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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Estrutura da exploração florestal, sistemas, técnicas, equipamentos adoptados e potencial


de exploração.

MOCUBA, MARÇO DE 2022


UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Estrutura da exploração florestal, sistemas, técnicas, equipamentos adoptados e potencial


de exploração.

DISCENTES:
June Charama Trabalho de carácter avaliativo a
ser entregue na Cadeira de
exploração florestal, VIIo
semestre, curso de Engenharia
Florestal, ministrado pelo
DOCENTE: Engo Msc. Paulo
Bundua

MOCUBA, MARÇO DE 2022


I. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
Moçambique é um dos poucos países da África Austral que ainda detém uma considerável área de
florestas nativas e outras formações lenhosas, compostas principalmente por Miombo, Mecrusse e
Mopane (MITADER, 2018). Apesar do grande potencial florestal, o país enfrenta enormes desafios na
gestão destes recursos, devido à existência de uma capacidade de indústria florestal reduzida (FAO,
2010).

Nhamire (2018) sustenta que o tal efeito o governo prevê a criação de concessões para a gestão e
exploração sustentável desta vasta área. Entretanto o alcance de maior eficiência económica neste
processo de exploração, passa da observância de maior produtividade tecnológica, e minimização dos
custos de produção.

Para Goncalves (2011) refere que a floresta Moçambicana é predominantemente de savana arbórea, de
baixa produtividade e crescimento lento e, as técnicas de repovoamento florestal são pouco
conhecidas! Consequentemente a sua utilização deve ser estritamente sustentável, devendo-se em cada
lugar de exploração florestal retirar o volume anual permissível baseado no crescimento natural do
stock de biomassa.

Segundo Gomes (1967), o crescimento do sector florestal opera sob pressão das necessidades do
Homem, que são cada vez mais amplas a medida que as populações crescem, se civilizam e vao
ficando mais exigentes em bens materiais e em serviços. Esta crescente pressão se faz sentir em todos
os recursos florestais, principalmente nos madeireiros.

1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
 Familiariza-se com as diferentes virtudes inerentes a exploração florestal.

1.2.2. Específicos

 Identificar as principais actividades os impactos ambientais que a exploração excessiva


provocou em Moçambique; e
 Discutir o impacto económico da indústria florestal para vários contextos aplicáveis em
Moçambique.

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II. METODOLOGIA

Definidos os objectivos da pesquisa, o acesso às informações se deu por meio de análise de


documentos públicos, teses, dissertações, livros, leis, decretos e resoluções normativas a fim de obter
maior confiabilidade na pesquisa. Documentos oficiais do site do portal do governo de Moçambique.
O acesso às informações foi a partir de palavras-chaves relacionadas ao tema, tais como: " exploração
florestal ", " técnicas" sistemas" equipamentos".
2.1. Resultados esperados
Com a presente pesquisa, a aquisição do conhecimento inerente ao valor financeiro dos recursos
florestais madeireiros é muito importante pois, fornece uma ideia do quanto se ganha pela extracção
para fins comerciais e, dada a existência de muitas espécies madeireiras que ainda não tem valor no
mercado, pode estimular estudos com vista a valorizar essas espécies para aumentar as receitas, bem
incentivar aos demais o uso de múltiplo das florestas.
Espera-se também que possa contribuir para o conhecimento científico dos recursos florestais,
ocasionando uma racionalização no uso de alguns recurso florestais que sejam uma espécie endémica
ou rara. Contundo, espera-se que os demais pesquisadores da área desenvolvam vários estudos a fins.

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III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Regime de Exploração Florestal em Moçambique


De acordo com a Lei de floresta e fauna bravia 10/ 99, existem em Moçambique três estruturas de
exploração de recursos florestais:
 Exploração para o consumo próprio, em que as comunidades locais são dadas o direito de
extrair os recursos florestais necessários ao seu consumo próprio, em qualquer época do ano,
isentos de pagar qualquer taxa de exploração florestal. Os recursos florestais que forem
extraídos para o consumo próprio só poderão circular no interior da área de influência da
respectiva comunidade local, que se circunscreve ao nível do posto administrativo;

 Exploração por licença simples, atribuída a pessoas singulares moçambicanas, as pessoas


colectivas constituídas exclusivamente por cidadãos moçambicanos, e as comunidades locais
que queiram explorar os recursos florestais para fins comerciais, industriais e energéticos. A
licença simples é valida por um ano, renovável, sendo permitido extrair um volume anual
máximo de 500 m3 ou equivalente independentemente das espécies;

 Exploração sob regime de concessão florestal, em que o estado celebra um contrato com
qualquer pessoa singular ou colectiva, nacional ou estrangeira, bem como as comunidades
locais interessadas em explorar os recursos florestais para fins comerciais, industriais ou
energéticos, em função da capacidade do operador e de acordo com o plano de maneio
aprovado pelo sector. O contrato de concessão florestal possui a duração de 50 anos
renováveis.

No período colonial, a concessão florestal era a principal forma de exploração dos recursos. Em 1969
existiam em Moçambique cerca de 122 concessões florestais, cobrindo uma área de 8200.000 há e em
2004 havia cerca de 104 concessões aprovadas numa área de 4.066.931 há (Falcao e Mlay, 2006).

3.2. Estrutura de indústria Florestal


Para Dayneko & Chernikov (2012) sustenta que as indústrias florestais a sua estrutura sofre
transformações mediante a modificação económica, oferecendo oportunidades e dificuldades para o
desenvolvimento da política regional.

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No entanto, A estrutura da indústria florestal pode ser representada por vários modelos e os vínculos
que geram impactos económicos por exemplo Figura 1.

Figura 1: Estrutura de indústria florestal e cadeia de mercado da indústria florestal

Fonte: Alan et al (2003).


3.2.1. Ilustração do gráfico 1
Os sectores da indústria florestal compram insumos e serviços de apoio de outras empresas locais, que
por sua vez compram insumos da economia mais ampla e empregam trabalhadores para atender a essa
demanda, gerando impactos económicos denominados efeitos indirectos. Os salários pagos aos
empregados são gastos na economia local para consumo pessoal doméstico (por exemplo,
alimentação, vestuário, abrigo, transporte), e esses gastos criam actividade económica adicional,
conhecidos como efeitos induzidos.

No entanto, alguns bens e serviços necessários às actividades de produção podem não estar disponíveis
de fontes locais e devem ser importados de fora da região, o que representa uma perda para a
economia local, muitas vezes referida como “vazamento”.

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3.3. Sistemas de exploração florestal
No que diz respeito a óptica do Costa Filho & Ferreira (1993), as dimensões do matéria lenhoso a
extrair, podem considerar-se três sistemas de exploração florestal:

1. Madeira torada;
2. Troncos inteiros;
3. Árvores inteiras.

3.3.1. Sistema de exploração de madeira torrada


As operações são realizadas no local de abate, sendo o material lenhoso extraído na forma de toros.
Trata-se do sistema de exploração mais utilizado e vulgarizado entre nós. Este sistema pode ser
utilizado sempre que as condições do terreno possibilitem a realização das operações e que, do poto de
vista económico, o volume de material lenhoso.

Ainda nesta ordem do pensamento dos autores Silva (1993) sustenta que o método de extracção mais
aconselhável é por transporte (Forwarder), uma vez que o material não toca no solo com este processo
de extracção do material lenhoso, a movimentação de toros de menores dimensões tornam-se mais
rentável relativamente a extracção por arraste ou semi-arraste, uma vez que o material deve ser
retirado em pilhas e não individualmente.

3.3.2.Vantagens
 Permite que a madeira chegue limpa ao seu destino uma vez que durante a sua movimentação
não entre em contacto com solo;
 Reduz o impacto ambiental; e
 Necessita menor trilho de extracção.

3.3.3. Desvantagens
 Não ee eficaz para a obtenção de vários produtos (toros com diâmetro e dimensões diferentes)
uma vez que a sua separação e triagem pode levantar problemas de organização do trabalho e
espaço;
 Nos casos em que a extracção seja realizada por arraste ou semi-arraste, os custos associados
são elevados devido a morosidade da operação de estropagem dos toros aos cabos.

3.4. Sistema de exploração de toros inteiros


Ocorre o abate, corte de ramos e desponta são efectuados no local de abate, a extracção dos troncos
para o carregador é realizada por arraste ou semi-arraste e torragem é efectuada no carregamento ou na
fábrica. Neste caso, a resistência ao arraste é menor no sistema de árvores inteiras sendo portanto

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possível realizar extracções a maiores distancias. Este sistema ee aconselhável quando a área ou de
corte ou o volume de madeira a retirar for grande muito grande, uma vez que pode ser
economicamente mais vantajoso concentrar primeiro os troncos para depois seccionar.

3.4.1. Vantagens
 Não acumula resíduos na carregadouro;
 Não a perdas apreciáveis de nutrientes no local de abate
 Se possível vários tipos de toros e fazer-se a avaliação e triagem definitiva em carregadouro ou
na fabrica.

3.4.2. Desvantagens
 É fortemente influenciado pelas dimensões das árvores, sendo menos eficiente em árvores de
menores dimensões, uma vez que o tempo gasto na estropagem dos troncos aos cabos vai ser
maior e as capacidades da máquina ficam subaproveitadas;
 Exige mais espaço ao nível do carregadouro, para possibilitar ao desenrolar dos trabalhos
associados a operação de torragem;
 A madeira apresenta-se a mais suja devido o contacto com o solo.

3.5. Sistema de exploração de árvores inteiras


Os troncos não desramados são extraídos por araste, o corte dos ramos e a torragem podem ser
realizados no carregadouro ou na fábrica. Pela resistência que as árvores apresentam a sua deslocação,
este sistema só é aconselhável quando as distâncias de extracção forem pequenas e as condições do
terreno não permitem a realização de outras actividades ou operações (Corte de ramos ou toragem).

No entanto, este sistema é aplicável para alguns países como Finlândia e Alemanha em que existe a
possibilidade de tratamento de árvores inteiras num centro de processamento onde se faça o descasque
e a triagem da madeira e estilhaçamento de ramos e bicadas.

3.5.1. Vantagens
 Reduz os riscos de incêndio uma vez que os ramos são retirados do local de abate;
 É eficiente devido o grande nível de mecanização empregue;
 Remoção de nutrientes consideráveis nos povoamentos florestais;

3.5.2. Desvantagens
 Apresenta custos elevados porque o processo de desrama e torragem é efectuado na actividade
de carregamento;

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 Necessita de uma quantidade elevada de espaço par a movimentação da maquinaria;
 A realização das operações exige uma boa coordenação e organização de trabalho de modo
que não se criem tempos improdutivos que quebram os ritmos de trabalhos; e
 Exige trabalho adicional para remoção dos resíduos gerados pelo carregadouro.

Tabela 1:Local de realização das varias operações em função do sistema de exploração

1- Sistema de Exploração de madeira torada Actividades


Abate Desrama Torragem
Local de abate x x x
Carregadouro
Fabrica
2- Sistema de exploração toros inteiros Actividades
Abate Desrama Torragem
Local de abate x x
Carregadouro x
Fabrica x
3- Sistema de árvore inteira Actividades
Abate Desrama Torragem
Local de abate x
Carregadouro x x
Fabrica x x
Fonte: Elaborado pelo autor
3.6. Técnicas de exploração florestal

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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