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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Sumario

 LEGISLAÇÃO 04
 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS – PCI 21
 SALVAMENTO 91
 PRIMEIROS SOCORROS 98

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LEGISLAÇÃO

ÍNDICE

REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO


DISTRITO FEDERAL Decreto nº 21.361 de 20/07/00 (RSIP/DF) 04

NORMA TÉCNICA 007/2011 - BRIGADA DE INCÊNDIO 13

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REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E


PÂNICO DO DISTRITO FEDERAL

Decreto n° 21.361, de 20 de julho de 2000


Aprova o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito Federal e dá
outras providências

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo
100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, decreta:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito
Federal, que com este baixa:
Art. 2° - O regulamento de que trata o artigo 1° deste decreto estabelece os requisitos
mínimos exigíveis nas edificações e no exercício das atividades pertinentes à matéria de que trata
e fixa critérios para o estabelecimento de Normas Técnicas de Segurança Contra Incêndio e
Pânico, no território do Distrito Federal, com vistas à proteção das pessoas e dos bens públicos e
privados.
Art. 3° - No caso em que as edificações ou atividades, pelas suas temporalidades ou
concepções peculiares, o exigirem, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal poderá, além
dos quesitos constantes deste Regulamento, determinar outras medidas que, a seu critério
técnico, julgar necessárias ou convenientes à prevenção contra incêndio e pânico.
Art. 4° - Ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por intermédio de seu órgão
próprio, compete estudar, elaborar normas técnicas, analisar, planejar, fiscalizar e fazer cumprir as
atividades atinentes à segurança contra incêndio e pânico, bem como realizar vistorias e emitir
pareceres técnicos com possíveis conseqüências de penalidades por infração ao Regulamento, na
forma da legislação específica.
Art. 5° - A execução do disposto neste decreto e regulamento é de competência do Corpo
de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Art. 6° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7° - Revogam-se Decreto n° 11.258, de 16 de setembro de 1988 e demais disposições
em contrário.
ANEXO I

REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO


E PÂNICO DO DISTRITO FEDERAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° - O Regulamento de Segurança Contra Incêndio e pânico do Distrito Federal tem


por finalidade estabelecer requisitos para garantir condições mínimas de segurança aplicáveis no
âmbito do Distrito Federal.

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Parágrafo único - O Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito
Federal será adiante denominado RSIPDF.

CAPITULO II
DAS DEFINIÇÕES
Art. 2° - Para fins de aplicação do RSIP-DF são adotadas as definições a seguir descritas.
I - AGENTE FISCALIZADOR: Integrante do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal,
identificado e credenciado, imbuído da função de vistoriar edificações, atividades e quaisquer
documentos relacionados com a segurança contra incêndio e pânico.
II ALTURA DA EDIFICAÇÃO: Distância compreendida entre o ponto que caracteriza a saída
situada no nível de descarga do prédio (soleira) e o ponto mais alto do piso do último pavimento
superior.
III ÁREA TOTAL DE CONSTRUÇÃO: Somatório das áreas de construção de todos os
pavimentos de uma edificação, inclusive das áreas desconsideradas para cálculo da taxa máxima
de construção ou coeficiente de aproveitamento.
IV CHUVEIRO AUTOMÁTICO: Peça dotada de dispositivo sensível à elevação de
temperatura e destinado a espargir água sobre um incêndio.
V ELEVADOR DE EMERGÊNCIA: Equipamento dotado de energia elétrica independente da
energia geral da edificação com comando especifico, instalado em local próprio, com antecâmara,
permitindo o acesso e sua utilização em casos de emergência, nos diversos andares de uma
edificação.
VI GASES ESPECIAIS: Gases que atuam como agentes extintores, interferindo em qualquer
componente do processo de combustão, cessando-o.
VII HIDRANTE EXTERNO: Hidrante localizado externamente à edificação.
VIII HIDRANTE DE PAREDE: Ponto de tomada d’água provido de registro de manobra e
união tipo engate rápido
IX HIDRANTE URBANO: Dispositivo instalado na rede pública de distribuição de água,
localizado no logradouro público, destinado ao suprimento de água para as viaturas do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal e Companhia de Água e Esgoto de Brasília CAESB.
X REAÇÃO EM CADEIA: seqüência de reações onde um ou mais produtos de uma reação
anterior e reagente das outras reações subseqüentes.
XI SAÍDA DE EMERGÊNCIA OU VIA DE ESCAPE: Caminho contínuo, devidamente
protegido, constituído por corredores, escadas, rampas, portas ou outros dispositivos a ser
percorrido pelos ocupantes da edificação ou do local, em caso de incêndio ou emergência, de
qualquer ponto da área interna até a área externa, segura, em conecção com logradouro público.
XII SISTEMA DE ALARME: Dispositivo sonoro e visual destinado a produzir sinais de alerta
aos ocupantes de um local, por ocasião de uma emergência qualquer, podendo ser automático ou
manual.
XIII SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME: Dispositivo dotado de sensores, destinados a
avisar numa estação central e/ou aos ocupantes de um local que em determinada parte deste,
exista foco de incêndio.
XIV SISTEMA FIXO DE ÁGUA NEBULIZADA: Sistema de tubulação fixa conectada à fonte

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confiável de água, bico com nebulizador, válvula de alívio, instrumento e dispositivo de comando,
sinalização, destinado à proteção contra incêndio por meio de nebulização de água.
XV SISTEMA FIXO DE PÓ QUÍMICO SECO: Sistema fixo e automático de combate a
incêndio que utiliza o pó químico seco como agente extintor.
XVI SISTEMA FIXO DE GÁS CARBÔNICO: Sistema com instalação fixa destinado a extinguir
princípio de Incêndio por abafamento através de descarga de CO2.
XVII SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA: Sistema automático que tem por
finalidade a iluminação do ambiente, sempre que houver interrupção de suprimento de energia
elétrica da edificação para facilitar a saída ou evacuação segura de pessoas do local.
XVIII SUPERVISOR DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO: Pessoa habilitada para
dirigir e orientar tecnicamente toda área de Segurança Contra Incêndio e Pânico nas edificações.
XIX VISTORIA: Diligência efetuada com a finalidade de verificar as condições de
Segurança Contra Incêndio e pânico de uma edificação ou local.

CAPITULO III
DA CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES
Art. 3° - Para efeito deste Regulamento, as edificações são assim classificadas, conforme
suas destinações:
I – De Concentração de Público
Auditório
Autódromo
Biblioteca
Boate
Cartódromo
Casa de Jogos
Cinema
Circo
Conjunto Comercial / Shopping
Danceteria
Estádio
Ginásio
Templos Religiosos
Local de Exposição
Parque de Diversões
Restaurante, Bar e/ou Lanchonete
Sala de Reunião
Salões Diversos
II – Terminais de Passageiros
a) Aeroporto
b) Estação Metroviária
c) Estação Ferroviária
d) Estação Rodoviária

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III – De Permanência Transitória
a) alojamento
b) Hotel
c) Motel
d) Pensionato
e) Pousada
f) Sauna
V – Institucionais Coletivas
a) Asilo
b) Creche
c) Instituição de Reabilitação de Deficientes Físicos e/ou Mentais
d) Internato
e) Presídio
V – Residenciais Privativas
a) Unifamiliar
b) Multifamiliar
VI – Escolares
VII – Comerciais
a) Lojas
b) Posto de Combustíveis
c) Posto de Revenda de Gás Liquefeito de Petróleo – GLP
d) Supermercado
VIII – Hospitalares
IX – De Prestação de Serviços
a) Agência Bancária
b) Oficina
c) Posto de Lavagem e Lubrificação
X – Industriais
XI – Escritórios
XII – Clínicas
XIII – Laboratórios
XIV – Estúdios
XV – Estacionamentos
a) Garagens
b) Hangares
XVI – Depósitos
a) De Produtos Perigosos
b) Outros Depósitos
XVII – Mistas
§ 1° - As Edificações Mistas são aqueles que possuem mais de uma destinação:
§ 2° - As Edificações não mencionadas no presente artigo serão classificadas por
similaridade pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

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Art. 4° - As Vegetações e Outros Locais de Risco terão classificação diferenciada das
Edificações.
Art. 5° - Para efeito deste Regulamento, as vegetações terão a seguinte classificação:
I Área de Proteção Ambiental – APA
II – Reflorestamento
III – Vegetação em Geral

CAPÍTULO IV
DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS, DOS INCÊNDIOS
E DOS PROCESSOS DE EXTINÇÃO

Art. 6º - Para efeito deste Regulamento, os Riscos de Incêndio são classificados em


relação à classe de Ocupação na Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil, no Instituto de Resseguros do
Brasil – IRB e, conforme Norma Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
§ 1º - Os Riscos serão classificados por similaridades para os casos omissos na referida
tarifa e serão considerados pelo risco mais alto quando a destinação do local não for determinada.
§ 2º - Os Riscos serão considerados isolados quando forem atendidos os afastamentos e
isolamentos entre edificações, cujos requisitos são estabelecidos em Norma Técnica do Corpo de
Bombeiro Militar do Distrito Federal.
Art. 7º - Para efeito deste Regulamento, os incêndios são classificados segundo a natureza
dos materiais combustíveis, da seguinte forma:
I – Incêndio Classe A – Incêndios em materiais sólidos comuns, tais como madeira, papel,
tecido, plástico e similares;
II – Incêndio classe B – Incêndios em líquidos e gases combustíveis e inflamáveis, tais
como gasolina, álcool, óleo, solventes, GLP, e ainda, cera, graxas e similares.
III – Incêndio Classe C – Incêndios em instalações e equipamentos eletro-eletrônicos
energizados, tais como motores, aparelhos elétricos e eletrônicos e similares; e
IV – Incêndio Classe D – Incêndios em metais como sódio, titânio, urânio, magnésio,
potássio, e outros materiais que exijam processos especiais de extinção.
Art. 8º - Para efeito deste Regulamento, os Processos de Extinção de Incêndio são
classificados da seguinte forma:
I – Resfriamento – Caracteriza-se pela retirada do calor do processo de combustão;
II – Abafamento – Caracteriza-se pela retirada ou isolamento do comburente, geralmente
o oxigênio, do processo de combustão;
III – Retirada do Material – Caracteriza-se pela retirada do material combustível do
processo de combustão;
IV – Extinção Química – Caracteriza-se pela quebra da reação em cadeia.

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CAPÍTULO V
DAS PROTEÇÕES CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Art. 9º - As proteções Contra Incêndio e Pânico são classificadas em dois grupos, da
maneira a seguir discriminada:
I – PASSIVAS
a)Meios de prevenção contra incêndio e pânico:
- Correto dimensionamento e isolamento das instalações elétricas;
- Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
- Sinalização de segurança;
- Sistema de iluminação de emergência;
- Uso adequado de fontes de ignição;
- Uso adequado de produtos perigosos.
b)Meios de controle do crescimento e da propagação do incêndio e pânico:
- Controle de quantidade de materiais combustíveis incorporados aos elementos
construtivos;
- Resistência ao fogo de elementos decorativos e de acabamentos;
- Isolamentos;
- Afastamentos;
- Aceiros;
- Limitação do uso de materiais que emitam produtos nocivos sob a ação do calor ou
fogo;
- Controle da fumaça e dos produtos da combustão.
c)Meios de detecção e alarme:
- Sistema de alarme;
- Sistema de detecção de incêndio;
- Sistema de comunicação de emergência;
- Sistema de observação / vigilância.
d)Meios de Escape:
- Provisão de vias de escape;
- Saídas de emergência;
- Aparelhos especiais para escape;
- Elevador de emergência.
e)Meios de acesso e facilidade para operação de socorro:
- Vias de acesso;
- Acesso à edificação;
- Dispositivos de fixação de cabos para resgate e salvamento;
- Hidrantes urbanos;
- Mananciais;
- Provisão de meios de acesso dos equipamentos de combate às proximidades do edifício
sinistrado.
f)Meios de proteção contra colapso estrutural:

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- Correto dimensionamento das estruturas;
- Resistência ao fogo dos elementos estruturais;
- Revestimento de estruturas metálicas.
g)Meios de administração da proteção contra incêndio e pânico:
- Supervisor de segurança contra incêndio e pânico;
- Bombeiros Particular –(Brigada de Bombeiro Particular).

II – ATIVAS
a)Meios de extinção de incêndio:
- Sistema de proteção por extintores de incêndio;
- Sistema de proteção por hidrantes;
- Sistema de chuveiros automáticos, comumente denominados sprinklers;
- Sistema de espuma;
- Sistema fixo de gás carbônico (CO2);
- Sistema de Pó Químico Seco;
- Sistema fixo de água nebulizada;
- Sistema fixo de gases especiais;
- Abafadores;
- Bombas costais.
Parágrafo Único – Admitir-se-á, ainda outros Meios de Proteção não classificados no
presente artigo desde que devidamente reconhecidos pelo Corpo de Bombeiros Militar e do
Distrito Federal.
Art. 10º - A proteção Contra Incêndio e Pânico será especificada através de Normas
Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, homologadas pelo Conselho do
Sistema de Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico e sancionadas através de Portarias
do Comandante Geral da Corporação, publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal.

CAPÍTULO VI
DAS EXIGÊNCIAS BÁSICAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Art. 11 – O presente Regulamento não se aplica às edificações residenciais privativas
unifamiliares.
Art. 12 – As Áreas de Proteção Ambiental (APA) e as áreas de reflorestamento deverão
ser dotadas de aceiros em todo o seu perímetro externo e possuir vias internas de acesso.
Art. 13 – Em todos os locais onde haja a presença de materiais radioativos, explosivos e
outros produtos perigosos, deverão ser adotadas as medidas de proteção específicas
estabelecidas em Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

CAPÍTULO VII
DOS CANTEIROS DE OBRAS
Art. 14 – O corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal poderá realizar, de acordo com
Norma Técnica Específica, vistorias inopinadas em canteiros de obras, de forma a garantir as
condições mínimas de segurança contra incêndio e pânico no local.

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CAPÍTULO VIII
DAS INSTRUÇÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Art. 15 – Na falta de Especificações Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal e nos casos omissos, deverão ser adotadas as Normas dos Órgãos Oficiais e ,se necessário,
as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou outras reconhecidas pelo Corpo
de Bombeiros Militar do DF.
Parágrafo Único – No caso de inexistência de Normas Nacionais atinentes a determinado
assunto, poderão ser utilizadas Normas Internacionais, desde que autorizadas pelo Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal, através do Conselho do Sistema de Engenharia Contra
Incêndio e Pânico.

CAPÍTULO IX
DOS PROJETOS
Art. 16 – os projetos de instalação contra incêndio e pânico são apresentados ao Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal para análise e aprovação, obedecendo ao disposto em
Norma Técnica especifica.
§1º - A consulta Prévia, para análise e aprovação de projetos, deverá ser realizada junto
ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, devendo ser apresentado o estudo preliminar e
os dados necessários à análise
§2º - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal expedirá documento referente à
Consulta Prévia contendo as exigências básicas de segurança contra incêndio e pânico no prazo
máximo de 10 (dez) dias úteis.
§3º - O prazo máximo para análise e aprovação dos projetos será de 15 (quinze) dias
úteis, podendo ser prorrogado por igual período nos caso mais complexos, sendo comunicado ao
interessado.
§4º - A análise de projeto tem por objetivo conferir se os parâmetros básicos de
segurança contra incêndio e pânico estão sendo obedecidos, sendo de inteira responsabilidade do
autor do projeto e do responsável técnico pela execução da obra, os danos advindos do
descumprimento das Normas Técnicas do CBMDF.

CAPÍTULO X
DA INSTALAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS SISTEMAS
Art. 17 – A instalação dos Sistemas de Proteção Contra Incêndio e Pânico deverá ser feitas
por profissionais ou empresas credenciadas junto ao CBMDF.
Art.18 – A Manutenção e Conservação dos Sistemas de Proteção Contra Incêndio e
Pânico serão de responsabilidade do proprietário ou do usuário, devendo ser contratados
profissionais ou empresas, devidamente credenciados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal, para execução desse serviço.
Parágrafo Único - O serviço de Manutenção e Conservação será realizado de acordo com
o estabelecido em Normas Técnicas especificas.

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CAPITULO XI
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 19 – Para garantir o cumprimento das condições de segurança contra incêndio e
pânico, bem como do presente Regulamento, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
fiscalizará, através de seus Agentes Fiscalizadores, todo e qualquer empreendimento ou atividade
no âmbito do Distrito Federal, orientando e aplicando as sanções previstas em Lei específica,
quando necessário.
Parágrafo Único - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal estabelecerá, através
de Normas Técnicas, a periodicidade para realização de vistorias nos diversos tipos de edificações
e locais de risco, considerando a destinação e as suas características.
Art.20 – Realizada a vistoria, o Agente Fiscalizador registrará a situação encontrada e
emitirá Notificação. Parecer ou Relatório Técnico, onde constará, caso necessário, as exigências e
respectivos prazos pra o cumprimento.

CAPITULO XII
DAS PENALIDADES E SUAS MODALIDADES
Art. 21 – Para o cumprimento das disposições constantes em Normas Técnicas do Corpo
de Bombeiros Militar do Distrito Federal, a Instituição deverá fiscalizar todo e qualquer imóvel e
estabelecimento existente no Distrito Federal e quando necessário expedir notificação, aplicar
multa, interditar, apreender equipamentos e embargar obras, na forma prevista em lei especifica.
§ 1º - A Notificação será aplicada para os casos que configurarem infração, mas que não
apresentam riscos iminentes à vida.
§ 2º - A apreensão será aplicada quando o material apresentar risco iminente para a
segurança contra incêndio e pânico, devido às suas características ou procedência.
§ 3º - A Interdição será aplicada quando ocorrer o risco iminente de incêndio e pânico, e
quando as exigências do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal não forem cumpridas,
mesmo após a aplicação de outras penalidades. Após interditado o local, a desinterdição só
poderá ocorrer mediante autorização do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
§ 4º - O Embargo será aplicado nos casos de necessidade de paralisação de obras ou
serviços que apresentarem risco grave e iminente de incêndio e pânico.
Art. 22 – Caberá ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal estabelecer os
procedimentos necessários à aplicação das penalidades previstas na Lei especifica. através de
Normas Técnicas.

CAPITULO XIII
DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Art. 23 – O presente Regulamento aplica-se a edificações novas, além de servir como
exemplo de situação ideal, que deve ser buscada em adaptações de edificações em uso,
considerando suas devidas limitações.
§ 1º - Nos casos em que a adoção dos Meios de Proteção Contra Incêndio e Pânico
prejudique, comprovadamente, as condições estruturais da edificação, as exigências constantes
em Normas Técnicas do CBMDF, poderão ser dispensadas ou substituídas, desde que sejam

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garantidos os recursos básicos de segurança das pessoas, a critério do Corpo de Bombeiros Militar
do Distrito Federal.
§ 2º - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, quando solicitado ou
inopinadamente, fará as exigências específicas para as edificações existentes ou licenciadas antes
da vigência deste Regulamento, considerando as condições em que se encontram e as
possibilidades de adequação.
§ 3º - Os Meios de Proteção de fácil execução deverão ser adotados de imediato,
devendo constar das exigências do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por ocasião de
vistorias.
Art. 24 - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal poderá, além do previsto neste
Regulamento, adotar outras medidas que se fizerem necessárias para a proteção da incolumidade
pública.
Art. 25 - Para efeito deste Regulamento, as competências atribuídas ao Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal serão exercidas pela Diretoria de Serviços Técnicos do
CBMDF.
Art. 26 - Os casos omissos a este Regulamento serão solucionados pelo Conselho do
Sistema de Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, mediante homologação do Comandante-Geral da Instituição.

Brasília, 20 de julho de 2000


112º da Republica e 41º de Brasília
JOAQUIM DOMINGOS RORIZ

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PUBLICADA NO BG Nº 043 DE 02 DE MARÇO DE 2011 E NO DODF Nº 51, DE 16 DE MARÇO DE 2001, SEÇÃO 01, PÁG. 11

GOVERNO DO DISTRITO DEDERAL


CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL
PORTARIA N° 016 - CBMDF, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2011.
Aprova a Norma Técnica N° 007/2011-CBMDF, Brigada de Incêndio no âmbito do Distrito Federal.
O COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que
lhe confere o Art. 7°, incisos III, V e VI do Decreto n° 7.163, de 29 abr. 2010, que regulamenta o art. 10-B, inciso I,
da Lei n° 8.255, de 20 nov. 1991, que dispõe sobre a Organização Básica do CBMDF e considerando a proposta
apresentada pelo Chefe do Departamento de Segurança Contra Incêndio, resolve:
Art. 1° - Aprovar e colocar em vigor a NORMA TECNICA N° 007/2011-CBMDF, na forma do anexo a presente
Portaria.
Art. 2° - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Norma Técnica n° 007/2008 - CBMDF, publicada
em 21 de outubro de 2008.
Brasília - DF, em 28 de fevereiro de 2011.
155° do CBMDF e 51° de Brasília.

MÁRCIO DE SOUZA MATOS - CEL QOBM/Comb.


Comandante-Geral
ANEXO DA PORTARIA N° 016/2011
NORMA TECNICA Nº 007/2011-CBMDF Brigada de Incêndio
Sumário:
1. Objetivo.
2. Referências.
3. Definições e abreviaturas.
4. Condições gerais.
5. Condições específicas.
6. Análise de projeto.
7. Vistoria.
8. Anexos:
A - Dimensionamento da Brigada de Incêndio em edificações.
B - Dimensionamento da Brigada de Incêndio em eventos.
C - Currículo básico dos cursos de formação de Brigadista Particular.
D - Currículo básico para treinamento e orientação do Brigadista Voluntário.
E - Currículo básico de capacitação continuada da Brigadista Particular.
F - Currículo básico dos cursos de formação do Chefe de Brigada Particular.
G - Currículo básico de capacitação continuada do Chefe de Brigada Particular.
H - Conjunto de Primeiros Socorros.
I - Proposta de Fluxograma de procedimentos de emergência.
J - Modelo de Plano de Prevenção Contra Incêndio.
K - Modelo de relatório de atividades da Brigada de Incêndio – Edificações.
L - Modelo de relatório de atividades da Brigada de Incêndio – Eventos.
M - Formação de Brigada Particular Campo de Treinamento

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1. Objetivo
1.1 Fixar os critérios de dimensionamento, atribuições, formação e atuação das Brigadas de Incêndio em
edificação e eventos no Distrito Federal.

2. Documentos complementares:
2.1. Lei n° 2747, de 20 de julho de 2001 - Define as infrações e penalidades a serem aplicadas no caso de
descumprimento das normas referentes a segurança contra incêndio e pânico no âmbito do Distrito Federal;
2.2. Decreto n° 23154, de 09 de agosto de 2002 - Regulamenta a Lei n° 2747 de 20 de julho de 2001;
2.3. Decreto n° 21361, de 20 de julho de 2000 - Aprova o Regulamento de Segurança contra Incêndio e
Pânico do Distrito Federal;
2.4. Decreto n° 23.015, de 11 de junho de 2002 - Altera os artigos 16, 17 e 23, do Anexo I, do Decreto n°
21.361, de 20 de julho de 2000, que aprova o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito
Federal - RSIP e dá outras providências;
2.5. Norma Técnica n° 001/2002-CBMDF - Exigências de sistemas de proteção contra incêndio e pânico das
edificações do Distrito Federal;
2.6. Norma Técnica n° 002/2009-CBMDF - Classificação das edificações de acordo com os riscos;
2.7. Norma Técnica n° 006/2010-CBMDF - Emissão de certificado de credenciamento;
2.8. Norma Técnica n° 009/2002-CBMDF - Atividades Eventuais;
2.9. NR 04 do Ministério do Trabalho - SESMT.
2.10 Programa de Brigada de incêndio.

3. Definições e abreviaturas
Para efeitos desta norma são adotadas as seguintes definições:
3.1. Agente Fiscalizador: Militar da ativa do CBMDF, portador da Credencial de Agente Fiscalizador,
habilitado a realizar fiscalizações, bem como aplicar as penalidades previstas nesta Norma, na Lei n.° 2.747/01 e
nos Decretos 21.361/00 e 23.154/02;
3.2. Brigada de Incêndio: Grupo organizado de pessoas (supervisor de brigada, chefe de brigada e brigadistas
particulares e voluntários) treinados e capacitados para atuarem na segurança contra incêndio e pânico dentro
de uma edificação ou área preestabelecida;
3.3. Brigadista Particular: pessoa credenciada junto a CBMDF responsável por executar ações de prevenção
e de emergência, exclusivamente no local onde atue a Brigada de Incêndio, com dedicação exclusiva as
atribuições inerentes a sua função, sendo considerado um sistema de segurança Contra incêndio e pânico;
3.4. Brigadista Voluntário: pessoa pertencente ao quadro de funcionários da edificação (condomínio,
sociedade empresária, indústria, Órgão público, etc.) treinada para atuar em casos de emergência,
exclusivamente no seu local de trabalho, sendo considerado um sistema de segurança contra incêndio e pânico;
3.5. CBMDF: Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal;
3.6. Chefe de Brigada: Responsável por coordenar orientar e atuar nas ações de emergência na edificação
onde a Brigada de Incêndio atue, além de auxiliar o supervisor nas ações de prevenção contra incêndio e pânico;
3.7. Certificado de Credenciamento (CRD): Documento expedido pela CBMDF, que habilita empresas e
profissionais a prestarem serviços relativos à segurança contra incêndio e pânico no Distrito Federal, em função
da especialização comprovada e aprovada na Seção de Credenciamento do CBMDF;
3.8. DESEG: Departamento de Segurança Contra Incêndio;
3.9. Diretoria de Vistorias;

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3.10. Supervisor de Brigada: Responsável pela organização, estrutura, coordenação, treinamento,
elaboração dos relatórios, PPCI e supervisão das atividades da Brigada de Incêndio;
3.11. Conjunto de Primeiros Socorros: Materiais utilizados pela Brigada de Incêndio para o atendimento as
vitimas de pequenos acidentes com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas
condições, até que recebam assistência médica especializada;
3.12. Equipamento de Proteção Individual - EPI: Equipamento destinado a manutenção da integridade física
do usuário contra agressão de agentes físicos, químicos ou biológicos;
3.13. Exercício simulado: Exercício prático realizado periodicamente para manter a Brigada de Incêndio e os
ocupantes da edificação em condições de enfrentar uma situação real de emergência. Sendo denominado
exercício simulado total quando abrange todo o conjunto da área de atuação da Brigada de Incêndio, ou
exercício simulado parcial quando abrange apenas uma parte da área de atuação;
3.14. Inspeção: Exame efetuado por pessoal habilitado, que se realiza nos sistemas de proteção contra
incêndio e pânico, com a finalidade de verificar se este permanece em condições originais de operação;
3.15. PPCI - Plano de Prevenção contra Incêndio e Pânico: Documento que detalha o conjunto de ações e
recursos internos e externos ao local, permitindo controlar a situação em caso de emergência. Detalha o
planejamento das ações de prevenção e abandono em caso de emergência e pânico (treinamentos, palestras,
simulados, etc.);
3.16. População fixa: aquela que permanece regularmente na edificação, considerando-se o turno de
trabalho e a natureza da ocupação, bem como os profissionais terceirizados nestas condições.

4. Condições gerais
4.1. As edificações que se enquadrarem nos requisitos desta Norma deverão dispor de Brigada de Incêndio
própria ou contratar prestadora de serviço de Brigada de Incêndio;
4.2. Os eventos em que haja concentração de publico (festas, shows, feiras etc), deverão dispor de Brigada
de Incêndio, própria ou contratada;
4.3. Dimensionamento da Brigada de Incêndio;
4.3.1. A Brigada de Incêndio das edificações é dimensionada conforme o previsto no Anexo A, levando-
se em conta a população fixa e o risco de incêndio;
4.3.2. A Brigada de Incêndio dos eventos é dimensionada conforme o estabelecido no Anexo B, levando-
se em conta o público estimado para o evento e o disposto na Norma Técnica nº 009/2002 – CBMDF ou outra
que vier a substituí-la;
4.3.3. O CBMDF pode aumentar ou reduzir o número dos componentes da Brigada de Incêndio para as
edificações e eventos, mediante avaliação técnica do risco de incêndio e as condições especificas do caso
concreto.

4.4. Formação e Capacitação da Brigada de Incêndio;


4.4.1. Podem exercer a função de Supervisor de Brigada de Incêndio os profissionais com pós-graduação
na área de Segurança contra Incêndio e Pânico ou que possuírem registro Geral no posto de Oficial, expedido
pelos Corpos de Bombeiros de qualquer unidade da federação, desde que não estejam na ativa;
4.4.1.2 O Supervisor de Brigada de Incêndio deve ser credenciado junto ao CBMDF, nos termos da Norma
Técnica n° 006/2010 – CBMDF, ou outra que vier a substituí-la;
4.4.2 Podem exercer a função de Chefe de Brigada de Incêndio, os profissionais com formação técnica com
especialização em prevenção de incêndio e combate a incêndios, salvamento e primeiros socorros, em cursos
com carga horária superior a 1000 horas/aula, no conjunto destas disciplinas, comprovada por meio de
certificação expedida por instituição de ensino credenciada junto ao Ministério da Educação e Cultura – MEC,

15
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Empresas Formadoras de Brigadista Particular credenciadas ao CBMDF, Conselhos Regionais, além de
experiência mínima de (05) cinco anos comprovada em Carteira de Trabalho, ou que possuírem registro geral
expedido pelos Corpos de Bombeiros de qualquer unidade da federação, desde que não estejam na ativa.
4.4.3 O Chefe da Brigada de Incêndio deve possuir certificado de conclusão de ensino médio. Também deve
possuir o credenciamento de Brigadista Particular;
4.4.3.1 O Chefe de Brigada de Incêndio deve possuir o Credenciamento de Brigadista Particular, previsto nos
termos na Norma Técnica 006/2010-CBMDF ou outra que vier a substituí-la, exceto os profissionais que
possuírem registro Geral expedido pelos Corpos de Bombeiros de qualquer estado da Federação desde que não
estejam na Ativa;
4.4.4 Podem exercer a função de Brigadista Particular os profissionais com formação e especialização em
prevenção e combate a incêndios, salvamento e primeiros socorros, em cursos com carga horária superior a 150
horas/aula, no conjunto destas disciplinas, conforme anexo C, ou que possuírem registro geral expedido pelos
Corpos de Bombeiros de qualquer estado da Federação desde que não estejam na ativa.
4.4.4.1 O Brigadista Particular deve possuir certificado de conclusão do ensino fundamental. Sua formação deve
estar vinculada a uma Empresa Formadora de Brigadista Particular credenciada junto ao CBMDF, nos termos da
Norma Técnica n° 006/2010-CBMDF ou outra que vier a substituí-la.
4.4.5 Podem exercer a função de Brigadista Voluntário as pessoas pertencentes ao quadro de funcionários de
uma edificação, possuidoras de treinamento e de orientação dos Brigadistas Particulares da edificação,
conforme currículo definido no anexo D;
4.4.6 Os Chefes de Brigada e os Brigadistas deverão estar fisicamente aptos ao desempenho das atribuições da
Brigada de Incêndio, descritas no item 4.6.
4.5. Localização e recursos das Brigadas de Incêndio;
4.5.1. A Brigada de Incêndio deve dispor de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e comunicação
necessários ao desenvolvimento das suas atividades.
4.5.1.1. São equipamentos necessários ao funcionamento da Brigada de Incêndio: luvas, capacetes,
lanternas, aparelhos de comunicação via rádio e ou telefone móvel, conjunto de primeiros socorros (Anexo H) e
outros EPI, considerando os riscos específicos das edificações e eventos, especificados pelo CBMDF ou pelo
Supervisor da Brigada de Incêndio;
4.5.2 A Brigada de Incêndio deve dispor de sala em local de fácil acesso, junto a central de detecção e alarme de
incêndio, dispondo de rota de fuga, com distância máxima a percorrer de 25m de área segura, conforme projeto
aprovado junto a DIEAP/CBMDF;
4.5.3 Deve ser informado, por meio de placas nos acessos, corredores e locais de circulação das edificações,
sobre a existência da Brigada de Incêndio, a forma de contato e a localização da sala da Brigada de Incêndio, na
forma das NBR 13434 parte 1, 2 e 3.

4.6. Atribuições da Brigada de Incêndio;


4.6.1. O Brigadista de Particular deverá treinar e orientar os Brigadistas Voluntários da edificação,
conforme previsto no anexo D;
4.6.2. O Supervisor da Brigada de Incêndio é o responsável técnico pelas atividades da Brigada.
4.6.1.1 O Supervisor da Brigada de Incêndio deve elaborar o PPCI avaliando os riscos de incêndio específicos das
edificações à exceção dos eventos classificados como atividade eventual que possuem legislação especifica;
4.6.1.2 Ao Supervisor da Brigada de Incêndio cabe planejar e gerenciar as atribuições da Brigada, definidas no
item 4.6.
4.6.1.3 O Chefe da Brigada de Incêndio é o responsável por fazer a Brigada executar as suas atribuições definidas
nesta norma e no PPCI;

16
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
4.6.2 Ao Chefe da Brigada cabe executar o PPCI;
4.6.3 Os Brigadistas particulares devem executar exclusivamente as atribuições da Brigada de Incêndio previsto
nesta norma e no PPCI;
4.6.3.1 Fora do horário de funcionamento das atividades desenvolvidas na edificação é permitida a permanência
mínima de 02 (dois) Brigadistas Particulares no local;
4.6.4 Os Brigadistas Voluntários selecionados na população fixa da edificação executam as atividades previstas
no PPCI;
4.6.5 A Brigada de Incêndio tem por atribuição executar ações de prevenção e emergência nas edificações e
executar ações de emergência em eventos que estimulem a concentração de publico;
4.6.5.1 As ações de prevenção são as atribuições fundamentais da Brigada de Incêndio nas edificações.
4.6.1 São ações de prevenção:
4.6.6.1 Elaborar, implementar e propor alterações, quando necessário, ao PPCI Plano de Prevenção contra
Incêndio e Pânico;
4.6.6.2 Fazer rondas periódicas nos ambientes do local de atuação;
4.6.6.3 Identificar os riscos de incêndio e pânico existentes no local da atuação;
4.6.6.4 Definir os procedimentos para a população em caso de sinistros e exercícios simulados;
4.6.6.5 Treinar a população para o abandono da edificação quanto aos procedimentos a serem adotados em
caso de emergência, por meio de exercícios simulados, palestras, estágios, cursos etc..
4.6.6.6 Inspecionar periodicamente os sistema de proteção contra incêndio e pânico, em espacial as saídas de
emergência, bem como solicitar da área responsável manutenção dos sistemas preventivos que estiverem
inoperantes;
4.6.6.7 Conhecer o funcionamento e saber operar os sistemas de proteção contra incêndio e pânico existentes
no local da atuação;
4.6.6.8 Elaborar relatório das atividades prestadas apontando as irregularidades encontradas nos sistemas de
proteção contra incêndio e pânico, riscos identificados, emergências atendidas, exercícios simulados,
treinamentos e etc;
4.6.7 São ações de emergência:
4.6.7.1 Identificação da situação de emergência;
4.6.7.2 Auxiliar no abandono da população da edificação adotando as técnicas de abandono de área;
4.6.7.3 Acionar imediatamente o CBMDF, independentemente de análise de situação;
4.6.7.4 Verificar a transmissão do alarme aos ocupantes;
4.6.7.5 Combater os incêndios em sua fase inicial, de forma que possam ser controlados por meio de extintores
ou mangueiras de incêndio da própria edificação e onde não haja a necessidade de uso de equipamentos de
proteção individuais específicos (equipamentos autônomos de proteção respiratória, capas de aproximação etc);
4.6.7.6 Atuar no controle de pânico;
4.6.7.7 Prestar os primeiros socorros a feridos;
4.6.7.8 Realizar a retirada de materiais para reduzir as perdas patrimoniais devido a sinistros;
4.6.7.9 Interromper o fornecimento de energia elétrica e gás liqüefeito de petróleo quando da ocorrência de
sinistro;
4.6.7.10 Estar sempre em condições de auxiliar o CBMDF, por ocasião de sua chegada, no sentido de fornecer
dados gerais sobre o evento bem como, promover o rápido e fácil acesso aos dispositivos de segurança e ao
PPCI.

17
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

4.7. Exercícios simulados.


4.7.1. Os exercícios simulados devem ser realizados no mínimo anualmente, na edificação com a
participação de toda a população;
4.7.2. O exercício simulado objetiva treinar a Brigada de Incêndio em suas atribuições e a população
para o abandono seguro da edificação;
4.7.3. O exercício simulado permite avaliar a Brigada de Incêndio e a condição de segurança contra
incêndio e pânico da edificação devendo ser elaborado relatório, pelo supervisor da Brigada de Incêndio,
contendo no mínimo:
a) Dia e Horário do evento;
b) Tempo gasto no abandono;
c) Tempo gasto no retorno;
d) Tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
e) Desempenho da Brigada de Incêndio:
e.1) Grau de conhecimento do PPCI;
e.2) Eficiência na utilização dos sistemas de proteção;
e.3) Condição física para desempenho das atribuições;
e.4) Controle emocional;
e.5) Liderança e condução da população ao local seguro;
e.6) Cooperação com o Corpo de Bombeiros, Policia, Defesa Civil, etc.
f) Comportamento da população;
g) Tempo de chegada do Corpo de Bombeiros;
h) Falhas dos sistemas de proteção e outros equipamentos;
i) Dificuldades para abandono da edificação;
j) Falhas operacionais da Brigada de Incêndio;
k) 0utros identificados pela Brigada de Incêndio;
l) Executar Plano de Auxílio mútuo – PAM.
4.8 Plano de Prevenção contra incêndio e pânico – PPCI.
4.8.1 Toda edificação ou complexo de edificações que tenha obrigatoriedade de instalar Brigada de Incêndio
deverá possuir PPCI atualizado. Segue modelo de PPCI como Anexo H;
4.8.2 O responsável pela elaboração, implementação, gerenciamento e coordenação do PPCI para a edificação é
o supervisor da Brigada de Incêndio, o qual deve enviar cópia ao Diretor do Departamento de Segurança Contra
Incêndio e Pânico no prazo de 30 (trinta) dias úteis a partir do inicio das atividades da Brigada de Incêndio na
edificação ou complexo de edificações, sujeito a sanções previstas na Lei nº 2747 de 20 de junho de 2001, em
caso de descumprimento;
4.8.2.1 O Departamento de Segurança Contra Incêndio deve avaliar o PPCI verificando a pertinência e relevância
das informações apresentadas com base na legislação vigente, propondo alterações, se for o caso;
4.8.2.2 O Supervisor da Brigada de Incêndio após submeter o PPCI a avaliação do Departamento de Segurança
Contra Incêndio deve encaminhar cópia deste ao quartel do Corpo de Bombeiros da área para conhecimento e
atuação conjunta em simulados;
4.8.3 O PPCI deverá ser encaminhado pelo Comandante do Quartel do Corpo de Bombeiros da área após ser
avaliado e aprovado pelo Departamento de Segurança Contra incêndio e pânico num prazo máximo de 5 (cinco)
dias úteis;
4.8.3.1 O PPCI deverá está sempre disponível para eventuais consultas e/ou ações inopinadas do CBMDF, com a
equipe de Brigadistas Particulares e/ou Brigadistas Voluntários que estiverem se serviço;

18
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
4.8.4 As edificações que não tenham obrigatoriedade de possuir supervisor da Brigada de Incêndio em tempo
integral ou parcial devem contratá-lo para, no mínimo, elaborarem o PPCI;
4.8.5 O PPCI deve ser apresentado em material impresso e de acordo com NBR 14.100/1998 – Proteção Contra
Incêndio – símbolos gráficos para projeto.
4.8.6 O PPCI deve conter, no mínimo:
4.8.6.1 Dados da edificação (endereço, destinação, área total construída, altura, população fixa e flutuante e
quartel de bombeiros mais próximo);
4.8.6.2 Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o caso (razão social, nome fantasia, CNPJ,
endereço, telefone, n° CRD);
4.8.6.3 Composição da Brigada de Incêndio (nome e CPF do supervisor e do chefe da brigada, quantidade total e
por turno de brigadistas particulares e voluntários, turnos de serviço);
4.8.6.4 Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e pânico da edificação, meios de
comunicação, equipamentos de proteção e outros materiais).
4.8.6.5 Sistemas contra incêndio e pânico, descrevendo o sistema, instalações, operação, quantidade de
equipamentos, manutenção em cada pavimento ( ver Art. 9º do Regulamento de Segurança Contra Incêndio –
Dec. 21361/2000;
4.8.6.6 Procedimentos em situação de emergência para cada situação de risco identificada, conforme destinação
da edificação, definindo claramente os procedimentos e as responsabilidades de cada membro da Brigada de
Incêndio sobre as ações de emergência a serem adotadas em cada caso, bem como as técnicas de abandono de
área utilizadas em caso de abandono da edificação;
4.8.6.7 Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos membros da brigada, itens a serem
inspecionados nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico, palestras, cursos e programas de treinamento
da população e dos membros da brigada e execução de exercícios simulados);
4.8.6.8 Plantas e croquis indicando as fontes de risco com círculos vermelhos e as rotas de fuga com setas verdes
em cada pavimento, localizar a sala da brigada, os pontos de formação e os principais sistemas de proteção
(extintores, hidrantes, registro de recalque, RTI, central de alarme, acionadores manuais, VGA dos chuveiros
automáticos, Central de GLP etc), apresentando planta de situação contendo a edificação, o Quartel de Corpo de
Bombeiros mais próximo e indicando as vias de acesso e os hidrantes urbanos mais próximos.
4.8.6.9 Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da Brigada de Incêndio segue como Anexo I.
4.9 Relatório das atividades prestadas.
4.9.1 A Brigada de Incêndio deve elaborar relatório das atividades executadas, disponibilizando-o em seus locais
de atuação, para fiscalização do CBMDF;
4.9.2 O responsável pela elaboração do relatório das atividades prestadas é o Supervisor da brigada ou Chefe da
Brigada, conforme o dimensionamento previsto no Anexo A;
4.9.3 O relatório das atividades prestadas mensalmente por Brigadas de Incêndio em edificações deve conter: os
sistemas de proteção contra incêndio e pânico, inspecionados, as irregularidades encontradas e as manutenções
requeridas e realizadas nos sistemas, os riscos identificados, as emergências atendidas, os exercícios simulados,
os treinamentos, as palestras e outras atividades que julgar pertinentes, conforme modelo do Anexo K.
4.9.4 O relatório das atividades prestadas por Brigadas de Incêndio em eventos deve conter o nome e o
endereço dos eventos atendidos, as irregularidades encontradas nos sistemas de proteção contra incêndio e
pânico do local, os riscos identificados, as emergências atendidas e os recursos disponíveis, conforme modelo do
Anexo L.
4.10 Do uniforme da Brigada de Incêndio.
4.10.1 Os Brigadistas Voluntários são dispensados do uso de uniforme, sendo identificados no crachá funcional.
O uso do colete com inscrição “Brigadista Voluntário” e opcional, mas caso faça uso do mesmo, este deverá ser

19
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
submetido à apreciação e aprovação da Seção de Credenciamento – SECRE/DIVIS, conforme consta no item 4.10
e demais subitens desta Norma Técnica.
4.10.2 Os Brigadistas Particulares desenvolverão suas atividades uniformizados, a fim de serem facilmente
identificados;
4.10.3 O uniforme dos Brigadistas Particulares é de uso exclusivo no local de serviço, sendo vedado o uso para
deslocamentos em vias publicas ou em atividade particular;
4.10.4 O uniforme do Brigadista Particular deverá ser diferente em padrões de cores, formato, acabamento,
bolsos, pregas, reforço, costuras e acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal e por outras forcas militares ou policiais, no âmbito federal, estadual, distrital ou municipal.
4.10.5 Os uniformes dos Brigadistas Particulares utilizados nas Brigadas de Incêndio próprias ou pelas
prestadoras de serviço de Brigada de Incêndio devem ser distintos entre si;
4.10.6 O uniforme do Brigadista Particular deverá conter somente:
a) Razão social ou nome de fantasia da empresa;
b) O logotipo da prestadora de serviço, se for o caso;
c) Plaqueta de identificação (crachá) do Brigadista Particular, autenticada pela empresa, com validade de
06(seis) meses, constando o nome e fotografia colorida em tamanho 3x4;
d) Descrição “Brigadista” na parte posterior do uniforme;
e) Identificação do local onde presta serviço a fim de facilitar a ação do agente fiscalizador do Corpo de
Bombeiros, bem como evitar qualquer equivoco por parte da sociedade e autoridades do DF, por possível
semelhança com os uniformes do Corpo de Bombeiros Militar.
4.10.7 Não será permitida a fixação de quaisquer brevês, insígnias, medalhas ou congêneres no uniforme do
Brigadista Particular;
4.10.8 O uniforme do Brigadista Particular deve ser aprovado e registrado na Seção de Credenciamento – SECRE/
DIVIS antes de sua utilização, mediante a apresentação de:
a) Memorial ou projeto do uniforme;
b) Fotografias do uniforme (frontal, posterior e lateral);
c) Uniforme confeccionado em tecido.
4.10.9 Poderão ser solicitadas declarações de diversos Órgãos quanto a não similaridade com seus uniformes;
4.10.10 A edificação com Brigada de Incêndio própria ou a prestadora de serviço deve fornecer o uniforme ao
Brigadista Particular.

5. Condições Específicas
5.1 0 atual uniforme de cor amarela dos brigadistas particulares está proibido por ser sua confecção, linhas,
formas, proteções e outras características idênticas ao uniforme previsto no Regulamento de Uniforme do
CBMDF;
5.2 As áreas militares ficam isentas das exigências desta Norma ficando os Comandantes de OM responsáveis
pelo treinamento de seus militares no combate ao princípio de incêndio;
5.3 Os casos omissos nesta norma serão solucionados pelo Conselho do Sistema de Engenharia de Segurança
contra Incêndio e Pânico do CBMDF;
5.4 Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a Norma Técnica n° 007/2008-CBMDF;
5.5 As edificações com destinação multifamiliar ficam isentas da obrigatoriedade de Brigadista Particular, porém,
os funcionários do condomínio devem estar aptos a combater um princípio de incêndio e orientados a acionar o
CBMDF;
5.6 Avaliação de conhecimento do Brigadista Particular.

20
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
5.6.1 O CBMDF poderá avaliar os profissionais da Brigada de Incêndio de empresa credenciada ao
DIVIS/DESEG/ CBMDF a qualquer tempo, com provas de conhecimento teórico e prático;
5.6.2 A avaliação de conhecimento deverá ser aplicada nos profissionais das Brigadas de Incêndio já
credenciadas;
5.6.3 As avaliações teóricas serão de caráter objetivo ou subjetivo, ou ambos a critério do CBMDF;
5.6.4 A prova prática e teórica quando julgada necessária, será aplicada no local da prestação de serviço
ou nas instalações do CBMDF;
5.6.5 A convocação das avaliações se dará por meio de comunicação, cuja forma seja devidamente
registrada e comprovada pelo CBMDF;
5.6.6 O credenciado que não atender a (02) duas convocações para avaliação, sem justa causa, terá seu
credenciamento suspenso;
5.6.7 O credenciado que não atender a (03) três convocações ou for reprovado na 3ª avaliação
consecutiva será descredenciado;
5.6.8 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado, a empresa prestadora ou formadora será
notificada;
5.6.9 Os Brigadistas particulares ou proponentes que não forem aprovados em suas avaliações deverão
comparecer ao DESEG/ CBMDF no prazo de (30) trinta dias, afim de agendarem uma 2ª avaliação de
conhecimento;
5.6.10 O intervalo entre a avaliação de um mesmo profissional não poderá ser inferior a (15) quinze dias
e superior a (60) sessenta dias.

6 Análise de Projeto
6.6 A análise do projeto da Brigada de Incêndio consiste na verificação da correta aplicação dos parâmetros
técnicos para o dimensionamento e uniforme da Brigada de Incêndio e do PPCI, previstos nesta Norma.

7 Vistoria

7.1 O CBMDF realizará vistorias inopinadas ou a pedido nas Brigadas de Incêndio, por intermédio de seus
agentes fiscalizadores, para averiguação do cumprimento da presente norma.
7.2 Nas vistorias das brigadas de incêndio devem ser verificados os seguintes itens:
7.2.1 Apresentação da relação nominal dos brigadistas e seus certificados de formação e
credenciamento junto ao CBMDF, no caso de Brigada de Incêndio própria;
7.2.2 Apresentação do CRD da prestadora de serviços em caso de Brigada de Incêndio contratada;
7.2.3 Dimensionamento da Brigada de Incêndio, conforme o previsto no item 4.3 e no Anexo A;
7.2.4 Disponibilidade e instalação dos recursos para funcionamento da brigada de incêndio, conforme
previsto no item 4.5;
7.2.5 Apresentação do PPCI, conforme previsto no item 4.8;
7.2.6 Apresentação dos relatórios de serviços prestados e exercícios simulados, conforme previsto
respectivamente nos itens 4.7 e 4.9;
7.2.7 Uniforme dos brigadistas particulares, conforme previsto no item 4.10.

7.3 O CBMDF poderá avaliar a qualquer tempo os Brigadistas Particular e Voluntário, com provas de
conhecimento prático e teórico.
7.3.1 As avaliações teóricas serão de caráter objetivo, ou subjetivo, ou de ambos a critério do CBMDF.

21
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
7.4 A avaliação do Brigadista Particular será feita mediante 20 perguntas.
7.4.1 O Brigadista Particular deve acertar no mínimo 15 das 20 perguntas realizadas;
7.4.2 Serão avaliados no mínimo dois Brigadistas Particulares mediante sorteio ou todos os brigadistas
da edificação, a critério do CBMDF;
7.4.3 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado será determinada a reciclagem dos brigadistas
particulares.
7.5 A avaliação do Brigadista Voluntário será feita mediante 15 perguntas de caráter objetivo, ou subjetivo,
ou de ambos a critério do CBMDF.

7.5.1 O Brigadista Voluntário deve acertar no mínimo 10 das 15 perguntas realizadas;


7.5.2 Serão avaliados 5 % dos brigadistas voluntários, mediante sorteio, ou todos os brigadistas da
edificação, a critério do CBMDF;
7.5.3 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado poderá ser determinada o treinamento e
orientação aos Brigadistas voluntários conforme currículo do Anexo D;
7.5.4 A prova prática, quando julgada necessária, será aplicada no local da prestação do serviço ou nas
instalações do CBMDF.

7.6 Todos os dados solicitados pelos agentes fiscalizadores devem estar atualizados e disponíveis as brigadas
contra incêndio nos locais de prestação de serviço de Brigada de Incêndio.

8 Do Certificado

8.1 No Certificado do Brigadista Particular deve constar os seguintes dados:


a) Nome completo do concludente com Nº da carteira de identidade - RG;
b) Carga horária com o nome do instrutor;
c) Período de treinamento;
d) Supervisor: Nome, habilitação RG ( Militar) e Nº da Carteira de Identidade profissional
e) Citar que o certificado está em conformidade com a Norma Técnica vigente;
f) Campo para homologação do CBMDF e para capacitação continuada no próprio Certificado.

9 Atualização – Capacitação continuada


9.1 A capacitação continuada do Chefe de Brigada, Brigadista Particular deve ser realizada a cada 24 (vinte e
quatro) meses.
10 Da capacitação continuada do Chefe de Brigada de Incêndio
10.1 O Chefe da Brigada Particular dever realizar a capacitação continuada, conforme anexo G;
10.2 O Brigadista Particular deve realizar a capacitação continuada, conforme anexo E.

11. Campo de Treinamento


11.1. O Campo de Treinamento deve seguir o previsto no anexo M desta Norma
_______________________________________CBMDF________________________________

Norma Técnica nº 007/2011 — CBMDF — Brigada de Incêndio, aprovada pelo Conselho do Sistema de
Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico do CBMDF, em 21 de setembro de 2010.

22
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
População Fixa

Composição da
Risco de
Brigada de
incêndio Acima de 5000
Incêndio
Ate 11 a 51 a 01 a 51 a 01 a 001 a 001 a 501 a Para cada grupo
10 50 100 250 500 1000 2000 3500 5000 de4000 ou fração
acima de 2000
Supervisor - - - - - - - - **1 1
Chefe - - - - - - **1 1 1 1
Brigadista - - - - -
A
Particular - - - - 2 4 4 4 6 2
Brigadista
Voluntário 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%
Supervisor - - - - - - - **1 1 1
Chefe - - - - - **1 1 1 1 1
Brigadista - - - -
B1
Particular - - - 2 4 4 4 4 6 2
Brigadista - -
Voluntário - - 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%
Supervisor - - - - - - **1 1 1 1
Chefe - - - - **1 1 1 1 1 2
Brigadista - - -
B2
Particular - - 2 4 4 4 4 4 6 4
Brigadista - -
Voluntário - 20% 20% 20% 15% 10% 10% 10% 10% 10%
Supervisor - - - - - - **1 **1 1 1
Chefe - - - - - **1 1 1 2 2
Brigadista - - -
C1
Particular - - - 2 4 4 4 6 8 4
Brigadista - - -
Voluntário 30% 30% 30% 20% 15% 15% 15% 15% 15% 15%
Supervisor - - - - - **1 **1 1 2 1
Chefe - - - - **1 1 1 2 4 2
Brigadista - -
C2
Particular - - 2 4 4 4 6 8 10 4
Brigadista - -
Voluntário 50% 50% 30% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 20%
* Risco da edificação definido pela Norma Técnica n° 02/2009 - CBMDF.
** Período de 6 horas.
ANEXO A
Dimensionamento da Brigada de Incêndio em edificações

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

PCI
PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO
“O incêndio ocorre onde a prevenção é falha”
ÍNDICE PÁGINAS
Histórico do fogo 24
Teoria do fogo 24
Incêndio 25
Elementos essenciais do fogo 25
Pontos críticos de temperatura 27
Propagação do fogo 28
Fazes do fogo 29
Formas de combustão 32
Classificação do incêndio quanto à proporção 33
Classes de incêndio 35
Métodos de extinção 35
Agentes extintores 36
Aparelhos extintores 38
Tipos de aparelhos extintores portáteis 41
Aparelhos extintores sobre rodas 47
Quadro resumo do uso dos aparelhos extintores 49
Manutenção e inspeção dos aparelhos extintores 49
Noções de ventilação 57
Conceitos importantes 60
Sistemas de preventivos fixos 63
Canalização de preventivos e registros de passeio 63
Barrilete 63
Caixa de incêndio e seus respectivos equipamentos 63
Caixa d’água subterrânea 63
Caixa d’água superior 64
Dispositivo de emergência para uso do Corpo de Bombeiros 64
Cores das canalizações em uma edificação 64
Chuveiros automáticos (SPRINKLER) 64
Detectores de incêndio 67
Central de alarmes de incêndio 69
Iluminação de emergência 72
Saídas de emergência 75
Sinalização de segurança 76

24
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) 79
Resumo dos preventivos fixos de uma edificação 81
Estruturação das brigadas de combate a incêndio 82
Atribuições da brigada de combate a incêndio 83
Divisão de competência de brigada 85
Plano de escape 86
Como planejar o treinamento do plano de escape 87
Execução do plano de escape 87
Gás liquefeito de petróleo (GLP)

HISTÓRICO DO FOGO

Escritos científicos informam que o homem aprendeu a fazer o fogo há cerca de 500.000
anos, quando ainda vagava pelas florestas na forma de Homo Erectus, o ancestral do homem
moderno. Pesquisadores como o Dr. DREK WALTON na universidade de McMaster em Ontário
refuta essa tese tradicional. De acordo com suas descobertas,num sítio arqueológico do Quênia,
os ancestrais humanos teriam aprendido a fazer fogo muito antes cerca de 1,4 milhões de anos
atrás.

O fogo representa incontestavelmente a primeira aquisição tecnológica da humanidade,


marca um ponto decisivo na evolução da inteligência humana. Quando os nossos ancestrais
fizeram o primeiro fogo pelo seu estado primitivo houve uma casualidade. Será que o ancestral
humano quando atritava uma pedra sobre a outra fez gerar calor e a folha seca da árvore ali
existente entrou em combustão formando chamas? O fogo para o homem primitivo tratava-se de
uma força misteriosa e indomável, uma entidade mitológica, um Deus; depois foi usado para
aquecer suas cavernas, afugentar animais ferozes e cozinhar seus alimentos.

Acreditamos que o primeiro incêndio de causa não natural interrompeu-se quando


ocorreu a primeira formação de chamas provocada pelo homem. Tendo havido uma casualidade
no surgimento do fogo, portanto, visto algo misterioso, o homem sentiu medo e não manteve o
fogo sob controle.

A própria história da química começa com o fogo. Procurando explicar a origem da


matéria Anaxímenes (585-528 a. C.), admitiu que eram 4 os elementos da matéria: o ar, o fogo, a
terra e água.

Em 1777, Lavoisier (1743-1794 d.C ), químico francês derrubou a teoria de Flogisto que
dizia que substância combustível é constituída de dois elementos: o Hogito, que na combustão se

25
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
desprende com produção de luz e calor, e o incombustível que é resíduo da combustão,
mostrando que a combustão é uma reação de combinação de uma substância com o oxigênio, em
condição de temperatura adequada, processando-se em geral de forma rápida, capaz de manter-
se por si.

TEORIA DO FOGO

Introdução
O efetivo controle e extinção do incêndio requerem um entendimento da natureza
química e física do fogo. Isso inclui Informações sobre fontes de calor, composição e
características e as condições necessárias para combustão.

O QUE É FOGO
O fogo é uma reação química das mais elementares, chamada combustão ou queima
entre três elementos: COMBUSTÍVEL, COMBURENTE e FONTE DE CALOR.

Definição: Fogo é um fenômeno químico, denominado combustão, que ocorre com a


produção de luz e calor.

TRIÂNGULO DO FOGO: Para facilidade de compreensão, o FOGO é


representado simbolicamente por um triângulo, ao qual
denominamos “TRIÂNGULO DO FOGO”.

A existência do fogo está condicionada à presença desses três


elementos EM CONDIÇÕES FAVORÁVEIS.

Durante a reação, isto é, durante a QUEIMA, há desprendimento do CALOR e LUZ,


continuamente.

TETRAEDRO DO FOGO
Modernamente, foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento: A REAÇÃO EM
CADEIA formando assim, o tetraedro ou quadrado do fogo. Os combustíveis após Iniciar a
combustão geram mais calor liberando mais gases ou vapores combustíveis, sendo que os átomos
livres são os responsáveis pela liberação de toda a energia necessária para a reação em cadeia.

26
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

INCÊNDIO
Quando sob controle, o fogo é sempre de extrema necessidade, no entanto, quando foge
do controle do homem transforma-se num agente de grande poder destruidor - O INCÊNDIO.

Definição de Incêndio
Fogo que foge do controle do homem queimando aquilo que ele não é destinado a
queimar.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DO FOGO


São eles: combustível, comburente, calor e reação em cadeia.

1 COMBUSTÍVEL
É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão, sendo o elemento que
serve de campo de propagação do fogo.
Os combustíveis dividem-se em três grupos; de acordo com o estado físico em que se
apresentam, podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.

a) Combustíveis sólidos
A maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e, então, reagem como
oxigênio. Exemplos: madeira, papel, plástico, ferro, etc.
Os combustíveis sólidos possuem forma e volume definido e queimam em superfície e em
profundidade; quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e,
conseqüentemente, o processo de combustão.Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito
calor para queimar, mas se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo,
quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da combustão.

b) Combustíveis líquidos

27
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Tem algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor, aumentando o
perigo. Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contém, é importante notar também
que a maioria dos líquidos inflamáveis são mais leve que a água, e portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a sua volatilidade, que é a facilidade com que os
líquidos inflamáveis liberam vapores, também é de grande Importância, porque quanto mais
volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo ou mesmo explosão.

c) Combustíveis gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo. rapidamente, a ocupar todo o recipiente que
está envolvido.
Os combustíveis gasosos são armazenados em recipientes sob pressão.
Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se, mas se o peso do
gás é maior que do ar, o gás permanece próximo ao solo e caminha na direção do vento,
obedecendo aos contornos do terreno.

2. COMBURENTE OU OXIGÊNIO
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum na
natureza é o oxigênio, encontrado na atmosfera a 21%.

A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de


outros gases. O AR

o
1%
21% oxigênio
nitrogênio
outros gases
78%

3. CALOR ou AGENTE ÍGNEO:

Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de


outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da
matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a
matéria.

28
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

4. REAÇÃO EM CADEIA

A reação em cadeia torna a queima auto-


sustentável. O calor irradiado da chama atinge o
combustível e este é decomposto em partículas
menores, que se combinam com o oxigênio e
queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um circulo constante.

PONTOS CRÍTICOS DE TEMPERATURA OU PONTOS DE COMBUSTÃO

Sabemos que é necessário unir três elementos para que o FOGO apareça, entretanto, por
vezes, esses três elementos estão presentes e o FOGO não ocorre, porque a quantidade de calor é
insuficiente para queimar o COMBUSTÍVEL.
Para exemplificar melhor, imaginemos uma frigideira com óleo combustível sobre a
chama de um fogão. O óleo começará aquecer e a desprender vapores (gases); se deixarmos por
algum tempo, observaremos que um dado momento o referido combustível se incendiará sem
que haja contato com a chama externa. Para que o óleo aquecido lentamente comece a queimar,
ele passou por três pontos de aquecimento que chamaremos de PONTO DE FULGOR, PONTO DE
COMBUSTÃO, PONTO DE IGNIÇÃO.

Ponto de fulgor
É a temperatura na qual o combustível começa a desprender vapores (gases), que se
tomarem contatos diretos com uma chama queimarão, porém a chama produzida não se mantém,
em vista da quantidade de vapores desprendidos ser muito pequena.

1 2 3
° º Bu º
) m )

29
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
1º) Com uma fonte externa de calor
2º) Os gases entram em COMBUSTÃO
3º) Afastada a fonte, cessa a combustão

Ponto de combustão ou inflamação


É a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases), que se tomarem
contato com uma chama queimará, ate que acabe o combustível.

1 2 3
º
º º Bu
m

1º) Com uma fonte externa de calor


2º) Os gases entram em COMBUSTÃO
3º) Afastada a fonte, a combustão continua,

Ponto de Ignição
É a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases) que com o simples
contato com oxigênio existente no ar queima até que o combustível acabe.

Os gases entram em combustão espontaneamente, independente de uma fonte externa


de calor.

PROPAGAÇÃO DO FOGO
O calor é um dos principais causadores do alastramento de um
fogo. Ele pode, caso não seja impedido, ser transmitido até
mesmo a grandes distâncias, das seguintes formas:
IRRADIAÇÃO, CONDUÇÃO, CONVECÇÃO.

30
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Irradiação
É a transmissão de calor através de raios e ondas que ocorrem em espaços vazios.
Um exemplo diário deste fenômeno é o calor do sol (fonte) irradiado através do espaço
até a terra (corpo); e como o caso do sol, existem inúmeras outras formas de irradiação
que poderiam contribuir para a propagação do fogo.

Condução

Transm
É transmissão do calor que ocorre de uma fonte para um corpo, material
issão que seja um bom condutor de calor. Se pegarmos um pedaço de ferro e
de
segurarmos um dos pontos com a mão e colocarmos a outra ponta em
Calor
contato com uma fonte de calor, vamos rceber após alguns segundos, que
todo o ferro está quente, indo aquecer conseqüentemente a nossa mão, e
se ao, invés de nossa mão, tivesse tendo contato com outro combustível
qualquer, te iria queimar.

Convecção
É a transmissão do calor através do ar e dos líquidos;
ocorre devido ao fato de o ar como os líquidos podem ser
aquecidos quando em contato com o fogo. O ar quente sempre
sobe e leva consigo o calor que poderá entrar em contato com o
combustível e propagar o fogo.

31
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

FASES DO FOGO

Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de que o fogo seja
descoberto no início e a situação resolvida. Mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e
fechada, o fogo continuará crescendo até ganhar

grandes proporções. Essa situação pode ser controlada com a aplicação dos
procedimentos básicos de ventilação.
O incêndio pode ser melhor entendido se estudarmos seus três estágios de
desenvolvimento.
Fase Inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido e o
fogo está produzindo vapor d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e
outros gases. Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos combustíveis, e a
temperatura do ambiente, neste estágio está ainda pouco acima do normal. O calor está sendo
gerado e evoluirá com o aumento do fogo.
 Temperatura
existente a 38º
 Produção de gases
inflamáveis
 Oxigênio a 20% no
ar

Queima livre
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito da
convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente. Isto força a entrada de ar fresco pelas
aberturas nos pontos mais baixos do ambiente.
Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo, forçam o ar frio a
permanecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos combustíveis nos níveis mais
altos do ambiente. Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se manter
abaixados e usar o equipamento de proteção respiratória. Uma inspiração desse ar superaquecido

32
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
pode queimar os pulmões. Neste momento, a temperatura nas regiões superiores (nível do teto)
pode exceder 700ºC.

 Gases aquecidos
preenchem a parte mais
alta do ambiente
 Manter-se
abaixado para evitar
danos provocados pelo
calor

“Flashover”
Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente.
Quando determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma
queima instantânea e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão
ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas. Esse fenômeno é conhecido como
“Flashover”.

33
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Queima Lenta
Como nas fases anteriores, o fogo
continua a consumir oxigênio, até atingir um
ponto onde o comburente é insuficiente para
sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas
podem deixar de existir se não houver ar
suficiente para mantê-las (na faixa de 8% a 0%
de oxigênio). O fogo é normalmente reduzido a
brasas, o ambiente torna-se completamente
ocupado por fumaça densa e os gases se
expandem. Devido à pressão interna ser maior que a externa, os gases saem por todas as fendas
em forma de lufadas, que podem ser observadas em todos os pontos do ambiente. E esse calor
intenso reduz os combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim, vapores
combustíveis.

“Backdraft”
A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na qual o oxigênio
combina-se com outros elementos.
O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre outros materiais,
com na madeira. Quando a madeira queima, o carbono combina com o oxigênio para formar
dióxido de carbono (CO2), ou monóxido de carbono (CO). Quando o oxigênio é encontrado em
quantidades menores, o carbono livre (C) é liberado, o que pode ser notado na cor preta da
fumaça.
Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há
oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre

permanece, e as partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis,
produtos da combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for
suficiente. Na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos
“Backdraff”.
A ventilação adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos
sejam retirados do ambiente. Ventilação inadequada suprirá abundante e perigosamente o local
com o elemento que faltava (oxigênio). provocando uma explosão ambiental.
As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”.
 fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
 fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo
do ambiente em forma de lufadas;
 calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);

34
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 pequenas chamas ou inexistência destas;
 resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
 pouco ruído;
 movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em
alguns casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).

FORMAS DE COMBUSTÃO

As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em: completa,


incompleta, espontânea e explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o
combustível. O calor entra no processo para decompor o combustível. A velocidade da combustão
variará de acordo com a porcentagem
do oxigênio no ambiente e as características
físicas e químicas do combustível.

Combustão completa
É aquela em que a queima produz calor
e chamas e se processa em ambiente rico em
oxigênio.

35
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Combustão incompleta
É aquela em que a queima produz calor
e pouca ou nenhuma chama, e se
processa em ambiente pobre em
oxigênio.

Combustão espontânea
É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela
ação de bactérias, fermentam. A fermentação produz calor e libera gases que podem incendiar.
Alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de calor (materiais com baixo ponto de
ignição); outros entram em combustão à temperatura ambiente (20º C), como o fósforo branco.
Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera
calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão. Por exemplo, água + sódio.

PRODUTOS DA COMBUSTÃO
Os materiais combustíveis ao entrarem em combustão viva têm como resultado os
seguintes produtos:
 fumaça
 calor
 vapor d’água
 carvão
 cinza.

CLASSIFICAÇÃO DO INCÊNDIO QUANTO À PROPORÇÃO

Principio de Incêndio
São incêndios na sua fase inicial, ou seja, a explosão propriamente dita. Nesta fase o uso
de um extintor será suficiente para o combate. Exemplos de princípios de incêndio:
 fogo em uma lixeira de escritório
 fogo em um sofá
 fogo em um televisor, etc.

36
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Pequeno Incêndio
São incêndios em sua fase de evolução. Em termos de espaço físico, podemos calcular
como um fogo que lavra em um cômodo residencial (sala, quarto, cozinha, etc). Uma equipe de
Bombeiro Particular, bem treinada, poderá debelar um incêndio pequeno com uma linha de
mangueiras do preventivo fixo da edificação.

Médios Incêndios
São incêndios que alcançaram proporções que, para serem debelados, necessitam de um
socorro organizado de bombeiros.(Viaturas operacionais do CBMDF ABI , ABT , ABS , URSA , UTE ,
APM , AEM , ASE , ARF,ABPE AR).

Grandes Incêndios
São incêndios que alcançaram grandes proporções, onde se necessitam de medidas
severas para o seu combate e controle. Exemplos: os incêndios nos edifícios Joelma, Andraus,
Grande Avenida, Andorinhas, etc.

Incêndios extraordinários
São incêndios causados por fenômenos naturais (vulcões terremotos, ventanias, etc)

CLASSES DE INCÊNDIO

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais com eles envolvidos, bem
como a situação como se encontram; essa classificação é feita para determinar o agente extintor
adequado para o tipo de incêndio específico.
Para facilitar a maneira de se combater os incêndios, vamos dividi-los em quatro classes:
CLASSE “A” - Combustíveis sólidos
CLASSE ”B” - Combustíveis líquidos
CLASSE “C” - Equipamentos energizados; e
CLASSE “D” - Materiais Pirofóricos.

Definições
CLASSE “A” – incêndios envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira,
pano, borracha:
O incêndio em classe “A” como o da madeira, atinge em superfície e profundidade.

37
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

CLASSE “B” – incêndio envolvendo combustíveis líquidos inflamáveis graxas e gases


combustíveis.
É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em
profundidade.

CLASSE “C” - incêndio envolvendo materiais energizados.


É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao brigadista.

CLASSE “D” - incêndio envolvendo materiais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio,


antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio).É caracterizado
pela queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns, principalmente
os que contém água.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Métodos de extinção do fogo

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos


essenciais que provocam o fogo.

Retirada do material
É a forma mais simples de se extinguir
um incêndio. Baseia-se na retirada do material
combustível, ainda não atingido, da área de
propagação do fogo, interrompendo a

38
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
alimentação da combustão. Método também denominado isolamento, corte ou remoção do
suprimento do combustível Ex.: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de
combustível liquido ou gasoso, retirada de materiais combustíveis do ambiente em chamas,
realização de aceiro, etc

Resfriamento ou Controle do Calor


É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do
material combustível que está queimando. diminuindo,
conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água
é o agente extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver
calor e ser facilmente encontrado na natureza. A redução da
temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água
(jatos), de modo que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de
produzir. É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com
baixo ponto de combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria até a
temperatura ambiente e o material continuará produzindo
gases combustíveis.

Abafamento
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio
com o material combustível. Não havendo comburente para
reagir com o combustível, não haverá fogo. Com exceção estão os
materiais que têm oxigênio em sua composição e queimam sem
necessidade do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o
fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o
combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima
de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo
álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas
experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em
contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor
d’água, espumas, pós, gases especiais etc.

Quebra da reação em cadeia


Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação
do calor, reagindo sobre a área das chamas, interrompendo assim a
“reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio
comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só

39
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
ocorre quando há chamas

AGENTES EXTINTORES
Agentes extintores são substâncias que, devido às suas características, quando lançados
sobre um fogo o extinguem.
São inúmeros os agentes extintores existentes, porém os mais comuns são:
ÁGUA
ESPUMA (Mecânica ou Química)
GÁS CARBÔNICO (CO2)
PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

Água (H2O)
O mais comum e muito usado por ser encontrado em abundância. Age por resfriamento,
quando aplicado sob a forma do jato sólido ou neblina nos incêndios de Classe A; é difícil extinguir
o fogo em líquidos inflamáveis com água por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de
energia elétrica, o que a torna extremamente perigosa nos incêndios de Classe C.
Aparelho que carrega em seu Interior o agente extintor Água
Para que a água (agente extintor) seja expulsa do recipiente (extintor de incêndio) é
necessário a presença de uma pressão interna, que será conseguida com a ajuda de um gás
propelente não combustível (CO2, Nitrogênio, etc.)

Gás Propelente

Água

*Pressão Injetada *Pressurizado

Espuma

Existem dois tipos: química e mecânica.


A espuma química é produzida juntando-se soluções aquosas de sulfato de alumínio e
bicarbonato de sódio (com alcaçuz ou saponina como estabilizador). Sua razão média de expansão

40
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
é de 1 para 10.
A espuma mecânica é produzida pelo batimento mecânico de água com extrato
proteínico, uma espécie de sabão líquido concentrado. Sua razão de expansão é de 1 para 6. A
espuma mecânica de alta expansão chega a 1 para 1000.
Tanto a espuma química como a mecânica têm dupla ação. Agem por resfriamento,
devido a água e por abafamento, devido a própria espuma. Portanto são úteis nos incêndios de
Classe A e B.
Não devem ser empregadas em incêndios de Classe C porque contêm água.

Água, Bicarbornado
de Sódio e Alcaçus

Água e Sulfato de Alumínio

Gás carbônico (CO2)


Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade.
Pesa cerca de 1,5 vezes mais do que o ar atmosférico e é armazenado, sob a pressão de
850 libras, em tubos de aço.
Quando aplicado sobre os incêndios, age por abafamento, suprimindo e isolando o
oxigênio do ar.
É eficiente nos incêndio de Classes C pode ser utilizado nos de Classe B e não dá bons
resultados nos de Classe A.

Pressurizado
Corpo

Pó químico (PQS)
O pó químico comum é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio. micropulverizado e
5% de estearato de potássio, de magnésio e outros, para melhorar sua fluidez e torná-lo repelente
à umidade e ao empedramento. Age por abafamento e, segundo teorias mais modernas, age por
interrupção da reação em cadeia de combustão, motivo pelo qual é o agente mais eficiente para

41
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
incêndios de Classe B.
Não conduz eletricidade e pode ser usado em fogo de Classe C. Contudo, deve-se evitá-lo
em equipamentos eletrônicos onde, aliás, o CO2 é mais indicado. Não dá bons resultados nos
incêndios de Classe A.

Pressão Injetada Pressurizado

Inovações Na Área De Agentes Extintores

Pó químico ABC - Tri Classe


O pó químico ABC é fabricado a base de Fosfato Monoamônico, com grande capacidade
extintora.
Age por abafamento e interrupção da reação em cadeia de combustão, sendo um dos
agentes mais eficientes para incêndios das Classes A, B e C.

Gás Halotron - Tri Classe


Agente limpo tri-classe ABC, veio para substituir o Halon 1211, onde não foi
ambientalmente aceito por prejudicar a camada de ozônio.
O Gás HaIotron é fabricado a base de HCFC 123 onde foi ambientalmente aceito pelos
órgãos ambientais, além da sua grande capacidade extintora.

APARELHOS EXTINTORES
São equipamentos destinados a combater o incêndio na sua fase inicial. Os extintores de
incêndio são aparelhos, que carregam em seu interior, um dos tipos de agente extintor citado
anteriormente, que deverá ser usado em princípios de incêndio.
O extintor receberá sempre o nome do agente
extintor que transporta e deverá ser construído
conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Poderá ser:
Portátil - quando seu peso total for igual ou inferior a
25kg, e operado por uma única pessoa;

42
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Carreta ou Sobre rodas - quando seu peso total passar de 25kg, ou sua
operação exigir mais de uma pessoa. Após instalado, um extintor nunca
poderá ser removido, a não ser quando para uso em combate ao fogo,
recarga, teste ou instrução: estar sempre sinalizado e seu acesso
desobstruído.
O êxito da extinção dependerá:
 da escolha correta do extintor a ser usado;
 não perder tempo para iniciar o combate ao fogo;
 da habilidade do manuseio do extintor;
 da manutenção e revisão periódica do aparelho.
Hipóteses que justificam a retirada do extintor do local:
 uso para instruções;
 para extinção de incêndio;
 para manutenção ou recarga.

Extintores Portáteis
Instalação
Os extintores portáteis podem ser localizados interna ou externamente à área de risco a
ser protegida.
Quando os extintores forem fixados em paredes ou colunas, os suportes devem resistir a
três vezes a massa total do extintor.

Os extintores deverão ser fixados de maneira que nenhuma de suas partes fique acima de
1,60m do piso, podendo em alguns casos ser instalado sobre suportes, desde que a parte inferior
esteja a 0,2 m do piso e que não fiquem obstruídos e que a visibilidade não fique prejudicada.
Os extintores não devem ficar em contato direto com o piso e serem instalados de
maneira que:
a) não haja a menor probabilidade do fogo bloquear o seu acesso;
b) seja visível, para que todos os usuários fiquem familiarizados com sua localização;
c) permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial;
d) não fique instalado em escada;
e) nos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que haja trabalho, a não ser
operações de carga e descarga, é permitida a colocação de extintores em grupos e
próximo às portas de entrada e/ ou saída;
f) não fiquem obstruídas por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou qualquer
outro material;
g) Esteja junto ao acesso dos riscos;
h) sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo, etc;

43
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Dimensionamento
O sistema de proteção deve ser dimensionado considerando- se:

a) classe ocupacional de riscos;


b) área de proteção;
c) distância máxima a ser percorrida;
d) natureza do fogo a ser extinto;
e) agente extintor a ser utilizado.

Classes ocupacionais de risco


De acordo com a natureza de suas ocupações, os riscos isolados constantes da Tarifa
Seguro Incêndio do Brasil (T.S.I.B.), são classificados em três classes:
a) Classes A (risco pequeno) excluídos os depósitos, que devem ser considerados como
Classe B
b) classes B (risco médio) inclusive os depósitos de classes de ocupação
c) classes C (risco grande)
Área de proteção do extintor de acordo com a classe Ocupacional de Risco:

Uma unidade extintora protege uma área máxima de


a) Risco A : 270m2
b) Risco B: 135m2
c) Risco C: 90m2

Distância máxima a percorrer do acordo com a classe ocupacional de risco:


a) Risco A: 20m
b) Risco B: 15m
c) Risco C: 10m

Unidade extintora
Constitui uma unidade extintora um aparelho extintor portátil contendo a
carga especificada na tabela abaixo:
Agente extintor Carga
Água 10 litros
Gás Carbônico (CO2) 06 quilos
Pó químico (PQS) 06 quilos

É considerada como uma unidade padrão convencionada para um determinado agente


extintor.

44
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Condições especificas
O estabelecimento, mesmo dotado de outros sistemas de prevenção, será provido de
preventivos por extintores; tais aparelhos devem ser apropriados à classe de incêndio a extinguir.

Sinalização
Os locais destinados aos extintores devem ser sinalizados por uma seta indicativa na cor
vermelha com bordas amarelas e a denominação do agente extintor acima dos extintores. Nas
indústrias, depósitos, galpões, oficinas e similares, nos locais onde os extintores forem colocados
estes serão sinalizados no piso por quadrado de 70x70 pintado na cor vermelha e borda de 15cm
pintada de amarelo a inscrição em negrito “PROIBIDO DEPOSITAR MATERIAL”.
Nos extintores localizados em colunas pilares ou similar a sinalização deve aparecer em
todo contorno da coluna, de modo a facilitar a visualização do aparelho.

Os extintores deverão ser sinalizados a uma altura de 1,80m. Sua parte superior não poderá
ultrapassar a 1,60m acima do piso. Não se deve instalar extintores em escadas.

TIPOS DE APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS


(PRESSURIZADOS E PRESSÃO INJETADA)
Extintor de água (pressurizado)
Características
Capacidade 10 litros
Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndio Classe “A”
Alcance do jato 10 metros
Tipo de jato Contínuo
Distância de uso 04m a 08m
Funcionamento: A pressão interna expele a a água quando
o gatilho é acionado
OBS.: Jamais utilizar em incêndio na Classe “C” e “B”

45
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Cuidados a serem observador no uso de extintores de água

 Não tentar reparar defeitos nos extintores, encaminha-los a uma firma


especializada
 Não recolocar o extintor no suporte sem antes recarregá-lo
 Não utilizar em equipamentos elétricos com energia elétrica
Extintor der espuma mecânica (pressurizado)

Características
Capacidade 10 litros (água e LGE)
Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndio Classe “A” e “B”
Alcance do jato 05 metros
Tipo de jato Contínuo
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: Quando é feita a inversão do aparelho
extintor a uma reação química dos elemento existentes
expelindo, a espuma de imediato.
OBS.: Jamais utilizar em incêndio na Classe “C”

Cuidados a serem observados no uso de extintores de espuma química

 Não inverter o extintor fora do local de uso


 Não usa-lo em instalações elétricas com energia ligada
 Não dirigir o jato diretamente sobre o líquido em chamas, pois haverá risco de
espalhar o fogo
 Se após a inversão para o uso o aparelho não funcionar, abandone-o em local
afastado, pois o aparelho defeituoso ou entupido apresentam risco de explosão
 Não tente reparar defeitos dos aparelhos, encaminhe-os a uma oficina
especializada
 Não recoloque o aparelho no seu local costumeiro, sem antes carrega-lo

46
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Extintor de pó químico seco (pressurizado)

Características
Capacidade 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 kg
Unidade extintora 6 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e
“C”, Classe “D” utiliza pó
químico seco especial
Alcance do jato 05 metros
Tipo de jato intermitente
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o
gatilho é acionado.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe “A” e risco
de danificar materiais Classe “C”.

Cuidados a serem observados no uso de extintores de pó químicos seco (PQS)

 Não tentar reparar os aparelhos defeituosos, encaminhe-os a uma firma especializada


 Não recolocar o aparelho no seu local costumeiro sem antes recarregá-lo

Extintor de pó químico seco (pressão injetada)

47
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Características
Capacidade 4, 6, 8, 10 e 12 kg
Unidade extintora 6 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e
“C”. Classe “D” utiliza pó
químico seco especial
Alcance médio do jato 05 metros
Tipo de jato intermitente
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro
de gás comprimido acoplado. Este ao ser aberto,
pressuriza o extintor, expelindo o pó quando o gatilho é
acionado.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe “A” e risco
de danificar materiais Classe “C”.

Extintor de gás carbônico CO2

Características
Capacidade 1, 2, 4, e 6 kg
Unidade extintora 6kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e “C”.
Alcance do jato 2,5 metros
Tipo de jato Contínuo com movimentos de
varredura
Distância de uso 01m a 02m
Funcionamento: O gás é armazenado sob pressão e
liberado quando acionado o gatilho.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe “A” .

Funcionamento:
1º Remover o pino de segurança
2º segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho de válvula com a mão
esquerda

48
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Cuidados a serem observados no uso de extintores de CO2

 Não tentar reparar aparelhos defeituosos, encaminhe-os à uma firma


especializada
 Não recolocar no suporte os aparelhos usados, sem antes recarregá-los
 Não conservar os extintores de gás carbônico (CO2) em locais de temperatura
elevada (acima de 40ºC)

Extintor de gás halotron

Características
Capacidade 2, 3 kg a 3,5 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e “C”.
Alcance do jato 4 metros
Tipo de jato Contínuo com movimentos de
varredura
Distância de uso 2m a 4m
Funcionamento: O gás é armazenado sob pressão e
liberado quando acionado o gatilho.

- agente limpo “tri-classe ABC”


- substituto do Halon 1211
- ambientalmente aceito
- gás Halotron I – Tri-classe
base: HCFC 123

Extintor de pó ABC

Características
Capacidade 1,2,4,6, 9 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” ,“B” e “C”.
Alcance do jato 4 metros
Tipo de jato Intermitente
Distância de uso 2m a 4m
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o
gatilho é acionado.

49
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Pó ABC – Tri-classe
Base: Fosfato Monoamônico

APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS

Carreta de água

Características
Capacidade 75 a 150 litros
Aplicação Incêndio Classe “A”
Alcance do jato 13 metros
Tempo de descarga 75 180 segundos
litros
Funcionamento: Acoplado ao corpo da carreta há um
cilindro de gás comprimido que, quando aberto,
pressuriza-o, expelindo a água após acionado o gatilho.

Carreta de espuma mecânica


Características
Capacidade 75 a 150 litros
Aplicação Incêndio Classe “A” e “B”
Alcance do jato 7,5 metros
Tempo de descarga 75 litros 180 segundos
Funcionamento: Há um cilindro de gás comprimido acoplado ao corpo
do extintor, que, sendo aberto, pressuriza-o, expelindo a mistura de
água e LGE, quando acionado o gatilho. No esguicho lançador é
adicionado ar à pré-mistura, ocorrendo batimento, formando espuma.

Carreta de pó químico seco


Características
Capacidade 20 a 100 kg
Aplicação Incêndio Classe “B” e
“C”
Alcance do jato 3 metros
Tempo de descarga 20 kg 120 segundos
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há um cilindro
de gás comprimido que, ao ser aberto, pressuriza-o,
expelindo o pó quando acionado o gatilho.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Carreta de gás carbônico


Características
Capacidade 25 a 50 kg
Aplicação Incêndio Classe “B” e “C”
Alcance do jato 3 metros
Tempo de descarga para 60 segundos
25 kg
Funcionamento: O gás carbônico sob pressão é liberado quando acionado o gatilho.

Operação
Para extintores pressurizados
1. Levar o extintor ao local do fogo;
2. Colocar-se a uma distância segura;
3. Retirar o pino de segurança;
4. Empunhar a mangueira;
5. Acionar o gatilho, aplicando o jato na base do fogo. Em caso de líquido inflamável,
dirigir o jato em anteparo ou indiretamente de forma a evitar a agitação do líquido.
Para extintores com pressão injetada (com ampola externa)
1. Levar o extintor ao local do fogo;
2. Colocar-se a uma distância segura;
3. Abrir o registro da ampola;
4. Aplicar o jato na base do fogo. Em caso de fogo em líquido inflamável. dirigir o jato em
anteparo ou diretamente de forma, a evitar a agitação do líquido;
5. Manter um filme sobre o líquido inflamável após a aplicação, evitando. desta forme, a
reigniçâo.

QUADRO RESUMO DO USO DOS APARELHOS EXTINTORES


APARELHO EXTINTOR
CLASSE ÁGUA PQS CO2 ESPUMA
DE Distância de uso: Distância de uso: Distância de uso: Distância de uso:
INCÊNDIO 4a8m 2a4m 1a2m 4a8m
Jato contínuo Jato intermitente Jato contínuo Jato contínuo
Forma de leque varredura
A *
Combustíveis Sim Sim Sim Sim
sólidos Resfriamento e Abafamento
comuns abafamento secund.
neblina Resfria

51
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
B
líquidos Não Sim Sim Sim
e gases Abafamento
combustíveis
C **
Elétricos Não Sim Sim Não
energizados abafamento
D
Ligas Não Sim Não Não
metálicas Especial
Metais
pirofóricos
* Risco de reignição ** Corrosivo
Lembre-se: Aparelho extintor portátil é para uso em princípio de incêndio.

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DOS APARELHOS EXTINTORES


A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e termina com
a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro e eficiente.
É realizada através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso, visibilidade,
rótulo de identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos físicos, obstrução no bico ou na
mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão nos manômetros.
Manômetro
 Aparelho indicador de pressão;
 Nos aparelhos extintores pressurizados de ÁGUA, PÓS, ESPUMA e HALON indicam se há
pressão para uso;
 VERMELHO – PRESSÃO ABAIXO DO NORMAL. Deve ser enviado para manutenção a fim de
ser recarregado;
 VERDE – PRESSÃO NORMAL. Ideal para uso;
 BRANCO/AMARELO – EXCESSO DE PRESSÃO. Porém pode ser usado.

Teste hidrostático
Teste no qual o cilindro do aparelho extintor é submetido a uma pressão pré-
determinada a fim de comprovar e garantir a sua integridade física.
O TESTE HIDROSTÁTICO é realizado OBRIGATORIAMENTE a cada 05 anos de uso do
aparelho; o teste é executado por empresa especializada, devendo gravar no cilindro, o ano da
realização.

EXTINTOR CO2
Modelos 4 e 6 Kg – CO2
Especificações Técnicas

52
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 PINO-TRAVA
2 ALÇA DA TRAVA
3 PARAFUSO DE FIXAÇÃO
4 ARRUELA
5 GATILHO
6 PORCA
7 MIOLO
8 O’RING DO MIOLO
9 O ‘RING DO PINO DE DESCOMPRESSÃO
10 SELO LACRE COM TIMBRE
11 PINO DE DESCARGA
12 VEDAÇÃO
13 PORTA-VEDAÇÃO
14 MOLA CO2
15 ARRUELA DO MIOLO
16 REBITE DE FIXAÇÃO
17 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
18 CORPO DA VÁLVULA
19 QUEBRA-JATO 4 KG
QUEBRA-JATO 6 KG
20 LINGÜETA DE FIXAÇÃO
21 BUJÃO DE SEGURANÇA
22 ARRUELA DE SEGURANÇA
23 DISCO DE SEGURANÇA
24 CILINDRO CO2 4 KG
CILINDRO CO2 6 KG
25 SIFÃO 4 KG
SIFÃO 6 KG
26 MANGUEIRA
27 PUNHO
28 HASTE DE FIXAÇÃO
29 DIFUSOR
30 DECALQUE P/CO2 4 KG
DECALQUE P/CO2 6 KG

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o extintor de
incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no local adequado e de fácil,acesso,
que não tenha sido violado e que não apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça
seu funcionamento.
Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa inspeção:
1. O extintor está limpo e bem conservado?
2. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
3. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?

53
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
4. O lacre de inviolabilidade está intacto ou faltando?
5. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
6. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou amassamento de
qualquer natureza?
7. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a especificação?
8. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de extintor?
9. Aperte o conjunto da mangueira rosqueando-a na válvula (a mesma não deverá
permitir sua retirada com a mão)
10. O difusor contém trincas ou algum tipo de obstrução?
11. As rodas das carretas estão girando livres e bem encaixadas ao eixo? (somente para
modelo CO2 10kg)
12. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por uma capa
plástica ou abrigo próprio?
13. O peso do extintor completo (inclusive o conjunto da mangueira) corresponde ao
peso indicado na válvula, com uma tolerância de carga em -10% (menos dez por
cento)?
Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor deverá ser
imediatamente submetido à manutenção, podendo ainda indicar a necessidade da
realização de recarga ou ensaio hidrostático, exceto quanto aos itens 1 e 8.

Atenção!
Os extintores de CO2 contêm gás carbônico inerte a alta pressão. Durante a operação de
descarga do gás, segure firme o conjunto da mangueira pelo punho do difusor acione o gatilho , o
gás CO2 é congelante e pode causar queimadura na pele. Por isso escolha um local que seja amplo
e arejado além de vazio. E nunca dirija o jato a objeto, pessoas ou animais. Durante a descarga
poderá ocorrer condensação ao longo da mangueira.

Nunca descarregue o extintor de CO2 em locais fechados ou sem ventilação!

O gás CO2 é ASFIXIANTE!

Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do agente extintor

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.
a) Cilindro
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de descapagem
química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio hidrostático

54
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Gravar segundo item 1 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 18,9 Mpa, não devendo apresentar
deformação permanente superior a 10%
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 11.716

EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 MANÔMETRO – BOURDON
MANÔMETRO - ESPIRAL
2 REBITE DO GATILHO
3 SELO LACRE COM TIMBRE
4 GATILHO
5 PINO-TRAVA
6 ALÇA DA TRAVA
7 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
8 CORPO DA VÁLVULA
9 O ‘RING DA VÁLVULA
10 O’RING DO CONJUNTO VEDAÇÃO
11 PINO DE DESCARGA
12 ARRUELA DO CONJ. VEDAÇÃO
13 -VEDAÇÃO
14 MOLA M30 PÓ QUÍMICO
15 PORCA
16 CILINDRO
17 SIFÃO P6
18 SAIA PLÁSTICA
19 DECALQUE P6 BC-Y50
DECALQUE P6 BC-Y95
DECALQUE P6 ABC-40
20 CONJUNTO MANGUEIRA

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o extintor de
incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no local adequado e de fácil,acesso,
que não tenha sido violado e que não apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça
seu funcionamento.

Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa inspeção:

1. O extintor está limpo e bem conservado?


2. O ponteiro indicador de pressão está na faixa de operação (área verde)?
1. A capacidade da carga e garantia está dentro do prazo?
55
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
2. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?
3. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
4. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
5. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou amassamento de
qualquer natureza?
6. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a especificação?
7. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de extintor?
8. Aperte o conjunto da mangueira rosqueando-a na válvula (a mesma não deverá
permitir sua retirada com a mão)
9. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por uma capa
plástica ou abrigo próprio?
Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor deverá ser
imediatamente submetido à manutenção.

Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do agente extintor
específico e pressurização com nitrogênio.

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.

a) Recipiente
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de descapagem
química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio hidrostático
 Gravar segundo item 5.4 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 2,5 Mpa (25,5 Kgfcm2)
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 10.721
b) Conjunto mangueira
 Fazer ensaios hidrostáticos durante 1 minuto a pressão de 2,9 Mpa
 Assegurar que internamente não fiquem resíduos dos fluidos de ensaio

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA – AP


Modelo AP-10 litros

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 MANÔMETRO – BOURDON
MANÔMETRO - ESPIRAL
2 REBITE DO GATILHO
3 SELO LACRE COM TIMBRE
4 GATILHO

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
5 PINO-TRAVA
6 ALÇA DA TRAVA
7 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
8 CORPO DA VÁLVULA
9 O ‘RING DA VÁLVULA
10 O’RING DO CONJUNTO VEDAÇÃO
11 PINO DE DESCARGA
12 ARRUELA DO CONJ. VEDAÇÃO
13 -VEDAÇÃO
14 MOLA M30 ÁGUA
15 PORCA DE FIXAÇÃO
16 CILINDRO
17 SIFÃO ÁGUA/ESPUMA
18 DECALQUE AGUA
19 CONJUNTO MANGUEIRA

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o extintor de
incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no local adequado e de fácil,acesso,
que não tenha sido violado e que não apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça
seu funcionamento.

Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa inspeção:


1. O extintor está limpo e bem conservado?
2. O ponteiro indicador de pressão está na faixa de operação (área verde)?
3. A validade da carga e garantia está dentro do prazo?
4. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?
5. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
6. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
7. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou amassamento de
qualquer natureza?
8. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a especificação?
9. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de extintor?
10. Verifique se a mangueira está bem fixada à válvula (a mesma não deverá permitir
sua retirada com a mão)
11. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por uma capa
plástica ou abrigo próprio?
Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor deverá ser
imediatamente submetido à manutenção, podendo ainda indicar a necessidade da
realização de recarga ou ensaio hidrostático, exceto quanto aos itens 1 e 8.
.

57
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do agente extintor
específico e pressurização com nitrogênio.

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.

c) Recipiente
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de descapagem
química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio hidrostático
 Gravar segundo item 5.4 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 2,5 Mpa (25,5 Kgfcm2)
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 10.715
d) Conjunto mangueira
 Fazer ensaios hidrostáticos durante 1 minuto a pressão de 2,0 Mpa
 Assegurar que internamente não fiquem resíduos dos fluidos de ensaio

EXTINTORES

OBSERVAÇÕES E DICAS

1. O extintor de espuma química, que recentemente saiu do mercado, tinha alguns


inconvenientes que certamente contribuíram para sua eliminação os quais são:
a) Por trata-se de produto químico (prejudicial à saúde);
b) Por falta de controle no cilindro (agente extintor);
c) Meio de transporte (fácil reação);
d) Prejudicial ao ambiente (odor);
e) Difícil manuseio (funciona de cabeça para baixo);
f) Única saída (bico fácil de entupir).

2. Extintor de pressurização indireta (pressurizável)


É aquele cilindro que tem na parte externa afixado uma ampola, que também é
conhecida como recipiente, podendo para efeito de melhor entendimento e identificação, ser
ainda chamada de “filhote”. Neste caso, o agente extintor está dentro do cilindro, e o agente
expelente “gás” está fora dentro da ampola ou “filhote”.

3. Extintor de pressurização direta (pressurizado)


É aquele cilindro que tem no seu interior o agente extintor junto com o agente expelente
(gás), não necessitando do filhote.

58
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Nota: O gás aconselhável em ambos os casos, é o nitrogênio ou CO2, sendo que nos extintores
tipo PQS, o nitrogênio é o ideal.
4. Existem somente 02 (dois) tipos de cilindros de extintores? Os de baixa pressão e os de
alta pressão, sendo o CO2 (gás carbônico) o único extintor de alta pressão, todos os demais são de
baixa.
5. Para se distinguir o extintor de alta pressão do extintor de baixa pressão, basta
observar no cilindro: o cilindro de alta pressão não tem nenhuma solda, costura ou emenda, é o
único que possui o difusor (espalhador) e o punho na extremidade da mangueira; outra
característica é o peso, em média um cilindro de CO2 de 06kg, tem o peso final acima de 15kg.
6. Ao contrário do extintor de alta pressão CO2, todos os demais extintores são de baixa
pressão, aceitando solda e emendas.
7. Perda de pressão do extintor pressurizado (pressurização direta), se dá quando houver
qualquer problema nas peças que compõem o conjunto de válvula, os oring de vedação (anéis de
borracha) pino de descarga e a pêra (carrapeta), peças que podem estar sujas, amassadas,
cortadas, ressecadas e ainda com defeito de fabricação.
8. Todo e qualquer cilindro de alta pressão, em sua válvula a inscrição de PV (peso vazio)
e PC (peso cheio), o que podemos afirmar que nenhuma Brigada de Incêndio pode deixar de ter
uma balança, único instrumento de trabalho que vai permitir efetuar a pesagem do cilindro para
conferir o peso do “agente extintor”.
9. É comum alguns Bombeiros Particulares se expressarem mal quanto ao extintor de
pressurização direta (pressurizado), ou seja, um determinado extintor foi carregado, pressurizado,
colocando a trava de segurança do gatilho, o lacre de inviolabilidade, entretanto, mesmo sem
ninguém quebrar o lacre e puxar a trava de segurança, foi constatado que no manômetro, o
ponteiro estava marcando no campo vermelho, o que significa que o extintor está sem condições
de uso. A frase ERRADAMENTE pronunciada por grande parte dos Bombeiros Particulares é que o
extintor está vazio, o CORRETO seria dizer que o extintor está despressurizado.

NOÇÕES DE VENTILAÇÃO
É aplicada no combate a incêndio. É a remoção e dispersão sistemática de fumaça, gases
e vapores quentes de uns locais confinados, proporcionando a troca dos produtos da combustão
por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos bombeiros no ambiente sinistrado. Neste Manual,
chamaremos de produto da combustão a fumaça, os gases e os vapores quentes. São tipos de
ventilação: natural e forçada.

Vantagens da ventilação
Os grandes objetivos de uma Brigada de Incêndio são: atingir o local sinistrado no menor
tempo possível; resgatar vítimas presas; localizar focos de incêndio; aplicar os agentes extintores
adequados, minimizando os danos causados pelo fogo, pela água e pelos produtos da combustão.
Durante o combate, a ventilação é um auxílio imprescindível na execução destes objetivos.

59
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Quando, para auxiliar no controle de incêndio, é feita ventilação adequada, uma série de
vantagens é obtida, tais como: visualização do foco, retirada do calor e retirada dos produtos
tóxicos da combustão.

Visualização do foco
A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão que impedem a
visualização..
Tendo uma boa visualização o bombeiro:
1. Entra no ambiente em segurança;
2. Localiza vitimas
3. Extingue o fogo com maior rapidez, sem causar danos pelo excesso de água aplicada no
local.

Retirada do calor
A ventilação adequada retira os produtos da combustão que são os responsáveis pela propagação
do calor (através da convecção). Eliminando com isto grande quantidade de calor do ambiente.
Com a retirada do calor, o bombeiro:
1. Tem maior possibilidade de entrar no ambiente;
2. Diminui a propagação do incêndio;
3. Evita o “backdrafl e o “flashover”;
4. Evita maior dano à edificação;
5. Evita maiores riscos a possíveis vítimas;
6. Retirada dos Produtos Tóxicos da Combustão.
A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão que são os responsáveis pela
maioria das mortes em incêndio.
Com a retirada dos produtos tóxicos, o bombeiro:
10. Tem maior possibilidade de encontrar vitimas com vida
11. Elimina os estragos provocados pela fuligem

Problemas da ventilação inadequada


 Grande volume de fumaça com elevação da temperatura, proporcionando
propagação mais rápida do incêndio;
 Dificuldade no controle da situação;
 Problemas na execução das operações de salvamento e combate a incêndio;
 Aumento dos riscos de explosão ambiental, em virtude do maior volume de fumaça e
alta temperatura;
 Danos produzidos pela ação do calor, da fumaça e do emprego de água.

60
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Técnica de ventilação
A decisão de ventilar e a escolha do tipo de ventilação a ser feita no local do sinistro
competem ao Comandante da Operação, cabendo ao pessoal a execução correta. Deverão,
sempre que possível, utilizar o fluxo natural de ar, ou seja, deve-se observar o princípio da
convecção e a direção do vento.

Ventilação natural horizontal


A maneira correta de se fazer ventilação natural horizontal em uma
edificação é usar duas aberturas em desnível, em paredes opostas, isto é, uma, o mais alto
possível, e a outra, o mais baixo possível. As aberturas devem estar dispostas conforme a direção
do vento.
A abertura mais baixa será para a entrada de ar fresco e limpo, e a abertura mais alta será
para a saída dos produtos da combustão.
Procede-se à ventilação natural horizontal da seguinte maneira:
 Abre-se o ponto mais alto da parede para saída dos produtos de combustão
(janelas, por exemplo);
 Abre-se, lentamente, o ponto mais baixo para entrada do ar fresco.;
 O ar fresco tem temperatura menor que os produtos da combustão e deposita-se
nas partes mais baixas do ambiente, expulsando os produtos da combustão, cuja
tendência é permanecer nas partes mais altas;
 Observa-se o ambiente até a visualização das chamas.

O bombeiro poderá usar a porta para a entrada do ar. Porém, é importante que esta seja
aberta lentamente, e que não provoque maior abertura para a entrada do ar que para a saída dos
produtos da combustão (resolve-se este problema abrindo a porta parcialmente).
A ventilação natural horizontal utiliza-se da convecção e direção do vento.

Ventilação natural vertical


Este tipo de ventilação está baseado no princípio da convecção.
Primeiramente, deve ser feita abertura no teto, para permitir que os produtos da
combustão sigam seu caminho natural, subindo perpendicularmente ao foco de incêndio. Outra
abertura deve ser feita para permitir a entrada do ar fresco no ambiente. Uma porta é a abertura
ideal, pois pode ser aberta parcialmente. permitindo que o ar fresco entre no ambiente, porém,
não em quantidade suficiente para provocar uma explosão ambiental. A entrada do ar poderá ser
controlada conforme a necessidade.

Abertura em telhado
Sempre que possível, o Bombeiro Particular deve utilizar as aberturas já existentes na
edificação, como clarabóias, dutos, portinholas, etc.

61
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Se for necessário fazer abertura no telhado, o bombeiro deve saber de que material ele é
feito, para escolher adequadamente as ferramentas de serviço. Normalmente para isso basta uma
rápida verificação.
Fazer a abertura em telhados é um serviço extremamente perigoso. Por isso, entre outras
medidas de segurança, deve-se sempre utilizar um cabo guia, ancorando-o a um ponto firme, para
evitar uma queda do brigadista no ambiente em chamas.
Surpresas desagradáveis podem ocorrer ao se abrir um telhado, tais como labaredas e
produtos da combustão em direção ao Bombeiro Particular. Por este motivo, é essencial que o
Bombeiro Particular utilize o EPI necessário, seja armada linha de proteção para sua segurança e
trabalhe sobre escada de gancho.
Deve-se procurar efetuar uma abertura larga e retangular ou quadrada, o que simplifica
futuros reparos. Uma abertura larga é melhor que várias pequenas. O tamanho da abertura é
determinado pelo Chefe da Brigada. (nunca menor que 1m²).

Ventilação forçada
Em alguns locais, o bombeiro não encontra condições de realizar a ventilação natural
(porque não há fluxo de ar, este é insuficiente para ventilar o ambiente ou existem obstruções
difíceis de remover, como lajes, etc). Nesses ambientes, há necessidade da execução de ventilação
forçada, que se realiza através de exaustores ou jatos d’água.

CONCEITOS IMPORTANTES

MANGUEIRAS – são tubos de borracha, revestidos por duplo nylon, tendo em suas
extremidades duas juntas de união Storz, cuja finalidade é a de canalizar água para o ponto
desejado. Temos as mesmas nos seguintes diâmetros: 1 , 1 ½ , 2 ½ e 4 polegadas.

62
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

ESGUICHOS AGULHETA – para serviços comuns, tais como lavagens de pista, baldeação,
etc. Erradamente é muito utilizado nos preventivos fixos, porque este tipo de esguicho só produz
um tipo de jato d’água: o sólido. O referido esguicho compõe-se de base, tronco, ápice ou
requinte.

ESGUICHO REGULÁVEL – é um dos esguichos mais utilizados, tendo em vista a


versatilidade do mesmo e o seu fácil manejo; para se mudar de tipo de jato basta girar a sua
extremidade para a esquerda e para fechar girar para a direita. Produz três tipos de jato: neblina,
jato compacto oco e jato compacto.

CHAVE DE MANGUEIRA – é uma peça de metal de forma variada, usada pelo Bombeiro
para se atarrachar ou se desatarrachar juntas Storz.

63
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

REDUÇÃO – é uma peça de metal de diâmetro diferentes, usada para se reduzir uma
saída maior em menor diâmetro.

RALO COM VÁLVULA DE RETENÇÃO É uma


peça metálica com tela para proteger a bomba:
quando tenha que aspirar água de lugares onde haja
detritos, a válvula tem a função de manter a coluna
d’água, fato importante e necessário para a realização da
sucção da água de um manancial, onde haja desnível
entre a bomba e a água deste mesmo manancial.

EXAUSTOR – aparelho utilizado para retirada de fumaça ou gases


tóxicos em locais onde esteja ocorrendo sinistro.

LINHA – é a mangueira ou série de mangueiras, que conduz a água do Aparelho Divisor ao


esguicho, tomando a denominação de 1ª, 2ª e 3ª linha da direita para a esquerda; quando ligada à
boca de expulsão da viatura, hidrante ou preventivo, denomina-se linha direta.

LIGAÇÃO – é a mangueira ou série de mangueiras que conduz a água da boca de expulsão

64
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
da viatura, hidrante ou outro manancial ao Aparelho Divisor.

TRANSPORTAR – é a operação pela qual a mangueira é transportada, sendo introduzidos


os dedos à altura do terceiro aspiral, aproximadamente. Os braços do bombeiro devem ficar
estendidos naturalmente.

DESENROLAR – é a operação pela qual se desenrola a mangueira de 1 ½”; a mão direta do


bombeiro segura firmemente, as juntas Storz, na posição superior, enquanto a mão esquerda
segura a parte inferior da mangueira, que será arremessada aos rés do chão. No caso da
mangueira 2 ½”, deposita-se esta ao solo e prende-se a junta Storz, que está na parte externa, sob
o pé direito, enquanto a junta Storz interna é segura com as duas mãos. Faz-se então um
movimento brusco e simultâneo no sentido frontal e superior.

ENROLAR – é a operação que para ser efetuada, a mangueira deve estar totalmente
estendida em linha reta sob o solo. Uma das juntas Storz deve ser conduzida sobre a extensão da
mangueira, até a distância de aproximadamente 30 a 50 centímetros.

ESTENDER – é a operação pela qual se determina que a mangueira só pode ser estendida
através das juntas Storz. Quando as juntas estão conectadas, o bombeiro deve segurar a
mangueira de forma que as juntas fiquem à altura da caixa torácica do homem.

GUARNECER – é a forma pela qual evita-se que a junta Storz seja arrastada no solo, ou
sofra impacto. Portanto, basta que se pise na mangueira.

PRONTA A LIGAÇÃO/LINHA – é a voz emitida, no sentido de configurar a condição


adequada em que se encontra a Ligação ou Linha para a execução da missão. Essa voz deve ser
alta e em bom tom e a uma distância mínima de 04 (quatro) metros do interlocutor, no caso
condutos da viatura e auxiliar da guarnição (AG), respectivamente.

POSIÇÃO DE COMBATE / CHEFE DE LINHA / AJUDANTE DE LINHA – é a operação pela


qual o chefe de linha e o ajudante ficam com as pernas em posição de base, à distância de
aproximadamente 01 (um) metro de um para o outro, em lados opostos da mangueira.

CONEXÃO ESGUICHO / JUNTA – é a técnica pela qual utiliza-se apenas um homem nesta
operação.

BOMBA DESARMAR – é o conjunto de operações que se processa de modo inverso ao


estabelecimento.

65
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
PERIGO IMINENTE – é a comunicação efetuada pela qual a guarnição deve abandonar o
local imediatamente.

SISTEMAS DE PREVENTIVOS FIXOS

CANALIZAÇÃO DE PREVENTIVOS E REGISTROS DE PASSEIO.

A rede hidráulica das caixas de preventivos consiste numa canalização vertical de 2 ½” de


diâmetro, pintada de vermelho, partindo do barrilete de 4” de diâmetro (quando existir mais de
uma caixa d’água superior), dotado de válvula de retenção e registro, que interliga as demais
caixas superiores se for o caso, deixando uma caixa de incêndio por pavimento, terminando a
coluna em um registro de passeio de 2 ½” de diâmetro (Storz), colocado no máximo a dois metros
e meio do meio fio mais próximo, em local de fácil acesso para uso e manobras de viaturas. Este
dispositivo tem as seguintes medidas: 50 cm de largura, 50 cm de comprimento por 40 cm de
profundidade, com a inscrição “INCÊNDIO” na tampa. O número canalizações preventivas
corresponde ao número de caixas d’água superiores.

Barrilete
Tubulação de 4” de diâmetro, pintada na cor vermelha, que serve de interligador entre as
caixas d’água superiores para que estas permaneçam com seus níveis d’água equivalentes.
Esta canalização deve correr toda extensão da cobertura, estar aparente e ser dotada de
válvula de retenção junto à saída para a canalização de preventivos. No caso de haver apenas uma
caixa d’água superior, a utilização do barrilete torna-se desnecessária.

Caixas de incêndio e seus respectivos equipamentos


As caixas de incêndio são equipadas com mangueiras de fibra sintética pura POLIÉSTER de
1 ½” ou 2 ½” de diâmetro, revestida de borracha internamente, esguicho e registro.
São pintadas em vermelho com a inscrição “INCÊNDIO” em sua tampa e deverão ficar
totalmente desobstruídas, isto é, o acesso às mesmas deverá ser o mais fácil possível, não sendo
tolerado, de nenhuma forma, a presença de móveis, divisórias, etc., que venham a dificultar as
suas utilizações. O detalhe do enrolamento de suas mangueiras deve ser duramente observado,
evitando-se lançar mão do método “caracol’ visando evitar o acontecimento de transtornos no
momento em que se deseja utilizá-las.

Caixa d’água subterrânea


Sua capacidade será de acordo com a necessidade da edificação e possuir um conjunto de
bombas de recalque correspondente, devidamente aprovado pelo Corpo de Bombeiros este
poderá ser o único tipo de reservatório na edificação. Igualmente ao número de caixas d’água

66
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
superiores, o número de DEPUCB será correspondente à quantidade de caixas d’água subterrânea.

Caixa d’água superior


Será construída em concreto armado na parte superior da edificação, constituindo-se no
manancial ideal para alimentar o sistema de proteção por hidrante. Quando utilizado para
abastecer o sistema de proteção por hidrantes de parede, o mesmo reservatório destinado ao
consumo normal da edificação, terá a sua reserva técnica de incêndio assegurada por diferença de
nível entre as duas saídas: a de consumo normal numa posição superior, assegurando a reserva
técnica e a de alimentação do sistema de proteção por hidrantes do fundo do reservatório.

A reserva técnica de incêndio será de acordo com a tabela abaixo.


Para edificações até 2500m²

CLASSE OCUPACIONAL DE RISCO VOLUME DE ÁGUA ATÉ 04 VOLUME DE ÁGUA ACRESCIDO POR
HIDRANTES HIDRANTE EXCEDENTE
A (risco pequeno) 5.000 litros 500 .litros
B (risco médio) 10.000 litros 1.000 litros
C (risco grande) 20.000 litros 1.500 litros

Dispositivo de emergência para uso do corpo de bombeiros (DEPUCB)


Canalização de aço galvanizado de 2 ½” de diâmetro, com ralo e válvula de retenção (para
formar coluna d’água), partindo do fundo da caixa subterrânea com terminal de rosca externa
padrão Corpo de Bombeiros, munido de tampão na horizontal a 60 cm de altura em relação ao
plano (nível) de registro de passeio. O dispositivo serve como manancial para abastecer as viaturas
de combate a incêndio do CBMDF, através de sucção. A altura compreendida entre o fundo da
caixa d’água subterrânea e o terminal de rosca externa não poderá ser superior a 7 metros.

Cores das canalizações em uma edificação

Cor Tipo de canalização


Azul / Verde Água potável
Preto Esgoto
Cinza Fiação elétrica
Amarelo / alaranjado GLP
Vermelho Água para combate a incendio

CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (SPRINKLERS)

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O sistema fixo de combate a incêndio automático (sprinkler), tem demonstrado, através


dos tempos, ser um dos meios mais eficientes na extinção de incêndio, porque conforme a ampola
pré-determinada para a área a ser protegida, consegue normalmente o seu acionamento no
princípio do incêndio.
O objetivo de um sistema de sprinkler é extinguir um incêndio na sua fase inicial, rápida e
automaticamente, antes que tenha tempo suficiente de se alastrar e causar um estrago maior.
O sistema de proteção através de chuveiros automáticos, consiste em uma rede integrada
de tubulações, dotada de dispositivos especiais que automaticamente, descarregam água sobre o
foco de incêndio, em quantidade suficiente para extingui-lo. Este sistema de proteção é dotado de
alarme que é acionado automaticamente assim que o mesmo entra em funcionamento, para
alertar a segurança do estabelecimento e os ocupantes do próprio edifício.
Os projetos e a instalação dos sprinklers deverão ser executados de acordo com as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e/ou aceitas pelo instituto de
resseguros do Brasil, sendo que os projetos de instalação dos sprinklers somente poderão ser
executados depois de apresentados ao serviço de engenharia do Corpo de Bombeiros.

Funcionamento
O mecanismo de operação dos sprinklers, tipo bulbo ocorre através da dilatação do
líquido detector sob a ação do calor; ao atingir sua temperatura nominal, o bulbo rompe-se e
libera o selo de vedação do orifício.
O sprinklers tipo solda são acionados através de uma liga fusível que se funde ao atingir a
sua temperatura nominal. A estrutura de funcionamento do sistema compõe-se basicamente de:
,Abastecimento de água;
Válvulas de governe e alarme;
Rede de distribuição;
Chuveiros automáticos (ampolas de sprinklers)

Abastecimento do sistema de chuveiros automáticos


É vital para qualquer sistema hidráulico dispor de abastecimento confiável de água, com
pressão e vazão adequadas. O abastecimento de água para o sistema de chuveiros automáticos é
fornecido:
- Por gravidade (através de reservatórios elevados);
- Por bombas de recalque;
- Por tanques de pressão.
Normalmente o sistema possui somente uma fonte de abastecimento, o abastecimento
por gravidade, isto é, através do reservatório elevado, é o sistema mais confiável e que exige
menos manutenção.
Na impossibilidade de se utilizar abastecimento por gravidade, o sistema deverá ser

68
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
abastecido por bombas de recalque. As bombas de recalque devem dispor de uma fonte de
energia confiável, e o reservatório de água atender à demanda necessária. As bombas para
alimentação do sistema devem ser centrífugas e acionadas automaticamente por motor elétrico
ou a diesel.
A partir do acionamento do sistema, num tempo não superior a 30 segundos, a bomba e
o alarme (sonoro e/ou visual) deverão funcionar. As ligações elétricas da bomba devem ser
independentes da instalação elétrica da edificação e, se houver gerador elétrico de emergência,
este deverá ser ligado à bomba. No caso de bomba a diesel, o conjunto (inclusive o tanque de
combustível) deve ser instalado em local protegido por chuveiros automáticos.
O abastecimento por tanque de pressão poderá ser utilizado com fonte única de
abastecimento fornecido pelo reservatório elevado ou pelas bombas de recalque. Trata-se de um
recipiente contendo grande quantidade de água (10m³ a 25m³) e permanentemente pressurizado.
Com a abertura do chuveiro, a água é descarregada devido à pressão existente no interior do
tanque.
O tanque deverá possuir alarmes do nível de água e pressão (manômetros), com
possibilidade automática de reabastecimento de água (bomba) e ar (compressor). A água não
deve ultrapassar 2/3 da capacidade do tanque.

Tipos de chuveiros automáticos


Quanto à descarga de água, os chuveiros automáticos se classificam em:

o Chuveiros do tipo convencional: são aqueles cujo defletor é desenhado para permitir
que uma parte da água seja projetada para cima, contra o teto, e a outra para baixo,
adquirindo forma aproximadamente esférica;
o Chuveiros do tipo spray: são aqueles cujo defletor é desenhado para que a água seja
projetada para baixo, adotando forma esférica;
o Chuveiros do tipo lateral: são aqueles desenhados para distribuir água de maneira
que quase a totalidade da mesma seja aspergida para frente e para os lados, em
forma de esfera, com uma parede, atrás do chuveiro;
o Chuveiros do tipo especial: são aqueles projetados, por razões estéticas, para serem
embutidos ou estarem rentes ao forro falso. ESTE TIPO DE CHUVEIRO SOMENTE
PODERÁ SER INSTAlADO NA POSIÇÃO PENDENTE;
o Chuveiros de média velocidade: dotados ou não de elementos termo-sensível, são
fabricados com defletor para vários ângulos de descarga, fazendo com que a água
seja lançada em forma de cone;
o Chuveiros de alta velocidade: são fabricados sem elemento termo-sensível aberto) e
seu orifício de descarga ê dotado de um dispositivo interno cuja função é provocar
turbulência na água nebulizando e lançando-a, extremamente pulverizada na forma
de cone.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
No Brasil, existem basicamente 4 tipos de sistemas de chuveiros automáticos:

- sistema de tubo molhado;


- sistema de tubo seco;
- sistema tubo dilúvio.
- sistema de ação prévia

OBS.: Para proteção em pequenas aberturas sobre telhados ou para prevenção de riscos especiais,
pode-se instalar “cortina d’água”.

Sistema de tubo molhado


Compreende uma rede de tubulação permanentemente cheia de água sob pressão, em
cujos ramais os chuveiros são instalados.
Os chuveiros automáticos desempenham o papel de detectores de incêndio, só
descarregando água quando acionados pelo calor do incêndio. É o tipo de sistema mais utilizado
no Brasil.
Quando um ou mais chuveiros são abertos, o fluxo de água faz com que a válvula se abra,
permitindo a passagem da água da fonte de abastecimento. Simultaneamente, um alarme é
acionado, indicando que o sistema está em funcionamento.

Sistema de tubo seco


Compreende uma rede de tubulação permanentemente seca, mantida sob pressão (de ar
comprimido ou nitrogênio), em cujos ramais são instalados os chuveiros. Estes, ao serem
acionados pelo calor do incêndio, liberam o ar comprimido (ou nitrogênio). fazendo abrir
automaticamente uma válvula instalada na entrada do sistema (válvula de cano seco), permitindo
a entrada de água na tubulação. Este sistema é o mais indicado para as regiões extremamente
frias, sujeitas à temperatura de congelamento da água, ou locais refrigerados (como frigoríficos).

Sistema do tubo dilúvio


Compreende uma rede de tubulações secas, em cujos ramais são instalados chuveiros do
tipo aberto (sem elemento termo-sensível). Na mesma área dos chuveiros é instalado um sistema
de detectores, ligados à uma válvula do tipo dilúvio, existente na entrada do sistema. A atuação de
quaisquer detectores, ou então a ação manual de comando a distância, provoca a abertura da
válvula, permitindo a entrada da água na rede. descarregada através de todos os chuveiros, e,
simultaneamente, fazendo soar o alarme de incêndio. Este tipo de sistema é normalmente
utilizado na proteção de hangares (galpões para aeronaves).

Cor do líquido na ampola dos Spriklers


Temperatura que não deverá ser
Cor do líquido na ampola Classificação do sprinkler excedida onde o sprinkler está

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
recomendado localizado
ºC ºC
Laranja 57 38
Vermelha 68 49
Amarelo 79 60
Verde 93 74
Azul 141 121
Violeta 182 160
Preto 227 204

DETECTORES DE INCÊNDIO

As principais características pelas quais se distinguem um incêndio é a irradiação de calor,


chama, fumaça, etc., apresentando cada uma delas características bastante diversas.
Principalmente por esse fato, torna-se difícil a fabricação de um detector de incêndio de aplicação
geral, pois a perfeita proteção de uma determinada instalação ou um objeto somente será
possível após a realização de cuidadoso estudo de todos os aspectos a serem considerados.
Os tipos de detectores usualmente instalados nas empresas, indústrias, etc., são os
seguintes:

Detector térmico
É um dispositivo que detecta temperatura normalmente alta ou quando a mesma tem um
grau de aumento anormalmente elevado.
 Detector à temperatura fixa
É um dispositivo que reage quando o seu elemento operante fica aquecido até um
nível pré-determinado.
Quando este tipo de detector estiver operando, a temperatura ambiente será sempre
mais alta do que a temperatura de operação do dispositivo.
Chama-se “retardo-térmico” a diferença entre a temperatura de operação do dispositivo
e a temperatura ambiente.
Podemos citar como elemento sensível à temperatura fixa:
a) Bimetálico – é um elemento sensível que encerra metais, cujos os coeficientes de
expansão térmica são diferentes, apresenta como resultado um efeito de deflexão
numa direção, se for aquecido, em direção oposta, se for refrigerado.
b) Condutividade elétrica – um elemento sensitivo que inclui um resistor elétrico, cuja
resistência varia de acordo com a variação de temperatura;
c) Expansão de líquidos – consiste num líquido sensível, capaz de notável expansão de
volume ao ser exposto a elevadas temperaturas;
d) Liga fusível – um elemento sensitivo, de composição especial de metal, que se funde
rapidamente a uma temperatura pré-determinada.

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 Detector termovelocímetro
É um dispositivo que responde quando a temperatura aumentar numa proporção
acima de uma taxa preestabelecida.

 Detector de compensação de grau


É um dispositivo que responde quando a temperatura do meio ambiente em torno do
dispositivo alcança um determinado nível, não importando a razão do aumento da temperatura.
Um exemplo típico é um detector “Spot-Type” com uma carcaça tubular de um metal
que tende a se expandir no comprimento quando aquecido, e um mecanismo associado de
contato que se fecha num determinado ponto de alongamento.

Detector de fumaça
Estes detectores são usados em locais onde se possa contar desde o início do fogo o
aparecimento da fumaça. O detector da câmara ionizada apresenta bons resultados pois é um
equipamento muito sensível, respondendo não somente quando há fumaça visível, mas também
quando há gases perdidos de combustão invisível. Os detectores óticos de fumaça não atuam em
caso de gases e vapores, mas somente quando houver partículas de fumaça visíveis, partículas de
pós, etc.

Detectores de chama

Detectores infravermelhos e ultravioletas


Esses detectores devem ser usados em locais onde houver a possibilidade de se
contar com o aparecimento de labaredas logo no estágio inicial do incêndio. Por exemplo, em
casos de líquidos ou gases inflamáveis. Eles respondem tanto à parte visível quanto à parte
invisível da radiação resultante de um incêndio. A fim de se evitar que sejam dados alarmes falsos
o detector de chamas infravermelho, se for do tipo modulado, dará seqüências pré-determinadas,
enquanto que um outro tipo de detector responderá à radiação ultravioleta existente nas chamas.

CENTRAL DE ALARMES DE INCÊNDIO

O Sistema de Alarme de Incêndio consiste em um conjunto de elementos planejadamente


dispostos e adequadamente interligados, que fornecem informações de princípios de incêndio,
através de indicações sonoras e visuais, sendo, portanto, uma das formas de proteção da vida e da
propriedade que integram o sistema de prevenção e proteção contra incêndio das edificações.
Uma vez acionado o Sistema de Alarme, manualmente ou automaticamente em uma
edificação, este meio de alerta tem dupla função, que é a provocar e desencadeamento do
“abandono” da edificação ou parte dela, bem como de acionar o sistema de segurança da
edificação (Brigada de Incêndio) para as providências de iniciar o combate ao incêndio e chamar o

72
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Corpo de Bombeiros local.
Os termos Alarmes e Detecção possuem, na prática, o mesmo significado, pois indica a
percepção de algo, diferenciando pelo fato de o termo “alarme” ter relação com perigo.
Os “sistemas de alarme” e os “sistemas de detecção” têm por finalidade dar aviso de
ocorrência de incêndio, sendo que o “alarme” se constitui num sinal de aviso e a “detecção” na
captação de fenômenos físico-químicos da combustão transformados em um sinal.
A expressão sistema de alarme deverá ter sempre o significado de equipamentos
destinados a dar um aviso sonoro e/ou luminoso da ocorrência acionados manual e
automaticamente pela ação de detectores capazes de captar fenômenos físico-químicos da
combustão.
Os Sistemas de Alarme ou Detecção, quanto ao recebimento do aviso, poderão ser:
a) localizado: quando o sinal é perceptível apenas no local onde está instalada a central;
b) Setorizado: quando o sinal é retransmitido e se torna perceptível a todos onde está
instalada a central;
c) Geral: quando o sinal é retransmitido e se torna perceptível a todo os pontos da
edificação.

Um Sistema de Alarme de Incêndio é composto de:


1) Central: equipamento que se destina a processar os sinais provenientes dos circuitos
de detecção, converte-los em indicações adequadas e comandar e controlar os demais
componentes do sistema;.
2) Painel repetidor: equipamento que se destina a sinalizar de forma visual e/ou sonora,
no local desejado, ocorrências detectadas pelo sistema;
3) Detector automático: dispositivo que se destina a operar, quando influenciado por
determinados fenômenos físicos ou químicos, que procedem ou acompanham um princípio de
incêndio, podendo ser do tipo:
a) Detector automático de temperatura: é acionado automaticamente quando a
temperatura ambiente ou gradiente da temperatura ultrapassam um valor pré-
determinado;
b) Detector automático de fumaça: é acionado quando ocorrer a presença de
partículas e/ou gases, visíveis ou não, produtos de combustão;
c) Detector automático de chama: é acionado em resposta a uma radiação visível ou
não, resultante de um princípio de incêndio.
4) Acionador Manual: dispositivo que se destina a transmitir a informação de um
princípio de incêndio, quando acionado pelo elemento humano;
5) Indicador: dispositivo que sinaliza sonora ou visualmente qualquer ocorrência
relacionada ao sistema de detecção de alarme de incêndio, podendo ser do tipo:
a) indicador sonoro: destina-se a emitir sinais acústicos;
b) indicador visual: destina-se a emitir sinais visuais.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
6) Circuito de detecção: circuito no qual estão instalados os detectores automáticos,
acionadores manuais ou qualquer outro tipo de sensores pertencentes ao sistema;
7) Circuito de alarme: circuito no qual estão instalados os indicadores.

COMO DEVE PROCEDER O BOMBEIRO PARA INSPECIONAR


UM SISTEMA DE ALARME

Procedimentos

1. Verificar se as baterias do sistema estão em local ventilado e seguro:


 se está sobre suporte;
 se tem fiações aparentes desprotegidas;
 se tem os terminais com acúmulos de resíduos
 se possui o nível de água ideal;
 se há presença de objetos estranhos no local que podem danificar ou obstruir o
acesso ao sistema (Ex> materiais de limpeza, etc.).

2. Verificar na central de alarme:


a) Interruptor de acionamento geral.
É o ponto de teste de acionamento do sinalizador sonoro, bastando aciona-lo
manualmente para detonar o sistema.
Deve ser acionado com a chave geral de eletricidade de consumo do prédio desligada,
para se comprovar que está conectado à bateria.
b) Led’s indicador visual (através de pequena lâmpada) indicativo das botoeiras estão
identificados;
Se a central possui em cada led’s a identificação do setor e/ou pavimento onde está
instalada a bateria (ponto de acionamento do sistema de alarme);
c) Se existe pessoa habilitada e que permanece junto à central, com capacidade para
identificar os sinais e tomar as providencias cabíveis;
d) Verificar o grau de instrução específico para quem permanece junto à central.

3. Verificar se os acionadores estão distribuídos na edificação


Geralmente estes acionadores encontram-se instaladas próximos à entradas e aos demais
sistemas (hidrantes) quando for do tipo manual e estando distribuídos pelo teto, quando forem de
acionamentos automáticos (detectores).

74
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

4. Verificar se os acionadores estão sinalizados


A sinalização geralmente está impressa no próprio acionador com os seguintes dizeres:
“SISTEMA DE ALARME”, “EM CASO DE EMERGÊNCIA – QUEBRE O VIDRO”. Quando se tratar de
acionador manual, não é usual serem sinalizados os acionadores automáticos, pois estes
independem da ação humana.

5. Fazer o teste

5.1 Para acionador manual:


a) desmontando o acionador: soltar o vidro através da retirada dos parafusos da caixinha
com a chave de fenda, evitando-se a quebra do vidro
b) disparado a sirene no pavimento: quando for setorizado. Ex.: determinados setores
c) disparado a sirene na edificação: quando for geral. Ex: para toda a edificação.
d) disparado a sirene somente no local onde está localizada a central. Ex: hospitais (nos
postos de enfermagem)
e) resetando o aviso na central: acionando o ponto de teste na Central de Alarme

5.2 Para o acionador automático


a) provocar através de calor, chama ou fumaça o acionamento do ponto de detecção.

6. Avaliar o grau de conhecimento dos usuários, síndicos, etc., para com o sistema.

7. É importante e necessário que antes de qualquer teste no sistema de alarme, todos


os integrantes da edificação sejam avisados e/ou alertados para se evitar o pânico geral ou
possível acidente. O aviso deve ser antes do início do teste, bem como ao final do mesmo,
quando do encerramento, para que tenham ciência de que o período de teste já teve fim.

Conclusão

O Sistema de Alarme ou Detecção, instalado em uma edificação, como o meio de alerta,


visa quando acionado, manualmente ou automaticamente, desencadear o “Abandono da
edificação” por parte de seus ocupantes, bem como acionar o Sistema de Segurança (Brigada de
Incêndio), para os procedimentos de iniciar o combate ao incêndio e chamar o Corpo de
Bombeiros local.
O Sistema de Alarme ou Detecção tem por finalidade, dar aviso de ocorrência de
incêndio, através de sinal sonoro e/ou luminoso, podendo ser do tipo localizado, setorizado ou

75
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
geral.
Os principais componentes do Sistema de Alarme são: central de controle, acionadores
manuais, painel repetidor, detectores automáticos (detector de temperatura, de fumaça e de
chama), indicadores (sonoro e visual), circuito de detecção, circuito de alarme, fonte de
alimentação.
É essencial que o Sistema de Alarme ou Detecção esteja sempre em perfeitas condições
de funcionamento, o que demanda um planejamento eficaz de manutenção periódica por parte
dos responsáveis pela segurança contra incêndio da edificação, sendo necessário vistorias e testes
de acionamento com regularidade.
É neste contexto que entra a importância do BP, com preparo profissional, para poder
inspecionar o sistema de alarme ou detecção, quanto ao seu funcionamento, por ocasião do
atendimento de emergência de incêndio, visitas de inspeção e fiscalização ou vistorias
operacionais.

ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Os Procedimentos Operacionais Padrão para o sistema de iluminação de emergências
deverão ser aplicados nas inspeções de edificações que possuam este sistema de proteção contra
incêndios.

Definições
Alimentação normal: alimentação elétrica fornecida pela rede geral.
Autonomia do sistema: tempo mínimo exigido para a iluminação de emergência
assegurar os níveis de iluminação.
Blocos autônomos: são aparelhos de iluminação de emergência compostos por fonte de
energia (bateria), lâmpadas e sistema carregador, em um mesmo invólucro, ligado diretamente à
rede geral de energia elétrica.
Condutores: conjunto de fios e cabos, bem como seus terminais, destinados a transmitir
energia entre as diversas partes do sistema de iluminação de emergência.
Estado de flutuação: estado que mantém a corrente de manutenção de bateria.
Estado de vigília do sistema: estado no qual a fonte de energia está em carga, pronta para
intervir no caso de interrupção da alimentação de energia da rede geral.
Estado de funcionamento do sistema: estado no qual a fonte de energia alimenta,
efetivamente, a iluminação de emergência.
Estado de repouso do sistema: estado no qual a fonte de energia está em recarga, não
podendo estar em estado de vigília ou de funcionamento.
Fonte de energia: dispositivo destinado a fornecer energia elétrica ao sistema de
iluminação de emergência em qualquer hipótese de falha ou ausência de energia da rede geral.
Fluxo luminoso nominal: fluxo luminoso após cinco minutos de funcionamento do sistema
de iluminação de emergência.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Fluxo luminoso residual: fluxo luminoso que é medido após 1 (uma) hora de
funcionamento do sistema de iluminação de emergência.
Grupo motor-gerador: sistema de iluminação de emergência composto por um gerador
que é acionado por um motor a explosão que alimentará vários pontos de luz de uma mesma
edificação.
Iluminação auxiliar: iluminação destinada a permitir a continuação do trabalho, em caso
de interrupção do sistema normal de iluminação.
Iluminação de ambiente ou de aclaramento: iluminação necessária e suficiente para a
evacuação segura do local em caso de emergência.
Iluminação de balizamento ou de sinalização: iluminação com símbolos que indica a rota
de saída em caso de emergência.
Lugar visível: parte(s) da edificação, vizinha à porta ou passagem obrigatória normal das
pessoas que utilizam o edifício ou instalação e facilmente vista por qualquer usuário.
Ponto de luz: dispositivo constituído de lâmpada, invólucro e outros componentes que
tem a função de promover o aclaramento e/ou sinalização do ambiente.
Recarga automática: atuação de determinadas dispositivos de fornecimento de energia
elétrica à bateria, todas as vezes que o nível de carga desta esteja abaixo do seu valor nominal.
Rede de alimentação: conjunto de condutores, dutos e demais equipamentos
empregados na transmissão de energia do sistema, inclusive sua proteção.
Rede geral: sistema(s) de fornecimento de energia elétrica ao edifício quando do seu uso
normal.
Sistema de iluminação de emergência: conjunto de componentes e equipamentos que,
em funcionamento, proporciona a iluminação suficiente e adequada para permitir a saída fácil e
segura do público para o exterior, no caso de interrupção da alimentação normal; como também
proporciona a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de socorro e
garante a continuação do trabalho naqueles locais onde não possa haver interrupção de
iluminação.
Sistema carregador: dispositivo que efetua a recarga automática da fonte de energia.
Sistema centralizado de baterias (acumuladores): sistema de iluminação de emergência
composto por uma central com sistema carregador e dispositivo de teste e fonte de energia
(acumuladores), que irá alimentar vários pontos de luz em uma mesma edificação.
Tempo de duração nominal do fornecimento: Tempo que determina a capacidade da
fonte de energia.
Tempo de comutação: intervalo de tempo entre a interrupção da alimentação normal e o
funcionamento plano da iluminação de emergência.
Tensão de corte da fonte da energia: tensão mínima permitida da descarga sem causar
danos irreversíveis à mesma.
Lux: unidade de medida da quantidade de luz que incide sobre uma superfície.
Lúmen: unidade de fluxo luminoso.

77
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Candeia: unidade de intensidade luminosa.

Inspeção em sistemas de iluminação de emergência


A inspeção em sistemas de iluminação de emergência visa verificar se os mesmos estão
em perfeitas condições de funcionamento e que possam cumprir a sua finalidade por ocasião de
uma emergência, onde a alimentação normal de energia elétrica da edificação venha a ser
interrompida.
A seguir, estão listados os itens comuns aos três sistemas de iluminação de emergência
(grupo moto-gerador, por central de baterias e por blocos autônomos), que deverão ser
verificados por ocasião da inspeção.
Para a tubulação e fiação: devem ser exclusivas para o sistema e quando aparentes
deverão ser metálicas. A norma, como exceção, permite que os eletrodutos para os sistemas de
iluminação de emergência sejam também usados para os sistemas de detecção e alarme de
incêndio.
Quanto às luminárias: deverão ser em número suficiente para garantir a fuga dos
usuários.
A distribuição das luminárias é feita de acordo com o tipo de sistema escolhido pelo
projetista. As luminárias de balizamento deverão ser instaladas a uma altura de 2,29m a 1,50m do
piso e deverão estar distanciadas no máximo, 15m umas das outras.
As luminárias de aclaramento deverão estar distanciadas umas das outras de, no
máximo, quatro vezes a altura em que estiverem instaladas em relação ao piso.
Deverão oferecer quantidade de luz suficiente para que uma pessoa possa utilizar as rotas
de fuga. O nível de iluminação mínimo exigido é de 5 lux em locais com desníveis, tais como:
escadas, portas com altura inferior a 2,10m e obstáculos, e de 3 lux em locais planos tais como:
corredores, halls e locais de refúgio.
Na falta de aparelho medidor do fluxo luminoso (luxímetro), este poderá ser deduzido em
função do número , do tipo e da potência das lâmpadas usadas (vide Tabela 1).
As luminárias deverão resistir ao calor produzido pelas lâmpadas, isto é, deverão resistir a
uma temperatura de 70ºC durante uma hora sem apresentar deformação ou amolecimento.
Se forem opacas não podem diminuir muito sua intensidade, de forma a interferir no seu
desempenho e fornecerem níveis de iluminamento inferiores aos especificados em norma.
Os sistemas de iluminação de emergência deverão possuir uma autonomia mínima de
uma hora, sem apresentarem diminuição de intensidade de iluminação nesse período.
Aconselha-se ao responsável pela execução da inspeção que, ao chegar à edificação,
localize a fonte de energia do sistema e acione-o para conferir o seu tempo de autonomia.

Seqüência de procedimentos para inspeção em blocos autônomos


Para a inspeção em blocos autônomos, verificar:
Quantidade e distribuição: verificar quantos blocos de iluminação existem e se estão

78
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
distribuídos de maneira a indicar, de forma inequívoca, a rota de fuga.
O nível de iluminação: se os pontos instalados fornecem iluminação suficiente para que as
pessoas possam utilizar a rota de fuga com segurança.
O material constituinte: verificar se o material que constitui a luminária não apresenta
sinais de amolecimento após algum tempo ligado.
O tipo de luminária: se a luz das lâmpadas não ofusca a visão daqueles que utilizam a rota
de fuga e, se for opaca, não deve diminuir o fluxo luminoso abaixo daquele necessário para a fuga.

Teste: escolha alguns blocos e teste-os com um dispositivo próprio que deverá estar
assinalado no invólucro externo, caso não exista, retire o pino da tomada, conste esta situação de
seu relatório. O tempo de comutação não deverá ser superior a 5 segundos.
Autonomia: os blocos deverão ter autonomia mínima de 1 hora de funcionamento.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Definições

Antecâmara – recintos que abrange a caixa de escada, com ventilação garantida por
janela ou dutos.
Duto de entrada de ar – duto que conduz ar puro (coletado ao nível inferior da
edificação) às escadas, antecâmaras ou acessos, mantendo-os ventilados e livres de fumaça, em
caso de incêndio.
Escada de emergência – escada integrante de uma rota de saída, que por sua estrutura
na edificação, permite condições seguras de saída, protegendo a integridade física dos ocupantes.
O seu tipo é definido conforme características da edificação como: altura, ocupação, área de risco,
podendo ser: escada comum, escada enclausurada, escada enclausurada à prova de fumaça e
escada à prova de fumaça pressurizada.

Procedimentos
Caminho contínuo, devidamente protegido, a ser percorrido pelo usuário, em caso de
sinistro, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto protegido do
incêndio, permitindo ainda fácil acesso de auxílio externo para o combate ao fogo e a retirada da
população.

Rotas de saída
As rotas de saídas constituídas por portas, corredores, halls, escadas, passagens externas,
rampas ou outros dispositivos de saída devem estar totalmente desobstruídas e livres de
obstáculos.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Caso as rotas estejam impedidas, deverão ser providenciadas as desobstruções e
aberturas das portas.
As escadas de emergência devem servir todos os pavimentos, terminando
obrigatoriamente no piso de descarga, não podendo ter comunicação direta com outro lance na
mesma prumada. Caso isto exista, deverá haver bombeiros que orientem e rota de saída segura.
O piso das rotas de saída deve ser de material antiderrapante.
A largura das saídas e escada é determinada em função do número de pessoas que por
elas devam transitar, sendo que, deve ser, no mínimo, de 1,10m para ocupações em geral e 2,20m
para hospitais e casas de saúde, para facilitar a passagem de macas.

Sinalização
A sinalização das rotas de saída permite indicar o caminho a ser seguido pela população
para um local externo e seguro da edificação.
Cada acesso e cada pavimento deverá apresentar indicações de saída e o número do
pavimento.
Na falta dessas indicações, providenciar orientadores, situados em locais estratégicos,
que auxiliem as pessoas no abandono da edificação.

Sinalização de emergência

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Sinalização de equipamentos de combate a incêndios

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Corrimão
Corrimão é uma barra, cano ou peça similar, com superfície lisa, arredondada, contínuo,
localizada junto às paredes ou guardas de escadas, rampas ou passagens, para as pessoas nelas se
apoiarem ou subir, descer ou deslocar.
O corrimão deve ser contínuo, sem obstruções em seu corpo, sem arestas vivas, com as
extremidades voltadas para a parede e bem fixadas.
Os corrimãos devem estar situados em ambos os lados da escada a uma altura entre 80
e 92cm acima do nível do piso.
Na falta dessas condições, a população deve ser orientada e auxiliada pelos bombeiros
durante a operação de abandono da edificação, nesse caso, a atenção e cuidado devem ser
redobrados.

Guarda-corpo
Toda saída de emergência deve ser protegida de ambos os lados por paredes ou guarda-
corpos contínuos, sempre que houver desnível superior a 19cm para evitar quedas.
A altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,10m em áreas internas e 1,30m em áreas
externas; na falta de condições, deve-se providenciar balizamento com cabos, fitas ou barreiras,
minimizando os riscos de queda.

Portas
As portas das rotas de saída devem abrir sempre no sentido de saída.
A largura ou vão livre das portas é dimensionada conforme Norma, baseando-se sempre
pelo número estimado de pessoas existentes na edificação. A largura mínima de uma porta é de
80cm.
As portas devem estar sempre destrancadas e desobstruídas.
Nos locais considerados de reunião pública com capacidade acima de 200 pessoas, as
portas da rota de saída devem ser dotadas de barra antipânico, dispositivo que facilita a abertura,
mantendo a porta trancada pelo lado externo

Porta corta-fogo
A porta corta-fogo (PCF) é o conjunto constituído de porta propriamente dita, batente e
os acessórios que impede ou retarda a propagação do fogo, calor e gases de um ambiente para
outro.
As PCF e as portas destinadas as saídas de emergência devem permanecer fechadas.
Porém, destrancadas. Em casos especiais, poderão ser trancadas, porém devem sempre abrir, no

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
sentido da saída, sem o uso de chaves ou ferramentas.
O bombeiro deverá adotar medidas para o fechamento das PCF e abertura das portas de
emergências que estiverem trancadas.

Rampa
É obrigatório o uso de rampas, principalmente em hospitais, pronto-socorros, casas de
saúde e locais onde pessoas requerem cuidados especiais por limitações físicas ou mentais.
Deve-se dar prioridade de saída às pessoas que estiverem em macas.

Iluminação de emergência
Sistema de iluminação de emergência é o conjunto de componentes e equipamentos que,
em funcionamento, proporciona a iluminação suficiente e adequada para permitir a saída fácil e
segura do público para o exterior, no caso de interrupção da alimentação normal da rede elétrica.
Na ausência ou falta destas condições, o bombeiro não deve se preocupar em verificar o
sistema ou os seus defeitos a fim de evitar perda de tempo. Para suprir essa deficiência, é
necessário providenciar a iluminação das rotas de escape com equipamentos disponíveis
(lanternas, holofotes, etc.).

Ventilação
As escadas e os acessos poderão ter janelas de ventilação colocadas junto ao teto. As
antecâmaras deverão ser ventiladas por dutos de entrada e saída de ar. A abertura do duto de
saída de ar está localiza junto ao teto e a do duto de entrada de ar junto ao piso.
Em caso de obstrução das janelas ou aberturas dos dutos, deverá ser providenciada a sua
desobstrução.

Conclusão
A evacuação de pessoas de uma edificação sinistrada se constitui uma das mais
importantes tarefas no atendimento de uma ocorrência. Todo o sucesso da operação depende do
trabalho integrado dos bombeiros particulares e ocupantes, principalmente se a edificação possuir
condições precárias de sinalização e rotas de saída.

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS – SPDA

O QUE É O RAIO?
O RAIO – UM FENÔMENO DA NATUREZA, ALEATÓRIO E IMPREVISÍVEL, É COMO SE FOSSE
UM CURTO CIRCUITO ENTRE A NUVEM E A TERRA. EXISTEM RAIOS ENTRE NUVENS E
INTRANUVEM, PORÉM SOMENTE OS RAIOS ENTRE NUVEM / TERRA NOS INTERESSAM POIS SÃO
ESSES QUE PODEM CAUSAR DANOS MATERIAIS OU MATAR PESSOAS.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

O QUE É UM PÁRA-RAIOS?
UM PÁRA-RAIOS É UM SPDA SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS QUE TEM COMO OBJETIVO ENCAMINHAR A ENERGIA DO RAIO, DESDE O PONTO
QUE ELE ATINGE A EDIFICAÇÃO ATE O ATERRAMENTO, O MAIS RÁPIDO E MAIS SEGURO POSSÍVEL,
AO CONTRÁRIO DO QUE O NOME DELE SUGERE; O SPDA NÃO PARA O RAIO, NÃO ATRAI RAiOS E
NEM EVITA QUE O RAIO CAIA.

O QUE UM SPDA PROTEGE?


UM SPDA PROTEGE O PATRIMÔNIO (EDIFICAÇÃO) E AS PESSOAS QUE ESTÃO DENTRO DA
EDIFICAÇÃO QUE É PROTEGIDA.

O SPDA PROTEGE EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS?


NÃO. O SPDA NÃO TEM COMO PROTEGER OS EQUIPAMENTOS, POIS QUANDO ESTES SÃO
LIGADOS NA REDE ELÉTRICA OU TELEFÔNICA, ELES ESTÃO PLUGADOS NUMA REDE DE FIOS
EXTERNOS À EDIFICAÇÃO QUE PODE LEVAR O RAIO PARA DENTRO DA EDIFICAÇÃO.

COMO PROTEGER OS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS?


OS EQUIPAMENTOS ELETROELETRÔNICOS PODEM SER PROTEGIDOS POR PROTETORES
ELETRÔNICOS (SUPRES$ORES DE SURTOS), AS VEZES POPULARMENTE CHAMADO DE FORMA
EQUIVOCADA DE “FILTROS DE LINHA”. ELES SÃO INSTALADOS NOS QUADROS DE ENERGIA E
TELEFONIA E PERTO DOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS QUE SE DESEJA PROTEGER.

QUAL O ALCANCE DA PROTEÇÃO DE UM SPDA?


DE MODO GERAL OS SPDP(s SÃO DIMENSIONADOS PARA PROTEGER EDIFICAÇÕES DE
FORMA INDIVIDUAL E A PROTEÇÃO FICA RESTRITA À EDIFICAÇÃO EM QUESTÃO. NÃO EXISTEM
SPDA’s COM GRANDES ÁREAS DE PROTEÇÃO. ASSIM. A PROTEÇÃO DE ÁREAS DESCOBERTAS
TORNAM-SE ECONOMICAMENTE INVIÁVEL. NA NORMA NBR5419 EXISTE UMA TABELA DEFININDO
AS PROTEçÕES EM FUNÇÃO DO NÍVEL DE PROTEÇÃO.

QUANTOS TIPOS DE SPDA EXISTEM?


EXISTEM BASICAMENTE 2 TIPOS DE SPDA. O PRIMEIRO CONSISTE NO LANÇAMENTO DE
CABOS HORIZONTAIS SOBRE A EDIFICAÇÃO, DENOMINADO “GAIOLA DE FARADAY” E O SEGUNDO
SÃO HASTES

ÁRVORES ATRAEM RAIOS?


ARVORES NÃO ATRAEM RAIOS, APENAS POR SEREM A ESTRUTURA MAIS ALTA NAS

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
REDONDEZAS DE ONDE O RAIO DECIDIU CAIR, TORNA-SE O PONTO COM MAIS PROBABILIDADE DE
SER ATINGIDO, ENCURTANDO ASSIM A DISTÂNCIA ENTRE A NUVEM E O SOLO.

O PÁRA-RAIO (SPDA) ATRAI O RAIO?


NÃO. SE O SPDA ATRAÍSSE O RAIO. NÃO SERIA NADA SENSATO INSTALAR UM SPDA, POIS
UMA VEZ QUE NÃO É 100% EFICIENTE, A INSTALAÇÃO DE UM SPDA IRIA AUMENTAR O SEU
RISCO.

O PRÉDIO VIZINHO AO MEU E MAIS ALTO, ESTOU PROTEGIDO?


PROVAVELMENTE NÃO. O FATO DO VIZINHO TER PÁRA-RAIOS NÃO GARANTE QUE VOCÊ
ESTEJA PROTEGIDO, UMA VEZ QUE O PÁRA-RAIOS FOI DIMENSIONADO PARA PROTEGER O PRÉDIO
DO VIZINHO E NÃO O SEU.

PORQUE O SPDA NÃO É 100% EFICIENTE?


PORQUE NENHUM EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA É 100% EFICIENTE E TAMBÉM POR
SER UM FENÔMENO ALEATÓRIO. A SUA EFICIÊNCIA E MEDIDA EM FUNÇÃO DO NÍVEL DE
PROTEÇÃO ADOTADO DE ACORDO COM A NORMA.

UMA EDIFICAÇÃO PODE SER ATINGIDA DUAS VEZES?


SIM. EXISTEM DIVERSOS REGISTROS DE EDIFICAÇÕES QUE FORAM ATINGIDAS MAIS DE
UMA VEZ NO MESMO LOCAL EM DATAS DIFERENTES.

RESUMO DOS PREVENTIVOS FIXOS DE UMA EDIFICAÇÃO

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

ESTRUTURAÇÃO DAS BRIGADAS DE COMBATE A INCÊNDIO

Tomando-se por base as dimensões de cada Empresa, a Brigada de Combate à Incêndio

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
que irá servi-la apresentará uma estrutura com um número maior ou menor de componentes. De
acordo com a necessidade de prevenção e combate a incêndio, o pessoal disponível deverá ser
distribuído taticamente, observando-se os princípios de coerência e operacionalidade.
A Brigada deverá ser formada de tantas Equipes de Combate e Salvamento quantas forem
necessárias para proteger contra incêndios, instalações prediais, máquinas, equipamentos e
demais bens patrimoniais, bem como os seus empregados.
Para compor uma Brigada de Combate a Incêndio temos que considerar, a princípio, a
seguinte estrutura básica.

Supervisor de Brigada

Chefe de Brigada

Brigadista Particular

Equipe de Salvamento e Proteção Equipe de Combate a Incêndio

A divisão dos componentes de uma Brigada deve ser feita de forma mais simples e
objetiva possível. Para tanto, deve haver uma distribuição coordenada, de funções, a fim de que as
equipes se tornem operacionais e funcionais. Em outras palavras, a distribuição de tarefas deve
ser feita com o fim de facilitar e coordenar o combate a Incêndio e Salvamento, bem como
exercitar e manter as medidas de prevenção.

ATRIBUIÇÕES DA BRIGADA DE COMBATE A INCÊNDIO

 Combater princípios de incêndio, efetuar salvamento e exercer a prevenção;


 Conhecer os riscos de incêndio do prédio;

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Promover medidas de segurança, propostas pelo Técnico de Segurança;
 Participar das inspeções regulares e periódicas;
 Conhecer as vias de escape;
 Conhecer os locais de alarme de incêndio e o princípio de acionamento do sistema;
 Conhecer todas as instalações do prédio;
 Verificar as condições de operacionalidade dos equipamentos de combate a incêndio e
de proteção individual (EPI);
 Atender imediatamente a qualquer chamado de emergência;
 Agir de maneira rápida, enérgica e convincente em situações de emergência.

A Brigada após o término do expediente, terá que verificar se portas, janelas, arquivos,
gavetas, etc., foram fechadas, se os aparelhos elétricos (ventiladores, ar condicionado, máquinas
de escrever, máquinas de somar, computadores, etc.) foram desligados, se há pontas de cigarro
acesas nos depósitos de lixo, se todas as bicas foram fechadas e se todos os cinzeiros foram
esvaziados.

DIVISÃO DE COMPETÊNCIA NA BRIGADA

I) Supervisor de Brigada

 Planejar e coordenar programas de treinamento;


 Planejar e coordenar exercícios de combate a incêndio, de salvamento e de
evacuação do prédio;
 Comandar e coordenar as atividades de combate e incêndio, de salvamento, de
evacuação do prédio (escape) em situações de sinistro;
 Coordenar e controlar compras de equipamentos e acessórios necessários à
execução, com segurança, das missões da Brigada;
 Normatizar as atividades da Brigada;
 Familiarizar-se com a localização e operação das válvulas do sistema de sprinklers,
das bombas para acionamento dos sistemas preventivos dos sistemas de gás
inflamável, das caixas de alarme dos equipamentos elétricos, etc.;
 Autorizar o desligamento da chave geral de eletricidade do prédio;
 Promover exercícios para avaliação e eficiência da Brigada;
 Atuar nos sinistros, utilizando equipamentos de proteção individual;
 Atender a qualquer chamado de emergência de imediato;
 Conhecer os mecanismos de funcionamento dos elevadores;
 Remanejar as equipes ou componentes da Brigada em situação de emergências;
 Relatar ao escalão superior, por escrito, todas as ocorrências e atividades da
Brigada que mereçam ser registradas.
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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

II) Chefe da Brigada

 Comandar as equipes nos exercícios de combate a incêndio, de salvamento e de


escape de pessoas do prédio;
 Autorizar a evacuação de pessoas de todos os setores em situações de sinistro;
 Avaliar as condições de preparo e eficiência das equipes;
 Executar planos de combate a incêndio, salvamento e escape;
 Atuar nos sinistros utilizando equipamentos de proteção individual EPI);
 Atender qualquer chamado de emergência de imediato;
 Inspecionar diariamente os equipamentos de combate a incêndio e de proteção
individual, atestando as condições de operacionalidade dos mesmos;
 Providenciar a substituição ou reparo de equipamentos e acessórios danificados,
comunicando o fato ao Supervisor da Brigada;
 Fornecer dados para a confecção dos relatórios de ocorrências e atividades da
Brigada;
 Cumprir e fazer cumprir as.ordens emanadas dos escalões superiores;
 Fiscalizar o cumprimento e o desenvolvimento dos programas de treinamento;
 Promover cursos técnicos, necessários ao bom desempenho funcional e operacional
da Brigada:

III) Brigadista Particular, brigadistas.

- Equipe de salvamento e proteção


 Coordenar o escape de pessoas em situações de emergência;
 Orientar as pessoas que se encontram em local de sinistro;
 Conduzir, até local seguro, em caráter de prioridade,, crianças, mulheres , homens
, idosos, bombeiros;
 Verificar em situação de incêndio ou não, as condições de iluminação e de acesso
das vias de escape;
 Conhecer todas as saídas de emergência e vias de escape;
 Atuar nos sinistros, utilizando equipamentos de proteção individual;
 Atender a qualquer chamado de emergência de imediato;
 Cumprir as ordens emanadas dos escalões superiores;
 Fornecer ao Chefe de Brigada, dados para a confecção de relatório de ocorrências
e de atividades da Brigada;
 Efetuar salvamento de pessoas, em situações de sinistro;

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Aplicar os primeiros socorros;
 Conhecer os mecanismos de funcionamento dos elevadores;
 Remover materiais combustíveis com o fim de facilitar a penetração da equipe de
combate e incêndio;
 Impedir o uso de elevadores para escape de pessoas em situações de incêndio;
 Realizar operações de arrombamento;
 Desligar a corrente elétrica do setor tão logo tome conhecimento da ocorrência
do incêndio;
 Aguardar o socorro do Corpo de Bombeiros na entrada principal do prédio e
fornecer dados e orientações necessárias;
 Isolar e proteger o material combustível não atingido pelo incêndio;
 Conduzir aparelhos extintores e equipamentos de proteção individual para o local
do evento, segundo orientação do Chefe da Brigada.
- Equipe de combate a incêndio
 Combater os princípios de incêndio;
 Conhecer a técnica e tática para utilização de mangueiras extintores;
 Conhecer a localização dos alarmes, extintores e caixas de incêndio;
 Investigar a origem de qualquer anormalidade no prédio que seja indício de
princípio de incêndio;
 Inspecionar, periodicamente, os equipamentos de combate a incêndio;
 Comunicar ao Chefe de Brigada quaisquer irregularidades constatadas nas
inspeções;
 Atuar nos sinistros utilizando equipamentos de proteção individual;
 Atender a qualquer chamado de emergência, de imediato;
 Cumprir as ordens emanadas dos escalões superiores;
 Fornecer ao Chefe de Brigada, dados para a confecção dos relatórios de
ocorrências, de atividades da Brigada e as alterações.

PLANO DE ESCAPE (EVACUAÇÃO)

Entre as funções de uma Brigada de Combate e Incêndio, encontra-se a de conduzir


pessoas de um local sinistrado a um local seguro. Essa tarefa não é fácil como possa parecer a
princípio: requer planejamento e treinamento constantes, para que se automatizem hábitos
essenciais para atender a procedimentos de emergência.
Um princípio de incêndio poderá causar prejuízos insignificantes quanto a perdas
materiais, porém, prejuízos incalculáveis em razão de pânico e tumulto.
Em uma boa prevenção, há dois aspectos fundamentais: um Plano de Combate a Incêndio
90
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
e um Plano de Escape (evacuação).
A Brigada de Combate a Incêndio deverá assegurar-se de que cada ocupante do prédio
conheça o alarme de evacuação, a saída principal e possível alternativas, os caminhos para a fuga
e o que fazer durante e após a evacuação.
A evacuação deve ser rápida e ordenada. Para tanto, diante da necessidade de evadir-se
de um local em caso de emergência, a pessoa deve prosseguir andando a passos rápidos, nunca
correndo, para uma saída previamente indicada; se esta estiver obstruída, para a saída livre mais
próxima.
Deve haver constantes recomendações e fiscalização da Brigada para que as vias de
escape permaneçam sempre desobstruídas.
O Chefe de Brigada deve planejar e conduzir práticas de evacuação regularmente.

I) Conceito

Plano de Escape compreende uma série de medidas com o fim de traçar um


comportamento padrão para a organização de evacuação de prédios com medidas preliminares de
planejamento e execução.

II) Objetivo
Conscientizar os ocupantes de um prédio no sentido de possuírem conhecimentos básicos
de escape, iniciativas ordenadas e pré-estabelecidas.

III) Como elaborar um Plano de Escape

Para elaborar um Plano de Escape a Brigada de Incêndio, devidamente assessorada pelo


supervisor da brigada, deverá:

Fazer um levantamento de cada andar do prédio, anotando e analisando os seguintes


itens:

 Número de ocupantes de cada sala;


 Distância a ser percorrida por uma pessoa situada no local mais distante do andar,
em relação a via de escape;
 Tempo médio de deslocamento da pessoa, andando a passos largos, do ponto
mais distante da via de escape;
 Número de deficientes físicos por andar;
 Tempo médio para se conduzir os deficientes físicos do ponto mais distante da via
de escape;
 Sentido das saídas;

91
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Tipos de saídas: passarelas, rampas, escadas comuns e escadas de incêndio;
 Alarme de incêndio: tipo, posição e modo de acionamento;
 Alcance da escada mecânica do Corpo de Bombeiros.

COMO PLANEJAR O TREINAMENTO DO PLANO DE ESCAPE

Deve-se seguir os seguintes procedimentos:


I. Após os levantamentos dos andares, deverá ser feita a divisão das tarefas entre os
componentes da Brigada. Cada componente deverá receber missões claramente
definidas, tanto em caráter individual quanto coletivo;
II. O Chefe da Brigada quanto às tarefas individuais e coletivas. Para tanto, deverão ser
feitos ensaios individuais e coletivos, colocando em evidência o maior número possível
de situações, referentes a posicionamento tático, deslocamentos e remanejamentos;
III. Deverá, ainda, prever duas situações de incêndio simulado considerando um incêndio
no andar mais elevado e um outro no andar mais baixo;
IV. Incluir no Plano, situações que dificultem o escape: obstruir via, desde que haja via
alternativa, simular pessoas impossibilitadas de deslocarem-se sozinhas, situando-as
nos pontos mais distantes da via de escape, pessoas com ataque cardíaco, parada
respiratória, etc.;
V. Reunir os ocupantes do prédio, nos respectivos andares, expor a finalidade do
treinamento, os objetivos a serem atingidos e, de forma sucinta, discorrer sobre a
forma de como será desenvolvida a operação;
VI. Orientar os ocupantes do prédio quanto aos caminhos a seguir e a forma correta de
deslocamento;
VII. Orientar os ocupantes do prédio para se comportarem como se a situação fosse real.
Estes devem ser motivados;
VIII. Avisar ao Corpo de Bombeiros o dia e o horário do treinamento, pois uma pessoa
desavisada poderá pensar que a situação é real e acionar o Corpo de Bombeiros;
IX. Cumpridas todas as etapas citadas, os ocupantes do prédio bem como os
componentes da Brigada retomam aos seus afazeres e aguardam o acionamento do
alarme de incêndio.

EXECUÇÃO DO PLANO DE ESCAPE

Acionado o alarme de incêndio, as pessoas, sob a orientação da Brigada e seguindo a


sinalização de escape, deverão evadir-se do prédio. O tempo de evacuação será cronometrado.
Todas as falhas da operação serão anotadas.
A finalidade principal da observação da operacionalidade do Plano é verificar a

92
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
coordenação das ações. Logo, o treinamento poderá ser repetido, tantas vezes quantas forem
necessárias e possíveis. A perfeita coordenação das ações é o fundamento da eficiência do Plano.
No relatório final deverão constar todas as etapas que foram cumpridas na operação, as
dificuldades e situações inesperadas que ocorreram. Todos os relatórios deverão ser arquivados
para comparações futuras.

GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO – GLP

Conceitos

Gás liquefeito de petróleo (GLP)


O gás de cozinha é combustível formado pela mistura de hidrocarbonetos com três ou
quatro átomos de carbono (propano 50% e butano 50%), extraídos do petróleo, podendo
apresentar-se em mistura entre si e com pequenas frações de outros hidrocarbonetos. Ele tem a
característica de ficar sempre em estado líquido quando submetido a uma certa pressão, sendo
por isto, chamado de gás liquefeito de petróleo (GLP).
De fácil combustão, o GLP é inodoro mas, por motivo de segurança, uma substância do
grupo MERCAPTAN é adicionada ainda nas refinarias. Ela produz o cheiro característico percebido
quando há algum vazamento de gás. O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico, mas se
inalado em grande quantidade produz efeito anestésico.

Gás natural
Gás inflamável e combustível, mais leve que o ar, composto principalmente de metano
com uma quantidade menor de etano, propano e butano, tem os mesmos usos do GLP. Possui
risco de explosão por combustão e incêndio quando escapa para o ambiente. Após vários testes
constatou-se que os vazamentos de gás natural não estão expostos a explosões a céu aberto.

Ventilação
Técnica para substituir uma atmosfera saturada de GLP por outra concentração abaixo do
limite de inflamabilidade, evitando assim, o risco de explosão e permitindo o acesso das linhas a
posições efetivas para a extinção do incêndio.

Características dos gases derivados de petróleo


Na pressão atmosférica, a temperatura de ebulição do GLP é de –30ºC; em estado gasoso
é mais pesado que o ar: 1m3 de GLP pesa 2,2kg. Com isso, em eventuais vazamentos, acumula-se
a partir do chão, expulsa o oxigênio e preenche o ambiente. Em estado líquido o GLP é mais leve
que a água, pesando 0,54 kg por litro.

93
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Estado Gasoso Estado Líquido


1 m3 de ar = 1,22kg 1 litro de água = 1kg
1 m3 de GLP = 2,2kg 1 litro de GLP = 0,54kg

Vantagens do GLP
Comparado a outros combustíveis, o GLP apresenta vantagens técnicas e econômicas,
associando a superioridade dos gases na hora da queima com a facilidade de transporte e
armazenamento dos líquidos. Como gás, sua mistura com o ar é mais simples e completo, o que
permite uma combustão limpa, não poluente e de maior rendimento. Liquefeito, sob suave
pressão na temperatura ambiente, pode ser armazenado e transportado com facilidade, inclusive
em grandes quantidades.
O rendimento do GLP e seu poder calorífico também é comparativamente mais elevado.

Recipientes transportáveis
São os recipientes com capacidade até 0,25 m³, que podem ser transportados
manualmente ou por qualquer outro meio, não estando incluídos nesta classificação, os
recipientes utilizados como tanque de combustível de veículos automotores.
Recipientes estacionários – recipientes fixos, com capacidade superior a 0,25 m³.
A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende do uso que se
pretende dar ao GLP. Os diferentes conjuntos técnicos são definidos por normas técnicas e de
seguranças, que orientam tanto a fabricação de seus componentes como sua instalação.
Os botijões são fabricados com chapas de aço, capazes de suportar altas pressões e
segundo normas técnicas de segurança da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O gás
dentro dos botijões encontra-se no estado líquido e no de vapor. Do volume do botijão, 85% de
gás em estado líquido e 15% em fase de vapor, o que constitui um espaço de segurança que evita
uma pressão elevada dentro do botijão.

Tipos de recipientes transportáveis

94
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende do uso que se
pretende dar ao GLP.

P-2
As botijas de 2kg (P-2) foram concebidas para operar sem regulador de pressão. São
indicados para fogareiros de acampamentos, lampiões a gás e maçaricos para pequenas
soldagens. A válvula da saída de gás é acionada por uma mola que retorna automaticamente
quando da desconexão.

P-13
Os botijões de 13kg (P-13) são os recipientes de gás mais populares do país.
São usados basicamente para cozinhar, tanto nas residências como em bares e
lanchonetes de pequeno porte. A válvula de saída de gás também é acionada por uma mola, que
retorna automaticamente quando da desconexão, mas neste caso existe uma válvula de
segurança, o pluge-fusível. Ele é fabricado com uma liga metálica de bismuto que derrete quando
a temperatura ambiente atinge 78ºC.

VÁLVULA USV-1 TEM


FUNÇÃO ESPECÍFICA DE
MANTER A GARRAFA
AUTOMATICAMENTE
FECHADA QUANDO
DESCONECTADO DO
REGULADOR

PLUG-FUSÍVEL
CONSTITUÍDO DE UMA
LIGA METÁLICA
DENOMINADA
BISMUTO, QUE FUNDE-
SE NA TEMPERATURA
AMBIENTE DE 78ºC

95
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

P-45 e P-90
Os botijões de 45 e 90 kg (P-45 e P-90) são indicados para as instalações centralizadas de
gás que permitem maior versatilidade no uso do GLP. Servem tanto para abastecer forno e fogão
como para o aquecimento de água e ambiente, refrigeração e iluminação. O P-45 é utilizado em
residências, condomínios, restaurantes, lavanderias e indústrias ou para consumidores
institucionais, como hospitais ou escolas. Os botijões de 90kg são empregados pelo mesmo tipo de
consumidores, mas de maior porte. A válvula de passagem de gás nesses dois tipos de vasilhame é
a de fechamento manual. Eles também são equipados com uma válvula de segurança que libera a
passagem do gás sempre que houver um grande aumento de pressão no interior do recipiente
devido ao aquecimento do ambiente (aproximadamente 78ºC).

Baterias
São centrais de estocagem de GLP com quatro ou mais recipientes de 45 ou 90 kg
interligados e conectados a um coletor central. A ligação entre os vasilhames e o coletor é feita
através do pig-tail, uma peça de borracha sintética especial (Buna-N), resistente ao GLP, com
terminais em latão. Os coletores, que conduzem o gás dos botijões, têm uma estrutura modular, o
que permite a montagem de baterias de tamanhos. Em cada módulo do coletor, exceto o central,
existe uma válvula de retenção, que impede a saída do gás para fora do módulo. O Regulador de
Pressão reduz a pressão do gás que se encontra dentro dos botijões para os níveis necessários aos
aparelhos de queima. Também controla a vazão do gás, mantendo-a constante e nos níveis
adequados ao funcionamento dos aparelhos.

96
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Existem basicamente três tipos de reguladores, que se diferenciam pela relação entre a
pressão de entrada e a de saída. O regulador de 1º estágio reduz a pressão do vasilhame para uma
pressão intermediária; o de 2º estágio completa essa redução até os níveis necessários ao
funcionamento dos aparelhos. Nas baterias residenciais com P-45 e P-90 costumam-se usar
reguladores de estágio único, que fazem a redução direta da pressão no interior dos vasilhames
para a dos aparelhos de queima.

CUIDADOS ESPECIAIS

NUNCA INSTALE UM BOTIJÃO COM A MANGUEIRA


PASSANDO POR DETRÁS DO FOGÃO E NEM DEITE O BOTIJÃO.

NUNCA AGRIDA A INTEGRIDADE FÍSICA DO CILINDRO

Não mexa e nem deixe ninguém mexer de forma bruta com os cilindros, bater no casco,
forçar os registros com barras ou instrumentos inadequados ou mesmo jogar objetos que podem
causar uma explosão.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
NUNCA

TESTE DE VAZAMENTO

Para verificar se há algum vazamento após a extinção do fogo,. Passe uma esponja com
água e sabão sobre a conexão do cone-borboleta com a válvula. Se ainda houver vazamento,
surgirão bolhas; orientar ao usuário que o sabão só serve para verificar vazamentos e não para
vedá-lo.

SALVAMENTO

ÍNDICE
CONCEITOS

PRÉ-REQUISITOS PARA AÇÃO DE SALVAMENTO

PROCEDIMENTOS BÁSICOS ADOTADOS

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

NÓS E ENTRELAÇAMENTOS

OCORRÊNCIAS (Elevadores, Soterramentos)

CÓDIGO “Q”

CÓDIGO ALFABETO FONÉTICO

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

1- CONCEITOS

Definições

Salvamento é toda e qualquer ação desenvolvida com a finalidade de salvaguardar vidas


e bens de situações de perigo.

Classificação quanto à natureza (tipo)


 Terrestre: quando o salvamento é realizado em contato com o solo;
 Aquático: quando o salvamento é realizado no meio líquido;
 Vertical: salvamento realizado em altura.
 Aéreo: salvamento realizado com o auxílio de uma aeronave.

Técnica de salvamento
Conjunto de conhecimentos científicos teóricos para executar um salvamento.

Tática de salvamento
Ë a colocação da teoria em prática durante o salvamento, sendo o plano à ser adotado.

2 – PRÉ-REQUISITOS PARA UMA AÇÃO DE SALVAMENTO

Treinamento
Condição fundamental para o aprimoramento físico, técnico e profissional.

Avaliação
 Não-Urgente: não há risco de morte, porém necessita de técnica;
 Urgente: há risco de morte e o tempo influencia na decisão da tática;
 Emergência: Perigo iminente, necessita ação precisa e imediata.

99
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Segurança
São ações realizadas com o intuíto de minimizar, isolar o perigo dando condições ao
homem de trabalhar na área de risco, podendo ser:
 Individual: segurança para evitar acidentes pessoais;
 Coletiva: segurança para evitar acidentes em grupos de pessoas;
 Equipamentos: evita acidentes nos equipamentos utilizados em salvamentos,
combate à incêndio, primeiros socorros, etc.

Condições básicas para realizar um salvamento


 Controle emocional próprio;
 Controle da situação;
 Convicção da atividade que está realizando;
 Conhecimento dos riscos e maturidade na utilização da segurança;
 Técnica dos seis olhos.

3 – PROCEDIMENTOS BÁSICOS ADOTADOS

O Bombeiro Particular, durante uma ação de salvamento, deverá priorizar suas ações
objetivando a realização da operação no menor tempo hábil sem trazer danos materiais à vítima,
aos bens em risco ou principalmente, expor ao perigo, os homens sob seu comando. Após ter
recebido o aviso, ainda em seu posto de origem, o Bombeiro particular deverá otimizar a saída
atentando para os seguintes procedimentos:
 Obter informações sobre o evento (local, o que aconteceu, tipo e quantidade de
vítimas, entre outros);
 condições de uso das vias de acesso ao local;
 localização e estudo dos preventivos;
 estabelecer diretrizes para realização do salvamento;
 necessidade de reforço especializado como: Corpo de Bombeiros, CEB, CAESB,
Polícia, etc.;
 isolamento do Local;
 sinalização e controle do tráfego;
 agilidade no acesso aos EPI’s para as equipes de socorro;
 manter a central informada das condições do local;
 registrar dados das vitimas.

4 – EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Cabos

100
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Também conhecido como corda, é o conjunto de fibras torcidas ou trançadas, dentro ou
não de uma capa, que formam um feixe longitudinal e flexível. Dentre as inúmeras características
de uma boa corda, citamos a facilidade de execução de nós, pouca absorção de água e a maior
resistência aos agentes da natureza

Mosquetões
São elos de aço ou duralumínio, que possuem um
fecho com mola, por onde se prendem cordas,
equipamentos para efetivar sistemas de segurança.
Existem dezenas de modelos com as mais variadas
formas, características e funções. O importante,
é que a resistência não deverá ser inferior a 2.000 Kg.

Aparelho oito
De aço duralumínio, este é o freio
mais utilizado na prática de rapel devido
à sua versatilidade e preço.

Equipamento de Proteção Individual - EPI

São equipamentos que visam dar maior segurança individual nas atividades de
salvamento. O bombeiro Particular tem a obrigação de verificar e cuidar dos EPI’s, verificando
sempre as condições dos equipamentos, informando ao setor de segurança do trabalho sobre
falta ou avarias dos EPI’s. São exemplos de EPI:
 luvas (couro, borracha, látex, etc.);
 botas (couro, borracha, etc.);
 capacete de segurança;
 proteção respiratória (máscaras
com filtros e equipamentos autônomos
de respiração).

Equipamento de Proteção Respiratória

Estes equipamentos têm a função de nos permitir respirar em um ambiente saturado por
partículas nocivas ao organismo humano.
Tipos de EPR:
 máscara semi-facial ou facial com filtros;
 equipamento isolante com linha de ar;

101
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Equipamento de respiração autônoma.

Máscaras com filtros


Os filtros são classificados em: químicos, mecânicos e conjugados. O Bombeiro Particular
deve procurar os setores competentes como a segurança do trabalho, para indicar o tipo de filtro
a ser utilizado em determinada atividade.

Desvantagem dos equipamentos com filtros


 o ar atmosférico deverá conter no mínimo 18% em volume de oxigênio;
 a concentração de gases tóxicos na atmosfera não deverá ser superior a 2% em
volume.
 Não poderá ser usado em ambientes fechados.

Equipamento de Proteção Respiratória - EPR

Protege as vias respiratórias em todas as situações onde a atmosfera estiver contaminada


ou possuir uma taxa de oxigênio insuficiente, pois é provido de uma reserva de ar respirável sob
pressão (cilindro/BAR). Sua utilização necessita de instrução prévia e treinamento, pois se trata de
um equipamento cheio de detalhes.

Componentes do EPR

►cilindro de ar respirável (pressão em BAR=ATM)


►suporte ou sela com tirantes ( sempre folgados)
►conjunto redutor de pressão ( reduz de 300 p/ 7 BAR)
►manômetro
►válvula de demanda ( reduz de 7 p/ 3 BAR )
►máscara com visor panorâmico e tirantes ( sempre folgados)

Testes de segurança

► teste de vedação do sistema de ar


► teste do apito de segurança
► teste de vedação da máscara

Fórmula para saber o tempo de uso (autonomia) do EPR

► se ao observar o manômetro, o valor constatado for maior que 150 BAR, deve-se

102
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
dividir esse valor por 6; [  150 BAR ÷ 6 ]
► se ao observar o manômetro, o valor constatado for menor que 150 BAR, deve-se
dividir esse valor por 7. [↓150 BAR÷ 7]. O resultado obtido é o tempo (autonomia) do
equipamento em minutos.

Fatores que influenciam na alteração da autonomia

► capacidade pulmonar ou respiratória;


► esforço físico;
► controle emocional (estado psicológico, stress, medo).

5 – NÓS E ENTRELAÇAMENTOS

Nó é um entrelaçamento feito à mão da(s) ponta(s) ou seio de um cabo ou mais,


seguindo uma ação criteriosa, formando uma massa uniforme. Um bom nó tem três
características: fácil confecção, eficiência em sua utilização e fácil soltura (mesmo depois de
submetido a grandes tensões ou molhado).

▬ Classificação dos nós

1ª família – Nós nas extremidades ou na própria corda


- cote, meia volta(botão), arnez, fiador, nó de ramo, etc;

2ª família – Nós para unir cordas


- direito, torto, escolta singela, nó dágua, etc;

3ª família – Nós para fixar cordas


- fiel, prussick, pata de gato,etc;

4ª família – Nós para reforçar ou encurtar cordas


- corrente, catau, etc;

5ª família – Nós para formação de alças e assentos


- azelha, oito, lais de guia, nó da vida, cadeira japonesa,etc.

103
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
6 – SALVAMENTO EM ELEVADORES

Os eventos envolvendo elevadores se caracterizam, basicamente pela retirada de


pessoas do interior da cabine após desligamento da energia e em alguns casos após o
nivelamento da mesma. Em menor incidência estão os acidentes em que a vítima fica presa entre
a cabine e o pavimento.

E óbvio que em atividades envolvendo elevadores, a presença de um técnico


especializado resultaria em eficiência e rapidez nas ações. Sendo assim, além dos conhecimentos
aqui descritos, o Bombeiro Particular deverá ter sempre a mão o telefone das empresas que fazem
a manutenção técnica dos elevadores no seu local de trabalho.

Ações em ocorrências em elevadores


Após identificar a situação (vitimas prensadas, presas no interior, dentro do fosso, etc). E
quanto às vitimas (número, estado geral, localização), o Bombeiro Particular julgará qual a técnica
que usará para efetuar o salvamento das vitimas.
 simples abertura da porta da cabine do elevador;
 nivelamento da cabine e posterior abertura da porta;
 retirada das vitimas pelo alçapão ou pela porta de emergência lateral

Lembre-se
 promova a sua segurança em relação ao fosso do elevador;
 conforte psicologicamente as vítimas ainda presas no interior da cabine;
 a sala de máquinas fica geralmente acima do fosso (terraço da edificação);
 cada elevador possui disjuntores individuais, com dois interruptores de energia,
um para o motor e outro para as luzes internas da cabine;
 caso tenha uma emergência, e seja necessária a retirada de vitimas em cabine
parada entre dois pavimentos, o Bombeiro Particular deverá retira-las pelo
pavimento superior.
 SEMPRE desligue a energia dos motores.

104
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

OCORRÊNCIAS EM SOTERRAMENTOS

Conceitos

 Soterramentos: terra caindo sobre;


 Desabamento: estruturas naturais caindo sobre:
 Desmoronamento: estruturas (feitas pelo homem) caindo sobre.

Durante o reconhecimento, o Bombeiro Particular deve atentar:


 Identificar existência, localização, número de vitimas e estado geral;
 procurar vestígios (ferramentas, gemidos, roupas, sangue);
 observar vazamento de gás ou outro de produtos perigosos;
 observar os pontos de estrutura que ainda oferecem risco;
 estabelecer metas de ação;
 isolar a área;
 providenciar reforços (CBMDF, PMDF, Defesa Civil, etc)

Durante a retirada das vitimas:


 evite fazer barulho (alguma vitima pode estar tentando pedir socorro);
 mantenha a vitima ventilada (com cilindros e mangueiras, insuflação de ar, etc);
 procure desobstruir a cabeça e o tórax da vitima, facilitando assim os movimentos
respiratórios;
 quebre as peças grandes para facilitar a remoção;
 cuidado para não atingir as vítimas durante as escavações;
 desligue o fornecimento de energia elétrica;
 utilize os EPI’s;
 controle os vazamentos de gás e combustíveis;
 remova com cuidado os bens materiais não destruídos.

7 – CÓDIGO “Q”

Finalidade - Oferecer rapidez e bom entendimento às comunicações, principalmente


as emergênciais.

QAP – na escuta QTA – cancela a mensagem

105
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
QRG – na freqüência QSF – você realizou o salvamento?
QRA – nome da estação/operador QSL – acuse o recebimento
QRB – qual a distância você está QTO – sanitário, banheiro
aproximadamente
QRB – aonde vai e de onde vem? QSY – devo transmitir em outra freqüência
QRF – está regressando QTI – rumo verdadeiro/direção
QTH – qual seu endereço? QTL – qual sua proa verdadeira
QRM – interferência na freqüência TKS – obrigado pela mensagem
QRN – interferência estática QTR – hora certa
QRO – aumente a potência do rádio QTH -- Localização

QRP – diminua a potencia do rádio QSJ – pagamento, dinheiro


QRQ – transmita depressa QTF – telefonema
QRS – transmita mais devagar QTZ – você continua a busca?
QRV – estou preparado/prossiga QUA – tem notícias de (nome)
QRX – quando me chamará novamente QUD – recebeu o sinal de urgência
transmitida por
QSM/RPT – repetir a mensagem QUF – recebeu o sinal de perigo transmitido
por
QRZ – quem está me chamando? QUJ – informe rumo verdadeiro para chegar
em você
QSA – qual a intensidade dos meus sinais? QRU – problema na ocorrência

8 – CÓDIGO ALFABETO FONÉTICO

A - Alfa N - November
B - Bravo O - Oscar
C -Charlie P - Papa
D - Delta Q - Quebec
E - Echo R - Romeo
F - Fox-trot S - Sierra
G - Golf T - Tango
H - Hotel U - Uniform
I - India V - Victor
J - Juliet W - Whiskey
K -Kilo X - X-ray
L - Lima Y - Yankee
M - Mike Z - Zulu

106
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

PRIMEIROS SOCORROS

SUMÁRIO

Sistemas de Emergências Medicas - SEM


LIÇÃO 01-
Noções Básicas
Doenças infecto-contagiosas
Medidas de prevenção

LIÇÃO 02 - Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 03 - Hemorragia e Choque

LIÇÃO 04 - Ferimentos em Tecidos Moles


LIÇÃO 05 - Trauma em Ossos

LIÇÃO 06 – Traumatismo (Tórax, TCE, Abdômen e TRM)


LIÇÃO 07 - Queimaduras
IAM
AVC
Hipertensão
LIÇÃO 08 – Emergências Clinicas Insuficiência Respiratória
Hiperventilação
Diabetes
Convulsão
Epilepsia
Desmaio

LIÇÃO 09 - Manipulação e Transporte


LIÇÃO 10 – Parto
LIÇÃO 11 - Avaliação Geral
LIÇÃO 12 - Intoxicações e Envenenamentos
ANEXO - Noções de Anatomia e Fisiologia Humana

107
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 01

SERVIÇO DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1.1 SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÈDICAS (SEM)

O sistema de Emergências Médicas (SEM), é uma cadeia de recursos e serviços


organizados para prestar assistência continuada às vítimas, desde o local onde se iniciou a
emergência até a chegada destas ao ambiente hospitalar.

ORGANOGRAMA DO SISTEMA DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que


procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza
clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, seqüelas ou

108
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado
a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.
Podemos chamá-lo de atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for
oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação
partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento
necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a
outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento.

PRIMEIROS SOCORROS
São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou doença,
com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada de ajuda
especializada.

SOCORRISTA
É a pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança, avaliar e identificar
problemas que comprometam a vida. Cabe ao Socorrista prestar o adequado socorro pré-
hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes.

ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA


Se você quer ser um Socorrista é preciso aprender a lidar com o público. Pessoas que
estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você deve ser capaz de
superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que estes pacientes estão
agindo assim devido à doença ou ao ferimento presente. Lidar com as pessoas é uma das mais
exigentes tarefas do Socorrista. E atuar de modo profissional, pode ser muito difícil, dependendo
da situação.
Você deve ser honesto e autêntico. Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve
dizer que ela está bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Também não deve dizer que
tudo está bem quando você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se
preocupar é uma bobagem. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que
se preocupar. A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu
relaxamento, desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros
socorros e que irá ajuda-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança. Avisar ao
paciente que o Serviço de Emergência Médica (CBMDF ou o SAMU), está a caminho pode ajudar a
tranqüiliza-lo.
O Socorrista deve ter discernimento quanto aos limites do que poder ser comunicado ao
paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente querido está seriamente ferido
não ajudará em nada. Quando a assistência de emergência é prestada, o Socorrista deve ter maior
sensibilidade sobre o que dizer ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o

109
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
paciente, o Socorrista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos.
Lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma pode não tolerar uma
pressão adicional.
Atuar como Socorrista, exige que você controle os seus próprios sentimentos no local da
emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes enquanto, ao mesmo
tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao enfrentar uma situação de doença ou
ferimentos graves. Os pacientes não necessitam unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem
um atendimento profissional.
Prestar assistência como Socorrista requer que você admita que o local do acidente ou os
tipos de emergência podem afeta-lo. Você deve conversar com outros trabalhadores do serviço de
emergência ou especialistas do Serviço de Emergência Médica, para lidar com os seus problemas
emocionais e o stress ocasionados pelas situações de emergência.
No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado. Observe a
sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os pacientes ou
sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o paciente e evite distrações
desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você
não é disciplinado e não poder ser um socorrista.
Ninguém pede para você mudar o seu estilo de vida para ser um Socorrista. Entretanto,
no momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns aspectos
relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados. Sua atuação e aparência
podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar uma dose a menos de bebida
alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante, porém o significado, desta pequena
ação, é muito importante, para que o Socorrista preste uma assistência adequada nas situações de
emergência.
Para ser um Socorrista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você tem
limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respiraro seu treinamento terá pouca
utilidade.
Quando você completar o seu treinamento e tornar-se um Socorrista, você será
considerado uma pessoa muito especial e atenderá à uma necessidade importante da
comunidade.

ATRIBUTOS DO SOCORRISTA
Os principais atributos inerentes à função do Socorrista, são:
a) Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento necessário;
b) Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou exageradas
daqueles que estão sob situação de estresse;
c) Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA

110
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
As responsabilidades do Socorrista no local da emergência incluem o cumprimento das
seguintes atividades:
A. Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI´s);
B. Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente, e
prevenir outros acidentes;
C. Ter a certeza de que o CIADe (Centro Integrado de Atendimento e Despacho), órgão da
Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, onde são registradas todas as
ocorrências envolvendo segurança pública, foi notificado com relação ao deslocamento,
chegada e detalhes da situação no local do acidente;
D. Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a situação;
E. Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela avaliação do
paciente;
F. Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu
treinamento;
G. Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local do paciente.
O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou minimizem os riscos de
lesões adicionais;
H. Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e coordenar
as atividades.

A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que


exerce uma arte ou profissão, ou seja, a responder perante a justiça pelos atos prejudiciais
resultantes de suas atividades inadequadas, portanto, o

Socorrista poderá ser processado e responsabilizado se cometer os seguintes atos:

IMPERÍCIA (ignorância, inabilidade, inexperiência)


Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que se
mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer.
A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou inabilidade acerca de
matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se execute com eficiência o
encargo ou serviço, que foi confiado a alguém.
Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja
inabilidade se manifestou. Ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz com a
habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários.
A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos danos
que sejam calculados por seu erro ou falta.
Exemplo: é imperito, o Socorrista que utilizar o reanimador manual, sem executar
corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante a

111
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
reanimação.

IMPRUDÊNCIA (falta de atenção, imprevidência, descuido)


Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências de seu ato ou
ação, quando devia e podia prevê-las.
Mostra-se falta involuntária, ocorrida na prática de ação, o que a distingue da negligência
(omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou imprevidência relativa à
precaução que deverá ter na prática da mesma ação.
Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia e
deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.
Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo dano
ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo.
 Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo o limite
de velocidade permitido na via.

NEGLIGÊNCIA (desprezar, desatender, não cuidar)


Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com se executam certos atos, em
virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais
atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada.
A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a
atenção que se deveria.
Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que competia ao
agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou aconselhadas pela prudência, e
vistas como necessárias, para evitar males não queridos ou evitáveis.
Exemplo: É negligente o Socorrista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção Individual
(EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário.

FORMAS DE CONSENTIMENTO
O consentimento implícito:

Consideramos que o Socorrista recebe um consentimento implícito para atender uma vítima
quando ela está gravemente ferida, desorientada ou inconsciente, ou ainda é menor de 18 anos e
não pode tomar decisão sozinha.
No caso da vítima inconsciente, assume-se que se estivesse consciente e fora de risco,
autorizaria a prestação do socorro. Igualmente assume-se também que se um familiar ou
representante legal do menor, estivessem presentes, autorizariam o atendimento.

O consentimento explícito:

112
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Consideramos explícito o consentimento dado por um familiar ou representante legal para a
prestação do socorro a uma vítima inconsciente, confusa, menor de idade ou com incapacidade
mental, desde que esteja fora de perigo.

OMISSÃO DE SOCORRO
Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em “Deixar
de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e eminente perigo; não
pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.
Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.

Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta


lesão corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”.

1.2 DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS

São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas), que são
transmitidas a outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluídos corporais
(saliva, muco ou vômito) ou ainda pela picada de insetos transmissores de doenças.

As infecções podem ser causadas por microorganismos chamadas, vírus (que causam
doenças como resfriados, gripes, hepatite, HIV) e bactérias (que causam meningite, tuberculose),
DST (gonorréia).
Esses microorganismos também são chamados de patogênicos podendo estar presentes nos
fluídos corporais, como sangue, sêmen, secreções das vias aéreas e via oral, por meio de tosse,
espirros, coriza e saliva.
Infecção - Invasão do corpo ou de tecidos por um microorganismo que provoca doença.
Contaminação - Presença de microorganismos patogênicos em um objeto.

Meios de transmissão
Os microrganismos presentes no sangue, fluidos corporais, urina ou fezes do portador de
uma patologia infecto-contagiosa, podem ser transmitidas por:

 Transfusão sanguínea;
 Relação sexual;

113
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Via oral;
 Picada de insetos;
 Uso de agulhas contaminadas;
 Objetos contaminados.

Sinais e Sintomas
Alguns pacientes com doenças infecto-contagiosas não apresentam sinais ou sintomas
evidentes ou observáveis. De qualquer forma, os sinais e sintomas mais freqüentes são:
 Febre;
 Sudorese;
 Alteração de coloração da pele;
 Cefaléia;
 Tosse e dificuldade respiratória;
 Diarréia;
 Mal estar geral.
Tratamento pré-hospitalar
1. Mantenha o paciente em repouso;
2. Mantenha a temperatura corporal;
3. Previna o choque;
4. Transporte o paciente.

Precauções universais
1. A segurança individual do socorrista vem sempre em primeiro lugar;
2. Cumpra suas tarefas e seu trabalho de socorrista sem esquecer dos riscos potenciais presentes
durante o atendimento;

Medidas de segurança
 Use EPIs;
 Verifique diariamente as condições de funcionamento de seus materiais de trabalho;
 Antes e após cada atendimento, lave bem as mãos com água e sabão;
 Vacine-se contra hepatite B;
 Evite o contato direto com fezes, urina, sangue ou fluídos corporais;
 Use máscara para RCP;
 Estabeleça procedimentos de segurança no seu local de trabalho (troca de uniformes,
limpeza e segurança dos ambientes, descarte de lixo ou material contaminado, etc).

114
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 2

SUPORTE BÁSICO DE VIDA


1. Cadeia de sobrevivência
Mesmo quando a RCP por si própria não seja suficiente para salvar a vida da maioria das
pessoas que sofrem uma parada cardíaca, constitui um elo vital na cadeia de sobrevivência.

Essa cadeia inclui a seguinte sequência:


1º. Elo: Reconhecimento imediato da PCREH e acionamento do Serviço de
Emergência/Urgência;
2º. Elo: RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas;
3º. Elo: Rápida desfibrilação;
4º. Elo: Suporte Avançado de Vida eficaz;
5º. Elo: Cuidados pós-PCR integrados

115
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

2. Seqüência dos passos em SBV

- Avaliação da capacidade de resposta e pedido de ajuda;


- Manutenção das condições circulatórias;
- Reconhecimento rápido de alterações nas vias aéreas e o seu tratamento;
- Tratamento das condições respiratórias inadequadas;
- Acesso precoce ao DEA;
Em SBV considerar:

Lactente: de 28 dias até 1 ano de idade.


Criança: a partir de 1 ano até o início da puberdade:
Adulto: a partir da puberdade.

AVALIANDO A CAPACIDADE DE RESPOSTA DO PACIENTE (AVDI)

A está Alerta?
V responde ao estímulo Verbal?
D reage ao estímulo de Dor?
I Inconsciente, Não responde ou não reage?

Observar se a respiração está anormal ou ausente.

Se o emergencista verificar que a vítima não responde e não estiver respirando ou apresentar
respiração anormal (GASPING agônico), deve-se verificar o pulso. Na ausência de pulso iniciar a
RCP (30 compressões torácicas X 2 ventilações).
Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a faringe.
A língua é a causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente.
Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Emergencista deve utilizar a manobra
de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias aéreas.

3. Parada respiratória
Parada respiratória é a supressão súbita dos movimentos respiratórios, que pode ou
não ser acompanhada de parada cardíaca.
O centro respiratório encefálico deve funcionar para haver respiração e para que a
freqüência e a profundidade respiratórias sejam adequadas, a fim de controlar os níveis
sangüíneos de dióxido de carbono.

116
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
O fluxo sangüíneo cerebral inadequado provocado por AVC (resultante da interrupção
da irrigação de uma região do cérebro), choque ou parada cardíaca pode afetar gravemente o
centro respiratório. Uma parada respiratória pode ser provocada quando a oxigenação do sangue
for muito reduzida, mesmo que a quantidade do sangue que circula pelo encéfalo seja normal.
Nestes casos, a vítima pode apresentar uma parada respiratória completa ou realizar esforços
respiratórios ineficazes -respirações “agônicas”, geralmente associados com contração dos
músculos dos braços e das pernas.
Mesmo após a parada do coração, a respiração continua existindo por poucos
segundos.

Não confunda respirações agônicas com respirações efetivas ao determinar se é necessário


efetuar respiração de resgate ou compressões torácicas. Nas próximas páginas serão apresentadas técnicas
para a reanimação cardiopulmonar.
Ventilações de Resgate
Uma vez permeabilizadas as vias aéreas, temos condições de ventilar o paciente.
Por que com o ar expirado é possível manter vivo um paciente?
A atmosfera contém aproximadamente 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, em torno de
5% são usados pelo corpo e os 16% restantes são exalados. Um emergencista pode manter vivo
um paciente ao ministrar-lhe 16% de oxigênio, dando-lhe seu próprio ar exalado.

Técnicas de ventilação de resgate


As técnicas a utilizar são:
- Boca a máscara RCP
- Boca a boca
- Boca a boca e nariz
- Bolsa de Ventilação Manual (BVM)

Técnica de ventilação boca - máscara para a RCP

 Abrir a via aérea com o método correspondente ao tipo de emergência, colocar a


ápice da máscara sobre o nariz e a base entre o queixo e o lábio inferior do paciente
e segurá-la firmemente.
 Inspirar normalmente e ventilar por um segundo pela abertura do tubo dentro da
via aérea do paciente até ver que o peito se eleva.
 Permitir que o ar do paciente saia de seus pulmões. Caso a respiração espontânea
não se inicia, deve-se continuar com o ciclo seguinte, observando os movimentos
do tórax do paciente, ouvindo
e sentindo a saída de ar.

117
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Técnica de ventilação boca a boca

 Abrir a via aérea com o método correspondente e pinçar as narinas do paciente


com a mão que segura a cabeça.
 Inspirar normalmente.
 Cobrir com a própria boca a boca do paciente e ventilar o ar inalado.
 Continuar com os passos como foi descrito na técnica de ventilação boca – máscara
para a RCP.

Técnica de ventilação boca a boca e nariz

 Utilizada em lactentes e crianças.


 A frequência ideal para crianças e lactentes é uma ventilação a cada 3 ou 5 seg.
 Nesta técnica deve-se cumprir com os mesmos passos da técnica de ventilação boca
a boca, incluindo cobrir o nariz com a
boca do socorrista.

118
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Técnica de ventilação manual de Bolsa de Ventilação Manual (BVM)
Esta técnica cumpre os mesmos passos para a ventilação de resgate, colocando a bolsa de
ventilação manual sobre o nariz e boca do paciente buscando cobrí-la hermeticamente enquanto
se ministra o ar. Pode ser realizada com dois socorristas, assim como por apenas um. Para
dominar esta técnica é necessário uma prática considerável.
Quando praticadas as técnicas anteriores e não conseguida a ventilação do paciente,
assuma que existe uma Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Extranho (OVACE), o que
abordaremos mais adiante.

Riscos e complicações da ventilação de resgate

Infecções: O Socorrista deve tomar as precauções pertinentes para evitar adquirir e transmitir
infecções.

Lesões e intoxicações: É importante saber se o paciente ingeriu produtos cáusticos ou tóxicos


para evitar lesionar-se ou intoxicar-se.

Lesões da coluna cervical: No caso de suspeita deste tipo de lesão, não se deve aplicar a técnica
de extensão da cabeça – elevação mandibular.

Distensão gástrica: Se o paciente apresenta o abdômen distendido, não se deve comprimir devido
o perigo de vômito e obstrução das vias aéreas. A distensão pode aumentar a resistência das
insuflações por elevação do diafragma. Observar para que as insuflações sejam no tempo
adequado.

As infecções respiratórias e certas condições crônicas (asma), podem causar inflamação dos
tecidos ou espasmo muscular que obstrui a via aérea.

119
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Acessórios para ventilação artificial


Alguns acessórios são utilizados na reanimação pulmonar. A escolha de tais acessórios deve ser
adequada a cada caso e sua utilização deve ser correta.

Os acessórios que podem ser utilizados são:

Cânula orofaríngea

Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na boca e na faringe do
paciente, a fim de sustentar a língua, evitando o bloqueio das vias aéreas.

Reanimador manual

Equipamento utilizado para ventilar, artificialmente, o paciente que não apresenta


respiração espontânea, podendo liberar altas concentrações de oxigênio (90 a 100%) quando
instalado a uma fonte (cilindro de oxigênio).

Técnica de ventilação com bolsa-máscara (reanimador manual)

1) Posicione o paciente corretamente (decúbito dorsal);

2) Posicione-se próximo à cabeça do paciente (técnica cefálica);

3) Abra a boca do paciente e coloque a cânula orofaríngea, conforme técnica descrita


anteriormente;

4. Parada Cardíaca

Parada cardíaca é o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico


confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e apnéia (ou
respirações agônicas).

Detecção do pulso carotídeo

A detecção de pulso pode ser feita de 2 maneiras:

Para se detectar a presença ou ausência de pulso carotídeo:

120
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Use sempre EPI

1) Localize a cartilagem da tireóide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado
deste ponto, mantendo a cabeça em posição inclinada para trás (se não houver suspeita de
lesão na coluna cervical);
2) Deslize os dedos no sulco entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a
você; e
3) Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e criança). Se
não há pulso, inicie as compressões torácicas.

Detecção do pulso braquial

Para se detectar a presença ou ausência de pulso braquial:

1) Localize o terço médio da parte interna do braço, entre o cotovelo e o ombro do lactente;

2) Com o polegar na face externa do braço, pressione com suavidade os dedos, indicador e médio,
contra o úmero para sentir o pulso braquial; e

3) Se não conseguir detectar com certeza um pulso, outros sinais de circulação ou, caso a
freqüência cardíaca seja menor que 60 bpm, em um lactente ou uma criança com sinais de
hipoperfusão, inicie as compressões torácicas.

Reanimação Cárdio Pulmonar (RCP)


Sinais de parada cardiorrespiratória
Inconsciência;
Ausência de respiração;
Ausência de pulso.
Ponto de compressões de RCP
Ao detectar uma parada cardíaca, deve-se proceder compressões torácicas, de acordo com
o seguinte procedimento:
Adulto: Dois dedos acima do processo xifóide.
Criança: Da mesma maneira em que é feita no adulto;
121
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Lactente: Um dedo abaixo da linha imaginária, entre os mamilos.

Posicionamento das mãos do emergencista para as compressões:

No paciente adulto: Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente)
no ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo que as
bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não devem tocar o tórax
do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados.
Mantenha seus dedos afastados do tórax do paciente.
Se o paciente for uma criança: Faça as compressões com a base de uma das mãos,
posicionada sobre o ponto de compressão da RCP.

Iniciando e terminando a Técnica de RCP


Uma vez iniciada a técnica de RCP, deve manter-se até que:
1. Se retorne a circulação, continuar com a ventilação artificial
2. Se retorne a circulação e ventilação espontâneas
3. Pessoal mais capacitado que você o substitua
4. Você se encontra tão exausto que já não pode continuar com o procedimento.

Recomendações

Componente Adultos Crianças Bebês

Não responsivo (para todas as idades)


Sem respiração ou com
respiração anormal (isto é, Sem respiração ou apenas com gasping
Reconhecimento apenas com gasping)

Sem pulso palpado em 10 segundos, para todas as idades (apenas para profissionais de
saúde)

Sequência de RCP C-A-B

Frequência de
No mínimo, 120/min
compressão
No mínimo, 2 polegadas (5 No mínimo ½ do diâmetro No mínimo ½ do diâmetro
Profundidade da cm) AP AP
compressão Cerca de 2 polegadas (5 Cerca de ½polegadas (4
cm) cm)
Permitir retorno total entre as compressões
Retorno da parede Profissionais de saúde, alternar as pessoas que aplicam as compressões a cada 2 minutos.

122
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
torácica

Interrupções nas Minimizar interrupções nas compressões torácicas

compressões Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos

Vias aéreas Inclinação da cabeça elevação do queixo (profissionais de saúde que suspeitarem de
trauma: anteriorização da mandíbula)

Relação compressão- 30:2


ventilação (até a 30:2 Um socorrista
colocação de via 1 ou 2 socorristas 15:2
aérea avançada)
2 socorristas profissionais de saúde
Ventilações: quando
socorrista não treinado Apenas compressões
e não proficiente

Ventilações com via 1ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min)


aérea avançada
Assíncronas com compressões torácicas
(profissionais de
saúde)
Cerca de 1 segundo por ventilação
Elevação visível do tórax
Colocar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as interrupções
Desfibrilação nas compressões torácicas antes e após o choque: reiniciar a RCP começando com
compressões imediatamente após cada choque

Abreviações DEA/DAE, desfibrilador automático externo; AP anteposterior; RCP ressuscitação cardiopulmonar.

Fonte American Heart Association 2015

5.Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho – OVACE

É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em adulto,
geralmente, ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a alimentação ou
recreação (sugando objetos pequenos).

• A obstrução de vias aéreas superiores pode ser causada:


• pela língua: Sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe;
• pela epiglote: Inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão negativa que
forçará a epiglote para baixo, fechando as VA;
• por corpos estranhos: Qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha a se depositar na
faringe;

123
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
• por danos aos tecidos: Perfurações no pescoço, esmagamento da face, inspiração de ar
quente, venenos e outros danos severos na região; e
• por patologias: Infecções respiratórias, reações alérgicas e certas condições crônicas (asma),
podem provocar espasmos musculares que obstruem as VA.

Sinais de obstrução grave ou completa das vias aéreas

Quando uma pessoa consciente que estiver se engasgando, os seguintes sinais indicam uma
obstrução grave ou completa das vias aéreas que exige ação imediata:

• Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo indicador;
• Incapacidade para falar;
• Tosse fraca e ineficaz;
• Sons inspiratórios agudos ou ausentes;
• Dificuldade respiratória crescente; e
• Pele cianótica.

A desobstrução das vias aéreas deve seguir as manobras:

Manobras para desobstrução em Adulto:

Sinal Universal de Engasgamento


Compressões abdominais ou Manobra De
Heimlich em adulto consciente

124
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Compressões torácicas ou Manobra de Heimlich em gestantes

Compressões abdominais ou Manobra de Heimlich em crianças

Golpes interescapulares e Compressões torácicas em lactente


inconsciente
125
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Varredura digital para limpeza da cavidade oral


somente com a observação do objeto

6.Posição de recuperação

A posição de recuperação além de possibilitar ao paciente um melhor conforto, evita


que o mesmo, caso venha a vomitar, aspire o vômito.

126
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 3

HEMORRAGIA E CHOQUE

HEMORRAGIA
É o extravasamento de sangue para fora dos vasos ou do coração e é sempre patológico,
exceto durante a menstruação ou trauma. As hemorragias podem ser internas ou externas,
espontâneas ou provocadas (nos ferimentos), suas causas podem encontrar-se tanto em lesões da
parede vascular de natureza inflamatória, traumática ou tumoral.

Classificação clínica
Hemorragia externa: Ocorrem devido a ferimentos abertos.

Sinais e sintomas de hemorragias externas


 Agitação;
 Palidez;
 Sudorese intensa;
 Pele fria;
 Pulso acelerado (acima de 100 bpm);
 Hipotensão;

127
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Sede;
 Fraqueza.

Hemorragia interna: Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar
choque e levar a vítima a morte.

Sinais e sintomas de hemorragia interna


 Idênticos aos da hemorragia externa;
 Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo;
 Vômito ou tosse com presença de sangue;
 Contusões;
 Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;
 Dor abdominal;
 Sangramento pelas genitálias;

Classificação anatômica

- Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo;

- Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro;

- Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue venoso.

Técnicas utilizadas no controle das hemorragias


1. Pressão direta sobre o ferimento;
128
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
2. Elevação do membro;
3. Compressão dos pontos arteriais;
 Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia em vaso
arterial de grande calibre devemos empregar a combinação das técnicas de hemostasia.

Tratamento pré-hospitalar:
- Avalie nível de consciência;
- Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
- Monitore a respiração e a circulação;
- Exponha o local do ferimento;
- Efetue hemostasia;
- Afrouxe roupas;
- Aqueça o paciente;
- Não dar nada de comer ou beber;
- Ministre oxigênio suplementar;
- Transporte o paciente imediatamente para o hospital.
 O primeiro passo a ser empregado em hemorragias visíveis é o emprego da técnica de
pressão direta.

ESTADO DE CHOQUE
Introdução
A função do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e nutrientes para todas
as partes do corpo. Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e começa a faltar
oxigênio nos tecidos corporais, ocorre o que denominamos estado de choque, ou seja, as células
começam a entrar em sofrimento e, se esta condição não for revertida, as células acabam
morrendo.

Conceito
É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece
circulação suficiente para cada parte vital do organismo.

Causas
- Coração: insuficiência cardíaca: o coração não consegue bombear suficiente quantidade de
sangue. Se o coração por algum motivo deixa de bombear sangue adequadamente, ou se para
de funcionar (parada cardíaca), o choque se desenvolverá de imediato.
- Vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve obrigatoriamente ser um sistema fechado. Se os
vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará
em choque.
129
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- Volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de sangue circulante ou se
os vasos sangüíneos por algum motivo dilatarem (aumentarem seu diâmetro) impedindo que o
sistema permaneça corretamente preenchido, o choque novamente se desenvolverá.

Tipos de choque :
O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa para
ele. O socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no entanto, é
fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver o choque.

Choque hemorrágico: é o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda plasma. Ex.:
Sangramentos graves ou queimaduras.

 Choque cardiogênico: é o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do coração no
bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo.
 Choque neurogênico: é o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um
trauma o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sangüíneos. O
volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos sangüíneos
dilatados.

 Choque anafilático: é o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em


contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo,
alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático
é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida.
 Choque metabólico: é o choque da perda de fluídos corporais. Ex.: Vômito e diarréia graves.
 Choque psicogênico: é o choque do desfalecimento. Ocorre quando por algum fator, como, por
exemplo, um forte estresse ou medo, produz no sistema nervoso uma reação e,
consequentemente, uma vasodilatação. O paciente sofre uma perda temporária da consciência,
provocada pela redução do sangue circulante no cérebro. Também chamado de desmaio
 , o choque psicogênico é uma forma de auto proteção utilizada para evitar um anoxia. Essa é
uma forma mais leve de choque que não deve ser confundida com o choque neurogênico.
 Choque séptico: é o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias prejudiciais que
provocam uma dilatação dos vasos sangüíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para
preencher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente
hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos profissionais socorristas que atuam no
ambiente pré-hospitalar.
 Choque respiratório: é o choque dos pulmões. Este choque é causado pela baixa concentração
de oxigênio no sangue e ocorre devido a uma falha no processo respiratório, no entanto, desde
que o sistema circulatório esteja bombeando sangue para todos os órgãos vitais, existindo uma
boa perfusão, não podemos considerar esta como uma forma verdadeira de choque.

130
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Sinais e sintomas gerais do choque


 Agitação ou ansiedade;
 Respiração rápida e superficial;
 Pulso rápido e filiforme (fraco);
 Pele fria e úmida;
 Sudorese;
 Face pálida e posteriormente cianótica;
 Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas;
 Sede;
 Náuseas e vômitos;
 Queda da pressão arterial.

Sinais e sintomas do choque anafilático:


 Prurido na pele.
 Sensação de queimação na pele.
 Edema generalizado.
 Dificuldade para respirar.
 Inconsciência.

Tratamento pré-hospitalar do estado de choque:


- Avalie nível de consciência;
- Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);
- Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
- Avalie a respiração e a circulação;
- Efetue hemostasia;
- Afrouxe roupas;
- Aqueça o paciente;
- Não dê nada de comer ou beber;
- Eleve os MMII (caso haja fraturas, elevar após posicioná-la sobre uma maca rígida, exceto se
houver suspeita de TCE).
- Imobilize fraturas;
- Ministre oxigênio suplementar;
- Transporte o paciente imediatamente para o hospital.
 Na entrevista, perguntar se o paciente é alérgico a alguma substância e se teve contato com
ela. No mais, tratar igualmente como outro choque já visto anteriormente. Neste caso, a
vítima precisa receber medicamentos para combater a reação alérgica.

131
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 4

FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES

Curativos em Lesões de Tecidos Moles


Compressa de gaze: material usado para cobrir um ferimento, controlar hemorragias e prevenir
contaminações adicionais. Geralmente medem 7 x 7 ou 10 x 10 cm.
Atadura: qualquer material usado para manter as compressas de gaze sobre o ferimento.
Geralmente, os socorristas utilizam ataduras de crepe de tamanhos variados (10 a 15 cm de
largura). A fixação de curativos poderá ser feita também com faixas adesivas, rolos de gaze ou
esparadrapo.
Bandagem triangular: modelo especial de atadura em forma de um triângulo que possibilita a
confecção de tipóias ou, quando utilizada na forma dobrada, a fixação de compressas de gaze
sobre os ferimentos, talas, imobilização óssea, etc. Largamente utilizada por socorristas, deverá
possuir 100 x 100 cm nos lados do triângulo e 141 cm na base, confeccionado mais comumente
(não obrigatório), em tecido do tipo algodão cru. Deve ser simples de modo a ser descartável após
uso, caso necessário.
Pressão direta: recomendado para controlar sangramentos em ferimentos. A compressa de gaze é

132
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
perfeita como compressivo, pois se adapta à maioria dos ferimentos. Aplique pressão manual
sobre o ferimento, através do curativo, até que a hemorragia cesse ou diminua; a pressão
contínua é mantida com a aplicação firme de uma atadura sobre a parte lesada.
Curativo oclusivo: utilizado em ferimentos aspirantes de tórax ou ferimentos abertos no
abdômen. Geralmente é feito com curativos industrializado próprio para este fim, com papel
aluminizado (não é papel alumínio usado na cozinha) ou material plástico. O papel industrializado
por não ser aderente é o mais recomendado para fazer o curativo.
Classificação dos Ferimentos
 Ferimento ou Trauma Aberto: é aquele onde existe uma perda de continuidade da superfície
cutânea.
 Ferimento ou Trauma Fechado: a lesão ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da
continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Tipos de Ferimentos
Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são:
 Abrasões ou Escoriações;
 Ferimentos Incisos;
 Ferimentos Lacerantes ou Lacerações;
 Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes;
 Avulsões;
 Eviscerações.

Abrasões ou Escoriações
São lesões superficiais de sangramento discreto e muito doloroso. Usualmente não é um
ferimento sério, desde que a pele não seja completamente perfurada e a força que causou o
ferimento não esmague ou rompa outras estruturas. A contaminação da ferida tende a ser o mais
sério problema encontrado. Devem ser protegidas com curativo estéril de material não aderente,
bandagens ou ataduras.

Ferimentos Incisos
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como lâminas de barbear,
facas e vidros quebrados, que podem causar sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos,
como tendões, músculos e nervos. Devem ser protegidas com curativo estéril, fixado com
bandagens ou ataduras.

Lacerações
São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde o tecido ao longo da
extremidade da ferida é rasgado, produzindo extremidades ásperas. Devem ser protegidas com

133
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
curativo estéril, fixado com bandagens e ataduras.

Ferimentos Penetrantes ou Perfurantes


São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma linha transversal.
Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de fogo. Uma ferida penetrante pode ser
perfurante, quando há um ponto de entrada e outro de saída. O socorrista deverá considerar
lesões de órgãos internos, quando o ferimento localizar-se nas regiões do tórax ou abdômen. A
lesão deve ser coberta completamente com curativo estéril.

Avulsões
São lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande parte da pele. Se possível
e se a pele estiver ainda presa, deve ser recolocada sobre o ferimento, controlada a hemorragia, e
a seguir coberta com curativo estéril e fixada com bandagens ou ataduras.

Eviscerações
Lesão na qual a musculatura do abdômen é rompida em decorrência de violento impacto ou
lesão de objeto penetrante ou cortante, expondo o interior da região abdominal à contaminação,
ou exteriorizando vísceras. Remover vestes para expor a lesão. Não recolocar nenhum órgão
eviscerado para dentro do abdômen, cobrir com plástico ou curativo oclusivo. Não lavar a lesão.

Tratamento de um ferimento aberto


 Proteção individual do socorrista (EPI);
 Exponha o local do ferimento (se necessário, corte as vestes);
 Cubra o ferimento com um curativo estéril (curativo = compressa de gaze  atadura) para
controlar sangramentos e prevenir contaminação;
 Mantenha o paciente em repouso e tranquilize-o;
 Trate o choque.
 Não remova um curativo já colocado, em caso de não haver ocorrido a hemostasia.
Tratamento de ferimentos fechados
Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele, até lesões severas em órgãos
internos. Basicamente o tratamento pré-hospitalar consiste em avaliar o acidentado, identificar a
lesão e tratar a hemorragia interna com imobilização e prevenir o choque.
 Cuide de feridas fechadas como se houvesse hemorragia interna, prevenindo o choque.
Traumas específicos
Demonstrar o tratamento de ferimentos abertos conforme segue.

No couro cabeludo
 Controlar a hemorragia com pressão direta (não puntiforme);
 Suspeitar de lesão adicional na cabeça ou pescoço;
134
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Não aplicar pressão se existir a possibilidade de fratura no crânio;
 Não lavar.

Ferimentos na face
 Revisar a boca procurando corpos estranhos ou sangue coagulado;
 Manter as vias aéreas permeáveis;
 Se houver objeto penetrante nas bochechas, empurrar de dentro para fora e cobrir com
compressas interna e externamente;
 Se necessário, transportar o paciente lateralizado para drenar o sangue da boca;
 Ter cuidado se houver lesão associada de pescoço. Manter posição neutra da cabeça.

Hemorragia nasal
 Manter abertas as vias aéreas;
 Manter a cabeça um pouco fletida, comprimindo um pouco acima das fossas nasais, para
estancar as hemorragias;
 Se houver saída de líquido cefalorraquidiano, não ocluir o nariz.
Ferimentos nos olhos
 Não comprimir diretamente sobre os olhos;
 Cobrir o globo ocular lesado com curativo úmido e proteger com copo plástico ou bandagem
triangular em anel e compressas de gaze e esparadrapo;
 Estabilizar objetos cravados e nunca tentar removê-los;
 Tampar os dois olhos;
 Apoio emocional.

Lesões no ouvido e orelhas


 Não tentar remover objetos cravados;
 Não tamponar a saída de sangue ou líquor;
 Aplicar gaze externamente (frouxa e em grande quantidade) e fixar com esparadrapo.

Ferimentos no pescoço
 Aplicar pressão direta com a mão para cessar hemorragias;
 Aplicar curativo com uma bandagem sem comprimir ambos os lados do pescoço;
 Tratar o choque (O2, etc.);
 Observar respiração;
 Manter posição neutra da cabeça.

Ferimentos abdominais
 Órgãos sólidos: fígado, baço (sangram muito);

135
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Órgãos ocos: estômago, intestino (altamente contaminantes).

Sinais e sintomas de traumas fechados


 Dor ou contração;
 Abdome protegido;
 Respiração rápida e superficial;
 Abdome sensível ou rígido.

Tratamento para ferimentos abdominais abertos


- Descubra o local e aplique curativo estéril úmido sobre o ferimento;
- Não recoloque órgãos eviscerados;
- Não remova objetos cravados;
- Previna-se para ocorrência de vômito;
- Trate o choque (O2, etc.);
- Transporte com as pernas fletidas.

Ferimentos na genitália
 Controlar sangramento com pressão direta;
 Nas contusões usar bolsa de gelo ou água fria;
 Não remover objetos transfixados;
 Preservar as partes avulsionadas, envolvendo-as em plástico, curativos esterilizados ou
qualquer curativo limpo.

LIÇÃO 5

TRAUMA EM OSSOS

Fratura
Ruptura total ou parcial de um osso.

Classes de fraturas
 Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas;
 Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que
se estende desde o osso fraturado até a pele.

136
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Sinais e sintomas de fraturas


 Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não possui
articulação;
 Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;
 Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero, produzido pelo atrito das
extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque aumenta a dor e
pode provocar lesões;
 Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de um certo inchaço
provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá demorar
várias horas para aparecer;
 Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima
geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor
intensa;
 Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar através
da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

Luxação: É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as
superfícies articulares percam o contato entre si.
Sinais e sintomas da luxação

 Deformidade: mais acentuada na articulação luxada;


 Edema;
 Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
 Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos articulares.

Entorse: É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de
amplitude.

Sinais e sintomas de entorses


 São similares a das fraturas e luxações. Sendo que nas entorses os ligamentos geralmente
sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento brusco.

Razões para a imobilização provisória


 Evitar a dor;
 Prevenir ou minimizar: lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos;
 Manter a perfusão no membro;
 Auxiliar a hemostasia.

137
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Tratamento pré-hospitalar (regras gerais de imobilização):
1. Informe o que planeja fazer;
2. Exponha o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que houver suspeita de
fratura, entorse ou luxação;
3. Controle hemorragias e cobrir feridas. Não empurrar fragmentos ósseos para dentro do
ferimento, nem tentar removê-los. Usar curativos estéreis;
4. Observe o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
5. Reúna e preparar todo o material de imobilização (usar se possível, talas acolchoadas);
6. Imobilize. Use tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na tala. Movimente
o mínimo possível. Imobilize todo o osso fraturado, uma articulação acima e abaixo, em alguns
casos a extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada;
7. Revise a presença de pulso e a função nervosa. Assegure-se que a imobilização está adequada
e não restringe a circulação;
8. Previna ou trate o estado de choque.
Materiais de imobilização
 Talas rígidas;
 Talas moldáveis;
 Talas infláveis;
 Talas de tração;
 Colares cervicais;
 Colete de imobilização dorsal;
 Macas rígidas;
 Bandagens triangulares;
 Ataduras;
 Na maioria das vezes, é impossível sabermos sem o uso do raio-X, se o paciente é
verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação. No entanto, até ser
provado o contrário, devemos sempre tratá-lo como se fosse portador de fratura.

 AMPUTAÇÕES:
São lesões geralmente relacionadas a acidentes automobilísticos (amputações
traumáticas). Seu tratamento inicial deve ser rápido, pela gravidade da lesão e pela
possibilidade de reimplante. Deve-se controlar a hemorragia, aplicar curativo estéril e fixá-lo
com bandagens ou ataduras; guardar a parte amputada envolta em gaze ou compressa estéril
(pano limpo), umedecido com solução fisiológica, colocando-a dentro de um saco plástico e
este então dentro de um segundo saco ou caixa de isopor repleta de gelo.

138
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 06

TRAUMATISMOS

(TÓRAX, TCE, ABDÔMEN, TRM)

TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO

Fraturas de Crânio

As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na
cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro.
São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio.
As fraturas poderão ser abertas ou fechadas.

Fraturas Abertas

São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio


exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura.

Fraturas Fechadas

São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não

139
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
existe solução de continuidade da pele.

Lesões encefálicas

Conclusão

Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma concussão
encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta envolve a
perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não haver lesão
encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar completamente
inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o
estado de concussão é bastante curto e não deve existir quando o socorrista chegar ao local do
acidente.

 Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia),
existe uma concussão mais grave.

Contusão

O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio.
A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados.
Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros
sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo, dilatação de uma
pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves, podem produzir inconsciência por
período de tempo prolongáveis e também causar paralisia em todos os membros.
Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia
intracraniana.
As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados dispensados
ao paciente desde o inicio das lesões. Os pacientes devem receber ventilação adequada,
reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser transportado para o serviço de
emergência para uma avaliação e cuidados neurocirúrgicos.

Tipos de lesões encefálicas

Diretas

São produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o
encéfalo.

140
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Indiretas

Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana, com
conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma acarreta compressão do
tecido cerebral. A hipertensão intracraniana, provocada pela hemorragia e edema causa lesão nas
células cerebrais.

Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico (TCE)

 Cefaléia e/ou dor no local da lesão.


 Náuseas e vômitos.
 Alterações da visão.
 Alteração do nível de consciência podendo chegar a inscosciência.
 Ferimento ou hematoma no couro cabeludo.
 Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento).
 Pupilas desiguais (anisocoria).
 Sangramento observado através do nariz ou ouvidos.
 Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou nariz.
 Alteração dos sinais vitais.
 Postura de decorticação ou descerebração.

Tratamento pré-hospitalar:

1. Corrija os problemas que ameaçam a vida. Manter a permeabilidade das VA, a respiração e a
circulação. Administrar oxigênio (conforme protocolo local).
2. Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adotar os procedimentos apropriados.
3. Controle hemorragias (não deter saída de sangue ou líquor pelo ouvidos ou nariz).
4. Cubra e proteja os ferimentos abertos.
5. Mantenha a vítima em repouso.
6. Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão.
7. Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso.
8. Trate o choque e evitar a ingestão de líquidos ou alimentos.
9. Esteja preparado para o vômito.

 Nunca tentar remover objetos transfixados na cabeça.

141
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou ouvidos nos
traumatismos crânio-encefálicos (TCE). Poderá ocorrer aumento na pressão intracraniana ou
infecção no encéfalo.

Traumatismos de face

O principal perigo das lesões e fraturas faciais são os fragmentos ósseos e o sangue que
poderão provocar obstruções nas vias aéreas.

Sinais e sintomas

 Coágulos de sangue nas vias aéreas;


 Deformidade facial;
 Equimose nos olhos;
 Perda do movimento ou impotência funcional da mandíbula;
 Dentes amolecidos ou quebrados (ou a quebra de próteses dentárias);
 Grandes hematomas ou qualquer indicação de golpe severo na face.

Tratamento pré-hospitalar

É o mesmo tratamento utilizado no cuidado de ferimentos em tecidos moles, sua


atenção deve estar voltada para manutenção da permeabilidade das vias aéreas e controle de
hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja
preparado para o choque.

Escala de Coma de Glasgow

ESCALA DE GLASGOW
ABERTURA OCULAR
Não 1
À Dor 2
Aos estímulos verbais 3
Espontânea 4
MELHOR RESPOSTA VERBAL
Sem resposta 1
Sons incompreensíveis 2
Palavras desconexas 3

142
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Desorientado 4
Conversa com orientação 5
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Sem Resposta 1
Extensão 2
Flexão anormal 3
Retirada em flexão 4
Localiza a dor 5
Obedece 6

Classificação do paciente em realçao à Escala de Coma de


Glasgow
COMA ESCORE
Grave <8
Moderado 9-12
Leve >12

TRAUMATISMOS RAQUI MEDULAR (TRM)

São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula


espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas, poderão ocasionar lesões
permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração, levar à paralisia
ou até mesmo a morte.

Sinais e Sintomas

 Dor regional (pescoço, dorso, região lombar);


 Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores;
 Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia);
 Sensação de formigamento nas extremidades;
 Deformidade em topografia da coluna;
 Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do paciente;
 Perda do controle urinário ou fecal;
 Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico;
 Priapismo (ereção peniana contínua)

143
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Complicações

 Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração sendo feita exclusivamente pelo
diafragma.
 A lesão medular provoca dilatação dos vasos sanguíneos, podendo se instalar o choque
(neurogênico).

Tratamento pré-hospitalar

1. Corrija os problemas que ameaçam a vida. Manter a permeabilidade das V A, a respiração e a


circulação.
2. Controle o sangramento importante.
3. Administre oxigênio.
4. Evite movimentar o paciente, e não deixe que ele se movimente;
5. Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP, controle de
sangramento que ameace a vida, e/ou remoção do local por risco iminente.
6. Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de cabeça e prancha
rígida.
7. Monitore os sinais vitais constantemente (cuidado com o choque e a parada respiratória).
 Lembrar que em pacientes que possuam uma lesão na coluna, o socorrista deverá realizar
todas as manobras mantendo fixos a cabeça e o pescoço.

TRAUMATISMOS NO TÓRAX

Sinais e Sintomas

Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno, costelas e


vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o paciente poderá apresentar:
 Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com os movimentos
respiratórios;
 Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos respiratórios
curtos);
 Eliminação de sangue através de tosse;
 Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas;
 Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão, com a mão ou o braço
sobre a região lesada. Imóvel;
 Sinais de choque (pulso rápido e PA baixa).

144
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Fratura de Costelas

Sinais e Sintomas

 Dor na região da fratura;


 Dor à respiração, movimentos respiratórios curtos;
 Crepitação.

Tratamento pré-hospitalar

1. Na fratura de uma ou duas costelas, o socorrista deverá posicionar o braço do paciente sobre
o local da lesão.
2. Usar bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no tórax.

 Não use esparadrapo direto sobre a pele, para imobilizar costelas fraturadas.

Tórax Instável

Ocorre quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos. Provoca a
respiração paradoxal. O segmento comprometido se movimenta, paradoxalmente, ao contrário do
restante da caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Enquanto o tórax se expande o
segmento comprometido se retrai e quando a caixa torácica se contrai o segmento se eleva.

Tratamento pré-hospitalar

1. Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as respirações;


2. Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva larga;
3. O tórax não deverá ser totalmente enfaixado;
4. Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for confortável;
5. Ministre oxigênio suplementar.

Ferimentos Penetrantes

São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por objetos que não se
encontram cravados, assim como lesões provocadas por armas brancas, de fogo ou lesões
ocorridas nos acidentes de trânsito, etc. Pelo ferimento é possível perceber o ar entrando e saindo
pelo orifício.

Tratamento pré-hospitalar

145
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

1. Tampone o local do ferimento usando a própria mão protegida por luvas, após a expiração;
2. Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de três pontas), a
oclusão completa do ferimento pode provocar um pneumotórax hipertensivo grave;
3. Conduza com urgência para um hospital e ministrar O2 (ver protocolo local).

Objetos cravados ou encravados

Não remover corpos estranhos encravados (pedaços de vidro, facas, lascas de madeiras,
ferragens, etc.). As tentativas de remoção poderão causar hemorragia grave ou ainda, lesar nervos
e músculos próximos da lesão.

Tratamento pré-hospitalar

1. Controle a hemorragia por pressão direta;


2. Use curativo volumoso para estabilizar o objeto encravado, fixando-o com fita adesiva;
3. Transporte o paciente administrando oxigênio suplementar.

Lesões do coração e pulmão.

O ar que sai do pulmão perfurado leva ao pneumotórax hipertensivo que resulta em


colapso pulmonar. As hemorragias no interior da caixa torácica (hemotórax) provocam
compressão do pulmão, levando também à insuficiência respiratória. As lesões na caixa torácica
acabam provocando lesões internas nos pulmões e no coração. O sangue envolvendo a cavidade
do pericárdio pode também resultar em uma perigosa compressão no coração.

 Todas estas lesões são emergências sérias que requerem pronta intervenção médica.

Sinais e Sintomas (lesões do coração e pulmão)

 Desvio de traquéia;
 Estase jugular;
 Cianose;
 Sinais de choque;
 Enfisema subcutâneo, etc.

146
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Tratamento pré-hospitalar

Ministre O2 e conduza com urgência para receber tratamento médico.

TRAUMATISMO ABDOMINAL

O abdome contém tanto órgãos ocos quanto sólidos, ambos podendo ser lesados. Os
órgãos ocos geralmente contêm alimentos. A rotura ou laceração destes órgãos permitirá que
seus conteúdos sejam eliminados para a cavidade peritonial, onde haverá a formação de uma
inflamatória intensa causada pelos alimentos (digeridos ou não) e conteúdos intestinais, suco
gástrico e outras enzimas digestivas. Esta reação produz uma sensação abdominal dolorosa
imediata e grave, rigidez muscular e dor intensa.
Os órgãos sólidos possuem um rico suprimento sangüíneo: a lesão destes órgãos
geralmente causa hemorragia grave. A presença de sangue na cavidade peritoneal não é muito
irritante; os sinais destas lesões podem ser vistos inicialmente por alterações no pulso e na
pressão arterial.

Tanto as feridas abdominais fechadas quanto as abertas podem afetar a aorta, a veia
cava inferior ou quaisquer dos outros vasos sangüíneos principais. Em tais casos, a hemorragia é
grave e pode ser rapidamente fatal.

Lição 7
QUEIMADURAS

Queimaduras
Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e causada
por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc.
As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os nervos e os
ossos.

Causas
Térmicas – por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados,
gelo).
Químicas – inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis.
147
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Elétricas – materiais energizados e descargas atmosféricas.
Substâncias Radioativas – materiais radioativos e raios ultravioletas (incluindo a luz solar), etc.

Classificação, sinais e sintomas


De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em graus, de primeiro a
terceiro.
 Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele).
Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida.
 Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor,
vermelhidão e formação de bolhas.
 Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo,
incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a
mais grave quanto à profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição
das terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada.
 Em uma queimadura de 3º grau a vítima geralmente queixa-se de dor nas bordas da lesão,
onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.

De acordo com sua extensão

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove
que permitem estimar a superfície corporal total queimada (SCTQ). Neste caso, analisamos
somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade
(seus graus).
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas equivalem a 9% cada
uma, e a última (região genital) equivalem a 1%, conforme segue:

Adulto Criança/Lactente
Cabeça e pescoço 9% 18%
MMSS 9% cada 9% cada
Tronco anterior 18% 18%
Tronco posterior 18% 18%
MMII 18% cada 14% cada
Genitais 1% incluído nos MMII

TOTAL 100% 100%

148
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Gravidade das queimaduras


A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos:
 Grau da queimadura;
 Percentagem da SCTQ;
 Localização da queimadura;
 Complicações que a acompanham;
 Idade da vítima;
 Enfermidades anteriores da vítima.

Queimaduras Menores
São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem
comprometimento de áreas críticas como; o sistema respiratório, a face, as mãos e pés, os genitais
e as nádegas.

Queimaduras Maiores
Qualquer queimadura que envolva toda a área corporal ou áreas críticas.
Exemplos:
 Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou por outras lesões do tipo
fraturas.
 Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou nádegas.
 Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Tratamento pré-hospitalar para cada caso

Queimaduras Menores (por causas térmicas ou radiação)


 Expor o local da lesão e resfriar a área queimada com água fria ou usar água corrente por vários
minutos para resfriar o local. O melhor é submergir a área queimada;
 Cobrir o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
 Retirar anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos, etc;
 Conduzir a vítima e transmitir calma.

Queimaduras Maiores (causas térmicas ou por irradiação)


 Inicialmente deter o processo da lesão (se for fogo na roupa, usar a técnica do PARE, DEITE e
ROLE);
 Avaliar a vítima e manter as VA permeáveis, observando a freqüência e qualidade da
respiração;
 Não se deve retirar os tecidos aderidos à pele, deve-se apenas recortar as partes soltas sobre as
áreas queimadas;

149
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Cobrir toda a área queimada;
 Usar curativo estéril;
 Não obstruir a boca e o nariz;
 Não aplicar nenhum creme ou pomada;
 Providenciar cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com curativo estéril
úmido;
 Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos estéreis;
 Prevenir o choque e transportar.

Queimaduras Químicas
 Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de iniciar a
lavação;
 Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos. Usar EPIs
apropriados;
 Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
 Previna o choque e transporte;
 Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
 Se a lesão for nos olhos, lave-os bem (mínimo 15 minutos) com água corrente e depois cobrir
com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5 minutos.

Queimaduras Elétricas
Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou
cárdio-respiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos.

 Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local;


 Realize a avaliação inicial e se necessário iniciar manobras de reanimação;
 Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e um de saída da
fonte de energia);
 Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas;
Previna o choque e conduzir com monitoramento constante ao hospital.

150
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Lição 08

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
Infarto Agudo do Miocárdio - Acidente Vascular Cerebral – Hipertensão – Insuficiência
Respiratória – Diabetes, Convulsão, Epilepsia e Desmaio

EMERGÊNCIA CLÍNICA

Estado crítico provocado por uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui
violência sobre a vítima.
 Se uma vítima sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos, assuma que esta tem uma
emergência clínica.
As emergências clínicas cardiovasculares mais comuns são:
 Infarto agudo do miocárdio;
 Acidente vascular cerebral, e;
 Hipertensão.

 Uma emergência clínica poderá produzir um trauma e ficar mascarada.


Ex: Um paciente com AVC perde a consciência, sofre uma queda de nível e é lesionado.
 Um trauma poderá produzir uma emergência clínica.
Ex: O estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um IAM ou AVC.

 Uma freqüência de pulso superior a 120 bpm ou menor que 60 bpm indica uma possível
emergência clínica em uma vítima adulta.
 Uma freqüência respiratória maior que 24 vpm ou menor que 08 vpm, indica uma possível
emergência clínica em uma vítima adulta.

Emergências Clínicas Cardiovasculares

Infarto Agudo do Miocárdio:


Quando uma área do músculo cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e Oxigênio por um
período prolongado (geralmente, mais de 20 ou 30 minutos) e o músculo começa a morrer.

151
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Sinais e Sintomas:
 Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para braços e mandíbula, com
duração superior a 30 minutos;
 Náuseas;
 Dificuldade respiratória;
 Sudorese;
 Fraqueza;
 Parada cardíaca.
 Se qualquer um destes sinais ou sintomas estiver presente, assuma que o paciente está
sofrendo um IAM.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Coloque a vítima em posição de repouso que permita uma respiração mais confortável. Muitos
se sentem mais confortáveis na posição semi-sentada.
2. Administre oxigênio suplementar.
3. Afrouxe roupas apertadas.
4. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
5. Monitore os sinais vitais.
6. Promova suporte emocional.
7. Transporte o paciente.

Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente privada de suprimento


sangüíneo, está ocorrendo uma ANGINA DE PEITO, onde os sinais, sintomas e tratamento pré-
hospitalar são os mesmos apresentados em um IAM.
A dor é produzida ou agravada pelo exercício, e aliviada pelo repouso (aproximadamente
após 10 minutos) ou medicamentos.
O paciente consciente de sua condição, geralmente toma medicamento para aliviar a
dor. O socorrista deve orientá-lo a tomar a medicação conforme prescrição médica.

2. Hemorragia Cerebral AVC:


 Causada quando uma artéria rompe-se deixando a área do cérebro sem nutrição. O sangue
que sai do vaso rompido aumenta a pressão intracraniana pressionando o cérebro e
interferindo em suas funções.

Sinais e Sintomas

Variam muito dependendo da localização do dano. Incluem:


 Cefaléia, que pode ser o único sintoma;

152
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Alteração no nível de consciência;
 Formigamento ou paralisia das extremidades e/ou face;
 Dificuldade para falar e/ou respirar;
 Alteração visual;
 Convulsão;
 Pupilas desiguais;
 Perda do controle urinário ou intestinal.
 O risco de um AVC aumenta com a idade.

Escala pré-hospitalar para AVC de Cincinnati


Muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados pelo paciente, como socorrista você
poderá identificar um AVC, através da Escala pré-hospitalar para AVC de Cincinnati, que consiste
na avaliação de três sinais físicos importantes.

Queda Facial
Este sinal fica mais evidente quando o socorrista pede para o paciente sorrir ou mostrar
os dentes. Se um dos lados da face estiver caído ou não se mover tão bem quanto o outro.

Debilidade nos braços

Isto se torna muito evidente, se o paciente estender os braços para frente por 10
segundos, com os olhos fechados. Se um braço pender para baixo ou não puder se movimentar,
isto pode indicar um AVC.

153
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Fala anormal.

Quando o paciente pronuncia frases ininteligíveis; é incapaz de falar ou a fala sai


arrastada.
Peça para que o paciente diga “o rato roeu a roupa do rei de Roma”, ou outra frase
similar.

Algoritmo para o tratamento pré-hospitalar do AVC.

154
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Verificar ausência de
resposta
Avaliação inicial

Avaliar vias aéreas

Anamnese e
exame físico Sinais de obstrução das
vias aéreas?

Avaliar a respiração

Sinais de respiração Considerar ventilação


inadequada? com pressão positiva
ou administração de
oxigênio

Avaliação inicial
Escala de Coma de Glasgow

Resposta ocular Resposta motora


Abertos – 4 Obedece ordens - 6
Avaliar a circulação, o Abrem a estímulo Localiza - 5
pulso e a pressão arterial Verbal – 3 Retira - 4
Abrem a estímulo Flexão anormal - 3
Doloroso – 2 Extensão anormal - 2
Nenhuma – 1 Nenhuma – 1
Escala pré- Avaliação neurológica Resposta verbal
hospitalar  Tempo desde Alerta – 5 Escore TOTAL
para AVC de início dos sintomas Confusa – 4 ECG de 3 a 15
Cincinnati  Escala de coma Inapropriada – 3
de Glasgow Sons incompreensíveis – 2
 Exame para AVC Nenhuma - 1

Sinais de AVC?
Transporte
e Transporte e notificação antes
notificação da chegada:
Continuar avaliação Tempo desde início dos
sintomas Escore da Escala de
Coma de Glasgow
Escala do Exame para AVC

155
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

HIPERTENSÃO
É uma condição na qual a pressão arterial encontra-se acima dos níveis considerados
saudáveis a pessoa. A hipertensão é uma doença que impõe uma sobrecarga às funções do
sistema cardiovascular.
A maior incidência da hipertensão é verificada entre mulheres da raça negra, fumantes,
na faixa etária entre 30 e 50 anos.
Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a tolerância nas mulheres é
maior que nos homens.

Valores normais:
 Diástole 60 a 90mmHg
 Sístole 100 a 150mmHg
Sinais e Sintomas
 Cefaléia;
 Náuseas;
 Ansiedade;
 Zumbido nos ouvidos;
 Alteração visual;
 Hemorragia nasal;
 Formigamento na face e extremidades.

Tratamento pré-hospitalar
1. Mantenha a via aérea permeável.
2. Coloque o paciente em posição sentada ou semi-sentada.
3. Mantenha o paciente em repouso.
4. Promova o suporte emocional.
5. Oriente para que tome a medicação habitual.
6. Transporte o paciente.

INSUFICIÊNCIAS RESPIRATÓRIAS:
São aquelas que se referem a problemas respiratórios, cuja manifestação principal é a
dispnéia.
 Dispnéia: Dificuldade para respirar. Caracteriza-se por respirações superficiais e rápidas,
sensação de falta de ar, podendo causar cianose.
Sinais e sintomas:
 Dispnéia;
 Sons atípicos durante a respiração (estertores, sibilos, roncos);

156
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Pulso alterado;
 Cianose;
 Agitação;
 Tosse;
 Respiração alterada.

Causas mais freqüentes


Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC):
 Constitui importante grupo de doenças crônicas, compreendendo a asma brônquica, bronquite
crônica e o enfisema pulmonar. Caracteriza-se por uma dificuldade respiratória e troca
insuficiente de O e CO nos pulmões. Embora seja uma enfermidade crônica, pode
apresentar-se de forma aguda.

Asma brônquica:
Enfermidade das vias respiratórias, em que predomina a dificuldade na expiração.

Bronquite:
Inflamação dos brônquios.

Enfisema:
Enfermidade onde ocorre a perda da elasticidade pulmonar, tendo como principal causa
o fumo.

Hiper-reatividade do sistema respiratório:


A inalação de fumaça e gases muito quentes (incêndio), podem desencadear problemas
respiratórios agudos ou até parada respiratória. Outra causa comum é a inalação de gases
irritantes ou corrosivos. A combustão de muitos produtos químicos, como os plásticos exalam
gases altamente tóxicos para o homem.

Hiperventilação:
Aumento da troca respiratória caracterizada por respirações rápidas e profundas. Suas
causas podem ser:
Alterações metabólicas, diabetes (cetoacidose diabética, queda do pH sanguíneo devido à má
perfusão tecidual), ansiedade e outros.

Nestas situações o socorrista deverá tranqüilizar o paciente e fazê-lo respirar utilizando


um saco de papel ou plástico durante alguns minutos, para que ocorra o equilíbrio entre os níveis
de O e CO.

157
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Se a respiração é rápida e superficial, e não melhora com as medidas explicadas acima,
assuma que o problema é mais sério que uma simples hiperventilação.

DIABETES
Diabetes é uma doença crônica degenerativa que surge como uma disfunção metabólica
originada pelo comprometimento na produção e/ou utilização da insulina que tem como principal
função à regulação do metabolismo da glicose em todos os tecidos, com exceção do cérebro.

Efeitos da Deficiência ou Excesso de Insulina:

Quando a produção de insulina é insuficiente:


Acumula-se no sangue um excesso de glicose, que pode gradualmente ocasionar o coma
diabético (hiperglicemia).

Quando a quantidade de insulina é excessiva:


Rapidamente esgota-se a glicose do sangue, ocorrendo o comprometimento do sistema
nervoso central, que utilizam como fonte de energia, quase exclusiva a glicose, podendo conduzir
ao choque insulínico. (hipoglicemia)

Sinais e Sintomas: (hiperglicemia)


 Sede;
 Dificuldade respiratória;
 Pulso rápido e fraco;
 Hálito cetônico;
 Pele quente e seca (desidratada);
 Astenia;
 Alteração do nível de consciência. (Pode levar ao coma não pela elevação no nível de glicose
no sangue, mas pela acidez).
 O Socorrista deverá fazer uma boa entrevista, para averiguar se o paciente é diabético, se
está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou.

Tratamento Pré-Hospitalar:
1. Mantenha o paciente repouso.
2. Transporte o paciente.

Sinais e Sintomas: (hipoglicemia)


 Respiração normal ou superficial;
 Pele pálida e úmida, freqüentemente sudorese fria;
 Pulso rápido e forte;
158
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Hálito sem odor característico;
 Cefaléia e náuseas;
 Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.

Tratamento Pré-Hospitalar:
1. Mantenha o paciente em repouso.
2. Mantenha vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrências de vômito.
3. Se o paciente estiver consciente, dê açúcar ou líquido açucarado, mas se não estiver
totalmente consciente, não dê nada por via oral.
4. Previna o choque.
5. Transporte o paciente.

CONVULSÃO
São movimentos musculares involuntários que podem ser acompanhados por contrações
tônico - clônicas generalizadas ou focais.
Em algumas crises é comum o paciente morder a língua, e apresentar dificuldade
respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose.
Após a crise o paciente apresenta-se confuso durante 1 minuto ou mais, ficando muito
fatigado e adormecido horas depois.
Manifestações

 Tônica - São prolongadas e imobilizam os membros atingidos.


 Clônica – Resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas.
 Tônico-clônica – A imobilização da parte atingida é interrompida por contrações clônicas.

CAUSAS:
 Intoxicações;
 Doenças neurológicas;
 Traumatismo Crânio-encefálico;
 Febre;
 Doenças infecciosas (meningite, tétano).

EPILEPSIA
É uma condição neurológica que de tempo em tempo produz breves distúrbios nas
funções elétricas cerebrais normais. A função cerebral normal é garantida por milhões de
pequenas cargas elétricas passando entre células nervosas no cérebro e em todas as partes do
corpo. Quando alguém tem epilepsia, este padrão normal pode ser interrompido por surtos
intermitentes de energia elétrica muito mais intensa do que o habitual. Isto pode afetar a
consciência da pessoa e provocar movimentos corporais ou sensações por curtos períodos de

159
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
tempo. Estas mudanças fisiológicas são chamadas de crises epilépticas.
Por isso a epilepsia é por vezes chamada de desordem convulsiva. Os surtos não
habituais de energia podem ocorrer em apenas uma área do cérebro (crises parciais), ou podem
afetar células nervosas através de todo cérebro (crises generalizadas). A função cerebral normal
não pode retornar até que o surto elétrico desapareça.
Condições cerebrais que produz estes episódios podem estar presentes desde o
nascimento, ou podem se desenvolver mais tarde devido a traumatismos, infecções,
anormalidades estruturais, exposição a agentes tóxicos, ou por razões que ainda não são bem
entendidas. Algumas doenças ou traumatismos severos podem afetar o cérebro ao ponto de
produzir uma crise isolada. Quando as crises continuam a ocorrer por razões desconhecidas ou
por um problema subjacente que não pode ser resolvido a condição é denominada epilepsia. A
epilepsia afeta pessoas de todas as idades, todas nacionalidades e todas as raças, podendo
também ocorrer em animais, incluindo cães, gatos, coelhos e camundongos.

Tipos de crise
As crises epilépticas ocorrem com grande variedade e sua freqüência e forma variam
bastante de pessoa para pessoa. Mesmo assim, com os modernos métodos de tratamento a
maioria dos casos podem ser completamente controlados. Em virtude da existência de tantas
nuances na epilepsia e de tão diferentes tipos de crises um sistema especifico de classificação foi
promovido pela Liga Internacional Contra a Epilepsia (ILAE). A classificação internacional
de crises epilépticas foi adotada pela comunidade médica e está gradualmente substituindo
termos ultrapassados como “grande mal” e “pequeno mal”. A nova classificação descreve dois
grupos principais de crises: “parciais” e “generalizadas”. Ela divide cada uma destas categorias
em subcategorias, incluindo crises: parcial simples, parcial complexa, ausência, tônico-clônica
e outros tipos.

Crises Parciais e Generalizadas


A distinção entre crises parciais e crises generalizadas é o elemento mais importante
da nova classificação. Se a descarga elétrica excessiva no cérebro está limitada a uma área, a
crise é parcial. Se todo o cérebro está envolvido, a crise é generalizada. Ao todo existem mais de
30 diferentes tipos de crises.
As crises parciais (antes denominadas crises focais) são divididas em crises parciais
simples e complexas. Durante a crise parcial simples o paciente pode experimentar uma gama
de sensações estranhas ou não usuais, movimentos bruscos de uma parte do corpo, distorções
auditivas ou visuais, desconforto estomacal ou sensação de medo. A consciência não sofre
prejuízo. Já as crises parciais complexas são caracterizadas por atos motores complicados
envolvendo prejuízo da consciência. Durante a crise o paciente parece entorpecido e confuso.
Podem ser observadas condutas como andar a esmo, resmungar, virar a cabeça, manipular a
roupa. Usualmente esses automatismos não são recordados pelo paciente. Na criança estas

160
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
crises podem consistir em arregalar os olhos ou estalar os lábios e assim podem ser confundidas
com as crises de ausência explicadas posteriormente.
A crise tônico-clônica (antigo grande mal) é uma convulsão generalizada envolvendo
duas fases. Na fase tônica o individuo perde a consciência e cai, tornando-se o corpo rígido. Na
fase clônica os membros se repuxam e estremecem. Após a crise a consciência e recobrada
lentamente. Se a crise tônico-clônica começa lentamente (com uma crise parcial) ela pode ser
precedida por uma aura (o paciente sabe que vai ter a crise). Embora as crises tônico-clônica
sejam as mais visíveis, um tipo óbvio de epilepsia, elas não são as mais comuns. As crises parciais
são mais frequentemente encontradas e ocorrem em 62% de todos os pacientes epilépticos.
Crises parciais complexas compreendem aproximadamente 30% de todos os casos.
Crises generalizadas de ausência (antigo pequeno mal) são caracterizadas por lapsos
de 5 a 15 segundos de consciência. Durante esse tempo o paciente parece estar fixado no
espaço e os olhos podem rotar para cima. Ausências não são precedidas por aura e a atividade
anterior pode ser resumida imediatamente após a crise. Ocorrem tipicamente na criança e
desaparecem na adolescência. Elas podem, porém, evoluir para outros tipos de crises, tais como,
parcial complexa ou tônico-clônica. A ocorrência de ausências em adultos é rara.

O que o paciente sente ao ter uma crise


Epilepsia é uma classificação geral para uma grande variedade de crises. Assim,
diferentes epilepsias têm crises bastante diferentes. Sensações comuns associadas com crises
incluem insegurança, medo, exaustão física e mental, confusão, perda da memória. Alguns tipos
de crises podem produzir fenômenos auditivos ou visuais enquanto outros podem envolver
uma sensação de vazio. Se o paciente fica inconsciente durante a crise pode não haver sensação
alguma. Muitas pessoas experimentam uma aura antes da crise propriamente dita.

Duração das crises


Dependendo do tipo de crise podem durar de poucos segundos a alguns minutos. Em
casos raros podem durar algumas horas. Exemplificando, uma crise tônico-clônica típica dura de
1 a 7 minutos; crises de ausência podem durar apenas poucos segundos e crises parciais
complexas duram de 30 segundos até 2 ou 3 minutos. Estado de mal epiléptico refere-se a crises
prolongadas que podem durar algumas horas e isto é uma condição médica séria. Contudo, na
maioria das epilepsias as crises são muito curtas e apenas pequenos cuidados primários são
necessários.

Causas e fatores desencadeantes


Não existe uma causa única para a epilepsia. Muitos fatores podem lesar células
nervosas no cérebro ou suas vias de comunicação. Em aproximadamente 65% de todos casos
não existe causa conhecida. As causas mais frequentemente identificadas são:

161
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
o Intoxicações (substâncias tóxicas em doses altas);
o Doenças neurológicas (aneurisma, tumores);
o Traumatismo crânio encefálico;
o Febre alta;
o Doenças infecciosas (meningite, tétano);
o Problemas cardiovasculares (AVC).
 É muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de traumas na
cabeça ou quedas.

Sinais e Sintomas de uma Crise Convulsiva:


1. Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se;
2. Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras vezes, desenvolve um
quadro de tremores de diversas amplitudes;
3. Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões, há perda do controle
dos esfíncteres urinário e anal;
4. Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente. Pode
ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS CONVULSÕES:


 Não introduzir nada na boca do paciente.
1. Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque com golpes em objetos
dispostos ao seu redor.
2. Afrouxe bem as roupas apertadas.
3. Proteja a cabeça do paciente.
4. Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar.
5. Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-o que deverá receber auxílio
médico.
6. Coloque na posição lateral de segurança (paciente inconsciente) e/ou de lado (paciente
consciente) caso venha a vomitar;
Transporte o paciente para o hospital.

DESMAIO
Conceito:
É a diminuição da circulação e oxigenação cerebral.
Causas:
 Ambientes com muitas pessoas, sem uma adequada ventilação
 Emoções fortes
 Fome
 Insolação
162
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Inadequado recebimento de circulação e oxigênio no cérebro
 Dor intensa
Outras causas

Sinais e Sintomas:
 Palidez (pele descorada)
 Pulso rápido e fraco
 Sudorese (suor)
 Perda dos sentidos

Atendimento:
 Arejar o ambiente, ou transportar a vítima para um local com melhor ventilação.
 Elevar os membros inferiores, com uma mochila, roupas, etc. com isso, o sangue circula em
maior quantidade no cérebro e nos órgãos nobres.
 Virar a cabeça para o lado, evitando que a vítima venha a vomitar e possa se asfixiar.
 Afrouxar a roupa, para uma melhor circulação.
 Após o desmaio ter passado, não dê água imediatamente, para evitar que a vítima se afogue,
pois ainda não está com seus reflexos recuperados totalmente.
 O mesmo em relação a deixá-la caminhar sozinha imediatamente após o desmaio. Faça-a
sentar e respirar fundo, após auxilie-a a dar uma volta, respirando fundo e devagar.
 Com isso, o organismo se readapta a posição vertical e evita que ela possa desmaiar
novamente, o que pode ocorrer se ela levantar bruscamente.
 Após esses procedimentos, pode dar água a vítima.

Lição 9

MANIPULAÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

Mobilização
Manipulação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior.

Técnicas de manipulação
- Rolamento de 90º
- Rolamento de 180º

163
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- Elevação a cavaleiro
- Retirada de capacete
- Imobilização de fraturas

Rolamento de 90º
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este se encontrar em
decúbito dorsal.
Técnica para sua execução
1. O auxiliar n.º 1 deverá posicionar-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no
chão para melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça, mantendo o
alinhamento da coluna vertebral;
2. O auxiliar n.º 2 deverá posicionar a prancha do lado oposto ao rolamento, junto ao paciente,
enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o rolamento,
acima da cabeça do paciente, e o outro cruzado ao tórax;
3. O chefe e o auxiliar n.º 2, posicionam-se na altura do tórax e cintura pélvica,
respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto ao que
estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral da cintura
pélvica. O auxiliar n.º 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho;
4. O auxiliar n.º1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK),
efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o paciente em
monobloco;
5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis lesões, após a avaliação e
juntamente com o auxiliar n.º 2, posiciona a prancha o mais próximo possível do paciente;
6. O auxiliar n.º 1, após posicionar corretamente a prancha, efetua novamente a contagem para
execução do posicionamento do paciente sobre a mesma, observando a necessidade de
reposicionamento do paciente;
7. O chefe e o auxiliar n.º 2 efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
movimentos laterais, com o uso de apoiadores. Após a fixação da cabeça, o paciente é fixado
à prancha com o uso de 3 tirantes ao longo do corpo.

Rolamento de 180º
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este encontrar-se em
decúbito ventral.

Técnica para sua execução


1. O auxiliar n.º 1 deverá posicionar-se atrás da cabeça do paciente, com um dos joelho
apoiados no chão no mesmo alinhamento da coluna vertebral do paciente para melhor
estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça, indicando o lado apropriado

164
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
para o rolamento (para onde a nuca estiver apontando ou lado menos lesionado), mantendo
o alinhamento da coluna vertebral;
2. O auxiliar n.º 2 deverá posicionar a prancha do mesmo lado do rolamento, próxima ao
paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente, do lado que for efetuado o
rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro ao longo do corpo;
3. O chefe e o auxiliar n.º 2, posicionam-se na altura do tórax e cintura pélvica,
respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente do lado oposto ao que
estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no ombro e a outra na lateral da cintura
pélvica. O auxiliar n.º 2 posiciona uma mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho;

4. O auxiliar n.º 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK),
efetua a contagem para execução do rolamento devendo movimentar o paciente em
monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a contagem para a finalização do rolamento
sobre a prancha, observando a necessidade de reposicionamento do paciente;
5. O chefe e o auxiliar n.º 2 efetuam a colocação do colar cervical adequado, em seguida,
efetuam também a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar movimentos laterais, com o
uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo.

Elevação a cavaleiro
Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha, quando houver
impossibilidade de executar rolamento.
 Durante a sua execução, o socorrista deverá agir cautelosamente para não produzir novas
lesões ou agravar as já existentes.

Técnica para sua execução


1. O chefe e os auxiliares n.º 1 e 2, posicionam-se ao longo do corpo do paciente, de forma que
o mesmo fique entre suas pernas (posição a cavaleiro);
2. O chefe ficará na altura da cintura escapular e posicionará as mãos de ambos os lados do
ombro do paciente, mantendo os polegares apoiados na região occipital e os demais dedos
na altura dos músculos trapézio;
3. O auxiliar n.º 1 ficará na altura da cintura pélvica do paciente e posicionará as mãos de
ambos os lados segurando firmemente a pelve do paciente;
4. O auxiliar n.º 2 ficará na altura das pernas do paciente, abaixo dos joelhos, e posicionará as
mãos nas panturrilhas, segurando firmemente;
5. O auxiliar n.º 3 posicionará a prancha próxima ao paciente, preferencialmente na altura da
cabeça do mesmo;
6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de positivo (OK), efetua a
contagem para execução da elevação, devendo movimentar o paciente em monobloco;

165
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
7. O auxiliar n.º 3, uma vez elevado o paciente, deverá posicionar adequadamente a prancha
rente ao solo no sentido crânio-caudal;
8. O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetuará nova contagem para posicionar
o paciente em monobloco sobre a mesma;
9. O auxiliar n.º 3 irá estabilizar a cabeça do paciente, liberando o chefe para que este,
juntamente com o auxiliar n.º 1, efetuem a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar
movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego de 3
tirantes ao longo do corpo.

Retirada de capacete
Técnica empregada para retirada de capacete, a fim de facilitar a avaliação e tratamento de
possíveis lesões que o paciente possa apresentar.

Técnica para sua execução


1. O auxiliar n.º 1 estabilizará a cabeça do paciente, apoiando simultaneamente o capacete e a
mandíbula, tencionando-a levemente para posicioná-la anatomicamente;
2. O chefe irá liberar as jugulares do capacete, e em seguida apoiará com uma das mãos a nuca
do paciente, abrangendo a maior superfície possível, atentando para o apoio do antebraço ao
solo; com a outra mão apoiará a mandíbula do paciente, a fim de estabilizar a coluna cervical;
3. O auxiliar n.º 1, após o sinal de OK do chefe, procederá a retirada do capacete, liberando
primeiramente a região occipital do paciente, e posteriormente a face; após a completa
retirada, estabilizará a cabeça do paciente apoiando-a ao solo.

Imobilização de Fraturas
Técnica empregada para estabilizar o segmento ósseo lesionado (fratura, entorse ou
luxação), a fim de evitar o agravamento das lesões.

Técnica para sua execução (regras gerais)


1. Informar o que planeja fazer;
2. Expor o local lesionado ou com suspeita de lesão;
3. Controlar hemorragias e cobrir ferimentos;
4. Avaliar pulso distal, perfusão, motricidade e sensibilidade, antes e após a imobilização do
segmento lesionado;
5. Selecionar e empregar o material adequado para a imobilização;
6. Estabilizar manualmente o segmento corporal lesionado, aplicando uma leve tensão;
Imobilizar as articulações adjacentes à lesão;
7. Prevenir e tratar o choque.
 Algumas lesões devem ser imobilizadas na posição encontrada.

166
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Técnicas de transporte

Arrastamento com cobertor:


Técnica pela qual a vítima é removida por 1 socorrista. O cobertor deve ser arrumado de
forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço da vítima;

Arrastamento pelas roupas:


Uma pessoa é suficiente para arrastar a vítima. Usado quando não há cobertor disponível ou
em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo;

Arrastamento de bombeiro:
Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a cabeça e pescoço; porém,
se não houver outro método disponível, permite que uma só pessoa remova a vítima. Muito usado
em ambientes com fumaça;

Transporte pelos membros:


Dois socorristas transportam a vítima, segurando-a pelos braços e pernas;

Transporte com cadeira:


A vítima é posicionada deitada e debaixo dela, dois socorristas colocam uma cadeira. O
transporte é feito com os socorristas posicionados lateralmente e a vítima na posição sentada.
Muito usado na remoção de vítimas do interior de edifícios;

Levantamento com 4 socorristas:


Levantamento da vítima direto do solo, sem lesão na coluna. Com o posicionamento de 4
socorristas em fila no lado da vítima;

Remoção emergencial:
Usada nas situações de risco iminente. Um socorrista remove a vítima utilizando o método
da “Chave de Rauteck”.

Técnica de instalação de colar cervical (paciente deitado):


- Socorrista n.º 1 (líder) posiciona-se atrás da cabeça do paciente, (com ambos os joelhos
apoiados no chão), mantendo distância de 1 palmo. Com ambas as mãos protegidas por luvas,
seguram lateralmente a cabeça do paciente, imobilizando-a e mantendo-a alinhada com a
coluna;

167
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- 2º socorrista posiciona-se ao lado do paciente e mensura o tamanho adequado do colar
cervical (a lateral do colar dever ter a medida compreendida entre o final da orelha e o
músculo trapézio). Se possível, use a régua de cores para facilitar a medição;
- Remova colares e brincos do paciente;
- Posicione o colar aberto por detrás da nuca, apoie à frente do colar abaixo da mandíbula do
paciente, ajuste-o firmemente sem movimentar a cabeça e feche o velcro de fixação do colar;
Questione ao paciente se o mesmo está confortável.

Manifestações respiratórias agudas do choque anafilático:


O choque anafilático é uma reação alérgica severa que põe em perigo a vida. Entre os
sinais ou sintomas mais freqüentes temos a urticária, edema de face, lábios e pescoço. Pode
manifestar-se também edema na língua e/ou na glote, fazendo com que obstruam as vias aéreas.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Remova o paciente para uma área arejada, se a causa é inalação de gases ou fumaça.
2. Mantenha as vias aéreas permeáveis.
3. Assegure-se que o problema não é uma OVACE.
4. Administre oxigênio suplementar.
5. Promova suporte emocional.
6. Coloque o paciente em posição semi-sentada ou sentada.
7. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
8. Previna o choque.
9. Transporte o paciente.
 As reações aos gases tóxicos ou demais gases podem aparecer imediatamente ou horas
depois da inalação.

168
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

LIÇÃO 10

PARTO

ANATOMIA DA MULHER GRÁVIDA

PLACENTA

CORDÃO
UMBILICAL

COLO DO ÚTERO

OSSO DO PÚBIS

BEXIGA RETO

CANAL VAGINAL PERÍNEO

FETO: Ser que está se desenvolvendo e crescendo dentro do útero, após a 8ª semana de
gestação.

Útero:
Órgão muscular que se contrai durante o trabalho de parto, expulsando o feto.

Colo uterino:
Extremidade inferior do útero, que se dilata permitindo que o feto entre na vagina.

Vagina:
Canal por onde o feto é conduzido para o nascimento.

169
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Saco amniótico:
Membrana que se forma no interior do útero e envolve o feto e o líquido amniótico.

Líquido amniótico:
Líquido presente no saco amniótico, com a função de manter a temperatura do feto e
protegê-lo de impactos. Sua cor normal é clara, quando está ocorrendo o sofrimento fetal este
líquido torna-se esverdeado, pela presença do mecônio, que é a primeira matéria fecal do bebê.

Placenta - Órgão formado durante a gravidez constituída por tecido materno e do concepto,
permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e feto. Normalmente expelida ao final do trabalho
de parto. Pesa aproximadamente 500g, na gravidez a termo.

Cordão umbilical - Estrutura constituída por vasos sanguíneos através da qual o feto se une a
placenta, seu comprimento é em média 55cm.

Parto - Expulsão do feto viável através das vias genitais ou a extração do feto por meios cirúrgicos.

Aborto – Feto com menos de 500g ou com menos de 20 semanas de gestação.

Pré-maturo – bebê com menos de 37 semanas completas de gestação ou pesando menos de


2.500g, independentemente da idade gestacional.

A termo – De 37 semanas completas de gestação até menos de 42 semanas completas de


gestação.

Pós-maturo – A partir de 42 semanas completas de gestação.

FASES DO TRABALHO DE PARTO

Primeira Fase (Dilatação)

 A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o feto
entra no canal de parto.

Segunda Fase (Expulsão)

 A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê.

170
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Terceira Fase (Dequitação)

 Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos).


SINAIS E SINTOMAS INDICATIVOS DE EXPULSÃO PRÓXIMA

1. Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico;


2. Freqüência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50
segundos;
3. Abaulamento da vulva;
4. Apresentação da cabeça do feto;

5. Necessidade freqüente de urinar e/ou defecar.

Evolução do Trabalho de Parto

171
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Antes de efetuar qualquer procedimento, o socorrista deverá realizar
uma entrevista com a parturiente, extraindo o maior número de
dados possíveis.

ENTREVISTA:

- Perguntar o nome e idade da mãe;


- Perguntar se realizou o exame pré-natal;
- Perguntar se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará cerca de 16
horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subseqüente);
- Perguntar se há indicação de parto gemelar (múltiplo).
- Perguntar a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar);
- Perguntar se já houve a ruptura do saco amniótico;
- Perguntar se sente vontade de defecar e/ou urinar.

 Se após a entrevista o socorrista avaliar que o parto não é iminente, deverá proceder o
transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas
abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque.

CONDUTAS DO SOCORRISTA PARA O PARTO DE EMERGÊNCIA:

1. Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado;


2. Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranqüilizá-la informando que o que está
acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto facilitará o
nascimento;
3. Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupa íntima,
deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados
sobre a superfície que está deitada);

172
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

4. Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus movimentos
respiratórios;

5. Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão;

6. Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, abaixo da
abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen;
7. Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdômen da paciente, acima do
umbigo;
8. Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a parturiente
a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força durante as
mesmas;
9. Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). Se o saco amniótico não
estiver rompido, corte-o com técnica e material apropriado;
10. Comprima a região do períneo, com uma das mãos, posicionada sob campo que se encontra
abaixo da abertura vaginal, a fim de evitar lacerações nesta região;
11. Apóie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos bem
separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-
lo;

173
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

12. Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido face-crânio do
bebê;
13. Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a
direita ou esquerda. Guie cuidadosamente a cabeça para baixo e para cima, sem forçá-la,
facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo;
14. Deslize a mão que está sobre a face no sentido crânio-caudal, segurando firmemente os
tornozelos do bebê;
15. Apóie o bebê lateralmente com a cabeça ligeiramente baixa. Isto se faz para permitir que o
sangue, o líquido amniótico e o muco que estão na boca e nariz possam escorrer para o
exterior;
16. Peça para o auxiliar anotar a data, hora, lugar do nascimento, nome da mãe e sexo do bebê;
17. Observe se o bebê chorou. Retire o campo que se encontra abaixo da abertura da vagina,
coloque-o deitado lateralmente no mesmo nível do canal de parto.

Atendimento Pré-Hospitalar do Recém-Nascido

1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções;


2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com movimentos
circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés;

3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar;


4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando pinças, fita
umbilical ou similar;

174
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 O cordão umbilical não deve ser pinçado imediatamente após o desprendimento fetal:
Aguardam-se de 40 a 60 segundos, a não ser na parturiente Rh negativo, quando se fará o
pinçamento e secção de imediato.

5. O primeiro ponto a ser pinçado deverá estar a aproximadamente 25 cm (um palmo) a partir do
abdômen do bebê;
6. O segundo ponto a ser pinçado deverá estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do primeiro
em direção ao bebê;
7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte deverá ser
realizado entre os dois pontos pinçados.

5a8
cm

25
cm
17 a 20
cm

Atendimento Pré-Hospitalar da Mãe:

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e fazer a


mãe se sentir o mais confortável possível.

1. Normalmente entre 10 e 20 minutos haverá a expulsão da placenta. Guarde-a em um saco


plástico apropriado e identifique-a para posterior avaliação médica. O cordão desce
progressiva e espontaneamente. Não o tracione.

175
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

2. Após a expulsão da placenta, observe presença de sangramento vaginal, se houver, controle-o:

- Com gaze ou material similar, retirar os excessos de sangue ou secreções.


- Use um absorvente higiênico ou material similar estéril,
- Coloque-o sobre a vagina. Não introduza nada na vagina;
- Oriente para que a parturiente una e estenda as pernas, mantendo-as juntas sem
apertá-las;
- Apalpe o abdômen da mãe, no intuito de localizar o útero. Faça movimentos
circulares com o objetivo de estimular a involução uterina e conseqüentemente a diminuição da
hemorragia.

3. Tranqüilize a mãe fazendo-a sentir-se o melhor possível e registre todos os dados da


ocorrência. Transporte a mãe, o bebê, e a placenta para o hospital.
 Durante todos os procedimentos, monitore constantemente mãe e bebê.

176
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
COMPLICAÇÕES DO PARTO E SEU TRATAMENTO:

Apresentação Pélvica:

 Quando as nádegas ou os pés do feto são os primeiros a se apresentar.

Tratamento pré-hospitalar:

1. Espere que as nádegas e o tronco do feto sejam expulsos espontaneamente;


2. Segure os membros inferiores e o tronco à medida que são expulsos;
3. A cabeça então é geralmente liberada por si própria, entretanto, algumas vezes ela poderá não
sair de imediato. Nos casos em que a criança não nascer em até três minutos após a saída da
cintura e tronco, não a puxe, apenas crie uma via aérea;
4. Informe a mãe sobre o procedimento que será realizado e introduza os dedos indicador e
médio em forma de “V” entre a face do feto e a parede da vagina, criando assim um espaço
para que ele possa vir a respirar, se você não conseguir realizar este processo,então tente
colocar uma extremidade digital sobre a boca do bebê e com outro dedo empurre a parede
vaginal.

5. Criada uma via aérea para o feto, deve-se mantê-la. Permita que o nascimento prossiga
mantendo a sustentação do corpo do bebê;
6. O transporte deverá ser realizado imediatamente. Mantenha as VAs permeáveis durante todo
o transporte.
 Se durante o trabalho de parto, apresentar apenas uma mão ou um pé, não é considerado
parto pélvico, esta é uma apresentação de membro, que requer os seguintes cuidados:.

177
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
1. Não puxe a extremidade, nem tente introduzí-la novamente na vagina;
2. Deixe-na posição ginecológica ou a coloque na posição genopeitoral, o que ajudará a
reduzir a pressão no feto e no cordão umbilical;

Posiçã
o
3. Oriente para que respire profunda e lentamente.
4. Se necessário oferte Oxigênio;
5. Transporte a parturiente. genop
Prolapso de Cordão Umbilical eitoral
 Ocorre quando durante o trabalho de parto, o cordão umbilical é o primeiro a se
apresentar.

Tratamento pré-hospitalar

1. Retire a parturiente da posição ginecológica, colocando-a em posição genopeitoral;


2. Não tente empurrar o cordão para dentro;
3. Não coloque a mão dentro da vagina;
4. Envolva o cordão umbilical com gaze estéril úmida e embrulhe-o com compressas cirúrgicas
estéreis, para aquecê-lo;
5. Administre oxigênio
6. Monitore e transporte a parturiente para hospital. Instruí-la para que respire profunda e
lentamente.

Parto múltiplo
Em caso de nascimentos múltiplos, as contrações uterinas reiniciarão após o primeiro

178
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
nascimento. O procedimento será o mesmo utilizado para com parto simples.
É recomendado ao socorrista que amarre o cordão umbilical da primeira criança antes do
nascimento da próxima.

Parto pré-maturo
Considera-se parto pré-maturo, qualquer nascimento que o bebê tenha menos de 37
semanas completas de gestação, ou que pese menos de 2500g, independentemente da idade
gestacional, e requer os seguintes cuidados:

Somados os cuidados dispensados a um parto a termo, o socorrista de dar uma atenção


maior ao aquecimento do recém-nascido. Embrulhe-o em mantas, lençóis toalhas ou papel
aluminizado, mantenha a face do bebê descoberta.
Crianças pré-maturas, freqüentemente requerem reanimação pulmonar, proceda de
acordo com as condutas para o caso (lição 5).

Hemorragia excessiva
Se durante a gravidez, a parturiente começar a ter um sangramento excessivo pela
vagina, é muito provável que terá um aborto. Porém, se a hemorragia ocorrer durante o trabalho
de parto ou na etapa final da gravidez, provavelmente estará ocorrendo um problema relacionado
à placenta.

Tratamento pré-hospitalar
1. Posicione a parturiente em decúbito lateral esquerdo.
2. Coloque absorvente higiênico, campos ou lençóis limpos na abertura da vagina.
3. Não introduza nada na vagina.
4. Troque os tampões quando estiverem embebidos.
5. Guarde e conduza ao hospital todos os tampões ensangüentados, bem como, todo e
qualquer material expulso.
6. Previna o estado de choque.
7. Monitore os sinais vitais.

179
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Lição 11

AVALIAÇÃO GERAL PRÉ-HOSPITALAR DE

AVALIAÇÃO PRÉ-HOSPITALAR DE PACIENTES

A avaliação pré-hospitalar de pacientes é um procedimento orientado, utilizado pelo


socorrista para identificar e corrigir possíveis doenças ou traumas que ameaçam a vida em curto
prazo, devendo o socorrista tomar decisões sobre os cuidados mais adequados e o mais rápido
possível.
O processo de avaliação geral do paciente divide-se em cinco fases distintas, a saber:

 Avaliação da cena;
 Avaliação inicial;
 Avaliação dirigida;
 Avaliação física detalhada; e
 Avaliação continuada.

Avaliação da Cena
Ao chegar no local da emergência, o socorrista deve:
1. Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o paciente ou outros
envolvidos (terceiros);
2. Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doença do paciente;
3. Checar o número de vítimas;
4. Acionar, se necessário, recursos adicionais.
 Durante o deslocamento para a cena de emergência, o socorrista deverá revisar as
informações contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteção individual.

Fontes rápidas de informação no local da cena


- A cena por si só;

180
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- O paciente (se estiver consciente e em condições de responder), familiares, testemunhas ou
curiosos;
- Os mecanismos do trauma;
- A posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia;
- Qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica.
 Após avaliar a cena, o socorrista deverá iniciar o gerenciamento dos riscos e o controle da
mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as medidas de sinalização do local,
isolamento da cena, estabilização de veículos (calçar e amarrar se necessário), controle de
tráfego, desligamento de motores automotivos, desativação de cabos elétricos energizados,
remoção de pacientes em situação de risco iminente, entre outros.

Avaliação Inicial
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para identificar e corrigir, de
imediato, problemas que ameacem a vida a curto prazo.
Durante a avaliação inicial, os problemas que ameaçam a vida, por ordem de importância,
são:

Vias aéreas
 Permeabilidade e se há comprometimento da coluna cervical.

Respiração
 Se respira e como se processa esta respiração.

Circulação
 Se tiver pulso, se há hemorragia e risco de estado de choque.

Como Realizar a Avaliação Inicial

 Observe visualmente a cena e forme uma impressão geral do paciente;


 Avalie o nível de consciência do paciente (AVDI). Identifique-se como socorrista e solicite
autorização para ajudar;
 Avalie a permeabilidade das vias aéreas e estabilize manualmente a coluna cervical;
 Avalie a respiração do paciente (usar a técnica do ver, ouvir e sentir – VOS);
 Verifique a circulação do paciente (avalie o pulso carotídeo em adultos e crianças, e braquial
em lactentes) e verifique a presença de hemorragias e perfusão;
 Descida a prioridade para o transporte, através da escala CIPE .
Escala CIPE

181
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Ao término da avaliação inicial, o socorrista deverá classificar o paciente de acordo com a
gravidade de suas lesões ou doença. Essa classificação é baseada na escala CIPE.
Crítico
 Parada respiratória ou cárdio-respiratória.

Instável
 Paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa, com lesão
grave de cabeça e/ou tórax.

Potencialmente Instável
 Paciente com choque compensado portador de lesões isoladas importantes.

Estável
 Paciente portador de lesões menores e sinais vitais normais.

Os pacientes críticos e instáveis devem ser tratados no máximo em 5 minutos no local


da emergência e transportados de imediato. Nesses casos, a avaliação dirigida e a avaliação física
detalhada deverão ser realizadas durante o transporte para o hospital, simultaneamente com as
medidas de suporte básico de vida. Já no caso dos pacientes potencialmente instáveis e estáveis,
o socorrista deverá continuar a avaliação no local da emergência no máximo em 12 minutos e
transportá-lo após sua estabilização.

Colar Cervical e Oxigênio


Após decidir sobre a prioridade de transporte, a equipe de socorristas deverá realizar um
rápido exame físico na região posterior, anterior e lateral do pescoço e, em seguida, mensurar e
aplicar o colar cervical de tamanho apropriado. Depois, os socorristas deverão avaliar a
necessidade de ofertar oxigênio para o paciente. Para isto, deverão examinar o nariz, a boca e a
mandíbula e através do emprego de uma máscara facial com reservatório de oxigênio.
 Para tratar os pacientes de emergência clínica, os socorristas poderão utilizar os mesmos
parâmetros recomendados nos casos de trauma, no entanto, não necessitam imobilizar a
região cervical.

Avaliação Dirigida
Podemos conceituá-la como sendo um processo ordenado para obter informações,
descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida do paciente.
É dividida em três etapas, são elas:
- Entrevista: Etapa da avaliação onde o socorrista conversa com o paciente buscando obter
informações dele próprio, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou
enfermidade existente e outros dados relevantes.

182
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- Sinais Vitais: Etapa da avaliação onde o socorrista realiza a aferição da respiração, pulso,
pressão arterial e temperatura relativa da pele do paciente.
- Exame rápido: O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo
segmento corporal.
 Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.

Guia Para Realizar Uma Entrevista:


Se o paciente estiver consciente e em condições de respondê-lo, questione-o utilizando as
seguintes perguntas chaves:
1) Nome e idade (se é menor, procure contatar com seus pais ou um adulto conhecido)
2) O que aconteceu? (para identificar a natureza da lesão ou doença)
3) A quanto tempo isso aconteceu?
4) Isso já ocorreu antes? (emergência clínica)
5) Você tem algum problema de saúde?
6) Você tem tomado algum remédio?
7) Você é alérgico a alguma coisa?

SINAIS DIAGNÓSTICOS:
Sinal: É tudo aquilo que o socorrista pode observar ou sentir no paciente enquanto o examina.
Exemplos: pulso, palidez, sudorese, etc.
Sintoma: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho. O paciente necessita
contar sobre si mesmo.
Exemplos: dor abdominal, tontura, etc.

Aferição de Sinais Vitais

Pulso
É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas estão
posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.
Valores normais:
 Adulto: 60-100 batimentos por minuto (bpm);
 Criança: 80-140 bpm;
 Lactentes: 85-190 bpm.

Respiração
Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico.

183
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Valores normais:
 Adulto: 12-20 ventilações por minuto (vpm);
 Criança: 20-40 vpm;
 Lactentes: 40-60 vpm.

Temperatura
É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano.
Valores normais:
36,5 a 37,0 ºC – independente da faixa etária.

Temperatura Relativa da Pele


Em atendimento pré-hospitalar, o socorrista verifica a temperatura relativa da pele
colocando o dorso da sua mão sobre a pele do paciente (na testa, no tórax ou no abdômen). O
socorrista estima a temperatura relativa da pele pelo tato.
Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e poderá
apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.
Durante a avaliação continuada, o socorrista deverá utilizar o termômetro clínico, para real
certificação da temperatura corporal.

Com relação à coloração, a pele poderá estar:


- Pálida,
- Ruborizada ou,
- Cianótica.
 Nas pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos lábios, ao redor da fossas nasais e nas
unhas.

PRESSÃO ARTERIAL (PA)


É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das
artérias. A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica.
A sistólica é a pressão máxima à qual a artéria está sujeita durante a contração do coração
(sístole). A diastólica é a pressão remanescente no interior do sistema arterial quando o coração
fica relaxado (diástole). A pressão arterial é diretamente influenciada pela força do batimento
cardíaco, quanto mais força, mais elevada a PA e o volume de sangue circulante.

Valores normais:
Adulto:
 Sistólica: máxima 150 mmHg e mínima 100 mmHg.

184
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Diastólica: máxima 90 mmHg e mínima 60 mmHg.

Criança:
IDADE PRESSÃO PRESSÃO
SISTÓLICA DIASTÓLICA
Mm Hg Mm Hg
Nascimento (12 h, < 1000 g) 39-59 16-36
Nascimento (12 h, 3 Kg) 50-70 25-45
Recém-nascido (96 h) 60-90 20-60
Lactente (6 meses) 87-105 53-66
Criança (2 anos) 95-105 53-66
Idade escolar (7 anos) 97-112 57-71
Adolescente (15 anos) 112-128 66-80

 Dentro desses valores, consideramos a PA normal; se exceder à máxima, denominamos


alta (hipertensão) e ao contrário, se não atinge o nível mínimo, denominamos baixa
(hipotensão).
 Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de
hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no
final desenvolver uma queda abrupta.

Pupilas
As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares.
Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas que fizeram uso de drogas (miose). As
pupilas indicam estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre
rapidamente após uma parada cardíaca (midríase), Nos casos de TCE ou AVC, a irregularidade da
reatividade pupilar, será observada no lado oposto em que ocorreu a lesão (anisocoria).

Coloração da pele
A coloração da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos
sanguíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas
vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na
insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de
envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do envenenamento por
monóxido de carbono (CO) e na insolação. Perfusão capilar é o termo usado para verificar a
circulação da pele nas extremidades.

Capacidade de movimentação

185
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode
ser resultante de uma doença ou traumatismo.
A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode ser
o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A
incapacidade de movimentar somente os membros inferiores, pode indicar uma lesão medular
abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como resultado
de um rompimento de um vaso intracraneano (Acidente Vascular Cerebral – AVC – DERRAME).

Reação a DOR
A perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é
acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é
mantido, e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. E
extremamente importante que este fato seja reconhecido como um sinal de provável lesão da
medula espinhal, de forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.

Avaliação Física Detalhada


A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cerca de
2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes. Ele pode ser
realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem
emergências médicas evidentes.

Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá:


1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;
2) Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e pálpebras, o nariz, a boca, a mandíbula e
os ouvidos;
3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar cervical);
4) Inspecionar o ombro bilateralmente distal / proximal;
5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax;
6) Inspecionar o abdômen em quatro quadrantes separadamente;
7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital;
8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso
distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso
distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade;
10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal.

Como Avaliar o Paciente de Trauma e de Emergência Clínica

186
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Os procedimentos da avaliação dirigida são diferentes para pacientes de trauma e pacientes
de emergência clínica.
Tipos de Pacientes

Pacientes de trauma - consciente


- Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;
- Inicie a entrevista com o paciente, enquanto verifica a respiração e a presença de hemorragias.
Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e administre oxigênio;
- Realize o exame físico dirigido segundo a queixa principal do paciente;
- Realize a aferição dos sinais vitais;
- Complete a entrevista para obter o histórico do paciente;
- Providencie os cuidados necessários;
- Faça o exame físico detalhado, caso seja necessário.

Pacientes de trauma – inconsciente


- Observe o cenário e tente identificar os mecanismos do trauma;
- Entreviste testemunhas sobre o que aconteceu, enquanto verifica as vias aéreas, a respiração e
a presença de hemorragias. Estabilize a cabeça e o pescoço do paciente com um colar cervical e
administre oxigênio;
- Realize um rápido exame físico buscando identificar ferimentos mais graves;
- Realize a aferição dos sinais vitais;
- Realize o exame físico completo da cabeça aos pés;
- Reavalie os sinais vitais.

Pacientes de emergência clínica – consciente


- Inicie a entrevista com o paciente;
- Administre oxigênio;
- Realize o exame físico dirigido em função da queixa principal informada pelo paciente;
- Realize a aferição dos sinais vitais;
- Providencie os cuidados necessários.

Pacientes de emergência clínica – inconsciente


- Inicie a entrevista com as testemunhas perguntando o que aconteceu e tente determinar a
natureza do problema;
- Assegure a permeabilidade das vias aéreas, a respiração e a circulação. Verifique a presença de
hemorragias. Providencie o tratamento para qualquer alteração encontrada e administre
oxigênio;
- Realize um rápido exame físico tentando identificar a natureza da emergência;
- Realize a aferição dos sinais vitais;

187
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- Providencie os cuidados necessários.
 Fique atento durante todo o processo de avaliação, pois algumas vezes a natureza da
emergência pode não estar claramente definida.
Como Realizar o Exame Rápido
O exame rápido permite que o socorrista realize visualmente o exame físico limitado à região
que o paciente se refere como a de maior queixa, ou de todo o segmento corporal, com o objetivo
de encontrar alterações decorrentes de doenças ou traumas. Este exame é também chamado de
coleta de dados objetivos.

Avaliação Continuada
A avaliação continuada é realizada durante o transporte do paciente, devendo o socorrista
reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente.
A reavaliação deverá ser realizada conforme a escala CIPE:
CRÍTICO e INSTÁVEL: Reavaliar a cada 3 minutos.
POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL: Reavaliar a cada 15 minutos.

188
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

FLUXOGRAMA DA AVALIAÇÃO PRÉ-HOSPITALAR DE PACIENTES

189
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Lição 12

INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTO

INTOXICAÇÃO E ENVENAMENTO
Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pela
absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ou
risco de vida às pessoas.
Um grande número de substâncias pode ser considerado, veneno ou tóxico. Qualquer
substância química dependendo de sua dose, poderá ser um tóxico.
Em uma intoxicação ou envenenamento existem sinais e sintomas que indicam que a pessoa
está enfrentando uma emergência clínica.
Algumas pessoas têm a capacidade de tolerar bem um veneno, já outras, a mesma
quantidade de veneno pode ser fatal. As crianças são as que mais freqüentemente apresentam
intoxicações ou envenenamentos.
Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas:
 Ingestão;
 Inalação;
 Absorção através da pele;
 Injeção.
O socorrista deverá levar sempre consigo o telefone do Centro de Informações Toxicológicas
(08007802000 – CIATOX)
 Os sistemas de emergência médica podem ter diferentes protocolos específicos para
diferentes casos de intoxicações. Os protocolos, mesmo quando diferentes, devem ser
seguidos com prioridade.

Intoxicações por Ingestão


Nos casos onde é possível a ingestão de venenos o socorrista deverá tentar obter o máximo
de informações e o mais rápido possível. Logo após a avaliação inicial verifique se no local existem
recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou qualquer
indício que permita identificar a substância ingerida.

Sinais e Sintomas
 Queimaduras ou manchas ao redor da boca;
 Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes do paciente;

190
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Respiração anormal;
 Pulso anormal;
 Sudorese;
 Alteração do diâmetro das pupilas;
 Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
 Dor abdominal;
 Náuseas;
 Vômito;
 Diarréia;
 Convulsões;
 Alteração do estado de consciência, incluindo a inconsciência.

Abuso de Álcool
Álcool é uma droga, socialmente aceita quando ingerida com moderação, mas ainda assim
uma droga. O abuso de álcool, como qualquer outra droga, pode conduzir a enfermidades,
envenenar o corpo, determinar comportamento anti-social e morte. O paciente pode ter um
problema clínico ou um trauma que requerem cuidados, pode estar ferido ou pode ferir outras
pessoas enquanto estiver alcoolizado.
Como socorrista tente oferecer cuidados ao paciente sob influência de álcool, como você
faria a qualquer outro paciente. Determine que o problema foi causado pelo álcool e que este
abuso é o único problema. Lembre-se que diabetes, epilepsia, ferimentos na cabeça, febres altas e
outros problemas clínicos podem fazer o paciente parecer alcoolizado. Se o paciente permitir, faça
a entrevista. Em alguns casos, você terá que depender das pessoas presentes no local para obter
uma informação significativa.

Sinais de abuso de álcool em um paciente intoxicado


- Odor de álcool no hálito do paciente ou em suas vestimentas. Isto é bastante significativo.
Certifique-se de que não é hálito cetônico, apresentado pelo diabético.
- Falta de equilíbrio e com movimentos instáveis, sem coordenação.
- Fala desarticulada e com inabilidade para manter a conversação. Não pense que a situação é
séria apenas pelas piadas feitas pelo paciente e presentes no local.
- Rubor, suor e queixa de calor.
- Vômito ou desejo de vomitar.
Os efeitos do álcool podem mascarar os sinais típicos e sintomas, esteja alerta para outros
sinais, como sinais vitais alterados devido ao álcool e drogas. Nunca pergunte se o paciente tomou
qualquer droga, pois ele pode pensar que você está reunindo evidências de um crime. Evite a
palavra “droga”. Pergunte se algum medicamento foi ingerido enquanto bebia.

191
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Cuidados básicos
- Obtenha a história e faça o exame físico para descobrir qualquer emergência .
- clínica ou outras lesões. Lembre-se de que o álcool pode mascarar a dor.
- Procure cuidadosamente sinais de traumas e de enfermidade.
- Monitore os sinais vitais, ficando alerta para problemas respiratórios.
- Peça ao paciente que faça um esforço para manter-se acordado.
- Ajude-o quando estiver vomitando para impedir que aspire o vômito.
- Alerte a polícia, conforme julgue necessário.
- Transporte-o ao hospital referência.

Crises e Problemas de Abstinência


Um alcoolista que subitamente é impedido de ingerir álcool poderá sofrer sérios problemas
de abstinência, e como resultado poderemos ter um paciente em síndrome de abstinência.
Sinais e Sintomas
 Inquietação e confusão;
 Conduta atípica (loucura);
 Alucinações (visão de bichos e animais);
 Tremor nas mãos.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Proteger o paciente de si mesmo, pois poderá auto lesar-se.

Crises suicidas
Sempre que cuidar de um paciente que tentou suicídio ou esteja a ponto de tentá-lo, a
primeira preocupação do socorrista será com a sua segurança. Tenha certeza de que o local esteja
seguro e de que o paciente não tenha uma arma. Informe o problema à polícia. Se estiver seguro
estabeleça contato visual e verbal com o paciente.
Apesar de não haver regras rígidas para o tratamento bem sucedido do suicida, existem
vários princípios gerais que devem ser conhecidos:

- Chegue no local da ocorrência de forma discreta, com sirenes desligadas e sem criar tumultos.
- Estude inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de resgate e para o
paciente, neutralizando-os ou minimizando-os.
- Isole o local impedindo aproximação de curiosos.
- Verificar a necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunicar ao CIAD.
- O contato com o paciente deverá ser efetuado por apenas 1 (um) integrante da equipe, a fim
de estabelecer uma relação de confiança. Os outros permanecem à distância sem interferir no
diálogo.

192
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- Mantenha imediatamente diálogo com o paciente, mostrando-se calmo e seguro, procurando
conquistar sua confiança.
- Não faça nenhuma ameaça e nem restrição física.
- Não discuta ou critique o paciente.
- Nunca brinque sobre a situação.
- Pergunte se você pode ajudar.
- Converse com o paciente de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz adequado à
situação.
- Jamais assumir qualquer atitude hostil para com o paciente.
- Descubra se o paciente está ferido.
- Mantenha observação constante do paciente e não deixá-lo sozinho por nenhum instante até
o término do atendimento.
- Escute o paciente e deixá-lo saber que você está prestando atenção.
- Procure descobrir qual o principal motivo de sua atitude.
- Procure obter informações sobre seus antecedentes.
- Após ter conquistado sua confiança, inicie o trabalho no sentido de dissuadi-lo, sempre
oferecendo segurança e proteção.
- Não fique em locais onde possa se expor ao perigo.
- Se o paciente der qualquer indicação de que pode machucar os outros, tenha certeza de sua
própria segurança.
- Após ter conseguido dominar o paciente, continue tratando-o com respeito e consideração
conduzindo-o ao hospital.
 Algumas pessoas cometem gestos suicidas, onde a intenção não era acabar com a vida, mas
sim chamar a atenção. Mas, mesmo assim, não devemos tratá-las com menosprezo, pois é
um distúrbio de comportamento.
Durante todas as fases de intervenção, devem-se tomar todas as medidas de precaução
contra uma nova tentativa de suicídio. Armas de fogo, medicamentos, além de outros objetos
potencialmente letais, devem ser retirados de perto do paciente. Ele não deve ser deixado sozinho
em qualquer lugar, mesmo por alguns instantes, seja em casa ou na viatura.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Manter as VA permeáveis;
 Pedir orientação do Centro de Informações Toxicológicas, se existir;
 Caso tiver disponível, oferecer carvão ativado;
 Induzir vômito (contra indicado em intoxicações por ingestão de substâncias corrosivas ou
irritantes, derivados de petróleo, pacientes inconscientes ou em convulsão);
 Guardar em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo paciente;
 Transportar com monitoramento constante.

193
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Frente aos venenos, em geral, o socorrista fica muito limitado e necessita de antídotos
específicos, portanto o transporte deverá ser rápido.

Intoxicações por Inalação


São aquelas provocadas por gases ou vapores tóxicos (ex. gases produzidos por motores a
gasolina, solventes, gases industriais, aerosóis, etc.).
Auxiliar o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro
especializado e utilize os EPIs necessários.
Uma ação importante a tomar é obter informações do próprio paciente e de testemunhas,
tentando identificar o tipo de gás venenoso inalado.

Sinais e Sintomas
 Respirações superficiais e rápidas;
 Pulso rápido ou lento;
 Dificuldade visual;
 Tosse;
 Secreção nas VA.
 A absorção da substância tóxica por inalação poderá também produzir os sinais e sintomas
descritos nas intoxicações por ingestão.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Remover o paciente para um local seguro. Se necessário, remover as roupas do paciente;
 Manter as VA permeáveis;
 Avaliar e, se necessário, realizar manobras de reanimação (não fazer boca a boca, utilizar o
reanimador manual ou máscara de proteção);
 Administrar oxigênio suplementar.

Intoxicações por Contato


São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, por meio
de absorção. Algumas vezes estas intoxicações provocam lesões importantes na superfície da pele,
outras, o veneno é absorvido sem dano algum.
A maioria dos tóxicos absorvidos, são substâncias químicas de uso comum e plantas.
É de grande importância, qualquer informação que se possa obter do paciente e/ou
testemunhas.

Sinais e Sintomas
 Reações na pele, que podem variar de irritação leve, até o enrijecimento e queimaduras
químicas;
 Inflamação;

194
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Coceiras (pruridos) e ardência na pele;
 Aumento da temperatura da pele.
 A absorção dos tóxicos por contato, poderá produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento Pré-Hospitalar
Para atender estes pacientes, o socorrista deverá usar além dos EPI´s básicos, proteção para
a sua roupa.
 Remover o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal;
 Remover as roupas e calçados contaminados, e lavar a área de contato com muita água
corrente (mínimo de 15 minutos);
 Guardar os materiais e roupas em sacos plásticos próprios;
 Transportar com monitoramento constante.

Intoxicações por Injeções


As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos, são as maneiras como o
veneno de origem animal é injetado em nosso corpo.
Outras formas: agulhas hipodérmicas com medicamentos, drogas contaminadas com
substâncias tóxicas ou overdose de drogas.

Sinais e Sintomas
 Picadas ou mordidas visíveis na pele. Podem apresentar dor e inflamação no local;
 Ardor na pele e prurido (coceira);
 Choque alérgico;
 Hemorragias;
 Parada respiratória e/ou cardíaca.
 A absorção dos tóxicos por injeção, poderá também produzir os sinais e sintomas descritos
anteriormente na intoxicação por ingestão.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Prevenir o choque;
 Nas picadas de inseto (com ferrão preso na pele) raspar no sentido contrário para evitar a
injeção do mesmo no corpo;
 Monitorar constantemente o paciente e estar preparado para parada respiratória e/ou
cardíaca;
 Transporte imediato para o hospital.

Acidentes ofídicos
Ocorrência bastante comum, principalmente na zona rural, tem sinais e sintomas que variam

195
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
bastante de acordo com o gênero do animal (serpente).
O socorrista deverá considerar todas as picadas como venenosas, até que se prove o
contrário.

Sinais e Sintomas
 Marca dos dentes na pele;
 Dor local e inflamação;
 Pulso acelerado e respiração dificultosa;
 Debilidade física;
 Problemas de visão;
 Náuseas e vômito;
 Hemorragias.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Manter o paciente calmo e deitado, removendo-o do local do acidente;
 Lavar com água e sabão o local da picada;
 Retirar anéis, braceletes e outros materiais que restrinjam a circulação na extremidade afetada;
 Manter o membro afetado elevado ou no mesmo nível do coração;
 Prevenir o choque;
 Transportar com monitoramento constante, e caso necessário, realizar manobras de
reanimação.

Restrições
 Não fazer curativo ou qualquer tratamento caseiro;
 Não cortar nem furar o local da picada;
 Não oferecer bebidas alcoólicas; não fazer torniquete.
Somente o soro cura intoxicação provocada por picada de cobra, quando aplicada de acordo
com as seguintes normas:
 Soro específico;
 Dentro do menor tempo possível;
 Em quantidade suficiente.
 Se for treinado para tal e houver tempo e condições, conduzir o espécime que provocou a
lesão para avaliação e identificação da espécie.

Abuso de Drogas
Um socorrista deverá reconhecer os sinais e sintomas característicos para poder identificar
um possível caso de abuso ou overdose de drogas.
As drogas de uso mais freqüentes são de cinco diferentes tipos:

196
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
1. Estimulantes – estimulam o SNC, excitando quem as usa. Incluem as anfetaminas, a cafeína,
a cocaína, drogas antiasmáticas, drogas vasoconstrictoras, etc.
2. Depressores – deprimem o SNC. Incluem os sedativos (diazepam, lorax, fenobarbital), os
barbitúricos e os anticonvulsionantes. Diminuem o pulso e a respiração, provocam
sonolência e reflexos lentos.
3. Analgésicos Narcóticos (derivados do ópio) – o abuso dessas drogas produz intenso estado
de relaxamento. Pertencem ao grupo morfina, heroína, demerol. Podem diminuir a
temperatura, o pulso e a respiração, relaxar músculos, provocar miose, adormecimento, etc.
4. Alucinógenos – alteram a personalidade e causam distorção da percepção. Incluem o LSD. A
maconha também tem algumas propriedades alucinógenas. As vítimas imaginam ouvir sons
e ver cores.
5. Químicos Voláteis – os vapores de certas substâncias causam excitação, euforia e sensação
de estar voando. Em geral são solventes, substâncias de limpeza, colas de sapateiro e
gasolina. Seus efeitos são a perda do tempo e da realidade, perda do olfato, pulso e
respiração acelerados e podem chegar ao coma.

Tratamento Pré-Hospitalar
 Ter muito cuidado e tato para lidar com estes pacientes;
 Se necessário, realizar manobras de reanimação;
 Induzir o vômito se a droga foi ministrada por via oral e nos últimos 30 minutos;
 Proteger os pacientes hiper-ativos;
 Conversar para ganhar a confiança do paciente e mantê-lo consciente;
 Transportar com monitoramento constante;
 Prevenir o choque.

ANEXO
ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Anatomia
Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus
órgãos, bem como a disposição destes.

Fisiologia
Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.

Posição Anatômica

197
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
É a posição padronizada de descrição do organismo, empregando-se os termos de posição e
direção.

O corpo humano deverá estar em:


 Posição ortostática;
 Face voltada para frente;
 Olhar dirigido para o horizonte;
 Membros superiores estendidos ao longo do tronco;
 Palmas voltadas para frente;
 Membros inferiores unidos.

PLANOS ANATÔMICOS

Plano mediano: direito e esquerdo.

Plano transversal: superior e inferior.


Plano frontal: anterior (ventral) e posterior (dorsal).
DIVISÕES DO CORPO HUMANO
 Cabeça;
 Pescoço;
 Tronco;
 Membros.
Nos membros empregam-se termos especiais de posição:
 Proximal: situado mais próximo à raiz do membro.
 Médio: situado entre proximal e distal.
 Distal: situado mais distante à raiz do membro.

198
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Quadrantes Abdominais (órgãos)

SISTEMA ESQUELÉTICO
É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações, para formar o
arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto de 206 ossos.

Funções
 Proteção dos órgãos e tecidos.
 Sustentação e conformação do corpo.
 Armazenamento de minerais essenciais.
 Inserção de músculos.
 Permitir a realização de movimentos.
 Conferir rigidez e resistência ao corpo.
 Produção de certas células sanguíneas.

199
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Ossos
Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante
transformação.

Classificação quanto à forma


Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e espessura. Ex: fêmur, rádio, ulna, tíbia,
falanges, etc.
Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se. Ex: tarso e carpo.
Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a espessura. Ex:
escápula, ossos do crânio e ossos do quadril.
Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não há correspondência nas
formas geométricas. Ex: temporal, vértebras, etc.
Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado, revestido de mucosa
e contendo ar. Ex: frontal, temporal, maxilar, etc

Divisão anatômica do esqueleto

O esqueleto subdivide-se em duas partes:

- crânio
AXIAL (cabeça, pescoço e tronco) -coluna vertebral
- costelas
- esterno

- úmero
ESQUELETO - rádio
- MMSS - ulna
- carpo
- metacarpo
- falanges
APENDICULAR
- fêmur
- patela
- tíbia
- MMII - fíbula

200
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
- tarso
- metatarso
- falanges

A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas:

- escápulas
ESCAPULAR
- clavículas
CINTURAS
- ílio
PÉLVICA - ísquio
- púbis

201
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Crânio
O crânio possui duas divisões principais:

Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e irregulares que se
fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.
Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

202
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Coluna vertebral
Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras, dividida em cinco regiões:
1. Coluna cervical (pescoço): composta de 07 vértebras;
2. Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 vértebras;
3. Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 vértebras;
4. Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 vértebras;
5. Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 vértebras.

203
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Articulações
Conexão entre dois ou mais ossos adjacentes, que de acordo com a conformação e o
aspecto estrutural são agrupadas em três tipos principais:

- Articulações fibrosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é fibroso,
impossibilitando o seu movimento.
- Articulações cartilaginosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é
formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos limitados.
- Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é o
líquido sinovial, possibilitando movimentos amplos.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido de


carbono produzido na respiração interna.
Função
Conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa,
como também filtrar, pré-aquecer e umedecer o ar inspirado.

Respiração
Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás
carbônico pelos seres vivos.
Órgãos componentes

O sistema respiratório é composto pelos seguintes órgãos:

 Nariz
 Faringe
 Laringe
 Traquéia
 Brônquios
 Pulmões
 Pleura
 Músculos da respiração

204
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Nariz
No interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou cílios, que recolhem a
maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando assim, uma filtragem grosseira dessas
impurezas e estão em constante movimento a fim de eliminar estes resíduos através das narinas. É
guarnecido de uma camada de líquido (muco), que retém outras partículas de pó em sua porção
superior. Ainda existem as conchas nasais, superior, média e inferior, que servem para aumentar a
superfície mucosa da cavidade nasal, pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar
inspirado, “condicionando-o” para que seja melhor aproveitado na hematose que se dá ao nível
dos pulmões.

Faringe
É um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratório e digestório,
situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe.
Laringe
É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via
aerífera é órgão da fonação, ou seja, da produção do som. Coloca-se anteriormente à faringe,
comunicando-se com a mesma através da glote, junto à glote está a epiglote, que tem a função de
fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar.

Esqueleto da laringe
A laringe é continuada diretamente pela traquéia e apresenta um esqueleto cartilaginoso, a
maior cartilagem é a tireóide, constituída de duas lâminas que se unem anteriormente em V; a
cartilagem cricóide é ímpar, situando-se inferiormente à cartilagem tireóide. Entre as duas
cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento cricotireóideo.

Traquéia
É um canal situado entre a laringe e a origem dos brônquios. Tem de 12 a 15 cm de
comprimento e é constituída por 16 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, em forma de C,
sobrepostos e ligados entre si.

Brônquios
São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os brônquios vão se ramificando em
direção aos lobos pulmonares em diâmetros cada vez menores.

Pulmões
Principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro esquerdo, são órgãos moles,
esponjosos e dilatáveis. Estão contidos na cavidade torácica e entre eles há uma região
denominada mediastino.

205
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Os pulmões se subdividem em lobos, sendo três para o direito e dois para o esquerdo.
As vias aéreas finalmente terminam nos alvéolos, cada um dos quais está em contato com
os capilares sanguíneos onde se dá a função essencial dos pulmões, a hematose (oxigenação do
sangue venoso).

Pleura

Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade torácica
(pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral).

Músculos da respiração
Os principais músculos da respiração são o diafragma que separa a cavidade torácica da
abdominal, e os músculos intercostais, que estão situados entre as costelas.

Mecanismo da respiração
Durante a inspiração (inalação), o diafragma e os músculos intercostais se contraem.
Quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade torácica
longitudinalmente. Quando os músculos intercostais se contraem, elevam as costelas. Estas ações
se combinam para aumentar a cavidade torácica (fole) em todas as dimensões, os pulmões são
puxados com ela e se expande pela sucção exercida através das superfícies pleurais unidas. A
pressão aérea interna, menor que a externa, permite a entrada de ar pela traquéia enchendo os
pulmões. O ar se moverá de uma área de maior pressão para uma de menor pressão, até
tornarem-se equivalentes.
Durante a expiração, o diafragma e os músculos intercostais se relaxam. A medida que estes
músculos se relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as dimensões. A medida
que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão
interna aumenta e o ar é empurrado através da traquéia.

SISTEMA CARDIOVASCULAR
É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominado
artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.

Principais funções
Fornecer aos tecidos:
 Oxigênio;
 Substâncias nutritivas;
 Hormônios;
 Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos responsáveis por
sua eliminação;

206
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
 Termoregulação do organismo.

Sangue
O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos
vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

Composição do sangue
 Plasma: transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os produtos de
degradação para os órgãos excretores;
 Glóbulos vermelhos: fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio;
 Glóbulos brancos: atuam na defesa do organismo contra as infecções;
 Plaquetas: são essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para estancar o
sangramento.
O Coração
É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil e
propulsora do sangue.

Camadas musculares do coração


As paredes do coração são formadas por três camadas:
 Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca.
 Endocárdio: camada de revestimento interno.
 Epicárdio: camada de revestimento externo.

Cavidades cardíacas
São quatro: dois átrios (cavidades superiores) e dois ventrículos (cavidades inferiores).

- Átrio direito: desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o ventrículo
direito através da valva tricúspide (possui três cúspides).
- Ventrículo direito: chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio direito, que
posteriormente é expulso para a artéria pulmonar.
- Átrio esquerdo: desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o
ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou mitral (possui dois cúspides).
- Ventrículo esquerdo: chega sangue oxigenado proveniente do átrio esquerdo, que
posteriormente é expulso para todo o corpo através da artéria aorta.

207
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Movimentos cardíacos
Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de
contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades, que se chamam sístole e diástole.
- Sístole: É o período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos
átrios para as artérias pulmonares e aorta.
- Diástole: É o período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos átrios,
permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos.

Pulso
É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias calibrosas estão
posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.
Os pulsos mais palpáveis são:
 Pulso carotídeo;
 Pulso radial;
 Pulso femoral;
 Pulso dorsal do pé ou tibial posterior.

208
FORMAÇÃO DE BRIGADISTA
Vasos sanguíneos
São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por artérias e
veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares.
 Artérias: vasos sanguíneos que saem do coração levando sangue para o corpo.
 Veias: vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo sangue do corpo.

Circulação sanguínea
A circulação sanguínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é dupla:
- Circulação pulmonar = pequena circulação.
- Circulação sistêmica = grande circulação.
Percurso da circulação pulmonar:
- Coração (ventrículo direito) – pulmões – coração (átrio esquerdo).
Percurso da circulação sistêmica:
- Coração (ventrículo esquerdo) – tecidos do corpo – coração (átrio direito), passando pelos
capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo.

Esquema da circulação sanguínea


O sangue arterial (rico em O2) deixa o ventrículo esquerdo através da artéria aorta (circulação
sistêmica). As artérias tornam-se gradualmente mais finas (arteríolas), até que o sangue circule através de
delgados capilares. Os capilares são vasos de calibre diminuto, como fios de cabelo, onde as hemácias
podem entrar em íntimo-contato com as células do organismo (ocorrendo o metabolismo celular: troca de
nutrientes e O2 por produtos de degradação e CO2). O sangue (rico em CO2) passa dos capilares para
pequenas veias (vênulas) que se unem e tornam-se maiores, à medida que se aproximam do coração. Elas
levam o sangue através da veia cava (inferior e superior) para o átrio direito, impulsionando-o para o
ventrículo direito, que o bombeia através da artéria pulmonar para os pulmões (circulação pulmonar),
onde volta a passar através de um sistema capilar (ocorrendo a hematose: troca de CO2 por O2). Retorna
então pela veia pulmonar desembocando no átrio esquerdo, que por sua vez é impulsionado para o
ventrículo esquerdo (iniciando a circulação sistêmica), completando o circuito. O sistema é completamente
fechado, com dois conjuntos de capilares conectando arteríolas e vênulas nos pulmões e nos tecidos do
restante do organismo.

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FORMAÇÃO DE BRIGADISTA

Rim

É um órgão par, localiza-se sobre a parede muscular posterior do abdome, atrás do peritônio,
situados à direita e à esquerda da coluna vertebral, ocupando o direito, uma posição inferior em relação ao
esquerdo, em virtude da presença do fígado, à direita. Retiram os produtos tóxicos do sangue e controlam
seu equilíbrio de água e sais.
Praticamente 1.5 litros de sangue circula por dia através dos rins, onde os resíduos e a água são
constantemente filtrados para formar a urina.

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