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Recentemente, um evento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), o 14º Intereclesial de Bases,
ocorrido em Londrina, teve o tom claro de um comício político, quando o ideólogo do PT, Frei Beto,
resolveu fazer um minuto de silêncio em desagravo ao julgamento do ex-presidente Lula, que ocorria
naquele momento em Porto Alegre (RS).
O público presente era composto de militantes. Ativistas pertencentes a todos os tipos de movimentos
sociais de esquerda, MST, CUT, entre outros, ocasião em que foi distribuída uma cartilha sobre
educação, na qual se defendia a necessidade da conscientização a respeito de direitos, como aborto e
educação sexual. Tudo com a presença do arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz. Diante
de ataques de internautas, devido o caráter declaradamente partidário e ideológico do evento, o
arcebispo chegou a pedir que retirassem as faixas que mencionavam o Partido dos Trabalhadores,
mas foi vaiado pelos militantes.
A relação promíscua da hierarquia católica com as ideologias da esquerda tem produzido um
fenômeno assustador: o avanço das pautas culturais dessa esquerda, como ideologia de gênero e
aborto, entre fieis cristãos. O resultado completo dessa catástrofe veremos nos próximos anos, mas a
história do movimento da teologia da libertação pode ajudar a explicar como o seu avanço foi tão
rápido e efetivo na destruição das bases morais e espirituais da religião cristã, algo que ameaça a
própria estrutura da Igreja Católica.
Durante esses anos, a KGB teve uma tendência pelos movimentos de “Libertação”. O
Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC –sic–), criado pela KGB com a ajuda
de Fidel Castro; o Exército de Libertação Nacional da Bolívia, criado pela KGB com o apoio
de “Che” Guevara; e a Organização para Libertação da Palestina (OLP), criado pela KGB
com ajuda de Yasser Arafat, são somente alguns movimentos de “Libertação” nascidos em
Lubyanka – lugar dos quartéis-generais da KGB.
Para tornar tudo isso possível, o governo soviético sabia que precisava influenciar desde dentro
diversos movimentos e até criar alguns. É o caso da Conferência Cristã pela Paz, ocorrida em Praga,
capital da então Tchecoslováquia, hoje República Tcheca. Praga é hoje considerada a capital
internacional da espionagem e guarda um museu internacional da KGB.
Foi preciso, segundo Pacepa, uma influência interna no Conselho Mundial das Igrejas (CMI),
fundado em 1948, em Amsterdã, na Holanda. O CM é fruto de uma longa articulação ecumênica que
nasceu do verdadeiro anseio pela discussão da crise moral do mundo moderno. Mas seus eventos e
congressos foram, desde o início, marcados pela presença de agentes de transformação cujo objetivo
real era integrar os tópicos ecumênicos na lógica da desconstrução de dogmas para o
enfraquecimento das convicções morais e, por fim, sabotagem global da espiritualidade cristã, grande
obstáculo para a socialização mundial, algo sabido desde os escritos de Engels.
O percurso dos conselhos ecumênicos globais que culminaram na criação da CMI é longo e começou
em Edimburgo, em 1910. Depois, também em Estocolmo (1925) e Lausanne (1927). Por fim, o
Concílio Vaticano II ficou conhecido como a adesão da Igreja Católica aos princípios ecumênicos.
Após uma influência discreta na CMI, era preciso uma entidade religiosa intermediária, com maior
controle dos líderes soviéticos. Tem início, em Praga, a Conferência Cristã pela Paz, com o objetivo
de disseminar a teologia da libertação pelo mundo, dirigida pela KGB e subordinada ao Conselho
Mundial da Paz, também com sede em Praga, fundado em 1949.
O resultado destes eventos foram vistos nos anos seguintes, quando a “igreja dos pobres”, verdadeira
igreja dentro da Igreja, infiltra-se nos movimentos sociais do Brasil, por meio de encontros que
firmaram ainda mais a relação entre bispos e padres com movimentos revolucionários, inclusive
terroristas.
Fonte:https://www.estudosnacionais.com/6900/historia-como-teologia-da-libertacao-fez-cabeca-de-geracoes/
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Cristian Derosa
Mestre em jornalismo pela UFSC e autor dos livros "A transformação social: como a mídia de massa se tornou uma
máquina de propaganda" e "Fake News: quando os jornais fingem fazer jornalismo". Colunista do site Estudos
Nacionais e autor do blog A transformação social. Aluno do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho.