análise, adaptação e sistematização das me-
informação à opinião pública e, nesse sentido, reforçar a lhores práticas na área.
democracia e a prática dos direitos humanos.
5. QUADRO OPERACIONAL
Para a consecução de tais objetivos, o Observatório é,
necessariamente, um espaço intersectorial e interdiscipli- As linhas de ação do Plano foram programadas segun-
nar. O desenvolvimento de indicadores, a sensibilização do as atividades necessárias à sua implementação, com
das instituições para o registo rotineiro dos dados, o definição dos responsáveis em cada uma dessas etapas e
fortalecimento dos sistemas de recolha de dados oficiais dos respetivos cronogramas e orçamento para o seu desen-
e a sua sistemática retroalimentação são algumas das volvimento, cuja matriz operacional se encontra em anexo.
recomendações para a sua implementação.
Ao todo, foram previstas 33 ações e 115 atividades:
Muito embora a construção do Observatório tenha sido
recomendada no contexto de formulação das edições ante- Nº de Nº de
Eixos do Plano
riores do Plano de Ação na área (como já referido), mais Ações Atividades
recentemente o Estatuto da Criança e do Adolescente
1. Participação de crianças e 5
legitimou a sua criação, através do artigo 73º, com uma 17
abrangência maior: “O Observatório da Criança e do adolescentes
Adolescente é um mecanismo que se destina a congregar 2. Prevenção 5 17
dados relativos à infância e adolescência, que subsidiem
a ação da Comissão Nacional para os Direitos Humanos 3. Atendimento 11 41
e a Cidadania designadamente na formulação de reco-
mendações relativas à execução da política da infância 4. Responsabilização 7 24
e adolescência.”
5. Mobilização 5 16
Levando em conta esta delimitação, o presente Plano
sinaliza a criação de uma Plataforma de Trabalho temá- TOTAL 33 115
tico, vinculada ao Observatório, contemplando:

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I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016 2265

5.1. MATRIZ DE IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA SEXUAL


CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Orçamento Custo total


Instituição
Eixos Principais ações Planificadas Período estimado –
responsável (2017-2019)
anual

2. Prevenção • Consolidação do programa de


ICCA educação familiar sobre a proteção 2017-2019 2.000.000$00 6.000.000$00
de crianças e adolescentes;
= 2.500.000$00 = 7.500.000$00
• Capacitação para dirigentes
religiosos com foco em temas
relacionados com o Plano de
Ação;
• Realização de uma campanha
institucional sobre a Prevenção
contra a violência sexual contra
crianças e adolescentes.

3. Atendimento • Reconfiguração da rede de


atendimento;
• Organização de uma Plataforma
de dados;
• Desenvolvimento de um
programa de formação contínua
para a rede de acolhimento
2 276000 008141

familiar e institucional.

4. Responsabilização • D e s e n v o l v i m e n t o d e u m
programa de formação contínua
para equipas dos tribunais de
justiça. Seguimento do Plano
de Ação de Combate do AES de
crianças e adolescentes.

5. Mobilização • Apoio técnico e financeiro aos


CMDDC;
• Estabelecimento de protocolos de
compromissos junto de setores
estratégicos;

1. Participação • Desenvolvimento de projetos de


ICIEG da criança e do empoderamento de meninas; 2017-2019 1.500.000$00 4.500.000$00
adolescente Desenvolvimento de projetos de
fomento à nova masculinidade e
exercício da paternidade junto a
adolescentes e jovens.

2. Prevenção • Criação de um programa de


formação para promotores
populares, em apoio ao combate
à violência contra crianças e
adolescentes;
• Realização de uma campanha
institucional sobre a Prevenção
contra a violência sexual contra
crianças e adolescentes.

4. Responsabilização • D e s e n v o l v i m e n t o d e u m
programa de formação contínua
para a rede de acolhimento
familiar e Institucional.

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Orçamento
Instituição Custo total
Eixos Principais ações Planificadas Período estimado por
responsável (2017-2019)
ano

1. Participação • Inclusão da educação sexual


da criança e do nos jardins de infância a partir
Ministério 2017-2019 1.000.000$00 3.000.000$00
adolescente dos 4 anos de idade com vista a
da
autoproteção das crianças.
Educação

3. Atendimento • Implementação de um sistema


de notificação obrigatória nas
redes de saúde de ensino;
• Desenvolvimento de um
programa de formação contínua
para professores da rede pública
de ensino para a prevenção,
identificação e gestão da violência
sexual;
• Desenvolvimento de uma
proposta de inclusão escolar de
adolescentes grávidas, conforme
determinado pelo ECA.

1. Participação • Desenvolvimento de projetos de


da criança e do educação entre pares, focado na
Ministério 2017-2019 1.300.000$00 3.300.000$00
adolescente saúde sexual e reprodutiva, seus
da Saúde e
direitos e a autoproteção.
Segurança
2 276000 008141

Social
3. Atendimento • Implementação de um sistema
obrigatório nas redes de saúde e
de ensino;
• Organização de um programa de
atendimento a agressores sexuais
de crianças e adolescentes;
• Desenvolvimento de um programa
de formação contínua para as
equipas da rede pública de saúde,
com foco no atendimento da
violência sexual.

1. Participação • Fomento da participação de


da criança e do grupos juvenis organizados no
Ministério 2017-2019 1.500.000$00 4.500.000$00
adolescente seguimento do Plano de Ação.
da Família
e Inclusão
Social
2. Prevenção • Fomento de projetos de
atendimentos de crianças
e adolescentes fora do
horário escolar em aéreas de
vulnerabilidade.

3. Atendimento • Inserção, com prioridades,


para as famílias com crianças
e adolescentes, em situação de
violência sexual, em programas
públicos de apoio assistencial;
• Inserção, com prioridade para
os adolescentes em situação de
exploração sexual ,em projetos de
educação profissional e primeiro
emprego.

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Orçamento Custo total


Instituição Principais ações
Eixos Período estimado
responsável Planificadas (2017-2019)
por ano

3. Atendimento • Organização de um programa


de atendimento a agressores
Ministério 2017-2019 1.400.000$00 4.200.000$00
sexuais de crianças e adoles-
da Justiça e
centes.
Trabalho
4. Responsabilização • Preposição de alterações ou
intervenções legislativas -
promover medidas legislativas
para aperfeiçoamento do marco
legal sobre AES;

• Reconfiguração da tramitação
de processos sobre crimes
sexuais contra crianças e ado-
lescentes;

• Reconhecimento pelo MP da
competência da PJ para recol-
ha de depoimentos gravados e
seu uso como prova;

• Incorporação de psicólogos e
2 276000 008141

assistentes sociais nas equipas


dos tribunais para acompan-
hamento do processo judicial,
envolvendo crianças e adoles-
centes;

• Desenvolvimento de um pro-
grama de formação contínua
para as equipas do conselho de
Magistratura sobre proteção de
crianças e adolescentes;

• Desenvolvimento de um pro-
grama de formação contínua
para equipas dos tribunais de
justiça, Ministério Público e
policiais sobre o AES, inves-
tigação/instrução do processo
sobre crimes sexuais contra
crianças e adolescentes;

CNDHC 3. Atendimento • Organização de um programa 2017 --------------- 1.200.000$00


de atendimento a agressores
sexuais de crianças e adoles-
centes.

AJOC 5. Mobilização • Formação de comunicadores 2017 -------------- 1.000.000$00


vinculados a empresas de
comunicação e Média comu-
nitária.

8.700.000$00 27.700.000$00

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2268 I SÉRIE — NO 72 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 28 DE DEZEMBRO DE 2016

Resolução nº 93/2016 remuneração, devendo-se, neste caso, fixar-lhe, por eq-


de 28 de dezembro
uiparação a remuneração dos anteriores Presidentes da
CNEST, e que correspondente à remuneração bruta fixa
A Lei n.º 35/VII/2009, de 2 de março, que estabelece mensal auferida pelo Presidente do Instituto Nacional
os princípios e as regras por que se rege o Sistema Es- de Estatística.
tatístico Nacional, preceitua no seu artigo 15.º que o
Conselho Nacional de Estatística (CNEST) é o órgão do Assim,
Estado que superiormente orienta e coordena o Sistema Nos termos do n.º 2 do artigo 265.º da Constituição, o
Estatístico Nacional, regendo-se por estatutos próprios, Governo aprova a seguinte Resolução:
aprovados pelo Conselho de Ministros.
Artigo 1.º
Nos termos do artigo 16.º da supracita Lei, conjugado
Objeto
com o disposto no artigo 9.º dos Estatutos do CNEST,
aprovados pelo Decreto-Lei n.º 2/2012, de 17 de fevereiro, É fixado em 240.000$00 (duzentos e quarenta mil es-
o CNEST é presidido por uma personalidade de reconhe- cudos) a remuneração ilíquida mensal do Presidente do
cido mérito científico e profissional e pela sua integridade Conselho Nacional de Estatística (CNEST).
e independência, nomeado pelo Conselho de Ministros,
Artigo 2.º
sob proposta do Primeiro-Ministro.
Entrada em vigor
Determina, ainda, a Lei n.º 35/VII/2009, de 2 de março,
no seu artigo 21º, n.º 2, que a forma de retribuição dos A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte
membros da CNEST é definida nos respetivos estatutos. ao da sua publicação e produz efeitos a partir do dia 1
de outubro de 2016.
Todavia, tendo sido nomeado, atualmente, o Presidente
do CNEST, pela Resolução n.º 83/2016, de 13 de outubro, Aprovada em Conselho de Ministros de 22 de dezembro
e uma vez que os Estatutos do CNEST, publicado pelo de 2016.
Decreto-lei nº 2/2012, de 17 de fevereiro, nada dispõe, em
particular, sobre o estatuto remuneratório do Presidente O Primeiro-ministro, José Ulisses de Pina Correia
do CNEST, torna-se necessário, então, fixar a respetiva e Silva.
2 276000 008141

I SÉRIE

BOLETIM
O F IC IAL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

Endereço Electronico: www.incv.cv

Av. da Macaronésia,cidade da Praia - Achada Grande Frente, República Cabo Verde


C.P. 113 • Tel. (238) 612145, 4150 • Fax 61 42 09
Email: kioske.incv@incv.cv / incv@incv.cv

I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

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