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BOLETIM OFICIAL
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ÍNDICE
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA:
Decreto-Presidencial nº 25/2016:
Renovada a nomeação do Senhor Manuel da Paixão Santos Faustino, para, em comissão ordinária de
serviço, exercer o cargo de Chefe da Casa Civil da Presidência da República. ..............................2202
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-Lei n.º 64/2016:
Estabelece a estrutura orgânica e funcional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades,
adiante designado por MNEC. .........................................................................................................2202
Decreto-Lei n.º 65/2016:
Aprova a orgânica do Ministério da Economia e Emprego. ..................................................................2217
Decreto-Lei n.º 66/2016:
Procede à segunda alteração ao Decreto-lei n.º 13/2013, de 1 de abril. ...............................................2234
Resolução nº 90/2016:
Aprova o Manual de Normas e Identidade Visual do Governo. ...........................................................2235
Resolução nº 91/2016
Redefine o enquadramento institucional do Projeto de Desenvolvimento do Sistema de Abastecimento de
Água na Ilha de Santiago e cria a Comissão Técnica Intersectorial de Seguimento. ...................2250
Resolução nº 92/2016:
Aprova o Plano Nacional de Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes - 2017-2019. ... 2252
Resolução nº 93/2016:
Fixa a remuneração ilíquida mensal do Presidente do Conselho Nacional de Estatística. ................2268
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d) Emitir parecer sobre assuntos relativos à po- c) A Direção-geral dos Assuntos Económicos e
lítica externa que tenham a ver com outros Integração Regional;
departamentos governamentais;
d) A Direção-geral das Comunidades, Assuntos
e) Conduzir as negociações internacionais que Consulares e Migrações.
vinculem o Estado e assegurar o processo de
3. O Secretariado Executivo da Parceria Especial Cabo
receção na ordem jurídica interna dos trata-
Verde-União Europeia (CV-UE) integrada na Direção
dos e acordos;
Nacional da Política Externa.
f) Coordenar e acompanhar as visitas oficiais de
entidades estrangeiras a Cabo Verde, e as 4. A Célula Nacional da Comunidade Económica dos
missões nacionais ao exterior; Estados da África Ocidental (CEDEAO) integrada na
Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Integração
g) Assegurar a coordenação das relações diplo- Regional.
máticas em matéria da segurança e defesa
cooperativa internacional e a gestão global 5. São Serviços Centrais de apoio técnico:
da cooperação internacional bilateral e mul- a) A Direção-geral do Planeamento, Orçamento e
tilateral; Gestão;
h) Coordenar as ações externas que tenham a ver b) O Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados.
com as relações económicas e comerciais in-
ternacionais, das questões transversais, da 6. A Inspeção Diplomática e Consular.
integração regional, das migrações, da diplo- 7. São Serviços Externos:
macia cultural e da promoção da imagem do
país no exterior;e a) As Missões Diplomáticas; e
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pelos assessores do Ministro, bem como e sempre que e) Assegurar o expediente relativo à publicação
possível, por Chefes das Missões Diplomáticas e dos e distribuição dos despachos, portarias, ins-
Postos Consulares de Carreira. truções, ordens de serviço, circulares e outras
decisões emanadas do Ministro;
2. O Ministro pode, sempre que considerar necessário,
convocar para as reuniões deste Conselho outro funcio- f) Preparar, prestar apoio logístico e secretariar
nário do MNEC. as reuniões convocadas pelo Ministro, desig-
3. Compete ao Conselho do Ministério: nadamente as dos órgãos consultivos previs-
tos neste diploma;
a) Assegurar unidade às atividades do Ministério;
g) Proceder à recolha, à classificação e ao trata-
b) Participar na definição das orientações que en- mento de informações de interesse para o de-
formam a atividade do MNEC; sempenho das atividades do Ministro;
c) Participar na elaboração do plano de ativida- h) Apoiar protocolarmente o Ministro em todas as
des do MNEC e apreciar o respetivo relatório atividades, nomeadamente no recebimento
de execução; de visitantes, no atendimento de reuniões e
d) Formular propostas e emitir pareceres, nomea- nas deslocações.
damente sobre questões ligadas à orgânica, 3. Compete ainda ao Gabinete em moldes a definir:
aos recursos humanos e às relações do MNEC
com os restantes serviços e organismos da a) Supervisionar a triagem e distribuição das cor-
Administração; respondências recebidas no Gabinete e desti-
nadas às unidades orgânicas competentes;
e) Pronunciar-se sobre outras matérias que o
Ministro entenda submeter à sua apreciação. b) Assegurar a articulação do Ministro com os
gabinetes dos Órgãos de soberania, com as
4. O Conselho do Ministério é presidido pelo Ministro
outras estruturas governamentais e com
dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.
entidades públicas e privadas, nacionais e
5. O Conselho do Ministério dispõe de regulamento estrangeiras, em assuntos que não sejam de
interno próprio, a aprovar por despacho do Ministro. competência específica de outro serviço;
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2. Compete ao Gabinete tratar do expediente da fun- 1. A Direção Nacional da Política Externa, abrevia-
ção governativa, bem como prestar apoio em matéria damente designada por DNAPEX, é o serviço central de
de informação, documentação e outras cabendo-lhe, conceção e de execução que incumbe assistir o Ministro
designadamente: na definição, coordenação e implementação da política
externa e de cooperação internacional de Cabo Verde
a) Assessorar tecnicamente o Ministro nos assun-
definida pelo Governo e ocupa-se das questões relaciona-
tos que este lhe distribua;
das com as relações externas incluindo as atividades de
b) Receber, expedir e registar toda a correspon- natureza político-diplomáticas e de cooperação técnica,
dência pessoal do Ministro; financeira e cultural, de segurança e defesa cooperati-
c) Organizar as relações públicas do Ministro, de- vas, de democracia, de eleições e governação, de direito
signadamente os seus contactos com a comu- internacional e de direitos humanos.
nicação social; 2. Incumbe à DNAPEX propor e garantir as ações
d) Assegurar o expediente e arquivo pessoal do tendentes ao desenvolvimento e à execução da política
Ministro, bem como a organização da sua externa de Cabo Verde, nos planos político-diplomático
agenda; e da cooperação para o desenvolvimento e sua execução.
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Artigo 16.º
7. Na prossecução das suas atribuições, a DNAPEX
articula-se também com os outros departamentos go- Serviço de gestão dos Assuntos Multilaterais
vernamentais, as autarquias locais, as associações co- Compete ao Serviço de gestão dos Assuntos
merciais, e as sociais, em matéria de sua competência. Multilaterais, designadamente:
8. O Secretariado Executivo da Parceria Especial Cabo a) Assegurar e promover a contribuição de Cabo
Verde-União Europeia integra a DNAPEX, como Unidade Verde ao reforço do multilateralismo tanto no
de gestão das relações entre Cabo Verde e a União euro- plano internacional como regional e inter-re-
peia em articulação com o Serviço do Ordenador Nacional gional, bem como acompanhar o processo de
do Fundo Europeu de Desenvolvimento (SON-FED) no participação de Cabo Verde nas organizações
âmbito das atribuições deste último. internacionais e regionais, nomeadamente,
9. A DNAPEX integra ainda os seguintes serviços no âmbito do Sistema das Nações Unidas, da
internos: CPLP, da União Africana, da CEDEAO e da
Francofonia;
a) Serviço de Gestão dos Assuntos Bilaterais;
b) Acompanhar o processo de Reforma das Nações
b) Serviço de Gestão dos Assuntos Multilaterais. Unidas e, em particular, os processos da
10. O Diretor Nacional da Política Externa é escolhido Cooperação para o Desenvolvimento, da gra-
de entre os diplomatas de carreira com a categoria de duação de Cabo Verde do Grupo dos PMA, dos
Embaixador ou de Ministro Plenipotenciário e é equipa- Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
rado, para todos os efeitos, a Embaixador Extraordinário do Sistema de Gestão e da Eficácia da Ajuda
e Plenipotenciário. e dos demais, com pertinência para o eficaz
funcionamento dos sistemas de cooperação fi-
11. Os Serviços que integram a DNAPEX acima re-
nanceira para o desenvolvimento;
feridos são dirigidos por um responsável de equipa de
trabalho ou Diretor de Serviço, escolhido de entre diplo- c) Acompanhar igualmente os processos de diálo-
matas de carreira e designado em comissão de serviço. go entre África e o resto do Mundo bem como
Artigo 15.º as parcerias estratégicas de Cabo Verde com
outros países e organizações internacionais;
Serviço de gestão dos Assuntos Bilaterais
Compete ao Serviço de gestão dos Assuntos Bilaterais, d) Promover, organizar e coordenar o processo de
designadamente: mobilização dos recursos externos da coope-
ração financeira e técnica para o desenvolvi-
a) Promover e velar pelo normal funcionamento e mento, bem como garantir, a nível nacional,
expansão das relações bilaterais entre Cabo as ações de coordenação e de seguimento de-
Verde e outros Estados; correntes dessas atividades;
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e) Propor diretrizes de política exterior no âm- 4. O Diretor Nacional do Protocolo do Estado é es-
bito internacional relativas à codificação do colhido, nos termos da lei, entre os diplomatas de car-
direito internacional, às questões atinentes reira com a categoria de Embaixador ou de Ministro
ao direito humanitário, ao desarmamento, Plenipotenciário e é equiparado, para todos os efeitos, a
à justiça penal internacional, à não prolife- Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário.
ração de armas de destruição em massa e à
5. Os Serviços que integram a DNPE são dirigidos
transferência de tecnologias sensíveis, aos as-
por diplomatas de carreira na categoria mínima de
suntos políticos submetidos à consideração da
Conselheiros, ou por um Diretor de Serviço, escolhido
Organização das Nações Unidas e demais or-
entre os diplomatas de carreira e designados em comis-
ganizações internacionais e regionais de que
são de serviço.
Cabo Verde seja parte;
6. As delegações regionais dependem do Diretor
f) Propor, no domínio dos direitos humanos e Nacional do Protocolo do Estado e são coordenadas,
temas sociais como a luta contra a pobreza, em regra, por um funcionário ou agente do quadro do
diretrizes de política exterior no âmbito in- MNEC designado em comissão de serviço e equiparado a
ternacional relativas aos direitos e segurança Secretário de Membro do Governo, para todos os efeitos
humanos, aos direitos da mulher, aos direi- legais.
tos da criança e do adolescente, à questão dos
assentamentos humanos e aos demais temas 7. Compete ao Serviço de Gestão do Cerimonial do
tratados nos órgãos das Nações Unidas espe- Estado:
cializados em assuntos sociais; a) Dar parecer e assegurar a observância das nor-
g) Nos domínios de Paz, Segurança e Estabilidade, mas que se regem pela Lei do Cerimonial em
contribuir no quadro das convenções e dos eventos e atos públicos do Estado;
fora e mecanismos internacionais e promover b) Preparar e acompanhar os atos oficiais em
a segurança cooperativa para a luta contra que participem o Presidente da República,
tráficos ilícitos, a criminalidade organizada e o Presidente da Assembleia Nacional, o
o terrorismo, bem como participar nos meca- Primeiro Ministro e ainda os Membros
nismos regionais de gestão dos conflitos; do Governo quando em substituição do
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h) Ocupar-se dos aspetos logísticos e organizacio- k) Obter junto das Missões Diplomáticas ou Postos
nais dos eventos promovidos ou da responsa- Consulares acreditados em Cabo Verde, os
bilidade direta do MNEC, sejam eles inter- vistos de que carecem os detentores de passa-
nos, interdepartamentais ou internacionais; portes diplomáticos e de serviço, para as suas
deslocações em missão de serviço;
i) Determinar os bens e serviços necessários à
realização dos eventos referidos nos números l) Assegurar junto das Missões Diplomáticas
anteriores e coordenar com a DGPOG a aqui- ou Postos Consulares, ou através das auto-
sição dos mesmos; ridades fronteiriças de Cabo Verde, a con-
cessão de vistos diplomáticos e de cortesia
j) O que mais lhe for cometido por lei ou superior-
solicitados pelos Governos e Organizações
mente.
internacionais, diretamente ou através das
8. Compete ao Serviço de Gestão das Missões Representações diplomáticas ou consulares
Diplomáticas e Postos Consulares: acreditadas em Cabo Verde;
a) Velar pelo cumprimento das leis, convenções m) Assegurar a concessão de documentos de iden-
e usos internacionais reconhecidos, relativos tificação aos membros do Corpo Diplomático
aos privilégios e imunidades diplomáticos e e Consular acreditados em Cabo Verde, bem
consulares e a sua tradução em manuais de como aos restantes membros do pessoal da
procedimentos operacionais; missão e dos membros do posto consular, res-
petivamente;
b) Assegurar o processo de acreditação dos Chefes
das Missões Diplomáticas cabo-verdianas no n) Assegurar a emissão de passaportes diplomá-
exterior e dos Chefes das Missões Diplomáticas ticos, bem como a conservação e guarda dos
e de Organizações Internacionais estrangei- respetivos impressos;
ras em Cabo Verde;
o) Velar para o cumprimento das normas relati-
c) Publicar e, sempre que necessário, atualizar a vas ao correto uso protocolar das Salas VIP de
lista do Corpo Diplomático e Consular acredi- caráter diplomático nos principais aeroportos
tado em Cabo Verde e a do Corpo diplomático e portos do país;
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d) Preparar as audiências dos Embaixadores, em especial as que resultam dos acordos, tra-
Chefes das Representações Diplomáticas e tados e convénios comerciais bilaterais e mul-
das organizações intergovernamentais ou de tilaterais subscritos por Cabo Verde visando
outras personalidades com direito a apoio o aproveitamento eficiente das vantagens daí
protocolar, com as autoridades locais; decorrentes;
e) Controlar a correta utilização da sala VIP da c) Contribuir para a elaboração das propostas
respetiva área territorial; e legislativas e regulamentares necessárias
à prossecução das políticas definidas para o
f) O mais que for determinado superiormente.
setor, assegurar o cumprimento da legislação
Subsecção III aplicável nas suas áreas de intervenção, nos
Direção-geral dos Assuntos Económicos e Integração termos definidos pela lei e assegurar, em co-
Regional laboração com outros organismos do Estado,
Artigo 18.º a execução dos acordos que vinculem Cabo
Direção-geral dos Assuntos Económicos e Integração
Verde;
Regional d) Criar condições que facilitem o comércio inter-
1. A Direção-geral dos Assuntos Económicos e nacional na remoção de barreiras tarifárias e
Integração Regional, abreviadamente designada por não tarifárias;
DGAEIR, é o serviço central de conceção e execução ao e) Preparar, coordenar e participar nas negocia-
qual incumbe preparar, orientar e executar a diplomacia ções e gestão dos acordos e protocolos interna-
na sua vertente económica, em particular, nos domínios cionais de comércio ao nível bilateral, regio-
do comércio externo, da internacionalização empresarial, nal e multilateral visando garantir, nomea-
do investimento direto estrangeiro, da integração econó- damente, o acesso a mercados, às regras de
mica regional e de áreas técnicas conexas. origem, à defesa comercial e salvaguardas, à
2. Na prossecução das suas atribuições, a DGAEIR segurança jurídica, ao direito dos negócios, à
articula-se com outros departamentos governamentais, agricultura e produtos de base e a outros as-
as autarquias locais, as associações comerciais e outras suntos internacionais de natureza económica;
organizações da sociedade civil em matéria de sua com-
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a) Propor, acompanhar e suscitar diretrizes de po- a) Formular, executar e fazer executar a política
lítica externa em domínios do meio ambiente, do Governo relativa às comunidades cabo-
mar, e temas conexos, nomeadamente, mu- -verdianas estabelecidas no exterior;
danças climáticas, desenvolvimento sustentá-
b) Propor e garantir as ações tendentes ao desen-
vel, luta contra a seca e desertificação, prote-
volvimento e à execução da política de rela-
ção da atmosfera, espaço exterior e Pequenos
ções com as comunidades no exterior;
Estados Insulares em Desenvolvimento;
c) Assegurar o tratamento dos eventos ocorridos
b) Propor e suscitar diretrizes de política externa nos países de acolhimento, suscetíveis de
relativas à economia marítima e ao desenvol- afetar a estabilidade das comunidades cabo-
vimento de parcerias externas competitivas e verdianas aí estabelecidas, em estreita cola-
dinâmicas em todos os domínios do mar, em boração com outras entidades públicas cujas
conformidade com as orientações do Governo atribuições abranjam esta área;
e em articulação com os setores competentes,
assim como relativos à ordenação jurídica do d) Acompanhar a evolução da situação das co-
mar e seu regime, à utilização económica dos munidades cabo-verdianas estabelecidas
fundos marinhos e oceânicos e ao regime jurí- no exterior, em articulação com as Missões
dico da pesca; Diplomáticas e Postos Consulares;
c) Propor e suscitar diretrizes de política externa e) Propor a negociação de acordos de emigração,
no âmbito das relações bilaterais, regionais e mobilidade, estabelecimento e de segurança
nos Fóruns internacionais relativos à nego- social bem como quaisquer outras medidas,
ciação de recursos energéticos renováveis e visando a melhoria das condições de vida dos
não renováveis; cidadãos cabo-verdianos e sua melhor inte-
gração nos países de acolhimento;
d) Desenvolver políticas de promoção em outros
domínios económicos e conexos, nomeada- f) Promover, realizar e participar na elaboração
mente, do turismo, da propriedade intelec- de estudos tendo em vista a definição de polí-
tual, da inovação tecnológica, e das indús- ticas de emigração;
trias culturais; g) Propor, em concertação com outros departa-
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o desenvolvimento do país;
h) Desenvolver estratégia de identificação de po-
c) Conceber, em articulação com os setores, pro- tenciais investidores de forma setorial nos
gramas específicos com grupos-alvo identifi- países de acolhimento e a ligação destes com
cados com vista à sensibilização e reforço da as empresas nacionais;
ligação com Cabo Verde;
i) Promover medidas que estimulem o aprovei-
d) Contribuir, em colaboração com os órgãos de tamento do “mercado da saudade” no seio da
comunicação social e as representações de diáspora e em Cabo Verde.
Cabo Verde no exterior, para informação re-
9. Compete ao Serviço de Gestão dos Assuntos
gular das comunidades sobre a realidade e a
Consulares:
vida do país e da Nação nos mais diversos se-
tores; a) Propor e executar uma política que assegure
coerência e eficiência à gestão dos assuntos
e) Participar, com outros departamentos e insti-
consulares no geral em conformidade com a
tuições na recolha, elaboração e divulgação de
legislação internacional e nacional na matéria;
informação sobre assuntos de interesse espe-
cífico para as comunidades; b) Conduzir os processos administrativos relati-
vos ao estabelecimento e funcionamento de
f) Apoiar e incentivar as ações de superação esco-
representações consulares de Cabo Verde no
lar, profissional e culturais desenvolvidas no
exterior e as de países estrangeiros em Cabo
seio das comunidades;
Verde;
g) Criar e manter atualizados ficheiros e bases de
c) Articular com a Direção Nacional do Protocolo
dados das estruturas e organizações que ope-
do Estado na emissão de documentos de iden-
ram junto de emigrantes cabo-verdianos na
tificação aos membros do corpo consular em
diáspora;
Cabo Verde, bem como no expediente de re-
h) Coordenar a implementação de normas de fun- gisto e matrícula de viaturas aos Membros e
cionamento das casas do emigrante, gabine- Representações consulares;
tes de acolhimento e casas de cultura.
d) Propor a criação, a extinção ou a modificação
8. Ao Serviço de Promoção e Mobilização do Investimento da categoria dos postos consulares, bem como
de Emigrante (SPMIE), incumbe promover, mobilizar e a definição da sua área de jurisdição;
orientar o investimento dos emigrantes em Cabo Verde,
e) Propor a conclusão de acordos ou convenções
bem como coordenar a política relativa às questões trans-
consulares, incluindo na área da cooperação
versais ligadas à melhoria do ambiente de negócio dos
consular, orientar as respetivas negociações e
emigrantes em Cabo Verde, competindo-lhe:
velar pela sua execução;
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f) Propor medidas para a melhoria de assistência c) Implementar e gerir um sistema efetivo e mo-
e proteção consular dos nacionais cabo-ver- derno de gestão e de desenvolvimento dos re-
dianos no exterior; cursos humanos do MNEC;
g) Transmitir os atos judiciais e extrajudiciais e d) Gerir o património móvel e imóvel do MNEC;
dar cumprimento a cartas rogatórias e preca-
e) Assegurar e coordenar a implementação de so-
tórias em conformidade com os acordos inter-
luções informáticas a nível de todo o MNEC,
nacionais;
privilegiando a instalação e desenvolvimento
h) Assegurar a correta aplicação pelos postos e uniformes de aplicações;
secções consulares da legislação nacional vi-
f) Conceber, implementar e gerir um sistema de
gente e das normas internacionais.
Arquivo e de Biblioteca em conformidade com
10. Compete ao Serviço dos Assuntos das Migrações: a legislação aplicável e em articulação com o
Arquivo Histórico Nacional.
a) Promover, realizar e participar em eventos nacio-
nais e internacionais e na elaboração de estudos g) Centralizar e sistematizar as informações re-
tendo em vista a definição e implementação de lativas à evolução de todos os projetos respei-
políticas, estratégias e planos de ação nos domí- tantes ao MNEC bem como ao seguimento,
nios da mobilidade, migrações e direito de asilo, controlo e avaliação dos mesmos;
assim como promover o diálogo político conse-
h) O mais que lhe for cometido por lei ou pelo
quente nesse âmbito com países e organizações,
Ministro.
visando encontrar os acordos e entendimentos
ajustados ao interesse nacional; 3. O Diretor-geral de Planeamento, Orçamento e
Gestão constitui antena focal para a coordenação interna
b) Participar e assegurar a cooperação internacio-
da execução das medidas de política para o setor da refor-
nal e regional em matéria de luta contra migra-
ma do Estado e modernização da Administração Pública.
ção ilegal, e em matéria de segurança contra o
tráfico de seres humanos nesse âmbito; 4. Constituem serviços da DGPOG:
c) Assegurar, em articulação com os serviços com- a) O Serviço de Gestão Financeira e Patrimonial; e
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b) Organizar a gestão e controlar a utilização dos f) Acompanhar e verificar o cumprimento das for-
recursos materiais e financeiros e proceder à malidades aduaneiras relativas à importação
consolidação dos orçamentos dos serviços; de bens pertencentes ao MNEC;
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g) Conferir os termos de entrega da gerência dos d) Zelar pelo abastecimento de água, espaços ver-
Serviços Externos, nos termos em que forem des, pelas redes de esgotos e pelo funciona-
determinados pelo Regulamento Financeiro mento do parque de estacionamento das ins-
das Missões Diplomáticas e Postos Consulares talações do Palácio das Comunidades; e
de Cabo Verde e propor medidas pertinentes;
e) O mais que lhe seja cometido superiormente.
h) Promover e assegurar a elaboração e atua-
lização dos inventários dos bens afetos aos 10. O SGFP é dirigido por um Diretor de Serviço, fun-
Serviços Centrais e Externos do MNEC; cionário do quadro diplomático ou pessoa idónea estranha
à carreira diplomática, de reconhecida competência e ex-
i) Conferir os inventários dos bens do Estado periência, na área de economia, contabilidade ou gestão,
anexos aos termos de entrega da gerência dos provido nos termos da lei.
Serviços Externos;
11. O Serviço de Gestão dos Recursos Humanos
j) Adquirir, conservar e gerir os objetos de arte e (SGRH) é o serviço de apoio técnico-normativo de apoio
outros utensílios para uso em receções e ceri- a formulação, coordenação e execução das políticas de
mónias no MNEC;
desenvolvimento de recursos humanos do MNEC sua
k) Assegurar a gestão, utilização e locação do es- monitorização e avaliação, num quadro de modernização
paço público do Palácio das Comunidades; administrativa em prol da melhoria da qualidade do
l) Articular-se, em especial, com os serviços com- serviço público.
petentes do departamento governamental 12. Compete-lhe, designadamente:
responsável pela área das finanças, em maté-
rias relativas a gestão financeira; a) Conceber e implementar as políticas de desen-
volvimento relativas aos recursos humanos,
m) Gerir o património do MNEC, em articulação em particular as políticas de recrutamento,
com os diversos serviços do mesmo; seleção, mobilidade e desligamento de ser-
n) Assegurar a manutenção e conservação dos viço, de gestão das carreiras, remunerações,
imóveis e garantir a segurança de pessoas e reclassificação, reconversão, formação e de-
bens; senvolvimento profissional, disciplinar e de
avaliação de desempenho;
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dos limites fixados na lei sobre o direito de i) Constituir e gerir um banco de dados que per-
negociação da Administração Pública; mita o conhecimento e a gestão de todos os
acordos e tratados aos quais Cabo Verde este-
k) Monitorizar e avaliar a qualidade do desempe-
ja ou possa a vir estar vinculado;
nho organizacional resultante das políticas
expressas nas alíneas anteriores, bem como j) Recolher e estudar os documentos e obras
da assiduidade dos funcionários; que permitam o conhecimento atualizado do
Direito Internacional;
13. O SGRH é dirigido por um Diretor de Serviço, fun-
cionário do quadro diplomático ou pessoa idónea estranha k) Fixar a interpretação da Constituição, das leis,
à carreira diplomática, de reconhecida competência e dos tratados e dos demais atos normativos
experiência, na área de gestão dos recursos humanos, a ser uniformemente seguida no âmbito do
provido nos termos da lei. MNEC.
Subsecção II Secção III
Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados Serviços Inspetivos
Artigo 21.º Artigo 22.º
Serviço dos Assuntos Jurídicos e Tratados Inspeção Diplomática e Consular
a Diretor-geral.
despachos, ordens e instruções administrati-
3. Compete ao SAJT: vas que regem o MNEC;
a) Assistir o Ministro dos Negócios Estrangeiros b) Propor instruções e recomendações aos Serviços
e Comunidades no controle interno da legali- Centrais e Externos com base na análise pré-
dade administrativa dos atos a serem por ele via de processos sob a responsabilidade des-
praticados, diretamente ou por delegação, ou ses serviços;
já efetivados e daqueles oriundos de órgãos
c) Propor ao Ministro a realização de inquérito
ou entidade vinculada;
ou inspeção aos Serviços Centrais e Externos
b) Elaborar pareceres, informações e estudos jurídi- sempre que existam razões que o aconselhem;
cos que lhe forem superiormente solicitados;
d) Elaborar relatórios das inspeções realizadas,
c) Elaborar os projetos de diplomas legais ou ou- bem como informar prontamente o Ministro
tros instrumentos normativos no âmbito do de eventuais anomalias graves constatadas
MNEC; no cumprimento da função;
d) Assegurar a consultoria e assessoria jurídicas e) Propor ao Ministro a realização de inspeções
a representantes nacionais na negociação, financeiras e patrimoniais a serem levadas
conclusão e interpretação de tratados; em articulação e com a participação de outros
serviços competentes da inspeção-geral do
e) Assegurar todo o expediente relativo a aprova-
Estado;
ção, ratificação, entrada em vigor e denúncia
de tratados internacionais a que o Estado de f) Submeter à aprovação do Ministro o plano
Cabo Verde se vincule; anual de atividades;
f) Assegurar a publicação no Boletim Oficial de g) Instruir os processos de inquérito ou discipli-
avisos de ratificação ou aprovação de tratados nares mandados instaurar pelo Ministro dos
internacionais; Negócios Estrangeiros e Comunidades ou por
quem o substitui;
g) Apoiar o MNEC em matéria de codificação do
direito internacional e regional e no cumpri- h) Acompanhar a elaboração bem como a atuali-
mento por Cabo Verde das obrigações decor- zação dos regulamentos necessários a uma
rentes; correta e boa prática relativamente a pres-
tação de contas, sobretudo no que se refe-
h) Servir de depositário e garantir o registo dos
re ao Regulamento Financeiro das Missões
acordos e tratados que vinculem internacio-
Diplomáticas e Postos Consulares de Cabo
nalmente o Estado de Cabo Verde;
Verde.
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3. Cabe ainda à IDC orientar os atos que resultem das c) Organizar a promoção e a execução da diplomacia
suas atribuições em matérias relacionadas com as fisca- económica nas áreas de jurisdição, em estreita
lizações, auditorias e inspeções em estreita articulação articulação com os Serviços Centrais competen-
com os demais serviços de controlo do Estado, designa- tes do MNEC e com os demais setores, consi-
damente, a inspeção-geral de Finanças e o Tribunal de derando o papel dessa diplomacia no apoio à
Contas, alicerçado na pedagogia sobre as questões da realização da agenda económica do Governo;
responsabilidade pela prestação de contas.
d) Negociar com os governos dos Estados acre-
4. A Inspeção Diplomática e Consular é dirigida por um ditadores e proteger os interesses de Cabo
Inspetor Diplomático e Consular, o qual é escolhido entre Verde e dos seus nacionais, bem como refor-
os diplomatas de carreira com a categoria de Embaixador, çar os laços das comunidades cabo-verdianas
de Ministro Plenipotenciário, ou, excecionalmente, aí estabelecidas com Cabo Verde;
Conselheiro de Embaixada e é equiparado, para todos
e) Inteirar-se por todos os meios legais das con-
os efeitos, a Diretor Nacional.
dições existentes e da evolução dos aconteci-
Secção IV mentos no Estado acreditador e informar o
Serviços Externos Governo de Cabo Verde;
Artigo 23.º f) Incentivar o intercâmbio de visitas oficiais ou
Disposições gerais de missões técnicas ao mais alto nível, visan-
do a promoção e o incremento das relações
1. Os Serviços Externos são regidos com observância entre Cabo Verde e o Estado acreditador ou a
das Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas Organização intergovernamental;
e sobre Relações Consulares, respetivamente de 1961 e
de 1963, e pelas demais normas de direito internacional g) Facilitar a realização recíproca de missões de
aplicáveis, bem como pela legislação nacional vigente. enviados oficiais, nomeadamente através do
apoio diplomático e realização de contactos;
2. Os Serviços Externos são criados, modificados ou ex-
tintos nos termos previstos pela Constituição ou pela Lei. h) Intervir junto dos governos dos Estados acre-
ditadores no sentido de introdução, apoio di-
Artigo 24.º
plomático e acompanhamento de assuntos do
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3. Incumbe aos Postos Consulares de Carreira, desig- b) O exercício de tarefas consulares genéricas à
nadamente: exceção das indicadas nas alíneas c), d), e), f),
g), h) e i) do número anterior, as quais ficam
a) Proteger os interesses do Estado de Cabo
sujeitas à autorização expressa por notifica-
Verde e dos seus nacionais dentro dos limites
permitidos pelo direito interno dos Estados ção escrita do Ministro e nas condições que
acreditadores e pelo direito internacional e, este indique.
nesse âmbito, promover todas as formas de 5. Os Postos Consulares são dirigidos, respetivamente,
cooperação e assistência que estiverem ao por cônsules gerais, cônsules e agentes consulares.
seu alcance no sentido de reforçar os laços de
Cabo Verde com o Estado acreditador e as co- 6. A Chefia dos Postos Consulares de Carreira é exer-
munidades estabelecidas no exterior; cida por diplomatas de carreira.
CAPÍTULO V
ria e de registo civil;
SERVIÇO DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
e) Conceder passaportes e outros documentos de DO ESTADO
viagem aos nacionais nos termos da legisla-
ção aplicável; Artigo 26.º
Instituto Diplomático
f) Conceder aos estrangeiros vistos de entrada no
território nacional; 1. O Instituto Diplomático, abreviadamente designa-
do por ID, atua como um centro de estudos, pesquisa e
g) Confirmar a autenticidade dos documentos ofi-
ciais passados pelas autoridades do Estado análise com vista a emissão de pareceres e propostas
acreditador; sobre todas as questões que implicam a política externa
de Cabo Verde ou ainda sobre as questões internacio-
h) Transmitir os atos administrativos, judiciais nais que direta ou indiretamente se relacionam com
e extrajudiciais e dar cumprimento a cartas esta última.
rogatórias em conformidade com os acordos
internacionais em vigor, ou na sua falta, de 2. O ID, no âmbito das suas atividades, dispensa
qualquer outro modo compatível com as leis e formação aos diplomatas, no início como em curso de
regulamentos do Estado acreditador; carreira, em conformidade com os requisitos definidos
pelo Estatuto do Diplomata ou qualquer outra formação
i) Promover ações no sentido da afirmação e di- ad hoc conforme couber.
vulgação da cultura cabo-verdiana na sua
área de jurisdição; 3. O ID funciona igualmente como um centro de confe-
rências e palestras, para as quais convida conferencistas
j) Encorajar os movimentos associativos da co- e palestrantes nacionais e estrangeiros sobres os mais
munidade na sua área de jurisdição. variados temas de interesse para as relações exteriores
4. Incumbe aos Postos Consulares Honorários, desig- e para a diplomacia de Cabo Verde.
nadamente: 4. O ID, visando o cabal exercício das suas atribuições
a) O exercício de tarefas prioritariamente de estabelece parcerias com universidades e instituições
promoção económica, nomeadamente do co- públicas e privadas nacionais e ou internacionais, assim
mércio externo e do investimento direto es- como, com as suas congéneres estrangeiras.
trangeiro e outras pertinentes nesse domínio, 5. A natureza jurídica, o grau de autonomia estratégica
consubstanciando-se no desenvolvimento de
administrativa e financeira, as modalidades de gestão
relações económicas e comerciais entre agen-
e funcionamento, a instalação provisória e definitiva e
tes de Cabo Verde e do Estado acreditador, no
o vínculo do ID com o MNEC são definidos em diploma
âmbito das orientações da diplomacia econó-
próprio.
mica de Cabo Verde;
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c) De 16 a 25 funcionários – 55%;
17 de junho.
Artigo 29.º
d) De 26 a 40 funcionários – 45%;
Referências legais e) Mais de 40 funcionários – 35%.
As referências legais feitas aos serviços e organismos 3. As comissões de serviço dos titulares dos cargos de
objetos de extinção e reestruturação, mencionadas no direção vigentes podem manter-se até a aprovação do
artigo anterior, consideram-se feitas aos serviços ou or- quadro de gestão previsional.
ganismos que passam a integrar as respetivas atribuições Artigo 33.º
sendo os encargos financeiros resultantes suportados por Deveres dos serviços
reafectação de verbas do Orçamento do Estado.
Artigo 30.º
1. Os Serviços Centrais e Externos do MNEC estão
vinculados ao dever de mútua colaboração, devendo
Quadro de pessoal corresponder e solicitar reciprocamente, informações,
1. A composição dos quadros e suas categorias, bem pareceres, cópias de documentos desde que não sejam
como o estatuto do pessoal da carreira diplomática, são de carater reservado ou confidencial.
definidos em diploma próprio. 2. Os serviços do MNEC estão ainda vinculados aos
2. O preenchimento das funções do pessoal dirigente deveres que decorrem da presente orgânico e demais
nos Serviços Centrais do MNEC, com exceção do estabe- legislações aplicáveis à organização e funcionamento dos
lecido em diploma especial, fica reservado ao pessoal dos serviços do Estado.
quadros diplomático e técnico, nos termos definidos na 3. No domínio das relações internacionais os servi-
presente Orgânica e no Estatuto do Diplomata. ços e os funcionários do MNEC obrigam-se ao respeito
3. O Ministério deve aprovar, nos termos da lei, o qua- pelo direito e costume internacionais consagrados e aos
dro de pessoal e o respetivo quadro de gestão previsional tratados que internacionalmente vinculem o Estado de
dos recursos humanos, num período de 6 (seis) meses Cabo Verde.
após a publicação do presente diploma. Artigo 34.º
Artigo 31.º Ordenação protocolar
Substituições O pessoal dirigente dos Serviços Centrais e Externos
1. Os Diretores Nacionais e os Diretores-gerais são é ordenado protocolar e internamente, pela seguinte
substituídos, nas suas ausências e impedimentos, pelo ordem:
Diretor de Serviço de categoria mais elevada ou, em caso a) Os Embaixadores Extraordinários e Plenipo-
de ausência ou impedimento deste, pelo diplomata ou tenciários, de acordo com a ordem de antigui-
técnico de categoria mais elevada do respetivo serviço. dade no posto ou função;
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José Ulisses de Pina Correia e Silva - Luís Filipe Lopes zação e as normas de funcionamento do Ministério da
Tavares. Economia e Emprego, adiante designado por MEE.
Promulgado em 15 de dezembro 2016. Artigo 2.º
Publique-se. Direção
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b) Conceber, executar e avaliar políticas de fo- vidades económicas, com vista ao crescimento
mento do crescimento económico e da compe- económico, ao aumento da produtividade, ao
titividade da economia; bem-estar e qualidade de vida;
c) Promover a melhoria de condições que permi- l) Incentivar a política de formação profissional e
tam criar e sustentar uma envolvente eco- integração dos jovens no mundo do trabalho
nómica, social, legislativa e administrativa e na vida social ativa, quer na perspetiva de
favorável ao investimento e induzir estraté- criação da própria empresa, quer na satisfa-
gias empresariais abertas à inovação, trans- ção da oferta de trabalho;
ferência de tecnologia e ao desenvolvimento m) Promover e apoiar o empreendedorismo e a
da produtividade, competitividade e concor- inovação, articulando políticas de formação
rência; proactiva com empregabilidade dos jovens;
d) Promover a criação das condições necessárias à n) Definir e executar as medidas de promoção do
captação de iniciativas que se articulem com emprego e de combate ao desemprego, desig-
o tecido empresarial, científico e técnico do nadamente através de políticas ativas de em-
país e que se enquadrem nas prioridades que prego;
contribuam para o desenvolvimento das em-
presas cabo-verdianas; o) Propor políticas de estágios, em coordenação
com outros organismos competentes, visando
e) Incentivar a competitividade da economia desenvolver as competências dos jovens que
através das exportações, estimular a produ- procuram um primeiro ou um novo emprego,
tividade e promover a internacionalização da de forma a melhorar o seu perfil de emprega-
economia; bilidade;
f) Conceber e executar uma política energética p) Definir, formular e implementar orientações de
dinâmica e sustentável, visando sinergias política em matéria do desenvolvimento das
entre energias renováveis e convencionais pescas e da aquacultura, visando a explora-
para diminuir e otimizar os custos energéti- ção sustentável dos recursos marinhos dentro
cos como alavanca essencial na melhoria da da zona económica exclusiva de Cabo Verde;
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a) Participar na definição das orientações que en- 2. Compete ao Conselho Nacional da Economia
formam a atividade do Ministério; Marítima, designadamente, analisar a implementação
das políticas e estratégias do setor da economia marítima,
b) Participar na elaboração do plano de ativida-
propor ações que conduzam à melhoria das mesmas, e
des do Ministério e apreciar o respetivo rela-
pronunciar-se sobre os acordos de pescas, convenções e
tório de execução;
protocolos internacionais.
c) Participar na definição das orientações a que
3. O Conselho Nacional da Economia Marítima emite
deve obedecer a preparação do planeamento e
recomendações e pareceres, podendo ainda elaborar re-
orçamentação do setor;
latórios e estudos no âmbito da sua atividade.
d) Formular propostas e emitir pareceres, desig-
4. O Conselho Nacional da Economia Marítima é pre-
nadamente sobre questões ligadas à orgâni-
sidido pelo Ministro da Economia e Emprego e funciona
ca, recursos humanos e relações do Ministério
ordinariamente uma vez por ano, e extraordinariamente
com os restantes serviços da Administração;
sempre que convocado pelo Ministro.
e) Pronunciar-se sobre outras matérias que o
5. Por Portaria do Ministro da Economia e Emprego
Ministro entender submeter à sua apreciação.
são especificados os representantes referidos no n.º 1.
4. O Conselho do Ministério é presidido pelo Ministro
6. O Conselho Nacional da Economia Marítima aprova
da Economia e Emprego e funciona ordinariamente
o respetivo Regimento.
duas vezes por ano, e extraordinariamente sempre que
convocado pelo Ministro. Secção V
Comissão Nacional do Comércio
5. O Conselho do Ministério aprova o respetivo
Regimento. Artigo 21.º
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a regular avaliação, numa perspetiva inte- de informações sobre assuntos que relevam
grada, das medidas e programas de política das atribuições do MEE;
adotados, desenvolvendo, sempre que julgado
f) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
adequado, formas alargadas de cooperação
mente atribuídas.
com centros de investigação e gabinetes de
estudos, em especial no que respeita às insti- 4. O SEP é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
tuições e associações de natureza económica; nos termos da lei.
b) Acompanhar a evolução da atividade econó- Artigo 25.º
mica, tendo em conta o âmbito de atuação do Serviço de Gestão dos Recursos Humanos, Financeiros
MEE, assegurando a recolha, utilização, tra- e Patrimoniais
tamento e análise de informação estatística e 1. O Serviço de Gestão de Recursos Humanos,
promovendo a difusão dos respetivos resulta- Financeiros e Patrimoniais (SGRHFP) é o serviço de
dos, visando a formação de expetativas pelos apoio e coordenação das políticas de desenvolvimento
agentes económicos; de recursos humanos e gestão administrativa dos recur-
c) Contribuir para a definição e execução das polí- sos financeiros, materiais e patrimoniais do MEE, bem
ticas que enquadram o relacionamento econó- como da conceção e apoio técnico-normativo à formulação
mico externo, apoiando no acompanhamento destas políticas e à sua monitorização e avaliação, num
da atividade das organizações internacionais quadro de modernização administrativa, em prol da
de caráter económico; melhoria da qualidade do serviço público.
d) Colaborar com outras entidades oficiais nas ne- 2. Incumbe ao SGRHFP no domínio dos recursos hu-
gociações de acordos de cooperação económi- manos:
ca e apoiar o desenvolvimento da cooperação a) Centralizar a gestão do pessoal administrativo
económica externa, bilateral e multilateral; e auxiliar, em coordenação com as chefias do
e) Contribuir para a promoção de fatores estra- MEE;
tégicos da construção de vantagens compe- b) Formular, em colaboração com os outros servi-
titivas e para a criação de uma envolvente ços do MEE, os programas e ações de forma-
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do Estado, ao registo e controle dos bens pa- g) Contribuir para a definição estratégica e im-
trimoniais móveis e imóveis afetos ao MEE, plementação de políticas de valorização e
segundo as normas aplicáveis; aproveitamento de fontes alternativas e reno-
váveis de energia;
i) Estabelecer e propor medidas de modernização
e reforma administrativa de âmbito setorial e h) Manter atualizada a informação sobre a ativi-
intersectorial, com vista a uma melhoria dos dade energética, industrial e comercial e pro-
serviços e acompanhar a sua execução; mover a sua divulgação perante o público em
j) Velar pela manutenção e segurança das insta- geral, e os agentes económicos em particular;
lações e equipamentos afetos ao MEE. i) Facultar informações sobre as normas jurídi-
4. O SGRHFP é dirigido por um Diretor de Serviço, cas que regulam o exercício de atividades do
provido nos termos da lei. setor;
Secção VIII j) Elaborar, em colaboração com outros serviços
Direção Nacional de Energia, Indústria e Comércio da administração central do Estado, progra-
Artigo 26.º
mas de assistência técnica e atividades enér-
gicas, industriais e comerciais financiados
Natureza e atribuições
por instituições internacionais;
1. A Direção Nacional de Energia, Indústria e Comércio
k) Representar o Governo em conferências e reu-
(DNEIC) é o serviço responsável pela conceção, execução
niões nacionais e internacionais, em matéria
e avaliação da política enérgica, industrial e comercial,
de energia, indústria e comércio;
bem como pela apresentação de propostas visando o
crescimento, a melhoria e o aumento da produtividade e l) Apoiar o Governo nas negociações internacio-
competitividade do setor. nais, em particular no quadro da organização
de integração económica regional e da coope-
2. Incumbe à DNEIC, designadamente:
ração internacional, com vista à sua adequa-
a) Contribuir para a definição, articulação e di- ção aos interesses fundamentais da política
namização das políticas setoriais relativas à económica nacional;
energia, indústria e ao comércio, visando o
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c) Seguir a evolução do sistema energético, a ní- r) Assegurar a boa gestão corrente e a programa-
vel nacional e internacional e recolher, explo- ção dos projetos de energias renováveis e efi-
rar e difundir as informações pertinentes; ciência energética sob sua responsabilidade;
d) Estimular e induzir programas para a capaci- s) Propor programas e projetos de gestão e desen-
tação, formação e desenvolvimento tecnológi- volvimento das energias renováveis e eficiên-
co sustentável no setor, por meio de parcerias cia energética;
e cooperação; t) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
e) Monitorar a expansão e desempenho do merca- mente atribuídas.
do dos produtos petrolíferos para assegurar o 3. O SE é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
equilíbrio entre oferta e demanda, em conso- nos termos da lei.
nância com as políticas governamentais, con-
siderando os aspetos ambientais e de fiabili- Artigo 28.º
dades e segurança no abastecimento; Serviço de Indústria
f) Monitorar o acesso à energia e o uso da biomas- 1. O Serviço de Indústria (SI) é o serviço responsável
sa e outros recursos energéticos alternativos; pela conceção, execução e avaliação da política industrial,
g) Promover a elaboração de medidas legislati- bem como pelo desenvolvimento de um ambiente insti-
vas, regulamentares e fiscais, assim como de tucional mais favorável à competitividade e à inovação
normas e especificações técnicas para o mer- empresarial.
cado dos produtos petrolíferos e velar pelo seu 2. Incumbe ao SI, designadamente:
cumprimento;
a) Propor os planos e programas do setor da in-
h) Fazer acompanhamento do mercado interna- dústria e contribuir para a promoção da mo-
cional dos produtos petrolíferos e a sua reper- dernização e do desenvolvimento sustentado
cussão na economia nacional; da competitividade das atividades indus-
triais, numa perspetiva de incremento do va-
i) Fazer acompanhamento da evolução do merca-
lor acrescentado;
do dos produtos petrolíferos a nível nacional,
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a) Elaborar e propor o plano estratégico para o p) Apoiar os serviços competentes nas relações
desenvolvimento da economia marítima e com organismos e organizações internacio-
propor medidas que promovam a competitivi- nais do setor das pescas;
dade do setor;
q) Assegurar o controlo de atividades pesqueiras
b) Estimular e apoiar atividades, investimentos e no país envolvendo a armação de embarca-
oportunidades de negócios na área da econo- ções, periodicidade de pesca e outras condi-
mia marítima, em coordenação com os orga- ções que garantam a segurança e a normali-
nismos com responsabilidades neste domínio zação da captura;
para as atividades relacionadas com assuntos
r) Coordenar a execução das funções de fiscali-
do mar;
zação e assegurar a inspeção e o controlo do
c) Mobilizar parcerias e financiamentos públicos exercício das atividades pesqueiras;
e privados que permitam o desenvolvimento
s) Conceder licença de pesca às embarcações na-
de uma economia do mar forte e moderna;
cionais;
d) Incentivar e promover as modalidades de cofi-
t) Conceder autorização para exportação e impor-
nanciamento público e privado e os seus be-
tação de produtos da pesca;
nefícios sociais;
u) Emitir parecer sobre pedidos de concessão de
e) Acompanhar o processo de extensão da plata-
licença de pesca a embarcações estrangeiras;
forma continental para além das 200 milhas e
colaborar na fiscalização e vigilância da Zona v) Colaborar na definição de requisitos técnicos
Económica Exclusiva; das embarcações de pesca;
f) Identificar e fomentar a integração de toda a w) Instruir processos resultantes de infração a
cadeia das pescas na economia do mar; leis e regulamentos e propor sanções a apli-
car;
g) Apoiar o MEE, em coordenação com demais
entidades competentes, na elaboração de po- x) Colaborar com as autoridades competentes na
líticas e programas no domínio dos recursos definição de meios de salvação, de normas e
marinhos, pescas e aquacultura, nos seus di- medidas de segurança de embarcações e in-
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d) Fomentar e participar na execução dos progra- b) Propor normas e medidas aplicáveis aos produ-
mas e projetos de desenvolvimento das pes- tos da pesca e assegurar a respetiva difusão e
cas e aquacultura, designadamente a criação aplicação, quando aprovadas;
e reforço do associativismo nas localidades
c) Colaborar na proposição e definição de estraté-
piscatórias, a comercialização, a formação, a
gias, políticas e planos respeitantes à legalida-
extensão pesqueira, a cogestão pesqueira, de
de e qualidade higio-sanitária dos produtos de
entre outros;
pesca, fazendo propostas, sugestões e, quando
e) Promover e acompanhar a execução dos pro- solicitado, dando os competentes pareceres;
gramas e projetos de constituição de empre-
d) Propor a aprovação de princípios reguladores
sas no setor das pescas e aquacultura;
e estabelecer normas técnicas das atividades
f) Organizar e controlar o registo de embarcações pesqueiras e de inspeção dos produtos e ativi-
nacionais e estrangeiras do setor das pescas e dades de pesca;
aquacultura;
e) Proceder às inspeções, auditorias de qualidade
g) Fomentar, em colaboração com os serviços com- e licenciamento sanitário dos estabelecimen-
petentes, o desenvolvimento da cooperação in- tos, embarcações e meios de transporte dos
ternacional na área das pescas e aquacultura; produtos de pesca e subprodutos;
h) Propor, em colaboração com outras entidades, f) Realizar ou assegurar a realização das análises
medidas tendentes à resolução de problemas laboratoriais necessárias à avaliação da con-
relativos aos diferentes ramos de produção da formidade e garantia da qualidade dos produ-
pesca e aquacultura; tos da pesca;
i) Participar, em colaboração com os serviços
g) Colaborar na preparação e redação dos projetos
competentes, na elaboração de programas de
de diploma, quando solicitado;
investigação com vista à prospeção de novos
recursos pesqueiros; h) Fiscalizar, inspecionar e assegurar o cumpri-
mento de normas nacionais e internacionais
j) Fomentar em colaboração com as entidades
em matéria de armamento e engenhos de pes-
competentes a definição dos requisitos técni-
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ca e aquacultura;
cos das embarcações de pesca, os engenhos de
pesca, etc.; i) Propor normas que assegurem a qualidade dos
k) Desenvolver e manter atualizado um sistema produtos da pesca e aquacultura e intervir,
de informação do mercado no domínio do pro- com outras entidades, nas ações de controlo
cessamento e da comercialização dos produ- de qualidade e garantia da sustentabilidade;
tos da pesca e aquacultura; j) Exercer o controlo para a certificação da quali-
l) Manter devidamente organizado um banco dade e de origem dos produtos de pesca e ze-
de dados sobre o licenciamento de ativida- lar para que as empresas do setor satisfaçam
des de pesca desenvolvida por nacionais ou as exigências sanitárias e demais requisitos
estrangeiros na Zona Económica Exclusiva de pesca definidos por lei;
de Cabo Verde; k) Fiscalizar, em articulação com as demais autori-
m) Promover a atualização contínua, em articula- dades competentes, as artes e mecanismos de
ção com outros serviços competentes, dos da- pesca utilizados pelos operadores, bem como
dos estatísticos no domínio das pescas, aqua- proceder ao levantamento de autos quando em
cultura e dos recursos vivos marinhos; presença de infrações à legislação em vigor;
n) Exercer outras tarefas que lhe forem superior- l) Emitir parecer técnico e propor ao Diretor
mente atribuídas. Nacional a emissão das licenças de pesca;
3. O SRMAP é dirigido por um Diretor de Serviço, m) Participar em programas de pesquisa visando
provido nos termos da lei. a melhoria contínua do sistema de controlo e
Artigo 32.º
inspeção dos produtos e serviços da pesca;
Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade n) Promover a formação e capacitação dos inspe-
tores e agentes de fiscalização ligados às ati-
1. O Serviço de Inspeção e Garantia de Qualidade (SIGQ)
vidades de pesca;
é o serviço técnico que tem por missão apoiar na definição
e execução da política pesqueira e garantir o cumprimento o) Assegurar a monitoria e auditoria das condi-
das normas relativas à sanidade, legalidade e qualidade ções higio-sanitárias e de garantia de quali-
dos produtos de pesca e da atividade pesqueira. dade das unidades de manuseamento, pro-
cessamento, armazenagem e transporte dos
2. Incumbe ao SIGQ, designadamente:
produtos da pesca;
a) Assegurar a promoção e o respeito no terri-
p) Implementar ações que visem assegurar a le-
tório nacional da legislação pesqueira e das
galidade das capturas e a melhoria da quali-
normas sanitárias aplicáveis aos produtos e
dade dos produtos da pesca;
atividades da pesca;
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q) Coordenar a execução dos respetivos planos e de atestação, seja para constatar e processar
programas de ação, promovendo a sua imple- eventuais violações das disposições sanitá-
mentação e fazendo a continua avaliação da rias;
conformidade dos produtos de pesca e da ati- e) Realizar inspeções aos produtos da pesca, es-
vidade pesqueira; tabelecimentos e embarcações que capturem
r) Promover a elaboração de estudos e estatísticas ou transformem produtos de pesca, tendo em
bem como assegurar a recolha, o tratamento, vista o cumprimento dos requisitos inerentes
a edição e a divulgação de informação sobre a à garantia da respetiva sustentabilidade;
avaliação da conformidade do pescado; f) Verificar o tratamento de petições, reclama-
s) Decidir da emissão ou retirada eventual das ções e sugestões, emitindo recomendações e
autorizações, licenças e números sanitários propondo as necessárias medidas e ações pre-
previstos nos termos da legislação e normas ventivas e corretivas;
regulamentares aplicáveis ao setor; g) Instruir processos de contraordenação e propor
as respetivas sanções;
t) Recolher as amostras para os controlos, inspe-
ções sanitárias e análises laboratoriais, ne- h) Exercer outras tarefas que lhe forem superior-
cessários à emissão ou revogação das autori- mente atribuídas.
zações, licenças e números sanitários ou com 4. O SIGQ é dirigido por um Diretor de Serviço, provido
vista à constatação de infrações; nos termos da lei.
u) Supervisionar, inspecionar e atestar o pescado 5. O estatuto dos inspetores consta de diploma especial.
desembarcado ou transbordado nos portos de
Secção X
pesca de Cabo Verde;
Direção-geral do Turismo e Transportes
v) Realizar o controlo, inspeção e emissão dos cer-
tificados de capturas das embarcações nacio- Artigo 33.º
nais; Natureza e atribuições
w) Aplicar ou promover a aplicação das sanções 1. A Direção-geral do Turismo e Transportes (DGTT)
por incumprimento ou violação das leis e re- é o serviço responsável pela conceção, planeamento,
2 276000 008141
gulamentos relativos a matérias da sua com- avaliação e execução da política de turismo e dos trans-
petência; portes aéreos e marítimos, em estreita articulação com
x) Desenvolver relações pertinentes com outras ins- os serviços e organismos do setor.
tituições públicas ou privadas cuja ação se de- 2. Incumbe à DGTT, designadamente:
senvolva no âmbito da sua ação e atividade;
a) Contribuir para a definição da política e pla-
y) Supervisionar, fiscalizar e inspecionar, visando neamento de turismo e dos transportes aéreos
a garantia da sustentabilidade, o exercício da e marítimos, propondo medidas e ações com
atividade de pesca extrativa e aquacultura, vista à diversificação, qualificação e melhoria
em articulação com as entidades responsá- da posição competitiva da oferta turística na-
veis pela fiscalização marítima; cional, tendo em conta o fator transportes;
z) Emitir parecer, responder a consultas e elabo- b) Monitorizar as ações do Estado voltadas para
rar estudos sobre matérias do setor de natu- o desenvolvimento e o crescimento da ativi-
reza jurídica nacional e internacional. dade turística e dos transportes aéreos e ma-
rítimos, a partir de pesquisas realizadas em
3. Incumbe, ainda, ao SIGQ, designadamente: cooperação com outros serviços e organismos
a) Realizar controlos sanitários nos estabeleci- competentes;
mentos para verificação das condições higio- c) Participar na preparação dos elementos para
-sanitárias, antes da emissão das licenças a conceção da política e planeamento de de-
sanitárias, condicionando a sua abertura e senvolvimento do turismo e dos transportes
funcionamento; aéreos e marítimos;
b) Atribuir os números sanitários necessários à d) Analisar informações estatísticas que possam
exportação do pescado pelos estabelecimen- ser utilizadas para orientar as políticas do
tos; Governo e os investimentos do setor privado
no desenvolvimento do setor turístico e dos
c) Realizar os controlos sanitários nas embarca- transportes aéreos e marítimos;
ções antes da emissão das licenças de pesca e
e) Promover a realização de estudos sobre os merca-
antes da emissão dos números sanitários com
dos internos e externos relativamente aos pro-
vista à exportação dos produtos da pesca cap-
dutos turísticos e ao setor aéreo e marítimo;
turados pela embarcação em causa;
f) Propor e desenvolver conjuntos de atividades
d) Realizar inspeções aos estabelecimentos, em- e eventos ligados ao setor do turismo e dos
barcações ou aos produtos da pesca, seja para transportes aéreos e marítimos, em parceria
efeito de emissão de certificação sanitária ou com os organismos do setor público e privado;
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A Direção Regional da Economia do Norte (DREN) tem As referências legais feitas aos extintos Ministério do
a sua sede em São Vicente e representa o MEE nas ilhas Turismo, Investimentos e Desenvolvimento Empresarial
de São Vicente, São Nicolau e Santo Antão. (MTIDE), Ministério das Infraestruturas e da Economia
Marítima (MIEM) e Ministério da Juventude, Emprego
Artigo 42.º
e Desenvolvimento de Recursos Humanos (MJEDRH),
Direção Regional da Economia do Centro consideram-se efetuadas ao MEE, sempre que se refiram
A Direção Regional da Economia do Centro (DREC) às atribuições e responsabilidades ora prosseguidas por
tem a sua sede no Sal e representa o MEE nas ilhas do este Ministério.
Sal e da Boa Vista. Artigo 47.º
CAPÍTULO III Quadro de pessoal
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS O quadro de pessoal do MEE é aprovado no prazo de
Artigo 43.º 6 (seis) meses a contar da data da entrada em vigor do
presente diploma.
Criação
Artigo 48.º
São criados os seguintes órgãos e serviços:
Revogações
a) O Conselho Nacional da Economia Marítima;
São revogados:
b) A Comissão Nacional do Comércio;
a) O Decreto-lei n.º 62/2015, de 5 de outubro, que
c) A Direção Nacional da Energia, Indústria e aprovou a organização e o funcionamento
Comércio; do Ministério do Turismo, Investimentos e
d) A Direção Nacional da Economia Marítima; Desenvolvimento Empresarial (MTIDE);
e) A Direção-geral do Turismo e Transportes; b) O Decreto-lei n.º 32/2013, de 20 de setembro,
que aprovou a organização e o funcionamen-
f) A Direção-geral do Emprego, Formação to do Ministério da Juventude, Emprego
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Armas da República
Identidade Visual do Governo de Cabo Verde
Área de proteção da identidade visual
Dimensões
Cores Oficiais da Identidade
Versão do Logótipo para Fundos Escuros
Versão Monocromática da Identidade Visual
Comportamento Cromático da Identidade Visual
do Governo de Cabo Verde
Identidade Visual dos Ministérios e Órgãos A Bandeira Nacional é constituída por cinco retângulos
Governativos dispostos no sentido do comprimento e sobrepostos.
Versão Monocromática da Identidade Visual dos • Os retângulos superior e inferior são de cor azul,
Ministérios e Órgãos Governativos ocupando o superior uma superfície igual a meta-
Posicionamento da Identidade Visual de da bandeira e o inferior um quarto;
Proteção • Separando os dois retângulos azuis, existem três
faixas, cada uma com a superfície igual a um duo-
Tipografia Oficial
décimo da área da Bandeira;
Estacionários
• As faixas adjacentes aos retângulos azuis são de
Considerando a necessidade de otimização da identi- cor branca e a que fica entre estas é de cor verme-
dade visual de todo o Sistema Governamental de Cabo lha;
Verde, a nova identidade foi desenvolvida com o objeti-
vo de conferir um conjunto de características próprias • Sobre os cinco retângulos, dez estrelas amarelas
e exclusivas da marca Governo, que permitem a união de cinco pontas, com o vértice superior na posi-
e a coerência das mensagens dos vários organismos go- ção dos noventa graus, definem um círculo cujo
vernamentais, que unidos representam uma só equipa centro se situa na intersecção da mediana do se-
e trabalham para um só povo. gundo quarto vertical a contar da esquerda com
a mediana do segundo quarto horizontal a contar
Com o objetivo de permitir o reconhecimento das suas do bordo inferior. A estrela mais próxima deste
ações em qualquer circunstância, optou-se por criar bordo está inscrita numa circunferência invisível
uma identidade única e que é transversal a todos os mi- cujo centro fica sobre a mediana da faixa azul in-
nistérios e órgãos governativos. ferior.
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Tipografia Oficial
O tipo de letra escolhido para a identidade é imutável.
Dada a sua vasta e diversa família tipográfica, para
além de ser utilizado no logótipo, é também utilizado
como tipo de uso corrente.
Documentos de uso interno e externo deverão usar o
tipo de letra: Source Sans Pro e os textos produzidos
deverão respeitar sempre o Novo Acordo Ortográfico
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Estacionários
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Timbrado
Papel 297mm x 210mm
2 276000 008141
Rodapé
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Carta FAX
Papel 297mm x 210mm Papel 297mm x 210mm
2 276000 008141
Rodapé
Se os contactos de rodapé necessitarem de duas linhas,
o texto deverá ser centrado na página.
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Envelope 61 mm x 113 mm
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Convite
O convite tem as seguintes medidas: 160 mm x 110 mm
Nas situações em que há necessidade de adicionar um
gráfico alusivo ao evento a que se convida, o mesmo de-
verá ser feito na outra face do convite.
Caso o texto do convite tiver menos que 5 linhas esta
deve ser posicionada ao centro, verticalmente.
Powerpoint
Template a ser utilizado em todas as apresentações do
Governo de Cabo Verde.
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Identificadores
O suporte é em acrílico transparente com a dimensão
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Letreiro em acrílico transparente com o logotipo aplicado A problemática do abastecimento de água para o con-
sumo humano e demais atividades económicas está no
em vinil cor bronze. O logotipo deve ser aplicado no centro
centro das preocupações do Governo. Ao longo de últimos
da placa de vinil, respeitando as regras de proporciona-
anos, como resultado de crescentes irregularidade e va-
lidade e áreas de proteção do logotipo. riabilidade espacial e temporal das precipitações, o volu-
me médio de água captada a partir de fontes tradicionais
como poços, furos, galerias e nascentes tem evidenciado
sinais de crescente redução de suas capacidades de oferta
face ao aumento crescente da sua procura.
O Estado de Cabo Verde, ao definir o setor da água
como estratégico para o desenvolvimento do País, tem
apostado na exploração de novas formas e fontes de pro-
dução de água para atender as necessidades primárias
da população e das empresas.
É neste contexto que a dessalinização da água do mar
para o consumo tem sido adotada como uma medida
desde os finais da década de setenta, para, de um lado,
ampliar a capacidade da matriz hídrica nacional e, por
outro, assegurar maior regularidade e previsibilidade na
oferta, visando atenuar os efeitos da crescente escassez
hídrica nas famílias e na economia.
Entretanto, os custos associados a este modelo de
Letreiro com peças em metal galvanizado cor bronze. mobilização de água ultrapassam as capacidades do
Tesouro Nacional para financiar todos os investimentos
2 276000 008141
necessários.
A Ilha de Santiago apresenta, no contexto nacional, um
cenário marcado pela precariedade e descontinuidade dos
seus sistemas de produção e distribuição de água que re-
sulta em custos económicos e sociais importantes. Por esta
razão, visando melhorar a capacidade de oferta de água
para o consumo doméstico e empresas nesta Ilha, onde
residem cerca de 56% da população residente do arquipé-
lago, abastecidas em condições de precariedade, o Governo
da República de Cabo Verde assinou em 20/12/2013
com a Agência do Japão para Cooperação Internacional
(JICA), um Acordo de Empréstimo Referência CAV-P3
até ao limite de Y 15.292.000 (quinze biliões, duzentos e
noventa e dois milhões de Ienes) destinados a financiar
as atividades do Projeto de Desenvolvimento do Sistema
de Abastecimento de Água na Ilha de Santiago, abrevia-
Letreiro Externo damente designada por PDSAAIS.
Este projeto tem por objetivo o reforço da capacidade
de produção e distribuição da água para o consumo do-
méstico e para a economia em toda a Ilha de Santiago. O
referido projeto é desenvolvido em dois polos, sendo que
na Zona Sul, compreende as atividades para aumentar
a capacidade de produção da atual central de dessalini-
zação do Palmarejo, através da instalação de uma nova
unidade de captação de 50.000 m3 de água bruta/dia, bem
como uma unidade de dessalinização por osmose inversa
de 20.000 m3 de água/dia, destinados para abastecer a
região que compreende os Municípios da Praia, Ribeira
Grande de Santiago e São Domingos. Nesta região, o
projeto contempla ainda a construção de sistemas de
adução, para transporte e interligação das redes de dis-
tribuição de água, a instalação de estações elevatórias
de bombagens, bem como a construção de reservatórios.
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6. As reuniões da Comissão devem ser realizadas, pre- Em tudo quanto não foi especialmente previsto, é apli-
ferencialmente, dentro do horário normal de expediente. cável à CTIS-PDSAAIS instituída ao abrigo da presente
7. As deliberações da Comissão são tomadas por vota- Resolução, o Decreto-lei n.º 9/2009, de 6 de abril.
ção nominal, nos termos da lei. Artigo 7.º
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Para responder a estes desafios, o Governo, através Os dados sistematizados sobre os cenários do abuso e
do Ministério da Família e Inclusão Social que tutela da exploração sexual contra crianças e adolescentes em
o Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente Cabo Verde, bem como os resultados preliminares da
(ICCA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância análise sobre políticas públicas, marco legal e efetividade
(UNICEF) elaborou o presente Plano de Ação Nacional da rede de atendimento, foram partilhados e discutidos
de combate à Violência Sexual contra Crianças e nos ateliês realizados em dezembro de 2014 e abril de
Adolescentes, para o período de 2017-2019, com propostas 2015. A montagem do Plano levou em conta os resulta-
de diversas medidas e ações relevantes em matéria de dos do estudo, bem como as definições apontadas nos
prevenção e combate a este fenómeno. Porém, o desafio diagnósticos locais e ateliês, quanto aos princípios, eixos,
maior encontra-se na implementação deste plano e, prioridades e medidas necessárias para o respetivo plano
desde logo, este processo depende, em larga medida, do que prevê linhas de ação em cinco eixos: i) participação de
empenho de todos e de cada um em particular, pois, a
crianças e adolescentes, ii) prevenção, iii) mobilização, iv)
criança é o futuro desta nação.
atendimento e v) responsabilização. Na sua formatação,
Assim, cada linha de ação foi desdobrada em atividades, respon-
Nos termos do nº 2 do artigo 265.º da Constituição, o sáveis e cronograma, servindo de base para o processo de
Governo aprova a seguinte Resolução: negociação prévia de compromissos, denominado, neste
documento, de acordos institucionais com os setores re-
Artigo 1.º lacionados que foi coordenado pelo ICCA2.
Objeto 1. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DO ABUSO E
É aprovado o Plano Nacional de Combate à Violência DA EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E
Contra Crianças e Adolescentes, que se publica em anexo ADOLESCENTES EM CABO VERDE
à presente Resolução, da qual faz parte integrante. 1.1. Nota concetual
Artigo 2.º Considerando a diversidade de sentidos empregados
Entrada em vigor para a violência sexual contra crianças e adolescentes, os
dados deste Plano tomaram como referência os seguintes
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte conceitos3:
ao da sua publicação.
a. Abuso sexual4: O abuso sexual é toda a situação
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e. Pornografia infanto-juvenil: Trata-se da produ- De igual modo, foram analisados trinta e seis documen-
ção, exibição, divulgação, venda, compra, pos- tos relacionados com o tema em Cabo Verde, incluindo
se e utilização de material pornográfico que planos sectoriais, relatórios de gestão, estudos nacionais e
inclui a participação de crianças e adolescen- legislação sobre o tema. Desse material, foram seleciona-
tes, também caracterizada pela obtenção de dos extratos a partir dos eixos de interesse desse estudo:
vantagem ou proveito por pessoas ou redes. marco legal, políticas e rede de proteção.
f. Turismo sexual: Caracteriza-se pelo comércio se- As informações referentes aos casos atendidos foram
xual, em regiões turísticas, envolvendo turis- recolhidas no ICCA, na Delegacia de Saúde da Praia e
tas nacionais e/ou estrangeiros, e principal- no Conselho Superior da Magistratura Judicial5. Para
mente mulheres jovens, de setores pobres e fins comparativos, optou-se por trabalhar com o triénio
excluídos. O principal serviço comercializado 2012-2014. Destaca-se que, devido à função institucio-
no turismo sexual é a prostituição e explora- nal do ICCA na proteção dos direitos das crianças e
ção sexual, incluindo a pornografia e o turis- dos adolescentes, são raros os casos denunciados que
mo sexual transnacional. esta instituição não tenha tomado conhecimento. Sendo
g. Trafico para fins de exploração sexual: assim, a utilização das informações fornecidas por esta
Movimento clandestino de pessoas (no caso instituição teve muita importância no mapeamento dos
presente, crianças e adolescentes) através de casos registados no país.
fronteiras nacionais e/ou internacionais, com b) Outra estratégia utilizada foi a realização de
o objetivo de as utilizar em situações sexual uma investigação de cunho socio-antropológi-
e economicamente opressoras e exploradores co. Trata-se de algo inovador na construção
para lucro dos aliciadores. deste Plano, uma vez que as edições anterio-
1.2. Nota Metodológica res priorizaram levantamentos quantitativos
e amostrais com base na demanda dos servi-
Para a consecução dos objetivos propostos, foram prio- ços de atendimento. A nova estratégia partiu
rizadas três estratégias metodológicas, com a utilização do reconhecimento da existência de contextos
de distintos procedimentos metodológicos:
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Participativo, focalizando a mobilização dos Comités como o da Saúde, Justiça, Educação, Direitos Humanos,
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Igualdade de Género, entre outros.
através da realização de ateliês, com dois focos principais: Foi possível, no âmbito destes acordos institucionais,
o dimensionamento do problema, incluindo o levanta- encontros/reuniões presididos e coordenados pelo ICCA,
mento dos fatores locais associados à violência sexual na com as seguintes Entidades Públicas: Ministério da
infância e adolescência e, ainda, o conhecimento do nível Justiça, Supremo Tribunal de Justiça, Procuradoria-
de organização e distribuição geográfica dos serviços da Geral da República, Conselho Superior da Magistratura
rede de proteção, órgãos públicos que atuam na área, Judicial, Policia Judiciária, Polícia Nacional, Instituto
sociedade civil e iniciativa privada. Emprego e Formação Profissional, Comissão Nacional dos
Foram realizados, ainda, três ateliês nacionais. O Direitos Humanos e Cidadania, Instituto Cabo-verdiano
primeiro, em outubro de 2014, que teve como objetivo, para a Igualdade e Equidade de Género, Direção Nacional
a mobilização e para o qual foram convidados represen- da Saúde, Direção Nacional da Educação e Ministério
tantes dos principais órgãos públicos relacionados com da Cultura.
o tema (tais como saúde, educação, assistência social, 1.3. Dados sobre a infância e adolescência em Cabo
segurança, direitos humanos etc.), representantes do Verde
sistema de justiça, sociedade civil (organizações sociais,
universidades, grupos juvenis etc.), setor empresarial Os dados demográficos e socioeconómicos existentes de-
e agências das Nações Unidas. Na ocasião foi feita a monstram a vulnerabilidade das crianças e adolescentes
apresentação dos objetivos e da metodologia do estudo. em Cabo Verde, pela sua elevada proporção na população
Além disso, os participantes avaliaram o grau de imple- geral (34%) e, principalmente, pelo facto de que 42% dos
mentação do Plano vigente na área, a partir da análise pobres do país têm menos de 15 anos, exigindo maiores in-
dos seus trinta e dois (32) objetivos, relativos aos eixos vestimentos públicos devido à sua condição de pessoas em
de prevenção, proteção, reabilitação/inserção. Para tal, desenvolvimento. Como 1/3 das crianças e adolescentes
foi utilizado um formulário para pontuação individual cabo-verdianos vivem em agregados pobres e a maioria
de cada um dos objetivos, seguindo-se uma discussão em em famílias monoparentais chefiadas por mulheres, pode-
pequenos grupos, e posteriormente, em plenária. -se falar num contexto familiar de elevada precariedade,
uma vez que o subemprego e a economia informal afetam
O segundo ateliê nacional, realizado em dezembro de mais o segmento feminino. Outro conjunto de fatores de
2014, teve a participação de mais de quarenta repre- vulnerabilidade está associado ao acesso à educação for-
sentantes de instituições públicas e ONG`s. Além dos mal, destacando-se as disparidades no acesso, o abandono
participantes do primeiro ateliê, foram convidados os e a reprovação por parte das crianças que se encontram
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fora da escola no ensino básico e a menor permanência 1. 4.3 Cenários e autores da exploração sexual de
escolar das meninas. crianças e adolescentes
1.4. Mapeamentos sobre o abuso e a exploração sexual A contextualização da exploração sexual de crianças
de crianças e adolescentes e adolescentes em Cabo Verde aponta como principais
fatores associados: i) as demandas para a subsistência
1.4.1 Dados estatísticos sobre o abuso e a exploração
familiar, ii) o apelo excessivo ao consumo, as pressões de
sexual de crianças e adolescentes
reconhecimento social e iii) erotismo precoce favorecido
Os dados estatísticos sobre a violência sexual de pelo fenómeno das “catorzinhas”.
crianças e adolescentes em Cabo Verde apontam para
A negligência familiar, a banalização social dos cri-
um elevado crescimento na procura dos serviços de
mes sexuais e a impunidade dos agressores sexuais
atendimento de abuso sexual, durante a última década.
concorrem para o seu difícil combate. Identifica-se uma
O Programa Emergência Infantil do ICCA praticamente
diversidade de possíveis agressores no território, em
quadriplicou devido ao número de denúncias, no período
função das denúncias que foram feitas, com diferentes
de 2005-2009 para 2010-2014 e verificou-se, também, um
tipos de relações com as vítimas: familiares e vizinhos,
aumento através do Programa Disque Denúncia e da
religiosos, motoristas, professores, policiais, autoridades
Delegacia de Saúde de Praia. Observa-se uma média de
locais, proprietários de terras agrícolas, frequentadores
1 atendimento por semana, na última década, chegando
de casas noturnas, trabalhadores estrangeiros, turistas,
no último triénio a 3,5. Em termos de vulnerabilidade, são
entre outros. É de salientar que o estudo não conseguiu
mais vulneráveis as meninas (95% dos casos atendidos
confirmar em campo os rumores de redes transnacionais,
nas delegações do ICCA), os menores de 12 anos (53%) e
utilizando crianças e adolescentes dos dois sexos, assim
as vítimas procedentes das seis ilhas selecionadas (94%
como crianças e adolescentes envolvidos no turismo se-
dos casos), com destaque para Santiago, verificando-se
xual, embora haja fortes indícios a esse respeito.
uma tendência para aumentar nas ilhas do Fogo, Sal, São
Vicente e Santo Antão. A iniciação sexual precoce e sem 1.5. Análise do Marco Legal e Institucional
uso de preservativos em 44% dos casos são agravantes
1.5.1. Quadro Jurídico-legal
nesse contexto (IDSRII, 2005). Destaca-se, ainda, a mo-
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judiciários em infância e adolescência também constitui xos mais claros e unificados, e o estabelecimento de um
uma dificuldade. Os processos de crimes de violência sistema integrado de informação para se ter acesso, em
sexual contra a criança e o adolescente, por exemplo, tempo real, aos autos, provas e notificações de casos, fa-
exigem tratamento por equipas especializadas porque, cilitando a comunicação interinstitucional e promovendo
ao contrário de outro tipo de crime, a vítima de violência a agilização nos processos. A inexistência de bases de
sexual receia muito mais em assumir a violência sofri- dados unificadas entre os sistemas de justiça, segurança
da. Pode ocorrer, muitas vezes, a vítima coabitar com e saúde também dificulta a produção de estatísticas re-
o seu agressor que pode adotar uma conduta violenta gulares, confiáveis, atempadas e acessíveis sobre os casos
e ameaçadora, aumentando a vulnerabilidade da víti- atendidos, limitando o melhor conhecimento da realidade
ma e enfraquecendo a rede de proteção familiar. Além sobre a violência sexual na infância e adolescência, e
disso, nos casos de exploração sexual, a vítima não se também a sua investigação e abordagem. Tal limitação
reconhece como tal e chega a hostilizar o procedimento vem sendo apontada, desde o primeiro Plano de Ação,
investigativo. em 2005. Ressalta-se a falta de envio dos casos para o
ICCA e de respostas aos casos que o mesmo encaminha
No contexto de uma suspeita de abuso sexual, o de-
às instituições acima citadas.
poimento da criança ou do adolescente é muitas vezes
a única fonte de informação que pode ou não confirmar Ainda, há necessidade de maiores investimentos na
a ocorrência do crime. Contudo, a ambiência e os proce- especialização profissional, destacando-se a capacitação
dimentos para a recolha de depoimentos em audiências de uma equipa médica, na perspetiva de formalizar um
são ainda predominantemente constrangedores. Assim gabinete de Medicina Legal, em parceria com o Ministério
sendo, é estratégico criar as condições para a utiliza- da Justiça e o Ministério da Saúde. Tal iniciativa poderia
ção das gravações das declarações das crianças numa reduzir as incongruências entre o exame físico da víti-
sala especial de atendimento, através de ambientes e ma realizado nas delegacias de saúde ou hospital e os
procedimentos amigáveis para recolha do depoimento. procedimentos utilizados pelo médico. E, ainda, poderia
Salienta-se, contudo, que a montagem de uma sala de in- solucionar a falta de celeridade do processo judicial nos
quirição especial, apoiada pela UNICEF e prevista como casos de gravidez, pelos obstáculos na realização do exa-
projeto-piloto, encontra-se atualmente em desuso, ou me de ADN, feito em Portugal, e mediante um tempo de
melhor dizendo, acabou destinada como sala de recreação espera muito longo para o seu resultado.
9
Constantemente surgem pedidos de ajuda nas televisões e rádios sobre
10
crianças e adolescentes desaparecidos, embora muitos desses casos O ICCA, com o apoio do UNICEF, realizou uma visita de estudo
estejam relacionados com fugas provisórias de crianças e adolescentes no Ceará Fortaleza e Sobral, em estruturas semelhantes, com a
das suas casas, ou então com o facto do suposto desaparecido estar participação de representantes da PJ, Ministério Público, Tribunal,
em casa de amigos ou familiares. Saúde, Turismo e Polícia Nacional.
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Um último conjunto de nós críticos diz respeito à ad- concorre para a existência de problemas de interpretação
ministração da justiça, tais como a inexistência de uma jurídica onde, por vezes, crimes de natureza sexual são
equipa multiprofissional junto ao tribunal de justiça, tipificados como atentado ao pudor ou delitos menos
o que desfavorece uma melhor elucidação dos casos graves, com uma moldura penal menos punitiva, muito
pela inexistência de parecer social ou insuficiência de embora a Constituição cabo-verdiana defina o abuso
informações ou, por vezes, sobrecarregando o ICCA na e a exploração sexual de crianças e adolescentes como
produção de laudos. Uma outra necessidade é a criação crimes graves.
de Tribunais Especializados, muito embora a sua efeti-
vação seja vista com restrições por alguns elementos do Há casos em que o problema da norma não se encontra
sistema judiciário. E, finalmente, a necessidade de um somente na tipificação, mas, de forma associada, inclui a
programa de formação continua´ para as equipas dos definição da faixa etária. Uma vez que o ECA passou a
sistemas de justiça com foco nos procedimentos judiciais, assegurar direitos extensivos aos menores de 18 anos, é
mas também visando a problematização de uma conce- questionável a necessidade de haver uma diferenciação
ção criminalizadora da magistratura acerca da menina etária no Código Penal e até mesmo nas propostas atuais
vítima da violência sexual. de Reforma desse Código, segundo as Notas Justificativas
formuladas pelo Ministério da Justiça:
Com o objetivo de superação da burocratização, moro-
sidade e impunidade, recorrentemente apontadas como i. No entendimento do legislador, já a partir dos 16
entraves para a proteção das vítimas, foram empreendi- anos o adolescente teria autonomia suficiente
das algumas iniciativas nos últimos anos pelo sistema para poder consentir uma atividade sexual. O
de justiça em Cabo Verde: a digitalização dos processos artigo 40º sobre consentimento, prevê numa
judiciais, que assegurou uma maior confidencialidade; das definições que “o consentimento só é efi-
a determinação da Procuradoria-Geral da República caz por quem tiver mais de 16 anos e possuir o
(PGR) para que a tramitação dos processos de crimes discernimento necessário para avaliar o sen-
sexuais seja tratada como urgente e prioritária; o reco- tido e o alcance no momento em que o presta”.
nhecimento da PGR de que a legislação atual permite
que se possa recolher o depoimento a ser utilizado, ii. No artigo 145º é definida a pena de prisão de 2
posteriormente, para que no julgamento se possa evitar a 8 anos para casos em que o maior de idade
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O Código também não configura os chamados cibercri- iv. No artigo 422º, um dos casos em que se determina
mes, onde as tecnologias de informação e comunicação são não haver “transação em processo penal”, ou
usadas como forma de aliciamento para a exploração sexual seja, em que se faculta ao Ministério Público a
ou para produção, circulação, comercialização e até mesmo transação para aplicação de pena consensual,
armazenamento de pornografia infantojuvenil. Da mesma é o de “crimes sexuais que tenham como ofen-
forma, há necessidade de a legislação pautar as peculia- didos menores de 14 anos de idade”.
ridades da exploração sexual, num contexto de turismo
Existem, portanto, diferentes definições de faixas
globalizado, onde redes transnacionais de crime organizado
etárias. Mas do ponto de vista da Convenção ou do
operam, inclusive com o tráfico humano para fins sexuais.
ECA, seria possível discriminar idades para a violência
O aprimoramento da tipificação dos crimes sexuais já sexual? Haveria diferenças etárias para se considerarem
tinha sido apontado como linha de ação nos Planos an- admissíveis nos casos de abuso e a exploração sexual na
teriores. A sombra ainda existente sobre os tipos penais, infância e adolescência?
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Mesmo para os casos já tipificados, como por exemplo de um sistema de proteção para a infância e adolescên-
a do abuso sexual e da pornografia infantojuvenil, há cia; iii) os investimentos governamentais para a criação
interpretações muito variáveis de juiz para juiz, tanto de delegações do ICCA, centros de emergência infantil,
em termos do tratamento dado, como para as penas apli- instalação de um Disque Denúncia; iv) a constituição
cadas. Tais vácuos nas normativas induzem a erros ou de uma retaguarda de atendimento na rede de saúde e
omissões no desfecho processual, pese embora o esforço de uma rede de acolhimento institucional e familiar e,
de mobilização da sociedade civil organizada para a res- ainda, v) os investimentos públicos e privados em ações
ponsabilização dos agressores e para que toda a forma de mobilização social, como no caso da associação de
de violência seja considerada uma grave violação aos jornalistas e do setor do turismo.
direitos fundamentais da pessoa, merecendo, portanto, A rede do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança
o devido tratamento pela sociedade e Estado, no sentido e do Adolescente ainda não está formada, apesar de já
da restituição da dignidade ofendida. formalizada pelo ECA, necessitando de impulsos para
Como a proteção dos direitos de crianças e adolescentes a sua consolidação, principalmente quanto à sua inte-
não pode depender de uma maior ou menor sensibilidade gração, evitando o funcionamento isolado, sobreposto e
de cada juiz ou do seu grau de atualização jurídica, há até concorrente com as instituições, de modo a garantir
necessidade de uma revisão legal específica, à semelhan- maior otimização de recursos, agilidade e transparência.
ça da Lei VBG, por exemplo, no sentido de: i) dirimir as As principais disfuncionalidades referem-se à: i)
possibilidades de ambiguidade, definindo de forma ob- centralidade do ICCA na execução dos serviços, em
jetiva os procedimentos e a moldura penal punitiva em detrimento da intersectorialidade e da constituição de
cada caso; ii) introduzir a definição do regime de urgência parcerias interinstitucionais; ii) concentração dos servi-
(24 a 48 horas) no julgamento dos processos envolvendo ços em algumas regiões, dificultando um maior acesso e
crianças e adolescentes; iii) prever a separação imedia- a corresponsabilidade local; iii) baixa priorização dada à
ta da vítima em relação ao agressor; prever medidas infância e adolescência nos programas de saúde sexual e
de atendimento aos agressores sexuais; iv) alargar as reprodutiva; iv) incipiente especialização das instituições
competências do Tribunal de Família e Menores, para e das suas equipas; e v) ausência de um sistema unificado
que se possa ocupar dos processos, dispondo de pessoal de notificação, estatísticas e indicadores.
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especializado em matéria de abuso e exploração sexual 2. MATRIZ DO PLANO DE AÇÃO PARA O COMBATE
de crianças e adolescentes (UNICEF, 2013). DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E
1.5.2. Quadro Político-Institucional ADOLESCENTES
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pacitar agentes públicos para o atendimento a) Estratégias: promover medidas legislativas para
de crianças, adolescentes e famílias em situa- aperfeiçoamento do marco legal sobre abuso
ção de violência sexual; promover a inclusão e exploração sexual de crianças e adolescen-
social de crianças, adolescentes e famílias em tes; reforçar as capacidades institucionais
contexto de violência sexual. dos sistemas de segurança e justiça a fim de
assegurar os meios necessários para a efeti-
b) Linhas de ação: reconfiguração da rede de aten- vidade no julgamento dos crimes de violência
dimento; implementação de um sistema de sexual contra crianças e adolescentes; capaci-
notificação obrigatória nas redes de saúde e tar agentes públicos para procedimentos pro-
de ensino; organização de uma plataforma de cessuais de crimes sexuais contra crianças e
dados, integrada no Observatório da Criança adolescentes.
e do Adolescente; implementação de Disque b) Linhas de ação: formulação de propostas de al-
Denúncia integrado e Nacional; organização terações ou intervenções legislativas; reconfi-
de um programa de atendimento a agresso- guração da tramitação de processos sobre cri-
res sexuais de crianças e adolescentes; de- mes sexuais contra crianças e adolescentes;
senvolvimento de um programa de formação implementação de Gabinetes de Medicina
continuada para as equipas da rede pública Legal; reconhecimento pelo Ministério
de saúde, com foco no atendimento da vio- Público da competência da Polícia Judiciária
lência sexual; desenvolvimento de um pro- para a recolha de depoimentos gravados e
grama de formação continuada para a rede seu uso como prova; incorporação de psicólo-
de acolhimento familiar e institucional; de- gos e assistentes sociais nas equipas dos tri-
senvolvimento de um programa de formação bunais para o acompanhamento do processo
continuada para professores da rede públi- judicial envolvendo crianças e adolescentes;
ca de ensino para prevenção, identificação desenvolvimento de um programa de forma-
e gestão da violência sexual; inserção, com ção continuada para equipas do Conselho de
prioridade, das famílias com crianças e ado- Magistratura sobre abuso e exploração se-
lescentes em situação de violência sexual em xual e proteção de crianças e adolescentes;
desenvolvimento de um programa de forma-
programas públicos de apoio assistencial;
ção continuada para equipas dos Tribunais
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de Protocolos de Compromissos junto a sec- é uma marcação que objetiva a tramitação prio-
tores estratégicos; formação de comunicado- ritária dos processos administrativos associados
res das principais empresas de comunicação às ações do Plano. O selo físico é uma etiqueta
e Média comunitários do país; fortalecimento adesiva numerada, com controlo e distribuição sob
da articulação com a rede ECPAT nacional e a responsabilidade da área governamental a ser
africana. designada, aplicado na capa dos processos, identifi-
cando a condição de prioritário. A versão eletrónica
c) Resultados qualitativos esperados: aumento
do selo permite a marcação no caso de existência
do número de órgãos públicos, organizações
de um sistema de protocolo integrado, no qual são
sociais e privados engajados na implemen-
cadastrados os expedientes administrativos, para
tação do Plano; estabelecimento de meca-
acompanhamento do processo, desde a abertura até
nismos de cooperação internacional e de
ao seu arquivamento.
relações multilaterais no enfrentamento da
violência sexual. A coordenação geral do Plano, a cargo do ICCA,
inclui ainda as atividades de acompanhamento da
3. GESTÃO E SEGUIMENTO DO PLANO
sua implementação. Abrange a necessária retaguarda
O modelo de gestão e monitoramento foi estruturado para que as equipas envolvidas possam alcançar os
segundo uma lógica matricial, contribuindo para o desen- objetivos propostos e desenvolver as ações e atividades
volvimento de uma rede de iniciativas, com fluxos de in- previstas nas datas programadas, com os recursos
formações verticais e transversais entre os responsáveis necessários e com a menor ocorrência possível de
e respetivos setores mobilizados, facilitando o processo obstáculos.
de tomada de decisões.
A coordenação geral contará com coordenadores para
3.1 Gestão do Plano cada eixo do Plano de Ação. Tal estrutura permite espe-
cializar o planeamento e a execução, e também mobili-
A experiência na implementação de Planos Nacionais
zar equipas com tarefas e processos afins, garantindo a
(Planos de Ação Nacionais) tem demonstrado que a ade-
necessária convergência de esforços e recursos em torno
rência política e a priorização de meios e recursos pelos
dos objetivos desse bloco. Na medida em que cada eixo
órgãos executores são tão importantes quanto a consis-
apresenta ações e atividades que implicam fases próprias
tência técnica na execução da ação/atividade. Ressalta-
de implementação, com uma estreita relação temática e
se, portanto, a necessidade de que uma das primeiras
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Em cada eixo, estão previstos responsáveis por ações, vii. Replanear para executar melhor no próximo
que mobilizarão uma equipa de trabalho encarregada da ciclo.
implementação das atividades. Caberá aos responsáveis As reuniões são registadas em ata, sendo anexada a
por cada ação: documentação pertinente. O ciclo encerra-se com o registo
i. Planear a implementação da ação, de forma con- semestral em planos de acompanhamento e preparação
junta, com todos os responsáveis pelas ativi- de relatórios executivos pelos coordenadores, a serem
dades, definindo o processo de trabalho a ser apresentados pelo ICCA em reunião semestral com o
utilizado e os recursos necessários para a sua Comité Pro Criança. A partir do desfecho de cada ciclo,
implementação; inicia-se um novo, com as reuniões por ação/atividade
onde as equipas recebem a reação (feedback) da avaliação
ii. Analisar a possível decomposição dos produtos
e se organizam para a nova etapa.
em componentes menores e mais administrá-
veis; Um sistema de monitoramento informatizado pode
facilitar o registo on-line e produção de informações
iii. Garantir os padrões e prazos para os produtos
sobre o Plano, com agilidade e partilha. Para isso, é
demarcados no Plano;
necessária a construção de uma plataforma tecnológica,
iv. Avaliar, continuamente, a implementação do com um banco ou repositório para abrigar os dados re-
eixo com a equipa envolvida, segundo crité- latados pelos órgãos executores, quanto ao progresso ou
rios de qualidade, tempo e custo; desafios na implementação do Plano. Contudo, mesmo
v. Propor uma reprogramação eventual (de prazo sem a adoção de um sistema informatizado, os produtos
ou de produto) que deve ser previamente co- deverão ficar registados e disponibilizados em meio ele-
municada e acordada com o coordenador te- trónico, bem como nas planificações utilizadas nos ciclos
mático do eixo e Coordenação Geral do Plano. de monitoramento.
Recomenda-se, também, o registo de evidências por
3.2 Seguimento do Plano
meio de imagens, reportagens, vídeos, maquetes, en-
Considerando a complexidade do tema desse Plano de tre outros, anexadas as planificações e relatórios. Tais
Ação, a transversalidade dos seus produtos e a multipli- evidências visam dar uma visão real do andamento dos
cidade dos atores governamentais e não-governamentais projetos e podem ser incluídos em dispositivos de comu-
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envolvidos, o sistema de monitoramento e avaliação do nicação sobre o Plano, junto das comunidades.
Plano deve responder a, pelo menos, três necessidades
O monitoramento semestral do Plano compara, pe-
principais:
riodicamente, os resultados desenvolvidos com o que
1. Medir o progresso ou as dificuldades na imple- foi previsto. Esta avaliação contínua permite que todos
mentação do Plano e o avanço das medidas tenham uma visão clara da implementação do Plano,
de combate à violência sexual de crianças e apontando as iniciativas que exigem atenção adicional.
adolescentes, em Cabo Verde; No caso de desvios significativos, deverão ser feitos os
2. Adotar métricas comuns, qualitativas, quantita- ajustes necessários, o que muitas vezes implicará revisões
tivas e consensuais para indicar os níveis de na planificação. Ressalte-se que alterações em Planos
progresso do Plano; acontecem por vários motivos e não implicam necessa-
riamente consequências negativas, pois é fundamental
3. Tornar público os avanços ou dificuldades na im- que as mudanças sejam administradas e devidamente
plementação do Plano. acordadas, sob o risco de causarem impactos significati-
O modelo de monitoramento indicado é do tipo des- vos nos prazos, custos ou na qualidade da ação/atividade
centralizado e ascendente, partindo do primeiro nível programada.
de seguimento (avaliação da execução da atividade) até Considerando a importância do monitoramento para
o último (avaliação global do Plano de Ação). A partici- a consecução dos objetivos do Plano e sua implementa-
pação de todas as equipas nesse processo é fundamen- ção, os gestores responsáveis pelo monitoramento serão
tal, para garantir a qualidade de execução do Plano, capacitados sobre a metodologia e o uso de ferramentas
fomentar a apropriação de informações estratégicas e de apoio. Estima-se que um dos desafios será o fomento
aumentar o coeficiente de comunicação entre os técnicos de uma cultura organizacional que priorize o hábito do
e gestores. seguimento como ferramenta de gestão, bem como a
O ciclo de monitoramento implica: valorização da intersectorialidade, pelo entendimento
das relações de interdependência entre os componentes
i. Gerar e/ou recolher dados; internos e externos a cada setor.
ii. Fazer os relatórios de progressos e/ou dificuldades; Por último, recomenda-se que o Comité Pro Criança
iii. Produzir a sistematização, cruzamento e/ou promova a inserção de adolescentes no processo de
complementação de dados; avaliação (conforme sinalizado numa das atividades
iv. Avaliar os mecanismos de governança; previstas no Plano, no eixo Mobilização), bem como o
conhecimento público do Plano de Ação e a transparência
v. Publicitar interna e externamente; do processo da sua implementação, o que permitirá uma
vi. Aprender com as lições expressas no monitora- maior mobilização social e comprometimento com seus
mento; objetivos estratégicos.
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fundamentais.
sexual, como o assédio sexual em escolas e co-
Considera-se, ainda, que a análise e a interpretação munidades, a exploração sexual no turismo, o
dos dados produzidos no âmbito do Observatório devem tráfico para exploração sexual, entre outras;
servir de base para a tomada de decisões das autoridades
iii. Respostas dos sistemas de segurança e jus-
responsáveis e dos gestores institucionais e, ao mesmo
tempo, serem utilizadas para a sua ampla difusão na tiça, como no caso da qualidade e eficácia das
sociedade, incluindo o conhecimento pelos seus principais autoridades policiais e judiciárias, para res-
interessados - as crianças, os adolescentes e os seus cuida- ponsabilizar os perpetradores dos crimes se-
dores. Portanto, tal dispositivo pode ser entendido como xuais contra crianças e adolescentes;
um organismo auxiliar para proporcionar uma melhor iv. Análise, adaptação e sistematização das me-
informação à opinião pública e, nesse sentido, reforçar a lhores práticas na área.
democracia e a prática dos direitos humanos.
5. QUADRO OPERACIONAL
Para a consecução de tais objetivos, o Observatório é,
necessariamente, um espaço intersectorial e interdiscipli- As linhas de ação do Plano foram programadas segun-
nar. O desenvolvimento de indicadores, a sensibilização do as atividades necessárias à sua implementação, com
das instituições para o registo rotineiro dos dados, o definição dos responsáveis em cada uma dessas etapas e
fortalecimento dos sistemas de recolha de dados oficiais dos respetivos cronogramas e orçamento para o seu desen-
e a sua sistemática retroalimentação são algumas das volvimento, cuja matriz operacional se encontra em anexo.
recomendações para a sua implementação.
Ao todo, foram previstas 33 ações e 115 atividades:
Muito embora a construção do Observatório tenha sido
recomendada no contexto de formulação das edições ante- Nº de Nº de
Eixos do Plano
riores do Plano de Ação na área (como já referido), mais Ações Atividades
recentemente o Estatuto da Criança e do Adolescente
1. Participação de crianças e 5
legitimou a sua criação, através do artigo 73º, com uma 17
abrangência maior: “O Observatório da Criança e do adolescentes
Adolescente é um mecanismo que se destina a congregar 2. Prevenção 5 17
dados relativos à infância e adolescência, que subsidiem
a ação da Comissão Nacional para os Direitos Humanos 3. Atendimento 11 41
e a Cidadania designadamente na formulação de reco-
mendações relativas à execução da política da infância 4. Responsabilização 7 24
e adolescência.”
5. Mobilização 5 16
Levando em conta esta delimitação, o presente Plano
sinaliza a criação de uma Plataforma de Trabalho temá- TOTAL 33 115
tico, vinculada ao Observatório, contemplando:
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familiar e institucional.
4. Responsabilização • D e s e n v o l v i m e n t o d e u m
programa de formação contínua
para equipas dos tribunais de
justiça. Seguimento do Plano
de Ação de Combate do AES de
crianças e adolescentes.
4. Responsabilização • D e s e n v o l v i m e n t o d e u m
programa de formação contínua
para a rede de acolhimento
familiar e Institucional.
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Orçamento
Instituição Custo total
Eixos Principais ações Planificadas Período estimado por
responsável (2017-2019)
ano
Social
3. Atendimento • Implementação de um sistema
obrigatório nas redes de saúde e
de ensino;
• Organização de um programa de
atendimento a agressores sexuais
de crianças e adolescentes;
• Desenvolvimento de um programa
de formação contínua para as
equipas da rede pública de saúde,
com foco no atendimento da
violência sexual.
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• Reconfiguração da tramitação
de processos sobre crimes
sexuais contra crianças e ado-
lescentes;
• Reconhecimento pelo MP da
competência da PJ para recol-
ha de depoimentos gravados e
seu uso como prova;
• Incorporação de psicólogos e
2 276000 008141
• Desenvolvimento de um pro-
grama de formação contínua
para as equipas do conselho de
Magistratura sobre proteção de
crianças e adolescentes;
• Desenvolvimento de um pro-
grama de formação contínua
para equipas dos tribunais de
justiça, Ministério Público e
policiais sobre o AES, inves-
tigação/instrução do processo
sobre crimes sexuais contra
crianças e adolescentes;
8.700.000$00 27.700.000$00
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I SÉRIE
BOLETIM
O F IC IAL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.
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