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Revisão de literatura

Miopatia de captura em espécies selvagens –


Uma revisão
Myopathy capture in wild species - A review
Saulo Tinoco de Lannes – Aluno do curso de Graduação de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Av. Alberto
Lamego, 2000 - Campos dos Goytacazes, RJ. e-mail: stlannes@yahoo.com.br
Ana Carolina Queiroz Lima – Aluna do curso de Graduação de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Luiz Antônio Eckhardt de Pontes – Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal – UENF
Leonardo Serafim da Silveira – Professor Doutor - Laboratório de Sanidade Animal – UENF
Felipp da Silveira Ferreira – Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal – UENF

Lannes ST, Lima ACQ, Pontes LAE, Silveira LS, Ferreira FS. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação
2010; 8(24); 169-176.

Resumo

A miopatia de captura é uma síndrome produzida no processo de contenção, manuseio e transporte


de animais selvagens em que o estresse envolvido é a principal causa. Altos níveis de estresse em um
animal selvagem podem gerar uma série de alterações fisiológicas como a prolongada utilização do
metabolismo anaeróbico, produzindo grande quantidade de ácido lático, acidose metabólica severa,
necrose muscular secundária. Para evitar a ocorrência dessa enfermidade, o melhor é a prevenção,
respeitando metodologias estudadas e revisadas que diminuem o impacto da contenção sobre os
animais, além de fármacos e vitaminas que podem ser utilizados com esse fim. Podem ser utilizados
ainda, métodos de contenção a partir de substâncias químicas, como a xilazina e algumas drogas neu-
rolépticas. O presente trabalho foi realizado com o intuito de esclarecer, a respeito de miopatia de cap-
tura, como essa ocorre, o mecanismo de alterações fisiológicas produzidas, as causas, como minimizar
seus efeitos e como preveni-la visando um melhor desempenho da clínica, manejo e preservação de
animais selvagens. Para tanto, realizou-se um cuidadoso estudo acerca desse assunto.

Palavras-chave: Miopatia de captura, estresse, animais selvagens

Abstract

Capture myopathy is a condition produced in the process of containment, handling and transporta-
tion of wildlife, where the stress involved is the main cause. High levels of stress in a wild animal can
generate a series of physiological changes such as prolonged use of anaerobic metabolism, producing
large quantities of lactic acid, acidosis, and severe secondary muscle necrosis. To prevent these dise-
ases, the best prevention is the compliance methodologies studied and revised to reduce the impact
of contention on these animals, as well as drugs and vitamins that can be used for this purpose. It can
also be used, methods of restraint from chemicals, such as xylazine and some neuroleptic drugs. This
work was carried out in order to clarify as to capture myopathy occurs, the mechanism of physiologi-
cal changes produced, causes, and mitigate the effects and how to prevent it aimed at improving the
performance of clinical management and preservation of wildlife. To this end, we carried out a careful
study on this subject.

Keywords: Capture myopathy, stress, and wildlife

169 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2010;8(24);169-176.
Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

Introdução Acredita-se que a utilização das informações possa corro-


borar na rotina clínica e em atuações em prol da preservação
A “síndrome do estresse” é um fenômeno que ocorre a da vida selvagem, principalmente alertando para a necessi-
partir da chamada “reação de alarme”, descrita inicialmente dade de que métodos alternativos possam ser desenvolvidos
na década de 30, por Hans Seyle. À época, o termo stress alu- para a contenção dessas espécies e/ou que as técnicas atuais
dia uma solicitação excessiva do sistema nervoso central (1). possam ser empregadas com mais zelo, afim de que se redu-
Na atualidade, considera-se o estresse como uma resposta zam os danos causados a esses animais.
resultante da interação do animal com o ambiente em que Para a realização desta revisão foram coletados dados
vive, naturalmente ou ao qual é artificialmente submetido em presentes na literatura especializada, seja em artigos científi-
cativeiro, e pode ser um fenômeno adaptativo. Dessa forma, cos ou livros, realizando assim, uma revisão literária do tema
um animal que encontra-se em estado de estresse, possui seu com o intuito de se apresentar o maior número de dados a
estado hemostático ou de equilíbrio fisiológico comprometi- respeito.
do. Assim sendo, as diversas reações do corpo para reverter
estas alterações é denominado resposta ao estresse (1). Revisão de literatura
A miopatia por captura é uma enfermidade induzida por Quando um animal passa por um período de estresse pro-
estresse, que pode ser desencadeada no momento da captura, longado, este pode desenvolver um quadro de miopatia de
transporte e/ou manuseio de animais selvagens. A patoge- captura, podendo esta se apresentar das seguintes formas (3):
nia se dá através do uso do metabolismo anaeróbio e con- 1. Hiperaguda: é o quadro em que a morte ocorre den-
sequente atividade muscular intensa, causando um acúmulo tro de poucos minutos devido a uma falha do sistema
de ácido lático, severa acidose metabólica e necrose muscular cardiovascular (3).
secundária (2). 2. Aguda: é uma forma menos grave que a primeira.
O estresse, potencial agente desencadeador do processo Nesse caso pode haver ruptura muscular e os animais
de miopatia de captura, é um fenômeno adaptativo que tem podem permanecer parados, porém com quadros de
por objetivo aliviar a ameaça percebida e manter o estado de ataxia. Geralmente, nessa fase, a morte ocorre em um
equilíbrio no organismo. O equilíbrio se desfaz quando o es- período de 24 a 48 horas (3).
tímulo é muito intenso ou excessivamente prolongado, o que 3. Subaguda: Essa forma é caracterizada por um quadro
pode afetar as funções fisiológicas, exercendo efeitos negati- de acidose metabólica, responsável por lesões muscu-
vos no crescimento, metabolismo, circulação, reprodução e lares e renais. Nessa forma, os animais normalmente
resposta imunológica (3) permanecem caídos com flexão do pescoço para trás.
Os agentes estressores são classificados como somáticos A morte pode ocorrer dentro de poucos dias (3).
(quando atuam diretamente sobre o corpo do animal; como 4. Crônica: Diferentemente das demais, nesse caso os
frio, calor, pressão, ruídos, imagens e odores estranhos), psi- animais podem sobreviver durante dias ou meses, até
cológicos (como apreensão, ansiedade, medo, terror, fúria e evoluírem ao óbito subitamente por um colapso car-
frustração) e comportamentais (como superpopulação, hie- díaco (3). Outros importantes mecanismos que o in-
rarquia e falta de contato social), sendo a contenção física duzem ao óbito são as alterações no eixo hipotálamo-
uma das maiores etiologias de agentes estressantes em ani- hipófise-adrenal, causando um aumento das adrenais
mais selvagens (4). e, consequentemente, dos glicocorticoides, reduzindo
Através do aumento da necessidade de se manejar os a imunidade do animal e tornando-o mais susceptí-
animais selvagens na rotina clínica, assim como a necessi- vel a enfermidades. Esses esteroides induzem, ainda,
dade do manejo para a realização de rastreamento e moni- uma neutrofilia, lise e marginalização de linfócitos T,
toramento de animais selvagens em vida livre (objetivando de monócitos e eosinófilos, diminuem a proliferação
a preservação e estudo a respeito do comportamento destas de células linfoides, além de afetar a ação de células
espécies), necessidade de controles parasitários e epidemio- CD4+ e Natural Killer. Os parâmetros hematológicos
lógicos, ensaios experimentais, entre outras razões, torna-se podem se encontrar alterados, com aumento da he-
evidente a necessidade de obtenção de um maior número de moglobinometria e do hematócrito, aumento da con-
informações a respeito em uma literatura especializada na centração sérica de catecolaminas e corticosteroides,
biologia dessas espécies, afim de que possam ser evitados da- redução das proteínas totais e desidratação. Por fim,
nos a tais espécies envolvidas, muitas das vezes ameaçadas pode haver, ainda, o aumento de produtos e enzimas
de extinção (5). hepáticas, indicativos de lesões no fígado em decor-
Uma vez que a miopatia de captura vem se mostrando rência do estresse crônico (6).
como um obstáculo ao manuseio seguro de espécies da fauna Dentre as espécies acometidas, a miopatia de captura
selvagem, esta revisão objetiva esclarecer as condições para está normalmente associada com mamíferos selvagens, en-
a ocorrência dessa síndrome nessas espécies, assim como os tretanto, ultimamente tem sido muito relatada em aves mi-
fatores que podem favorecer a sua ocorrência, os processos gratórias, como o Grou-canadense (Grus canadensis tabida) e
fisiológicos envolvidos, a atuação dos hormônios participa- o Sisão (Tetrax tetrax), devido à necessidade da realização
tivos e caracterizar os achados macro e microscópicos dos da contenção física para a colocação de rádios transmisso-
órgãos acometidos. res (7,8).

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Após serem soltas, essas aves apresentam certo grau de de aquário, como os elasmobrânquios (tubarões e arraias).
dificuldade para voar e ficar em pé, não se afastado muito do A miopatia por estresse nesses animais se dá principalmente
local da contenção e morrendo alguns dias depois. De acordo em três momentos: durante a captura, o manejo inadequado e
com a literatura, durante a necrópsia dessas aves, os múscu- a super população, muitas vezes observada quando um gran-
los das pernas apresentam-se pálidos, e com uma suave tex- de número de animais é forçado a viver em aquários que não
tura friável. Microscopicamente, esses músculos apresentam suportam essa quantidade de animais (14).
fragmentação miofibrilar, perda da estriação, eosinofilia, per- De acordo com a literatura, ainda em relação aos elas-
da dos núcleos e necrose (7,8). mobrânquios, onze fatores devem ser considerados duran-
No caso do Tetrax tetrax, esse apresentou um infiltrado de te a captura e transporte desses animais: a sociobiologia e
células mononucleares, sugerindo que esta espécie é suscep- ecologia; captura; atividade física; imobilização e anestesia;
tível a miopatia de captura (7). respiração anaeróbia e acidez sanguínea; elevação e queda
A miopatia por estresse nessas aves pode ocorrer devido de glicemia; ventilação, circulação e respiração; produtos
ao método como se realiza sua contenção física. Nesse caso, de excreção; relaxamento e recuperação; e período de acli-
suas pernas são imobilizadas em uma posição de flexão, o matação. Dentre esses fatores, três destacam-se e devem ser
que faz com que estes animais, para se desvencilharem, reali- observados com maior ênfase para que ocorra uma melhor
zem um grande esforço físico, dificultando o fluxo sangüíneo adaptação e maior longevidade dos elasmobrânquios, são
e gerando quadros de hipóxia (7,8). eles: sociobiologia e ecologia, atividade física e período de
Outro estudo foi realizado em marrecos selvagens (Anas adaptação (14).
platyrhynchos). Nestes animais a concentração sérica da enzi- Os elasmobrânquios, quando trazidos à embarcação,
ma Creatino Quinase (CK) foi avaliada. Esta enzima é muito apresentam paralisia muscular associada à falta de coorde-
sensível a danos musculares, enquanto a Aspartato amino- nação e aumento da frequência respiratória. Durante a ne-
transferase (AST), outra enzima avaliada no estudo, é um crópsia observam-se lesões na musculatura, configuradas por
indicador de danos hepáticos. Após a manipulação destes hemorragias e edemas. Essas alterações na musculatura são
animais foram colhidas amostras de sangue e as taxas dessas ocasionadas pela elevação do potássio devido à acidose me-
enzimas apresentavam-se alteradas, apresentando valores tabólica que ocorre por ocasião do exercício induzido pelo
característicos de uma miopatia, sendo (inicio = 1.352 U/li- estresse. A morte dos animais ocorre devido a uma profunda
tro; depois = 1,212) e AST (inicio= 101 UI/litro; depois = 95) acidose metabólica, que causa fibrilação cardíaca e colapso
(9,10). circulatório14.
Especificamente nas aves consideradas animais de pro- Os efeitos de uma exaustão simpática devido ao estresse
dução, a miopatia de captura pode ser constatada em perus, prolongado, combinada com um intenso esforço muscular
no Colorado (EUA), onde sessenta animais submetidos à ar- são os fatores que levam a tal miopatia de captura. Ela está
madilhagem, manipulação e transporte, apresentaram esta associada às causas de mortes súbitas, inclusive, em tubarões
miopatia, que por sua vez, reduziu o valor comercial da car- capturados para o estudo em cativeiro (14).
ne (11). Portanto, pode-se inferir que quanto menos habituado
Assim como para as aves descritas acima, foram realiza- ao manejo humano o animal está, maior a chance de ocorrer
dos estudos a respeito dos processos fisiológicos que ocor- morte súbita por miopatia por estresse de captura, em qual-
rem na miopatia de captura em cabras de montés (Capra quer espécie considerada da fauna silvestre (15).
pyrenaica)9 e em carneiros selvagens (Ovis canadensis nelsoni) Entretanto, miopatia de captura pode ocorrer também em
(12). animais domésticos como bovinos, equídeos, canídeos e ovi-
Esses últimos, capturados no deserto de Mojave, perto nos através de uma fisiopatogenia semelhante a que ocorre
das montanhas de Kelso, Califórnia, Estados Unidos da Amé- em animais selvagens. Processos fisiopatológicos semelhan-
rica (EUA). Nesses animais, fora estudada sua gasometria, tes à miopatia de captura são conhecidos em equinos (rab-
onde os valores obtidos demonstraram uma severa acidose domiólise do esforço) e suínos (hipertermia maligna). Em ru-
metabólica (déficit de base, 23 mEq/litro), não havendo evi- minantes domésticos, descrevem-se miopatias relacionadas
dência de acidose respiratória. Os valores das catecolaminas com deficiências em vitamina E e selênio, semelhantes, do
encotravam-se aumentados denotando estresse fisiológico ponto de vista clínico-patológico, daquela observada na mio-
adrenérgico, esse, determinante para a ocorrência da miopa- patia de captura (16).
tia de captura. A realização do mesmo estudo em carneiros
1. Mecanismos neuroendócrinos envolvidos
domésticos denotou baixos níveis de estresse, mostrando a
maior suscetibilidade dos animais selvagens a esse tipo de Em condições normais o trabalho muscular ocorre na pre-
lesão (12). sença de glicose e oxigênio para gerar energia, sendo o dió-
De acordo com a literatura, em cervídeos, pode ser utiliza- xido de carbono um dos produtos deste trabalho. Esse, por
da, ainda, para o diagnóstico de miopatia, a medição da Lac- sua vez, é removido do organismo. Entretanto, em situações
tato desidrogenase sérica (LDH), outro importante marcador em que os músculos trabalham de maneira excessiva, utili-
de lesão muscular (13). zando oxigênio mais rápido do que o sangue pode ofertar
A miopatia de captura pode ocorrer, também, em ani- aos tecidos, cria-se uma deficiência de oxigênio, o que gera o
mais marinhos, sendo descrita principalmente em animais acúmulo de dióxido de carbono no músculo, gerando conse-

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Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

quentemente ácido lático. Esse acaba por causar dano celular sistema colinérgico, que leva a estase venosa, hipóxia tecidu-
com a liberação do conteúdo das células musculares, como al e necrose do tecido muscular (16).
por exemplo, a mioglobina tóxica ao organismo, produzindo Outros fatores são a dissipação do calor gerado pela pró-
necroses na musculatura esquelética, e até mesmo na muscu- pria atividade muscular durante e após o exercício, assim
latura cardíaca, chegando a gerar uma simetria dos compar- como a drenagem do ácido láctico para o fígado, compro-
timentos cardíacos (3). metido pela estase sanguínea. A acidose tecidual junto com
O sistema nervoso simpático (SNS) é responsável pela o calor acumulado e não dissipado, são importantes no pro-
manutenção do tônus plexo vascular. A ativação/estimula- cesso de necrose do tecido muscular. Uma vez lesadas, as fi-
ção do SNS desencadeia uma vasoconstrição, enquanto sua bras musculares liberam para o meio extracelular, grandes
inibição leva à vasodilatação. Situações que esgotam o SNS, quantidades de mioglobina (pigmento respiratório responsá-
como ocorrem em condições de estresse severos, podem vel pelo transporte de oxigênio nos miócitos). A mioglobina
provocar vasodilatação sistêmica acompanhada de hipoten- é extremamente tóxica para as células epiteliais dos túbulos
são arterial, queda de fluxo de sangue ao sistema músculo- contorcidos proximais do rim (16).
esquelético, estase sanguínea venocapilar, colapso e morte Por fim, O potássio é outro componente celular que extra-
(16). vasa a partir das células musculares necrosadas, que em cir-
Em situações adversas como a descrita anteriormente, cunstâncias de hipercalemia, pode causar fibrilação e falência
ocorre a liberação do hormônio liberador de corticotropina aguda do coração (16).
(CRH) a partir do núcleo paraventricular do hipotálamo e do
2. Outros mecanismos envolvidos
núcleo central da amídala inicia os componentes da resposta
ao estresse. Esse ativa o ramo simpático do sistema nervoso As condições térmicas no momento da contenção podem
autônomo (SNA). A ação do CRH sobre a medula adrenal representar uma grande contribuição para a ocorrência da
libera catecolaminas como a adrenalina e a noradrenalina, miopatia de captura, ou seja, se estiver muito quente pode
e a ativação dos neurônios simpáticos pós-ganglionares haver maior predisposição a sua ocorrência, como foi consta-
liberam noradrenalina, sendo esse o eixo simpático-adre- tado em porcos selvagens (3).
nomedular. Os efeitos que são gerados no eixo hipofisário- A hipoxemia é outra complicação comumente observada
adrenocortical ocorrem devido ao CRH também agir sobre a durante a imobilização química de ruminantes selvagens.
adenohipófise, liberando corticotropina ou hormônio adre- Cabe destacar que a hipoxemia é a baixa concentração de oxi-
nocorticotrópico (ACTH), cujo efeito sobre o córtex da adre- gênio no sangue arterial, diferente de hipóxia, que é a baixa
nal é causar a liberação de glicocorticoides (cortisol). Esses disponibilidade de oxigênio para determinado órgão e o que
últimos exercem um mecanismo de feedback negativo para o pode ocorrer mesmo na presença de quantidade normal de
CRH e o ACTH (9). oxigênio no sangue arterial (16).
Os principais efeitos das catecolaminas e dos glicocorticoi- Se a estimulação colinérgica for levada ao ponto de exaus-
des são os efeitos hiperglicemiantes, gliconeogênese e o efeito tão do sistema, ocorrerá profunda vasodilatação sistêmica,
lipolítico, disponibilizando energia para as células, poden- conduzindo à hipotensão arterial e estase sanguínea nos lei-
do prolongar a resposta frente o agente estressante. Outros tos vasculares sensíveis à ação colinérgica, havendo hipoxe-
efeitos importantes observados são a euforia e a taquicardia mia. Estabelece-se um quadro de hipóxia sistêmica, levando a
causadas pela liberação de catecolaminas, ação sobre o tônus degeneração/necrose das células dependentes de um aporte
vascular e também podem levar à exaustão da medula da constante de oxigênio e nutrientes, em especial nos pulmões,
adrenal em estresses severos, podendo acarretar colapso se- rins, fígado e coração (16).
guido de morte, além da hipertermia devido à grande quan- Se a hipoxemia for grave e não tratada, pode predispor os
tidade de contrações musculares, originadas principalmente animais às arritmias cardíacas, falência de órgãos, agitação,
pela ativação do sistema simpático-adrenomedular (9,16). confusão mental, taquipneia, taquicardia, cianose central e
A sensação de medo é um dos maiores desencadeadores hipotensão; todos fatores passíveis de desencadear um qua-
da ativação do SNS, pois, além do aumento do tônus vascu- dro de miopatia de captura (17).
lar, é responsável por aumento na taxa de metabolismo celu- Outro elemento envolvido nesse processo de miopatia de
lar e taxa de coagulação sanguínea, hiperglicemia, indução captura é a hipertermia maligna. Essa pode ocorrer durante
da glicogenólise e desvio na quantidade de sangue aportada o processo de captura, produzindo a miopatia. Algumas es-
para os sistemas orgânicos, priorizando o fluxo sanguíneo pécies e indivíduos são suscetíveis a essa hipertermia, a qual
para os músculos em atividade. Essa “resposta simpática ao é herdada geneticamente em um padrão autossômico domi-
estresse” tem como objetivo oferecer, ao organismo, condi- nante. O principal defeito molecular nessa hipersensibilidade
ções para um esforço maior, viabilizando uma acentuada ati- é no ligante de propagação da liberação do canal de cálcio no
vidade muscular (16). retículo sarcoplasmático das células musculares esqueléticas,
É essencial a compreensão da fisiopatologia da lesão por de forma que sua abertura é estimulada por níveis anormal-
miopatia de estresse. Pelo menos três fatores principais estão mente baixos na concentração de agonistas (18).
envolvidos. Um, é a interrupção da bomba muscular (bomba O diagrama abaixo ilustra o processo fisiopatológico e os
de Na e K) durante o esforço de fuga promovendo um exces- mecanismos descritos acima que participam do processo de
sivo acúmulo de sangue nos plexos vasculares ativados pelo miopatia de captura (13):

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Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

METABOLISMO CELULAR
ATIVAÇÃO DOS N. SIMPÁTICOS HIPERGLICEMIA
GLICOGENÓLISE MUS.
SENSAÇÃO DE MEDO “RESPOSTA SIMPATICA AO ESTRESSE” TÔNUS VASCULAR
DESVIO SANGUINEO P/
LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS O MÚSCULO

CAPTURA
ÁCIDO LÁTICO MUSCULAR CONGESTÃO MUSCULAR

ACIDOSE TECIDUAL HIPÓXIA

MORTE CELULAR

EXTRAVAZAMENTO DE MIOGLOBINA E POTÁSSIO

NECROSE TUBULAR AGUDA FIBRILAÇÃO CARDÍACA

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA INSUFICIÊCIA CARDIO-VASCULAR AGUDA

MORTE

Diagrama 1: Mecanismos fisiopatológicos que culminam na miopatia de captura e os processos pelos quais ocorre a
morte por essa enfermidade. (Adaptado de José Luiz Catão Dias, “Biologia e Conservação de Cervídeos Sul-Americanos:
Blastocerus, Ozotocerus e Mazama”, 1997).

A tabela 1 demonstra as formas como a miopatia de captura pode se apresentar, o tempo de suas ocorrências no processo
de manejo, quadro clínico para um melhor diagnóstico e os achados post-mortem (13):
Tabela 1: Aspectos clínicos e Anátomo-patológicos da Miopatia de Captura. (Adaptado de José Luiz Catão Dias, “Biologia e Conservação de
Cervídeos Sul-Americanos: Blastocerus, Ozotocerus e Mazama”, 1997).

Tipos Latência Pós-captura Aspectos clínicos Anatomia Patológica


Fase inicial: hemorragia, necrose e edema
muscular; Fase tardia: estriações pálidas
Ataxia, intensa dor, alternadas com hemorragias. Em ambos
Síndrome Mioglobinúria 6h-7d oligúria com mio- os casos: edema, congestão dos pulmões,
globinúria hepático e intestinal. Hemorragias mul-
tifocais em adrenais. Urina com cor de
“Coca-Cola” armazenada na bexiga.
Taquicardia, taquip-
Congestão e edema pulmonar. Congestão
“Shock da Captura” 1-6h neia e hipotensão
hepática e intestinal.
arterial
Ruptura com extensa necrose hemorrágica
Síndrome do músculo de feixes e grupos musculares, em espe-
2d Ataxia, intensa dor
rompido cial os gastrocnêmicos, glúteos, semimem-
branosos e semitendinosos
Síndrome hiperaguda-
1d Fibrilação cardíaca Inespecífica
retardada

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Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

Figura 1: Comparação da coloração do músculo semmembranoso de Figura 2: Separação das fibras musculares esqueléticas de cateto
cateto (Tayassu tajacu) submetido ao estresse de captura e contenção, (Tayassu tajacu) por líquido de edema após síndrome do estresse, em
com o cateto não submetido ao estresse. consequência da captura e contenção. Método de H.E. Aumento de 500 x.

Figuras 1 e 2: Adaptadas de Batista et al. (2008), ilustrando ca) (20) e o Bisão-americano (Bison bison athabascae) (21). Para
representando características anátomo-patológicas do estres- o correto manejo e captura desses animais deve-se lançar
se por captura em Catetos4. mão de artifícios como (19):
5. Tratamento e prevenção da Miopatia de captura No manejo:
Segundo a literatura, a principal maneira de tratar a mio- a) Cercas - Cervídeos em geral não reconhecem a cerca
patia de captura é a prevenção, realizando-se, para tanto al- como um obstáculo. Indivíduos que permanecem mui-
guns procedimentos primordiais, como (13): to tempo em cativeiro costumam atirar-se contra a tela
1) Uma imobilização realizada por um grupo reduzido e em situações de estresse, principalmente nos cantos do
bem treinado (13) recinto. Assim, podem ferir-se gravemente incluindo o
2) Evitar a captura nos períodos mais quentes e úmidos risco de fraturas cervicais e cranianas (22).
do dia e/ou ano. Caso haja necessidade de sua realiza- b) Vegetação - O recinto deve ter um substrato confortável
ção, manter sempre a cabeça e os membros do animal para os animais, visualmente agradável para o público
úmidos e observar que esse seja manejado em local are- e que possa ser controlado (22).
jado (13). c) Áreas de contenção - cervídeos são animais extrema-
3) Monitoramento constante da temperatura corpórea do mente difíceis de serem manejados, estressando-se
animal para prontas intervenções em caso de hiperter- com muita facilidade. Por esse motivo, devemos criar
mia, tendo a disposição equipamentos para tanto (13). artifícios que adaptem os animais a locais nos quais
4) Escolher cuidadosamente a técnica de captura, dando esses possam ser contidos com facilidade. Para isso, a
preferência à armadilha ao invés de técnicas de perse- construção de baias, além se oferecer um abrigo, pode
guição (13). auxiliar na contenção. As baias devem ser pequenas e
5) Em caso de translocação do animal, ter transporte ade- fechadas, já que ambientes escuros acalmam os cerví-
quado, principalmente nos quesitos espaço e ventila- deos. Fornecer alimento nas baias também é uma boa
ção (13). estratégia (23).
6) Ao promover a soltura do animal em outro recinto, cui- d) Cambiamento - Na área de cambiamento deverão ser
dar para que esse não sofra rejeição por parte dos ani- construídas baias individuais, para que seja possível
mais ali presentes e, principalmente, evitar nova con- a separação de todos os animais. Isso possibilita um
tenção em um intervalo inferior a 14 dias, diminuindo maior controle do plantel. Os animais deverão perma-
os riscos da forma hiperaguda-retardada, invariavel- necer o dia no recinto e de noite serem levados ao cam-
mente fatal da miopatia de captura (13). biamento para alimentação e observação. Os cervídeos
A contenção física do animal caracteriza-se em um im- neotropicais, em sua maioria, são crepusculares ou no-
portante procedimento à prevenção da miopatia de captura. turnos e terão maior atividade durante a noite. Portan-
Existem diversas técnicas que podem ser utilizadas para dife- to, seria mais correto que os animais permanecessem na
rentes situações e espécies animais (19). área aberta durante a noite e no cambiamento durante
Devido a sensibilidade apresentada pelos cervídeos, que o dia, mas isso prejudicaria a visitação, no caso de zoo-
são bastante susceptíveis à miopatia por captura, a maioria lógicos (22).
dos estudos a respeito da contenção está relacionada a esse e) Corredores de Manejo - São estruturas simples que faci-
grupo de animais (19), embora também existam informações litam muito o manejo dos animais e possibilitam o uso
na literatura sobre a ocorrência dessa síndrome em bovídeos de uma mesma estrutura de manejo e brete de conten-
selvagens como a Camurça-dos-Pirineus (Rupicapra pyrenai- ção por todos os recintos (24).

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Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

f) Bretes - Restringem o espaço do animal, impedindo que receberam xilazina que nos alces controle. Ao final desses
ele se debata (22). procedimentos, foi administrado ioimbina (0.15–0.20mg/
g) Solários - São pequenos recintos que são extremamen- kg) que rapidamente aboliu os efeitos sedativos da xilazina,
te úteis caso um animal precise ficar mais tempo iso- permitindo aos alces serem liberados sem a preocupação de
lado, como no caso de partos, brigas entre indivíduos danos físicos devido a ataxia. Dessa forma, o autor pode con-
exigindo separação e animais com doenças não conta- firmar que a administração intranasal de xilazina foi eficaz
giosas (24). para reduzir o estresse em alces selvagens durante os proce-
dimentos de captura e manipulação. Dessa forma, foi consta-
Na captura:
tada a eficiência desse tratamento para alces, assim como já
a) Redes de Direcionamento (Drive net) - São redes posi- havia sido contatada para aves, mostrando-se, a administra-
cionadas em locais pré-definidos onde se espera que o ção intranasal, eficaz na redução do estresse por captura (25)
animal passe após algum estímulo ou que seja conduzi- Em 2009, um estudo semelhante foi realizado no Brasil,
do até a mesma. As redes de nylon ou polietileno são as na região semi-árida do Rio Grande do Norte, entretanto, a
mais universalmente empregadas para capturar cervos espécie utilizada foi o Cateto (Tayassu tajacu). Dos 10 animais
fisicamente (19). utilizados na pesquisa, 5 sofreram contenção física com um
b) Rede de Armação Rápida - Esse método foi utilizado puçá e os outros 5 foram submetidos à contenção química
para captura de veado-campeiro (Ozotoceros bezoar- pela administração da associação entre Xilazina (2,3 mg/kg),
ticus) e veado-catingueiro (Mazama gouazoupira) em Cloridrato de Cetamina (1,16 mg/kg) e Diazepam (0,5 mg/
áreas de campo, cerrado aberto e Pantanal. Para esse kg) IM. Os maiores valores das frequências cardíaca e respi-
procedimento são utilizadas redes de polipropileno ratória e temperatura retal foram observados nos indivíduos
preto com malha de 20cm, com 100m de comprimento do grupo submetido à contenção física. Nesses, os valores do
por 2,5m de altura (19). hematócrito, hemoglobina, número de hemácias, leucócitos,
c) Rede de Armação Rápida por Veículo - Este método foi e dos níveis séricos do cortisol, creatino quinase, glicose e
idealizado para a captura do veado-campeiro (Ozotoce- lactato desidrogenase se encontraram significativamente au-
ros bezoarticus), que habita áreas abertas e, portanto de mentados (26).
fácil acesso para um veículo. O método utiliza uma rede Esses achados demonstraram uma semelhança com o
de polipropileno preta com malha de 20 cm, com 100 apresentado pela literatura16e mostraram, também, que a
m de comprimento por 1,80m de altura. Circunda-se o contenção química nessa espécie é importante artifício para a
animal com o veículo até que esse mostre inquietação. redução dos parâmetros indicadores de estresse e facilitação
A rede é armada, e o animal deve ser conduzido até a do manejo dos animais (26).
mesma sendo, posteriormente, amarrado e sedado (19). A literatura relata, ainda, que drogas neurolépticas de
d) Redes Levantadas (Jump Nets) - Um sistema usado com longa duração, como o acetato zuclopenthixol, vem sendo
sucesso na Nova Zelândia baseia-se na colocação de re- usadas como ferramenta para reduzir o estresse em muitas
des estendidas no chão, que são levantadas rapidamen- espécies, dentre elas o Cervo Nobre (Cervus elaphus). Ao fim
te por cordas, molas ou manualmente. Se plástico opaco de 24 horas após a administração da droga, os autores rela-
é usado junto com à rede, o animal sente-se como em tam uma queda significativa do estresse e atividade dos ani-
um sólido curral (19). mais tratados, contra os resultados de animais do grupo con-
e) Redes de Arremesso - Esse sistema utiliza lançadores de trole durante o manuseio. Os animais tratados com a droga
rede, posicionados no chão ou na carroceria de veículos apresentaram menor média de temperatura corporal, menor
(19). hemoconcentração, menor cortisol sérico médio, menor mé-
f) Contenção química: A contenção química vêm sendo dia de lactato sérico e apresentavam menores taxas de aci-
descrita por diversos autores, como apresentado a se- dose metabólica. Somente os animais controle apresentaram
guir. evidências de lesão muscular. Nenhum animal desenvolveu
Um método de contenção química realizado com alces miopatia de captura clínica, e nenhum animal morreu. Dessa
(Cervus elaphus manitobensis) e que surtiu efeito satisfatório forma o acetato zuclopentixol mostrou-se como um impor-
foi a contenção química por xilazina. Um estudo foi realizado tante meio para diminuir o estresse e a atividade nessa espé-
com quarenta alces livres, que foram capturados por armadi- cie de Cervo (27).
lha de rede no Canadá, em fevereiro de 2002. Nos animais do Outras drogas neurolépticas incluem haloperidol, clor-
grupo controle foi administrado solução salina e nos outros, promazina, levomepromazina, droperidol, risperidona, zi-
xilazina (1,5 a 2,0 ml/Kg) por via intranasal para avaliar a prasidona, olanzapina, entretanto, não há relatos de suas uti-
eficácia e benefícios da mesma em reduzir o estresse. Os al- lizações com o intuito de prevenir a miopatia de captura, mas
ces que receberam xilazina apresentaram maior relaxamento sim, no controle de convulsões e esquizofrenia (28).
muscular do que os alces do controle que receberam solu- Como forma de prevenção a miopatia de captura, preco-
ção salina, ocorrendo a sedação com cerca de 1 minuto após niza-se, ainda, a administração de substancias antioxidantes
sua administração. Para comprovar a efetividade da xilazina aos animais, como vitamina C, E e selênio, pois a deficiência
para esse fim, as concentrações séricas de cortisol, creatino desses pode ser fator de pré-disposição à miopatia de captu-
quinase, e γ-glutamiltransferase foram menores nos alce que ra (13).

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Miopatia de captura em espécies selvagens – Uma revisão

Faz-se necessário também a utilização de antibióticos de sua contenção e imobilização, o que a torna uma barreira a
largo espectro, para prevenir infecções secundárias devido ao ser vencida pelos profissionais habilitados ao manuseio des-
estresse, que por sua vez causa depressão do sistema imuno- sas espécies, como os médicos veterinários e biólogos, seja
lógico do animal (13). para procedimentos de rotina clínica ou cirúrgica, manejo e
Após o processo de captura, a fluidoterapia pode ser demais procedimentos que objetivem a preservação delas.
utilizada para repor o balanço eletrolítico e pressão arterial. Dessa maneira, é importante que as atuais técnicas para
Juntamente a este tratamento podem ser conjugadas diver- captura e contenção descritas na literatura sejam executadas
sas substâncias como glicose, anticoagulantes, cardiotônicos com zelo pelos profissionais, assim como faz-se necessária
e estimulantes do metabolismo intermediário (vitaminas B, uma atenção especial às novas técnicas que vem sendo es-
C e E). Glicocorticoides podem ser administrados para ten- tudadas e recentemente apresentadas na literatura com bons
tar reverter quadro de colapso hemostático, caso o mesmo resultados.
ocorra (13). Ainda, deve-se apontar para a necessidade de uma cons-
tante busca por técnicas alternativas, sempre visando à mi-
Conclusão nimização dos efeitos deletérios da miopatia de captura em
A miopatia de captura, ou miopatia por estresse, vem aco- animais selvagens, sobretudo naquelas espécies sob ameaça
metendo principalmente animais selvagens no momento de de extinção.

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