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Finalmente férias. É tudo que eu penso quando o último sinal toca para a
gente ir embora, eu até gosto de ir para escola, mas assim, férias é tudo de
bom.
— já sabe para onde você vai?— Bia me pergunta amarrando seus cabelos
pretos em um coque.
— eu queria ir para algum lugar diferente, ao invés de ir para casa de praia
que meus pais sempre alugam. — falo pegando meu celular do bolso
esquerdo e ligando para Letícia minha irmã.
— meus pais vão ir pra uma chácara.— Luan fala. E depois de dois toques
Letícia atende.

— que foi? — ela fala do outro lado da linha.


— saiu da escola? Eu estou indo para casa.
— eu sai agora, mas vou passar na casa do Matheus com a Anna, avisa a
mãe que eu vou ir só na Anna. Porque se não o pai... você sabe.
— tá bom, tá bom. A gente viaja amanhã, você sabe né. Não demora.
— tá bom Gabriel, beijos. — e ela desliga o telefone.
Depois de alguns quarteirões, eu me despeço de Bia.
— boas férias amigo, te amo. — Ela fala em meio um abraço apertado em
mim.
— pra você também.— eu falo sendo sufocado por ela.
Bia se despede de Luan e eu sigo com ele, a casa de Luan não fica tão
longe da minha.
— beijos amigo, boas férias. Te amo, te amo. — Luan fala me abraçando e
me dando um beijo na bochecha.
Depois de deixar Luan na esquina da rua dele, eu sigo em frente, pego
meu celular do bolso e puxo meu fone de ouvido, e coloco eles. E dou play
em uma música. “ Bright: de Julie And The Phantoms”
Sigo em frente pelas ruas, e sem olhar para os lados eu atravesso. E escuto
um barulho enorme, e paro no meio da rua. Quase fui atropelado.
— Olha pros lados. — um cara dentro do carro esbraveja e sai com o carro.
Estou parado no meio da rua e meu coração está quase saindo pela boca,
antes que de acontecer outra coisa do tipo eu corro para calçada, e tento
me acalmar.
Chego em casa, e descendo as escadas com as coisas de praia. E subo para
meu quarto. Tiro meus tênis e me jogo na cama, e escuto uma batida na
porta.
— já arrumou suas coisas? — escuto a voz da minha mãe falar.
— vou arrumar agora.
— cadê a Letícia?
— ah, ela foi na cada da Anna, já já tá aí.— minha mãe suspira alto, parece
que ela sabe que estamos mentido. E escuto seus passos descendo as
escadas. Levanto da cama e pego a mala que minha mãe deixou encostada
no guarda roupas. Não tenho muita ideia de que levar, normalmente
ficamos uma semana por lá. Mas dessa vez meus pais só falaram que
iríamos para a praia.
Termino de arrumar a mala, e vou para o banheiro tomar um banho.
Depois de três minutos saio do banheiro com os gritos do meu pai pedindo
para eu sair.
Vou para meu quarto e sento na cama pegando meu celular e deslizando
pelo Instagram, e ouço minha irmã chegar.
— eu estava na casa da Anna. — ela fala. E ouço seus passos pesados
subindo a escada, e ela passa voando pela minha porta. Eu levanto e vou
até o quarto dela. Quando apareço na porta, ela fecha na minha cara. Ela
está com raiva e vai descontar em mim, então volto para meu quarto.
Depois de algumas horas, minha mãe chama a gente para jantar, eu desço.
Mas Letícia não.
— Ela não vai descer? — minha mãe pergunta na mesa.
— não sei, acho que ela não quer comer. — eu falo tomando um copo de
suco.
— deve estar com raiva porque mentiu, dizendo que ia na cada da Anna.

fala.
Eu reviro os olhos e falo.
— Ela não mentiu, ela foi na casa da Anna sim.
— não vem defender ela não Gabriel. — meu pai fala. E quando abro a
boca para falar mais, minha mãe faz um sinal que eu entendo que não é
para fazer mais nada.
Termino de comer e subo para o quarto da Letícia. E bato na porta
— Posso entrar?
— Entra— escuto a voz dela do outro lado. Letícia está sentada na cama.
Com um shorts jeans curto, e um Cropped preto. E com
seus cabelos soltos, segurando um livro. “os setes maridos de Evelyn
Hugo”.
— porque não desceu? — eu pergunto sentando na sua casa.
— não quis. — Ela fala sem tirar os olhos do livro.
— o que foi? — pergunto para ela.
— Ah o pai. Até se eu falar que vou na Anna ele complica.
— e porque você não falou que iria no Matheus?
— Até parece que ele ia deixar né Gabriel, se na Anna ele não gosta. E olha
que ela é menina.
— aí o pai é chato, não fica brava por isso. — tá animada?
— pra que? Para passar outra férias na praia ?
— eles bem que podiam ir para outro luga, eu não gosto de praia.
— eu também acho que deveria.
— tá, amanhã a gente se vê então, boa noite. — falo me esticando e
dando um beijo na testa dela.
— Boa noite.
Vou para meu quarto e coloco meu celular para carregar, e vejo que Luan
mandou uma mensagem no grupo que tem eu, ele e a Bia.
Luan
Boa noite gente, amo vocês.
Biel, da notícias de lá!

Bia
Amo vocês também, boa noite
Gabe vai falar dos homens sem camisa que tem lá kkkk

Eu reviro os olhos e dou uma risada da mensagem de Bia. E “Gabe” ela me


chama assim.

Gabriel
Boa noite, amo vocês♡
Vou falar dos homens sem camisa mesmo kkkkkk

Desligo a tela do celular e coloca para carregar, ajeito minha cama, ligo o
abajur e desligo a luz. Deito na cama e fico pensando se essa viagem vai
ser legal.

Acordo com minha mãe me chamando, meio sonolento eu abro os olhos.


— levanta. — Ela fala.
Eu resmungo, e depois levanto. Abro o guarda roupas e pego um shorts de
moletom cinza, e uma blusa cor de rosa que deixei separado para ir hoje.
Escovo os dentes e desço para tomar café, todos dão bom dia um para o
outro e logo depois Letícia chega, com seus cabelos amarrados em um
coque, blusa curta lilás, e um shorts jeans. Sem falar nada ela se senta na
mesa e toma seu café. Depois de alguns minutos meu pai levanta e
anuncia que vai esperar a gente no carro.
— vamos parar com isso Beatriz.— minha mãe fala depois que meu pai sai
da cozinha.
— eu não fiz nada.— Ela fala se levantando da mesa.
Depois que escovo os meus dentes e vejo se eu não estou me esquecendo
de nada, vou para o carro. Minha mãe está na frente e eu e Bia sentados
cada um em uma janela. Meu pai mexe no celular e o GPS fala. “siga em
frente”
Bia conecta seu fone no celular e me da um lado, e seguimos escutando
música.
Que essa viagem seja a melhor que eu já fiz. Eu falo em meus
pensamentos.

Chegando na casa, percebo que ela é bem diferente das outras que eu já
fiquei, ela é maior. Parece casa de filme americano, branca, com janelas
grandes. Quando desço do carro, já sinto aquele mormaço típico de praia.
Nem deu meio dia e o sol já está rachando de tão quente. Odeio isso. Eu
falo em meus pensamentos. Meu pai desce do carro e se estica se
espreguiçando. Minha mãe vai em direção a casa para abrir a porta
branca, e minha irmã vai com ela.
— me ajuda com as malas. — meu pai fala abrindo o porta- malas. E eu
concordo com a cabeça. Ajudo meu pai com as malas e só quando pego a
última mala preta pesada da minha mãe colocando para dentro, que
percebo o quão grande a casa é.
Me deparo com a sala grande, com dois sofás grande de couro cinza, a
televisão que quase pega a parede toda, e uma janela enorme com vista
para o mar
— Uau.— falo em voz alta.
— A mamãe se superou nessa casa. — Letícia, minha irmã fala. Sigo minha
irmã, e ao passar uma porta de vidro, chegamos na cozinha. Que é grande,
até parece que vamos receber muita gente aqui.
— Amei aqui. — minha mãe fala, ela adora cozinhar. E com essa cozinha
grande, capaz de ficar aqui o dia todo.
— O quarto maior é meu. — minha irmã fala saindo correndo da cozinha.
— você jurou né. — eu falo saindo correndo também.
Subimos as escadas correndo e viramos um corredor, me deparo com
quatro portas, minha irmã corre e abre a segunda porta da esquerda.
— Esse vai ser o meu!— Letícia fala entrando no quarto. O quarto dela é
grande com uma sacada com vista para o mar.
— que vista linda. — eu falo.
— Eu já amei esse lugar. — Ela fala se jogando na cama de casal. — fica
com o quarto da frente. Caso a gente precisa sair. — Ela fala piscando um
olho. E eu obedeço ela e abro a porta da frente. O meu quarto é médio, e
não tem sacada. Mas me sinto aconchegado ali. Com uma cama de casal,
uma televisão e um guarda- roupas.
— É até que é legal aqui. Tô falando da casa, e não do lugar porque eu não
gosto de praia.
— Vamos ir para a água? — minha irmã me pergunta na porta.
— Eu...— não termino de falar quando sou interrompido pela minha mãe.
— Nada de água agora. Vou fazer a comida e depois vocês vão. — Ela fala
indo para o quarto ao lado do quarto da Letícia.
— Mas mãe, é nossa primeira vez aqui. — Letícia fala.
— Então, ao invés de vocês ir para a água vão conhecer o lugar. — minha
mãe fala do corredor.
— Então, a gente não conhece, podemos se perder.— eu falo.
Minha mãe revira os olhos.
Letícia concorda comigo.
— Parem de besteira, vão se perder coisa nenhuma. Anda, vão da uma
volta enquanto eu faço comida. — Ela fala descendo as escadas. Olho para
Letícia e ela revira os olhos.
— Vai vamos. — Letícia fala.
Descemos para o primeiro andar, e saímos da casa. E pegamos o caminho
que dá para a praia. O caminho é de pedras com areias, e as gramas que
parecem que foi cortadas a pouco tempo, forma um caminho. Dos lados
tem árvores não muito grande. E quando termina o caminho, tem uma
placa escrita o nome da praia. “praia dos sonhos” e assim que abre
espaço, dá para ver o mar enorme azul. Caminho com minha irmã na beira
do mar, escutando o barulho das ondas. Depois de andar muito Letícia
fala:
— que isso?— ela pergunta. Na nossa frente tem uma placa com uma seta
indicando um caminho de pedras, e nele tá escrito.
PARTY NIGTH

— Deve ser algum clube ou algo do tipo. — eu falo.


— vamos lá.
— Tá doida Letícia? A gente nem sabe o que é.
— Gabriel, tá falando que é uma festa de noite, que coisa ruim ia ter.
— Vão vim na festa hoje? — Um homem alto pergunta pra gente. Sua pele
é clara e seu cabelo liso partido ao meio, e seus olhos castanhos claro.
— Ah, não sabemos ainda. — Letícia responde ele. Eu olho para ela sem
entender nada. E ela sorri para mim.
— São novos aqui né? — o homem pergunta.
— Sim, somos sim.— Ela responde.
— Desculpa, não me apresentei. Prazer sou Thiago. — Ele fala.
— Ah, prazer. Letícia— Ele estende a mão para ela, e em seguida faz o
mesmo para mim, e percebo que tenho que me apresentar também.
— Des...desculpa... sou Gabriel. — eu falo gaguejando um pouco.
— Vocês dois são...?— Thiago pergunta.
— Somos irmãos. — Eu respondo. Ele levanta as sobrancelhas.
— Bom vou ir, tenho que ajudar a arrumar as coisas.— Ele fala.
—Tudo bem. Vamos andar mais um pouco. — Letícia responde.
— vocês vão vim para a festa? Começa as nove. — Thiago fala. E eu sinto
um pouco de esperança em sua voz.
— A gente...a gente... a gente vai. — Letícia responde.
— Letícia. — eu falo que quase não dá para ouvir.
— Que ótimo! Espero vocês então. Até mais tarde. — Ele fala seguindo o
caminho de pedras.
— Você tá ficando doida?
— Ah Gabriel, para vai.
— Você esqueceu que a gente não vai poder vim?
— Quem disse que não?
— Eu.
— Olha, a gente fala que vai ir em algum lugar.
— Letícia, não!
— Sim! Eu não vou perder.
— Você sabe como as coisas funcionam.
— Maninho.— Ela só me chama assim quando quer alguma coisa. — o pai
dorme cedo, e a mãe também, a gente sai escondidos.
— Letícia. — eu grito.
— Por favor, vai. — Ela entra na minha frente e faz cara de triste.
— Tá bom, vai. — Eu falo. Mais que droga eu acabei de fazer?
—AAAAA, eu te amo. — Ela fala beijando meu rosto.
Voltamos para casa e no caminho eu fico olhando as coisas, aqui tem casas
maiores da que eu estou. E tem um mercado pequeno, e um loja onde
você pode alugar prancha e coisas de praia. E indo para a casa, Letícia fez
um esquema de como vamos fazer para sair e voltar.
1. A festa começa às nove.
2. A gente vai para cama umas oito e meia.
3. Oito e quarenta a gente vê se está tudo certo para sair.
4. E faltando dez minuto para as nove, saímos de casa.
5. E vamos sair pela porta que tem na cozinha.
6. Voltamos por onde saímos.
7. Não vamos fazer nenhum barulho.

— E você acha que vai da certo? — pergunto antes de entrar na casa.


— vai. — Ela responde, e abre a porta.
Quando entramos, sinto um cheiro de comida pronta. E pelo cheiro minha
mãe fez strogonoff. Minha comida preferida.
— Nossa, pensei que iam ficar por lá. — meu pai responde quando
chegamos na cozinha.
— Para de implicar, Marcos. — minha mãe fala.
— Não estou implicando Tati, estou falando a verdade.
— não demoramos tudo isso. — Letícia fala indo para a pia lavar as mãos.
E eu faço o mesmo.
— Como foi?— minha mãe pergunta.
— o lugar é bonito. — Letícia fala olhando para mim. E ela faz um sinal
com o rosto para eu falar alguma coisa.
— É... o lugar é bonito, gostei.
Letícia ri.
— Você gostou? Nossa. — Minha mãe fala.
—Se ele não gostasse não tinha vindo. — meu pai fala. E eu reviro os
olhos. Coloco minha comida e sento na mesa para comer, ninguém fala
nada. Até cada um terminar e ir saindo da mesa.
— Vou tomar banho.— Letícia avisa.
E eu subo para o quarto. Abro a minha mala e separo a roupa que vou.
Como tá calor, eu pego um shorts de moletom lilás bem claro. E escolho
uma blusa que não seja grande, e pego uma lilás também da cor do shorts,
a blusa é curta, se eu levantar o braço aparece minha barriga. E deixo um
tênis branco separado.
— Ei.— minha irmã chama depois do banho. E eu vou até o quarto dela.
— O que você acha? — ela pergunta.
Letícia está com um shorts bem curto jeans escuro. E sutiã preto.
— Você vai de sutiã? — pergunto. Ela revira os olhos e mexe no cabelo.
— Isso não é um sutiã. O que você achou?
— Ficou bom.
— Tá era só isso, vou arrumar meu cabelo e fazer uma maquiagem.
— Tá, vou ir tomar banho.
Tomo um banho rápido, e fico pensando em como vai ser essa festa. A
hora passa rápida e quando vejo já vai da oito da noite. Estamos na sala.
20:30 minha irmã vai sobe para o quarto.
— Boa noite. — minha mãe fala.
— Noite. — Ela responde subindo.
— Vou ir também, seu pai já deve está roncando. — Ela se inclina e me
beija.
— Vou subir Também. — eu falo. E subimos juntos.
Minha mãe entra no quarto e fecha a porta.
Ai meu Deus.
20:40
Minha irmã vai de ponta de pé até o quarto e coloque o ouvido na porta.
Ela acena com a cabeça positivamente.
Sinto um frio na barriga. Estamos de pijama, e com a roupa por baixo, eu
tiro o pijama e jogo na cama. E coloco o tênis rápido. E fecho minha porta.
E minha irmã faz o mesmo.
20:50
Descemos para a cozinha e abrimos a porta devagar.
— Vai levar a chave? — minha irmã pergunta num sussurro.
— o que você acha? — eu pergunto de volta. Sussurrando.
— E se a gente perde? — ela fala.
— Então não leva.
Abrimos a porta.
— Nossa que alívio. — Ela fala baixo.
Eu estou tremendo, e parece que meu coração vai sair pela boca.
— Ela não disse nada da sua maquiagem?— pergunto.
— Ela perguntou, e eu disse que ia tirar foto.
Vamos andando com calma para o caminho que chega na praia. O
caminho está escuro, não muito, mas fica difícil da gente ver as coisas,
ainda bem que é só seguir reto. Quando finalmente a gente chega na
praia, saímos correndo. A gente segue um pessoal que está indo para festa
também, está tudo com luzes brancas, o que faz ficar melhor de saber
onde é, seguimos o pessoas, Até que chegar na festa.
3

Estamos quase chegando na festa. O local que hoje de tarde estava sem
nada, está cheio de luzes brancas. Um caminho com luzes brancas
iluminando o caminho. Letícia e eu segue o pessoal com copos de bebidas
nas mãos.
— Só segue o povo.— Letícia fala.
Seguimos o pessoal, e enquanto eu ando sinto o mormaço típico de praia.
Ao chegar no local, vejo um pequeno bar onde o pessoal está indo para
fazer suas bebidas. Dá para fazer como a festa tá divida, tem dois grupos
em rodinhas em pé na areia. E outro grupo de apenas meninos, em pé
também.
— Vocês vieram.— Thiago vem até a gente.
— Oi— Letícia fala. E Thiago da uma inclina para falar com ela. Ele está
com uma regata larga, que faz seu peitoral aparecer. Thiago é algo e tem
seu corpo levemente malhado. E esta com um shorts acima do seu joelho.
— Eae— Ele fala para mim.
— oi.
— Bom, qualquer coisa me chamam. Aproveitem. — Ele fala, e sai
andando.
— Vamos aproveitar então. — Letícia fala me puxando pelo braço. E eu só
acompanho.
Letícia me leva até o bar, e pega dois copos médio. E mistura umas
bebidas que está lá, transformando a bebida em um azul escuro.
— Que isso?— pergunto.
— Confia, é bom.— Ela fala.
E então, eu viro lentamente a bebida para dentro de mim. Está doce mas
ao mesmo tempo um pouco forte.
— Gostou?— ela pergunta.
E eu balanço a cabeça positivamente.
Depois de umas horas na festa, Letícia não está mais sóbria. Mas ainda
sim, ela sabe o que está fazendo. Entre uma música e outra Letícia me
puxa para dançar, dançamos juntos até eu me cansar e procurar um lugar
para sentar, não tem.
— Vou buscar um copo d’água. — eu aviso ela.
E ela só balança a cabeça e continua dançando. Sigo para o bar e procuro
água, só que percebo que não tem nada além de álcool lá. Reviro os olhos
e escuto alguém falar atrás de mim.
— Procurando alguma coisa? — uma voz masculina fã atrás de mim. A voz
nem é fina e nem grossa. Eu me viro e me deparo com um homem um
pouco maior que eu. Com sua pele bronzeada e seu peitoral de fora. Eu
fico sem ter o que falar.
— Procurando alguma coisa? — Ele repete.
— Eu estava procurando água.
— Acho que você não vai encontrar aqui. — Ele sorri e olha no fundo dos
meus olhos, com os seus olhos verde escuro.
— É...percebi.
— Novo aqui?
— Sim, cheguei hoje.
— Legal, cara. Sou Henrique.— Ele sorri e estica a mão.
— Gabriel. — faço o mesmo que ele.
— Veio sozinho.? — Ele me pergunta se aproximando.
— Não, vim com a minha irmã. Aquela ali. — Aponto para Letícia.
— Nossa.
— Que foi?
— Ela é bonita.
— É ela é mesmo.
— Queria te falar uma coisa, mas não sei se tenho coragem.— Ele fala
coçando os cabelos.
— Pode falar, ué. — eu falo meio sem graça.
— Mano...— Ele sorri.
Certeza que ele vai pedir para ficar com Letícia. Sempre é assim. Falo em
meus pensamentos.
— Quer ficar comigo? — Ele fala olhando para mim.
O que? Grito dentro da minha cabeça. Sinto um frio enorme na minha
barriga, e sinto meu corpo começar a tremer, o mormaço da praia, faz eu
me sentir dentro de um sol, de tão quente que começou a ficar. Ele olha
para mim com um olhar de quem quer uma resposta.
— Eu...— não sei o que fazer. Me viro e olho para minha irmã que está
conversando com Thiago.
– Sua irmã não sabe né?
— Que? — pergunto me virando para ele.
— Ela não sabe né, sobre você.
Nessa altura do campeonato, ele sabe sobre minha sexualidade, porque
também nem tem como esconder.
— Ela não sabe, eu acho.
— É...ou ela sabe.— Ele ri.
— Mas você aceita.? — Ele pergunta se aproximando mais de mim. Ele é
lindo e eu super ficaria com ele.
E então, eu só balanço a cabeça afirmando sua pergunta.
— Já que você não quer que ela fique sabendo. Agora é a hora, ela está
ocupada.
Faço uma cara de quem não entendeu, e me viro de costas para ele,
Letícia está beijando Thiago. E me viro para ele.
— Posso? — Ele pergunta.
— Pode.
Ele segura na minha cintura com sua mão esquerda, e com sua mão
direita, ele sobe acariciando minha bochecha com seu dedão. E ele se
inclina, olha em meus lábios, e me envolve com um beijo calmo e bom.
Estou sentindo um frio na barriga ainda, e o calor passou. Acompanhando
ele com o beijo, coloco minha mão em seus cabelos fazendo um carinho
de leve nele. Ele tira seus lábios dos meus, e beija meu pescoço, sinto um
arrepio enorme subindo em mim. E ele volta a me beijar, e me puxa para
perto do seu corpo, nossos corpos estão colocados um no outro. E me
envolvo ainda mais no beijo. Henrique morde meus lábios com carinho e
me da dois selinhos para terminar o beijo.
Estamos ofegantes, e eu quero mais. Muito mais. Então puxo Henrique
para mim de novo, e agora o beijo é intenso. Ele me envolve para perto do
seu corpo, e coloca suas duas mãos na minha bunda. E eu coloco minhas
duas mãos em seu pescoço. Saímos do beijo para respirar, e ele beija meu
pescoço e voltando a encostar seus lábios nos meus. Nossas línguas
entram bem mais rápidas do que o nosso primeiro beijo.
Quando escuto um pessoal gritando, eu paro o beijo e olho para trás,
ainda ofegante. Está tendo uma briga, entre dois meninos. Tento procurar
Letícia mas não acho ela.
— Cala a porra da boca. — escuto uma voz grossa gritar.
— Cala você seu bosta. — Outra voz grossa grita ainda mais alto.
— Não acredito. — Henrique fala.
— Que foi.? — pergunto.
— Eu já volto. — Ele avisa saindo de perto de mim e indo para a roda da
briga. Os meninos vão separando os dois que estavam brigando, e vejo um
menino com cabelos platinado, alto e com seu corpo malhado saindo da
roda. Com seu rosto cheio de sangue. Olho para ele, e ele olha para mim.
— Vamos embora. — Letícia me puxa.
— Que susto garota, tá doida.— eu falo.
— São quatro e meia da manhã. — Ela fala.
A hora passou muito rápido.
— Tá, vamos. — Eu falo.
— O Thiago vai levar a gente. — Ela avisa. — Mas de a pé porque se fosse
de carro não ia da.
Eu só concordo com ela e tento procurar Henrique.
— Tá procurando o Henrique? — Thiago pergunta. E vejo Letícia da um
risada.
— Ele disse que ia voltar para pegar Bebida. — Minto.
— Mas ele não bebe.— Thiago fala.
—Não?
— Não.
— Ah...então ele começou a beber. — eu falo. — Vai vamos. —
acrescento.
Letícia e Thiago vão na frente, e eu atrás. Quando estamos entrando no
caminho de pedras para voltar para casa. Henrique grita.
— Espera. — Ele grita. — Vou com vocês para o Thiago não voltar sozinho.
Letícia olha para Thiago e ri.
O que está acontecendo? Me pergunto.
— Vamo então, irmão. — Thiago fala.
E seguimos o caminho de pedras.
Quando chegamos a areia da praia. Letícia se solta do Thiago e vem até
mim.
— Eu te amo.
— Também te amo, Leh.
E ela volta de envolvendo nos braços de Thiago. E vejo Henrique se
aproximando de mim.
— Acho que agora ela sabe. — Ele fala.
E nós dois rimos.
— É a próxima entrada. — Letícia avisa para Thiago.
Quando chegamos a entrada que dá na casa onde a gente esta. Thiago
abraça Letícia e envolve ela em um beijo rápido.
— Tchau, foi um prazer conhecer vocês. — Thiago fala me abraçando
também.
— Tchau. — Letícia fala para Henrique
E eles se abraçam. Letícia segura na minha mão e me puxa para o caminho
de areia.
— Tchau. — escuto a voz de Henrique fala. Eu me viro e ele vem até mim.
— Prazer. — Ela fala. E vejo que ele está sem jeito do que fazer.
— Eu vi vocês dois se beijando. — Letícia fala em um sussurro. Sinto o meu
corpo tremer de novo. E Henrique se aproxima e me da um selinho. E
Letícia me abraça.
— Eu te amo. — Ela fala de novo. Ela segura na minha mão e subindo o
caminho de areia. Finalmente vou vendo a casa, e ela e eu combinou de
não fazer barulho de novo.
Damos a volta na casa e abrimos a porta de trás da cozinha com cuidado. E
entramos em casa. Seguro na mão dela e vou na frente. Passamos pela
sala e vamos subindo com cuidado para os quartos.
— Foi bom a noitada? — escutamos a voz da minha mãe atrás da gente.

Aí droga.
4

Minha mãe está na minha frente. Não sei o que dizer e o que fazer agora.
— Foi boa a noitada?— ela pergunta novamente, cruzando os braços. E
levantando uma sobrancelha.
— É...é...a gente...— Letícia começa.
— Olha...vocês nunca saíram escondidos de casa. E agora vocês fazem
isso? E você Letícia bêbada? E você Gabriel. — Ela fala chegando perto de
mim. —cheirando a bebida. — Ela se afasta, e passa as mãos em seus
cabelos castanhos claro, e suspira alto.
— Desculpa mãe. — Letícia e eu falamos juntos.
— Eu não sei o que fazer com vocês dois. — Ela prende seus cabelos em
um rabo de cabelo. — Estou muito chateada com vocês dois, ainda mais
com você Letícia. A mais velha. E você Gabriel, conversamos depois.
Sobem pro quarto de vocês agora!. — Ela ordena aumentando o tom de
voz. E obedecemos.
Subo com Letícia para o quarto, e vou para o quarto dela. Letícia tira seus
tênis e deixa em um canto do quarto, ela deita na cama e dorme. E eu vou
para meu quarto. Tiro meus tênis, e minha blusa cheirando a bebida. Em
algum momento da festa, alguém sem querer derrubou bebida em mim.
Coloco minhas roupas no cesto, e apenas de cueca sento na cama. E
coloco as duas mãos no rosto.
— Gabriel.?— Escuto minha mãe na porta. Tiro as mãos do meu rosto e
olho para ela.
— O que aconteceu.? — ela pergunta.
— Desculpa mãe. Eu conheci uns meninos na praia hoje mais cedo, e eles
me chamaram para uma festa. Só que eu não queria ir sozinho, então
chamei a Letícia para ir comigo. E lá alguém derrubou bebida em mim.—
coloco a culpa toda em mim.
— Você bebeu.?
— Eu...só um copo...mas depois não bebi mais nada. — Minto. Ela balança
a cabeça e suspira alto.
— Eu não vou continuar para não acordar o seu pai. Se não você já sabe o
que iria acontecer.
— É eu sei.
— Que isso não se repita.
— Não vai se repetir. — Ela sai da porta do meu quarto, e escuto ela
fechar a porta dela.
Me jogo na minha cama e suspiro, com as mãos nos meus cabelos. Pego
uma blusa regata e me ajeito na cama para dormi.
5

Acordo na manhã seguinte com dor de cabeça. E com o sol batendo no


meu rosto. Levanto da cama e desço para cozinha procurar um remédio.
— Que foi?— Meu pai pergunta quando chego na cozinha.
— Tem remédio para dor?
— dentro do armário na caixa transparente. — pelo o remédio e tomo. E
olho para o relógio. São dez e meia da manhã. Saio da cozinha e vejo
minha mãe descendo as escadas.
— Bom dia — Ela fala.
— Bom dia
— Estamos indo para praia. Você vem? — Ela pergunta.
— Vou tomar uma banho e vou.—Ela solta seus cabelos do coque e
balança a cabeça para arrumar
— Tá bom— Ela fala indo para cozinha.
Subo para meu quarto e vejo meu celular no criado mudo. Pego ele e tem
duas mensagens. Abro e clico nas mensagens no Instagram. São duas
mensagens do Henrique.
@henrii.queee
Sua irmã passou o insta dela para o Thiago, e pedi para ele procurar você
para mim.
Não tem problema né?

Sorrio em ver as mensagens dele e respondo.


@Gabe_bieel
Oi, desculpa, dormi assim que cheguei em casa RS.
Sem problemas.

Envio as mensagens e vou para o quarto de Letícia. Bato já porta e ela


abre, com seus cabelos soltos e um pouco bagunçado, e com a mesma
roupa de ontem.
— A mãe já disse que vai para praia. Já já eu vou.— Ela fala com uma voz
de sono.
— Tá. Você quer remédio?
— Não, valeu. Já tomei. Você vai para a praia.?
— Vou.
— Depois te encontro lá. — Ela fecha a porta do quarto. Volto para o meu
quarto e pego minha sunga preta. E tomo um banho rápido. Visto minha
sunga, e desço para tomar café. Passo protetor solar, e saio da casa. Sinto
aquele vento quente bater no meu rosto. E reviro os olhos e sigo o
caminho que eu fiz com Letícia ontem.
Não é difícil encontrar meus pais na praia. Não é todo mundo que tem um
guarda sol rosa roque igual minha mãe.
— E sua irmã.? — Minha mãe pergunta quando chego perto dela.
— Ela já vem. — Respondo sentando na cadeira.
— Eu vou ir para o mar. — Meu pai avisa.
— Ah, espera. Vou também. — Minha mãe fala tirando seu vestido
branco.
— fiquei feia nesse biquíni.? — ela me pergunta.
— Não mãe, ficou linda.
Ela sorri e sai com meu pai em direção ao mar. Fico em baixo do guarda sol
na sombra, e reclamando um pouco do mormaço que bate em mim.
— Oi.— Letícia fala.
— Ah, oi.
— nossa, nunca mais bebo igual antes. — Ela fala. E nós dois rimos juntos.
— Ah, Thiago vai aparecer aqui. Ele mandou mensagem.
— tá bom.— Letícia abre uma latinha de refrigerante que meu pai trouxe e
leva a sua boca. E vejo meus pais voltar do mar.
— Nossa, tá uma delícia. — Minha mãe fala colocando sua mãos nos
cabelos e tirando o excesso de água do cabelo. Meu pai balança a cabeça
para tirar água, e senta na cadeira e abre uma latinha de cerveja. Minha
mãe estende uma canga com flores na areia e senta. Com o sol batendo
em seu corpo.
— vão para a água vocês dois. — minha mãe fala.
— A gente já vai.— Eu falo.
Letícia me cutuca e eu olho para onde ela manda eu olhar. E vejo Thiago e
Henrique vindo na nossa direção, arregalo meus olhos e olho para ela. E
ela ri.
— Já voltamos. — Letícia avisa, me puxando pelos braços. E ela me puxa
até eles.
— oi.— Ela fala toda feliz.
— Oi. Estão bem.? — Thiago pergunta.
— Sim, estamos. — Ela fala. Henrique esta olhando para mim, e sinto
vergonha.
— Oi.— Ele fala para mim.
— Oi. — Sinto meu corpo tremer.
— Vamos falar com meus pais. — Letícia avisa. E os meninos concordam. E
voltamos onde meus pais estão. E reparo que Henrique está olhando para
mim.
— Mãe, pai. Esses são Henrique e Thiago.— Letícia fala.
— oi meninos. — minha mãe fala. E meu pai só balança a cabeça, e
continua tomando sua cerveja.
— Vamos para a água. — Letícia avisa. E minha mãe concorda.
— vou chegar primeiro. — Thiago grita, e corre para o mar.
— Ah não vai mesmo. — Henrique fala e sai correndo também. E Letícia e
eu corremos também. Nós quatro sai correndo para o mar e Henrique
chega primeiro que todo mundo, entramos correndo para dentro do mar.
E Thiago joga água no rosto da Letícia.
— Você vai ver. — Ela fala passando as mãos em seus olhos. E ela joga
água no rosto de Thiago também. Ele pega ela pela cintura e joga ela no
Mar. E eles ficam entre eles brincando. E eu fico com Henrique sem ter o
que falar. E sinto ele jogar água nas minhas costas. Eu viro para ele, e ele
olha para mim. E desvio o olhar para o corpo dele, e que corpo. Falo em
meus pensamentos.
— Vamos jogar vôlei.? Thiago pergunta. E todos concordam. Ele pega uma
bola de vôlei com uns meninos que de longe eu conheço, são os meninos
da festa.
— Eu e a Letícia, Contra o Henrique e o Gabriel.— Thiago fala.
— Já sabe que vai perder né?— Henrique fala.
— vamos ver irmão — Thiago fala jogando a bola para o alto. Quando
Letícia e Thiago faz ponto, ele pega pela cintura e comemora, e quando
Henrique e eu faz ponto, a gente só bate as mãos.
— Vai você consegue.— Henrique fala. Para desempatar o jogo.
— isso garoto. — Ele comemora quando Letícia não pega a bola. E vem
para me abraçar, mas ele para. E levanta a mão, e batemos nossas mãos.
— Eae Thiago, passa a bola. — Um garoto atrás de mim fala. E eu me viro
para ver quem é. E reconheço. É o garoto com o cabelo platinado que
estava brigando ontem na festa. Seus cabelos está molhados, e seus olhos
são azul como a cor do céu. E seu shorts preto está marcando sua perna
malhada. E ele olha para mim.
— Toma. — Thiago joga a bola para o garoto. Ele pega e joga para uns
meninos que começam um jogo.
Ficamos no mar por um tempo, e depois Thiago leva a gente para comer
hambúrguer, e ele diz que paga para todos pela noite de ontem e pelo dia
de hoje.
— Vai fazer o que amanhã.?— Henrique me pergunta quando estamos
voltando para casa.
— Não sei.
— quer sair comigo? Não sair, tipo um encontro. Mas da uma volta aqui na
beira do mar. —Eu Sorrio.
— tá, eu aceito.
— Nossa, aquele menino acabou com nosso jogo.— Letícia fala quando
chegamos no caminho que dá para casa.
— O Diogo é assim mesmo. E agora que ele vai mudar daqui, ele tá mais
chato ainda.— Thiago fala.
— Não tenho culpa que ele vai se mudar daqui. — Letícia fala.
— É não tem mesmo.— Thiago fala colocando suas mãos na cintura de
Letícia e beijando sua boca. E Henrique e eu finge uma tosse e eles para de
se beijar.
— Só fazer o mesmo, meu. — Thiago fala. E eu sinto meu rosto ficar
vermelho. E Henrique olha para mim e ri.
— Sábado... vai ser meu aniversário, vocês estão convidados. — Letícia
fala quando sai do beijo com Thiago.
— Eu vou colar aí. — Thiago fala.
— Você também pode vim, Henrique.— Letícia fala.
— Ah, valeu. Venho sim.
— Não sei a hora certa. Mas depois mando uma mensagem para você. —
Letícia fala para Thiago. E ele concorda.
— E os amigos do meu irmão vai vim, ainda não sei se minhas amigas vem.
— Ela continua.
— Tudo bem, a gente vem sim.— Thiago fala.— vamos ? — Ele pergunta
para Henrique.
— Sim.— Thiago vira para Letícia e beija ela com um beijo calmo.
— Até amanhã então.?— Henrique me pergunta.
— Até amanhã. — eu Sorrio. E ele se inclina e me da um selinho.
— Tchau gente. — Letícia fala. E saímos pelo caminho até chegar em casa.
Vamos para trás da casa onde tem um chuveiro que serve para gente tirar
a areia do corpo. Letícia e eu passamos uma água no corpo juntos, e
voltamos pela parte da piscina.
— Vou da um mergulho. — Ela fala. Mergulhando na piscina. — Vem, tá
quentinha a água. E eu Mergulho também.
— Acho que de noite a gente sempre tem que vim para a piscina.— eu
falo.
— Eu super apoio a ideia. — Ela fala.
— Biel. — Ela continua. — tá tudo bem viu.?— ela fala olhando para mim.
— Tudo bem o que.?
— Você beijar garotos.
— Ah, isso.
— Eu estava bêbada, mas eu lembro. — Ela ri.
— Eu não queria falar por agora. — eu falo.
— Tudo tem seu tempo de falar, você não precisava falar se não quisesse.
Mas eu sempre vou apoiar você entende da sua escolha, o importante é
te ver feliz.
— Obrigado, de verdade. Obrigado por me apoiar.
— Eu sempre vou!
— Eu te amo muito.
— Eu te amo muito também, maninho. — Ela fala me abraçando.
Voltamos para dentro de casa, tomamos banho, e fazemos um brigadeiro
para gente comer. E subimos para dormir.
— Quer dormi comigo? Igual quando você era criança.
— Quero. — eu falo rindo para ela. Ajeito a cama junto com ela. E caímos
no sono.
As coisas nessas férias estão sendo diferentes, sempre foi: praia,
aniversário da Letícia, ir para a água, e meus pais brigando. E nessas férias
eu estou sentindo que está sendo diferente, que vai ser legal. Todo final
de ano a gente vai para a praia, mas não é sempre o mesmo lugar. Sempre
é algum lugar diferente, e nessa viagem está sendo tudo, tudo diferente.
Vou aproveitar o máximo aqui, porque ano que vem, sei que vou está em
Outro lugar com pessoas diferentes.
6

Acordo na mãe seguinte. Com o despertador do celular de Letícia. São


nove e meia da manhã. Reclamo antes de passar as mãos nos meus olhos.
E cutuco Letícia.
— Acorda— eu falo.
Letícia reclama e puxa o cobertor rosa escondendo sua cabeça. Eu levanto
da casa e vou para meu quarto, procuro meu celular e pego. Sábado é
aniversário de Letícia, e como sempre, Luan e Beatriz sempre desce para a
praia. Abro meu celular no chats.on e mando mensagem no grupo que
temos: Letícia, Luan e Eu.
Gabriel.
Oi gente, bom dia.
Então, vocês vão descer aqui amanhã?
Para o aniversário da Letícia?

Desligo o celular e vou para o banheiro escovar os dentes e passar uma


água no rosto. Volto para o quarto e coloco uma sunga preta, e uma
regata branca.
Meu celular vibra.

Letícia
Oi amg, bom dia
Eu vou sim

Luan
Oiii, bom diaaa
Vouuuuu, ansioso

Gabriel
Que ótimo gente, estou com sdds de vcs
Vem hj, ou amanhã?
Luan
Estou morrendo de sdds também
Não vejo a hora de cair nesse mar

Letícia
Eu também, essa casa parece ser incrível.

Desligo o celular e desço para tomar café. Meus pais ainda não acordou,
tomo meu café e saio para fora de casa. O céu está limpo, apenas com o
sol forte logo de manhã. Vou para a área da piscina e sento em uma das
espreguiçadeira na sombra, sentindo a brisa e escutando o barulho das
ondas.
— Não sei se vai durar muito tempo. — escuto uma voz. Me levanto e vejo
o menino da festa, o de cabelo platinado. E ele me vê também, trocamos
uns olhares enquanto ele passa pela minha casa. Diferente da festa, ele
está de sunga azul escura. E seu corpo é todo malhado. Que gostoso. Falo
em meus pensamentos. Não sei quem é ele, mas talvez ele seja amigo do
Henrique ou de Thiago. E logo depois dele um menino alto de pela escura
passa também. E os dois somem da minha visão.
E eu entro na parte mais funda da piscina com um mergulho, e sinto a
água morna. Fico uns segundos debaixo d’água até eu subir pata a
superfície. E logo vejo Thiago chegando pela trilha.
— Bom dia— Ele fala para mim. — A leh disse para eu vim pra cá hoje.
— Oi bom dia— falo saindo da piscina e indo em direção a ele. — entra—
falo abrindo um portão pequeno branco. E ele entra.
— Oi— escuto a voz doce da minha irmã atrás de mim. — que bom que
veio— Ela fala abraçando ele. E dando um selinho.
Reviro os olhos.
— Vou voltar para a piscina— falo me virando.
— Ah, o Henrique está vindo— Thiago fala. E eu paro e viro pata ele. E
minha irmã e ele sorri. Sinto um leve frio na barriga.
— Vamos apostar corrida? — minha irmã fala tirando sua saída de praia e
ficando só com os seus biquínis lilás.
— Uau— Thiago fala.
— Que é?— Letícia fala olhando para ele.
— essa cor combinou demais em você
Letícia ri.
— Quer apostar corrida? Você vai perder— Thiago fala volyqmdo para o
mundo real e tirado sua regata rosa.
— Eu nunca perco— Ela fala indo para a piscina. Os dois entra na piscina, e
dão um mergulho só para molhar o corpo antes de começar.
— Pronta?
— Eu sempre estou
— Um — eu começo
— Dois
— Três — Thiago olha para Letícia e pisca um olho.
— Já— Eu grito, e os dois sai nadando até o final da piscina e voltando.
— Eu disse que eu nunca perco. — Letícia fala passando as mãos em seus
cabelos.
— Eu deixa você ganhar
— Deixou nada, Thiago.
Ele revira os olhos.
— Eae— escuto a voz de Henrique atrás de mim. E meu corpo vibra. Eu
olho para trás e me deparo com ele com uma sunga preta. Sinto minha
respiração ficar ofegante. E ele entra pelo portão que eu deixei aperto.
— Tudo bem?— Ele pergunta para mim. E me dando um abraço. O abraço
de Henrique é calmo e gostoso, por mim ficava horas abraçando ele.
— Tudo, e com você?
— Bem também— Ele fala saindo do abraço.
— Oi— Thiago fala saindo da piscina e cumprimentando Henrique com um
aperto de mão. Letícia sai da piscina também e eles se cumprimenta com
um beijo no rosto.
— O que estavam fazendo?— Henrique pergunta.
— Estávamos apostando corrida. — Thiago fala.
— Quem ganhou?
— Eu, óbvio — Letícia responde Henrique.
— Mane esse jogo, quero quer se vocês de garante no briga de galo.
— Eu tô dentro— levantei a mão. Henrique Sorrio para mim.
— Beleza, pronta?— Thiago falou olhando para Letícia. Ela concordou com
a cabeça. Nós quatro entramos na piscina.
— Bom, acho que as duplas estão formadas né?— Thiago perguntou.
— Sim— Letícia respondeu. Thiago mergulho e Letícia subiu nas costas
dele. E ele voltou para a superfície com ela no seu ombro.
— Pronto?— Henrique me perguntou. E então mergulho, e eu subi no seu
ombro. Seus ombros eram largos e dava para sentir seu corpo malhado.
Ele segurou na minha perna, e Thiago fez o mesmo com a Letícia.
— Você vai perder— Ela me disse.
— Vamos ver— Falei sorrindo.
— Um— Ela começou.
— Dois— eu falei
— três — e ela estendeu seus braços, e eu fiz a mesma coisa. Quase cai
mas Henrique me segurou. Ela quase caiu também, mas Thiago segurou
ela. E peguei impulso e derrubei ela, que seu um gritinho. Henrique deu
um grito de vitória e apertou minhas pernas, eu tremi nessa hora. O
máximo que eu tinha chegado perto dele, foi no nosso beijo. Letícia voltou
para a superfície.
— Outra— Ela disse. Segurando nos ombros de Thiago, e fazendo ele
baixar para ela subir dele.
Fizemos tudo de novo, e novamente Henrique e eu ganhamos.
— AAAAAAH— Henrique grita e me abraça comemorando.
— Tudo culpa sua Thiago. Muito fraco— Ela subindo para a superfície.
— Você que não se segura— Ele falou. E ela deu um saquinho no ombro
dele. E mergulhando até a borda da piscina.
— Me ajuda a fazer uma limonada para a gente— Letícia fala pata Thiago,
e saindo de dentro da piscina. Ele concorda e nada até a borda e sai.
— Oi gente— Minha mãe aparece, e eu me afasto rápido de Henrique. Ele
Franze o cenho, mas não diz nada.
— Oi— falamos juntos.
— Eu e seu pai vai passar no mercado rapidinho, para comprar as coisas
para sábado— Minha mãe fala para Letícia. — E Gabriel, O pai de Luan vai
trazer ele e a Bia.
— Ah tá bom, obrigado mãe.
— Esses são Enzo e Matheus? — Minha mãe fala apontando para os
meninos, e todos ri, menos ela.
— São, Henrique e Thiago— Eu falo apontando para eles.
— Ah, desculpa meninos. Não sou boa com nomes.
Ela ri.
— Tudo bem, tia— Thiago fala.
— Bom vou indo, divirta-se— Ela fala saindo da área da piscina e cochicha
alguma coisa no ouvido da Letícia que revira os olhos. E ela da um
tchauzinho para gente, e desaparece.
— Vou ir lá fazer as limonadas— Letícia avisa. Pegando uma toalha e
passando pelo corpo e entrando para dentro de casa.
E eu fico sozinho com Henrique na piscina. Ele não fala nada sobre eu ter
me afastado dele quando minha mãe apareceu. E sinto meu corpo ficar
quente assim que ele se aproxima de mim. Ele se aproxima, e coloca a
mão na minha cintura, fazendo nossos corpos ficar grudados. Ele olha para
mim, e eu olho para ele. E ele me beija.

O nosso beijo é calmo, e tem um pouco do gosto da água da piscina. A


língua de Henrique está quente, e ela entra é sai com calma da minha
boca. Eu acompanho o ritmo dele. Ele sai do beijo e me leva até a borda
da piscina, e me encosta nela, e continua o beijo. Ainda é calmo. Mas eu
sinto que ele quer ir mais rápido. Ele coloca a sua mão de novo na minha
cintura, e devagar ele passa sua mão para trás, é descendo até a minha
bunda. E ele aperta. Afasto ele colocando minhas duas mãos no peitoral
dele.
— Tudo bem? — Ele fala ofegante.
— É...é...nunca aconteceu isso— Eu falo.
— Ah, foi mal, pensei que já tinha rolado outras coisas além do beijo.
— Não— Eu falo um pouco tímido. — Mas tudo bem...eu gostei— pego o
braço dele e puxo ele para perto de mim. Voltando a beijar ele. Ele não
aperta de novo, mas fica com a mão lá. Ele para o beijo, e começa a beijar
meu pescoço. Sinto meu corpo tremer, sinto meu corpo ficar gelado agora.
Coloco minha mão no cabelo preto e macio dele, e meus dedos
desaparecem em seus cabelos. E ele volta a me beijar. E como se alguém
falasse no meu ouvido para eu abrir o olho, eu abro. E vejo a porta abrir
lentamente, e saio do beijo. Mergulhando e passando por baixo dele.
Volto a superfície e minha irmã e Thiago então lá com as limonadas.
— O que estavam aprontando?— ela pergunta.
— Nada, ué— Eu falo. E olho para Henrique que sorri.
— Bom, escolhem tem: Morango, limão, amora, e limão— Ela ri.
— Vou querer a de amora— Henrique fala, saindo da piscina e pegando.
— Morango— Falo saindo da piscina. Letícia fica com a de Limão e Thiago
com a de limão também. Eu sento na ponta de uma das espreguiçadeiras,
e Henrique senta do meu lado.
— Da um pouco da sua— Henrique fala. E eu entrego a taça para ele.
— Bebe um pouco da minha— Ele fala. E eu pego a taça dele, e dou um
gole. Já ele dá dois goles grandes na minha.
— Ei— Falo pegando a taça da mão dele. — assim não sobre nada para
mim.
Bebemos as limonadas, e entre um gole e outro a gente conversa, e ri.
— Hum...Sábado vocês vem né? — Letícia pergunta.
— Sim, claro— Thiago fala. Dando um selinho nela.
— Sim, sim —Henrique fala.
— Quem vem?— Thiago pergunta.
— Vai vim dois amigos do Biel e uma amiga minha, se vocês quiser chamar
alguém, pode chamar. — Ela fala.
— Talvez os meninos vem— Henrique fala.
— Que meninos?— pergunto.
— Ah, uns amigos nossos, aqueles da festa— Thiago dando um ultimo gole
na sua limonada.
— Aqueles que apanhou?— Letícia pergunta ajeitando o seus cabelos
molhado.
— Não, aquele que bateu—Thiago fala.
Letícia revira os olhos.
— Já tô logo avisando, se tiver briga, vocês dois vão ver só.
— Relaxa leh, ele não é assim. O Diogo é tranquilo. — Henrique fala. — E
também não vem só ele.
Ficamos mais tempo na piscina e rola uns beijos entre Letícia e Thiago, e
uns beijos entre Henrique e eu. É meu estranho eu beijar um menino na
frente da minha irmã. Mas sei que ela é meu porto seguro. Meus pais
chegam com as coisas para sábado, e depois de um tempo os meninos vão
embora. Letícia se despede com um selinho em Thiago, e eu apenas
abraço Henrique.
— Queria da um último beijo em você— Ele sussurra. Eu vejo se meus pais
estão por perto. E dou rápido um selinho nele. Fico sem graça.
O dia passou rápido, ficamos a tarde inteira na piscina e bebendo
limonadas. Eu recebo uma mensagem do Luan dizendo. “ Vamos descer
amanhã” eu estou tão cansado que só visualizo a mensagem dele. Depois
de tomar banho, eu como algo rápido e deito na cama e durmo.
— Ei, ei, ei. Acorda, acorda. Gabrieeeel, acorda— ouço vozes e mãos me
cutucando. Abro os olhos e vejo Luan e Beatriz, um de cada lado.
— Bom dia— eles gritam.
— Meu Deus gente
— A gente te ligou horrores, e você, nada. — Bia fala.
— Sim, depois reclama que a gente não responde, né— Luan fala
sentando na cama. Eu me ajeito e fico sentando na cama, e passo as mãos
em meus olhos e abrindo a boca de sono.
— Eu estava com saudades— falo para eles.
— Nós também— Eles falam juntos. E me envolve em um abraço.
Esta com eles é como se eu estivesse em casa. Eles me confortam, Quero
levar eles para a vida, ficar velhinhos juntos. Eu amo eles, e sei que eles
me amam.
7

Envolvido no abraço dos meus amigos. Me sinto acolhido


— Vamos para a praia?— Luan fala.
— Acabei de acordar, nem tomei café.
— Então anda, porque eu estou doida para ficar com marquinha
do biquíni — Bia fala passando as mãos em seus cabelos. Eu me
levanto da cama e vou para o banheiro colocar minha roupa de
banho. A roupa que eu fico o tempo toda é: sunga e regata; e as
vezes sem a regata. Escovo os dentes e volto para o quarto. Bia e
Luan já estão com suas roupas de banho. Luan está ajudando ela a
amarrar o biquíni da Bia.
— O que achou?— Ela me pergunta.
— Tá ótimo, amiga.
— Deveria ter pegado o outro— Ela fala.
— Larga de graça Beatriz, tá ótimo esse— Luan fala tirando o
shorts de moletom. Bia está com um biquíni azul cristal, que ficou
ótimo em seu corpo. E Luan com um a sunga rosa com branco. Eu
coloquei a minha sunga preferida, azul bebê.
— Vamos tomar café e depois partiu praia— Eu falo.
Descemos para a sala e encontro o pai de Luan sentando
conversando com o meu pai.
— Oi tio— Falo indo em direção a ele e cumprimentando.
— Fala garoto— Ele aperta minha mão. — Cadê sua irmã? — ele
continua.
— Não sei tio, porque ?
— Eu já ia entregar o presente para ela
— Ela não está no quarto dela pai?
— Não sei Gabriel, passei lá e não vi ela
Só falta ele ter saído com Thiago
— Ela deve ter ido a praia— Eu falo.
— Entrega para ela então, ele levanta e coloca a mão no bolso, e
tira duzentos reais.
— Não precisa, Rodrigo— Meu pai fala.
— Lógico que precisa, aniversário da menina— O pai de Luan fala.
Entregando o dinheiro para mim.
—É presente meu e da margarida— Ele fala sentando no sofá.
Margarida é mãe de Luan.
— Vou colocar no quarto dela— Falo subindo correndo as
escadas, e deixando o dinheiro na penteadeira dela.
Volto para a sala, e vou para a cozinha com Luan e Bia.
— Vocês não quer nada?— pergunto.
— Não, amigo, obrigado— Luan fala.
— Mas você só comeu em casa, e não comeu nada no caminho—
Bia fala.
— Mas eu não estou com fome
— Eu vou comer um pouco amigo.— Bia fala. Já são quase uma da
tarde. Então eu pego uma jarra de suco de abacaxi, e esquento
lasanha para Bia e eu.
— Tem certeza que não quer?— pergunto novamente para Luan.
— Nãoooo, obrigado.
Esquenta as lasanha e coloco dois copos para Bia e eu. Depois de
comer, eu aviso meu pai que estou indo para a praia com eles.
Meu pai e o pai de Luan estão na sala tomando cerveja.
— já vou pra lá também — Ele avisa.
Saímos de casa e percorremos o caminho que dá na praia. Luan
está levando a bolsa de praia da Letícia. Até que chamamos lá.
— Porra, aqui é lindo— Bia fala.
E eu Sorrio para ela.
— É lindo mesmo— Luan fala olhando para um homem que passa
por ele.
Vejo o guarda sol nada chamativo da minha mãe e vou até ela.
— Oi meninos— Ela fala abraçando Luan E Bia. — Que bom que
vocês veio. — Oi filho— Ela me da um beijo.
Pegamos um protetor de dentro da bolsa da Bia e passamos.
— Ah, o pai vai descer com o Rodrigo— Aviso minha mãe.
— Tá bom, sua mãe não veio Luan?
— Não tia, ela está trabalhando, então meu pai me trouxe— Ela
fala passando protetor nas costas da Bia.
Minha mãe acende e deita na canga de costas para o sol.
— Sua irmã ali— Luan aponta, Letícia está vindo com Henrique e
Thiago.
— Quem são— Bia pergunta.
— Aquele sem camisa é Thiago.
— Letícia está ficando com ele, é assim que fala ne? Ficando. —
minha mãe me interrompe.
E a gente ri.
— E aquele com camisa— eu continuo— É Henrique, ele
é...ele...é...nosso amigo.
Bia olha para mim.
— Oi gente— Letícia fala quando chega perto da gente e corre
para abraçar Luan e Bia. E Henrique vem direto para me abraçar.
Sinto um frio na barriga, ele me acolhe em um abraço rápido. E
Thiago toca a minha mãe e me abraça.
— O tio Rodrigo deu um presente para você— Aviso.
— O que é?
— Quando você voltar para casa você vê.
Ela revira os olhos
— Meninos, esses são os amigos do Biel. Luan e Beatriz.— Letícia
fala.
— Prazer— Luan e Bia fala.
— O prazer é nosso conhecer os amigos deles— Henrique fala.
— Vamo pra água— Thiago fala pegando Letícia no colo e
correndo com ela até a água. E vejo meu pai chegando com o
Rodrigo.
— Porra— Falo quase em um sussurro, mas Henrique escuta.
— Que foi?
— Nada, vamos. — caminho com eles até a água e ficamos
tomando banho de mar. Não fazemos nada, a não ser que ficar
indo para o mar, voltar tomar sol, ir para o mar, voltar tomar sol.
Foi assim a tarde toda. E Luan ficou sem comer a tarde toda. Me
despeço do pai de Luan e ele dá partida com o carro.
— Busco vocês segunda— Ela fala saindo com o carro. Não mais
ninguém na porta de casa a não ser: Letícia, Luan, Bia, Thiago e
Henrique. Henrique esta atrás de mim. E não nos beijamos se quer
uma vez hoje.
— Letícia, preciso fala com você — meu pai aparece na porta de
casa e volta para dentro. Eu já até sei o que é
— Vou ir antes que ele começa a gritar— Letícia fala para Thiago.
Ele balança a cabeça e beija ela. E Henrique aparece na minha
frente.
— Bom, até amanhã — Ele fala.
— Ate— Ele se inclina e me envolve em um beijo rápido.
Sinto meu rosto ficar quente. E olho para Bia e Luan que estão
com um sorriso de orelha a orelha.
— Arrasou amigo— Luan fala. Entrando para dentro de casa e
Luan e Bia sobem para tomar banho, como tem dois banheiros
aqui, eles foi primeiro, sigo Letícia até a cozinha.
— Não precisa disso, ela já vai fazer dezoito anos— Escuto a voz
da minha mãe. Chegamos na cozinha e minha mãe está lavando a
louça, e meu pai tomando uma latinha de Cerveja.
— O que foi aquilo na praia?— Ele pergunta para Letícia. E eu fico
parado do lado dela.
— O que?
— O que Letícia, o que? Aquele menino te pegando no colo e
correndo com você.
— O que que tem? Ela cruza os braços.
— Você sabe que eu não aceito isso
— Não aceita o que? Ele me pegar no colo? Pelo a amor viu
— Não quero você mais perto dele
— O que?
— Ele tem quantos ano?
— vinte
— E ele pegando você?
— Eu tenho quase dezoito
— Não tô nem aí Letícia, o cara tem vinte anos
— Amanhã é meu aniversário eu faço dezoito vou ser maior de
idade.
— Não quero saber, ou sem ele ou sem festa
— O que— Ela grita.
— Não precisa disso, não tira a festa da menina— Minha mãe fala
secando as mãos. — filha, você está tendo alguma coisa com ele?
— Estamos ficando só
— Ficando, nem assumir ela o rapaz assumi— Letícia prende seus
cabelos em um coque.
— Eu e ele estamos se conhecendo.
Minha mãe olha para meu pai, e quando ela faz isso, é que ela que
vai fazer o caminho seguir.
— Tudo bem, trás ele aqui para conhecermos ele também, e
amanhã vai ter festa, ok? Sobe pro seu quarto
Quando minha mãe fala: sobe pro seu quarto. É para a gente ir
antes que aconteça alguma coisa. Letícia sobe bufando as escadas
e vou atrás.
— Que chatice, puta que pariu— Ela fala. — Ah, vou agradecer o
tio Rodrigo. — Ela fala pegando o dinheiro. Luan e Bia estão no
meu quarto de pijama.
— Tá tudo bem?— Bia pergunta.
— Sim, só meu pai com frescura, vou ir tomar banho
Pego meu pijama e tomo um banho, volto para o quarto.
— Pedi pizza— Avisa Bia. Luan está mexendo no celular e Bia
também. Pego meu celular e não tem nenhuma mensagem.
— Vamos descer— Falo. E eles concordam comigo. Passo no
quarto da Letícia e ela está lendo: Evelyn Hugo. Ainda.
Quando a pizza chegar eu subo e chamo ela.
Chegando na sala, decidimos assistir um filme.
— Vamos ver terro— Bia fala.
— Não, vamos ver outra coisa.
— Por mim tanto faz.— Eu falo. Não conseguimos decidir, então
optamos assistir: Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban. — o
meu preferido da franquia– coloco o filme e assistimos sentando
no sofá.
Buzina.
— Vamos lá — Bia fala se levantando do sofá.
Paro o filme com o controle remoto.
Seguimos ela e pegamos a pizza, ela pediu de portuguesa e
muçarela. Colocamos em um prato e Voltamos para a sala.
— Vou chamar a leh— Aviso. Subo para o quarto dela, e ela está
dormindo. Então opto por não chamá-la. Desço para a sala.
—Ela está dormindo.
Dou play no filme.
Comemos a pizza e assistimos Harry, quando vejo no relógio são
oito e meia da noite, Letícia está na cozinha fazendo brigadeiro e
estou na sala com Luan.
— Tá pegando o menino lá a quanto tempo?— Ele pergunta.
— pouco tempo amigo, encontrei com ele na festa que teve aqui.
— Que legal, tem festa por aqui?
— Sim, até que é legal
— Tá gostando dele? — Ele pergunta se aproximando de mim
— Não, não gosto dele, não como você imagina, tá super cedo
para isso, por enquanto só uns beijos
Eu dou risada.
— Que bom amigo, fico feliz por você!
Ele me abraça.
Letícia chega com um prato de brigadeiro e três colher.
— Prontinho— Ela avisa colocando o prato em uma mesa
pequena de vidro. Sentamos em roda e comemos o brigadeiro.
— Quem vem amanhã?— Ela pergunta.
— Henrique, Thiago, Diogo — Eu só sei desses, eu falo.
— Quem é Diogo?— Luan pergunta.
— Um amigo deles, nunca falei com ele— Eu falo.
— E vem mais gente?— Bia fala colocando uma colher de
brigadeiro na boca
— Sim, os meninos vão chamar— Falo.
Comemos o brigadeiro e subimos para o quarto, nós três escova
os dentes e deitamos.
— ansioso para amanhã — Luan fala deitando no colchão ao lado
da minha cama.
— Eu também— Bia fala.
— É, também estou— Falo.
Na verdade eu estou mesmo ansioso para essa festa, não sei
quem realmente vem, e não sei como vai ser. Mas acho que vai
ser legal. E Henrique vai está aqui, não tem nada de ruim que
possa acontecer.

Acordo na manhã seguinte. E como um passe de mágica já está


de tarde, e estamos arrumando as coisas para a festa da Letícia.
Ela escolheu o tema: Euphoria. Então ta tudo roxo claro, roxo
escuro e prata. E tem uma cortina brilhosa. Arrumamos tudo, e
vamos tomar banho, como tem dois banheiros, as meninas vão
primeiro, e eu e Luan acordamos. As meninas sai do banheiro e
minha mãe me chama.
— Gabriel, cuidado viu. Eu e seu pai chega amanhã, boa festa. —
Ela diz me abraçando. Eles vão ficar por aqui pela praia, só que
não disse onde.
— Tudo bem mãe, obrigado.— e ela sai de casa com meu pai. Eu e
Luan vamos tomar banho. Volto para o quarto apenas com um
shorts de moletom preto que fica pra cima do meu joelho. E Vejo
Bia no quarto da Letícia sentada na penteadeira. Bia está com um
shorts jeans curto, preto também. E um sutiã branco, com uma
blusa transparente preta. E tênis prato. Seu cabelo está solto e ela
está terminando a maquiagem.
Não vejo Letícia.
Vou para meu quarto, e pego uma blusa roxa clara com detalhes
brancos. Luan aparece no quarto com um shorts Jens, e uma blusa
rosa com a Hello Kitt no meio. E sua barriga está mostrando.
— Não quero chamar muita atenção— Ele fala.
Eu dou uma risada.
— Terminei— Bia fala. Sua maquiagem esta impecável.
— Cadê a Letícia? — pergunto para Bia.
— Ela está lá fora esperando os meninos
Passo a mão arrumando meu cabelo e desço para lá para baixo. E
vou para a área da piscina. E assim que chego lá, Thiago chegar, e
dando um beijo em Letícia. Logo vejo duas meninas chegar, uma
loira e outro com cabelo cacheado, mas não vejo Henrique.
Decido ir até eles.
— Oi— falo quando chego.
— Eai, cara. Thiago me abraça.
— Ah essas são, Sabrina e Marina.
— Oi— as duas falam juntas.
Olho para a trilha para ver se Henrique está vindo.
— Ele já vem, cara— Thiago fala.
— Não estou esperando ele— Falo saindo de perto deles.
A festa já está rolando, e chegou duas meninas e dois meninos, e
estão todos bebendo, até eu.
E nada do Henrique.
O pessoal bebe e dança, e vejo rapidamente Luan beijar
loucamente um dos meninos que chegou. E Letícia não encontro
mais ela. Chega mais quatro pessoas, e eu que recebo elas.
E nada do Henrique.
Letícia aprece e vou até ela.
— Meu, olha o tanto de gente— eu grito em meio ao som alto
— Minha festa tá sendo famosaaa— Ela fala gritando e pegando
um copo com bebidas misturadas. Olho para trás, é não vejo nem
sinal do Henrique.
— Cara— Thiago coloca a mão em meu ombro— Ele vem, fica
tranquilo.
— Eu já disse que não estou esperando ele— pego o copo de
bebida mistura e dou um gole.
Faço cara feia
Ele ri
Me viro e vejo Beatriz beijando a garota de cabelo cacheado. E
logo atrás dela, vejo um cabelo platinado, não tem como não
reconhecer aquele menino alto de cabelo platinado. E atrás dele
está Henrique. Eles entram na festa, e o garoto de cabelo
platinado passa por mim. E me olha.
— Oi— Henrique fala quando chega perto de mim.
Meu coração acelera.
— Oi
— Desculpa, tive uns problemas
— Tá bom
Ele me da um selinho.
Entre umas músicas e outras eu danço com o pessoal e bebo mais.
Depois do selinho em Henrique, só via ele de relance.
— Vira, vira, vira, vira— O pessoal fala para mim, para virar um
copinho de vodka.
Eu viro, nunca pensei que ia fazer isso. Vejo tudo rodar, e parece
que meu peito vai explodir com a batida alta da música. Pego
outra garrafa de ice, e tomo. Segurando a bebida, entro para
dentro da casa.
Meu corpo está quente, e eu estou eufórico. Tomo outro gole e
decido ir na cozinha tomar um copo d’água. Sigo para cozinha e
escuto vozes vindo de lá. Paro no meio do caminho e tento ouvir o
que estão dizendo.
— Eu sei que você quer— não reconheço a voz mas a outra sem
bem que é
— Não, eu já disse que não— é a voz de Henrique
— qual é Henrique, eu sei que você quer que eu meto em você.
— Diogo, não, isso já passou não sinto mais vontade de ficar com
você.
Então Henrique gostava do garoto platinado, o Diogo.
— Tá com alguém?— Escuto a voz do Diogo
— Não— Henrique responde, meu coração para e fico com
dificuldade de respirar

— Não? E aquele menino, Gabriel


— A gente só ficou umas vezes, mas não quer dizer que eu estou
com ele, eu só livre, fico com quem eu quiser.
Me sinto um trouxa, um burro, um idiota.
Meu coração acelera ainda mais, muito mais.
— Então, me beija, eu sei que você quer— Diogo fala.
— Diogo— escuto a voz de Henrique, em seguida não escuto mais
nada. E alguma coisa me diz para olhar, eu não queria, mas
alguém falava para olhar. Então eu olhei, e na mesma hora em
que olhei, Henrique beijou Diogo.
Senti meu rosto ficar vermelho. E minha respiração ofegante de
raiva, a raiva tomou meu corpo.
Tomo outro gole da garrafa de bebida, e mais um, que acaba com
a garrafa. Volto para fora da casa, e o ar gelado toma meu corpo.
— Ei, estava te procurando— Thiago fala.
E eu passo reto por ele. E eu sei que ele ficou sem entender o que
rolou. Vou até a caixa de bebidas e pego outra garrafa de ice.
E tomo sem parar, quando vejo a porta abrir, e Henrique e Diogo
sai de lá. Sabe Deus o que eles fez. A cena do beijo deles me irrita
mais ainda.
Tomo outro gole
— Gabe, Gabe?— Escuto a voz de Bia, estou em transe, nada vai
me tirar disso. Henrique vai até a outra caixa de bebida e pega
uma cerveja. Volto meu olhar para porta, Diogo não está mais lá.
Procuro Diogo pela festa e acho, volto meu olhar para Henrique,
que está vindo na minha direção, mudo o olhar para Diogo que
está de costas dançando.
Anda, beija o Diogo, beija o Diogo, beija o Diogo, beija o Diogo
Eu poderia pegar qualquer um daquela porra de festa, mas sigo
até Diogo, já queria pegar ele mesmo. Então agora é a hora. Passo
reto por Henrique Thiago e Letícia. Diogo é um pouco maior que
Henrique. Tomo outro gole, acabando com outra garrafa. Jogo ela
no chão mais não quebra.
— Ei— Grito. E Diogo vira para mim, e em meio ao som alto, e
todos daquela festa, com Henrique Thiago e Letícia me olhando,
eu colo meus lábios nos lábios de Diogo.
O beijando, sem ligar para quem está vendo isso.

O beijo de Diogo é intenso. ele coloca sua língua dentro da minha


boca. E eu não sigo ele como seguia Henrique, agora, eu estou no
comando.
Diogo é maior, que me faz ficar de ponta de pé. Ele entrelaça seus
braços fortes em minha cintura e me vira, fazendo eu ficar
encostado na parede. O beijo fica muito quente, Diogo me puxa
para perto do seu corpo. Sentindo todo o seu corpo sarado.
Ele sai do beijo para respirar, e me olha, me examinando para
saber quem eu sou. Estou com a respiração ofegante. Coloco
minha mão em seus cabelos e puxo ele voltando a beijá-lo.
Sinto alguém empurrar ele de perto de mim, me fazendo eu voltar
para a realidade. Minha respiração volta para mim, como se
minha alma tivesse fora do meu corpo.
— Você tá ficando louco?— Henrique grita.
— Ele que me beijo, porra— Diogo fala se levantando do chão. —
Vai toma no cu Henrique. Ele que me beijou
— Você é um filha da puta— Henrique fala empurrando Diogo.
— Ei porra, chega— Thiago fica na frente dos dois e grita.
Não sei o que eu faço, não sei se fico, ou saio dali.
Henrique olha para mim. Mas eu não olho para ele, estou olhando
fixamente para Diogo. Que percebe, e me olha também. Minha
vontade é de agarrar ele e beijá-lo de novo. Olho para Henrique, a
raiva toma meu corpo. Ele vem para perto de mim.
— Não— eu grito.
Ele continua.
— para— Grito de novo.
— Gabriel— Ele fala parado longe de mim.
Olho para Diogo e vou até ele.
— Desculpa— falo.
Me viro entrando para dentro de casa, abafando um pouco a
música quando fecho a porta, e vou para a cozinha tomar um
copo d’água. Acabei de beijar Diogo, e beijaria ele mais vezes.
— Tudo bem? — Escuto a voz de Diogo e me viro para ele.
— Oi, tudo
— Tá em choque depois de me beijar?
— Não, foi normal
Ele ri, e chega mais perto.
— Eu gostei— ele fala, chegando ainda mais perto.
— Mas eu não fiz por querer, não queria fazer isso. E também
bebi muito hoje. E...
Quase falo o que eu vi alguns minutos atrás, mas paro.
— Certeza?
— S-sim e-eu não queria
— Tarde demais, porque agora quem quer te beijar, sou eu— Ele
me puxa para perto dele, e sinto o ar quente saindo da sua boca. E
as luzes coloridas da festa emitem em seu rosto. E ele me beija.
Não é aquele beijo rápido que aconteceu a poucos segundos, é
um beijo calmo, que me faz ficar doido querendo mais e mais. E
eu sinto meu corpo queimar.
— Deixa eu te levar pro seu quarto— Ele fala, e volta a me beijar.
O que ele quer? Ele quer algo a mais?
— Me leva— Falo, e Diogo me pega no colo e me leva para cima.
Ele me coloca no chão, e eu abro a porta do meu quarto, e uma
onde de calor toma conta do meu corpo novamente.
Me viro para ele. A luz que está desligada, e não consigo ver
muito bem seu rosto. Ele se aproxima, e a luz da lua ilumina
rapidamente seu rosto, quando ele se aproxima de mim, ele me
beija de novo. E ele coloca as duas mãos na minha cintura, sinto
sua respiração quente na minha boca. E ele volta a me beijar.
Sinto ele baixar seu corpo um pouco, me pegando no colo, me
levando para minha cama me colocando deitado.
Ele fica encima de mim e sinto o seu peso sobre meu corpo. É um
pouco desconfortável, mas o que eu mais quero agora é beijar ele.
Sentir ele. Ele sai do beijo e começa a beijar o meu pescoço,
fazendo eu soltar um leve gemido. Com a força que eu não sei da
onde eu tiro, eu viro ele, ficando encima dele. E continuo o beijo,
ele coloca a mão na minha bunda, e percebo que a mão dele é
maior que a do Henrique, e a pegada do Diogo é mais violenta. Ele
morde de leve meu lábio inferior, e continua o beijo. Sinto algo na
minha barriga, e logo percebo, Diogo está excitado. Ele segura na
minha cintura, e senta na cama, e eu fico no colo dele. Sentindo
ainda mais o seu pau. E rebolo sobre ele, fazendo Diogo gemer.
Diogo sobe sua mão sobre mim, e coloca no meu pescoço.
— Quero fuder você— Ele fala. E volta a me beijar, ele tira sua
mão do meu pescoço e coloca por dentro da minha blusa, sua
mão está gelada, fazendo eu levar um pequeno susto. E eu
continuo esfregando minha bunda nele. Suas duas mãos está por
dentro da minha blusa, segurando na minha cintura. E agora ele
que faz eu me esfregar nele. Diogo está de moletom também,
fazendo eu sentir ainda mais ele. Não vou ter coragem de fazer
nada além do beijo. Ou vou? porque eu fiz isso para pirraçar
Henrique. Escuto gritos do Henrique atrás de porta. Fazendo tudo
isso passar.
— Diogo porra— Ele grita.
Ele soca a porta.
— Diogo, abre a porra dessa porta caralho— Ele grita ainda mais.
Eu saio de cima de Diogo, e vou até a porta.
— o que você quer?— falo sem abrir.
— Gabriel, Biel, abre a porta— Ele não grita comigo.
— pra que iria abrir?— sinto meu coração acelerar. Diogo vem até
mim, e fica atrás de mim. E coloca as mãos em meus ombros.
— Abre— Ele diz baixinho. E eu obedeço ele, abrindo a porta.
Henrique esta de costas e com ele esta Thiago, Letícia. Luan e Bia
sobe as escadas correndo parando na metade.
— Meu Diogo, que porra foi aquela?— Thiago fala olhando para
Diogo.
— O que Thiago, um simples beijo? — Eu falo.
— Cara...— Ele fica sem palavras
E até que eu tomo coragem de falar. E solto tudo o que eu queria.
— Eu beijei ele— falo batendo no meu peito— Eu que quis beijar
ele, e beijaria muito mais.— respiro— E se eu quiser beijar outra
pessoa, eu beijo, porque aliás eu sou livre para ficar com quem eu
quiser.— Finalmente olho para Henrique. E pelo o seu jeito eu sei
que ele já entendeu.
— Você entendeu tudo errado— ele fala.
Sim, ele sabe do que estou falando.
— Não entendi merda nenhuma errada, eu vi tudo.
— Biel...
— Porque você não deixar ele te comer? Porque estava “comigo”
— Faço aspas com os dedos. — Então quero te dizer uma coisa,
você foi burro. Porque ele é um gostoso. E o pau dele, nossa,
quem ia ser comido por ele agora, ia ser eu.
— Vamos conversar Biel, vamos conversar
— Eu não quero conversar com você Henrique porra, eu entendi
tudo certo. Você beijou ele
— Biel— Ele coloca a mãos em seus cabelos e respira fundo. —
Por favor vamos conversar.
Como que ele quer conversar comigo, e está calmo depois que eu
falei que ia ser comido pelo Diogo?
— Eu vou embora— Diogo fala.
— Eu levo você até a porta— eu falo olhando no fundo dos olhos
de Henrique, seguro na mão de Diogo e desço as escadas, levando
ele até a porta. E Thiago desce com Henrique até a cozinha.
— Mano, não se estressa, você tá bêbado, ele tá, eu também tô—
Diogo fala.
— Foda‐se ele— eu falo. E Diogo vira e vai embora. Fecho a porta,
e vou em direção a escada subindo para o segundo andar.
— Porra, como ele escutou isso? — escuto a voz de Thiago na
cozinha.
Minha cabeça está girando, e estou com vontade de vomitar.
— fala mano, melhor pra você— Thiago continua. E eu vou para a
cozinha.
Me viro e vou para a cozinha.
— Escutei, e escutei muito bem— falo quando chego na cozinha.
Henrique coloca a mão na cabeça e dá um passo a frente.
— Vamos conversar, só nos dois
—Eu não quero conversar com você— as luzes da festa batem no
rosto do Henrique.
— Eu não quero falar com você— eu falo pausadamente.
O álcool tomou meu corpo, e estou fazendo coisas que não faria.
— Biel, vamos— Henrique começa.
— Qual a parte que eu não quero conversar você não entendeu.
Vai com ele, fica com ele, já que você é livre para ficar com quem
quiser. Aproveita e deixa ele fuder você. Você é um ridículo. —
Saio da cozinha.
— Gabriel— Ele grita e vem atrás de mim.
— Me deixa Henrique— falo subindo as escadas.
— Por favor— Ele começa a chorar.
— não quero falar com você, você foi um babaca. Você estava
ficando comigo, até onde eu achava. E aí beijou o Diogo, mas tudo
bem. Porque foi só uns beijos, mas você foi ridículo.
— Biel — Henrique começa. Eu sei que eu deveria sentar e ouvir
ele, deixar ele se explicar. Mas com o álcool nas minhas veias, não
vou deixar ele falar nada.
— Henrique, vai para casa— Falo, termino de subir as escadas e
vou para o meu quarto, e tranco a porta.
9

Estou no meu quarto no escuro, apenas a luz da lua ilumina o


cômodo. Estou querendo chorar por tudo o que houve, o álcool
realmente subiu para a cabeça. Estou me sentindo culpado por
não deixar Henrique falar.
— Amigo?— Escuto a voz de Bia. Nem reparei que ela estava lá.
— Oi— minha voz quase não sai. Quero chorar, meu peito dói, e
minha cabeça está explodindo.
— Vem, senta aqui— Ela fala. E sento na cama, e sinto que Luan
também está lá. Nossa, realmente não percebia nada quando
entrei no quarto.
— Você não tem culpa de nada— Luan fala. Parece que ele estava
lendo minha mente.
— Tenho, tenho sim. Não deixa ele se explicar.
— Gabe, você e nem ele estão bem para conversar— Bia fala.
— Eu não quero falar com ele
— Mas você tem que falar amigo, nada vai se resolver assim—
Luan fala.
— Não vou falar com ele e pronto.— Falo levantando da cama, e
assim que levanto, eu começo a chorar.
Eu sei que eu tenho que falar com ele, mas não sei se vou querer.
No momento eu estou puto com Henrique. Passo a mãos em meu
rosto secando as lágrimas.
— Preciso de um remédio— Falo saindo do quarto. Abro a porta, e
vem a imagem de Henrique de costas. E eu desço para a cozinha.
Tomo um remédio para dor de cabeça, olho pela janela e vejo que
Henrique ainda está na festa. Thiago está conversando com ele. E
eu subo para o quarto de novo. A festa ainda rola lá embaixo. E
meus amigos ficam comigo no quarto, não fazemos nada, nem a
luz ligamos. Penso em descer para falar com Henrique, mas decido
ficar. Tiro a roupa que eu estava, e coloco meu pijama, Bia e Luan
faz o mesmo. Depois de algumas horas, Bia está dormindo, e Luan
está acordado. E escuto alguém bater na porta, Luan se levanta e
abre. E a luz do corredor ilumina o quarto.
— Oi— Letícia fala.
— Oi, já acabou?— Luan pergunta.
— Sim, sim. Gabriel dormiu?
— Não
Levanto da cama, e vou em direção a porta.
— Oi— Falo. Minha cabeça ainda dó, só que pouco.
— Tá tudo bem?— Ela pergunta colocando seus cabelos em um
rabo de cavalo.
— Sim
— Thiago vai dormi aqui, fica bem. Boa noite pra vocês. — Ela fala
se virando.
— Leticia— falo, e ela vira para mim.— Desculpa ter estragado sua
festa.
— Ei, você não estragou nada. Tudo aconteceu muito rápido, e
estamos bêbados para ter diálogo. Só dá uma chance e conversa
com ele.
— Não quero falar com ele
— Não vou força você a fazer nada. Você quem sabe. Boa noite.
— Boa noite, Ah calma ai— Entro no quarto e pego uma caixa de
dentro do guarda roupas. — Pra você. Feliz aniversário.
— Obrigada, não precisava— Ela fala pegando a caixa. —
Pesada— ela coloca no chão.
— Um pouco— Falo sorrindo.
— Mentira— Ela grita— Estava querendo isso muito, obrigada—
ela levanta e me abraça. Dei de presente para ela um box de
livros: corte de espinhos e rosas. Ela falava desse livro todo o dia.
— Por nada, você merece— Falo ainda no abraço. Ela sai do
abraço e pega o Box.
— Bom vou ir, obrigado pelo presente— Ela beija minha
bochecha e segue para o seu quarto, e subindo as escadas, Thiago
aparece. Eu só olho para ele e entro no quarto.
— Boa noite amigo—Falo para Luan.
— Boa noite
Deito na cama, e durmo. Nunca dormi tão rápido assim.
Acordo no outro dia, e meu quarto se ilumina pela luz do sol que
bate na janela. Que sede meu deus. Meu corpo pede água e mais
água.
Levanto da cama e corro para a cozinha, pego um copo maior que
tem e coloco água e tomo tudo. Vejo a bagunça lá fora, e isso vai
sobrar para Letícia e eu arrumar.
Escuto os meus pais chegar, e lembro que Thiago ainda tá aqui.
Vai dá uma merda isso. Corro para cima e bato na porta de Letícia
várias vezes.
— O que— Ela fala. Com o cabelo levemente bagunçado.
— Mãe e o pai chegou
— O que— Ela arregala os olhos. — Porra, o Thiago— Ela liga a luz
e consigo ver ele apenas de cueca preta.
— Thiago— ela balança ele. E ele acorda.— meus pais chegou—
Ele pula da cama.
— Vem pro meu quarto anda, e coloca uma roupa pelo amor de
deus— Eu falo. E logo ele vem. — Fica na minha cama, que a
gente resolve isso— Escuto a porta abrir. Entro no quarto da
Letícia e desligo a luz, e depois de segundos, alguém bate na
porta.
— Oi — Letícia fala quando abre a porta.
— Tá tudo bem?— minha fala fala num sussurro.
— Sim, tudo
—O Gabriel dormiu aqui, porque o Thiago ficou por aqui, aí ele
dormiu no quarto do Gabriel.
— Tá bom, só não fala nada pro seu pai— Ela fala ainda num
sussurro.
Levanto e vou para o meu quarto, Thiago já colocou uma roupa. E
logo depois Bia e Luan acorda. Escovamos os dentes e descemos
para tomar café. E meu pai fecha a cara quando vê Thiago.
— Já que está aqui, podia falar comigo— Meu pai fala para
Thiago.
— Sim, sim podemos— Ele fala. E ele e Letícia fica na sala com
meu pai, e logo depois minha mãe sai da cozinha e senta com eles
no sofá.
— Eita que vai ser fogo o negócio — Luan fala quando sentamos
na mesa.
— Vai ser de boa, eu acho— eu falo. Tomamos o café e logo
depois Letícia e Thiago chega. Pelo jeito dela, tudo foi de boa.
— como foi?— Pergunto quando ela senta na mesa.
— Ah, foi de boa— Ela fala.— Ele ficou fazendo perguntas para o
Thiago e disse o que ele queria comigo.
Eu dou risada.
— Vamos para a praia anda, vou embora amanhã— Luan fala.
Tinha me esquecido que ele e Bia iam para a casa amanhã, e por
mais que eu estou com minha irmã, agora ela tem o Thiago. E vai
sair com ele, e eu não vou porque não quero ficar de vela.
Chegamos na praia, e passamos protetor. Antes de entrar no mar
jogamos duas partidas de vôlei. Depois de jogar, meu corpo está
fervendo. Juntando o mormaço parece que vou derreter. E corro
para o mar. A água esta numa temperatura boa, o que faz eu
sentir um alívio em meu corpo. Olha para trás e Diogo está
andando na beira do mar. E ele me vê.
— Oi— Ele fala cumprimentando com a mão.
— Oi— Faço o mesmo. E ele segue o caminho dele. Meu coração
acelera, quando falo com ele. E mergulho no mar. Quando subo a
superfície. Decido voltar para tomar alguma coisa para beber.
Menos álcool. Pego uma coca, e tomo sentando na cadeira.
— Eu amo isso— Luan fala bebendo a coca.
Não reparo, mas quando percebo, Henrique esta
cumprimentando Thiago. Olho para ele e levando da cadeira
voltando para casa.
— Gabriel— Henrique grita e corre na minha direção, parando na
minha frente.
— Por favor— Ele fala.
O que aconteceu me fez perder o encanto por ele. E o que vem na
minha cabeça é ele beijando Diogo.
— Henrique— eu paro e respiro— Por favor, não quero.— Falo
saindo de perto dele e subindo o caminho que leva para casa. Eu
quero falar com ele, mas ao mesmo tempo não quero.
Volto para a casa e minha mãe esta na sala.
— Aconteceu alguma coisa? Nunca volta cedo— Ela fala.
— Não aconteceu nada, não quero ficar lá, o sol tá muito quente
está me incomodando. Fala indo para a cozinha e bebendo um
copo cheio de água. Ressaca do caralho.
Vou para a área da piscina, e percebo que tá quase tudo
arrumado, certeza que minha mãe arrumou a metade. Termino de
tirar as decorações e colocando num saco preto, colocando as
bebidas no lixo, as bebidas estavam escondidas. E vejo a garrafa
de ice que eu joguei e eu pego e coloco no lixo. Termino de
arrumar as coisas e vou passar uma água no meu corpo no
chuveiro que tem aqui fora. E depois mergulho na piscina. Subo
para a superfície com os olhos ffechados. Passo mão nos olhos
para depois abrir. E tomo um susto com Diogo parado na borda da
piscina.
— porra, quer que matar?— falo saindo da piscina.
— Não, jamais— Ele fala rindo.
— O que foi?
— Gabriel precisamos conversar sobre o Henrique.
Eu respiro fundo e revirando os olhos.
— O Que é?— Arqueio minha sobrancelha.
— Ele não vai mais morar aqui— Diogo fala.
Como assim Henrique vai embora.
Como assim ele vai embora.
10

Estou parado na frente de Diogo. Ele não vai mais morar aqui. Ele não vai
mais morar aqui. Isso se repete dentro da minha cabeça.
Eu estou sem reação, não sei o que eu falo. Por mais que o Henrique tenha
beijado Diogo, eu tive algo com ele, eu gostava de estar com ele, do beijo
dele. Meu corpo fica gelado, e mal consigo respirar. Tudo o que eu tive
com Henrique passa em flashback na minha cabeça. Até a discussão. Diogo
está parado na minha frente sem dizer nada, acho que ele está esperando
alguma resposta sair da minha boca.
Então eu falo.
— Ele vai ir pra onde?— Isso é tudo o que consigo dizer.
— Eu não sei direito, mas acho que é para o Canadá. Por conta dos avós
dele ser de lá.
Caralho, os avós do Henrique é canadense.
— Ah— Eu falo. Eu realmente não sei o que fazer.
— Então acho que seria legal você falar com ele, né?
— Eu...não sei Diogo.
— Mano Biel— Ele me chamou de Biel?— Bom, você que sabe.
Ele me olha, e olha para o meu corpo. E eu estremeço.
Meu coração dispara quando ele chega perto de mim. E sinto meu corpo
ficar quente. O que esse menino tem?
— Bom, pelo menos você vai ter alguém— Diogo fala.
Ele tá falando dele mesmo?
— Vou?
Ele dá um sorriso malicioso.
É acho que realmente ele tá falando dele. Diogo chega ainda mais perto de
mim, e eu levanto um pouco minha cabeça para olhar para ele. Diogo é
um gato. Ele morde o lábio inferior, e eu olho para a boca dele. Eu daria
tudo para sentir os lábios dele de novo. Só que agora sóbrio.
— Gabriel— voz do meu pai me faz tomar um susto me tirando do transe.
E me afasto rápido do Diogo.
— Oi
Meu pai olha para Diogo, mas não fala com ele.
— Cadê a Letícia?
— Ela está na praia com o pessoal
— E porque você não está lá?
— Não queria ficar mais lá e vim para a piscina
Ele me encara, e olha de novo para Diogo.
— Beleza? —Meu pai fala para Diogo.
— Beleza— Diogo responde.
— Fala para ela voltar, já está tarde
— Nossa pai, nem quatro horas são ainda
— Gabriel, anda.
Reviro os olhos, e ele entra para dentro de casa.
— Inferno— Eu falo. E saio do área da piscina, e Diogo vem atrás.
— Seu pai é bravo
— Ele é chato
Diogo ri, e segura meu braço. Estamos no meio do caminho que leva até a
praia. E ele me puxa com cuidado para perto dele.
Ficamos quase encostado um no outro.
— Gostei de ontem a noite — Ele fala. Colocando sua mão na minha
cintura e fazendo eu ficar mais perto dele.
— Do que?— pergunto. Puta que pariu, como eu sou cara de pau.
— Não lembra?
Eu faço um movimento negativo com a cabeça.
— Quer lembrar?— Ele levanta uma sobrancelha e morde o seu lábio
inferior, e me coloca bem perto do corpo dele. E o vento gelado das
árvores bate no meu corpo, fazendo eu me arrepiar. E fico arrepiado pelo
toque dele. Ele está alisando meu corpo. Porra. Fico excitado, e tento
esconder isso dele. Mas ele repara nisso, e não fala nada. Sinto meu rosto
corar.
Pra mim o que rolou ontem ia ficar lá e não iria acontecer mais. Mas ele
quer, e eu também.
Ele entrelaça seus braços no meu corpo. E porra, ter o Diogo de sunga na
minha frente encostado em mim faz meu corpo arder. Coloco minha mão
em seu peito, e ele aperta a minha bunda. Sinto Diogo ficar excitado.
E minha nossa, que pau.
Ele beija meu pescoço, e me da uma meia lua.
— Vamos, antes que seu pai vem buscar a gente— Ele fala quebrando
totalmente o clima.
Ele ri.
Eu olho para ele sem entender nada, então ele gosta de provocar né.
Ele ajeita seu membro na sunga, e eu consigo ver só a marca da sunga dele
que se formou em sua pele.
Ele passa por mim, descendo o caminho que leva para a praia.

Puta que pariu.


11

Escuto passos assim que estamos chegando na praia. Diogo está com a
mão na frente da sunga, escondendo o volume.
E que volume
— Oi, não sabia que estava vindo— Bia fala assustada.
— É...eu...eu estava indo ficar com vocês— Falo.
— Ah, então vamos descer— Ela fala. E eu concordo.
E Descemos para a praia, quando chegamos Henrique não está mais lá. O
que me faz sentir um alívio. E antes de chegar perto deles. Diogo segura
meu braço, e eu me viro para ele.
— Você leu?— Ele pergunta.
— Li o que?— pergunto confuso.
— É, pelo visto não
— Li o que Diogo
— Eu pensei que você tinha lido, ou ele tinha te entregado
— Meu Deus Diogo. O que você tá falando?
— Sobre a carta que o Henrique deixou para você
— Carta?
— Sim!
Fico confuso, e minha cabeça gira, gira, gira. Eu não sei o que ele está
falando, e que carta é essa que Henrique deixou.
— Eu não vi nada
— Eu pensei que você tinha lido, você não lembra de nada?
Eu paro para pensar sobre isso, a última vez que tive um tempo com o
Henrique antes da briga, foi no dia que ele veio e ficamos na piscina. E eu
tento lembrar sobre esse dia.

Dia da piscina
— Já volto— Henrique fala saindo da piscina. E eu só fico olhando ele. Ele
pega a toalha passa pelo corpo tirando o excesso de água, e entra para
dentro de casa. Enquanto eu fico com Letícia e Thiago na piscina. E eles se
beijam. E eu fico parado ali.
— Ei gente, eu ainda tô aqui
— Porque você não foi junto? — Thiago pergunta.
— Eu não quis
— Deveria ter ido
Reviro os olhos.
E finalmente Henrique volta, e mergulha na piscina.
— Vou ir fazer limonada— Letícia avisa.

Dia atual
Balanço a cabeça voltando para a realidade depois de lembrar o que
aconteceu.
— Acho que...ele escreveu no dia da piscina— Falo.
— É, deve ser. Mas ele não disse nada?
— Não, não disse nada— Olho para Diogo.
— Vê isso depois— Ele fala.
— Não vou conseguir deixar para depois
— Ele não te disse nada?
— Só falou que deixou em um lugar onde você fica mais
Respiro fundo. Ele não podia deixar no meu quarto em um lugar onde eu
passa ver. Que menino difícil.
— Valeu— Saio correndo de volta para casa.
Onde ele pode ter deixado
Um lugar que eu fico mais.
— Meu quarto!
Subo correndo as escadas, e entro no quarto. Olhando com calma para ver
se acho algo. Mas não. Mexo no meu guarda roupas para procurar mais
não encontro nada. Faço o mesmo com a gaveta, e também não acho.
— Porra
Sento na cama, sem saber onde procurar mais. Olha debaixo da cama.
Levanto da cama ficando de joelho no chão, e olho, e lá esta revela um
envelope azul. Estico o braço pegando o envelope. Talvez ele deixou na
cama, e ninguém viu, e caiu la. Abro envelope e tiro uma folha dobrada de
lá, e começo a ler a letra cursiva de Henrique, a tinta é azul.

Oi. Achei que fazer por carta iria ficar mais romântico. Hahaha.
Bom, não sei quanto tempo você vai demorar para ler mas espero que seja rápido. Porque tá na sua cama, então não tem
como você não ver. Sua presença tá sendo incrível para mim, e tô gostando disso. Por mais que seja cedo isso, a gente
podia tentar alguma coisa. E preciso muito falar com você. Muito mesmo.
Me encontra onde a música do nosso beijo é o barulho das ondas.
Vem de noite.
Com amor
Henry.

Meu coração para na parte: a gente podia tentar algo.


Estou com a carta na minha mão, e não sei o que fazer agora. Vi ele hoje,
e a gente discutiu, a gente não, eu. Será que ele ainda quer me encontrar?
Provavelmente não. E consigo pensar rápido onde ele quer me encontrar.
Onde a gente se beijou pela primeira vez. Olho no relógio são 16:30. Vai
demorar muito para ficar de noite, e nem sei que horas é para está lá. E
leio a carta de novo. E corro para tomar um banho.
Coloca uma calça de moletom, e uma blusa regata. E quando saio do
banheiro, Bia e Luan está no meu quarto.
— Nossa, apareceu— Luan fala.
— Oi gente
— O que aconteceu que você saiu correndo?
— O Henrique deixou uma carta pra mim
— uma carta?— Bia pergunta
— Nossa, ele acha que ele tá num livro ou num filme?
Eu dou uma gargalhada.
— Aí gente. Ele deixou e quer me encontrar
— Cadê?— Bia pergunta.
— Aqui— entrego a carta para Bia.
— Me encontra onde a música do nosso beijo é o barulho das ondas. Ele
literalmente acha que tá num filme— Bia fala.
— Esse gay não sabe falar o lugar não é?, quer ficar dando dica— Luan
fala.
Eu Sorrio.
— Eu sei onde é gente, relaxa.
— Onde é?— os dois pergunta juntos.
— Onde ele e eu se beijamos pela primeira vez. Onde foi a festa que fui
quando cheguei aqui. Por isso ele falou isso sobre as ondas. Porque
estávamos lá na praia.
Bia ri.
— Menino doido, vou tomar banho— Ela avisa saindo do quarto com uma
tolha e suas roupas.
Sento na cama.
— você vai?— Luan pergunta
— Não sei
— Olha, eu iria para saber o que ele quer
— O que ele quer? Falar sobre ele beijando o Diogo?
— Também. Mas Gabriel, porra, você não tem doze anos para ficar assim.
Eu super entendo você e claro que não vou obrigar você ir se você não
quiser, mas pensa. É melhor para você e ele, pra vocês conversar já que
ele vai embora.
Luan tem razão em tudo.
— Eu vou. Mas se ele não aparecer, eu não quero mais saber dele.
— Se ele não for, cospe na cara dele depois
A gente ri juntos, e quando Bia volta para o quarto, Luan sai para tomar
banho.
Depois que Luan volta, a gente decide jogar uno. E em três partidas Bia
ganha. E depois de duas partidas eu ganho uma e Luan outra.
E quando vejo, já vai da dez da noite. E então decido ir.
— Cuidado— Bia fala. E eu desço sem fazer barulho, a sensação é a mesma
da primeira vez. E quando saio de casa, o ar quente toma meu corpo. E eu
corro para o caminho que leva a praia, e vou andando um pouco rápido
até o local da festa. A lua está cheia o que me faz lembrar de teen Wolf. E
vou andando escutando o barulhos das ondas. Quando chego, o caminho
que dá primeira vez estava iluminado, hoje não tem nenhuma luz a não
ser a luz da lua. E sigo o caminho. O lugar é totalmente diferente sem toda
as aquelas pessoas, e sem o som alto. E não tem ninguém lá. Tiro o celular
do bolso e sento na areia. E mando uma mensagem no grupo que tem Bia,
Luan e eu: ele não tá aqui. E envio.
Fico ali sentando, vendo as ondas quebrando, e voltando. E olho para o
céu, aqui da para ver as estrelas e as constelações. O que é lindo. E a luz
da lua ilumina meu rosto. Já vai da dez e quarenta quando desbloqueio o
celular para ver a hora. Então decido ir embora. Me levanto e bato no meu
shorts para tirar a areia. E vou em direção ao caminho que estava
iluminado da primeira vez.
— Pensei que não vinha— Escuto a voz de Henrique do meu lado.
E eu me viro, e vejo Henrique. Meu coração não acelera. Mas minha
respiração fica ofegante.
— Desde aquele dia, eu vinha todos os dias aqui, esperando por você. E no
dia da festa, eu vim também, mas você também não veio.
— Eu só vi a carta hoje, Diogo me disse.
— Vem— Ele fala, sentando na areia. E eu faço o mesmo.
E Henrique e eu senta de frente para o mar, eu olho para ele que também
olha para mim E a luz que transmite da lua, ilumina ele.
12

Cá estou eu, sentando do lado de Henrique. Na areia, com o imenso mar


na minha frente. O barulho das ondas, a luz que a lua transmite nas águas.
E eu e Henrique. A noite que sempre tem aquele vento quente, bate um
vento gelado, e eu estremeço.
— Quer minha blusa?—Henrique fala.
— Não, obrigado.
E ficamos em silêncio novamente.
Eu não tenho o que falar. Talvez tenho sim. Mas não quero começar a
conversa, Henrique que quis isso, então ele que deve começar.
Ele suspira fundo e fala:
— Me desculpa, eu fui um idiota.
Ele ainda está de frente para o mar, e não move nada além da sua boca
para falar comigo.
— Eu...Eu não deveria ter feito aquilo— Ele continua. — Sei que foi errado,
e que ambos estava sentindo alguma coisa um pelo o outro.
Eu ainda estou de frente para o mar, e ele também. Parece que ambos
estão com vergonha de ter essa conversa olho no olho.
— Eu que fui idiota, de criar expectativas encima de você— Eu finalmente
falo. E finalmente ele olha para mim.
— Criei expectativas em uma coisa que podia muito bem dar errado, e foi
o que aconteceu. Fui idiota de acreditar que você poderia esta gostando
de mim, e sou idiota de me apegar rápido em alguém sempre me apego
rápido demais e bom...sempre acontece alguma coisa.— Falo me virando
para ele.
— Eu sabia disso— Ele vira para mim.
— Disso o que?
— Que você poderia está gostando de mim, mas não queria falar nada
— Então você brincou comigo?
A raiva está subindo para minha cabeça.
— Não, jamais. Eu só...eu não queria falar nada na hora, estava muito
cedo.
— Olha, eu realmente estava sentindo algo por você. Porque eu sou assim,
e isso que me fode. Mas eu quero saber o porquê daquilo, você e ele já
teve um caso?
Ele olha nos meus olhos.
— Eu fiz porque...porque...
— Você gosta dele?
— Não!
— Então porque?
— Eu já tive um caso com ele. Foi quando a gente tinha entre quatorze
anos.
— Não faz muito tempo
— Não. E isso não durou muito porque ele falava que era hétero então era
tudo no sigilo. E aí eu comecei a gostar dele. Foi aí que ele tomou uma
liberdade de mandar em mim.
— Oxe, e você aceitou isso?
— Sim, eu faria tudo para ter ele comigo.
Eu estou em choque, e com mais frio com o vento que bate sobre meu
corpo novamente. E Henrique tira sua blusa e coloca em mim. E sinto o
seu cheiro.
— Eu estava apaixonado por ele— Ele continua— E aí, ele disse que era
gay. E se eu quisesse, eu seria dele, não pensei uma fez e disse que sim. E
ele disse que ia ter uma coisa, que eu não poderia falar disso para
ninguém.
Eu não sei o que falar, e escolho só escutar.
— Ele viajou, e voltou namorando com uma menina, e eu fiquei sem
entender o que rolava. E ele disse se eu abrisse minha boca para qualquer
coisa ele acaba com a minha vida, e ficamos sem se falar durante um
tempo. Isso me machucou muito. E aí ele terminou e veio correndo atrás
de mim. E eu bobo, perdoei. E aí...bom, ele me levou pro quarto dele, e
ficou nisso. Até ele viajar de novo. E nesse tempo, eu não falei com ele, e
nem ele comigo. E eu tinha superado isso. Foi quando você chegou. E
começamos a sair.

— O que rolou na festa?


— Ele...ele brigou com o pai, e fui atrás dele porque...me senti culpado
porque o pai dele descobriu da gente. E ele ficou puto com isso. E ele
perguntou se eu queria ele igual nos velhos tempos, e eu disse não.
Porque eu estava sentindo alguma coisa por você Biel.
— Se tivesse não teria beijado ele.
— Eu...eu realmente estava sentindo sim.
— E como você voltou a falar com ele?
— Um mês antes de você chegar, nossos pais são amigos. Ele pediu
perdão por tudo e que nada iria se repetir.
Minha cabeça está rolando, eu sinto um misto de emoções.
— E eu beijei ele porque, sei lá. Eu estava com raiva dele, eu...
— Você queria sentir aquilo de novo, né?
Ele concorda.
— Me desculpa.
— Henrique...olha. isso que você fez, me machucou, mas você ainda não
superou ele por completo. E tudo bem isso. Porque...enfim.
— Me desculpa de verdade, se fosse pra voltar no tempo, jamais iria fazer
isso. Você é um menino incrível, não merecia isso.
— Você também é incrível
— Sinto sua falta
Eu respiro fundo.
— Henrique, já deu o que rolou entre a gente
— Eu sinto sua falta, e sei que não vamos voltar a ser os mesmo, mas toma
cuidado com o Diogo.
Eu lá no fundo, no fundo mesmo. Ainda sinto uma leve queda por ele, mas
não aquela que fazia meu coração bater mais forte. Eu beijaria ele de
novo, mas não sei se seria a mesma sensação.
— Eu também, eu também sinto a sua falta. Você foi uma parte boa na
minha vida. — Você vai embora?
— É, vou sim. Vou ir morar com minha mãe no Canadá
— Diogo disse....
— Eu ficaria, mas combinamos de ir a um tempinho. E vou, sei que é pro
nosso bem.
— Sim, espero que seja bom lá
— Eu também
Ele sorri. E ajeita o cabelo que bagunça com o vento.
— Obrigado Biel
— Obrigado Henrique
Ele se aproxima de mim. E não sei se eu estou vivendo num filme porque,
parece muito que estou em um.
O vento.
A luz da lua.
O mar.
O barulho das ondas.

22:14h
Ele se aproxima de mim, coloca sua mão na minha bochecha acariciando
com o dedão. E eu sinto um frio na barriga. Não porque o vento gelado
bateu no meu corpo.
Eu sinto que estou terminando um ciclo ali, que foi pequeno, mas foi
importante. Ele foi importante para mim.
—Fica bem— Ele fala.
— Você também
Ter essa conversa com ele, foi bom. Como eu disse, foi um ciclo que
terminou. Ciclos começa e termina. E o meu com ele chegou ao fim.
— Ainda vamos ser amigos?—Ele pergunta.
— Acho que somos maduros para isso. Sim, vamos ser.
Ele sorri.
Eu também.
E devagar, ele cola pela última vez, seus lábios nos meus. E ele me beija.
É um beijo de despedida, sinto isso.
Nosso último Beijo.
Ele termina o beijo. E me envolve num abraço aconchegante. Saindo do
abraço, eu levanto, e bato no meu shorts para tirar a areia.
— Tenho que ir, antes que me descobrem— Falo tirando a blusa de
Henrique do meu corpo e entregou para ele.
— Não, pode ficar— Ele sorri.
E eu sorrio para ele, e coloco em mim de novo.
— Bom, já vou— Falo.
— Quer que eu te leve até lá?
— Não, não precisa. Não é muito longe
— Certeza?
— Sim, relaxa. Não se preocupa comigo.
— Tá bom então
Ele beija minha bochecha, e pego o caminho de volta para casa.
Foi bom ter ele por perto.
No caminho volto pensando na nossa conversa e pensando nisso do Diogo,
e ele falando para eu ter cuidado com ele. Quando estou chegando perto
do caminho que dá para minha casa, vejo algo na barraca do lado. E eu
entro no caminho, me escondendo atrás das árvores. E vejo Diogo, fico
aliviado por ser alguém conhecido, e logo em seguida, vejo uma menina
vindo. Ela só está de biquíni, com uma blusa grande azul. Que parece ser
de Diogo. E só reparo que ele está de sunga quando, ele se mexe um
pouco. E eu fico ali vendo eles. Não consigo escutar muita coisa por ser um
pouco longe, mas o que eu escuto é:
— Gostou?— Ele fala.
— Sim, foi bom— Ela fala.
E eu levanto uma sobrancelha.
Ele vira ela de costas, e ele fica de frente para mim. Consigo ver ele por
completo.
E ele beija ela. É um beijo rápido como um beijo que dei em Henrique. Ele
termina o beijo, e quando abre os olhos, ele me vê.
Puta merda.
Vou adentrando o caminho que leva para casa. Está escuro, o que dificulta
minha visão. E quando finalmente eu consigo ver a casa branca, alguma
coisa me puxa. Me virando com tudo. E lá está ele. Diogo. Ele está
ofegante, e minha visão é no peitoral dele. Então olho para cima, e
encontro seus olhos. Ele não faz nada, apenas fica olhando para mim. Com
a luz que bate bem pouco, vejo seu corpo suado. Consigo ver pouca coisa.
E ele umedecer sua boca com a língua, olho rápido e vejo um pequeno
brilho nela. Ele colocou um piercing?
— Você quase me machucou— Eu falo.
— Só te puxei pelo braço —Ele fala ainda ofegante.
— Mas podia ter machucado, você é forte
— Você ia gostar se eu tivesse pegado na sua bunda
O que? Ah vai se fuder.
— Que? Se liga Diogo. Agora pouco você estava beijando
Ele coloca a mão na minha boca.
— Eu...não tenho que te dar satisfação da minha vida, Gabriel
Eu reviro os olhos, e tiro a mão dele da minha boca.
— Não mesmo, porque não quero saber da sua vida
— Você revirou os olhos para mim?
— Revirei?
Ele faz que sim.
Reviro de novo.
Ele morde o lábio inferior com raiva, e agarra meu braço. E olha para mim.
— Uma pena que eu não posso fazer o que eu quero só porque você
revirou os olhos— Ele fala no meu ouvido. Que me faz arrepiar. Ele larga
meu braço.
Que menino doido, puta que pariu.
— O que?— Pergunto.
— Essa é a blusa do Henrique?
— Não
Ele ri.
E passa por mim, e eu sigo ele. Quando chegamos na casa, ele desaparece
pela rua. E eu entro na casa. Entro com cuidado para não fazer nenhum
barulho.
— Puta merda, finalmente— Luan fala quando entro no quarto.
— O que aconteceu?— Bia pergunta.
Respiro fundo, e pego meu pijama e coloco.
Sento na minha cama, e Bia e Luan senta do meu lado.
— Fala— Luan diz.
— Então...
Conto tudo sobre o Henrique, e depois, caímos no sono.
13

Na manhã seguinte, acordo e reparo que Bia e Luan não estão no quarto.
Passo os meus dedos nos meus olhos antes de levantar da cama. Calço
meus chinelos e vou para o banheiro. Escovo os dentes e passo uma água
no rosto, e desço para a sala.
Vejo Bia e Luan sentados no sofá. E suas malas encostadas na parede.
— Bom dia— Falo para eles. E eles faz o mesmo. — Já tomaram café? —
Pergunto sentando no sofá.
— Sim— Bia responde, e Luan faz que sim com a cabeça.
— Meu pai avisou que tá chegando — Bia avisa olhando para o celular. Já
tinha me esquecido que eles iriam embora hoje. E a puta falta que eles vão
fazer.
— Vai ser um tortura aguentar a Letícia com o Thiago— Comento, me
jogando no sofá.
Letícia ri.
— Relaxa amigo, eles nem vão ficar aqui direito— Luan fala.
Escuto uma buzina do lado de fora da casa, e meus pais aparecem da
cozinha. Levanto do sofá juntos com meus amigos, e minha mãe abre a
porta.

Sou tomado pelo ar quente vindo do lado de fora. Olho para a direita, e
vejo o mar, com suas águas azul, como o céu.
O pai de Bia sai do carro, ele está de camisa regata e de bermuda e tênis. E
a outra porta se abre, e o pai de Luan sai de lá.
— A viagem vai ser longa— Luan fala, pegando sua mala e levanto até o
carro.
— Caralho, tá quente hoje— Letícia fala atrás de mim.
Os pais dos meus amigos chegam perto da casa, e cumprimenta os meus
pais.
— Fala Gabriel, tudo de boa?— O pai de Luan fala.
— Oi tio, tudo tudo
O pai da Letícia me da um abraço e bate nas minhas costas. E Leva a mala
de Letícia até o carro.
— Vamos entrar e tomar uma cerveja —Meu pai fala quando o pai de
Letícia chega. E eles concordam. Os nossos pais entram e mãe vai em
seguida.
Tomo café, e decidimos ir para a área da piscina.
— Foi a melhor casa que seus pais escolheu até hoje amigo— Luan fala.
— foi mesmo, fiquei passado quando vi.
— Eu vou na casa do Henrique, o pessoal vai se despedir dele— Letícia fala
passando protetor solar no braço. — Você vai?— ela pergunta pra mim.
— Não
— Tá bom...até mais Tarde. Tchau gente, boa viagem— Ela fala abraçando
Bia e Luan. E sai pelo portão da área da piscina.
Ficamos conversando até que minha mãe avisar que os pais deles estão
esperando. Da área da piscina, vamos para a frente da casa.
— Vamos mocinha?— o pai de Letícia fala. E ela faz que sim com a cabeça.
— Tchau gente, amo vocês— Falo abraçando eles.
— Amamos você também, juízo viu— Luan fala.
Eu Sorrio.
E nós três se abraça. E eles entram no carro, e vejo o carro partir.
Entro para dentro, e subo para o quarto. E sinto um vazio. Já tinha me
acostumado com eles aqui. Por um momento passa em minha cabeça de
ir para a casa de Henrique, mas nem sei onde é. Então não vou.

Depois de algumas horas no meu quarto lendo o livro físico de “me chame
pelo seu nome” meu celular vibra, e Letícia está me ligando.
Ligação on
— Chegamos— Ela fala.
— Que bom amiga, estão bem?
— Sim sim, já estou em casa
— Tá bom
— Você foi no Henrique?
— Pra que eu iria?
— Sei lá amigo, só ia
— Não ia me sentir bem lá
— Então tá né...beijos, depois mando mensagem
— Beijos

Ligações off
São quase quatro da tarde, e não fiz nada o dia todo. Escuto risos vindo da
sala, e passos subindo as escadas.
— Eae, Biel— Thiago fala entrando no meu quarto. Levanto da cama e
abraço ele.
—Tudo bem? — pergunto.
— Sim mano, tô de boa, e você?
— Bem.
— Vamo? — Letícia fala, aparecendo na porta do meu quarto.
Thiago faz que sim.
— Vamos da uma volta, que ir?— ela pergunta.
— Não...vou ficar aqui
— Tá bom então, beijos— Ela pega na mão de Thiago e eles descem as
escadas e escuto a porta fechar.
Suspiro alto, e me jogo na cama.
A campainha toca.
— Eu atendo— Minha mãe avisa.
E eu continuo deitado na cama.
— Filho, é pra você— Ela grita.
Me levanto da cama, e desço correndo as escadas. E minha mãe me da um
beijo na bochecha quando passo por ela, e ela vai para cozinha.
A porta está meia aberta, puxo a mesma e me deparo com Henrique de
costas para mim. Fico imóvel em ver ele. Ele está com uma blusa apertada,
marcando os seus músculos, e um shorts moletom. E o cabelo levemente
jogado pro lado. Ele se vira, e olha para mim.
— Queria me despedir.
Olho para trás, e fecho a porta.
— Pensei que você iria na minha casa
— Achei melhor não ir
O silêncio toma conta, e escuto os pássaros cantando, tá tudo estranho
com ele.
— Quero que saiba que qualquer coisa, eu sempre vou está aqui
Eu Sorrio debochado.
— Por tudo que aconteceu entre a gente, eu sempre tô aqui — Ele pega na
minha mão. E meu corpo arrepia.
— Tudo bem— falo.
Ele acaricia minha mão com seu dedão. Ele solta a minha mão, e coloca ela
levemente no meu queixo, subindo minha cabeça para olhar para ele.
— Vou sentir sua falta— Ele fala. E vejo seu olho marejar. — Me
desculpa...me desculpa por tudo. — Ele pisca, e vejo suas lágrimas caindo
pelo seu rosto. Passo meu dedão no seu rosto, limpando elas.
— Fica tranquilo Henrique, qualquer coisa tô aqui também.
Sinto meu olho marejar também, e respiro para não chorar.
— Eu tenho que ir— Ele fala.
— Tudo bem
Sinto meu corpo tremer, ele olha para mim e da um sorriso. Ele se vira e
descer os degraus que tem na entrada da casa, e sai andando até seu
carro, ele pega o controle ligando o carro.
Se eu não fizer isso, vou me arrepender, tenho que parar com isso, ficar
com raiva dele, ou não querer falar com ele não vai adiantar em nada. Ele
é uma pessoa boa, e ele me faz bem quando tá perto. Então faço, faço o
que eu acho que tenho que fazer.
Quando ele está quase entrando no carro, eu puxo seu braço com
cuidado, fazendo ele se virar pra mim. E vejo que nesse pouco tempo, ele
se desmanchou em lágrimas.
E abraço ele, abraço com muita força. E ele faz o mesmo. Sinto seu
coração acelerado. E ela acaricia minhas costas. Eu estou fazendo o
máximo para não chorar, respiro e respiro para não chorar.
— Boa viagem — Falo.
Ele se inclina um pouco para baixo, e beija minha bochecha. E ele parte
com o carro. E agora, sou eu que desmancho em lágrimas.
14

Eu beijei um menino a primeira vez com doze ano. Foi estranho mas bom,
muito bom. Foi no passeio para uma chácara que eu fui, e lá tinha várias
crianças. Até que chegou um menino na piscina comigo, o nome dele era
Lukas. Eu lembro muito bem quando ele apareceu e eu fiquei todo
caidinho por ele. Ele estava de sunga sua pela era escura, e seus cabelos
enrolados em perfeitos cachos. E começamos a fazer competição de quem
conseguia nadar mais rápido. Até que ele disse quem perdesse ia tem que
beijar o outro, na hora eu fiquei em choque claro. Mas aceitei. E sabia que
ambos tinha que beijar, porque um ou outro ia perder. Eu era BVL na
época. E fomos fazer a competição que valia o beijo. E eu perdi. Quando
chegamos na porta eu já estava sem fôlego, quando subi para a superfície
ele estava sentando na ponta da piscina.
— Você nada muito devagar— Ele disse. E entrou na piscina novamente.
Afundando nela. Ele subiu para a superfície e passou sua mão em seu
rosto tirando a água.
— Bom, lembra do nosso acordo? — Ele falou chegando perto de mim.
Eu fiquei corado, e balançando a cabeça afirmando.
Não tinha ninguém além de nós dois lá, era noite, e as luzes iluminavam a
piscina.
— Eu nunca fiz isso— Eu falei
— Eu também não— Ele disse
E rimos juntos.
Ele chegou perto de mim, e me envolveu em um beijo. Era um beijo calmo.
E muito bom. Falam que o primeiro beijo é ruim, mas o meu foi ótimo.
15

Passaram duas semanas desde que Henrique foi embora. Não tive mais
nenhuma notícias dele. Minha irmã e o Thiago vivem saindo juntos. Eu não
vou porque não quero ficar de vela, meus amigos Bia e Luan, falam todos
os dias comigo por call.
Luan disse que beijou um menino no retiro da igreja, Letícia foi para a vó
dela passar uns dias, e que não tem nada para fazer lá.
Eu passei duas semanas aqui. Fui duas ou três vezes para o mar. Tá sendo
um tédio aqui.
O Diogo, bom, vi ele semana passada, vi ele passando aqui perto de casa.
Mas nada de contado com ele. Nem um mês tem que estou aqui e já
aconteceu coisas que eu nem imaginava.
Descido ir para a piscina hoje, como eu não gosto de mar não vou ficar
sozinho lá. Porque minha irmã está na casa do Thiago.

Pego uma boia e entro na piscina, com minha barriga para cima tomando
sol. Fico uns minutos lá, e quase durmo.
— Tomando um sol? — Escuto a voz de Diogo
Me assusto e caio na água.
— Oi...oi— Falo tossindo.
— Nunca mais te vi, tudo bem?— Ele fala abrindo o pequeno portão e
entrando na área da piscina.
— Digo o mesmo pra você, tô bem e você?
— É, bem
Eu saio da piscina e fico de frente para ele.
— Quer ir lá em casa hoje? — Ele pergunta
— Fazer o que?
— O pessoal vai lá, pensei em te chamar, sua irmã vai ir também
— Vou pensar nisso— Falo entrando para dentro de casa.
— Pensa com carinho—Ele fala.
Diogo manda uma mensagem falando para chegar na casa dele as 20:00.
E manda o endereço depois.
Tomo um banho coloco uma roupa de calor e vou para a casa dele. Meus
pais foram em um restaurante hoje, eles iriam entender quando chegar e
eu não estiver.
Vou andando para a casa dele, o que não é muito longe.
Porra. Chego na casa dele.
É muito maior que a casa que eu estou. A frente dela tem muros altos, que
dá para festa um pouco da casa. Do lado de fora vejo que os vidros da casa
são enormes. Se fora é assim, imagina dentro.
Toco a campainha e uma voz de uma moça fala.
— Boa noite, quem gostaria?
—Oi...eu...sou o Gabriel, amigo do Diogo
— Vou chamar o senhor Harris
Harris? O sobrenome dele é Harris?
Ela desliga o interfone. Não demora muito para a porta abrir, e Diogo
aparecer. Ele está de regata branca colada. E um shorts de moletom cinza,
com chinelos da Nike.
Que braços, puta que pariu
— Vamos— Ele fala ajeitando seu cabelos para trás. Que cai para frente de
novo.
Diogo me leva para dentro da casa, é muito grande mesmo.
— Que horas o pessoal chega? — pergunto.
— Então, ninguém vem mais. Eles vão para alguma festa aí, não queria ir
porque já tinha te convidado para vir aqui.
Porra
— Ata

Eu e ele sozinhos aqui? Meu Deus.


— Bom, vamos subir? Pedi pizza. Você gosta de portuguesa?
— Sim sim, gosto
Ele sobe escada acima, e segue reto, virando a direita e entrar numa porta
a sua esquerda.
Entro no quarto de Diogo. E que quarto.
A cama é de casal que está com um jogo de cama cinza. Uma porta preta
de vidro que dentro é o closet dele. A televisão na frente da cama. Estante
cheia de livros. E uma sacada enorme de frente para o mar. O quatro dele
está perfeitamente arrumado.
Ele senta na cama, e eu faço o mesmo. Ele liga na Netflix e esperamos a
pizza.
Minutos depois alguém bate na porta, e ele abre. Uma empregada da a
pizza pata Diogo. Ela da pratos talheres e um Refrigerante.
— Achei melhor comer aqui— Ele falando fechando a porta.

Sentamos no chão e Diogo coloca um pedaço de pizza no meu prato, e


depois coloca no dele. É meio estranho porque não falamos nada durante
um tempo. Diogo vai para a segunda fatia de pizza, quando finalmente ele
fala.
–– Estranho isso né?
–– O que?
–– Isso o que?
–– A gente se conhecer assim, você me ver em uma briga na festa
Eu rio. Não imaginei que eu ia me aproximar dele, se estamos nos
aproximando.
–– É, ninguém mandou você querer chamar atenção e...
Tomo um gole de refrigerante antes de falar o que ia sair pela minha boca.
–– E...? –– ele pergunta.
–– Nada, podemos assistir um filme né?
–– Aham, gosta de ação?
–– Sim, gosto
Ele levanta e liga a televisão com o controle, e escolhendo um filme.
Comemos a pizza enquanto assistimos o filme. E sinto alguns olhares de
Diogo para mim. Olho para ele discretamente, e desço o olhar para seus
shorts. Que está mercado levemente o seu membro.
O filme acaba, e eu tô muito nervoso com tudo.
Me levanto da casa me ajeitando para ir embora, sinto Diogo segurar no
meu braço.
— Eu vi suas olhadas para mim— Ele fala
— Que? Eu não...
— Você olhou sim, eu vi
— Claro que não Diogo, eu não estava te olhando
— Então olha para mim e fala que não
Por favor Deus, me ajuda
Olho para ele, mas não consigo dizer nada.
Passo a minha língua nos meus lábios, e Diogo chega perto de mim.
— Eu te quero— Ele fala perto da minha boca, e sinto sua respiração
quente.
Tomo cuidado com Diogo. As vocês na minha cabeça fala. Mas eu não
estou nem aí, quero pegar ele desde que vi pela primeira vez naquela
festa. E eu jamais iria pensar que estaria aqui, no quarto dele, sozinho com
ele.
—Eu também— Eu falo.
Diogo segura na minha cintura levando a gente para a cama novamente,
ele senta e me coloca no seu colo. O beijo é calmo mas quente, sinto um
ar quente subir em meu corpo, ele tira seus lábios dos meus, e desce
beijando meu pescoço, eu jogo minha cabeça para trás fazendo Diogo
colocar suas mãos atrás nas minhas costas. Olho para ele, e ele faz o
mesmo. Ele sorri malicioso, e eu volto a beijar ele, sentindo sua língua
quente entrar e sair da minha boca. Diogo controla o beijo e eu sigo ele.
Eu paro o beijo ofegante olhando para ele, analisando seu rosto. Diogo é
lindo, muito lindo, ele está com a boca entreaberta com a respiração
ofegante também. E agora eu tenho certeza que ele colocou um piercing
na sobrancelha.
— Não para— Ele fala
Ele sobe sua mão colocando em meus cabelos, me puxando para beijá-lo.
Acompanho o movimento da sua língua em minha boca. O beijo dele é
muito bom. Ficaria horas beijando ele. Sua mão desce em meu corpo,
parando na minha bunda, e ele me aperta. Solto um leve gemido
enquanto beijo ele. O toque dele é mais bruto, mas gostoso. E ele faz isso
mais uma vez. E sobe suas mãos colocando na minha cintura. Me fazendo
me movimentar encima dele. E sinto que ele esta excitado.
— Gostei mais de você quando você estava de shorts de moletom— Ela
fala saindo do beijo.
— Eu preferi também— nos rimos juntos.
Ele beija meu pescoço, e dá uma leva mordida. O que me faz arrepiar.
Ele sorri.
— Você me quer? — Ele fala com um sorriso malicioso. Ele ainda está com
as mãos na minha cintura fazendo eu me mexer nele. — Fala, você me
quer? — Ele pergunta de novo.
— Sim, eu quero— Falo com a respiração ofegante. E volto a beijar ele.
Ele levanta comigo no seu colo me colocando deitado na cama. Me
beijando.
16

Ele fica encima de mim colocando seu peço sobre meu corpo. É como da
primeira vez, mas agora o clima é diferente.
Ele beija meu pescoço, e olha para mim e sorri. E me beija de novo. Os
lábios do Diogo tocando sobre meu pescoço me faz arrepiar, e soltar leves
gemidos. Ele tira a blusa e joga ela em algum canto do quarto.
Que homem gostoso
Já vi ele assim, mas não tão perto como ele tá agora. Ele me beija, é um
beijo calmo que faz você querer mais. Ele coloca e tira sua língua
lentamente da minha boca. Ele segura minha mão colocando no sem
membro, me fazendo apertar de leve ele.
Sem comentários.
Mentira, tem comentários.
O membro dele é grande, e um pouco grosso. E ele tá bem duro.
Eu acaricio ele, quando o beijo, e ele solta uns gemidos. Coloco minha mão
no seu shorts tirando ele. Deixando ele só de cueca. Eu ainda estou de
roupa, ele para o beijo e diz:
— Você não acha que tá muito vestido? — Ele olha para meu corpo.
Faço que sim com a cabeça. E ele volta a me beijar.
Ele tira a minha blusa, e depois tira o meu shorts. Eu estava de shorts
jeans e ele tirou com uma facilidade que me assusta. Diogo está muito
duro, e sinto ele todo na minha barriga. Ainda estamos nos beijando.
Ele esfrega seu membro sobre a minha barriga, eu pego na bunda dele e
aperto.
Que bunda gostosa
Não sei se estou pronto para fazer isso com ele. Não sei se estou pronto
para fazer isso, mas não quero parar.
Coloco minha mão dentro da cueca dele, sentindo por inteiro o seu pau
duro na minha mão. Faço momentos leves subindo e descendo minha mão
no pau dele. Fazendo ele gemer.
— Caralho Biel— Ele fala em meio aos gemidos.
Começo a fazer os movimentos mais rápidos, fazendo ele gemer mais. Ele
para de me beijar, e leva suas mãos na sua cueca, tirando ela.
Olho para baixo tentando olhar o seu pau, mas não consigo ver muito
bem. Continuo fazendo os movimentos rápidos, fazendo ele revirar os
olhos.
— Me beija Diogo, me beija
Ele volta a me beijar.
O beijo fica intenso, e Diogo geme mais.
— Assim vou gozar— Ele fala.
E sinto uma vontade imensa de fazer isso acontecer. Faço os movimentos
de subir e descer mais rápidos no pau dele.
— Porra Biel, continua
Ele me Beija, mordendo com cuidado meu lábio inferior, e depois beija
meu pescoço. Sinto ele me chupar, e depois ele volta o beijo. Diogo é
muito gostoso. E puta que pariu, que pau gostoso. Ele para o beijo.
— Vou gozar Biel— Ele fala gemendo. Meu corpo ferve, e o dele também.
Olho para ele, e ele fecha os olhos, abrindo um pouco a boca. Sinto um
líquido quente sobre minha barriga, e nos meus dedos. Ele geme aliviado.
Caindo sobre meu corpo.
— Porra biel— Ele fala eufórico.
Levo minhas mãos em seus cabelos, acariciando ele. A respiração dele tá
ofegante, e ele respira alto.
Ele joga seu corpo para o lado da cama. E sinto que esta faltando algo em
mim quando o peço dele sai do meu corpo.
Olho para o lado, e agora eu consigo ver o pau dele.
Minha nossa.
Ele ainda esta duro. E me bate uma vontade de chupar ele.
Olho para minha barriga que tá com o gozo de Diogo. Ele segura minha
mão, e coloca os meus dedos na minha boca, fazendo eu provar ele.
— Gostou?— Ele pergunta.
— Sim
Ele me da um selinho, e levanta da cama.
— Vem, vamos tirar isso de você. Espero que na próxima não fique na sua
barriga.
Que ele quer próxima vez.
Fico corado.
Ele estende a mão, e eu pego ela. E ele me levanta da cama. Diogo tá
pelado. E seu pau não está tão duro quanto antes. Ele me guia até o
banheiro dele, ligando o chuveiro. Ele olha para o meu corpo inteiro.
— Você não precisa se esconder, não para mim— Ele fala se aproximando
é tirando a minha cueca.
— Você é muito gostoso, vem— Ele fala, segurando minha mão, e me
levando para dentro do box. A água esta morna, e cai sobre a minha pele,
aliviando meu corpo. Ele fica atrás de mim, pega um sabonete líquido, e
joga no meu corpo. Passando a mão por ele. Fico excitado, e sinto o pau
de Diogo nas minhas costas. Ele tira seu gozo da minha barriga. E Leva sua
mão para o meu pau fazendo o que fiz nele.
— Sua vez agora— Ele fala.
E eu jogo minha cabeça para trás, apoiando no seu peitoral. Ele me beija
de canto, movimentando sua mão mais rápido, me fazendo gemer.
— Isso Biel, geme pra mim
Por tudo o que teve a alguns minutos atrás, me faz querer gozar rápido.
Com a outra mão, ele aperta a minha bunda. E depois bate nela. Ele
continua fazendo os movimentos rápidos. E depois segura na minha
cintura.
Viro minha cabeça para o lado para beijar ele, e ele me beija.
— Quero que você goze pra mim— Ele fala com a boca perto da minha, e
volta a me beijar.
Eu dou um gemido, e sinto que vou chegar no meu ápice.
— Diogo— Falo ofegante, e gemendo mais.
— Isso, goza pra mim vai
E eu faço, aliviando meu corpo. Sinto minhas pernas ficarem moles, e
Diogo envolve o seu outro braço em mim. Ele lava suas mãos, e me vira
para ele.
— Quero você assim, se doando para mim— E ele me beija.
Depois que saímos do banho, coloco minha roupa e Diogo faz o mesmo.
Volto no banheiro para arrumar meu cabelo, e vejo o chupão que ele
deixou em mim.
Caralho.
— Tenho que ir, já tá tarde— eu falo.
— levo você para sua casa, vamos
Desço com ele para a garagem, entrando no carro dele é uma BMW serie
3.
Ele abre a porta do carro para mim, e depois da a volta e entrando no
carro.
Ele sorri para mim e eu faço o mesmo para ele.
Quando chego em casa, vejo que meus pais já chegaram porque o carro tá
parado na frente da casa.
— É....vou indo— Falo tirando o sinto e me virando para ele.
— Acho que deixei alguma coisa em você— Ele fala colocando a mão no
chupão que ele fez.
Eu rio.
— Não tem problema
Ele ri.
— Tchau— Eu falo me virando e abrindo para abrir a porta do carro.
— Ei— Ele segura meu braço, fazendo eu me virar para ele — Te encontro
na praia amanhã?
— Sim, me encontra lá
— Você quer sair comigo?
— Tipo um encontro?
— É....tipo um encontro
Eu Sorrio.
— Aceito sim
Ele se aproxima de mim e me da um beijo.
— Até amanhã, Biel
— Até amanhã— Falo, e ele me dá um selinho. E eu saio do carro. Ele abre
a janela me vendo ir em direção a entrada da casa. Quando chego, olho
para ele, dou um tchau para ele com as mãos. E ele sai com o carro, e eu
entro para dentro de casa.

Tomo um banho e deito na cama, pensando em tudo o que aconteceu,


fico em choque quando lembro de tudo que aconteceu. Mas dou um
sorriso bobo pensando. Pego meu celular adicionando Diogo.
DIOGO: VULGO RIQUNHO DA PRAIA
21 de novembro, 2021, 23h40m

Diogo: vulgo riquinho da praia

Amanhã na praia viu

Gabriel

Pode deixar kkkkk

Diogo: vulgo riquinho da praia

Já quero te ver dnv LKKKKKKK

Vou ir dormi, a noite foi longa né? 😏

Boa noite, Biel💙

Gabriel

Foi uma punheta e já tá assim? KKKKKKKK


Foi longaaaa a noite
Boa noite 💙

Diogo: vulgo riquinho da praia

A punheta que me fez gozar muito

Aliás, que mãozinha em Gabriel, caralho....🥵


Eu dou uma gargalhada ao ler a mensagem. Coloco o celular pra carregar e
caio no sono pensando nele.
17

Acordo pensando na noite com Diogo. Eu nem acredito que eu fiz isso, o
máximo que eu tinha feio foi beijar alguém, e ontem houve aquilo. E
nossa, faria de novo.
Vai dar onze da manhã. Eu levanto escovo os dentes e desço para tomar
café. Não tem ninguém na cozinha além de mim. Volto para o quarto e
troco de roupas. Pego uma sunga preta e uma blusa regata. Quando abro
a porta sinto o mormaço quente no meu rosto, lá fora está bem quente
hoje. Antes pego meu celular e vejo que Diogo mandou uma mensagem:
tô saindo de casa já, te encontro lá?
Não respondo ele, e desço para a praia.
Quando chego lá vejo o guarda sol rosa. E lá está Thiago, Letícia, Diogo e
Uma menina que não sei quem é. Diogo me vê chegando, e abre um Sorrio
quando me vê. Ele vem até mim.
— Oi, tudo bem?— Ele fala me abraçando.
Oxi?
— Oi, tudo sim— Seguimos até o pessoal, Diogo está do meu lado com os
braços nos meus ombros.
Letícia faz uma cara estranha quando me vê assim com ele.
— Oi gente— Falo quando chego.
Todos respondem.
— Tá vivo?— Thiago fala quando me vê, e vem me da um abraço.
Eu dou uma risada.
Letícia amarra seus cabelos em um rabo de cavalo e vem me dar um
abraço.
— Ela é a Chiara, ele é o Gabriel, meu irmão
— Oi— Chiara fala, e me abraça. Eu faço o mesmo.
Thiago me entrega um copo de bebida, que provavelmente tem coisas
misturadas. Eu pego, e bebo.
Faço uma careta.
— Que horror— Eu falo.
Ele ri.
— Bora pra água— Thiago fala.
Letícia vem para perto de mim e fala nos meus ouvidos.
— Que rolou entre vocês?
— Depois eu falo— Falo cochichando no ouvido dela. E ela vira e vai para a
água.
Vejo Diogo voltando do mar.
Ele chega perto de mim molhado, e me abraça, me deixando molhando
também.
— Saaaii— Eu falo rindo.
E me vira para ele, como ele fez ontem. Meu coração acelera.
Ele ri.
— Não gostou?— Ele perguntando olhando para mim.
— Não
— Ontem você gostou
— Mas você não estava molhado
— estava sim
Eu dou uma risada alta. E ele também.
— Nosso encontro tá de pé né?— Ele fala acariciando minha bochecha.
Eu balanço a cabeça afirmando.
Gente o que tá acontecendo? Por que ele tá assim comigo? E por que eu tô
assim com ele?
Não posso sentir por ele o que eu sentia pelo Henrique.
Cala a boca Gabriel, pode sim.
Henrique disse para tomar cuidado com ele. Mas quando eu estou com
ele, me desligo do mundo. Só quero ele, o toque dele.
E se Henrique tiver falando a verdade, e ele machucar você?
Que droga.
18

Estou abraço com Diogo, envolvido nos braços fortes dele. Vamos sair,
vamos ter um encontro. Eu e ele.
Como eu já disse, quero ele desde que vi ele naquela festa. Eu gostei de
ter ficado com Henrique, mas também ficaria com Diogo lá. Diogo está de
sunga, o que me faz olhar. Desço o olhar para a sunga dele. E sinto uma
vontade de pegar lá.
Subo meu olhar para o dele. E ele sorri malicioso. Ele se inclina um pouco
e fala nos meus ouvidos:
— Tá com saudades dele?
Eu fico corado. E não falo nada. Ele pega na minha mão, e leva até o pau
dele. Fazendo eu acariciar.
— Pode ter certeza que nós dois estamos com saudades— Ele fala ainda
nos meus ouvidos.
E me da uma meia lua. Ele leva suas mãos na minha blusa, tirando ela, e
esses movimentos me faz lembrar da noite de ontem. Ele sorri, e me puxa
para mais perto dele. Ele envolve seus braços longos e fortes em mim.
— Pronto? — Ele pergunta
— O que?
Ele me pega no colo, e sai correndo comigo em direção ao mar.
—Diogo— Eu grito.
E ele ri enquanto sai correndo comigo. Ele chega no mar, me levando para
uma parte mais funda, e me joga no mar.
Subo para a superfície, passando a mão nos olhos para tirar a água.
Todos estão rindo, e empurro Diogo, fazendo ele se desequilibrar, e
caindo. Ele sobe para a superfície, passamos a mãos nos seus cabelos.
Que homem, que homem.
Fico sem graça quando ele para atrás de mim, e me agarra.
A hora passa, e vamos no restaurante perto para comer. Todos pedem
hambúrguer. E conversamos enquanto comemos. Descubro que Chiara
tem dezoito anos. E começou a fazer a sua transição com catorze anos. E
que não foi fácil os pais dela aceitar.
A tarde passa. Foi aquelas tardes tranquila, em que todos estão numa vibe
boa. E rimos muito.
Fico o tempo todo perto do Diogo. E andamos de mãos dadas. O que é
estranho para mim.
A tarde passa, e vamos deixar Chiara na casa dela. Eu adorei ela.
Thiago entra com Letícia dentro de casa quando chegamos.
— Vem— Falo para Diogo.
— Certeza?
— Sim, meus pais....meus pais não vão ligar
Ele entra.
E meu pai está na sala. Meu pai não fala com ele. E minha mãe sai da
cozinha. E fala com Diogo.
— Oi, tudo bem? Prazer— ela fala
— Oi, tudo sim, e a senhora?
— Bem bem....quer um copo d’água? Quer comer alguma coisa?
Diogo olha para mim.
Fico corado.
— Não— Ele ri— obrigado
— tá bom, qualquer pega alguma coisa para ele filho.
Balanço a cabeça afirmando.
Olho para ele, e ele entende. E ele me segue até o meu quarto.
Dou um soco fraco no braço dele, e dou uma risada.
— Que foi aquilo?— pergunto rindo.
— Ué, ela disse o que eu queria comer— ele fala chegando perto de mim.
— Você é besta
— vai dizer que não gostou?
— Aí aí Diogo
Ele me puxa de leve para perto dele. E me beija. Meu corpo esquenta com
o beijo, e o toque dele.
— Aqui não é legal— falo tirando os lábios dele do meu.
— Tudo bem— Ele fala.
Eu beijaria ele por horas, mas aqui com os meus pais. Jamais.
— Você já vai?— pergunto
— Sim, estou com sal por todo meu corpo. Até no
— Credo— Interrompo ele.
Ele ri.
— Quando eu chegar eu aviso
— Tá bom, vou ir tomar um banho
— Quer ir na minha casa não? Aí a gente toma um banho juntos— Ele fala.
— Para Diogo— Eu rio
Ele me dá um selinho, e levo ele até a porta.
— Vou ver um lugar legal pra gente ir— Ele fala. E me da outro selinho.
Letícia e Thiago chega.
Thiago vai embora, e eu e Letícia subimos.
— Você vai me contar tudo— Letícia fala e fecha a porta do meu quarto.
— A gente ficou
— O que? — Ela arregala os olho— quando isso?
— Ele disse que um pessoal ia na casa dele, que você também iria. E quis
me chamar, cheguei lá não tinha ninguém.
Ela ri.
— Aí ele pediu pizza, e ficamos.
Não sei se conto sobre a punheta que eu bati para ele.
Melhor não.
— Beija bem?
— Nossa demais
— Hummmm— Ela me chacoalha.
— Vou tomar banho— Eu aviso cortando o assunto.
— Vou ir também— ela avisa.
Tomo um banho e coloco uma roupa confortável e deito na cama. Pego
meu celular e vejo uma mensagem do Diogo.

Diogo: vulgo riquinho da praia


22 de novembro, de 2021 21h30m

Diogo: vulgo riquinho da praia 20h10m

Cheguei
Achei um lugar legal pra gente ir

Gabriel 21h31m
Oii, estava no banho
Sério? Onde?

Diogo: vulgo riquinho da praia 21h35m

É surpresa vida, você vê quando chegar lá


Pode ser sábado?.

Gabriel 21h36m

Kkkkkkkkkkk
Tá bom
Pode sim

Vida?

Diogo: vulgo riquinho da praia 21h36m

Blz
Vem aqui em casa hoje kkk
Gabriel 21h37m

Já tá tarde kkkkkkk não dá

Diogo: vulgo riquinho da praia 21h37m

Tarde? Essa hr vc estava aqui ontem


Vem vai, te deixo em casa, a Letícia vive saindo essa hora com o Thiago
Tô me sentindo sozinho 

Gabriel 21h38m

KKKKKKKKKKKK

Diogo: vulgo riquinho da praia 21h38m

Vem biel, te deixo em casa depois


Melhor ainda, te busco aí

Gabriel 21h39m

Vou falar oq pros meus pais?

Diogo: vulgo riquinho da praia 21h39m

Fala que vai ir comer com uns amigos


Tô indo te buscar

O QUE?

Gabriel 21h40m

Diogo? Calma
Diogo?
Diogo
Diogoooo
Visto por último hoje as 21h39M

Ele mora perto de mim, então daqui a pouco chega. Me levanto rápido da
cama pegando uma blusa regata que se eu levantar o braço, aparece
minha barriga. Pego um shorts jeans, mas lembro do que Diogo disse. E
coloco um de moletom. Coloco meu vans e desço para a sala.
— Vai pra onde?— Minha mãe pergunta
— Ah, vou sair com uns amigos na lanchonete, posso?
— Pode, mas toma cuidado
— te amo, beijos
Escuto uma buzina do lado de fora. E saio correndo, vejo o carro de Diogo
parado e vou em direção a ele. E ajeito meus cabelos no caminho. Entro
no carro.
— Oi— falo
— Oi, tá de moletom hoje
Ele ri
— Não queria ir de jeans

Ele parte com o carro. Mas não vai para a casa dele.
— Vamos pra onde?
— Vou te levar no meu lugar favorito
Ele segue com o carro estrada a frente, ele para o carro e dá a volta e abre
a porta para mim.
— Vem— ele pega no meu braço.
— Você vai gostar— Ele fala e sorri para mim.
Entramos em um caminho de areia, e descemos por ele. Vejo um balanço
e uns bancos. Encima de uma pedra. Que fica no meio de um lago. É lindo
lá.
A lua transmite sua luz na água que faz brilhar. Deixando o lugar com uma
luz natural.
— Bem vindo— Ele fala.
— trás todos e todas aqui?
— Você é o primeiro
— Aham, sei.
Ele senta na cadeira de balanço grande, e eu sento do lado dele. Me ajeito
na cadeira de balanço. Diogo passa seu braço atrás de mim, fazendo
nossos corpos colar. Ele suspira alto. E eu olho para ele.
— Que foi?— pergunto.
— Meu pai voltou
— E você não se dá bem com ele?
— Não
Fico quieto. E coloco minha mão na sua coxa, que está exposta porque o
ele tá de shorts.
— Cansei, não queria ficar me casa hoje
— Se você tivesse falado, eu já teria saído com você
Eu olho para ele, e em seguida ele olha para mim. E eu dou um selinho
nele.
Você me faz bem Diogo.
— Obrigado por ter vindo— Ele fala.
— Quando precisar, só falar, tá?
Ele balança a cabeça afirmando. E me beija depois. É um beijo calmo, bem
calmo. Ele coloca sua língua na minha boca devagar. E eu faço o mesmo.
Ele tira seu braço atrás de mim, e me coloca encima dele. Diogo colocou
uma música baixa quando chegamos. E agora está tocando o refrão de:
Never Be Alone; Shawn Mendes.
E nos beijamos ao som dela. Ele passa os dedos no meu cabelo, me
acariciando. O beijo ainda é calmo. E eu gosto disso. Coloco minha mão
atrás do pescoço dele. Acariciando também.
— Você é perfeito— Ele fala, e volta a me beijar. — Quero você, biel,
quero você
Eu deito no ombro dele, e sinto um aconchego nele. E eu abraço ele.
Ele me deixa em casa. Já vão da meia noite. Ele abre a porta do carro para
mim, e me leva até a porta.
— Obrigado de novo pela noite— Ele fala
Eu sorrio.
Ele olha para mim por inteiro. E eu fico corado. Ele me abraça, e eu faço o
mesmo. E eu deito minha cabeça no peito dele. Ele acaricia minhas costas.
— Eu não tô conseguindo parar de pensar em você— Ele avisa. E eu olho
para ele.
— Eu também não
Ele coloca a mão no meu queixo, e eu fico de ponta de pé para beijar ele.
Diogo coloca suas duas mãos na minha cintura. Me fazendo ficar perto
dele. Agora já entendi como ele gostar de ser beijado. Ele me solta, e
nossos lábios desencontram.
— Boa noite— Ele fala sorrindo
— Boa noite— Fico de ponta de pé e dou um beijo na bochecha dele. E
entro em casa.
19
Eu e Diogo conversamos quase todos os dias. As vezes ele some tipo uns
dois dias, mas depois ele aparece. Hoje é domingo, e nessa semana já vai
entrar dezembro, e já já faz um mês que estou aqui.
Depois do encontro com Diogo, a gente só se vê na praia quando eu tenho
vontade de descer. E quando eu não desço, ele manda mensagem para
mim. As vezes ele passa aqui para falar um “Oi” mas não me sinto
confortável conversando com ele aqui.
Esses dias me peguei pensando no Henrique, ele faz falta. Sinto falta da
risada dele, dos olhares dele. Mas quando estou pensando nele, vem
Diogo na minha mente, e o jeito que ele me faz ser dele. Penso em
mandar mensagem para Henrique, mas entro no Instagram dele, e vejo
uma foto: ele na neve no Canadá, com uma touca e roupas de frio; atrás
está a escola ou faculdade dele.
Minha irmã começou a namorar realmente o Thiago. Ele até veio pedir a
mão dele para o meu pai. Que inclusive quase não deixou.
E agora, ela nem fica aqui direito, minha mãe tá com medo dela
engravidar, mas eu confio na Letícia, e sei que não não vai engravidar tão
cedo. Ligo para os meus amigos, e eles atendem rápido.

Ligação on

— oooooiiii— Luan fala do outro lado da linha.


— Ooooii— Eu falo.
— Oi gente, como vocês estão?— Bia pergunta
— Bem— Eu e Luan respondem juntos.
— Amigos, eu e Diogo ficamos de novo
Silêncio total.
— Amigo, conta isso melhor — Bia fala.
— Só beijou ele?— Luan pergunta.
Todos ri.
— Aí gente, calma. Então ele me chamou para a casa dele, aí a gente deu
uns amasso, e depois eu bati uma para ele
— O que?— Luan grita.
—Gabriel, não acredito — Bia fala.
— É amigos, foi babado o negócio. Aí depois a gente saiu de novo e beijei
ele
— Beijou só né?— Luan fala.
— Dessa vez sim
— Mas óbvio que ele queria mais— Bia fala.
— Claro que sim, Biel é safado— Luan fala.
— Não sou não
— É sim— Os dois falam.
— Luan, anda, vamos— Escuta a voz da mãe de Luan do outro lado da
linha.
— Aí amigos, tenho que ir. Depois mando mensagem no nosso grupo,
beijos
— Beijos— Bia e eu falamos juntos.

Ligação off

Queria meus amigos aqui comigo, pelo menos eu iria ter eles aqui. A hora
passa e eu vou no mercado com os meus pais comprar as coisas que falta
para a casa. Me jogo na cama quando eu chego em casa. E meu celular
vibra, vejo na barra de notificações que é Thiago que mandou mensagem.
O Thiago?
Fico sem entender, e logo penso que pode ser alguma coisa com a minha
irmã.

Thiagooo
28 de novembro de 2021 17h40m

Thiagooo 17h40m

Biel, tô aqui no Diogo, pode vim pra cá?


Gabriel 17h40m

Oi
É alguma coisa com a Letícia?

Thiagooo 17h41m

Na verdade não
Ela tá aqui, mas não é com ela
E sim com Diogo
Com Diogo? E porque tenho que ir?
Gabriel 17h41m

Mas eu tenho que ir pq?


Thiagooo 17h42m

Gabriel, só vem pfv


Ele fica off, e vou para a casa do Diogo com a roupa que estou no meu
corpo. Vou correndo o que fica um pouco longe de a pé. Mas vou mesmo
assim. Chego cansado lá e soando. E toco o interfone.
Thiago abre.
— O que aconteceu?
— Ele quebrou tudo
— O que, como assim?— Falo entrando na casa.
— Ele teve uma discussão com o pai dele, e logo depois saiu quebrando as
coisas, a Letícia está arrumando lá.
— E vocês querem minha ajuda para arrumar?
—Queremos sua ajuda com ele
— Que?
— Ele disse o seu nome, então a Letícia mandou falar para você vim, ele tá
perto da piscina.
Vou lá fora para a piscina, e vejo uma garrafa vazio quebrada no chão. E
logo na frente Diogo. Ele está usando um shorts branco combinando com
o seu tênis, e a blusa regata cinza, que ressalta os seus braços. Sigo até ele,
que se meche bebendo a garrafa de alguma coisa alcoólica.
— Diogo?— Eu chamo
Ele me olha, e os seus olhos estão vermelhos.
— Não não olha para mim— Ele fala com a voz empregada.
Chego perto dele, e abaixo segurando na suas pernas. Ele bebe mais.
— Anda, me da isso
Caralho, eu tenho dezesseis anos, e tô assim, parecendo um menino de
vinte e quatro anos ajudando o amigo bêbado.
Estico a mão para pegar a garrafa, e ele não me dá.
— Anda Diogo, me da isso
— Não....não vou da....queria que você tivesse aqui comigo....mas você
não estava
— Thiago me mandou mensagem agora
— Não queria tá assim....porque não queria isso
— Me dá a garrafa, ou eu vou embora
Ele levanta, e eu faço o mesmo em seguida. Ele olha para mim e joga a
garrafa no chão, que me assusta.
— Vai então
Respiro fundo e viro de costas para ele.
— Não....vou aqui...biel...ei...não queria que você fosse não
Eu continuo andando, e se ele tivesse sóbrio eu tenho certeza que ele já
tinha pegado no meu braço e me parando. Mas ele mal consegue falar.
— Ei bi....el....volta....quero que você fique.....amor fica comigo aqui
Amor? Que porra é isso?
Eu paro, e me viro para ele. Que nem andou direito.
— Porque você me chamou de amor?
— Eu não te chamei de amor
Reviro os olhos. E vou para perto dele. Respiro fundo e pego no braço
dele. Puxando ele para dentro de casa.
— Anda vamos— Ele vem. E eu levo ele para dentro de casa, subo com ele
para o andar de cima, o que é muito difícil mas eu consigo. Vou para o
quarto dele, o bendito quarto. E entro no banheiro com ele, me fazendo
lembrar do que fizemos aqui. Ligo o chuveiro no frio.
— Vamos passar uma água nesse seu corpo, pelo menos passa um pouco
— Não quero
— Você não tem que querer nada
— Quem obedece aqui é você— Ele fala com a voz empregada, o que me
faz rir. Ele se encosta na parede, e eu tiro a blusa dele.
Minha nossa.
Agora não Gabriel
Deixo a blusa dele encima do vaso sanitário, e vou para tirar o shorts dele.
Exibindo sua cueca preta. Pego as roupas dele colocando no cesto de
roupas. E faço ele sentar no vaso.
—Não quero— Ele repete.
— Vai ser melhor para você.
Tiro o tênis dele, e coloco Diogo na água fria. Ele reclama quando sente a
água cair no seu corpo.
— Tá gelada
— Eu sei— Eu entro dentro do box, mas sem me molhar. Olho para baixo,
e vejo o volume na cueca dele. Subo meu olhar e ele olha para mim.
— E só eu que tenho que entrar?
—Não foi eu que fiz um estrago hoje né
— Entra também
Ele segura no braço, e me coloca na água gelada. Puta que pariu.
A água cai sobre meu corpo quente, deixando minha pele gelada. Ele tenta
tirar minha blusa. Mas não consegue. Eu rio da cara dele.
— Ei....tira isso aí
Ele coloca a mão na minha blusa e puxa para cima, e eu ajudo ele a tirar.
Eu ainda sinto vergonha de ficar assim perto dele. Ele tenta tirar o meu
shorts.
— Já falei....que não gosto quando você usa esse
Tô com shorts jeans. Tiro o shorts ficando só de cueca também.
Ele sorri. E passa as mãos nos meus cabelos. Ele fica me olhando. E
olhando meu corpo, e vejo que ele está excitado. Ele vem para me beijar,
mas erra o lugar.
Eu solto uma gargalhada.
Coloca a minha mão na bochecha dele, e dou um selinho. Ele me envolve
nos braços dele, me colocando de costas para ele. Me fazendo sentir seu
membro todo. Ele beija meu pescoço. Me viro para ele, olhando os seus
belos detalhes, a boca rosada dele me faz querer beijá-la. E ele me dá um
selinho.
— Seja meu Biel, só meu— Ele me beija. E é incrível o jeito que me
entrego para ele.
— Você tá bêbado
Saio do box com ele e passando a toalha no corpo dele. Saio do banheiro e
vou até o box dele, pegando roupas confortáveis. Volto para o banheiro e
me assusto. Ele tirou a cueca. Ele sorri para mim. Ele me entrega a toalha,
e já entendi o que ele quer. Pego a toalha e passo na bunda dele. Consigo
ver ela agora. Ele segura na minha mão, fazendo passar a toalha no pau
dele. Eu faço. Sinto ele ficar duro, e tiro a toalha entrando as roupas para
ele. Ainda estou de cueca, mas já me sequei. Ajudo ele a colocar a blusa, e
ele coloca o shorts sozinho.
Ele me segura pela cintura, tirando a minha cueca e falando no meu
ouvido.
— Nossa, você é lindo
Ele passa a toalha em mim como eu fiz nele. Depois de passar a toalha, ele
passa a mão dele na minha bunda. Eu me arrepio. Coloco as roupas que eu
peguei dele, que ficam enorme em mim.
— Gosto de você com esse shorts— Peguei um shorts de moletom dele
que para mim ficou bom. Seguro a mão dele levando ele para cama. Ele se
joga nela.
— Fica comigo hoje, dorme comigo— Ele fala.
— Eu tenho que ir
— Não, fica comigo— Ele segura na minha mão. — Por favor, dorme
comigo hoje
Eu faço que sim com a cabeça. E alguém bate na porta. É Letícia e Thiago.
— Ele tá bem? — Thiago pergunta
— Sim, tá melhor
— Pode ir, vou ficar com ele— Thiago fala.
— Não, eu vou ficar aqui com ele
— Então a gente vai dormi aqui, mas no quatro lá de hóspedes tá?—
Letícia fala.
E eu concordo com a cabeça.
— Dorme bem mocinho— Ela fala.
Fecho a porta e apago a luz. No quarto dele tem umas luzes no teto que
ficam ligadas. Elas são azul. O quarto não fica tão escuro. Deito na cama, e
me ajeito. Diogo vira para mim.
— Obrigado— Ele fala.
Eu Sorrio.
Eu viro e ficamos de conchinha. Ele coloca um braço no travesseiro
fazendo eu deitar nele. E com o outro ele passa pelo meu corpo.
— Eu quero você Biel, seja o meu Biel— Ele fala. E meu corpo treme. Não
sei se ele tá falando a verdade ou só porque ele tá bêbado. Ele beija o meu
pescoço. E rapidamente eu pego no sono.
20

Acordo com um som irritante do despertador tocando. Esfrego meus


olhos com os dedos, e sinto meu corpo mole de sono.
— Desliga isso— A voz de Diogo ecoa sobre o quarto. Procuro meu celular
e, finalmente, com uma passada do polegar sobre a tela, o barulho
incômodo para. Levanto da cama indo em direção ao banheiro e ligo a luz.
Me olho no espelho e vejo que meus cabelos estão bagunçados, passo
uma água no rosto e ajeito meus cabelos. Vejo que a luz do quarto liga
pelo reflexo do espelho do banheiro, e sei que Diogo levantou. Em algum
momento da noite, eu levantei para tomar água, e Diogo estava lá. E bom
rolou umas coisas, e agora eu só estou com a blusa e uma cueca. Volto
para o quarto e Diogo não está na cama, vejo ele saindo do seu closet
colocando uma blusa preta. Ele estava só de cueca.
— Bom dia— Ele fala sorrindo.
— Bom dia— Eu falo indo na sua direção. Ele passa as mãos em meus
cabelos e beija minha testa. Diogo passa por mim, e vai em direção a
varada dele, e abre a cortina. E me deparo com a vista do imenso mar na
minha frente. Pego meu celular e lembro da mensagem que recebi do
Henrique de madrugada. Oii, vc tá Bem?
Não sei se respondo ele. Passo a mensagem pro lado com o polegar,
tirando ela da tela. Diogo vem por trás de mim, e começa a beijar meu
pescoço. Ela agarra na minha cintura me fazendo virar pra ele. Com sua
mãos na minha cintura, ele me leva para cama, e ele senta nela. E eu sento
no seu colo.
Fico olhando para os olhos verdes de Diogo olhando para mim. Seus olhos
brilham, e o garoto platinado faz meu coração acelerar. Eu me inclino e
dou um selinho nele.
— Vou pintar meu cabelo— Ele diz.
— Oxi? Por que?
— Ah, não sei, vou pintar de loiro
Penso nele loiro, e ele vai ficar um gostoso.
— Vai ficar lindo
Ele sorri. E me da outro selinho.
— Ontem foi incrível— Ele fala
E eu Fico corado, e ele percebe.
— Ei, não precisa ter vergonha de mim
— Desculpa, não tô acostumado com isso
Eu rio.
Me inclino para beijar ele, e escuto a porta abrir.
— Que porra é essa— Escuto uma voz grossa atrás de mim. E eu pulo do
colo dele. Vejo um homem alto, de terno preto. Barbudo e com os cabelos
igual de Diogo, só que pretos. Será o pai dele? Puta que pariu. O homem
alto olha para mim, e sinto meu corpo gelar. O homem alto olha por trás
de mim. Diogo está em pé atrás de mim.
— Diogo, o que é isso?
— Pai.....—Sim é o pai dele— eu....— a voz do pai de Diogo está alta. E
claramente ele está bravo com o que viu.
— Melhor maneira de descobrir que meu filho é um viado— Ele ri com
sarcasmo.
— Eu não sou gay— Diogo fala e passa na minha frente, me escondendo
do pai dele.
— Antes de alguma coisa Diogo, coloca a porra de um shorts. Não vou
falar com você desse jeito. O homem sai do quarto, e bate a porta.
— Porra— Diogo fala quase num grito. — Desculpa Biel, desculpa mesmo
— É......tudo bem, só pensei que você tivesse fechado a porta.
— Eu achei que tinha fechado
— Vou me arrumar e ir para casa
— Não, fica— Ele fala olhando para mim. E eu faço que sim com a cabeça,
por mais que não seja o melhor momento para ficar aqui. — Vou colocar
um shorts e falar com ele, mais uma vez, desculpa— Ele me beija
Eu Sorrio para ele. Ele pega um shorts e coloca, e sai do quarto. Sento na
cama, e jogo o meu corpo para trás.
— Que merda que merda — Falo passando as mãos no meu rosto.
21
Diogo

Acordo no meio da madrugada e desço para a cozinha. Meu corpo está


quente, e minha garganta seca. Pego um copo e em seguida abro a
geladeira e pego uma garrafa de água gelada. Encho o copo e tomo tudo.
Caralho isso é muito bom. Pego um bote pequeno de sorvete de chocolate
dentro da geladeira, e uma colher, e mergulho no sorvete. Me encosto na
ilha de mármore na cozinha, comendo o sorvete. Tá calor pra porra hoje.
Escuto passos, e fico no mesmo lugar que eu estou. E alguém acende a luz.
— Aí porra— Gabriel se assusta quando me vê.
Eu rio da cara dele. Caralho que menino gostosinho. Ele pega um copo e
enche de água.
— O que você tá fazendo aqui?— Ele pergunta.
— O mesmo que você
Ele revira os olhos e toma a água. Isso me irrita demais, e vou até ele. Esse
menino não sabe com quem tá brigando. Se ele não fosse virgem, fudia ele
todinho aqui.
— O que você fez?— Falo indo até ele.
— Nada— Ele sabe do que estou falando, e ele sorri.
— Fica nessa, depois não aguenta— Apago a luz, e quando vou sair da
cozinha ele fala.
— Aguentar o que?
Eu Sorrio, e me viro para ele, vou até ele e paro na frente dele. Ele olha
para mim, e desce o olhar pro meu pau. Caralho como eu quero fuder ele.
— Aguentar o que Diogo— Ele pergunta de novo.
Porra.
— Você atiça, e depois não aguenta— Falo pegando no seu pescoço. E ele
dá um sorriso. Ele se doa muito para mim, e eu sei disso.
— Você gosta disso né Gabriel
Ele faz que sim com a cabeça. Não tô aguentando, vou tem que fazer
alguma coisa. E ele que atiçou, agora, aguenta.
Coloca a minha mão na sua nuca, e beijo ele. Coloco minha língua na sua
boca e ele faz o mesmo em mim. Ele beija bem pra caralho. Coloco ele
sentando na ilha, e continuo o beijo. Sinto a mão dele no meu pau, que
está duro demais. Ele coloca a mão na alça no meu shorts e baixa ele, e faz
o mesmo com a cueca. Meu pau sai pra fora. E sinto a mão pequena dele
em mim. Ele faz movimentos de vai e vem em mim, e eu fico doido. Saio
do beijo e começo a beijar seu pescoço. Ele está me masturbando lento, o
que me faz pirar. É gostoso.
— Caralho Gabriel— Falo num gemido. Tiro o shorts dele junto da cueca.
Volto a beijar ele, e ele coloca e tira rápido sua língua de dentro da minha
boca. Eu mordo o lábio inferior dele. Desço ele da ilha, e viro ele de costas
para mim. Coloca minha mão na suas costas, colocando ele deitado na
mesa, e de quatro para mim. Ele vira de lado sua cabeça para me olhar.
Ver ele assim só me faz querer entrar nele. E fazer ele sentir meu pau
todo.
Aperto sua bunda. E escuto ele gemer, eu me inclino e beijo sua bunda.
Puta que pariu. Dou uma leva mordida nela, e ele geme baixo. Meu pau tá
muito duro, e eu só quero fuder ele. Não sei se tá na hora e se ele quer. Eu
pego no meu pau e bato na bunda dele. Levanto ele dá ilha e beijo seu
pescoço.
Passo a mão perto do pau dele, e sinto ele duro. Ele se esfrega no meu
pau. E eu fico doido com isso. Pego no pau dele e masturbo ele, com
movimentos lentos. Ele geme. Passo meu pau na sua bunda. Mas não
entra nele, sinto ele arrepiar. Viro ele para mim. E vejo que ele é meu.
— Quero te fuder muito— Eu falo. E beijo ele.
Coloco minha mão na bunda dele, e aperto com força, e bato nela. O que
faz ele gemer. Ele está ofegante e eu também. Eu gosto muito de beijar
ele, e volto para o beijo, ele recua e eu fico confuso. Ele coloca a mão no
meu pau e faz movimentos rápidos em mim. Ele me da um selinho, e fica
de joelhos para mim. E eu fico doido com a cena dele pertinho do meu
pau. Eu sei que ele nunca fez isso, Então eu falo:
— Eu te ajudo
Ele começa a bater para mim devagar, e eu jogo a cabeça para trás. Coloco
minha mão na cabeça dele, e faço ele ir até meu pau. Ele abre a boca e
logo sinto a boca quente dele. Faço ele ir mais fundo, e ele recua. Ele
respira ofegante, e sinto sua língua na ponta do meu pau. Caralho. Ele
passa a língua e me coloca na boca dele de novo. E faz movimentos de vai
e vem com a cabeça. Sinto que ele faz força para ir mais fundo, e sinto
meu pau entrar mais na boca dele.
— Porra biel— Eu gemo. Coloco minha mão na sua cabeça de novo
fazendo ele me chupar mais rápido. Olho para ele e falo.
— Olha pra mim Biel— E ele obedece. Ele coloca meu pau inteiro dentro
da boca dele. E depois Volta a fazer os movimentos de vai e vem. Tiro
minha mão da sua cabeça. E deixo ele fazer sozinho. Caralho sentir ele me
chupando é muito gostoso. Eu reviro os olhos de tanto tesão. E ele começa
a chupar só a ponta do meu pau. Se ele continuar assim vou gozar na boca
dele.
Ele chupa a ponta, e me envolve todo na sua boca de novo. E me chupa
rápido. Eu começo a gemer. E me seguro para não gemer alto. Ele chupa
bem pra caralho.
— Vou gozar Biel— Falo gemendo. E sinto o gozo vir. Ele me chupa rápido,
e estou com a respiração ofegante. Jogo minha cabeça para trás quando
solto um gemido e gozo dentro da boca dele. Ele tira meu pau todo de
dentro da sua boca. Ele passa a língua na ponta do meu pau, o que me faz
sentir um arrepio. Escuto a respiração ofegante dele. E olho para ele. Seu
olho está lacrimejando, e ele engoliu o meu gozo. Eu Sorrio para ele e ele
faz o mesmo. Ele sobe ficando de pé na minha frente.
— Gostou?— Eu pergunto pra ele. E ele faz que sim com a cabeça. Coloco
minha mão no pau dele e masturbo ele, que geme, e não demora muito
para gozar na minha barriga. Ele por inteiro é gostoso. Subimos para o
quarto. Vou para o banheiro com ele para nos limpar. Depois do banho ele
coloca a cueca e a mesma blusa. E eu coloco a cueca. Deito na cama com
ele, que se aconchega perto de mim. E caímos no sono.
Não sei se isso foi um impulso para nós dois transar. Não quero ser rápido
com isso, porque eu sei que ele que vai vir até mim para isso. Ele é virgem,
então quero ser carinhoso com ele, bom, não toda hora. É claro que vou
querer fuder ele sem dó. Quero ter ele para mim, e falar que ele é o meu,
e eu sou dele. Quero ele todo para mim, e ele pode me ter por inteiro
também.
Porra, esse menino tá acabando comigo.
22

Estou jogado na cama do Diogo. Pensando em que aconteceu a minutos


atrás, o pai dele me viu encima dele. Imagina se eu e ele tivesse fazendo
outra coisa, eu pensei que Diogo tinha fechado a maldita porta. Não sei o
que eu faço agora. Não sei se vou embora, ou espero ele aqui.
Descido que vou ir embora. Vou até a porta e desço para o andar debaixo.
Tento fazer pouco barulho para ninguém me escutar. Desço as escadas
com cuidado, e passo por uma porta que está trancada. Assim que passo
por ela, escuto algumas vozes.
— Olha o jeito que eu te encontrei Diogo— O pai dele fala com uma voz
dura.
— Eu pensei que você já sabia disso
— Claro que não, você nunca apareceu com um menino aqui
— É, mas teve o Henrique
— O Henrique?
Não consigo escutar o que eles estão falando, mas escuto uns passos e me
afasto da porta, fingindo que eu não estava ali. Pego meu celular e abro o
chats.on para fingir que eu estava vendo um áudio. A porta abre.
— Oi— escuto a voz de Diogo atrás de mim. Eu me viro para ele.
O seu olhar tá furioso, pior do que no dia da festa.
— Tá tudo bem?— me atrevo a perguntar
— Não porra, não tá nada bem
Fico sem saber o que fazer, e atrás de Diogo está vindo o pai dele.
— Sinto muito— O pai dele fala para mim.
Sente muito do que ?
Minha respiração começa a ficar ofegante, e sinto meu peito doer.
— O que aconteceu? — pergunto pro Diogo.
Ele me segura pelos braços, e me leva até o lado de fora da casa, e abre a
porta.
— Desculpa Biel, eu.....
Ele começa a chorar.
— Diogo, pelo amor de deus, o que aconteceu?— Falo me aproximando
dele, e meus olhos começa a marejar.
— Eu não queria que isso tivesse acontecido, e meu pai não sabia sobre
mim. Só meninas tinham vindo aqui até então—Ele respira e volta a falar
— Eu e Henrique estávamos juntos, escondidos claro. Porque meu pai
odeia ele. Mas isso não vem ao caso.
— E o que eu tenho haver com isso? Por que ele falou sinto muito pra
mim?
Diogo morde o lábio inferior, e seca a lágrima que cai em seu rosto com as
mãos.
— Meu pai vai me mandar pra Seattle, e ele não quer que eu me encontro
mais com você
Meu coração e minha respiração para por um segundo, tudo isso porque
Diogo gosta de meninos?
— Só por que você estava se pegando comigo no quarto?
— É, e também porque....Ahrg— Ele passa a mão pelos seus cabelos. —
Ele acha que você quer se aproveitar do nosso dinheiro.
— O que? — Eu grito. — Ele tá ficando maluco?
— Me desculpa eu tentei falar com ele mas
— Porra, ele nem me conhece para falar isso de mim caralho. Eu...— Tento
falar sobre a conversa que eu escutei, mas resolvo deixar de lado.
— Eu não quero fazer isso tá bom? Eu....— Ele soca a parede. E quando eu
menos espero, sinto as lágrimas cair sobre minha pele. Diogo olha para
mim, e me puxa para perto dele. Me envolvendo num beijo.
— Eu tô gostando de você Biel— Ele fala com os lábios quase encostados
nos meus. — Eu quero que você seja o meu Biel.
Então o que ele falou na noite passada realmente foi verdade.
— Diogo, você esqueceu o que vai acontecer? — Me afasto dele.
— Eu sei, eu sei. Mas eu não tô nem aí
— Você vai pra Seattle, a horas daqui. Eu não vou aguentar te ver só em
vídeo.
Gabriel?
Ele sorri. E segura a minha cintura.
— Então você gostar de ficar perto de mim?
Gosto, gosto pra caralho de ter você assim perto de mim, e quando você
me beija e me segura pela cintura, nossa, você não sabe o quanto isso me
deixa louco. E você nem precisa pedir pra eu ser o seu Biel. Sinto vontade
de falar tudo isso para ele. Mas o que eu faço é só balançar a cabeça
concordando.
— Eu quero que você seja o meu Biel, quero ter você comigo. E não me
importo com o que meu pai vai achar, se ele quiser me mandar ir embora,
Foca-se. Eu finjo ir. Ou eu compro um apê, e te levo comigo.
Que porra é essa?
— Tá doido? Tenho dezesseis anos, jamais meus pais iriam deixar eu ir. Só
se eu fosse expulso de casa.
Ele ri. Meu Deus que homem lindo.
— Me responde o que te perguntei.
— O que você me perguntou? — Eu dou um sorriso, e ele seca minhas
lágrimas passando os dedos no meu rosto.
— Você quer ser o meu Biel?
Ele sorri. E me envolve num abraço.
— Ser o seu Biel, significa que eu e você estamos ficando?
Ele ri, e beija minha bochecha
— Sim, quem sabe mais pra frente, namorar.
— O seu pai ia surtar— Eu rio. E ele Também. — Sim, quero ser o seu biel.
Ele sorri. E me beija. Sinto um gosto salgado no beijo pelas lágrimas que
escorreram nos nossos rostos. Mas eu não tô nem aí, beijar Diogo me
deixa leve. Ele provavelmente vai para Seattle, mas eu sei que aguento
ficar sem ver ele, sem beijar ele. Eu abraço Diogo.
— Quando você vai?
— Talvez depois do Natal, mas vou fazer de tudo para não ir.— Ele me da
um selinho. E me abraça novamente.
Tenho dezesseis anos e tá acontecendo um turbilhão de coisas em uma
única férias. Encontrei dois meninos, e os dois estão indo embora.

23

O tempo está nublado, que faz os dia ficar cinzento. Diogo me ofereceu
carona, mas recuso e volto de a pé para casa. Lembro da mensagem que
Henrique me mandou, mas decido não responder no momento, não quero
pensar nele agora. Ficar para mim, não é nada sério, mas isso vou ver
depois com Diogo. Ele quer me levar com ele, isso ainda martela na minha
cabeça. Não posso ir nem se eu quiser, jamais meus pais iriam deixar.
Quando estou perto de casa, vejo a casa que estou. E reparo que é bem
diferente da casa imensa de Diogo. Meus pais estão assistindo teve na sala
quando abro a porta de casa. Os dois viram a cabeça para mim, e volta a
olhar para a teve.
— Oi— Anuncio a minha chegada.
— Por que não disse que ia dormi fora?— Meu pai fala.
— Eu avisei, não avisei?
Avisei?
— Se eu não avisei, desculpa.
— Já não basta a sua irmã, agora é você?— Minha mãe fala.
— Só foi essa vez mãe, vou para o meu quarto.
Subo as escadas que leva para o segundo andar, e vou para meu quarto.
Sento na cama e mando mensagem para Diogo falando que eu cheguei.
Minha mãe estava no Diogo ontem, mas ela já não estava mais lá quando
voltei. Escuto um barulho de carro e vou para a sala ver, e o carro de
Thiago está lá fora. Alguns segundos depois escuto a voz de Letícia. Mas
não entendo muito bem. Coloco meu celular pra carregar, quando escuto
uns gritos vindo da sala.
— Eu nem vou pra casa dele direito— Ela grita.
— Você tá indo todo dia pra casa dele, só falta ir morar com ele agora.
Porque nem aqui você fica mais— Meu pai grita.
— Ele é meu namorado, tenho que sair com ele. Não vou ver ele uma vez a
casa uma semana.
— Não quero mais você indo dormi nele. Já chega.
— O que?
— Isso mesmo, você não vai mais dormi lá, já deu Letícia, já deu. Você tem
casa, e vai dormi na sua casa.
— Mas aqui nem.....
— Não quero saber, sobe pro seu quarto.
Thiago aparece na minha porta, e me sinto envergonhado ao ver ele ali.
Ele sorri sem graça para mim, e eu retribuo para ele. Minha irmã aparece
bufando atrás dele, e entra no meu quarto.
— Caralho viu
— Calma, você sabe muito bem como ele é
— Cansei já, posso fazer nada nessa porra
Ela prende os cabelos num coque, e deita na cama.
— Não quero pensar nisso não. Como foi lá com o Diogo?
— Bom
— Bom tipo?
— Bom ué, a gente ficou
Thiago ri.
— Que foi?
— Nada não— Ele responde.
— Ouvi uns barulhos na cozinha, é o que tô pensando?
Que porra
— N-não- não Letícia, oxi. Desci para pegar um copo d’água.
— Sei, conta outra
Sinto meu rosto ficar vermelho, minha nossa como estou com vergonha.
— o que vocês fez?
Eu não vou contar nada para ela.
— já falei que nada, a gente só se pegou no quarto dele e depois a gente
dormiu.
— Tá, se você não quer falar tudo bem— Ela levanta— Mas que você fez
alguma coisa você fez sim. Hahaha
Ela sai do meu quarto e vai para o dela.
Se ela viu ou ouviu alguma coisa. Eu não sei. Mas tô morrendo de
vergonha. Meu celular vibra, e vou até ele. E recebi uma mensagem.

Henrii.quee_: oi, preciso falar com vc. Me retorna quando ver pfvr.

24

Eu não sinto vontade de responder Henrique, não agora. Ainda sinto um


pouco de falta dele, e com tudo que está acontecendo acho melhor não
falar nada com ele por enquanto. Isto tudo tá mexendo comigo, minha
cabeça tá a mil.
Nunca pensei que um verão iria ser assim com tantos acontecimentos em
dias. Diogo está mexendo comigo, como Henrique mexeu ou mexe ainda?
Não sei se o que Diogo disse é verdade ou se ele só tá brincando comigo.
Mas o fato que o pai dele mandou ele se afastar de mim, tá martelando na
minha cabeça.

Dezembro chega, e faz semanas que eu não vejo e nem falo com Diogo.
Sinto muita muuuuita falta dele. É estranho que a ida de Henrique não me
fez pensar nele como tô pensando em Diogo, e ele mora a minutos da
minha casa. Meus pais já estão indo comprar as coisas para a ceia de
Natal. Minha irmã tá oficialmente namorando com o Thiago, eu estou
muito feliz por eles. Ela começou a passar mais dias em casa do que na
casa dele, o que fez meu pai ficar mais tranquilo. Eles me chamam para
sair com eles eu vou as vezes. Mas depois do cinema, jamais vou sair com
eles de novo, prefiro ficar em casa assistindo Netflix.
Caralho como Diogo faz falta. Sinto saudades do beijo dele, do cheiro dele,
daqueles braços enormes e fortes se entrelaçando em volta do meu corpo.
Ele nem mandou mensagem, e eu sinto que já era as coisas entre nós.

De tarde vou para a praia, por quê tá um tédio em casa. Nem coloco a
sunga já que não vou entrar na água. Faço o caminho de sempre até lá, a
praia é sempre vazia, mas hoje tá com umas quatro pessoas. Fico olhando
para o mar vendo as ondas quebrar. Depois de alguns minutos parado
olhando para o mar, meu celular vibrar no meu bolso. Pago ele e vejo que
Diogo me mandou uma mensagem, meu coração dispara assim que vejo.
Te espero no nosso lugar favorito.
É o que ele diz na mensagem, e eu já sei onde é, ele sempre vai para lá
quando acontece alguma coisa. Aquela lago com águas cristalinas, aa
árvores com as folhas verdinhas, algumas com frutas e outras com flores.
Levanto da arei e bato a mão no meu shorts para tirar a areia que ficou, e
subo correndo para a casa. Não troco de roupa, só coloco meu vans e
desço para a sala.
— Onde você vai? — Minha mãe pergunta.
— Tô indo comer com uns amigos— Ela olha para mim, e por um
momento penso que ela não vai deixar eu sair. Mas minha mãe disse uma
vez que se a gente tivesse com dinheiro podia sair, mas nunca voltar no
outro dia.
— Toma cuidado, mas olha, já já fica tarde. Não volta tarde viu
— Tá bom mãe, beijos— vou até ela e beijo a testa dela, e saio de casa.
Lembro que o lugar é longe e não dá para ir de andando, e eu não queria
chamar ninguém para me levar. Meu pai me ensinou dirigir mas faz um
tempo que não pego o carro. Corro para dentro de casa de novo e vou
atrás dele na cozinha, ele tá fazendo o jantar.
— Pai, me empresta o carro?
— Pra que
— Vou sair com uns amigos para comer, e é um pouco longe
— Tô fazendo comida pra que você vai sair?
— Eles marcaram agora, não queria deixar eles na mão
— Pega logo Gabriel, e toma cuidado porquê isso não é brinquedo
— Tá, obrigado
Pego a chave encima da mesinha da sala, e vou para o carro. Ligo ele e
entro dentro.
— Puta que pariu, calma, vou conseguir
Ligo o carro e saio com ele dá casa, acelero um pouco para chegar mais
rápido, e tá tudo dando certo, paro no farol e aproveito para mandar
mensagem para Diogo: tô chegando.
Mando a mensagem e volto meu foco na estrada. Chego ao local onde ele
está e estaciono o carro na entrada do local. Sigo o caminho de pedras
com as árvores envolta, que na primeira vez que passei aqui achei que
Diogo ia me matar.
Sigo o caminho e não demora muito para eu ver o lago, e vejo Diogo
pulando nele. Chego no meio do lago onde tem um bangalô com uns sofás
e um sofá que é um balanço, onde eu me peguei com ele dá última vez.
Ele sobe para a superfície e passa a mão em seus cabelos, colocando para
trás. E abrindo os olhos cobertos de água.
— Oi— Ele fala, e abre um Sorrio.
Nossa sou caído por ele.
Meu coração acelera quando ele fala comigo, ele sai da água. Com o deu
corpo todo molhado e com sua sunga preta. Olho para ele e já vem as
coisas que eu fiz com ele.
— Oi— Finalmente respondo.
— Eu até ia dar um abraço em você, mas tô todo molhado
Ele ri.
Ele chega perto de mim, coloca a sua mão em meu queixo inclinando
levemente para cima. E me da um selinho. Nossa como eu estava com
saudades dessa boca.
— Desculpa pelo sumiço
— Ah, tudo bem, aconteceu alguma coisa ?
— Muitas coisas, mas não quero te envolver em coisas que não vem ao
caso. Eu estava morrendo de saudades.
— Eu também estava
Eu sorrio e ele também.
— Quer pular na água?— Ele pergunta.
—Eu não trouxe roupa
— Ah Gabriel, vai meter essa?— Ele arruma a sunga. — Vamos entrar, a
água tá quentinha.
Ele segura na minha cintura.
— Tá bom.
Ele segura minha blusa e tira ela, colocando no sofá. Depois eu tiro o meu
shorts. Ele sorri para mim. E me da um selinho.
Ele vira de costas e pula na água. Eu sento na borda do bangalô, e Diogo
sobe para a superfície vim até mim, ele me pega pela cintura e me envolve
na água junto a ele. Com as mãos ainda na minha cintura, ele me afunda
eu corpo com o dele.
Subimos para a superfície e Diogo me coloca perto do seu corpo. Ele sobe
sua mão acariciando meu rosto. E percebo que o olho dele enche de
lágrimas. Sinto vontade de perguntar, mas resolvo deixar de lado quando
sinto os lábios dele tocarem no meu, e sua língua entrar na minha boca. E
ele me beija no lugar favorito dele.

25

Chego em casa e só troco de roupa. Coloco meu pijama e me jogo na


cama. Eu adoro passar meus dias com Diogo, gosto de estar perto dele.
pensar muito eu caio no sono.
Acordo. E eu estou na praia, nessa mesma onde eu estou, e saindo do mar
vem ele, Henrique. Com uma sunga azul, e seu corpo com a pela escura
molhada. E o sol que bate nele faz sua pele brilhar. Ele mexe no cabelo
jogando pra trás quando chega perto de mim.
— A água tá quentinha amor— Ele fala. E me da um beijo.
Ele se inclina e pega uma lata de refrigerante e toma. E depois senta na
cadeira.
— Senti sua falta— Ele fala alisando minha pele.
— Eu também— Dou um selinho nele.
Ele levanta da cadeira e estende a mão para mim, e eu pego nela. Ele me
levanta me deixando de frente para ele.
— Eu te amo Biel

— Gabriel, Gabriel— Acordo com a voz do Diogo me chamando, e eu viro


para ele. Ele está sentando na minha cama sem camisa.
— Estava sonhando com o que?

Pulo da cama acordando de verdade agora. Estou suando muito, e meu


quarto está muito quente. Passo a mão em meu rosto e paro um pouco
para pensar sobre meu sonho. Não é possível que eu ainda sinto alguma
coisa pelo Henrique.
Levanto da cama e abro a janela, e o ar quente do lado de fora entra em
meu quarto. O sol tá muito quente hoje, o que me faz sentir preguiça logo
cedo. Escovo os dentes e vou pra cozinha tomar café. Meus pais saíram
hoje para ir no mercado de novo, sei disso pela mensagem que minha mãe
manda quando pego celular. E a mensagem de Henrique ainda tá lá. Mas
só jogo pro lado da tela.
Subo pro quarto e coloco uma roupa fresca: uma regata cinza e uma
sunga preta.
Pego um protetor solar no meu quarto e desço para a piscina. Quando
chego do lado de fora da casa, minha irmã está deitada tomando sol numa
boia com o namorado dela.
— Bom dia— Aviso minha presença
— Ah, oi Biel, bom dia— Ela fala.
— Eae mano— Thiago fala.
Passo protetor e sento na cadeira.
— Vai pra fogueira hoje?— Thiago pergunta.
— Vão fazer fogueira nesse calor?
— É uma tradição daqui, porque de noite nunca faz tão calor assim. E
também é meio que uma festa
— Ata, vou ver se vou sim
— Você vai— Minha irmã anuncia.
— Tá bom
Eu dou uma risada, e depois me jogo na piscina. Não demora muito pra
noite cair, e minha irmã está pronta para a fogueira. Ela está com um
shorts jeans claro, e um top rosa claro. Com um tênis prato e o cabelo
solto.
— Tá pronto?— Ela fala entrando no meu quarto.
— Sim, só vou pegar meu celular
Eu estou com um shorts de moletom cinza que fica acima do meu joelho, e
com uma blusa preta transparente. Com um tênis igual da minha irmã.
A gente vai andando pela rua até o local. Não é tão longe, e logo
chegamos. É um lugar aberto que de frente é o mar e atrás é uma floresta.
O ambiente é bem agradável.
Tem bastante gente no local. E a música tá alta. E no centro tem uma
fogueira. Na nossa direção vem Thiago. Que está de shorts jeans escuro e
sem camisa com um tênis preto. Ele dá um selinho em Letícia e um abraço
em mim.
Eu pego uma bebida e sento em um troco de madeira olhando o pessoal,
por um segundo me arrependo de ter vindo. Tiro meu celular do bolso e a
mensagem de Henrique aparece de novo. E eu descido abrir.

Oi....que foi?

Eu envio para ele. E viro a bebida toda. E depois vou pegar outra virando a
metade. Minha cabeça fica girando, e eu paro um pouco para ver se passa.
Minha irmã para na minha frente.
— Tá tudo bem?
Eu balanço a cabeça afirmando. E sigo em frente. Resmungo quando um
pouco de areia entra no meu tênis, e eu tiro ele do pé para tirar a areia de
dentro. Viro em uma entrada cheia de luzes que tem no local. E alguns
adolescentes passam por mim rindo, provavelmente estão bêbados. Meu
celular vibra e eu deixo cair na areia.
— Que porra— Eu grito.
E alguém pega para mim. Sigo minha visão até o olhar da pessoa, e
percebo que é Diogo.
— Você tá bêbado?— Ele pergunta.
— Eu não, só bebi dois copos
— Ah Diogo....não começa
Ele fecha a cara para mim.
— Desculpa
— Você não disse que vinha
— Nem você disse Diogo
— Por que eu acabei de chegar
A gente fica em silêncio. E eu sinto que alguma coisa aconteceu.
— Ei gato, você sumiu— Uma menina loira chega passando a mão pelo
corpo de Diogo.
Ele olha para ela e depois olha para mim.
— Vai se fuder— Eu jogo o resto de bebida no rosto de Diogo. E saio do
local.
— Gabriel— Ele vem atrás de mim me chamando. Até que ele me para
segurando meu braço. E me fazendo vira para ele.
— O que foi? Vai falar que ela tava bêbada, ou você estava? Ou ela te
puxou para te beijar?
— Não é nada disso
— Então o que é porra
— Um pessoal me fez um desafio de pegar ela, mas eu não peguei tá
— Mas você ia
— Não ia, eu fui com ela pro lugar onde eles mandaram mais eu pensei em
você tá bom? Eu não quero mais ninguém além de você
— Se você não quer ninguém além de mim, me prova isso, por que você só
fala
Me solto do braço dele e sigo em frente.
— Nem pensa em vir atrás de mim— Eu grito.
Meu celular vira duas vezes no meu bolso e eu paro, e pego ele, e dessa
vez não deixo cair.
Nova mensagem: Henriii.que
Oi, pensei que não ia responder
Você tá bem?
Eu voltei, tô aqui na festa da fogueira

O que? Puta que pariu


Meu coração acelera e minha respiração fica ofegante. Que porra tá
acontecendo, como assim ele tá aqui? Porra.
Olho para o lado e lá esta ele, abraçando Thiago. Minha respiração para
quando ele olha para mim, e vem na minha direção.

26

Henrique está na minha frente vindo até mim. Isso realmente tá


acontecendo ele tá aqui na minha frente. Passa mil coisas na minha
cabeça, tudo o que eu tive com ele. Eu tô paralisado olhando para ele, e
eu não sinto o meu coração bater. E nem sei se eu tô respirando. O mundo
para e só ele que eu consigo ver, ele está lindo como sempre. Henrique
está usando um par de tênis da vans, um shorts moletom preto, e uma
blusa regata que ressalta o seu corpo sarado, e seus braços. O seu cabelo
está como sempre, meio bagunçado o que deixa ele lindo.
— Oi— Ele fala meio sem graça quando chega perto de mim.
Eu ainda não acredito que isso tá acontecendo.
— Oi— Ele fala de novo, abanando as mãos na minha frente.
—O-oi— Eu falo saindo do meu transe.
— Quanto tempo
Ele sorri de lado. E eu dou um sorriso para ele.
— Eu...posso...abraçar você?— Ele pergunta.
— Pode
Ele chega perto de mim, e me abraça. Sinto meu coração bater agora. Eu
senti saudades dele. Ele sai do abraço olhando para mim.
— Eu pensei que você não ia responder minha mensagem
— Aconteceu muitas coisas quando você se foi, e eu não tinha certeza se
era o momento certo para eu responder você
— Você tá com ele?
Eu sei que ele está falando de Diogo. E se nem Henrique sabe, quem dirá
eu.
— Eu...não sei
— Vocês não estão saindo? Por que ele disse pra que que estavam
— O Diogo disse isso para você?
— É, ele falou que vocês dormiram juntos e saíram
Então Diogo conversa com Henrique, ou ainda conversa com ele.
— Sim, a gente saiu algumas vezes e eu dormi na casa dele por um motivo
O olhar de Henrique para mim é diferente do de Diogo. Henrique me olha
de um jeito diferente.
— Você voltou para ficar?
— Não, eu vou embora depois do Natal
O Diogo vai também, porra o que está acontecendo.
— Bom...amanhã vou sair de barco para ver os golfinhos, se você quiser ir,
é aqui no píer que tem perto, lá onde o barco vai sair
— Nossa que legal, eu quero ir sim
— Legal, o barco vai ser as dez do píer— Vejo que Henrique ficou todo
feliz.

— Henrique? Oi— Uma menina de cabelo Black e de pele escura aparece.


Ela usa um vestido preto brilhoso com um decote entre os seios.
— Oi Luna— Ele abraça a garota.
— Meu Deus que saudades de você. Oi, tudo bem?— Ela me
cumprimenta.
— Oi, tô bem sim
— Luna, esse é o Biel, Gabriel.
— Então você é o famoso Biel
— Como assim famoso Biel?
— Ela não quer dizer nada com isso relaxa......vem vamos conversar um
pouco — Henrique fala.
— Um prazer conhecer você— Luna fala.
— O prazer é todo meu
— Depois a gente se fala, se der— Henrique fala para mim. E beija meu
rosto.
Meu corpo arrepia quando sinto Henrique depois de tanto tempo longe.
Eu volto para onde Diogo estava, e sento em um banco que tem lá. Eu
ainda estou tentando decifrar o que aconteceu a minutos atrás. Ele tá aqui
agora, eu estou onde ele está. É muito diferente saber que ele está aqui. E
eu fiquei nervoso perto dele, será que isso quer dizer alguma coisa? Pego
meu celular e abro o chats.on e mando uma mensagem no grupo que
tenho com meus amigos.

Gente, o Henrique voltou


Ele tá aqui na festa que tá rolando

Desligo o celular e coloco bolso, e quando vou levantar para sair do lugar,
Diogo aparece e senta do meu lado.
— Falou com ele?— Diogo pergunta.
— Falei, por que?
— Nada, só achei que você não queria mais falar com ele
— Não tem nenhum motivo para eu parar de falar com o Henrique— eu
me viro para Diogo— Aliás, eu nenhum momento você disse que falava
com ele, e nem disse que falou sobre a gente
— Acho que não preciso falar da minha vida para você
— É Diogo, você realmente não precisa falar da sua vida para mim—
Levanto do banco e Diogo segura meu braço, e me colocando sentando de
novo.
— Desculpa, minha cabeça tá cheia de coisas, eu não falei nada por que
achava que você não precisava saber
— Diogo, você falou sobre a gente para ele. Você realmente acha que não
precisa falar nada?
— Foi mal, tá legal? — Ele se aproxima de mim. — E o que ele te disse?
— Falou que você disse que a gente estava saindo juntos, que eu dormi
com você, você disse para ele que a gente...
— Não, isso não— Ele me interrompe. E eu olho para o céu que está sem
nenhuma estrela.
Ficamos em silêncio por um tempo. Até ele quebrar o silêncio.
— Vou embora daqui uns dias, eu não quero ir brigado com você, ou
diferente com você
— Mas a gente não tá brigados
— Mas estamos diferentes um com o outro a um tempo, e ele ter chegado
só piorou
Eu solto uma respiração alta revirando os olhos.
— Porque você não gosta dele?
— Não é que eu não gosto dele....Gabriel isso é entre eu e você
Gabriel? Diogo nunca me chama de Gabriel.
— Tá e o que você quer? Me beijar depois me levar pra sua cama?
— Caralho Gabe o que tá acontecendo com você?
— Não tá acontecendo nada Diogo, só que você está mentindo muito para
mim
— Onde estou mentindo para você?
— Em tudo, você sumiu e voltou do nada. Me chamou para encontrar com
você e depois sumiu de novo, e agora tem isso do Henrique
— Eu já falei que o assunto é eu e você caralho— Ele grita. O que me
assusta.
Eu me afasto dele.
— Porra, eu gosto de você. E eu quero ter você comigo, mas no momento
não dá
— Porque não da Diogo? Por que seu pai sabe?
— Não, não é isso.
— Então o que é Diogo, porra, você sempre fala isso. Tá cedo para
começar algo, mas porra você mente para mim
— Gabe no momento as coisas estão acontecendo muito rápido. Vou tem
que ir embora daqui, mas vou fazer de tudo para voltar o mais rápido
possível ou te levar comigo. Eu gosto de você, mas entende meu lado por
favor
— Eu te entendo Diogo. Mas se você realmente gosta de mim você
começa a parar de mentiras para mim— Eu levanto do Banco e vou
procurar minha irmã, o que é impossível. Pego outra garrafa de Bebida e
sento na areia virando a bebida. Meu celular vibra várias vezes e eu sei
que são os meus amigos mandando mensagem. Pego o celular e vejo a
hora, já são duas e meia da manhã. Eu levanto da areia e minha cabeça
gira, agora realmente vai ser difícil encontrar Letícia. Talvez ela nem esteja
mais aqui.
— Ei cara essa cerveja é minha— Escuto um menino gritando, e me viro
para ver. Ele está completamente bêbado.
— Foda-se cara é só uma cerveja— O outro menino fala, e ao que parece
ele está sóbrio
— Mais é a minha cerveja— O garoto bêbado diz. Vejo Henrique vindo na
direção do menino sóbrio segurando ele. Ele segura o menino pelos braços
e fala alguma coisa para ele. E do outro lado vejo Diogo fazendo o mesmo
com o menino bêbado.
— Vai tomar no cu, você pegou a minha cerveja, olha um monte que tem
aqui— O bêbado diz.
— Vai se fuder viadinho, aliás vai se fuder vocês dois, seus viadihos— O
sóbrio diz.
— Como é que é?— Diogo parte pra cima do menino. Mas Henrique fica
no meio
— Sai da frente caralho, o assunto não é com você— Diogo diz para
Henrique.
— Foda-se não vou deixar você bater no meu amigo
— Você só quer estragar tudo né seu babaca. Então eu bato em você—
Diogo empurra Henrique, que quase cai no chão. Henrique pega impulso e
dá um murro na cara de Diogo. Eu saio correndo de onde eu estou e vou
até eles. Estou um pouco longe o que dá tempo de Diogo levantar e bater
em Henrique.
Chego perto deles e só sinto um murro na minha cara me fazendo cair no
chão. Fazendo a brigar parar. Diogo segura um braço e Henrique segura o
outro braço.
— Sai caralho, eu cuido dele— Diogo fala.
— Vai tomar no cu Diogo, ele é meu amigo
Minhas forçar vai voltando e eu me solto deles e levanto sozinho. Vejo
minha irmã do outro lado com um olhar de preocupação.
— Tá tudo bem amor?— Diogo fala.
— Tô, eu tô bem
Olho para Henrique que está com o nariz sangrando. E o amigo dele leva
ele para algum lugar.
— Vem, vamos colocar um gelo nisso— Diogo fala.
Sento no banco onde eu estava antes. Meu rosto tá doendo e sei que isso
vai fuder com o meu rosto. Diogo chega com um pano com gelos, e senta
do meu lado. Colocando com cuidado o gelo na minha pele.
— Ai — Eu reclamo.
E Diogo segura o gelo sobre minha pele.
— Vai melhorar isso— Ele fala.
Eu não sei o que aconteceu e quem me bateu. Mas pelo menos eu parei a
briga entre os dois. Diogo me puxo para mais perto dele, me colocando
próximo ao seu corpo.
— Tá doendo?— Ele pergunta.
— Tá, mas não quanto antes
— Eu ia bater no amigo dele, não nele
— E você não tinha que ter batido em nenhum dos dois— Tiro o pano de
gelo da minha pele e levanto do banco. O rosto de Diogo está começando
a ficar roxo e seu olho quer ficar inchado.
— É melhor colocar isso em você— Aviso sentando no banco, e colocando
o pano de gelo sobre a pele dele.
— Não, isso eu resolvo depois
Diogo levanta ficando na minha frente, e eu levanto em seguida.
— Desculpa tá? — Diogo fala. E eu balanço a cabeça positivamente. E ele
me dá um selinho.
— Gente, não quero atrapalhar nada, mais a policia está vindo aí— Ume
menina avisa.
— Caralho, vem— Diogo me puxa pelos braços. E saímos correndo juntos
com os outros adolescentes. Chegamos em um lugar onde tá o carro de
Diogo.
— Porra, você não pode ir para casa assim— Minha irmã avisa.
— Eu levo ele para a minha— Diogo fala.
— E o seu pai?— Thiago pergunta.
— Relaxa, ele não tá
Diogo abre a porta do carro para mim e eu entro. E depois Diogo entra no
carro, a janela está totalmente aberta. Quando Diogo vai da partida no
carro escuto Henrique do meu lado.
— Biel, desculpas, não vi você. Você entrou na frente e....
— Cala a boca Henrique— Diogo fala.
— Para Diogo, que saco....tá tudo bem Henrique, só queria ajudar
Henrique sorri para mim e Diogo parte com o carro.

Eu gosto do Diogo, mas sabe, como eu posso ter alguma coisa com Diogo,
sendo que uma parte do meu coração bate pro Henrique. É difícil isso, e
eu não queria estar sentindo isso, eu só queria tomar a decisão certa, e
não ter que sentir isso.
Chegamos na casa do Diogo e vou para o quarto dele. Ele tira a roupa e
fica de cueca, e eu faço o mesmo. E sem acontecer nada, a gente cai no
sono. Acordo cedo no outro dia e percebo que Diogo não está na cama.
Vejo um bilhete dele que ele deixou encima do criado mudo.

Quando acordar, estou na praia.

Diogo ♡

Levanto da cama é vou até a praia. Vejo Diogo sentando na arei olhando
para o mar.
— Oi— Aviso minha chegada. E sento áreas
— Ontem foi um desastre— Ele fala.
— Sabe que o seu olho vai ficar roxo amanhã né
— Mas já é amanhã
— Sei que errei ontem, não deveria ter feito aquilo
— É, não deveria mesmo
Diogo pega alguma coisa do seu bolso, e eu vejo que é uma maconha, ele
pega o isqueiro para tentar acender, ele na boca e tampa para não bater
vento, e tentar acender de novo. O que funciona.
Será que era isso que ele estava escondondendo?
— Deixa eu dar um trago?
— Não
— Sim
— Não, a sua irmã me mataria se soubesse
— Tá, ta legal....então se eu não posso fumar, você também não pode—
Aponto o indicador para ele. Ele ri e apaga a maconha.
—Aí, o que acha da gente entrar e comer uns bolinhos de chocolate que
tem lá?
Eu achava que esse verão ia ser igual a todos os outros.
Mas não vai ser.
— Na verdade eu tenho um lugar para ir— Falo levantando da areia.
Porque eu não vou deixar ser.
— Calma ai, você vai pra onde?
— Ver os golfinhos— Falo correndo.
— Como assim ver os golfinhos? — Diogo grita.
E eu vou correndo até o píer que Henrique disse.
27

As vezes eu tenho a sensação de que por mais que eu tente, eu ainda


continuo perdendo o barco. O barco de Henrique parte e meu celular
nem está aqui comigo, sinto um aperto no peito. Eu realmente queria
muito ter ido com ele, talvez ele esteja desapontado comigo agora.
Henrique tá aqui agora, não quero deixar ele partir sem ao menos ficar
tranquilo com ele. Dói saber que tenho que escolher um deles, ou não.
Mas meu coração bate forte quando vê eles. Sou tão burro que nem a bike
do Diogo eu peguei, talvez se eu tivesse pegado eu teria chegado a tempo,
e para voltar correndo agora vai ser muito complicado. Saio do pier e vou
até uma lojinha pedir informações.
— Licença — Falo com um cara gordo da pele clara que está do outro lado
do balcão.
Ele não me responde, apenas olha. E percebo que é a deixa para
continuar, então falo:
— O senhor sabe algum lugar que aluga bicicleta?
— Ali— Ele aponta. Uma lojinha pequena azul. Eu apenas dou um sorriso
para ele, e vou até a lojinha.
Coloco a mão no bolso e percebo que não trouxe nem a carteira comigo.
— Droga
Sigo o mesmo caminho que fiz para vir pra cá. E quanto estou chegando
perto da cada de Diogo, descido ir andando beira mar. Dou a volta na casa
e toco a campainha. E espero alguém.
— Pois não— a empregada de Diogo fala no interfone.
— Oi....é.....— Esqueci o nome dela — Sou o Gabriel, o amigo do Diogo
— A claro, pode entrar...
Ele abre a porta para mim e eu entro na casa. Ela me avisa que ele está no
quarto dele e subo até lá. Bato na porta antes de entrar, mesmo que
esteja aberta.
Diogo sai do closet dele apenas de sunga preta. Eu ainda não estou
acostumado com isso.
— Ah oi....pensei que você ia ver....os golfinhos?— Ele fala se aproximando
de mim.
— Eu não cheguei a tempo
Ele faz um gesto para eu entrar no quarto.
— Vou tem que ir na cidade resolver umas coisas mais tarde, quer
aproveitar enquanto estou aqui?
Ele coloca as mãos em minha cintura e me puxa para perto do corpo dele.
Diogo é um homem muito gostoso.
— Nossa, tá roxo o seu olho
— É....eu vou dar um jeito nisso
Ele se afasta de mim. E eu sinto que quebrei muito o clima.
— E você vai fazer o que na cidade?— Pergunto.
— Eu vou.....é....vou...vou resolver umas coisas
Ele tira a sunga na minha frente, e eu me viro de costas para ele. O que
não é uma boa ideia mas é a minha reação. Ele solta uma risada baixa.
— Vou tomar banho, você me espera?
— sim, espero
Sento na cama dele e pego meu celular que Diogo deixou na escrivaninha.
Mando uma mensagem para minha irmã falando que estou na casa de
Diogo. E descido ligar para o Henrique. A ligação cai na caixa postal duas
vezes. E escuto Diogo desligar o chuveiro. Desligo a tela do celular e coloco
ele do meu lado, Diogo sai do banheiro pelado, secando seus cabelos
molhados na toalha. Arregalo os olhos e sinto meu rosto ficar vermelho.
— Como você não se acostuma?— Ele pergunta.
— Se acostumar com o que ?
— Me ver assim, parece que é a primeira vez
— Eu tô acostumado
Minto.
— Não tá não
Ele vem na minha direção, e sinto meu coração acelerar.
— Vai Biel, assume que não está
Ele se inclina e fica com seus rosto perto do meu. Sinto a respiração
quente dele. Ele olha para minha boca e morde o seu lábio inferior.
— Se troca, você tem que sair e eu tenho que voltar para casa— Levanto
da cama e fico de pé. Diogo da uma risadinha e pega no seu pau, o que faz
eu olhar para lá.
— Você não tá— Ele fala, e entra no closet. Inspiro fundo quando ele sai
da minha visão. Eu não tô acostumado com isso.
Diogo sai do closet vestindo uma roupa confortável e pega a chave do
carro dele. E descendo para o andar debaixo.
— Sim senhor, vou avisá-lo
Escuto a senhora que trabalha na casa dele quando chego na sala.
— Querido, o Sr Michael quer falar com você— Ela fala para Diogo.
— Deixa que eu falo com ele Rosa— A voz durona do pai dele ecoa na
sala. O que me faz sentir um arrepio na espinha.
— Temos visitas— Ele fala quando chega, e dá uma olhada pata Diogo e
fala:
— Não lembro seu nome, Gabel, né?
— Não senhor, me chamo Gabriel
Ele olha para mim e volta a olhar para Diogo, que eu percebo que ele está
tenso com o pai ali.
— O que você for fazer seja rápido! Quero você aqui em trinta minutos
— Pai eu ia até o centro.....
O pai de Diogo olha para ele, já sabendo o que ele vai fazer no centro.
— Rápido!
Ele fala saindo da sala. E Diogo segura minha mão me guiando para fora da
casa.
— Vou te falar até sua casa
— Diogo, não precisa
— Gabriel, já disse que vou te levar
Ele não abre a porta para mim dessa vez. E eu entro no carro, o caminho
até minha casa é silencioso, e de carro é mais rápido. O que me faz chegar
rápido em casa. Ele estaciona na frente da minha casa. E aperta o botão
para destravar as portas. E eu fico em silêncio.
— Você não vai descer?— Ele acaba com o silêncio.
O teto do carro está aberto, e o ar quente transmite sobre minha pele.
— Vai ser assim? Você não vai me dar nem um tchau?
— Tchau
Eu franzo o meu cenho e reviro os olhos.
— Caralho, por que você sempre muda quando o seu pai está por perto?
Diogo não se movimenta, fica parado com as mãos no volante e não olha
para mim.
— Não mudo e não mudei em nada
— Mudou sim, sempre quando seu pai tá por perto você fica
completamente diferente, Diogo por que?
— Porra por que você faz tantas perguntas?
Ele olha para mim.
— Você me da motivos para fazer tantas perguntas
Sinto bater um ar quente sobre meu rosto.
— E eu não sou obrigado a responder nenhuma
Diogo fala seco, sem nenhuma expressão.
— Que?
Eu dou uma risada cínica e continuo:
— Se você tá com problemas com o seu pai, é problema seu! Não venha
querer descontar em mim e sumir durante dias e aparecer do nada
querendo me beijar ou querendo me comer, eu não sou a porra do seu
brinquedo
— Eu sumo e você fica preocupado, e se eu for pra te beijar você deixa, se
for pra você chupar meu pau também, porque até agora você não
reclamou né
Eu fico em choque com que ele disse, e minha vontade é de bater nele.
Diogo é um filha da puta.
— Não entendo a sua preocupação comigo assim, primeiro você estava
com Henrique, me beijou pra fazer ciúmes nele, e agora tá assim comigo.
Você gosta de mim, não gosta?
— Vai se fuder Diogo
Eu saio do carro batendo a porta com tudo, e não olho para trás. Quando
estou chegando perto da porta de casa, sinto Diogo me puxa, sei que é ele
pelo toque dele. Ele me vira para ele.
— Você acha que é assim, sai do meu carro batendo a porta daquele jeito
— Eu não me importo com o seu carro
Me viro, e ele me vira para ele de novo.
— Sua chave caiu
Ele segura a chave com dois dedos no ar. E quando vou pegar ele fecha a
mão.
— Me dá
— Dou, mas primeiro responde a minha pergunta, você gosta de mim?
Eu sinto ódio e amor por Diogo. Ele me faz sentir uma mistura enorme de
sentimentos. Eu não sei se gosto dele, até posso gostar. Mas o que ele me
disse no carro me magoou. E ele nunca vai mudar, sempre vai ser assim
quando o pai dele chegar perto.
— Não — Respondo.
Fico esperando a resposta dele, mas ele não fala nada. E ele devolver a
chave. Coloco a chave no trinco para abrir a porta, que já estava aberta. E
ele ainda esta atrás de mim.
— Imaginava outra resposta, porque eu gosto de você
O que?
Eu me viro, e olho para ele. Mas ele sai em direção ao carro e parte com
ele.
Eu não sei o que fazer, não sei o que estou sentindo. Talvez eu tenha
gostado de ouvir isso. Mas se ele gostasse realmente de mim ele não ia
me magoar tanto.
— Cheguei— Grito quando entro em casa. E subo para meu quarto
Fico a tarde toda assistindo série com minha irmã e comendo pipoca.
Minha mãe aparece na porta e avisa para gente:
— Se arrumem, o seu pai vai receber um amigo importante hoje
— É necessário descer?— Minha irmã Letícia pergunta.
— Sim, e nada de colocar aqueles seus fiapos de blusa que quase mostra o
seu peito
Dou uma risada. E minha mãe também.
Eu e Letícia se arruma, e desce para a sala para esperar o tão amigo
importante do meu pai.
Vejo minha mãe ajeitando a blusa do meu pai. E o cheiro vindo da cozinha
é maravilhoso. Meu pai abre a porta e cumprimenta o moço:
— Bem vindo— Escuto meu pai falar atrás de mim.
— Oi, tudo bem? Prazer em conhecer — Minha mãe fala.
Letícia levanta do sofá, e eu faço o mesmo em seguida, me virando para
conhecer ele. Minha respiração para, e sinto meu corpo gelar. Olho para
Letícia, que fica de boca aberta ao perceber quem é.
O pai de Diogo está na minha casa.
— Esses são meus filhos, Gabriel e Letícia— Meu pai fala.
O pai de Diogo sorri para mim, e estende a mão. E eu faço o mesmo.
— Esse rapaz eu conheço— ele fala.
Puta que pariu lascou.
— Ele estava pelado encima do meu filho outro dia em casa, e hoje estava
lá de novo, sabe só Deus o que estavam fazendo.
— Gabriel, Gabriel— Escuto minha mãe chamar. — De onde você conhece
ele filho. Ela me tira do meu transe, e percebo que nada aconteceu.
Abro a boca pra falar, mas o pai dele fala primeiro.
— Ele é amigo do meu filho, Diogo
— Isso, somos amigos
Engulo seco.
— Essa eu vi em algum lugar....No Instagram do Thiago, você é namorada
né?
— Isso, sou namorada dele
Ele aperta a mão de Letícia. E vejo que meu pai esta bravo com tudo isso.
— Bom, vamos jantar— Minha mãe anuncia, e todos vai para a cozinha.
Eu estou em choque, o Sr Michael está na minha casa, na minha cozinha. E
até esses dias atrás ele me viu sentando no colo do filho dele pegando ele.
E agora ele está aqui. Não sei se falo pro Diogo ou se fico quieto apenas
fingindo que o pai dele nunca viu nada.

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