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MÓDULO 1

INTRODUÇÃO: ELEMENTOS
CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS
DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS
PSICOATIVAS
EXPEDIENTE
GOVERNO FEDERAL
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA
SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS
E GESTÃO DE ATIVOS

SECRETÁRIO NACIONAL
Luiz Roberto Beggiora

DIRETOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS


E ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL
Clayton da Silva Bezerra

COORDENADOR-GERAL DE INVESTIMENTOS, PROJETOS,


MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Gustavo Camilo Baptista

COORDENADOR DE PLANEJAMENTO, ARTICULAÇÃO,


MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Glauber Vinícius Cunha Gervasio

PLANEJAMENTO
Carlos Timo Brito
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CONTEUDISTAS
José Luiz da Costa
Luíza Nicolau Brandão Caldas
Mônica Paulo de Souza

REVISÃO DE CONTEÚDO
Fernanda Flávia Rios dos Santos
Maria de Fátima de Moura Barros

APOIO
Kathyn Rebeca Rodrigues Lima
Maria Aparecida Alves Dias

BY NC ND

Todo o conteúdo do Curso TraNSPor – Treinamento sobre Novas Substâncias


Psicoativas, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos
(SENAD), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do Governo Federal -
2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não
Comercial- Sem Derivações 4.0 Internacional.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
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labSEAD

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Fabíola de Andrade Borges
Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira
Robner Domenici Esprocati

TÉCNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Dalmo Tsuyoshi Venturieri
Wilton Jose Pimentel Filho
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5

UNIDADE 1 | CONCEITO ATUAL E CONVENÇÕES 6


INTERNACIONAIS SOBRE DROGAS

1.1 Conceito de novas substâncias psicoativas 10

1.2 Convenções internacionais sobre drogas 11

UNIDADE 2 | COMO UMA NOVA DROGA 17


É CONTROLADA INTERNACIONALMENTE
E NO BRASIL

2.1 Abordagens para o controle de NSP 17

2.2 Criação do Grupo de Trabalho sobre novas drogas 23

2.3 Novas substâncias psicoativas e o Sistema 26


Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas (SISNAD)

REFERÊNCIAS 32
MÓDULO 1
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!

Seja bem-vindo ao seu primeiro módulo de estudos!

RA Este módulo foi projetado para trazer o conceito mais bem aceito de
novas substâncias psicoativas (NSP) e a relação deste com o sistema
Enquadre no seu celular
ou tablet o código de
internacional de controle de drogas, assim como a legislação nacional
REALIDADE AUMENTADA em torno do tema. Por fim, tratará a relação do Sistema Nacional de
do aplicativo Zappar Políticas Públicas sobre Drogas e as novas substâncias psicoativas.
para assistir ao vídeo de
apresentação do módulo.
Bons estudos!

OBJETIVOS DO MÓDULO

¤ Descrever o conceito de novas substâncias psicoativas.

¤ Descrever os principais tratados internacionais de


controle de drogas.

¤ Descrever os controles de substâncias nacionais e internacionais.

¤ Identificar e demonstrar a relação entre novas substâncias


psicoativas e o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas (SISNAD).

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
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UNIDADE 1
CONCEITO ATUAL E CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS SOBRE DROGAS

CONTEXTUALIZANDO

Você sabia que as novas substâncias psicoativas (NSP) representam


um novo fenômeno global no mercado de drogas? Nos últimos anos,
a proliferação de NSP no mundo resultou em risco significativo para a
saúde pública, com aumento do abuso e das consequentes admissões
em serviços de emergência hospitalar e até de fatalidades.

Com a ajuda da internet, novas drogas se espalham tão rapidamente,


que as forças policiais e agências reguladoras têm dificuldade em
responder com agilidade quando se trata de identificar e controlar o
uso dessas substâncias. Por conta disso, os policiais e profissionais
de saúde estão engajados em buscar soluções para reagir ao impacto
do uso das novas substâncias psicoativas.

Além disso, em muitos países, a legislação tem se mostrado ina-


dequada para monitorar e controlar a situação, causando um des-
compasso entre a velocidade de proliferação de novas drogas e a
capacidade de atendimento dos sistemas de saúde, uma vez que a
quantidade de novas drogas que surgem é maior do que o tempo
que os profissionais de saúde precisam para compreender o melhor
tratamento em caso de intoxicação.

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Essa falta de controles legais deu às redes do crime
organizado a oportunidade e a margem de manobra para
aumentar sua presença nesse mercado e gerar milhões de
dólares em lucros para suas organizações.

RA Os impactos sociais e econômicos negativos das novas substâncias


psicoativas na comunidade global são significativos, e os desafios
Enquadre no seu celular
ou tablet o código de para as forças policiais, o Judiciário e os formuladores de políticas
REALIDADE AUMENTADA públicas não têm precedentes.
do aplicativo Zappar
para assistir ao vídeo de
animação sobre o mercado
As NSP são encontradas no mercado das drogas de duas formas
das drogas. diferentes (LSS/RAB/DPA/UNODC, 2016), veja:

1. COM O NOME REAL DA SUBSTÂNCIA


Neste caso, o usuário usa determinada substância
intencionalmente.

2. COMO “FALSIFICAÇÕES” DE DROGAS


TRADICIONAIS
Neste caso, o usuário acredita estar usando outra droga.

As NSP também podem ser vendidas misturadas com drogas contro-


ladas ou não, o que pode representar um risco ainda maior à saúde do
usuário. Essas novas drogas já foram, e em alguns países ainda são,
vendidas de forma aberta nas ruas, em lojas, no mercado de drogas
ilícitas ou pela internet. Esta última forma de distribuição oferece
maior agilidade ao comércio de drogas ilícitas.

É importante destacar que o mercado de novas drogas pode ser muito


dinâmico, pois, quando uma substância passa a ser controlada em
um país, os fornecedores podem mudar seu foco de vendas para uma
nova substância não controlada naquele país ou transferir o negócio
para outro país que não controle aquela substância.

A primeira opção só é possível porque os fabricantes de drogas, com


o objetivo de burlar esses controles, podem promover pequenas
modificações na estrutura molecular de substâncias com conhecida
ação psicotrópica, gerando uma nova substância ainda não con-
trolada. Um exemplo que ilustra como surgem NSP a partir dessas
modificações é o caso das catinonas sintéticas.

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¤ O ingrediente ativo catinona da planta khat apresenta efeito
estimulante e é controlado internacionalmente desde 1971.

¤ Com o objetivo de burlar os controles internacionais, foram


feitas algumas modificações na molécula original.

¤ Como os nomes dessas novas substâncias não constavam


nas listas de substâncias de uso proibido, elas não eram
consideradas ilegais.

No Brasil era nítido o dinamismo desse mercado de novas drogas, pois,


tão logo uma substância era proibida, a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA) era notificada da presença de uma nova droga parecida, e,
assim que essa novíssima droga era controlada, outra surgia, e assim
sucessivamente. Os fabricantes pareciam ter substâncias de substituição
prontas para venda antes mesmo de uma substância ser controlada.

Perceba, a seguir, a diferença entre a molécula original da catinona,


controlada em 1971, e as derivações, controladas em agosto de 2016,
março de 2017 e junho de 2017.

ESTRUTURA QUÍMICA

O O
NH2 H
N

Br

Catinona 4-bromometcatinona
Controlada internacionalmente Resolução-RDC nº 103,
desde a Convenção de 1971 de 31 de agosto de 2016

O O
H3C H H
N N

Exemplos de catinonas sintéticas e a data em que se Cl


tornaram de uso proscrito no Brasil.
3-metilmetcatinona 4-clorometcatinona
Resolução-RDC nº 143, Resolução-RDC nº 159,
de 17 de março de 2017 de 2 de junho de 2017

Outro ponto importante a ser contextualizado são os diversos nomes que


foram e ainda são dados às NSP. Se você acompanha as notícias sobre
novas substâncias psicoativas, provavelmente já ouviu alguns destes
termos em inglês: designer drugs, legal highs, herbal highs, research che-
micals, bath salts, failed pharmaceuticals, party pills. Estes e outros termos
serão estudados mais profundamente nos módulos seguintes do curso.

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Foto: © [Casimiro] / Adobe Stock.

Todos esses nomes foram e ainda são usados por causa de determi-
nadas características ou do contexto em que essas substâncias foram
inseridas no mercado.

Mas por que essas substâncias se tornaram drogas de abuso?

FATOR 1 FATOR 2 FATOR 3

As substâncias não eram As semelhanças estruturais Podiam ser ainda mais potentes
controladas ou proibidas. tornavam os efeitos semelhantes do que as drogas tradicionais.
aos de drogas já conhecidas.

Segundo King e Kicman (2011), incialmente, foi por se parecerem


com outras drogas já conhecidas. Todavia, também há outros fatores,
como medicamentos que não chegaram a ser comercializados ou
substâncias que atuam em uma região semelhante às drogas mais
tradicionais, mas a estrutura química é diferente.

RA Ao longo dos anos, outros fatores influenciaram o surgimento de


novas substâncias psicoativas, o que representou a criação de um
Enquadre no seu celular
grupo de compostos bastante heterogêneo, tanto em relação às suas
ou tablet o código de
REALIDADE AUMENTADA estruturas químicas quanto aos seus efeitos. Mas como reunir todas
do aplicativo Zappar para em um conceito único? Foi justamente o fato da ausência de controle
assistir ao vídeo sobre a internacional dessas substâncias que deu origem ao conceito mais
Anvisa e o controle de NSP.
aceito nos dias de hoje.

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PARA FIXAR

As NSP significam um risco para a saúde pública mundial e


um problema para os órgãos de controle, uma vez que essas
substâncias podem ter efeitos nocivos semelhantes ou ainda
mais potentes que os de outras já controladas, mas podem ser
consideradas legais em muitos países enquanto não forem
devidamente incluídas na legislação vigente local ou nos
tratados internacionais.

Aprofunde seus estudos acerca das NSP no tópico a seguir.

1.1 CONCEITO DE NOVAS SUBSTÂNCIAS


PSICOATIVAS

Para continuar os seus estudos neste módulo, cabe destacar a definição


de novas substâncias psicoativas adotada tanto pelo Escritório das Na-
ções Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) quanto pela União Europeia.


Drogas com potencial de abuso, na forma pura ou em
preparações (misturas), que não são controladas nos
termos da Convenção Única sobre Entorpecentes de 1961
ou pela Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971,
mas que podem constituir uma ameaça à saúde pública.

(UNODC, 2013)

Nesse contexto, o termo “novas” não se refere necessariamente às subs-


tâncias criadas ou sintetizadas nos últimos anos, mas sim às substâncias
que foram introduzidas recentemente no mercado para uso abusivo.

Ainda sobre as atividades do UNODC, existem cinco áreas de atuação.


Uma delas consiste em apoiar a implementação de uma abordagem
equilibrada, abrangente e baseada em evidências para o problema
mundial das drogas que atenda tanto à oferta quanto à demanda
(UNODC, 2019, tradução nossa). As principais formas de atuação do
UNODC nessa área são:

¤ Ajudando os Estados-membros a implementar os três


principais tratados internacionais de controle de drogas e a
desenvolver políticas consistentes com eles.

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¤ Analisando e relatando dados sobre as tendências do tráfico
de drogas, incluindo prisões, apreensões, preço e pureza das
drogas ilícitas, para aumentar o conhecimento e promover
programas que sejam baseados em evidências.

SAIBA MAIS

Conheça mais sobre o Escritório das Nações Unidas sobre


Drogas e Crime, disponível em: https://www.unodc.org/
unodc/en/about-unodc/index.html, e o Escritório de
Ligação e Parceria no Brasil, disponível em: https://www.
unodc.org/lpo-brazil/pt/sobre-unodc/index.html.

1.2 CONVENÇÕES INTERNACIONAIS


SOBRE DROGAS

O conceito de NSP está diretamente relacionado ao controle inter-


nacional de drogas. Existem três tratados das Nações Unidas que
juntos formam o sistema internacional de controle de drogas em
nível global. São eles:

Convenção Única sobre Convenção Contra o


Convenção sobre
Entorpecentes, de 1961, Tráfico Ilícito de Drogas
Substâncias
conforme emendada pelo Narcóticas e Substâncias
Psicotrópicas, de 1971.
Protocolo de 1972. Psicotrópicas, de 1988.

RA As três convenções são complementares. A principal proposta das


Enquadre no seu celular
duas primeiras é sistematizar as medidas de controle internacional,
ou tablet o código de com o objetivo de assegurar a disponibilidade de substâncias psi-
REALIDADE AUMENTADA coativas para uso médico e científico, e prevenir sua distribuição
do aplicativo Zappar
por meios ilícitos. Elas também incluem medidas gerais sobre o
para assistir ao vídeo de
animação sobre NSP e as tráfico e o abuso de drogas.
Convenções das Nações
Unidas.

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A seguir, entenda um pouco mais sobre os objetivos fundamentais
dos tratados internacionais de controle de drogas. Confira:

Podcast transcrito
Um dos objetivos fundamentais dos tratados
internacionais de controle de drogas é garantir o uso
de entorpecentes e substâncias psicotrópicas para fins
médicos e científicos. Como exemplos de substâncias
que estão nas Convenções de 1961 e 1971, temos as
substâncias fentanil e clonazepam, respectivamente.
O fentanil é um poderoso opioide sintético usado como
analgésico e anestésico. É aproximadamente cinquenta a
cem vezes mais potente que a morfina.

Várias formulações contendo fentanil estão na Lista de


Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da
Saúde por serem considerados medicamentos eficazes e
seguros para responder às necessidades de um sistema
de saúde. Já o clonazepam é um benzodiazepínico
normalmente prescrito para transtornos psiquiátricos,
como transtorno do pânico e fobia social.

Portanto, ambas as substâncias têm o seu lugar bem


estabelecido na medicina e devem ter seu uso assegurado
para esse fim. No entanto, também são reconhecidos o
seu uso abusivo e o seu potencial de causar dependência
química. Por isso, essas substâncias são controladas
internacionalmente.

Na legislação brasileira, o fentanil está relacionado na


Lista A1. Você já ouviu falar dessa lista? Essa é a lista de
substâncias entorpecentes. Já o clonazepam está na Lista
B1, que é referente a substâncias psicotrópicas (sujeitas a
notificação de receita B).

Ambas as listas constam na Portaria do Ministério da


Saúde nº 344, de 12 de maio de 1998, republicada no Diário
Oficial da União em 1999, e atualizada pelas Resoluções da
Diretoria Colegiada da ANVISA. Isso significa que não são
substâncias de uso proibido, mas há um controle da sua
venda no país, realizado pelo órgão de vigilância sanitária.

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Veja a seguir alguns exemplos desses medicamentos contendo as
substâncias fentanil e clonazepam, controladas internacionalmente.

Fotos: ©[Plural.jor.] / Plural Curitiba; © [Bruno R.B S.] /


As Convenções de 1961 e 1971 classificam as substâncias controladas
Adobe Stock; © [Sherry Young] / Adobe Stock.
em quatro listas ou tabelas, de acordo com seu valor terapêutico
percebido e seu potencial risco de abuso. Incluídas em um anexo à
Convenção de 1988, estão duas tabelas listando precursores quí-
micos, reagentes e solventes, os quais são frequentemente usados
na fabricação ilícita de entorpecentes e substâncias psicotrópicas.

A Convenção de 1988 também reforçou significativamente a obri-


gação dos países de estabelecer infrações penais para combater
todos os aspectos da produção, posse e tráfico ilícitos de substâncias
psicoativas (SOUZA; CALDAS; ZACCA, 2019). Os quadros a seguir
trazem um resumo das listas contidas nos anexos das Convenções
de 1961 e 1971.

Confira um quadro explicativo sobre as listas da Convenção de 1961:

Exemplos de
Listas Potencial efeito nocivo Grau de controle
substâncias listadas

Substâncias com Muito rígido; “as drogas na Cannabis e seus


propriedades viciantes, Lista I estão sujeitas a todas derivados, cocaína,

I. apresentando um sério
risco de abuso.
as medidas de controle
aplicáveis às drogas sob esta
fentanil, carfentanil,
heroína, metadona,
Convenção” (art. 2.1) morfina, ópio.

Substâncias Menos rígido. Codeína,

II.
normalmente utilizadas dihidrocodeína,
para fins médicos e com propiram.
menor risco de abuso.

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Preparações de Brando, de acordo com a Preparações de codeína,
substâncias listadas Organização Mundial de dihidrocodeína,
III. na Lista II, bem como Saúde, essas preparações não propiram.
preparações de cocaína. apresentam risco de abuso.

As substâncias mais Muito rígido, levando a uma Heroína, carfentanil.


perigosas, já elencadas proibição total de "produção,
na Lista I, que são fabricação, exportação e
particularmente importação, comércio, posse

IV. nocivas e de valor


médico ou terapêutico
ou uso de qualquer droga,
exceto para quantidades que
extremamente limitado. possam ser necessárias para a
pesquisa médica e científica"
(art. 2.5.b)

Detalhes sobre as listas em que as substâncias


entorpecentes foram classificadas na Convenção de 1961.
Fonte: Adaptado de EMCDDA (2021). Veja também um quadro explicativo sobre as listas da Convenção
de 1971:

Exemplos de
Listas Potencial efeito nocivo Grau de controle
substâncias listadas

Substâncias que Muito rígido; o uso é proibido, LSD, MDMA (ecstasy),


apresentam alto risco de exceto para fins científicos ou mescalina, psilocibina,
abuso, representando médicos limitados. tetrahidrocanabinol.

I.
uma ameaça
particularmente séria
para a saúde pública, com
muito pouco ou nenhum
valor terapêutico.

Substâncias que Menos rígido. Anfetaminas e


apresentam risco de estimulantes do tipo
abuso, representando anfetamina.

II. uma séria ameaça à


saúde pública, com valor
terapêutico baixo ou
moderado.

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Substâncias que Essas substâncias estão Barbitúricos,
apresentam risco de disponíveis para fins médicos. incluindo amobarbital,
abuso, representando buprenorfina.

III. uma séria ameaça à


saúde pública, com valor
terapêutico moderado ou
alto.

Substâncias que Essas substâncias estão Tranquilizantes,


apresentam risco de disponíveis para fins médicos. analgésicos, narcóticos,
abuso, representando incluindo alobarbital,

IV. uma pequena ameaça à


saúde pública com alto
diazepam, lorazepam,
clonazepam,
valor terapêutico. fenobarbital,
temazepam.

Quadro explicativo sobre as listas em que as substâncias


psicotrópicas foram classificadas na Convenção de 1971.
Veja um exemplo da lista de substâncias controladas pela Convenção
Fonte: Adaptado de EMCDDA (2021).
de 1971 fazendo download do PDF, disponível em: https://undocs.
org/ST/CND/1/Add.2/Rev.7

Nos últimos anos, devido ao surgimento crescente de novas subs-


tâncias psicoativas, houve um grande esforço para que fossem
promovidas mudanças nas listas das Convenções de 1961 e 1971.

Quando há a revisão dessas listas, os Estados signatários das Con-


venções atualizam suas legislações nacionais. Esses tratados contam
com uma ampla adesão no mundo, o que dá grande relevância a
essas mudanças. Embora seja previsto nos textos das próprias
Convenções o procedimento de revisão das listas, elas não con-
seguem acompanhar o constante aparecimento de NSP. Por isso é
tão importante o controle nacional de novas drogas.

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Entenda mais sobre a remoção da Cannabis da lista IV da Convenção
de 1961 com a explicação a seguir.

Podcast transcrito
Em dezembro de 2020, os 53 Estados-membros da
Comissão de Entorpecentes das Nações Unidas (CND),
órgão central de formulação de políticas de drogas da
ONU, votaram para remover a Cannabis da lista IV, na qual
constava por 59 anos, e à qual se aplicam as medidas de
controle mais restritivas, que geralmente desencorajam seu
uso para fins medicinais.

Com 27 votos a favor, 25 contra e uma abstenção,


a CND abriu a porta para o reconhecimento do potencial
medicinal e terapêutico da droga, embora seu uso para
fins não médicos e não científicos continue a ser ilegal.
De acordo com reportagens, a decisão pode conduzir
pesquisas científicas adicionais sobre as propriedades
medicinais da planta.

Relembre, agora, a definição de NSP e os dados que são controlados


pelas Convenções de 1961 e 1971.

PARA FIXAR

As NSP são definidas como drogas cujo uso não é controlado


pelas Convenções de 1961 e 1971, mas que podem constituir
uma ameaça à saúde pública. A ideia das Convenções é
controlar o uso de substâncias psicoativas de forma que
seja garantido o uso médico e científico de forma segura.
Os anexos das Convenções de 1961 e 1971 trazem 4 grupos de
substâncias (I, II, III e IV), com diferentes níveis de controle,
sendo considerados para a inclusão em cada grupo:
o potencial efeito nocivo, em especial o risco de abuso,
e o valor médico ou terapêutico dessas substâncias.

Siga para a próxima unidade e continue seus estudos.

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UNIDADE 2
COMO UMA NOVA DROGA É
CONTROLADA INTERNACIONALMENTE E
NO BRASIL

CONTEXTUALIZANDO

Na unidade anterior, você viu como ocorre o controle global de subs-


tâncias e a sua importância para a atualização do arcabouço legal dos
países. Nesta unidade, você entenderá como os diversos países abordam
as temáticas apresentadas, principalmente as questões relativas ao
registro e controle de substâncias entorpecentes e psicotrópicas.

Você perceberá que a maioria dos países utiliza um sistema de listagem


nominal para controlar as substâncias entorpecentes ou psicotrópicas.
No entanto, colocar uma substância potencialmente prejudicial sob
controle legal pode ser um processo demorado, que muitas vezes re-
quer a coleta de evidências, uma revisão científica dos danos e outras
consultas. Isso significa que há um lapso temporal desde a entrada de
uma nova substância no mercado até a implementação do controle
legal. A escassez de dados sobre essas novas drogas contribui para
a demora nesse processo. Os fabricantes de NSP frequentemente
exploram esse intervalo de tempo desenvolvendo e comercializando
substâncias alternativas para contornar os controles estabelecidos.

2.1 ABORDAGENS PARA O CONTROLE DE NSP

Em geral, os países afetados por um número limitado de novas


substâncias psicoativas costumam controlar substância por subs-
tância, ou seja, o controle ocorre individualmente em uma listagem
nominal. Confira:

| PAÍSES AFETADOS POR NÚMERO LIMITADO


DE SUBSTÂNCIAS

Forma de controle: listagem nominal

O processo de inclusão de uma substância na lista nominal


acontece por meio de:

Longos processos Controles


legislativos temporários

Procedimentos
rápidos

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Assim, em alguns casos, a inclusão de uma substância na lista no-
minal ocorre por meio de longos processos legislativos ou através de
procedimentos rápidos e/ou de controles temporários. As proibições
temporárias permitem a introdução de controles por tempo limitado de
uma nova droga para proteger a saúde pública de substâncias poten-
cialmente prejudiciais até que evidências científicas suficientes para
informar as decisões de controles permanentes estejam disponíveis.

Os países afetados por um grande número de NSP recorreram a


medidas que vão além do controle nominal, aplicando, por exemplo,
controles genéricos ou por substâncias análogas. Veja:

| PAÍSES AFETADOS POR GRANDE NÚMERO DE NSP

Forma de controle: listagem nominal

Além da listagem nominal, também temos:

Controle Análogo Abordagem por


Efeitos
Substâncias
quimicamente Substâncias
semelhantes a um controladas com
medicamento já base no efeito
controlado. que causam
no cérebro.
Controle Genérico

Grupos inteiro
de substâncias,
com base nas
suas estruturas
químicas.

Essas medidas permitem o controle de NSP quimicamente semelhantes


a um medicamento já controlado, chamado de controle por análogos,
ou de grupos inteiros de NSP, tendo como base estruturas químicas
genéricas, através do controle genérico, sem a necessidade de se
referir a cada substância individualmente na legislação. Também há
a abordagem por efeitos, na qual as substâncias são controladas com
base no efeito que causam no cérebro, e não por meio da listagem de
substâncias específicas ou do uso de definições de classes.

No Brasil, na tentativa de acompanhar o crescente aparecimento


dessas novas drogas, a forma de controle apenas por listagem no-
minal precisou ser alterada com a inclusão do controle por classes
estruturais, o controle genérico (ANVISA, 2017). Ao utilizar esses
sistemas complementares, medidas de controle de drogas previstas
no âmbito do sistema de listagem nominal são estendidas ao grupo
definido de substâncias do controle genérico.

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2.1.1 LISTA NOMINAL DE SUBSTÂNCIAS

Seguindo o modelo das convenções internacionais de controle de


drogas, as substâncias são controladas nominalmente após terem
seus riscos avaliados. Elas são frequentemente inseridas nominal-
mente em tabelas e listas que as classificam com base em seu uso
médico, seu potencial relativo de abuso e sua probabilidade de causar
dependência quando usadas abusivamente. Cada lista está sujeita a
um sistema de controle e restrições. Exemplos dessa abordagem para
controlar NSP são o controle nominal de benzilpiperazina na Nova
Zelândia, em 2008 (SHERIDAN, 2007), e o controle de mefedrona no
Brasil, em 2011 (AMBRÓSIO, 2012), duas substâncias que se tornaram
controladas internacionalmente apenas em 2015, quando foram
inseridas na Convenção de 1971 (UNODC, 2015).

VANTAGENS

As substâncias controladas são nominalmente


especificadas. Seu enquadramento na legislação
vigente é mais fácil.

Esta abordagem parece ser suficiente em países onde o


número de novas substâncias psicoativas identificadas
é limitado e onde a disseminação de NSP no mercado de
drogas não é previsível em um futuro próximo.

LIMITAÇÕES

Em muitos sistemas de controle de drogas, dados científicos


e resultados de experiências com seres humanos são
necessários para avaliar os riscos à saúde associados a uma
substância antes de decidir sobre seu escopo de controle.
No caso de muitas NSP, esses dados não estão disponíveis,
dificultando a justificativa para os controles legais.

O processo legislativo associado à inclusão de novas


substâncias sob a legislação de controle de drogas é muitas
vezes demorado, havendo um grande lapso temporal entre
o momento em que uma nova droga perigosa surge no
mercado e os controles são introduzidos, colocando em risco
a saúde dos usuários.

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E você sabe como são as listas nominais de controle de substâncias
no Brasil? A seguir, conheça mais sobre a lei que determina esse
controle em nosso país.

Lei nº 11.343/2006

Art. 66

Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º


desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da
lista mencionada no preceito, denominam-se drogas
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS nº 344,
de 12 de maio de 1998.

A Portaria SVS/MS nº 344/1998 aprova o Regulamento Técnico sobre


substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Assim como
nas Convenções de 1961 e 1971, as substâncias e plantas sujeitas a
controle especial no Brasil estão organizadas em listas que podem
ser encontradas no Anexo I dessa portaria. Conheça:

CONTROLADAS PROIBIDAS

A1 - ENTORPECENTES E - PLANTAS PROSCRITAS QUE


C2 - RETINOICAS
(Sujeitas a Notificação de Receita “A”) PODEM ORIGINAR SUBSTÂNCIAS
(Sujeitas a Notificação de Receita Especial)
ENTORPECENTES E/OU
PSICOTRÓPICAS
A2 - ENTORPECENTES PERMITIDOS
EM CONCENTRAÇÕES ESPECIAIS
C3 - IMUNOSSUPRESSORAS
(Sujeitas a Notificação de Receita “A”)
(Sujeitas a Notificação de Receita Especial) F1 - ENTORPECENTES PROSCRITAS

A3 - PSICOTRÓPICAS F2 - PSICOTRÓPICAS PROSCRITAS


(Sujeitas a Notificação de Receita “A”)
C5 - ANABOLIZANTES
(Sujeitas a Receita de Controle
Especial em 2 vias)
F3 - PRECURSORAS PROSCRITAS
B1 - PSICOTRÓPICAS
(Sujeitas a Notificação de Receita “B”) D1 - PRECURSORES DE
ENTORPECENTES E/OU F4 - OUTRAS SUBSTÂNCIAS
PSICOTRÓPICOS PROSCRITAS
(Sujeitas a controle do Ministério da
B2 - PSICOTRÓPICAS ANOREXÍGENAS Justiça e Segurança Pública)
(Sujeitas a Notificação de Receita “B2”)

D2 - INSUMOS QUÍMICOS
UTILIZADOS PARA FABRICAÇÃO
C1 - OUTRAS SUBSTÂNCIAS
E SÍNTESE DE ENTORPECENTES
SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL
E/OU PSICOTRÓPICOS
(Sujeitas a Notificação de Receita
(Sujeitas a controle do Ministério
Especial em 2 vias)
da Justiça e Segurança Pública)

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
20
Ao todo, são 16 listas, organizadas de acordo com o valor terapêutico
e potencial de uso abusivo das substâncias elencadas: A1, A2, A3, B1,
B2, C1, C2, C3, C5, D1, D2, E, F1, F2, F3 e F4.

SAIBA MAIS

Conheça a Lista de substâncias sujeitas a controle


especial no Brasil descritas na Portaria 344/98, disponível
em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/
medicamentos/controlados/lista-substancias

A seguir, veja como ocorre o controle genérico de NSP.

2.1.2 CONTROLES GENÉRICOS DE SUBSTÂNCIAS

Os controles genéricos complementam as listas nominais de subs-


tâncias controladas, proibindo de uma só vez grupos de substâncias
(que incluem um grande número de NSP) e/ou antecipando controles
sobre novas substâncias que possam surgir. Os controles genéricos
têm como alvo a estrutura molecular central, que por si só não precisa
ser psicoativa, sendo detalhadas, pela legislação, as aceitáveis varia-
ções particulares na estrutura, especialmente grupos substituintes
em posições específicas na molécula.

A linguagem genérica vai além dos termos isômeros, ésteres, éteres


e sais, e se refere, por exemplo, a subgrupos específicos de NSP,
como naftoilindóis e benzoilindóis, que são exemplos de estruturas
de canabinoides sintéticos, sendo indicadas as substituições que
estão sob controle.

VANTAGENS

Em países afetados pela proliferação de um grande


número de NSP, esta abordagem permitiu o controle de
grandes grupos de substâncias presentes no mercado sem
a necessidade de listá-los nominalmente. Além disso,
também permitiu a introdução de legislação "à prova de
futuro", por estar um passo à frente dos fabricantes de
drogas, controlando antecipadamente as substâncias que
ainda não surgiram no mercado.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
21
A abordagem genérica parece viável para grupos pequenos
e simples de NSP porque o número de compostos
potenciais é limitado.

LIMITAÇÕES

Controlar substâncias com um esqueleto muito maior é um


desafio devido às possibilidades de diversificação.

Ao introduzir controles genéricos, deve-se considerar que nem


todas as modificações em partes da estrutura de um composto
controlado garantirão necessariamente que o composto
permaneça farmacologicamente ativo e deva ser controlado.

Na ausência de definições rigorosas de agrupamento de


compostos e/ou na inclusão de exceções específicas sobre
medicamentos e substâncias usadas para pesquisa,
as substâncias que não deveriam ser controladas devido
ao uso industrial, científico e médico legítimo podem cair
involuntariamente dentro dos controles genéricos.

A aplicação da legislação genérica pode ser um desafio,


visto que, em muitos casos, as autoridades responsáveis
pela aplicação da lei enfrentam dificuldades em
identificar as substâncias controladas por meio de uma
abordagem genérica.

Veja a seguir um exemplo de controle genérico presente na legislação


brasileira: a classe estrutural das catinonas sintéticas, e uma subs-
tância que se enquadra na referida classe (4-F-alfa-PHP).

ESTRUTURA QUÍMICA

O
O 2
R
R4 N
1 N 3
1 2

R
2 H
3

R
1 H2C 3
F
R5

H3 C
Fonte: Adaptado de ANVISA (2019).

Estrutura genérica para 4-F-alpha-PHP


catinonas sintéticas

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
22
2.2 CRIAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO SOBRE
NOVAS DROGAS

Conforme vimos anteriormente, no Brasil, são consideradas drogas


as substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob
controle especial constantes nas listas do Anexo I da Portaria SVS/
MS nº 344/1998, conforme a Lei nº 11.343/2006, art. 1º, § único e art.
66. As listas são atualizadas com frequência, por meio de Resolução
de Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA.

Entenda mais sobre o procedimento para atualização das listas da


Portaria SVS/MS nº 344/1998.

Podcast transcrito
O procedimento de atualização das listas pode ter início a
partir de solicitação de entidades nacionais, como órgãos
policiais, Ministério Público, órgãos legislativos, a Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) do Ministério
da Justiça e Segurança Pública, ou internacionais, como
a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes
(JIFE) da Organização das Nações Unidas e o Comitê de
Especialistas sobre Dependência de Drogas da Organização
Mundial de Saúde. Além disso, a ANVISA pode dar início ao
procedimento por iniciativa própria, a partir do registro de
novos medicamentos ou ainda com base em informações
veiculadas pela mídia ou após identificar risco potencial de
alguma substância.

Com o crescente surgimento de novas substâncias psicoativas no


Brasil, foi necessário buscar melhores estratégias e otimizar o pro-
cesso de controle de novas drogas.

Em uma iniciativa inédita na América Latina, foi criado um


Grupo de Trabalho com o objetivo de discutir e aperfeiçoar
o modelo regulatório para a classificação e controle de
substâncias. O Grupo de Trabalho para Classificação de
Substâncias Controladas foi instituído no âmbito da
ANVISA (2017), com a participação do Ministério da Justiça
e Segurança Pública, o qual é representado pela Polícia
Federal (PF/MJSP), pela Secretaria Nacional de Segurança
Pública (SENASP/MJSP) e pela Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas (SENAD/MJSP).

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
23
Veja os órgãos que integram o Grupo de Trabalho para otimizar a
forma de classificação e controle de substâncias.

Grupo de Trabalho Interministerial


(Portaria 898/2015)
Otimizar a forma de classificação
e controle de substâncias

Forense
jurídica e
Regulação política sobre
em saúde drogas

Ministério da Saúde: Ministério da Justiça e Segurança Pública:


ANVISA Polícia Federal (PF)
Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP)
Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD)

Entre as atividades desenvolvidas pelo grupo desde 2015, estão:

1. Avaliação e proposição de classificação de substâncias.

2. Monitoramento e consulta a sistemas de alerta prévio de


notificações de aparecimento de drogas de organismos
internacionais e estrangeiros.

3. Subsídios para controle internacional de substâncias.

4. Comunicação rápida de NSP.

5. Realização de reuniões técnicas, simpósios, conferências e


outros eventos nacionais e internacionais.

6. Promoção de debates a respeito do conceito de “drogas”


disposto na Lei nº 11.343/2006.

Entre os principais avanços obtidos após o surgimento do grupo estão


a adoção de um sistema genérico de classificação de substâncias e
maior celeridade na análise e controle nominal de novas substâncias.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
24
ANVISA ÓRGÃOS DE DETECÇÃO

A ANVISA faz a análise e a classificação das Ministério da Justiça e Segurança Pública,


novas substâncias psicoativas detectadas Secretarias de Segurança Pública estaduais,
pelos órgãos de detecção. Polícia Civil e Polícia Federal são exemplos de
órgãos que realizam a detecção de NSP.

Fotos: © [AGPhotography] / Adobe Stock;


© [foton1601] / Adobe Stock.
O Grupo de Trabalho sobre novas drogas é um esforço conjunto de
vários órgãos que atuam diretamente e contribuem para a execução
da Política Nacional sobre Drogas. A iniciativa se insere no Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), pois introduz
novas abordagens na política nacional, sempre tendo como objetivo a
preocupação com a saúde e o bem-estar da comunidade e das pessoas.

PARA FIXAR

Mundialmente têm sido utilizadas diversas formas de controle


de substâncias. No Brasil, as duas formas adotadas são:
a listagem nominal e o controle genérico de substâncias,
cada uma possui vantagens e limitações no processo de
identificação e controle das NSP. Para melhorar as estratégias
e otimizar o processo de controle de novas drogas, em 2015,
a ANVISA criou o Grupo de Trabalho para Classificação
de Substâncias Controladas, que conta também com
representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
25
2.3 NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E O
SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOBRE DROGAS (SISNAD)

A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, já mencionada anteriormente,


também conhecida como Lei das Drogas, é o principal normativo legal
brasileiro na área de drogas. Essa lei, entre outras coisas, instituiu
o SISNAD.

Lei nº 11.343
Art. 3º

O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar


e coordenar as atividades relacionadas com:

I. a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção


social de usuários e dependentes de drogas;

II. a repressão da produção não autorizada e do


tráfico ilícito de drogas.

§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de


princípios, regras, critérios e recursos materiais e
humanos que envolvem as políticas, planos, programas,
ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele,
por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre
Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único


de Saúde – SUS, e com o Sistema Único de Assistência
Social – SUAS.

Por ter como finalidade articular, integrar, organizar e coordenar as


atividades relacionadas com a repressão da produção não autorizada
e do tráfico ilícito de drogas, o SISNAD tem um papel importante
no combate às NSP. Ao mesmo tempo, é um sistema pautado na
proteção dos direitos humanos e, portanto, prescreve medidas de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
e dependentes de drogas, atuação relevante também quando o as-
sunto são novas drogas.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
26
Prevenção contra as
drogas e o alcoolismo

Você pode vencer o


vício e o SUAS (Sistema
Único de Assistência
Social) pode te ajudar na
sua atitude.

O SISNAD tem como órgão superior o Conselho Nacional de Políticas


sobre Drogas (CONAD) e está organizado de modo a assegurar a orien-
tação central e a execução descentralizada das atividades vinculadas
à Política Nacional sobre Drogas (PNAD), envolvendo diversos atores
na esfera federal, estadual e municipal por atuar de forma transversal
entre as políticas públicas dos órgãos (BRASIL, 2021).

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
27
Vários órgãos integram o SISNAD, atuando diretamente ou contri-
buindo para a execução da Política Nacional sobre Drogas (PNAD).
Veja, abaixo, os principais componentes do SISNAD, no âmbito federal;
todavia, cabe destacar que esta não é uma representação exaustiva.

Ministério da Justiça
e Segurança Pública

Ministério da Mulher,
Ministério da Cidadania da Família e dos Direitos Humanos

Órgãos que
integram
o SISNAD
Ministério da Saúde Órgãos da Segurança Pública
Polícia Federal
Polícia Rodoviária Federal
SENASP

ANVISA

Veja, a seguir, as atividades realizadas por cada integrante do SISNAD.

¥ Ministério da Justiça e Segurança Pública

O Ministério da Justiça e Segurança Pública é responsável pela articulação


da política de drogas e o combate ao tráfico de drogas e crimes conexos.
Também é responsável pela gestão dos bens apreendidos em razão do
tráfico de drogas e por promover capacitação e pesquisa.

¥ Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos faz a


coordenação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
e também é responsável pela prevenção ao uso de entorpecentes e
drogas afins por crianças e adolescentes, assim como a ressocialização
e proteção dos dependentes químicos.

¥ Órgãos da Segurança Pública

Os órgãos da Segurança Pública são responsáveis pelas investigações


e operações policiais, pela apreensão de drogas e bens oriundos do
tráfico e pela normatização de substâncias precursoras, ou seja,
substâncias que são usadas para a fabricação e síntese de drogas.

¥ ANVISA

A ANVISA regulamenta, registra, autoriza e monitora o uso de


medicamentos controlados, e também estabelece a lista de
substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
substâncias de controle especial.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
28
¥ Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde é responsável pelos Centros de Atenção


Psicossocial, pelas Unidades de Pronto Atendimento e pelas Unidades
Básicas de Saúde. Proporciona o tratamento para pessoas com
transtornos decorrentes do uso, abuso e dependência de drogas e é
idealizador do Programa Consultório na Rua.

¥ Ministério da Cidadania

O Ministério da Cidadania é responsável pelo Observatório Brasileiro


de Informações sobre Drogas, pela prevenção e pelo cuidado realizado
em Comunidades Terapêuticas. Além disso, é responsável pelos
Centros de Referência Especializados de Assistência Social.

Qualquer resolução eficaz do fenômeno das NSP exige uma abordagem


integrada dentro do SISNAD. Destacam-se as seguintes ações do
sistema para a diminuição na proliferação das NSP:

Inovações na legislação com a participação de diferentes órgãos,


medida já adotada após o surgimento do Grupo
de Trabalho sobre novas drogas.

Campanhas de informação sobre novas drogas e maior


coordenação e cooperação entre diferentes atores (operadores do
Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), do Sistema Único de
Saúde (SUS), Judiciário e população em geral), visando o bem-estar
da população brasileira.

Promoção e fortalecimento da capacidade dos laboratórios de


análise de drogas e de exames toxicológicos, pois desempenham
um papel crucial em um Sistema de Alerta Rápido.

Desenvolvimento de plataformas de detecção de NSP nacional


(Sistema de Alerta Rápido), baseadas nas já existentes, como as
do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência
e do UNODC, que poderiam ser utilizadas e expandidas para
uma partilha valiosa de informações e conhecimentos.

O treinamento do pessoal de saúde deve ser considerado


fator primordial na luta contra a disseminação das NSP e
suas terríveis consequências.

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Os órgãos que lidam com as consequências das NSP necessitam29
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
de apoio para sustentar seus esforços na batalha.
suas terríveis consequências.

Os órgãos que lidam com as consequências das NSP necessitam


de apoio para sustentar seus esforços na batalha.

Incentivo à cooperação internacional em torno do tema.

Somente a colaboração ajudará os formuladores de políticas a diminuir


a proliferação de NSP em todo o mundo.

Agora, retome a seguir os principais pontos deste módulo:

Nos últimos anos, a proliferação de NSP no mundo resultou


em risco significativo para a saúde pública.

Essas substâncias não controladas se tornaram drogas de


abuso por possuírem efeitos semelhantes aos de drogas já
conhecidas, podendo, inclusive, ser ainda mais potentes do
que as drogas tradicionais.

Existem três tratados das Nações Unidas que juntos


formam o sistema internacional de controle de drogas
em nível global.

¤ A Convenção Única sobre Entorpecentes, de 1961,


conforme emendada pelo Protocolo de 1972.

¤ A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas,


de 1971.

¤ A Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Drogas


Narcóticas e Substâncias Psicotrópicas, de 1988.

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO: ELEMENTOS CONTEXTUAIS E CONCEITUAIS DAS NOVAS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
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Um dos objetivos fundamentais dos tratados internacionais
de controle de drogas é garantir o uso de entorpecentes e
substâncias psicotrópicas para fins médicos e científicos.

Conceito de NSP: drogas com potencial de abuso, na


forma pura ou em preparações (misturas), que não são
controladas nos termos da Convenção de 1961 ou pela
Convenção de 1971.

A Convenção de 1988 reforçou a obrigação dos países


de estabelecer infrações penais para combater todos
os aspectos da produção, posse e tráfico ilícitos de
substâncias psicoativas.

Existem duas formas principais de controle de NSP no Brasil:


a listagem nominal e o controle genérico de substâncias.

O Grupo de Trabalho para Classificação de Substâncias


Controladas foi criado em 2015, no Brasil, com o objetivo
de otimizar o processo de controle de novas drogas.

Você finalizou este módulo, siga adiante e continue seus estudos!

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REFERÊNCIAS

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ANVISA. Relatório de atividades 2017/2018: Grupo de trabalho para


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BRASIL. Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema


Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve me-
didas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão
à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
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REALIZAÇÃO

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