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Resumo: Abstract:
A proposta em questão nasce de experiências tecidas no This proposal comes from experiences accomplished in
campo da Educação Escolar Indígena, com o Povo Pataxó the Indigenous Education field, with Pataxó People from
do Território Indígena Kaí-Pequi, no estado da Bahia. O the Kai-Pequi Indian Territory, in Bahia state. This study
estudo se apresenta a partir das experiências realizadas is presented from experiments conducted with Pataxó
com o Povo Pataxó, no período de 2006 a 2011. O mes- People from 2006 to 2011. This study aims to think over
mo objetiva refletir acerca das experiências de formação the experiences of that ethnic group on the intercultural
deste grupo étnico nos caminhos de interculturalidade and self-sustaining ways conducted in the construction
e autossustentação, tecidos na construção da escola in- of the indigenous differentiated Pataxó School. Briefly,
dígena diferenciada Pataxó. Em síntese, o que se reflete what is reflected with that contexture are building efforts
com esta tessitura são esforços de construção da edu- of indigenous education that is still marginally, and poor
cação escolar indígena que ainda é tratada de maneira managed in Brazilian educational system; there is an at-
marginal e menor no sistema educativo brasileiro; sendo tempt of implementing a differentiated indigenous edu-
que há, por parte das comunidades, a tentativa de imple- cation by the communities that is biased in dialogues
mentação de uma educação escolar indígena diferencia- with their societal projects and interculturality and self-
da em que esteja enviesada em diálogos com seus proje- -sustaining. In that understanding, efforts of a differen-
tos societários de interculturalidade e autosustentação. tiated indigenous education is noticed immobilization in
Neste entendimento, se percebe por parte das comuni- which indigenous education is submitted.
dades os esforços de uma educação escolar indígena di- Keywords: Interculturality; self-sustaining; Indigenous
ferenciada, mesmo diante de tantos engessamentos em Pataxó Education.
que a educação escolar indígena está submetida.
Palavras-Chave: Interculturalidade; Autosustentação;
Educação Escolar Indígena Pataxó
1
Mestrando em Educação no Núcleo de Pós-graduação em Educação-
NPGED da Universidade Federal de Sergipe- UFS, linha de pesquisa
“Formação de Educadores: saberes e competências.
E-mail: paulodetassiosilva@yahoo.com
100 DIFERENÇA, INTERCULTURALIDADE E AUTOSUSTENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA PATAXÓ
1975, p. 05). Outros relatos, acerca dos Pataxó, são regis- início da colonização do Extremo Sul baiano, “[...] região,
trados na historiografia indígena brasileira nas primeiras assim resguardada [em que] retardou por alguns séculos
décadas do século XIX. Um é o relato do engenheiro civil o contato dos povos Macro-jê dos sertões do leste com
Wilhem C. Feldner, em 1813 ao encontrar na vila do Pra- as frentes pioneiras, inclusive os bandeirantes paulistas,
do, fundada em 1764, na então chamada política pomba- devassadores das matas” (VALLE, 2000, p. 68).
lina, criada com o objetivo de proteger a estrada da beira
mar dos inúmeros índios que se refugiavam no sertão Em sua tese de doutorado, Cláudia Neto do Valle (2000, p.
do Monte Pascoal, capitania de Porto Seguro, um grupo 69) coloca que em 1808 a população de Trancoso, Juacema,
de Maxacali, onde consegue obter dados a partir de in- Caraíva, Kaí e Cumuruxatiba era remanescente Tupiniquim
formantes Maxacali, quanto aos ritos de enterramento e e considerada como aliada, sendo que os Pataxó co-existam
maneiras de viver. O segundo é datado de 1816, quando e convivam pela praia “atrevidos e valente”, “sem domicílio
o Príncipe Maximiliam de Wied encontra os Pataxó. Eis certo, vivendo de pesca, caça e furtos”, mostrando a recusa
alguns relatos etnográficos apresentados pelo viajante: em fazer contato com as frentes de expansão. É importan-
te destacar que a partir de 1808, com a chegada da família
No aspecto externo, os Patachós assemelham-
Real no Brasil, os Pataxó foram “caçados” e espoliados em
-se aos Puris e aos Machacaris, com a diferença
nome do “desenvolvimento”, impondo a ideia de abrir o li-
de que são mais altos que os primeiros; como os
últimos, não desfiguram rostos, usando os ca-
toral para os portos e evitar a invasão de Napoleão.
belos naturalmente soltos, apenas cortados no
pescoço e na testa, embora alguns rapem toda Durante o Império, aos índios do nordeste foram conce-
a cabeça e deixem um pequeno tufo adiante e didas verbas para o fornecimento de ferramentas e di-
outro atrás. Há os que furam o lábio inferior e a versas honrarias aos diretores de índios nas províncias,
orelha, metendo um pequeno pedaço de bam- restando aos índios à exploração, onde muitos abando-
bu na abertura. Eram tribos Patachós, da qual naram suas terras, se passando por livres, sem que pu-
eu não tinha visto nenhuma até então, e haviam dessem identificar sua condição de índios, se juntando
chegado poucos dias antes das florestas, para aos bandos que andavam pelas fazendas em busca de
as plantações. Entraram na vila completamente um lugar para se fixar (RIBEIRO, 1986, p. 52-56).
nus, sopesando armas, e foram imediatamente
envolvidos por um magote de gente, traziam
Em meio ao intenso processo de conflitos e negociações,
para vender grandes bolas de ceras, tendo nós
em 1860, o governador da província da Bahia determina
conseguido uma porção de arcos e flechas em
o agrupamento forçado de toda a população indígena da
troca de lenços vermelhos (WIED, 1989, p. 214).
região, num lugar próximo à foz do Rio Corumbau, onde
Além dos aspectos físicos relatados por Wied (1989), o em 1861 é instituindo um aldeamento pelo Cônego Ig-
mesmo descreve uma cena de negociação entre os Pa- nácio de Souza Meneses, Vigário Capitular, aos cuidados
taxó e os moradores da Vila do Prado em 1810, sendo da Ordem Franciscana dos Capuchinhos, que seria no
possível observar desde esta data o escambo Pataxó e as mesmo território do aldeamento Bom Jardim de Monte
relações com os colonos da Vila. Pasqual; “[...] que existe pelo menos desde 1815- 1817,
onde para lá foram arregimentados não apenas Pataxó,
mas outros grupos que resistiam ao processo de coloni-
Os Pataxó e o Aldeamento do Belo Jardim zação como os Botocudo, Aymoré, Tupiniquim, Kamakã,
Meniã e Massajai, aldeamento que veio depois a se cha-
Para os Povos Indígenas a chegada da Família Real, em mar atual Barra Velha” (TEMPESTA & SOTTO-MAIOR, 2005,
1808 marca um período de hostilidade e violência, sen- p. 11-12). É importante salientar que sendo a grande
do declarada a “guerra justa” aos botocudos de Minas Ge- maioria da etnia Pataxó, o cotidiano da aldeia era mar-
rais, Espírito Santo e Bahia, decretando-se a escravidão cado e legitimado por esta, levando as demais etnias a
temporária para os índios do Brasil. Marcando assim o adotarem as práticas e vivências Pataxó.
102 DIFERENÇA, INTERCULTURALIDADE E AUTOSUSTENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA PATAXÓ
É neste sentido, que o “fogo de 1951” é considerado Os Pataxó do Território Kaí- Pequi
como a diáspora Pataxó. O mesmo acontece em meio à
sobreposição do Parque Nacional do Monte Pascoal ao O Território Kaí- Pequi se encontra em fase de estudo. Al-
Território Pataxó e à intriga causada por dois homens, gumas famílias são oriundas da “Diáspora Pataxó de 1951”
supostamente do SPI, onde a história não registra os e outras da própria Vila de Cumuruxatiba, local sempre ha-
nomes, apenas suas apresentações como engenheiro e bitado pelos Pataxó, Tupinikim e outras etnias. A presença
tenente, sendo ambos os funcionários do governo que Pataxó na Vila do Prado pode ser evidenciada na carta de
num contexto marcado por injustiças incentivaram os ín- Carlos Fraser, proprietário de uma Fazenda Caledônia, na
dios da Aldeia de Barra Velha a saquearem um armazém Vila do Prado que relata, em 1811, ao governador da Capi-
de comércio em Corumbau e na Barra do Kaí e cortar a tania da Bahia a presença Pataxó em sua fazenda:
linha de telégrafo. É neste momento que é desencadea-
E com ânimo de estimular-lhes a sair do mato
da uma verdadeira chacina pela polícia militar do Prado
em maior número eu lhes correspondi com
e Porto Seguro, juntamente com capangas de fazendas
toda demonstração de amizade possível com
vizinhas por mais de 3 décadas. No livro “Barra Velha: o gente de cuja língua nenhuma palavra enten-
último refúgio”, Oliveira relata que: dia, pois eram da nação Pataxó, que é a mais nu-
merosa e guerreira de todo o Brasil, depois dos
Dentro das casas os índios se jogavam no chão.
Botocudos (FRASER, 1811).
As balas batiam como tochas de fogo, arrancan-
do o reboco das paredes e partindo as tabui-
nhas dos telhados. Logo depois, começaram a
O Povo Pataxó do Território Kaí-Pequi vive imemorial-
ouvir tiros vindo do outro lado também e com- mente numa região (Cumuruxatiba, Corumbau e Caraíva)
preenderam que estavam cercados...os índios que conseguiu, até certo ponto, lhe dar uma proteção;
presos iam sendo amarrados com as mãos para uma região geograficamente estratégica que se tornou
trás [enquanto] uma imensa fila de índios amar- um refúgio aos massacres a que foram submetidos até
Paulo de Tássio Borges da Silva 103
meados dos anos 70 do século passado. Atualmente gradativamente, até que a língua indígena fosse excluída
Cumuruxatiba, Corumbau e Caraíva se apresentam como do currículo escolar. Este modelo é adotado a partir da
grandes pólos de desenvolvimento turístico, atraindo re- criação do Serviço de Proteção ao Índio- SPI em 1910 e
des de hotéis e resorts que nem sempre caminham com que posteriormente se estende à política de ensino da
a qualidade e melhoria de vida para as populações nati- Fundação Nacional do Índio- FUNAI, sua sucessora, com
vas do lugar. Pelo contrário, tais empreendimentos não a articulação do Summer Institute of Linguistics- SIL e
raro, vêm contribuindo para pressioná-los ainda mais outras missões religiosas.
aos processos integradores. No Território estão localiza-
das as aldeias: Tiba, Pequi, Matwrẽbá, Kaí, Alegria Nova, O segundo paradigma de educação escolar indígena que
Monte Dourado, Craveiro, Tawá, Corumbalzinho, Águas surge na sociedade brasileira no final da década de 1960,
Belas, Aldeia Nova e a Aldeia Urbana Cumuru Pataxó re- é o “Paradigma Emancipatório”; construído pelo movi-
cém reivindicada pelos (as) Pataxó que vivem na Vila de mento indígena e organizações não governamentais in-
Cumuru. Convivem neste espaço com os impactos da es- digenistas, destacando entre elas: Conselho Indigenista
peculação turística da região, os conflitos com a Unidade Missionário- CIMI, Centro de Trabalho Indigenista- CTI,
de Conservação (UC) do Parque Nacional do Descobri- Comissão Pró-Índio, entre outras. O paradigma emanci-
mento (PND) e fazendeiros. patório nasce a partir da organização da sociedade civil-
-indígena em oposição ao paradigma assimilacionista,
tendo como modelo o “Enriquecimento Cultural e Lin-
Breve Análise Histórica da Educação Escolar güístico”, que busca uma proficiência nas línguas ances-
Indígena no Brasil trais, o avanço dos estudos na área da lingüística, o res-
peito às crenças, aos saberes e práxis culturais indígenas.
Nas comunidades indígenas, o processo de desenvolvi-
mento e expressão, os modos de viverem suas culturas e Sendo a escola um aparelho da sociedade ocidental, faz-
de transmitirem seus conhecimentos às novas gerações -se necessário refletir que tal instituição tem um formato
foram denominados de “Educação Indígena” (MELIÁ, e cultura própria. Neste sentido, a escola será escola em
1979). Diferentemente da Educação Escolar Indígena qualquer contexto, seja ele urbano, no campo, na aldeia
que perpassa a inserção da escola dentro das aldeias. e no quilombo. Nesta perspectiva, há de se concordar
com Maria Aparecida Bergamaschi (2008) em que diz:
Segundo Terezinha Machado Maher (2006) a educação
É desafiador colocar sob controle uma instituição
escolar indígena no Brasil pode ser dividida em dois
que reproduz relações capitalistas (individuali-
paradigmas. O primeiro, denominado “Paradigma Assi-
zação, competição, hierarquização, seleção dos
milacionista”, onde se intenciona educar o índio para a melhores, relações verticais entre os sujeitos) e
negação de sua identidade e abdicação de sua língua, de torná-la adequada a culturas que vivem e pre-
suas crenças e de seus padrões culturais. Podendo este tendem continuar vivendo de acordo com outras
ser classificado em dois modelos: o de “submersão” e o racionalidades (BERGAMASCHI, 2008, p. 96).
de “transição”. O modelo de submersão se caracteriza-
ria pela retirada das crianças indígenas de suas aldeias A categoria escola indígena no Brasil foi criada com o Pa-
para internatos catequéticos, iniciado no Brasil colônia, recer 14/99 do Conselho Nacional de Educação. A com-
quando a escolarização dos índios era de responsabili- preensão dos espaços-tempos em que esta se realiza, a
dade dos religiosos da Igreja Católica, em particular aos escola indígena, não pode ser entendida como um esta-
jesuítas. No modelo de transição, as crianças não seriam belecimento de ensino localizado nas aldeias, localidades
mais retiradas de suas aldeias, mas as escolas se inserem em que vivem comunidades indígenas. Do ponto de vista
nas comunidades indígenas, utilizando de suas línguas sócio antropológico sua concepção extrapola os espaços
nas séries iniciais, onde a criança seria alfabetizada em e os tempos institucionalizados, visto que sua concepção
sua língua materna para depois se acessar o português inclui a vida comunitária e seus processos de produção
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As conquistas legais obtidas pelos povos indíge- Um enfoque que afeta a educação em todas as
nas na luta pelo direito a uma educação escolar suas dimensões, favorecendo uma dinâmica
diferenciada são muito recentes, podendo-se de crítica e autocrítica, valorizando a interação
destacar: A partir da Constituição Federal de e comunicação recíprocas, entre os diferentes
1988, resultou um detalhamento de leis que sujeitos e grupos culturais. A interculturalidade
anunciam e encaminham possibilidades para orienta processos que têm por base o reconheci-
uma escola indígena específica, diferenciada, mento do direito à diferença e a luta contra todas
intercultural e bilíngüe, reconhecendo o direito as formas de discriminação e desigualdades so-
106 DIFERENÇA, INTERCULTURALIDADE E AUTOSUSTENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA PATAXÓ
escolar diferenciada”. Entre o significado da escola como goria de conservação, baseada num ecologismo radical,
produto histórico do Ocidente – como instituição desti- não permite a presença de seres humanos nestas áreas,
nada, entre outras coisas, também a “vigiar e punir” - e o que inviabiliza a produção cultural material e imaterial
o interesse dos povos indígenas pela escrita, pela cultu- Pataxó, ferindo a Constituição Federal em seus artigos
ra universal, pela tecnologia e mesmo pela escola, deve 231 e 232 que legisla em favor de populações indígenas,
estar o espaço para a criação de novos perfis e sentidos quilombolas e demais povos tradicionais na produção
para esta instituição, gerados por seu processamento in- de sua cultura material e imaterial.
telectual e social em contextos indígenas.
Somando-se a falta de infra-estrutura física, está a ausên-
cia de alguns serviços, tais como: energia elétrica que leva
A Educação Escolar Indígena Pataxó todo ano a desistência de educandos (as) da Educação de
Jovens e Adultos- EJA; uma política de transporte eficiente
A educação escolar indígena no Território Kaí-Pequi é e de qualidade para os (as) educandos (as), pois, os carros
constituída com as escolas: Escola Estadual Indígena Ki- vão para aldeias em situação precária, ficando meses e se-
jetxawê Zabelê, Escola Estadual Indígena de Bom Jesus e manas parados por falta de combustível ou por alguma
Escola Estadual Indígena de Corumbauzinho. As escolas peça quebrada, não proporcionando o transporte dos (as)
atendem 11 aldeias, tendo suas salas nucleadas nas mes- educandos (as) que estudam noutras aldeias.
mas. As escolas tem indígenas na maioria do seu quadro
docente, com exceção da Escola Estadual Bom Jesus, que Ao lado de todas as problemáticas citadas acima, está o
oferece a modalidade de Ensino Médio, tendo em seu rigidez do sistema educativo brasileiro, frente modalida-
quadro, 2 (dois) professores não-indígenas. des educativas que necessitam de olhares diferenciados;
com seus técnicos pouco informados e sensíveis a cola-
A formação iniciada dos (as) professores tem se dado no borar na efetivação da educação escolar indígena. As es-
curso Nível Médio do Magistério Indígena, oferecido pela colas possuem colegiados escolares e comissões executi-
Secretaria Estadual de Educação e em Nível Superior com vas, o que levariam a ter autonomia na gestão financeira
as Licenciaturas Interculturais pela Universidade Federal das escolas. Ledo engano, as comissões ficam a margem
de Minas Gerais-UFMG, Universidade do Estado da Bahia- das decisões, sendo as licitações e compras realizadas por
-UNEB e o Instituto Federal da Bahia-IFBA; além das licen- técnicos das Diretorias Regionais de Ensino- Direc’s, que
ciaturas, há aqueles (as) que acessam os cursos superiores não apresentam de forma clara cotações e balancetes. O
ditos não interculturais pela cota dos 5% em algumas uni- que se pode prever, é que as necessidades das escolas
versidades e outros (as) que estudam pelos cursos à distân- de cada comunidade não são atendidas e nem mesmo
cia, sendo este o mais procurado e acessado. A formação o ensino diferenciado, intercultural e bilíngue respeitado
continuada é feita pela Secretaria de Educação do Estado, e garantido, uma vez que se engessa a educação escolar
no Instituto Anísio Teixeira, onde os (as) professores (as) se indígena nos mesmos sistemas de gestão e avaliação da
deslocam para Salvador, não contemplando nestas forma- educação não-indígena.
ções toda a equipe docente das comunidades.
Nesta esteira há de se concordar com o professor Wilmar
No que se refere à estrutura das escolas, as mesmas se da Rocha D’Angelis (2006, p. 160), quando o mesmo le-
apresentam com grande precariedade, construídas de vanta-se contra a “ditadura da escola”, dizendo que: “[...]
pau a pique e muitas vezes cobertas de lona. Em se tra- o que temos conseguido são escolas mais, ou menos, in-
tando de infra-estrutura física, a Escola Estadual Indígena dianizadas (em alguns casos, mais indigenizadas do que
Kijetxawê Zabelê, que abrange 6 (seis) aldeias a situação indianizadas)”. Desta forma, há de se refletir que:
é mais crítica. Uma vez que tais aldeias tiveram seu Terri-
[...] as escolas indígenas estão em grande des-
tório sobreposto por uma Unidade de Conservação Per-
compasso com as necessidades das comunida-
manente: o Parque Nacional do Descobrimento. Tal cate-
des em que se encontram e que, em todos esses
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