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Resumo: Durante séculos, a História se ocupou dos feitos dos grandes homens,
retirados dos documentos oficiais e elevando-os à posição de exemplos a serem
seguidos. Imperadores, Reis, Príncipes, Ministros e outras “classes” superiores tiveram
suas histórias de vidas, suas grandes batalhas e seus momentos de heroísmo contados
por historiadores que se preocupavam com o positivo da história, com o exemplo que
deveria ser dado para as gerações seguintes. Neste trabalho, propomos analisar uma
controvérsia, tomando como base a teoria Ator-Rede de Bruno Latour e cujas fontes
vieram de um único arquivo digital, a Hemeroteca Digital Brasileira, e é nas páginas
digitalizadas dos jornais cariocas que observamos as tensões, os embates, as lutas e as
batalhas de ideias e ideais. A controvérsia surge quando estudamos as relações de poder
dentro da rede formada entre esses homens, quer sejam “heróis” ou “comuns”. Para
isso, vamos analisar o embate entre dois homens; Um que podemos chamar de ilustre
desconhecido e outro que a antiga História diria que era um grande homem: O inventor
paraense João Francisco de Madureira Pará e o primeiro ministro da Marinha do
Brasil império, Luiz da Cunha Moreira. O principal campo de batalha desses dois
homens é o Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro, entre os anos de 1825 e 1831.