Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO PAULO
2010
CAROLINA CHAVES DA CUNHA E SOUZA
SÃO PAULO
2010
Cunha e Souza, Carolina Chaves da
Chefe Do Departamento:
Prof. Dr. Afonso Celso Pinto Nazário
iii
Dedicatória
Aos meus cunhados, Luiz e Renan, irmãos queridos que ganhei da vida!
iv
Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Manoel João Batista Girão, pela oportunidade que me concedeu de
participar da sua equipe e crescer profissionalmente.
À Profa. Dra. Marair Gracio Ferreira Sartori, pelo exemplo vivo de vida e pela
profissional que é.
Ao Dr. Rodrigo de Aquino Castro, por todo o incentivo e paciência com que pude
contar sempre!
À Dra. Letícia, Dr. Sérgio e Dr. Del Roy, por tudo que me ensinaram no
ambulatório de Uroginecologia.
v
Sumário
Dedicatória......................................................................................................... iv
Agradecimentos................................................................................................. v
Resumo.............................................................................................................. x
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
2. PROPOSIÇÃO............................................................................................... 8
3. MÉTODOS..................................................................................................... 10
4. RESULTADOS............................................................................................... 14
5. DISCUSSÃO.................................................................................................. 22
6. CONCLUSÃO................................................................................................ 27
7. ANEXOS........................................................................................................ 29
8. REFERÊNCIAS.............................................................................................. 47
Abstract
vi
Lista de Tabelas
vii
Lista de Anexos
viii
Lista de abreviaturas e siglas
IU Incontinência urinária
PI Psychosocial Impact
QV Qualidade de vida
SE Social Embarrassment
ix
Resumo
x
1. INTRODUÇÃO
2
Introdução
Pacientes
Nº (%)
Raça (n=50)
Branca 29 58
Parda 19 38
Negro 2 4
Estado civil (n=50)
Solteiro 11 22
Casado/união estável 27 54
Outros 12 24
Escolaridade (n=50)
Analfabetos 4 8
Ensino fundamental 28 56
Ensino médio 15 30
Ensino superior 3 6
Atividade Remunerada (n=50)
Sem atividade remunerada/ doméstica 29 58
Aposentado 4 8
Outros vínculos empregatícios 17 34
Tempo de incontinência (anos) (n=50)
<1 7 14
1–5 23 46
6 – 10 8 16
> 10 12 24
Tipo de incontinência (n=50)
Esforço 39 78
Mista 11 22
Prolapso genital*
Sem prolapso 28 56
Grau 1 11 22
Grau 2 10 20
Grau 3 01 2
*A classe “sem prolapso é a mais leve” e o grau 3 é a mais severa, segundo Olsen et al. (1997)
17
Resultados
Tabela 4 – Validade convergente do I-QOL. Comparação entre os domínios do trabalho e os domínios do questionário King´s
Health
Limitação das
Percepção Impacto da Limitação Limitação Relacionamento Sono / Medidas de
atividades Emoções
da saúde incontinência física social pessoal energia gravidade
diárias
ALB R -0,10 -0,51 -0,54 -0,55 -0,56 -0,23 -0,69 -0,33 -0,72
Valor de p 0,51* 0,0002 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,20* <0,0001 0,02 <0,0001
PI R -0,35 -0,62 -0,50 -0,62 -0,69 -0,36 -0,69 -0,44 -0,59
Valor de p 0,01 <0,0001 0,0003 <0,0001 <0,0001 0,04 <0,0001 0,001 <0,0001
SE R -0,08 -0,54 -0,49 -0,44 -0,48 -0,18 -0,65 -0,30 -0,63
Valor de p 0,57* 0,0001 0,0003 0,001 0,0005 0,32* <0,0001 0,03 <0,0001
TOTAL R -0,22 -0,60 -0,55 -0,60 -0,64 -0,30 -0,73 -0,40 -0,69
Valor de p 0,13* <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,09* <0,0001 0,004 <0,0001
ALB ( avoidance and limiting behavior)- limitação de comportamento; PI ( psychosocial embarrassment)- impacto psicossocial; SE (social embarrassment)- embaraço social.
*Estatisticamente insignificante;
** Foi usado coeficiente de Pearson para avaliar o grau de correlação entre os dois questionários. Todas as correlações possíveis foram consideradas, não necessariamente
domínios afins. Somente associações com p<0.05 foram considerados estatisticamente significativas;
*** O grau de correlação entre os questionários foi classificado como leve (<0.3), moderado (0,3-0,7 ) ou forte (>0,7).
20
Resultados
primeiro contato com as pacientes. Apesar de o IQOL ter sido desenvolvido para
ser auto-aplicado, encontramos muitas dificuldades para realizá-lo. A escassez
de pesquisa no nosso país e a dificuldade de ler e interpretar textos, talvez pelo
nível de escolaridade encontrado na amostra estudada levou-nos a optar pela
realização de entrevistas, feitas por profissionais envolvidos no trabalho e com
treinamento prévio.
Assim como observado em outros trabalhos de validação em
Português, realizados, por exemplo, por Fonseca et al (2005) e Tamanini et al
(2008), não enfrentamos maiores problemas pelo uso de entrevistas e os
resultados encontrados se assemelharam aos observados no processo de
tradução e adaptação cultural obtidos em outros países (Tabela 3).
Outra adaptação realizada no trabalho foi a utilização da segunda
entrevista por telefone.
Tradicionalmente, a avaliação da qualidade de vida tem sido medida
por meio de entrevistas e questionários auto-administrados. Entrevistas
pessoais podem ser caras e o fato de requererem visita à clínica ou visitas
domiciliares pode ser um obstáculo para pacientes e para o “staff” clínico.
Questionários auto-administráveis têm as desvantagens de poderem conter
baixas taxas de respostas, preenchimento não monitorado e taxas variáveis de
campos não preenchidos. Também requerem treinamento, tempo e
comprometimento de profissionais para assegurar a confiabilidade dos dados
(Leidy et al, 1999).
A administração por telefone de questionários para avaliar QV tem
certas vantagens, particularmente em pesquisas a longo prazo. O método pode
oferecer maior controle na administração por todo o tempo do estudo, maior
precisão na coleta de dados, pela possibilidade de usarem menor quantidade de
entrevistadores treinados, monitoramento direto e, teoricamente, com menores
taxas de campos não preenchidos (Leidy et al, 1999).
Já que o método de administração do questionário pode ter impacto
na confiabilidade e validade do instrumento, é imperioso que seja validado o
método antes de ser usado em uma pesquisa clínica (Leidy et al, 1999).
25
Discussão
Ele contém 22 perguntas que você deverá responder da melhor forma possível,
mostrando realmente como está sua saúde e como você a vê neste momento.
A participação neste estudo é voluntária. Você (paciente) terá plena liberdade, se julgar
conveniente, de desistir e retirar-se a qualquer momento sem necessidade de justificativa
Todas as informações colhidas e a sua identidade serão mantidas em sigilo absoluto,
será informação confidencial.
Não haverá despesas pessoais para a participante do estudo e também não haverá
compensação financeira relacionada com a sua participação.
___________________ ____________________
Eu,---------------------------------------------------------------------------------------------------, concordo
em participar voluntariamente deste estudo clínico. Declaro estar orientada sobre a
natureza do trabalho e ter pleno conhecimento do referido na carta de informação
anexada.
Acredito ter suficientemente informada a respeito das informações que li ou foram lidas
para mim, sobre o questionário de qualidade de vida.
Discuti com o pesquisador sobre minha decisão em participar deste protocolo. Ficam
claros para mim quais são os propósitos do estudo a garantia de confidencialidade e de
esclarecimentos. Ficou claro, também que minha participação é isenta de despesas e
que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo,
voluntariamente, em participar deste estudo e poderei tirar o meu consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade, prejuízo ou perda de
benefício que possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste serviço.
São Paulo, de de .
__________________ ____________________
Nome:____________________________________________________
Telefone:___________________ H.D.:_________________________
3. Quando você está sentada e precisa ficar de pé você se preocupa em perder urina?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
4. Quando você chega em um lugar novo você se preocupa em saber onde ficam os
banheiros?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
36
Anexos
6. Devido sua perda de urina, você se preocupa em ficar muito tempo fora de casa?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
7. Você se sente frustrada quando não consegue fazer o que quer devido sua perda
de urina?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
11. Sempre você precisa planejar ou programar o que vai fazer devido à perda de
urina?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
12. Você se preocupa que aumente sua perda de urina com o passar dos anos?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
15. Você se sente uma pessoa doente devido sua perda de urina?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
20. Devido a sua perda de urina você se preocupa com o tipo e quantidade de líquido
que vai beber?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
21. Você se preocupa com a perda de urina quando escolhe sua roupa?
1 = Extremamente
2 = Muito
3 = Mais ou menos
4 = Um pouco
5 = Não
Barber MD. Questionnaires for women with pelvic floor disorders. Int
Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2007;18:461-5.
Bland JM, Altman DG. Statistics notes: validating scales and indexes. BMJ
2002;324:606-7.
Crosby RD, Kolotkin RL, Williams GR. Defining clinically meaningful change in
health-related quality of life. J Clin Epidemiol 2003;56:395-407.
Fonseca ESM, Camargo ALMC, Castro RA, Sartori MGF, Fonseca MCMF,
Lima GRL et al. Validação do Questionário de Qualidade de Vida (King's
Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev
Bras Ginecol Obstet 2005;27(5):235-42.
Girão MJBC, Sartori MGF, Baracat EC, Lima GR. Cirurgia Vaginal e
Uroginecologia. 2ª Ed- São Paulo: Artes Médicas, 2002.
Guyatt GH, Feeny DH, Patrick DL. Measuring health related quality of life. Ann
Intern Med 1993;118:622-9.
Kegel AL. Physiologic therapy for urinary incontinence. JAMA, 146: 915-17,
1951.
Lenderking WR, Narckley JF, Anderson RB, Testa MA. A review of the quality-
of-life aspects of urinary urge incontinence. Pharmacoeconomics 1996;9:11-23.
Lose G, Fantl JA, Victor A, Walter S, Wells TL, Wyman JF et al. Outcome
measures for research in adult women with symptoms of lower urinary tract
dysfunction. Neurourol Urodyn 1998;17:255-62.
Milson I. Lower urinary tract symptoms in women. Curr Opin Urol 2009;
19:337-41.
50
Referências
Offermans MP, Du Moulin MF, Hamers JP, Dassen T, Halfens RJ. Prevalence
of Urinary Incontinence and Associated Risk Factors in Nursing Home
Residents: A Systematic Review. Neurourol Urodyn. 2009;28(4):288-94.
Olsen AL, Smith VJ, Bergstrom JO, Colling JC, Clark AL. Epidemiology of
surgically managed pelvic organ prolapse and urinary incontinence. Obstet
Gynecol 1997;89:501-6.
Patrick DL, Berner M. Measurement of Health Status in the 1990s. Annu Rev
Public Health 1990;11:165-83.
Patrick DL, Martin ML, Bushnell DM, Marquis P, Andrejasich CM, Bueshing
DP. Cultural adaptation of a quality-of-life measure for urinary incontinence.
Eur Urol 1999a;36:427-35.
Patrick DL, Martin ML, Bushnell DM, Yalcin I, Wagner TH, Bueshing DP.
Quality of Life of women with urinary incontinence: further development of the
Incontinence Quality of Life (IQOL). Urology. 1999b; 53:71-6.
51
Referências
Patrick DL, Martin ML, Bushnell DM. The I-QOL: A Quality-of-Life Instrument
Specific to Persons with Urinary Incontinence: User’s Manual and Scoring
Diskette for United States Version. Seattle, Washington: Health Research
Associates, Inc., 1999c.
Plevnik S. News methods for testing and strengthening the pelvic floor
muscles. In: Proceedings of the 15th Annual Meeting of the International
Continence Society. London: International Continence Society: 267-268, 1985.
Ridge RMAP, Betz WJ. The effect of selective, chronic stimulation motor unit
size in developing rat muscle. J Neurosci 1984;4:2614-20.
Tamanini JTN, Almeida FG, Girotti ME, Ricetto CLZ, Palma PC, Rios LAS. The
Portuguese validation of the International Consultation on Incontinence
Questionnaire - Vaginal Symptoms (ICIQ-VS) for Brazilian women with pelvic
organ prolapse. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct 2008;19:1385-91.
Wilson PD, Borland M. Vaginal cones for the treatment of genuine stress
incontinence. Aust. N.Z.J. Obstet Gynecol 1990;30:157-60.
Abstract
The aim of this study was to translate and validate a Portuguese version of the
Urinary Incontinence-Specific Quality-of- Life Instrument (I-QOL), a questionnaire
that is widely used in clinical trials. Fifty patients completed the same
questionnaire twice at a 2-week interval. During the first visit, we conducted a
face-to-face interview, and collected demographic data. The King´s Health
questionnaire was completed during the same visit for comparisons. The results
showed that the Portuguese version of the I-QOL has very good psychometrics
properties. Reliability was assessed by Cronbach´s alpha (0.93), reproducibility
was calculated through the intraclass correlation coefficient (0.88), construct
validity was determined by comparing the I-QOL scores and King´s Health
scores, and discriminant validity was calculated by comparing the total I-QOL
scores with measures of gravity. We conclude that the Portuguese version of the
I-QOL is a very good tool for the evaluation quality-of-life in women with urinary
incontinence, in Portuguese speaking countries.