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Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer
que andares.”
Introdução
A vida pode ser cheia de desafios, tristezas e decisões difíceis. Contudo, mesmo em meio às
dificuldades, o Senhor nos aconselha a sermos fortes e corajosos. Entender Josué 1:9 na Bíblia pode
nos ajudar a enfrentar coisas difíceis com fé e confiança.
Os desafios de Josué
Os filhos de Israel haviam vagado pelo deserto por 40 anos, e cabia a Josué conduzi-los à terra
prometida. Ele teria que reivindicar a terra de seus habitantes atuais, lutar e liderar batalhas e prover
liderança espiritual para um grande grupo de pessoas. Ao sentir o peso avassalador da tarefa diante
dele, o Senhor proferiu estas palavras de incentivo: Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes;
porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”
Essas palavras consoladoras podem se aplicar a todos nós ao buscarmos viver uma vida boa e
vencer nossos próprios desafios distintos.
Parte de ser forte e corajoso significa confiar no Senhor como nossa verdadeira fonte de força.
No caso de Josué, ele não tinha todas as respostas para os desafios diante dele. Mas ele foi aconselhado
a seguir em frente mesmo assim, agindo com fé. Assim como Josué, raramente temos todas as
respostas para nossos desafios pessoais. Mas Deus promete que, quando nos voltarmos para Ele para
obter orientação, teremos sucesso. Deus é onipotente e onisciente. Ele tem as respostas e a força de
que precisamos para enfrentar qualquer desafio diante de nós. Ele estava com Josué e estará conosco.
Ser forte e corajoso geralmente não exige grandes gestos. Com frequência, consiste em
pequenas decisões que tomamos todos os dias que demonstram nossa confiança em Deus. Ao
buscarmos a orientação Dele em espírito de oração, ao estudarmos Sua palavra e ao seguirmos Seu
exemplo todos os dias, teremos a coragem de abandonar o medo e enfrentar nossos desafios com fé.
Ao se voltar para Jesus Cristo com fé e seguir o conselho Dele de ser forte e corajoso, você sentirá a
certeza de que Ele está sempre com você.
COMO SER FORTE EM TEMPOS DIFÍCEIS?
Nessas horas, perplexos e incrédulos, perguntamos: “E agora? O que será de nós?”. Diante da
nossa perplexidade precisamos nos lembrar que o Senhor, o nosso Deus, continua firme em seu trono,
e nada, nada escapa ao seu poder e controle. A Bíblia diz: “Reina o Senhor. Revestiu-se de majestade;
de poder se revestiu o Senhor e se cingiu. Firmou o mundo, que não vacila. Desde a antiguidade, está
firme o teu trono; tu és desde a eternidade.” (Sl 93.1-2). A certeza de que o Senhor controla e sustenta
todas as coisas deve nos ajudar a viver nesses tempos difíceis (Cl 1.17). E, se sabemos que ele tem o
controle de tudo, podemos descansar de que ele cuida de cada um de nós! E, não somente isso, mas
que ele usa todas as circunstâncias para o nosso bem!
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8.28). Assim ensina o apóstolo Paulo, mostrando que, o
que José viveu há milhares de anos, se aplica a nós também: “Deus me enviou na frente de vocês a fim
de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam
descendentes. Portanto, não foram vocês que me mandaram para cá, mas foi Deus.” (Gn 45.7-8).
Deus está no controle. E fará com que todas as coisas contribuam para o nosso bem, mesmo
que não saibamos, como, quando ou através de que!
A honestidade e o zelo eram uma bandeira na vida de Daniel. Ainda jovem, ele não aceitou os
manjares do rei para não se contaminar. Agora, com aproximadamente 80 anos, ele continuava
íntegro. Daniel buscava não somente ser fiel e honesto, mas fazer com excelência tudo que lhe vinha
às mãos, evidenciando que não servia a nenhum rei, mas que seu caráter vinha de sua motivação de
servir a Deus em todas as situações. O princípio da excelência está registrado em Colossenses 3:22-24,
quando somos chamados a fazer todas as coisas “…não apenas quando estiverem observando. Sirvam-
nos com sinceridade, por causa de seu temor ao Senhor. Em tudo que fizerem, trabalhem de bom
ânimo, como se fosse para o Senhor, e não para os homens. Lembrem-se de que o Senhor lhes dará
uma herança como recompensa e de que o Senhor a quem servem é Cristo”.
A fidelidade de Daniel ao Senhor e sua integridade de vida garantiu que ele não só sobrevivesse,
mas que exercesse influência sobre três grandes reis: Nabucodonosor, Belsazar e Dario, evidenciando
aquilo que o colocara em posição de destaque entre os presidentes e os governadores do reino.
Daniel não foi um dos presidentes daquele império por armação política ou porque era
queridinho de Dario, mas por um histórico de vida focado na ética e conduzido pela mão de Deus.
E nós? Quantas vezes somos colocados em situação que não queremos ou levados a
circunstâncias que não gostaríamos?
A vida nos leva a momentos difíceis e muitas vezes até para ambientes hostis. A questão é como
vamos nos comportar neste novo ambiente. Existem situações que não temos como resolver. Aí, vamos
ter que parar e decidir qual é a melhor forma de esperarmos tudo passar. Existem outras situações que
podem ser resolvidas com mudanças de atitudes ou sentimentos. Então, também teremos que parar
e decidir no que vamos mudar e qual a melhor forma de colocar essa mudança em prática.
Nestes momentos difíceis, podemos lamuriar, murmurar, reclamar de tudo ou podemos inserir
nessa nova circunstância todos os nossos dons e habilidades para glória de Deus. Daniel foi um homem
de decisão e atitude e, mesmo em meio a um ambiente totalmente desfavorável, buscou fazer o seu
melhor, buscou ter excelência.
2 – Resistência à idolatria
A integridade de Daniel era tão apurada, que começou a incomodar aqueles que se
aproveitavam das posições que detinham para praticar a corrupção. O capítulo 6 revela a trama
armada por oficiais do Império Persa, no reinado de Dario, o Medo. Para manterem seus esquemas
corruptos e por temor da integridade de Daniel, que poderia vir a assumir o comando de todo o império
(Daniel 6.4), os presidentes e príncipes nomeados pelo rei fizeram Dario assinar um decreto real que
não permitia a adoração a nenhum deus, a não ser somente ao rei.
A fim de acharem um meio para tirar o poder que Daniel havia conquistado, os governantes
apelaram para o que Daniel mais amava: o seu Deus e a Sua lei (v.5). Tentaram ferir a vida de adoração
de Daniel (v.7). Convenceram o rei a assinar um decreto que obrigava todos a orarem somente ao rei
por 30 dias (v.7). Quem desobedecesse esse decreto, seria jogado na cova dos leões. A atitude de
Daniel agora nos revela o segundo princípio que devemos seguir nos momentos de crise e adversidade.
Outro fato importante que essa narrativa também nos revela é o paradigma da perseguição
religiosa do Estado contra a Igreja. Muitas vezes, em nome do Estado laico ou mesmo da defesa dos
direitos humanos, leis aparentemente boas guardam em si motivações perniciosas para limitar a
liberdade religiosa.
A lei aprovada por Dario não trazia problemas aos povos e governantes do Império, pois, como
eram politeístas e viam o Imperador como “filho do deus do bem”, poderiam adorá-lo tranquilamente.
Mas para Daniel essa lei trazia problemas porque ele adorava ao único Deus. Daniel tinha uma história
de temor a Deus que inspirava seu povo. Ele precisava escolher entre quebrar seu relacionamento com
Deus e perder sua autoridade diante de seu povo ou adorar ao rei e manter seu cargo e autoridade no
governo.
A idolatria surge muitas vezes em resposta ao medo. O medo de perder seu cargo. O medo de
não conquistar o alvo que o rei tinha para ele de lhe dar um cargo ainda maior no governo. O medo de
morrer. Daniel poderia pensar: o que são 30 dias? Aquilo que já conquistamos, como o sucesso e a
reputação, por exemplo, muitas vezes se torna ídolo para nós e o sentimento de perda nos faz ceder.
Outra idolatria que surge nestes tempos de crise é a idolatria a homens e ideologias, aos
salvadores da pátria. Daniel era um servidor do rei. Daniel trazia novas esperanças para o povo de Deus,
pois o rei havia mudado a forma de governo. Não havia mais um governo absolutista como o de
Nabucodonosor. O que custava Daniel demonstrar fidelidade somente àquele homem, por apenas 30
dias?
Na história, Deus sempre levantou Danieis que resistiram aos ídolos de seu tempo. Ídolos estes
que se apresentam como representantes do bem, que possuem o monopólio da virtude. Entretanto,
tudo que venha a ferir nosso princípio de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus
amou precisa de resistência.
Não podemos jurar fidelidade a uma ideologia, a um homem, a um partido político e mesmo a
uma nação. Só adoramos e nos rendemos a Deus! Assim como Daniel, precisamos resistir à idolatria
de nós mesmos, do nosso sucesso, dinheiro, bens, pessoas e ideias!
A vida de Daniel era tão ligada à sua adoração a Deus que seus inimigos viram que eles só
conseguiriam vencê-lo se o fizessem pecar diretamente contra Deus. E é aí que nos é revelado um
terceiro princípio fundamental na vida de Daniel: a confiança na soberania de Deus.
Foi o que aconteceu com as parteiras hebreias no Egito, que desobedeceram a ordem de Faraó
e salvaram os primogênitos; com os apóstolos que desobedeceram o Sinédrio e não pararam de pregar;
com Paulo, que desobedeceu ao imperador e pregou que existe somente um “Senhor” e terminou sua
vida em uma cadeia; com os mártires da história; com Martin Luther King, que não aceitou a segregação
racial; e com tantos outros que, com coragem, dizem não a qualquer ideia que fira valores essenciais
da fé cristã.
Em seu momento de crise, a confiança na Soberania de Deus levou Daniel à sua primeira ação:
orar (vs.10-11). Essa deve ser nossa atitude também. Devemos orar antes de agir. Devemos refletir
naquilo que Deus tem para nós. Ver se o Reino de Deus realmente está em primeiro lugar, se os valores
desse Reino estão em evidência. A oração, a adoração e a contrição nos levam a confiar que Deus pode
fazer o milagre imediato ou nos capacitar a enfrentar a dor. Assim, depois da oração, da adoração e
gratidão, tomamos nossa decisão.
Existem provações que teremos que passar. Nada pode impedi-lo. Daniel, mesmo sendo amigo
do rei Dario, foi pego em oração ao Deus de Israel e, como consequência, jogado em uma cova com
leões famintos. Nem o rei conseguir salvar Daniel daquele decreto. A vida de excelência de Daniel fez
o rei buscar todos os meios para salvá-lo (v.14), mas não encontrou. Diante de situação tão adversa, o
próprio rei fez um clamor ao Deus de Daniel: “Que seu Deus, a quem você serve fielmente, o livre”
(v.16). O próprio rei chamou Daniel à confiança plena em Deus.
Existem momentos que Deus não nos livra da provação, mas Ele em Sua soberania nos capacita
a passar por ela. Minuto a minuto, hora a hora, dia após dia. Daniel não foi liberto da cova dos leões e
agora teria que passar uma noite inteira com os rugidos, faros, olhos e garras em sua direção. Minuto
a minuto exercitando sua confiança em Deus.
Quantas vezes precisamos enfrentar os leões e as horas não passam? Os dias não chegam ao
fim? A prova não vai embora? O deserto não acaba? Quantas noites você já lutou contra uma
enfermidade? Contra a insegurança de saber como será o dia de amanhã? Contra um pecado, uma
compulsão? São nestes momentos que precisamos reafirmar ainda mais nossa confiança no Senhor e
saber que o dia vai amanhecer e o Senhor trará livramento.
Ao amanhecer, Daniel foi liberto. O anjo do Senhor fechou a boca dos leões durante toda a
noite. Daniel saiu ileso daquela cova e foi exaltado e honrado, enquanto seus inimigos foram
desmascarados e destruídos (v.24).
Daniel não podia controlar a maquinação dos seus inimigos, nem fazer o rei retroceder, nem
mesmo se recusar a ir para cova dos leões. Mas ele podia se manter em uma vida de excelência,
adoração e integridade. Ele podia continuar colocando sua confiança em Deus e isso ele fez.
O que cabe a nós é nos mantermos fiéis, vivendo com excelência e resistindo a todo tipo de
ídolo que nos é oferecido. Cabe a nós cuidarmos de nosso testemunho acima de tudo. Buscarmos
excelência no relacionamento com nossa família, excelência no que fazemos. Cabe a nós honrarmos a
Deus com a nossa vida. Cabe ao Senhor nos livrar das garras do inimigo.
Daniel foi aquele que viu a Babilônia cair. Daniel foi promovido no reino de Ciro e também no
reino de seu sucessor Dario, o persa. Deus honra aqueles que o honram. Deus é quem exalta e quem
também humilha. Mais do que Daniel, o nome de Deus é que foi proclamado e exaltado em todo o
império Medo-persa (vs.26,27). A glória de Deus, o Senhor da história é que deve ser o fim último de
nossa vida. Nossa vida deve carregar tamanho testemunho que os homens vejam nossas boas obras e
glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus. Nossa resistência às idolatrias pessoais deve ser tão
engajada que proclama a soberania de um só nome, Jesus.
Assim os homens, mesmo sem querer, dirão como Dario disse: “…ele é o Deus vivo e
permanecerá para sempre. Seu reino jamais será destruído, e seu domínio não terá fim. Ele livra e salva
seu povo; realiza sinais e maravilhas nos céus e na terra. Foi ele que livrou Daniel do poder dos leões”
(v.26,27).