Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Proposta do curso:
O curso se propõe a familiarizar as e os discentes com a produção historiográfica contemporânea, a
habilitá-las e habilitá-los a analisar criticamente textos historiográficos e a refletir sobre a historicidade
da escrita da história. Primeiramente, serão discutidos desafios e questionamentos teóricos, como os
diferentes aspectos da operação historiográfica, o impacto das mídias digitais sobre a escrita da
história, o problema das temporalidades, a questão da narrativa, o estatuto dos textos produzidos por
historiadoras e historiadores, os potenciais de histórias que não se restrinjam à experiência humana,
as articulações entre trauma e memória e as dinâmicas associadas à colonialidade e ao racismo. Em
seguida, a atenção se voltará para alguns dos principais debates historiográficos que se consolidaram
ao longo do século XX, sublinhando os contrastes e as aproximações entre diferentes propostas
teórico-metodológicas. Por fim, a disciplina contemplará grandes questões que têm, nos últimos anos,
mobilizado o universo acadêmico, atentando para as distintas vertentes em disputa e para as
implicações desses debates no que diz respeito ao papel de historiadoras e historiadores na vida
pública.
Atividades obrigatórias
A serem desenvolvidas até o dia 18/03 (antes da aula)
Leitura do Tutorial da Wikipédia, disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Tutorial
Ingresso no grupo de WhatsApp organizado pela equipe de apoio do projeto Mais Teoria da História
na Wiki: https://chat.whatsapp.com/FiiCLh5QsZNBZnlpuqlHqx
Criação de conta na Wiki; consultar:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_edi%C3%A7%C3%A3o/Como_criar_uma_conta
Formação de grupos para produção de verbetes (3 a 5 pessoas)
Envio, via Moodle, de sugestões de ao menos dois nomes de historiadoras que não contam com
verbetes na versão em português da Wikipédia
2
Leituras complementares: FARIA, Daniel. Oceano sem lei: A história do Brasil vista do porão do Navio
Manaus. Varia Historia, v. 37, n. 75, p. 851-881, set./dez. 2021.
LACAPRA, Dominick. O que é história? O que é literatura? In: Compreender outros: Povos, animais,
passados. Belo Horizonte: Autêntica, 2023. p. 197-226.
03/06: ...reconfigurações...
Leitura obrigatória: WALSHAM, Alexandra. Rough Music and Charivari: Letters between Natalie
Zemon Davis and Edward Thompson, 1970-1972. Past and Present, v. 235, n. 1, p. 243-262, May 2017
(será disponibilizada uma tradução do texto).
Leituras complementares: DAVIS, Natalie Zemon. Prefácio; Introdução. In: O retorno de Martin Guerre.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 9-11; p. 17-21; p. 160-161 (notas).
REVEL, Jacques. Microanálise e construção do social. In: REVEL, Jacques (Org.). Jogos de escalas: A
experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1998. p. 15-38.
THOMPSON, E. P.. Rough Music (seções I e IV). In: Costumes em comum: Estudos sobre a cultura
popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 353-369; p. 392-397; p. 470-475 (notas);
p. 481 (notas).
Leituras obrigatórias: AGARWAL, Kritika. What is Trans History? From Activist and Academic Roots, a
Field Takes Shape. Perspectives on History, May 2018 (será disponibilizada uma tradução do texto).
BUTLER, Judith. Introdução: Agir em conjunto. In: Desfazendo gênero. São Paulo: Ed. Unesp. 2022. p.
11-36.
Leituras complementares: PRECIADO, Paul B.. Eu sou o monstro que vos fala: Relatório para uma
academia de psicanalistas. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.
SCOTT, Joan W.. Os usos e abusos do gênero. Projeto História, n. 45, p. 327-351, dez. 2012.
AVALIAÇÕES
Ensaio
Em grupos de 3 a 5 pessoas, vocês deverão elaborar um ensaio sobre uma obra literária,
relacionando-a com os debates realizados ao longo do curso. O ensaio deverá dialogar com, no
mínimo, dois textos obrigatórios da disciplina e um item da bibliografia de apoio listada a seguir.
O formato do ensaio é livre, mas todas as referências empregadas deverão ser claramente
identificadas. Qualquer forma de plágio será severamente penalizada.
Os ensaios que consistirem em textos deverão, obrigatoriamente, propor experimentações narrativas
e/ou ser redigidos tendo em vista o diálogo com públicos ampliados – ou seja, as avaliações não
deverão ser apresentadas como trabalhos acadêmicos convencionais. Boas fontes de inspiração
podem ser encontradas no portal HHMagazine: https://hhmagazine.com.br/
Caso o grupo opte por um formato não textual (podcast, vídeo, ensaio visual etc.), recomenda-se que
a bibliografia utilizada seja apresentada em um documento à parte.
Espera-se que os trabalhos demonstrem domínio das leituras do curso, capacidade de argumentação
e aptidão para refletir de forma autônoma sobre a historiografia, seus questionamentos teóricos e as
relações da história acadêmica com outras formas de elaboração da experiência temporal.
Os trabalhos deverão ser entregues por meio do Moodle até o dia 01/07 (segunda-feira).
O grupo deverá consultar previamente a professora caso deseje analisar uma obra que não conste da
lista abaixo.
Obras sugeridas:
ALMEIDA, Djaimilia Pereira de. Luanda, Lisboa, Paraíso. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
D’SALETE, Marcelo. Angola Janga: Uma história de Palmares. São Paulo: Veneta, 2017.
ELTIT, Diamela. Jamais o fogo nunca. Belo Horizonte: Relicário, 2017.
FIGUEIREDO, Isabela. Caderno de memórias coloniais. São Paulo: Todavia, 2018.
HERINGER, Victor. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
JAFFE, Noemi. O que ela sussurra. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
KUCINSKI, Bernardo. K. Relato de uma busca. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
MERUANE, Lina. Tornar-se Palestina. Belo Horizonte: Relicário, 2019.
PEETERS, Frederik. Pílulas azuis. São Paulo: Nemo, 2015.
POLESSO, Natalia Borges. A extinção das abelhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
TENÓRIO, Jeferson. O avesso da pele. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
7
VERUNSCHK, Micheliny. O som do rugido da onça. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
Bibliografia de apoio:
AZOULAY, Ariella Aïsha. Arte que destrói o mundo comum. Piseagrama, n. 15, p. 46-55, 2021.
Disponível em: https://piseagrama.org/artigos/arte-que-destroi-o-mundo-comum/
DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivências. In: Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2011. p. 45-65.
DUTRA, Eliana de Freitas. Performances no mundo do livro: Entre a história, a memória e a ficção.
Topoi, v. 21, n. 45, p. 705-731, set./dez. 2020.
FUKS, Julián. O que é o romance? In: Romance: História de uma ideia. São Paulo: Companhia das Letras,
2021. p. 11-32.
JABLONKA, Ivan. Da não ficção à literatura-verdade. In: A história é uma literatura contemporânea:
Manifesto pelas ciências sociais. Brasília: Ed. UnB, 2021. p. 281-320.
LACAPRA, Dominick. História e o romance. Revista de História, n. 2/3, p. 107-124, 1991.
LORIGA, Sabina. Memória, história e literatura. ArtCultura, v. 19, n. 35, p. 19-30, jul./dez. 2017.
PINTO, Júlio Pimentel. Do fingimento à imaginação moral: Diálogos entre história e literatura. Tempo,
v. 26, n. 1, p. 25-42, jan./abr. 2020.
ROSENZWEIG, Roy. As potencialidades do hipertexto para as revistas acadêmicas. In: Clio conectada:
O futuro do passado na era digital. Belo Horizonte: Autêntica, 2022. p. 205-213.
STAROBINSKI, Jean. É possível definir o ensaio? Remate de Males, v. 31, n. 1-2, p. 13-24, jan./dez. 2011.
TURIN, Rodrigo. A polifonia do tempo: Ficção, trauma e aceleração no Brasil contemporâneo.
ArtCultura, v. 19, n. 35, p. 55-70, jul./dez. 2017.
WHITE, Hayden. Enredo e verdade na escrita da história. In: MALERBA, Jurandir (Org.). A história
escrita: Teoria e história da historiografia. São Paulo: Contexto, 2006. p. 191-210.
Discussão de textos
Vocês deverão encarregar-se da discussão crítica dos textos durante uma aula da Unidade I e outra
da Unidade II. Em cada encontro, espera-se que as pessoas responsáveis façam não um resumo das
leituras, mas sim problematizações e reflexões críticas, propondo questões para o debate da turma.