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EIXO TEMÁTICO 4
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS
ORG.
Dilton Lopes de Almeida Júnior
Fabio Macedo Velame
José Carlos Huapaya Espinoza
ORGANIZAÇÃO
www.xvishcu.arq.ufba.br
Salvador - Bahia
2021
CDU: 711.4(091)
16º SHCU
SEMINÁRIO DE HISTÓRIA
DA CIDADE E DO URBANISMO
wÐșì®ÐŘĴďĮĴīðĊĴĊďĮșìďķŒÐķĉÆăīďŦďīÐĮ-
cimento do interesse pela História no campo do
Urbanismo – que resultou na proposta do 1º se-
minário feita por jovens professores e pesquisa-
dores –, como essa aproximação com o campo
Ì>ðĮĴĐīðÐÌ>ðĮĴďīðďæīťðĊÌĨďÌÐÆďĊ-
tribuir para a discussão das questões urbanas?
Quais seriam hoje as escritas da história urbana,
os modos de narração e as práticas historiográ-
ťÆĮīÐăÆðďĊÌĮ¾ĮÆðÌÌÐĮȟďĉďÌðåÐīÐĊĴÐĮ
åďĊĴÐĮÌďÆķĉÐĊĴðĮŒÔĉĮÐĊÌďīÐĮĮðæĊðťÆÌĮ
ÐĊĴīÐĉÐĉĐīðĮÐīĪķðŒďĮșÆīĴďæīťĮÐðÆď-
ĊďæīťĮķīÅĊĮȟďĉďåšÐīÐĴķăðšīÆīðĴð-
camente a história das cidades e do urbanismo
na conturbada conjuntura atual do Brasil?
ĮīÐĮĨďĮĴĮÐīÐŦÐŘĦÐĮÌÐăæķĊĮÌÐĮĮÐĮĪķÐĮ-
tionamentos podem ser encontradas nas 41 Ses-
sões Temáticas, 30 Mesas Temáticas e 160 vídeo
posters apresentados ao longo do evento e que
agora são disponibilizados em forma de Anais.
Esse conjunto de trabalhos evidenciam, ainda,
uma série de lacunas e temas emergentes que
apontam para a possibilidade (e necessidade) de
ampliação e revisão de questões voltadas para a
história da cidade e do urbanismo e sua inter-re-
lação e fortalecimento com outros campos de
saber como forma de problematizar e contribuir
nas discussões atuais do campo.
ďďīÌÐĊÌďīÐĮ'ŘÐÆķĴðŒďĮÌďǠǥǚwÐĉðĊ®īðď
ÌÐ>ðĮĴĐīðÌðÌÌÐÐÌďīÅĊðĮĉď
16º SHCU Coordenação Honorária
Coordenação Executiva
Coordenação Organizadora
&LEHOH0RUHLUD1REUH%RQãP
Arquitetura e Urbanismo – PPGAU/UFBA
Aparecida Netto
Arquitetura e Urbanismo – PPTDS/UCSAL
Carolina Pescatori
Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAU/UnB
Clarissa Campos
Arquitetura e Urbanismo – UFSJ
Elisângela Chiquito
Arquitetura e Urbanismo -DURB/EA/UFMG
Luciana Sabóia
Arquitetura e Urbanismo – PPG-FAU/UnB
Ricardo Trevisan
Arquitetura e Urbanismo – PPG/FAU UnB
Sarah Feldman
Arquitetura e Urbanismo – PPGAU/IAU USP
da Cidade e do Urbanismo
Reitor da Universidade Federal da Bahia
Flávia Goulart
Diretora da EDUFBA
Ricardo Trevisan
Presidente da ANPARQ
Conferencistas
Adrian Gorelik
Universidad Nacional de Quilmes
Silvia Arango
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica Universidad Nacional de Colombia
Wlamyra de Albuquerque Pesquisa HI-SHCU
Universidade Federal da Bahia
Washington Drummond
José Eduardo Ferreira dos Santos
História – PPGH/UNEB Alagoinhas
Acervo da Laje Coordenador
Cibele Rizek
IAU/USP
Fania Fridman
IPPUR/UFRJ
Heliodorio Sampaio
PPGAU/UFBA
Joel Outtes
FA/UFRGS
Pasqualino Magnavita
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica PPGAU/UFBA
Pedro Vasconcelos Sophia Lluis Oliveira Ramos
PPGPTDS/UCSAL Tadeu de Brito
Tafnes Amaral
Raquel Rolnik
Talita Lima Sousa
FAU/USP
Victor cesar borges fonseca
Robert Moses Pechman
IPPUR/UFRJ Debatedores de Vídeo-Pôsteres
-HIIHUVRQ)HOLSH0DFHGR%RQãP PPGAU/UFBA
Jiselle Dias
Eliana Queiróz
Jonas Oliveira Santana
PPGAU/UFBA
Júlia Dominguez
Laise Santos Pires Eloísa Marçola
Márcio roque batista Lima PPGAU/UFBA
Maria Janaina Anunciação Ventin
Mariana Cristina da Silva Gomes Elisângela Queiroz Veiga
Mário Pinto Calaça Júnior PPGAU/UFBA
Josianne Cerasoli
CIEC/UNICAMP
Leandro Cruz
FAU/UnB
Leonardo Poli
UNIME
Marcos Britto
PPGAU/UFBA
Rafaela Izeli
PPGAU/UFBA
Ramon Martins
PPGAU/UFBA
Robert Pechman
IPPUR/UFRJ
Sarah Feldman
PPGAU/IAU USP
Sônia Silva
PPGAU/UFBA
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
SISGEENCO
Júlia Rocha
Clesio Marinho
Carlos Nonato
Bruno Tavares
Robson Tavares
Festa de Encerramento
Spadina Banks
Aimée Lumiére
Nadine Nascimento
Gustavo Ortega
16º SHCU EIXO TEMÁTICO 1
EIXO TEMÁTICO 2
EIXO TEMÁTICO 3
EIXO TEMÁTICO 4
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
índice . artigos
EIXO TEMÁTICO 4
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS
ARTIGOS mesas temáticas
3114
3128
3146
3166
3188
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
MEMÓRIAS DO APAGAMENTO: OS VESTÍGIOS DAS
sessões temáticas PRIMEIRAS FAVELAS PAULISTANAS
FLOCK, Júlia.
A CIDADE EM IMAGENS: INVENTÁRIO, INDEXAÇÃO E
3342
DIGITALIZAÇÃO DOS PLANOS URBANÍSTICOS DE
VITÓRIA
O RITO DO DEMOLITÓRIO: A ATUAÇÃO DOS TÉCNICOS
BOTECHIA, Flavia.
DO SETOR DE DESAPROPRIAÇÕES PARA O PLANO DE
3212 AVENIDAS (1937-1945)
CANUTO-SILVA, Aline.
CIDADES-SATÉLITES: O 2º CINTURÃO DE BRASÍLIA
3360
TREVISAN, Ricardo; AMIZO, Isadora Banducci; LEMOS,
Rubiana Cardoso Campos.
UM CAPÍTULO NA HISTÓRIA DO DIREITO URBANÍSTICO
3226 BRASILEIRO: ALCIDES CRUZ
3250
DARVICHE, Yasmin.
3270
3288
3310
3328
ARTIGOS vídeo-pôsteres
E ARQUIVOS 3400
3420
3436
3456
3470
3490
3508
A PAISAGEM QUE CONTA HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE AS MARCAS DA ESTRADA DE FERRO SANTOS-JUNDIAÍ
FORMAS DE PRESERVAR A PAISAGEM CULTURAL NA PAISAGEM URBANA DO BAIRRO DA LAPA, NA
NATALENSE CIDADE DE SÃO PAULO
MADRUGA, Natália Melchuna; NOBRE, Paulo José Lisboa. IGNÁCIO, Marcus Vinícius Lemos; MOTA, Carlos Guilherme.
3556 3700
3576 3720
3610 3762
ABERTURA DA AVENIDA SÃO JOÃO EXTRAVASANDO BRASÍLIA CENOGRÁFICA: UMA IMAGEM ONDE A
A COLINA HISTÓRICA PAULISTANA CIDADE E A MULHER MODERNAS SE ENCONTRAM
3626 3780
A CIDADE QUE ENSINA: DISCURSOS SOBRE OS CORPOS BRASÍLIA E DEMOCRACIA: SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS
URBANOS AO PLANO PILOTO DURANTE O PROCESSO DE
REDEMOCRATIZAÇÃO (1985-1988)
LOUREIRO, Felipe.
3798
ALTO DA LAPA E BELA ALIANÇA: PRESERVAÇÃO
DE BAIRROS-JARDIM DE SÃO PAULO E A DIN MICA CAPITAL ALENCARINA FEITA DE MEMÓRIAS: OS
IMOBILIÁRIA ATUAL ANTIGOS TOPÔNIMOS DE BAIRROS DE FORTALEZA
SOUZA JUNIOR, Wilmar Moura de Souza; SIMOES JUNIOR,
José Geraldo. SILVA, Gleilson Angelo da.
3664 3818
ARTIGOS CASAS MODERNAS EM SÃO CARLOS-SP: REGISTROS
DE UMA MEMÓRIA EDIFICADA
3854
3874
3892
3932
3950
3968
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
ENTRE PERMANÊNCIAS E RUPTURAS: O CASO DA NARRATIVAS HISTÓRICAS SOBRE A PRECARIEDADE
CIDADE VERANEIO HABITACIONAL EM BELÉM
GIASSON, Bruno Cesar Eder; BELLO, Helton Estivalet. MAUÉS, Rogério Santana; MIRANDA, Cláudia Aires de Sá;
LEITÃO, Karina Oliveira.
3984
4130
4150
ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE EM
SALVADOR NO SÉCULO XX: OS PRIMEIROS HOSPITAIS
PÚBLICOS DE ATENDIMENTO EMERGENCIAL O CARNAVAL E A CIDADE: SALVADOR ATRAVÉS DAS
IMAGENS DA FUNDAÇÃO GREGÓRIO DE MATTOS E
BATISTA, Lucianne F.
FUNDAÇÃO PIERRE VERGER (1951-1962)
4024
BELITARDO, Adele.
4174
ESTUDO E DOCUMENTAÇÃO DE CASAS DE MADEIRA NA
CIDADE DE MARINGÁ-PR POR MEIO DA MODELAGEM
DIGITAL O CEMITÉRIO COMO ESPAÇO TERRITORIAL URBANO:
HISTORIOGRAFIA DO CASO DE VITÓRIA (ES)
NAGAHAMA, Amanda K.; PTASZEK, Andryelle C.; SILVA,
Ricardo D. TEIXEIRA, Paloma Barcelos.
4040 4192
HABITAR NA VILA: PROJETO DE INTERVENÇÃO DAS O FAROL DE SANTA MARTA E SUA POTENCIALIDADE
VILAS MANOEL DIAS E MANOEL FREIRE CAMPINAS/SP COMO MUSEU DE SÍTIO
LOBATO, Renata; GUAZZELLI, Barbara; OLIVEIRA, Raissa. MORAES, Adriane C. S.; BARRETTO, Margarita.
4054 4208
4228
IMAGENS EM CRUZAMENTO DE SÃO PAULO: FENDAS,
RESISTÊNCIAS E MEMÓRIAS O REGISTRO DE TERRAS DO CURRAL DEL REI
GREGORI, Márcia Sandoval. NOS ANOS 1855 - 1856
4088 LIMA, Daniela Batista.
4244
MEMÓRIA E MODERNIZAÇÃO DOS LICEUS
INDUSTRIAIS: A ARQUITETURA DO ENSINO TÉCNICO
O USO DA ORALIDADE NO (RE) CONHECIMENTO DA
NA ERA VARGAS
PAISAGEM DO CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM (PA)
ARAUJO, Adriana Castelo Branco Ponte de Araújo; PAIVA,
TUTYIA, Dinah Reiko; MIRANDA, Cybelle Salvador.
Ricardo Alexandre.
4256
4106
ARTIGOS ORIGENS DA INDÚSTRIA TÊXTIL EM PERNAMBUCO:
NARRATIVAS DE UM SISTEMA
BARRETO, Juliana Cunha.
EIXO TEMÁTICO 4 4274
4294
4320
4340
4358
4384
4402
4438
4452
4468
4488
4502
4520
4542
4564
EIXO TEMÁTICO 4
mesas temáticas
EIXO TEMÁTICO 4 RESUMO
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS
'ĮĴÐ īĴðæď ÅķĮÆ īÐŦÐĴðī ĮďÅīÐ Į īÐăÉĦÐĮ
observadas entre a comunidade da cidade de
vídeo-pôster Goiás-GO e seu patrimônio cultural sob a pers-
pectiva dos comuns culturais, especialmente,
na primeira de suas três fases de patrimoniali-
PATRIMÔNIO HISTÓRICO zação convencionadas. Objetiva-se compreen-
der a existência desses comuns ao longo da tra-
COMO COMUM CULTURAL jetória de preservação patrimonial da cidade e
DURANTE OS PRIMEIROS
como se estruturaram ao longo do tempo, assim
como, das práticas sociopolíticas e culturais,
TOMBAMENTOS NA CIDADE
memória social, apropriações coletivas e vincu-
ăÉĦÐĮ åÐĴðŒĮ īĴðÆķăÌĮ ÐăÐĮȘ ðĮș ÐĊťĉș
ŒÐīðťÆīÐĉĪķÐĉÐÌðÌĴďÌďĮÐĮĮÐĮÐăÐĉÐĊĴďĮ
DE GOIÁS poderiam, por meio da participação comunitá-
ria, ter contribuído para sua conservação sin-
gular. O papel da sociedade civil organizada na
HERITAGE AS CULTURAL COMMONS DURING THE EARLY
área, como a OVAT e o Movimento Pró-Cidade de
PRESERVATION PROCESSES IN THE TOWN OF GOIÁS
Goiás, também serão observados atentamente.
Para tanto, investiga-se recortes jornalísticos
PATRIMONIO HISTÓRICO COMO COMÚN CULTURAL
de época, documentos extraídos do Dossiê de
DURANTE LOS PRIMEROS PROCESOS DE
tombamento do IPHAN e outras pesquisas so-
CONSERVACIÓN EN LA CIUDAD DE GOIÁS
bre a temática, utilizando-se o viés da Histó-
ria Cultural e as perspectivas de autores como
OLIVEIRA, Irina Alencar Pierre Nora, Antônio Negri e Michael Hardt, Da-
vid Harvey, Pierre Dardot e Christian Laval. Essa
Doutoranda; Programa de Pós-Graduação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília
abordagem busca atender à atual demanda por
irinaoliveira@gmail.com alternativas de conservação não institucionais
do patrimônio cultural brasileiro, em razão das
PALAZZO, Pedro P. circunstâncias críticas enfrentadas por esse
campo na contemporaneidade.
Doutor; Professor associado na Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de Brasília
palazzo@unb.br
CIDADE DE GOIÁS COMUM CULTURAL
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA PRESERVAÇÃO
PATRIMÔNIO CULTURAL
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
4320
ABSTRACT RESUMEN
Acerca do “patrimônio comum da humanidade”, Para Harvey (2014, p. 146), “embora esse comum
a partir da Convenção de Haia de 1954, Dardot culturalmente criativo não possa ser destruído pelo
e Laval (2017, l. 12918) concebem-nos como “es- uso”, existem riscos de sua degradação e banaliza-
paços comuns não apropriáveis pelos Estados ÉÃďĨÐăȵķĴðăðšÉÃďÅķĮðŒȶȘ'ŘÐĉĨăðťÆÆďĉĮ
soberanos”, formalizados através das listas de ĉďÌðťÆÉĦÐĮĮďÆððĮĊķĴðăðšÉÃďÌīķșĪķĊÌď
“patrimônio mundial da humanidade” da Unesco, era lugar de socialização popular e brincadeiras,
que englobam recursos naturais e culturais. A sobretudo, antes do surgimento do carro (HAR-
ĊÐĮÆďÌÐťĊÐșÐĊĴÃďșďĮȵÅÐĊĮÆķăĴķīðĮÌìķ- VEY, 2014, p. 144). Tentativas de recuperação de
manidade” como aqueles que “por motivos reli- “alguns aspectos de um comum anterior” nelas, ao
giosos ou profanos, tenham sido expressamente destiná-las exclusivamente aos pedestres (com
designados por cada Estado como de importância cafés nas calçadas, ciclovias, miniparques, etc.)
para a arqueologia, a pré-história, a história, a tornaram-se “facilmente capitalizadas”, quando não
ăðĴÐīĴķīșīĴÐďķÆðÔĊÆðȶȘ'ăÐÆďĊťæķīȭĮÐș projetadas com esse objetivo (HARVEY, 2014, p. 147).
assim, como “uma espécie de ‘tesouro sagrado’ O que resulta, mais amplamente, nos processos de
de bens culturais, equivalentes aos sacra das cul- ȵæÐĊĴīðťÆÉÃďȶŒÐīðťÆÌďĮÐĉÌðŒÐīĮĮðĊðÆðĴðŒĮ
turas antigas ou tradicionais”. Destacam também da chamada “urbanização capitalista”1, a exemplo
que os Estados “aceitam renunciar a sua sobera- das revitalizações de regiões que levaram a sua
nia territorial absoluta e se submetem a regras “desvitalização” (HARVEY, 2014, p. 153), apontada
coletivas em nome do interesse da humanidade pela própria população local, e ao esvaziamento dos
presente e futura, e isso em razão da natureza ou comuns ali construído. Daí a importância do atual
da utilidade de certas coisas que, sendo coloca- reconhecimento e desenvolvimento do “papel dos
das extra commercium, são vistas como coisas comuns na formação das cidades e na política urba-
comuns a toda a humanidade”. Entretanto, isso na”, em apoio aos diversos movimentos sociais urba-
ÆďĊŦðĴķÆďĉďĮĨīďÆÐĮĮďĮÌÐȵæÐĊĴīðťÆÉÃďȶ nos espalhados pelo mundo (HARVEY, 2014, p. 169).
observados em diversos sítios considerados pa-
trimônio mundial, conforme discutido a seguir. #ÐĮĴÆȭĮÐșĨďīťĉșĪķÐȵĨīďÌķÉÃďĨďĨķăīÌÐ
novos comuns urbanos, a concentração de capital
Nesse ensejo, introduz-se o âmbito da cidade com simbólico coletivo, a mobilização de memórias e
ĉðďīĨīďåķĊÌðÌÌÐșĨīÐĮÐĊĴĊÌďȭĮÐķĉÌÐť- mitologias coletivas e o apelo a tradições culturais
nição de Hardt e Negri (2009, p. 154): “ambiente ÐĮĨÐÆòťÆĮĮÃďðĉĨďīĴĊĴÐĮåÆÐĴĮÌÐĴďÌĮĮ
construído que consiste em prédios e ruas e me- formas de ação política, tanto de esquerda como de
trôs e parques e sistemas de resíduos e cabos de direita” (HARVEY, 2014, p. 196). Dardot e Laval (2017,
comunicação, mas também uma dinâmica viva l. 12972) corroboram essa ideia ao argumentar que:
de práticas culturais, circuitos intelectuais, redes
afetivas e instituições sociais”. Assim, é possível se os bens comuns são relativos a direitos
compreender partes da cidade como comuns ur- fundamentais, objeto de lutas políticas e so-
banos, na forma de alguns de seus espaços e bens ciais que poderiam ganhar o apoio de com-
públicos, especialmente, certas praças e ruas. Para ponentes importantes da sociedade, então
isso, segundo Harvey (2014, p. 144), eles precisam a defesa e a extensão desse “patrimônio”
ser politizados por seus cidadãos e por aqueles de bens comuns passam a ser a primeira
que tenham interesse em se apropriar deles ou e a última palavra de qualquer estratégia.
valorizá-los, de modo a contribuir para reforçar
suas qualidades como comuns. Dessa forma, “por 1. “Incessante produção de um comum urbano (ou sua for-
meio de suas atividades e lutas cotidianas, os in- ma espectral de espaços e bens públicos) e sua eterna a
divíduos e os grupos sociais criam o mundo social apropriação por interesses privados”, tendendo “perpetu-
da cidade ao mesmo tempo em que criam algo amente a destruir a cidade como um comum social, político
de comum que sirva de estrutura em que todos e habitável” (HARVEY, 2014, p. 156).
EIXO TEMÁTICO 4 Apropriação dos comuns culturais como
política de conciliação
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS
Hoje, um século decorrido sobre a historia
de Goyaz cidade, é com justa satisfação que
constatamos os progressos não só materiaes
como tambem moraes e intellectuaes, opera-
dos em nossa sociedade, a qual com patrio-
tismo e zelo tem velado pelo desenvolvimento
de nossa querida terra natal. (Americano do
īĮðășȵďīīÐðďZŨÆðăÌÐ:ďřšȶșǠǦȘĮÐĴȘǠǨǠǧȨ
16º SHCU
30 anos . Atualização Crítica
4326
9ðæķīǠȚwÑīðÐìðĮĴĐīðÆÌÐĉĨĮÌÆðÌÌÐÌÐ:ďð®ĮșÐŒðÌÐĊÆðĊÌďĮÐķÆīÐĮÆðĉÐĊĴďȘ9ďĊĴÐȚwðăŒșǡǟǠǦșĨȘǧǧȘ
Entretanto, tais expectativas começam a ser frus- revivem uma abstrata “tradição local” (HARVEY,
tradas pelas mudanças políticas trazidas pela 2014, p. 187), como sua grande relíquia, traída
Revolução de 1930 e, com elas, as propostas para pela construção de Goiânia: “não queiramos ser
transferência da capital, efetivada entre 1933 e um povo sem tradições. No venerar do passado
ǠǨǢǦȘZĮÆďĊŦðĴďĮÐĉĴďīĊďÌÐĮĮĉķÌĊÉÐÆďĉ está o traço característico do homem civilizado”
mais adiante na difícil aceitação da preservação (“Voz do Povo”, 25.set.1932). Esse excerto indica
patrimonial da cidade. Os “antimudancistas” (OLI- ĮðĊðĮÌÐĪķÐĴðĮĴīÌðÉĦÐĮĨďĮĮĉÆďĊťæķīīķĉ
VEIRA, 2016, p. 31) chegam a negar uma suposta importante comum cultural daquele período, por
“idolatria pelos monumentos coloniaes represen- sua constância nos discursos e sua força mobili-
tados pelos restos do velho chafariz e alguns edi- zadora, persistentes até a atualidade. Destaca-se
fícios publicos de raça desconhecida, mas apenas sua profunda vinculação material com aquela
ÌďăÌďťĊĊÆÐðīďÌďÐĉĨīÐÐĊÌðĉÐĊĴďȶȧȵďšÌď cidade e a permanente confusão conceitual de
qďŒďȶșǡǤȘĮÐĴȘǠǨǢǡȨȘÐīðťÆȭĮÐșÐĊĴÃďșķĮÔĊÆð ĮÐķĮĮðæĊðťÆÌďĮșďĮÐīÐĉĴīÌķšðÌĮĊåďīĉ
ÌÐķĉÆďĊÆÐĨÉÃďÅÐĉÌÐťĊðÌÌÐĨĴīðĉĒĊðďș de “construções que lembram os bandeirantes; de
na forma dos nomeados “monumentos”, como de- fontes e chafarizes da epoca da colonização; de
signados pelo próprio SPHAN, quando criado em pontes e igrejas dos tempos de intensa mineração;
1937. Estes sequer eram considerados relevantes de denominações que lembram fatos da história
para a opinião pública local, mais preocupada com até nossos dias” (“Voz do Povo”, 25.set.1932). Veri-
a urgência da perda da sede administrativa e com ťÆȭĮÐșĮĮðĉșĪķÐìðĮĴĐīðÌďĨÐīòďÌďÆďăďĊðăÐ
ďĮĨīÐþķòšďĮťĊĊÆÐðīďĮĨīĴðÆķăīÐĮÌÐÆďīīÐĊĴÐĮ a memória vinculada a ele são os grandes marcos
dela. Pareciam ser compreendidos mais como de referência para essa comunidade.
os “bens públicos” analisados no início do texto.
Ainda assim, os vínculos afetivos com a cidade Aspectos do comum acerca dos “monumentos
como um todo são reforçados recorrentemente, históricos” locais surgem em alguns artigos jor-
conforme expresso na mesma matéria jornalística nalísticos, cobrando sua constante conservação
de Orestes de Brito: “entendemos ser um erro a da administração pública. Um exemplo é “Cousas
transformação d’esta cidade velha e tradicional, nossas”, escrito por Garibaldi Rizzo (cuja família
que muito amamos” (“Voz do Povo”, 25.set.1932). ainda hoje se engaja na preservação do patrimônio
de Goiás), em que exige a reparação do aban-
Contraditoriamente, os próprios antimudancistas donado Chafariz do Largo (Figura 4) do Prefeito
EIXO TEMÁTICO 4 municipal, prestando “três grandes serviços à
cidade: um para a população em geral, outro de
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS ÐĉÅÐăКĉÐĊĴďÌĉðďīĨīÉÌÐ:ďðšÐșťĊă-
mente, o de conservação de mais um monumento
histórico, que é nosso orgulho e merece de nós
todo o carinho” (“Cidade de Goiaz”, 21.ago.1938). Já
em 1952, Nelson de Alcântara evoca novamente
a tradição e incita que, “quando os modernistas
quiserem demolir os chafarizes, o goiano deve
reagir com toda a força de seu bairrismo, apelando
para a interferência do Patrimonio Historico. (...)
AĮĮďÌÐĉďÌÐīĊðšīťÆīĨīďķĴīďĮĉķĊÌďĮȘ
Aqui o ritmo deve ser lento. Como se fosse uma
valsa...” (“Cidade de Goiaz”, 021.fev.1952).
ðĊÌĪķÐÌÐåďīĉĮķĴðășŒÐīðťÆȭĮÐķĉÌðĮÆķīĮď
de preocupação comunitária com a conservação
do que já é entendido como patrimônio cultural
ĊďťĊăÌÌÑÆÌÌÐǠǨǣǟȘĨÐĮīÌďĮÆďĊĮĴĊ-
tes relatos de abandono e degradação das edi-
ťÆÉĦÐĮșĮķīæÐķĉăĴÐĊĴÐĉďĴðŒďÌÐďīæķăìďÐ
vinculação afetiva para com elas e uma postura
preventiva da população. Destaca-se também a
manutenção de seu vínculo com a narrativa das
tradições locais e com as produções artísticas a
serem preservadas, como observado na suges-
tão pela criação do atual Museu das Bandeiras
(inaugurado em 1964).
9ðæķīǣȚĮĨÐÆĴďÌďOīæďÌďìåīðšÐÌĊĴðæĮ
ÌжĉīÐÌÐðĊĨīðĉÐðīĉÐĴÌÐÌďĮÑÆķăďȘ
9ďĊĴÐȚ9ÆÐÅďďāȧ'ŘĨÐÌðÉĦÐĮåďĴďæī®ťÆĮĨÐăðÌÌÐ
ÌÐ:ďð®ĮȨȘ
16º SHCU
4. Trata-se da recuperação de um antigo ritual da Semana
30 anos . Atualização Crítica
Santa vilaboense, considerando um forte comum cultural da
4332 ÆðÌÌÐĴÑÌÑÆÌÌÐǠǨǥǟȘīĊÐðīďȧǡǟǟǤșĨȘǠǢȨÌÐťĊÐȭď
166), da reabertura à visitação de edifícios his- da OVAT. Pretendia-se abandonar a decadente
tóricos e da “elaboração dos primeiros roteiros representação da velha e abandona ex-capital do
turísticos e folhetos informativos” (DELGADO, estado, para construir uma nova imagem baseda
2005, p. 120). Nas palavras de Elder Camargo, em seu patrimônio histórico e cultural, e “buscar
um de seus fundadores mais atuantes, “o futuro ĊďŒďĮĮðæĊðťÆÌďĮĨīÆðÌÌÐÐðĊĮÐīðȭăÌÐĊĴīď
de Goiás era o passado” (DELGADO, 2005, p. 121). de uma nova dinâmica com foco nos aspectos
Então, a partir desse intenso processo de “ressig- socioculturais, patrimoniais, econômicos e tu-
ĊðťÆÉÃďÆķăĴķīăȶșĮÐæķĊÌďtĪķÐăīÅďĮȧǡǟǠǧș rísticos” (OLIVEIRA, 2016, p. 27), sendo percebida
p. 39), foi criado um “olhar guardião5, constituinte por eles como uma estratégia de sobrevivência
da cidade-ideal, (que) espraiou-se, transversal- futura, como apontado por Harvey (2014, p. 192).
mente, para a concepção de cidade-patrimônio
ĪķÐĮÐÅķĮÆŒÐÌðťÆīȶȘ A década de 1970 é marcada por mudanças es-
truturais na gestão das políticas culturais em
Nesse contexto, entra-se na segunda etapa do ¶ĉÅðĴďĊÆðďĊășīÐŦÐĴðĊÌďȭĮÐÐĉ:ďð®ĮĴīŒÑĮ
ciclo de patrimonialização local em meados da do reforço às iniciativas locais em curso, como
ÌÑÆÌÌÐǠǨǥǟșťĊăðšÌĊŒðīÌÌďĉðăÔĊðď o forte investimento em turismo (pela coopera-
com a conquista do título de Patrimônio Mun- ção entre Embratur e Goiastur) e a atuação do
dial da Unesco em 2001. Nela, os embates com Iphan/CNRC, responsável por uma ampliação nos
a comunidade se acirram, após o tombamento meios de gestão patrimonial até então realizados,
do conjunto arquitetônico e urbanístico em 1978,
buscando uma maior integração comunitária6,
quando outro discurso crítico em nome da co-
ÐŘÐĉĨăðťÆÌĨďīķĉĮĐăðÌďÐīÐåÐīÐĊÆðăĴīÅăìď
letividade apela para que “não podemos deixar,
de Educação Patrimonial.
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cidade museu, confundindo tradição, cultura, Em 1998, surge um novo grupo, Movimento Pró-Ci-
com a conservação pura e simples de fachadas” dade de Goiás – Patrimônio da Humanidade7, ob-
(Dossiê de tombamento, v. 1, p. 138). Em plena
ditadura militar, observa-se uma ruptura na au-
toimagem negativa da cidade e na concepção de 6. Registram-se dois importantes fatos: a implementação
seus bens culturais, capitaneada pelos jovens do “Programa Nacional dos Museus: experiência pioneira
em museus de Goiás” em 1984 (Boletim SPHAN/Pró-Me-
mória, mai.1984) e a criação da Diretoria Regional do Iphan
como uma “(re)invenção das tradições, de criação de valores na cidade em 1983 (DELGADO, 2005, p. 127), ainda que em
culturais, de estratégias, de articulações, de jogos de po- ÆďĊĮĴĊĴÐÆďĊŦðĴďÆďĉĉďīÌďīÐĮÌďÆÐĊĴīďìðĮĴĐīðÆďșĪķÐ
der”. (...) marketing, imagem e orgulho da elite vilaboense’”. recorrentemente ignoravam as restrições impostas pelo
ÐīðťÆȭĮÐșĮĮðĉșķĉĨīďåķĊÌĉďÌðťÆÉÃďĊȵīÐăÉÃď tombamento, muitas vezes por desinformação. Segundo
dos moradores com a própria festa, à medida que ela pas- Stephanie Drogomirecki (2019, p. 71), “técnicos e funcioná-
sou a integrar as campanhas de turismo que construíram rios do Iphan tinham apoio de uma parte da elite regional, que
uma imagem da tradição para Goiás” (SILVA, 2011, p. 227). era favorável às ações de proteção ao patrimônio da cidade
Transformada em “espetáculo” midiático para turistas e com os tombamentos, as conservações e alguns restauros,
perdendo suas raízes religiosas, apresenta uma assimilação mas sofriam com a resistência de parte dos moradores e
ÆďĉĨăÐŘÐÆďĊŦðĴķďĮĨďīĨīĴÐÌÆďĉķĊðÌÌÐăďÆăȘ de uma elite cultural, que era contrária à atuação do órgão”.
5. Essa identidade é reforçada pelo atual presidente da 7. Foi “criado por alguns membros da OVAT” (DELGADO, 2005,
ďīæĊðšÉÃďșďťīĉīĪķÐȵÆðÌÌÐȧÑȨīÐÆďĊìÐÆðÌĨďĨķ- p.113) em 1998, no seio elite vilaboense, visando investir “na
larmente no estado de Goiás como ‘berço da cultura goiana’” ÆďĊĮĴīķÉÃďÐĮďăðÌðťÆÉÃďÌÐķĉÌÐĴÐīĉðĊÌĉÐĉĐīðș
(SILVA, 2019, p. 15). O mesmo ocorre quanto à busca de um dotando-a de duração e estabilidade para que pudesse re-
suporte e estabilidade institucionais através de uma dita presentar o conjunto da sociedade” (SILVA, 2011, p. 219). Ele
adesão social, fundamental no atual momento de fortes “contou com o apoio de diversas áreas da sociedade como
incertezas, ao defender que “um dos propósitos defendidos as igrejas católicas e evangélicas, a maçonaria, grupos de
pela OVAT está circunscrito na preservação da cultura e das jovens, museus, escolas, clubes de serviços, a Associação
tradições nos mesmos moldes em que ocorrem no passado de Combate a Incêndio Florestal, a Ordem dos Advogados do
– com o apoio da população, que seria a melhor alternativa Brasil (subseção de Goiás), o Instituto do Patrimônio Histó-
social de difusão das ideias e ações desenvolvidas pela rico e Artístico Nacional - IPHAN, a prefeitura do município
instituição, na qual todo o trabalho, orientação, sugestões de Goiás e o governo do Estado de Goiás” (SOUSA, 2009, p.
e doação sempre foram bem vindos” (SILVA, 2019, p. 146). ǣǠĨķÌ#tZ:ZTAt'NAAșǡǟǠǨșĨȘǧǟȨșÐĉķĉÆďĊťæķīÉÃď
EIXO TEMÁTICO 4 jetivando empenhar esforços para tornar a cidade
Patrimônio da Humanidade. É, então, elaborado
CIDADES, MEMÓRIAS E ARQUIVOS ďȵ#ďĮĮðÔ:ďð®ĮȶșīÐŒðĮĊÌďÐīÐĮðæĊðťÆĊÌď
trajetória patrimonial da cidade, entretanto, sem
utilizar a oportunidade para rever suas exclusões
e homogeneizações anteriores, ainda que susten-
tando um momentâneo discurso de unicidade na
euforia daquele momento. Nota-se uma supos-
ta “recuperação” da negatividade observada no
passado, em meio a uma onda de autoreconheci-
mento e extroversão, viabilizada pela apropriação
dessas tradições e bens culturais, da construção
de memórias enquadradas8, silenciamentos de
diferenças e discordâncias e supostos comuns
culturais, rapidamente cooptados pelo mercado
turístico, ou melhor, criados para ele, como o caso
do Fogareu. Segundo Carolina Oliveira (2016, p.
31), o anteriormente difamado “atraso” da cidade,
passa a ser “muito útil em vários momentos e (...)
contribui para a construção e atribuição de va-
lores relacionados ao patrimônio cultural”, já que
a elite vilaboense acaba tirando partido positivo
desse discurso que lhe parecia tão prejudicial no
momento da transferência da capital.
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CONCLUSÃO
ĮÌķĮÐĨòæīåÐĮťĊðĮĴīĊĮĨīÐÆÐĉďĮĉÅðÐĊ-
ĴÐĮðĊðÆðăÐťĊăÌďĨīďÆÐĮĮďÌÐĨīÐĮÐīŒÉÃďĨ-
trimonial em sua primeira fase da cidade de Goiás.
Coralina mostra uma cidade antiga que anseia pelo
progresso, ainda que em atrito com as limitações
estruturais impostas pelas condicionantes do
passado e pela passividade de seus habitantes.
Quase meio século depois, Queiroz descortina
os desdobramentos dessas expectativas, mal-
sucedidas devido à criação de Goiânia, porém
reinventadas pelo “descobrimento” da Goiás his-
tórica e patrimonial. Até a atualidade, os opostos
“velho x novo” persistem em choque, estando a
comunidade local mergulhada cotidianamente
nesse ambiente, dividida entre a importância de
preservação da sua história, suas demandas di-
árias e a rede de complexidades que as permeia.
Isso explica as polaridades observadas desde o
princípio dos processos de patrimonialização.
'ĮĴĮðĊĴÐĊĮðťÆīĉȭĮÐďăďĊæďÌďĮĊďĮĨÐăď
intenso grau de desenvolvimento da vida urbana
contemporânea, pela expansão da cidade com
ķĉÆďĊťæķīÉÃďĉķðĴďÌðŒÐīĮÌďÆÐĊĴīďìðĮĴĐ-
īðÆďÐÆďĉďķĴīďĨÐīťăĨďĨķăÆðďĊășĨÐăĊÐÆÐĮ-
sidade de infraestrutura, serviços, entre outras
coisas, elementos bastante complexos por si só
para cidades convencionais, sendo ainda mais
para uma quase tricentenária.
fontes
Barlow
Gobold
xvishcu.arq.ufba.br
Salvador - Bahia
2021