NÃO NOS CONQUISTARAM

Maria Rojas

Curadoria
Gizel Azevedo
NÃO NOS CONQUISTARAM
Maria Rojas
Casa da cultura da América Latina
Brasilia.

21.11
28.12.17

com apoio de
Cidade sobre “deserto”. Deserto selvagem. Selva trans-
formada em concreto. Concreto projetado em múltiplas
formas que ocultam o horizonte e se levantam na verti-
cal, formando colunas e edifícios. Em um subterrâneo
e na periferia, o fruir da vida que ultrapassa as formas
impostas no desenho das ruas e das construções. Vozes,
histórias, sussurros, memórias, lembranças e corpos que
falam deste núcleo urbano para além do monumento.

Este trabalho é uma arqueologia sobre aquilo que está

vivo em Brasília, uma homenagem aos pioneiros que
trouxeram as ideias, mas também as mãos, e que com
sua impetuosidade fizeram viver essa cidade.

Gizel Azevedo
(SR) – Inicialmente eu gostaria que a senhora desse os dados
biográficos. O nome completo da senhora?
(MJ) – Ana Maria de Jesus.
(SR) – Data e local de nascimento?
(MJ) – Eu sou de novembro, agora a data eu tenho que pegar
o registro.
(SR) – Então depois a gente vê. Da onde a senhora é?
(MJ) – Eu sou de Santana do Brejo.
(SR) – Da Bahia?
(MJ) – Da Bahia.
(SR) – O nome do pai e da mãe da senhora?
(MJ) – Joaquim Rodrigues dos Santos, Maria Catana da Luz
(SR) –A senhora morava lá no interior da Bahia?
(MJ) – É na cidade.
(SR) – Cidade de...
(MJ) – Santana.
(SR) – Santana do Brejo.
(MJ) - Do Brejo, eu vim para aqui no começo de Brasília.
(SR) – Em 60.
(MJ) – Em 60.
(SR) – A senhora veio com o seu pai, com sua mãe?
(MJ) – Foi. Meu pai veio trazer a minha mãe para tratar, com
um mês ele veio buscar a gente. A gente foi comprado da...
(SR) – Vocês foram comprados?
(MJ) – Comprados assim, o patrão, que ele veio para a fazen-
da, ele deu o dinheiro para buscar a gente e a gente veio para
a fazenda para trabalhar, para pagar as passagens.
2017
Embrapa imprenta
brasilia d.f