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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

RONALDO INÁCIO ROCHA

STORYTELLING NO JORNALISMO ESPORTIVO DE TELEVISÃO DO


PROGRAMA GLOBO ESPORTE EM FLORIANÓPOLIS

CURITIBA
2014
RONALDO INÁCIO ROCHA

STORYTELLING NO JORNALISMO ESPORTIVO DE TELEVISÃO DO


PROGRAMA GLOBO ESPORTE EM FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão do Curso


apresentado na pós-graduação do MBA
em Jornalismo: Gestão Editorial, da
Universidade Tuiuti do Paraná, como
requisito para a obtenção do grau de
especialista.

Orientador: Aldo Antonio Schmitz, MSc.

CURITIBA
2014
RESUMO

O trabalho propõe analisar o storytelling no jornalismo esportivo de televisão,


especificamente no programa Globo Esporte da RBS TV, em Florianópolis. A nova
forma de contar histórias precisa de narrativas e personagens interessantes e o
storytelling apresenta mecanismos na expectativa de cativar a atenção do
telespectador. A pesquisa teve bases bibliográficas sobre storytelling, transmidia e
semiótica para apresentar um melhor conceito sobre storytelling no jornalismo
esportivo de televisão. Também utiliza como referencia artigos de pesquisadores
sobre o tema como embasamento teórico. Conclui demonstrando técnicas e formas
de análises e aponta resultados positivos de que o storytelling está presente no
jornalismo esportivo de televisão.

Palavras-chave: Jornalismo. Storytelling. Jornalismo esportivo. Narrativas.


ABSTRACT

The work aims to analyze storytelling in sports journalism television program on


Globo Esporte RBS TV in Florianópolis. A new form of storytelling needs interesting
characters and narratives, storytelling has mechanisms in anticipation of attracting
the attention of the viewer. The research was bibliographic databases on storytelling,
transmedia and semiotics to present a better concept of storytelling in television
sports journalism. Also used as a reference for researchers articles on the subject, as
a theoretical foundation. Concludes demonstrating techniques and forms of analysis
and shows positive results that storytelling is present in sports journalism television.

Key words: Journalism. Storytelling. Sports journalism. Narratives.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................6
1.1 OBJETIVOS ..............................................................................................................7
1.1.1 Objetivo geral .........................................................................................................7
1.1.2 Objetivos específicos .............................................................................................7
1.2 JUSTIFICATIVA .........................................................................................................8
1.3 MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA ....................................................................8
2 HISTÓRIA DO JORNALISMO ESPORTIVO ............................................................10
2.1. ESPORTE COMO NOTÍCIA .................................................................................. 11
2.2. TRANSMÍDIA STORYTELLING ............................................................................13
2.3. MASS MEDIA .........................................................................................................14
2.4. SUPER APRESENTAÇÕES .................................................................................15
3 ANÁLISE ....................................................................................................................17
3.1.1 Definições da pesquisa ........................................................................................17
3.1.2 Perfil dos telespectadores do Globo Esporte ......................................................19
3.1.3 Matérias analisadas .............................................................................................19
3.1 METODOLOGIA E PESQUISA ..............................................................................25
CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................28
REFERÊNCIAS .............................................................................................................29
APÊNDICES ..................................................................................................................31
ANEXOS ........................................................................................................................38
1 INTRODUÇÃO

Buscar novas formas de comunicação é o papel fundamental do jornalista.


Aquele que se atualiza sempre oferece a melhor reportagem e consegue cativar a
atenção do mais variados tipos de públicos. Uma tarefa não tão simples. Como
contar histórias no mais segmentado meio? O jornalismo trabalha com vários tipos
de linguagens e estruturas narrativas, daí vem à necessidade de oferecer ao público
dinamismo na sua apresentação. Saber usar uma boa história para quebrar a rotina,
inserir o cotidiano de maneira lógica no meio jornalístico, especificamente no meio
esportivo: essa é a principal ideia desse trabalho.
O storytelling no jornalismo esportivo de televisão procura utilizar vários
ambientes de interação, novas técnicas e materiais, sempre na procura de
aproximação com o público. Pretende-se entender e analisar como o jornalismo de
esportes na televisão conta suas histórias baseadas na técnica storytelling, que tem
como principal característica atribuir significados emocionais a elementos técnicos
por meio de um contexto. A ideia básica é pegar um fato e englobar ele dentro de
uma estrutura de história, que exige narrativa específica para atingir públicos
diferentes.
O presente trabalho tem como base teórica o livro “Super Apresentações:
como vender ideias e conquistar audiências”, dos autores Joni Galvão e Eduardo
Adas, ambos diretores da SOAP (State of the Art Presentations). O grupo que
nasceu em 2003 assessora e cria apresentações para grandes empresários e
empresas, baseadas na arte de contar história – storytelling. Para que uma história
seja boa é necessário técnica e princípios que mostram o que funciona e o que não
funciona. Se consegue engajar, criar identificação, emocionar e conduzir sua
audiência para onde quiser, não há dúvida: você tem uma história com princípios
(Galvão, 2013).
O trabalho de conclusão de curso utiliza técnicas de transmídia do livro
“Cultura da convergência”, do pesquisador Henry Jenkins. Baseia-se também em
artigos e publicações dos pesquisadores em storytelling Fernando Palácios e
Rodrigo Cogo. As análises teóricas também têm bases de semiótica para melhor
auxílio na conclusão e compreensão.
As emissoras de televisão apostam na transmissão de informações por meio
dos mais variados tipos de apresentações, sejam elas na reportagem ou até mesmo
na forma de diálogo criado com o público. Aquela função de ler notícias vai acabar,
pois os apresentadores buscam transmiti-las através de uma história contada.
No geral, uma história compreende início, meio e fim. Tem personagens
cativantes, uma tensão crescente e um conflito que chega à alguma espécie de
resolução. O contexto apresentado consegue envolver o público em um nível
emocional e intelectual, motivando os espectadores a quererem saber o que
acontecerá a seguir. Essas estratégias não são novas: em 350 A.C. o filósofo grego
Aristóteles as utilizava no que ele chamava de “trama bem construída”, e desde
então essa forma é aplicada no modo de se contar histórias (BERNARD, 2008).
É importante informar: quem, o que, onde, quando e o porquê. Mais
indispensável ainda é dar ao público ferramentas para que ele consiga seguir o
desdobramento da história, esse convite lhe permite entrar na reportagem criando
uma melhor compreensão.
O novo jornalismo esportivo de televisão está mais dinâmico. A apresentação
séria de antes e sem muitas opções de interação com o telespectador quase não
existe mais. Os apresentadores transmitem mais simplicidade, o fato é narrado em
pé, por vezes sentado, a liberdade de andar de um lado para o outro e poder realizar
comentários sobre determinada reportagem dá a sensação de um “estou me
sentindo em casa” para o telespectador, que se sente mais a vontade. Os novos
programas de jornalismo esportivo de televisão também tem característica de
entretenimento, sem aquele jeito único de editoria de esportes. O novo modelo, além
de apresentar debates esportivos, traz ao público mais humor.
Assim, o trabalho pretende investigar como o jornalismo esportivo de
televisão utiliza o storytelling.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Verificar se o programa Globo Esporte da RBS TV, em Florianópolis, utiliza


técnicas de storytelling na sua apresentação.

1.1.2 Objetivos específicos

a) Revisar os estudos sobre storytelling e sua aplicação no jornalismo e no


jornalismo esportivo de televisão;
b) Verificar, por análise de conteúdo e entrevista em profundidade, como o Globo
Esporte, em Florianópolis, utiliza o storytelling;
c) Elucidar, por pesquisa de opinião, a receptividade dos telespectadores de esporte
dessa narrativa;
d) Apresentar os impactos do storytelling no jornalismo esportivo de televisão.

1.2 JUSTIFICATIVA

O trabalho de conclusão de curso veio abordar um tema interessante e por


vezes não muito praticado no jornalismo esportivo de televisão. Trata-se do
storytelling, o “contar histórias”. Todo jornalista sabe contar uma história, mas
apresentar bem essa história, com narrativas e personagens interessantes, na
expectativa de cativar ainda mais a atenção do telespectador: esse é o grande
desafio da temática storytelling.
A produção e o repórter muitas vezes não têm o feeling para se quer imaginar
ou responder as perguntas: O que o meu público espera dessa reportagem? Qual
personagem pode trazer emoção, drama na minha história? Qual será o elo entre as
imagens, personagens, passagem e o off dessa matéria? Estas são indagações
comuns nas produções de roteiros de cinemas para criar uma boa história. O
storytelling tem esse conceito, ou seja, utilizar desses mecanismos para apresentar
bem uma história interessante para o seu público. O presente projeto analisa se este
conceito inovador no jornalismo esportivo de televisão está sendo aplicado no
programa Globo Esporte da RBS TV, em Florianópolis.

1.3 MÉTODO E TÉCNICA DE PESQUISA

A metodologia desse projeto de pesquisa utilizou de análises de conteúdos e


entrevista em profundidade. Foram analisadas três edições do programa Globo
Esporte levando em consideração as histórias, personagens, apresentação, postura,
enredo, drama e narrativas. Quando o fato jornalístico é inserido dentro de uma
história o telespectador tem uma facilidade a mais no entendimento. O novo contexto
e a nova linguagem aproxima o jornalista do receptor e assim conseguimos
apresentar uma boa história.
O conceito de storytelling e sua aplicação no jornalismo esportivo de televisão
são estudados neste trabalho de conclusão de curso sob a perspectiva do livro
“Super Apresentações: como vender ideias e conquistar audiências”, dos autores
Joni Galvão e Eduardo Adas, ambos diretores da SOAP (State of the Art
Presentations).
O presente trabalho vai utilizar técnicas de transmídia do livro “Cultura da
convergência”, do pesquisador Henry Jenkins. Baseia-se também em artigos e
publicações dos pesquisadores em storytelling e em técnicas de análises da
semiótica.
2 HISTÓRIA DO JORNALISMO ESPORTIVO

As primeiras matérias esportivas vieram como casos curiosos. Eram lutas


comentadas por quem havia presenciado, modalidade conhecida como boxeo
(ALCOBA, 2005). Casos tão interessantes que se tornaram periódicos de maior
audiência. Aos poucos essas notas foram se ampliando, de modo que jogos e
esportes mais praticados tiveram destaque e espaço no jornalismo. Assim nasce em
Paris, em 1828, o primeiro jornal esportivo Journals des Haras. O êxito influenciou a
comunicação no rádio e também na televisão, pois segundo Alcoba a televisão
percebeu que o esporte seria um grande trunfo para a conquista de audiência.
A importância rápida do esporte acabou por incluí-lo como gênero específico
do jornalismo ao lado de economia, política e religião. Quando o esporte foi
descoberto como conteúdo houve uma alteração em sua dimensão. Os casos
passaram a serem notícias, mas não uma notícia qualquer, elas se enquadraram
como histórias brandas ou leves que automaticamente geraram interesse público. O
tratamento para este segmento é diferente: ele não é um jornalismo normal, pois os
acontecimentos demandam de liberdade de linguagem e formatação de reportagens.
No Brasil a primeira transmissão esportiva aconteceu na TV Tupi de São
Paulo/SP, em 15 de outubro de 1950, com a goleada de 2 a 0 para o São Paulo em
cima do Palmeiras no Pacaembu. A TV Record foi a principal emissora em termos
de cobertura esportiva da década de 50 (SILVEIRA, 2009).
A preocupação em apresentar bem o esporte e enfatizar os seus valores
culturais ocorre desde 1979.

portanto esporte é a única força universal que consegue unir todas as


coisas em um relacionamento não amigável de raças, ideologias, religiões e
classes sociais, com base na filosofia de compreensão absoluta. Vai ser
muito difícil de encontrar, em nosso século, um poderoso símbolo de
harmonia, a fim de manter a humanidade unidos pelos laços de
entendimento e compreensão. Esta é a lição de esporte, o que não foi
compreendido por uma ampla, e em cujo serviço deve ser colocado no
jornalismo esportivo (ALCOBA, 1979, p. 2).

O autor destaca a importância do jornalismo esportivo e suas evidentes


qualidades. Para ele, o jornalista esportivo deveria ter no mínimo dois anos de
especialização na área, assim saberiam mais sobre esse brilhante universo. Para
muitos, o esporte é visto como lazer e entretenimento, quando a mídia consegue se
posicionar bem, o retorno é garantido e a audiência é certa. O esporte supera o
âmbito do lazer individual ou grupal, torna-se atividade coletiva, criando um universo
de lazer em massa (MELO, 2003).

2.1. ESPORTE COMO NOTÍCIA

A seleção da notícia esportiva deve conter critérios de noticiabilidade à


atividade de produção. Apesar de factualmente despertar mais o interesse público,
ele também deve ser inusitado e curioso, com bons personagens, boas imagens e
uma boa narrativa, pois só assim o meio esportivo ganhará o maior número de
espectadores. Além disso, o esporte tem critérios específicos de apresentação
sendo necessário atenção na seleção de eventos. Fato gerador de inúmeros
acontecimentos, eles concorrem entre si, a melhor história apresentada se
transforma na melhor notícia. Por isso a importância e atenção na editoria de
esportes (SOUZA, 2005).
A boa imagem é um dos critérios fundamentais na apresentação da notícia no
telejornalismo esportivo e o apelo das imagens tem importância ampliada. Imagine a
narração do gol sem a imagem, ou a cobrança de falta ou até mesmo aquela bela
jogada sem o casamento de imagens. Imaginar é quase impossível. A imagem
também deve seguir características de bom enquadramento e recursos tecnológicos
disponíveis e interessantes. A noticiabilidade na televisão não é feita só de boas
imagens e a narrativa dos acontecimentos é regra essencial no jornalismo de
esportes, pois juntos garantem reportagens de qualidade. Uma boa imagem associa-
se com uma boa história, “as redes de televisão utilizariam a presença de ilustração
visual e a busca do pitoresco como diretrizes a serem consideradas na identificação
de uma notícia televisiva”, acrescenta Coutinho (MIMEO, 2003). Ao destacar o valor
da notícia a televisão ressalta da importância da imagem e da história que gera.
Quanto maior for o número de pessoas atingidas por um acontecimento, maior vai
ser a possibilidade de tornar-se notícia (CAMARGO, 1999). Vale destacar também
alguns critérios de maior predominância entre as notícias de maior destaque, no
caso de times grandes da mídia. Segundo pesquisa: em um corpus com 21
reportagens, das quais 15 são relacionadas diretamente aos clubes que disputam o
Brasileiro, apenas três delas dizem respeito aos times considerados pequenos ou
intermediários (SOUZA, 2005). Além desse resultado o fator curiosidade é o motivo
de acesso ao espaço midiático. No entanto, algumas notícias são selecionadas de
acordo com os produtores da notícia, de modo que o que o público quer saber nem
sempre é destaque. Por isso a importância de realizar pesquisa de campo para
saber o que o telespectador do Globo Esporte espera do programa, e o que ele acha
da atual apresentação.
Como casos de interesse público, Souza (2005) destaca a editoria de
esportes voltada à vida dos atletas na carreira e na vida pessoal. Esse tipo de pauta
tem critério de noticiabilidade, onde se apoia em personagens e ajuda criar um elo
de identificação entre história e telespectador, no sentido que o melodrama
humaniza a reportagem e consegue despertar emoções no público. A seleção desse
tipo de notícia acaba por conectar o telespectador com as histórias sobre esportes.
O drama emprestado aos personagens está sempre à procura daquilo que
desperta emoção nas pessoas, esse é o tipo de impacto que o telejornalismo busca.
O melodrama informativo é o atual modelo editorial do jornalismo esportivo que lida
com a paixão do público aficionado por esporte (BUCCI, 1996).
A busca por craques é algo constante, comandada por grandes clubes ou
“olheiros”, espécie de caça talentos que viajam em busca de bons esportistas.
Histórias assim conseguem despertar o interesse do público, que muitas vezes
apresentam imagem de superação onde vários telespectadores se identificam. A
profissionalização do futebol abriu espaço para jogadores de origem humilde
fazerem do esporte uma forma de ganhar a vida, uma verdadeira profissão que não
exige diploma (SOUZA, 2005). Dependendo da narrativa, da história e da mídia que
os descobre, alguns protagonistas se tornam estrelas instantâneas. A valorização do
personagem dentro do contexto da notícia ganha reforço na identidade editorial. O
noticiário esportivo se pauta cada vez mais em personagens que protagonizam as
histórias, sejam elas por celebridades ou anônimos, e com essa humanização o
jornalismo busca se afastar da frieza dos acontecimentos.
Marfuz (2003) destaca a importância do personagem na dramatização da
notícia. Segundo ele, estratégias dramáticas quando bem-sucedidas despertam a
atenção do telespectador.

A presença do drama na construção do acontecimento jornalístico é uma


das marcas emblemáticas do discurso informativo contemporâneo. O
telejornalismo brasileiro não foge à regra ao tratar a notícia, em muitos
casos, como se fosse uma história extraída de uma peça de teatro,
utilizando-se para isto de estratégias dramáticas bem-sucedidas, entre as
quais se destaca, por sua importância e recorrência, a composição da
personagem.
Aquele que é captado pela mídia e se sobressai da massa anônima vira
celebridade, ele é o personagem que naturalmente encontra lugar em qualquer
noticiário e consegue guiar naturalmente boa parte da narrativa.

2.2. TRANSMÍDIA STORYTELLING

Para Jeff Gomez, produtor transmídia CEO da Stalight Runner Entertainment,


transmedia storytelling é a arte e a técnica de transmitir mensagens, temas ou
histórias através de diferentes plataformas de mídia. Em outras palavras, é
conseguir utilizar a mesma história em diferentes meios como filme, programa de
televisão, revista em quadrinhos, videogame, romance, tudo o que você puder
pensar artisticamente. Jeff é o criador de mundos ficcionais para filmes como Avatar
e Piratas do Caribe, e campanhas como a Fábrica da Felicidade, da Coca-Cola.
Para muitos, ser transmídia storytelling é “viajar na maionese”, é ter a facilidade de
criar personagens fantásticos, carros que falam, seres que voam, árvores mágicas e
também como amarrar tudo isso em diferentes plataformas; como fazer a história
começar na tela, ir parar no celular, continuar no videogame, virar brinquedo na
prateleira, tudo isso sem se repetir ou ficar chata. É atravessar mídias e fronteiras
com o storytelling. (GOMEZ, 2010)
O storytelling exige trabalho em equipe. Segundo Gomez (2010), em seu
primeiro tratamento cria-se um roteiro, baseado em ideias e ações de escritores,
editores e produtores, depois é tirar da história a propriedade intelectual, e nos
imergir tanto quanto possível para entendermos os aspectos fundamentais da
história. Uma vez que isso acontece nós trabalhamos juntos para criar mitologias,
livros que servirão como guias para toda a empresa, licenciadores e todo mundo,
para estarmos na mesma sintonia sobre o assunto.
O jornalismo transmídia se caracteriza como uma nova forma de linguagem e
narrativa em diversas mídias para vários usuários, oferecendo interatividade na
recepção das mensagens. Para isso são adotados recursos audiovisuais, de
mobilidade e interação. Um exemplo atual é o aparelho celular: com ele fica mais
fácil apurar e registrar o fato. Para isso é importante que o comunicador conheça
bem essa tecnologia multimídia e de linguagem interativa. O diferencial no
transmídia está na narrativa e em aproveitar as possibilidades comunicacionais, na
interatividade, na busca por envolver e atrair o telespectador para interpretação
participativa da mensagem.
A técnica storytelling tem como objetivo apresentar uma ideia com conteúdo
criativo na expectativa de conquistar mais audiência no telejornalismo esportivo
(GALVÃO, 2013). Esse novo modelo visa treinar/mudar o apresentador e o repórter,
tendo eles o poder de apresentar bem uma história ou de arruinar ela. Com o
storytelling queremos mostrar o que de interessante tem na história dos nossos
personagens e assim valorizarmos o mecanismo da narrativa. Queremos propor
uma forma diferente de contar histórias (GALVÃO, 2013).
Depois de fazer todas as apurações, entrevistas e imagens chegamos em um
momento crucial: o de organizar as informações e criar o roteiro de apresentação. O
jornalista que tem uma boa história e precisa contar ela de um jeito cativante deve
responder a essas perguntas: Qual vai ser o meu diferencial? Qual enquadramento?
O que de criativo? A grande ideia? Criatividade? Como vou aproximar o
telespectador da audiência mesmo em dias diferentes? E depois de responder as
questões deve dar continuidade nas novidades como: imaginar uma ideia diferente
para gravar a passagem ou a chamada. O público só vai se interessar se o
apresentador fizer a sua parte, o desafio é convencê-lo de continuar prestando
atenção.
Além de utilizar esses mecanismos atrativos de história, o jornalismo utiliza
também as histórias contadas do ponto de vista do telespectador. O mass media
auxilia essa comunicação.

2.3. MASS MEDIA

O jornalismo colaborativo é uma das características principais do novo


público. O telespectador atual quer mais interação e sempre está disposto a dar um
palpite, seja ele na programação, conteúdo e até mesmo na forma de veicular. O
“Mass media” é uma palavra em inglês que significa intermediário ou suporte de
massas (COUTINHO, 2011). A expressão antiga que se formou nos anos 50 do
século XX foi muita usada em jornais, rádio e televisão, quando se diz que atinge um
público alargado, diversificado e não individualizado. Coutinho (2011) afirma que os
mass media são ao mesmo tempo canais de difusão e meios de expressão.
Através desse meio de expressão os telespectadores criam também uma
nova forma de se comunicar. O vídeo amador, por exemplo, hoje faz parte dos
principais programas de televisão, sejam eles jornalísticos, de entretenimentos ou
esportivos. O mass media é o canal que auxilia e cria meios para que o ponto de
vista do telespectador chegue até o programa de televisão. Para a empresa de
comunicação o mass media tem a função de informar, educar, entreter, regular
ações, articular iniciativas, intervir e formar opinião (COUTINHO, 2011).
Aguiar e Barsotti (2011) reafirmam que os canais de comunicação entre a
audiência e esses meios sempre existiram, como a seção de cartas em jornais e o
contato por telefone entre os jornalistas e seu público. Confirmam ainda que a
prática de exibição de vídeos amadores nos telejornais é uma ação jornalística que
ocorre há tempos. Porém, vale ressaltar que essa prática é bem mais vista na
atualidade. Segundo pesquisadores, o vídeo amador apresenta ação, emoção e
sons que o torna mais real que os vídeos comuns e bem tratados de uma matéria
jornalística de televisão.
A diferente forma de se contar uma história faz parte da programação diária
da maioria dos programas jornalísticos de televisão. São quadros apresentados pela
comunidade, vídeos produzidos por eles e, em alguns casos, tem o auxílio da
própria empresa de comunicação na produção do material. O caso mais notável e
recente foi o do Jornal RJ TV, da afiliada Rede Globo no Rio Janeiro, no quadro
“Parceiro do RJ”, que tinha materiais jornalísticos produzidos pela comunidade. O
treinamento para as produções e suporte de materiais foi fornecido pela empresa de
comunicação no qual era veiculado. Este tipo de jornalismo é caracterizado também
como jornalismo amador (AGUIAR e BARSOTTI, 2011).
É característica de storytelling inovar e buscar atrativos de comunicação para
aproximar ainda mais o telespectador da programação oferecida pela emissora.

2.4. SUPER APRESENTAÇÕES

Entende-se que para ter um feedback positivo dos telespectadores é


necessário uma boa história, acompanhada de uma boa apresentação, seja ela do
repórter ou até mesmo do âncora do programa jornalístico de televisão. A
preparação antes da apresentação é tão importante quanto o desdobramento da
história, pois juntas conseguem, quando bem casadas, prender a atenção do
telespectador. Qualquer pessoa independente de seu estilo e características
pessoais tem potencial para dar um show diante de uma audiência. Para isso o
primeiro passo é ensaiar o roteiro exaustivamente, de modo a se transformar em um
autêntico contador de histórias (GALVÃO; ADAS, 2013).
Levamos em consideração, por exemplo, quem simplesmente conta uma
história. Se ela é apresentada de forma monótona e inexpressiva as chances da
audiência cair são enormes. O bom contador de histórias faz suspense antes de
revelar o que está por vir, lança questões, brinca com tons de voz e confere
dinamismo à ação (GALVÃO; ADAS, 2013). Os autores enfatizam que quando o bom
contador de histórias tem o domínio da narrativa e conhece bem os pontos fortes da
trama ele consegue chamar a atenção do telespectador. A expressividade na
apresentação não deixa a audiência cair no tédio e na dispersão. Segundo os
autores é preciso dominar o tema e o roteiro, lidar bem com as referências visuais,
fazer bom uso da voz, da linguagem e até mesmo do olhar.
É importante casar as ações na edição dos vídeos, as imagens e o off do
repórter devem estar em permanente sincronia. O jornalista precisa estar seguro
sobre o texto, onde deve dominar a sequencia mesmo antes das imagens
aparecerem. O treinamento para apresentação não só cria um bom resultado, como
também prepara o apresentado para a performance, de modo que o jornalista reduz
a ansiedade e não se deixa intimidar pelo público. Estar bem preparado é sinônimo
de sucesso na apresentação (GALVÃO; ADAS, 2013).
3 ANÁLISE

O programa esportivo de televisão Globo Esporte (GE) está no ar desde 1980


e é pautado em notícias esportivas. O jornal já cobriu diversas competições
esportivas e sempre foi líder de audiência. Na busca por inovação e uma melhor
qualidade na apresentação o GE passou a ser ancorado em Florianópolis. Antes,
dois blocos do programa eram produzidos no Rio de Janeiro e a mudança ocorreu
em maio de 2012, resultando que a edição do programa passou a ser local,
oferecendo mais conteúdo esportivo catarinense.
Com esta mudança veio também um cenário novo e os apresentadores
renovaram a linguagem jornalística. Segundo Gustavo Schwabe, editor-chefe do
programa em 2011, “Os apresentadores deixaram o tom sisudo de lado para
incorporar o bom humor à edição do programa”. Destacou também que o seu papel
de coordenador de esportes da RBS TV foi de liderar essa mudança, buscando e
adequando a nova realidade às características pessoais dos apresentadores e
repórteres. A aproximação com o telespectador veio através da interação: enquetes
sobre temas específicos e programas externos. Atualmente o programa Globo
Esporte da RBS TV, em Florianópolis, é apresentado pelos âncoras Giovani
Martinello e Suyanne Quevedo.
Produzir um material assim para um público abrangente sobre vários times e
modalidades diferentes de esportes não é uma tarefa tão simples. O programa é
curto e rápido: tem apenas 30 minutos de duração divididos em três blocos. A
reunião de pauta local do programa começa cedo, às 7h30, e às 9h a TV Globo
envia as pautas nacionais. Após essas etapas o material é selecionado, discutido e
editado para apresentação.

3.1.1 Definições da pesquisa

A matéria jornalística de televisão deve apresentar as características básicas


de reportagem como: imagens, personagens, passagens e off. A pesquisa indicou
que essas são as características essenciais de storytelling, pois se entende que
juntos formam uma boa história. Levando também em consideração a sua forma de
apresentação.
Para melhor compreensão serão apresentadas as definições sobre os itens
acima citados, que juntos caracterizam uma reportagem como sendo storytelling.
Para Joly (1994), imagem significa a representação visual de um objeto. É um
item muito importante na construção da história. Quando uma imagem é bem
pensada, com bom ângulo, enquadramento, boa definição e quando ela não precisa
de apoio de texto, é uma boa imagem. Significa que o telespectador conseguiu
captar a mensagem sem muitos artifícios. Como muitos dizem: uma “boa imagem diz
mais que mil palavras”.
Tenório (2009) afirma que personagens vem da raiz persona a qual deriva do
latim e deve ser entendida aqui como uma função do sujeito voltada ao mundo
externo, na busca de adaptação. No teatro, seu sentido aproxima-se ao de máscara,
já nas narrativas jornalísticas diversas personagens são criadas baseadas na
realidade. O autor define personagem como sendo a figura principal da história, pois
dependendo do contexto, a persona incomoda, emociona, causa conflito e faz com
que o telespectador se prenda naquela história.
No cinema, por exemplo, o personagem principal é sempre bem pensando,
antes mesmo do roteiro. O autor ou roteirista quer que o personagem seja bem
pensado, estudado, pois é ele que conduz a história. Quando inserimos o storytelling
no jornalismo de televisão esportivo deve-se pensar da mesma forma. O jornalista,
antes de sair da redação com a pauta, deve pensar: que personagem interessante
devo inserir na minha matéria? O que o telespectador quer ver nesse conteúdo? São
mecanismos de atração que fazem as matérias jornalísticas ganharem impulsão.
Vargas (2013) define a passagem como sendo o momento que o repórter
aparece na matéria. É ela que dá credibilidade ao que está sendo veiculado. A
passagem pode ser usada para descrever algo que não temos imagem. É
considerada a assinatura do repórter frente à matéria. Mas ela não deve ser só uma
passagem, deve ter elo, ligação e integração com a imagem e o personagem da
reportagem. O jornalista que realiza a passagem deve pensar e analisar: o que a
imagem não mostrou que eu posso apresentar? Essa opção causa impacto? Irá
trazer mais credibilidade ao meu texto? Ou seja, o jornalista não só apresenta a
matéria, ele deve oferecer algo novo e inusitado. Só assim o telespectador irá
prender a atenção na história bem contada.
Em relação ao off, Vargas diz que é o texto feito pelo repórter com base nas
imagens oferecidas pela equipe de reportagem. Um off conciso e bem-apresentado
pode gerar impacto na audiência. Pois existem imagens que não precisam de
legenda ou até mesmo de off. O jornalista deve oferecer algo mais: com o
embasamento das imagens, deve complementar as outras fases da reportagem,
sempre criando pontos de ligação, seja com a passagem apresentada pelo repórter
ou até mesmo dizer mais informações adicionais que a imagem não mostra.

3.1.2 Perfil dos telespectadores do Globo Esporte

A RBS TV divulgou em julho de 2013 os resultados de uma pesquisa que


mostra qual é o perfil do público de cada programa da emissora. O Globo Esporte
apresentou um share de participação de 50,5% e uma audiência de 18,3%.
O programa quebrou paradigmas. Ao contrário do que muitos pensam, a
maioria dos telespectadores são mulheres, com 55,2%. Os homens somam 44,8%
do total.
As classes predominantes do perfil são A e B. A faixa etária desse público é
de 50 anos de idade, segundo pesquisa apresentada pela RBS TV.
O programa Globo Esporte fica na 24ª colocação entre os mais assistidos da
grade. Em 1º lugar no ranking fica a novela das 21h e em segundo lugar o Jornal
Nacional.

3.1.3 Matérias analisadas

Na expectativa de compreender e apresentar os resultados da pesquisa foram


analisados os programas do Globo Esporte, em Florianópolis, apresentados nas
datas dos dias 14, 15 e 16 de outubro de 2013 e suas respectivas matérias
jornalísticas de esporte.
Para esta pesquisa foram criados formulários de análise que destacam os
itens avaliados por sequência de apresentação, data, o positivo ou negativo de
inserção de imagens, personagens, passagem e off.
Quando apresentados de forma positiva todos os itens da análise, considerou
a reportagem analisada como sendo storytelling, ou seja, ela teve todo
embasamento e características essências de história. Entende-se que esses
elementos juntos inseridos em uma matéria jornalística de esporte, em televisão,
quando bem-apresentados cativam a atenção do telespectador.
Abaixo descrição e ficha da análise do dia 14 de outubro de 2013:
Análise do programa Globo Esporte Data: 14 de Outubro de 2013
Itens avaliados
Matéria Imagens Personagens Passagem OFF É Storytelling?
1ª Sim Sim Sim Sim Sim
2ª Sim Sim Não Sim Não
3ª Sim Sim Não Sim Não
4ª Sim Sim Sim Sim Sim
5ª Sim Sim Não Sim Não
6ª Sim Não Não Sim Não
7ª Sim Sim Sim Sim Sim
8ª Sim Sim Sim Sim Sim
9ª Sim Sim Sim Sim Sim
10ª Sim Sim Sim Sim Sim

Na primeira análise do programa Globo Esporte, da RBS TV, em


Florianópolis, foram percebidas algumas características: O produto jornalístico
esportivo tem vinhetas de abertura que duram 10 segundos. Logo após os
apresentadores Giovani Martinello e Suyanne Quevedo se apresentam, sempre em
pé. Eles Iniciam as chamadas criando ligações com a primeira reportagem a ser
exibida, a do dia 14 de outubro de 2013. Entende-se que a forma descontraída na
apresentação é uma característica do termo storytelling, pois cria aproximação com
o telespectador. Os âncoras fazem trocadilhos com palavras simples para deixar
mais a vontade quem assiste ao programa, outra característica de história que traz
mais pessoalidade na apresentação.
Na apresentação da primeira matéria os âncoras criam um gancho com os
personagens, os jogadores e torcedores, em um jogo dos times Avaí e
Chapecoense. A matéria de aproximadamente três minutos apresenta todos os
envolvidos da história, com personagens, drama, conflito, emoção e desdobramento.
Todos os itens analisados foram positivos e se conclui que a matéria produzida
apresentou storytelling.
A reportagem foi bem construída, pois apresentou elementos de história.
Porém, teve a sua desconstrução quando o repórter brincou de mais. O jornalista
Marcelo Siqueira, que assina a matéria, repetiu a palavra “olha” por 16 vezes em um
vídeo de aproximadamente três minutos. A olho nú pode não ser perceptível, mas
para análise quebra todo o contexto de uma boa história.
De nada adianta inserir no conteúdo os elementos principais de storytelling,
se a reportagem for desconstruída por uma simples redundância.
A segunda matéria exibida pelo Globo Esporte fala do jogo entre Figueirense
e São Caetano. A apresentação foi só de imagens e um off da própria apresentadora
Suyanne Quevedo; teve entrevista, mas nenhuma passagem. Logo após Suyanne
apresenta a tabela de classificações dos times. A interação neste segundo conteúdo
foi mínima, sem muitos personagens.
A terceira matéria exibida pelo programa é nacional, enviada pelo Globo
Esporte da Rede Globo. Imagens e off dos jogos do brasileirão. Também sem muitos
artifícios de história.
A quarta reportagem é sobre a seleção brasileira, também nacional. A matéria
apresenta jornalismo baseado no storytelling, com personagens, entrevistas e
passagem com o repórter Mauro Naves.
Apresentam o primeiro intervalo.
O novo formato de apresentação do Globo Esporte possibilita várias ações no
cenário, entre elas a de apresentar o programa em pé e por vezes sentado. Quando
a âncora Suyanne volta do intervalo a imagem apresentada já é da âncora sentada:
são considerados atrativos de interação com o público.
A quinta reportagem é nacional, fala sobre a Fórmula 1. Têm personagens,
entrevistas e off, não apresentou nenhuma passagem do repórter, sem elementos
positivos de storytelling.
A sexta matéria vem com apoio de imagens e com off da Suyanne. Sem
atrativos novamente.
Acontece o segundo intervalo.
Os âncoras apresentam a tabela de pontuação dos times de Santa Catarina.
A sétima matéria que fala sobre o time de Joinville vem com boa
apresentação e narrativas de história, com personagens, entrevistas e passagem da
repórter Emilin Schmitz. O conteúdo rico apresentou storytelling.
A oitava matéria é curta e fala sobre o time do Figueirense. A apresentação é
do repórter Marcelo Siqueira. Com características de storytelling, com personagens,
entrevistas e passagem.
A âncora Suyanne apresenta a tabela do brasileirão.
A nona matéria nacional é sobre os times Botafogo e Flamengo com
narrativas de história, com personagens, entrevistas e passagem do repórter
Marcelo Courrege. Ações positivas de storytelling.
A última e décima matéria fala do jogo entre Criciúma e Vasco, da repórter
Marcela Varasquim, conteúdo completo com personagens, entrevistas e passagem.
O programa é finalizado.
Das dez matérias apresentadas, seis delas são completas, com imagens,
personagens, passagem e off. As demais não caracterizam storytelling, pois faltam
os elementos principais que compõem a pesquisa. Algumas tinham só imagem e off,
outras só imagem, personagem e off. Vale ressaltar que a pesquisa considera como
sendo storytelling as matérias apresentadas com todos os itens de análise do
formulário. Todos devem ser positivos.
Para apresentar melhores resultados, a pesquisa seguiu com análise da
programação do dia 15 de outubro. Abaixo a ficha de descrição.

Descrição e ficha da análise do dia 15 de outubro de 2013:


Análise do programa Globo Esporte Data: 15 de Outubro de 2013
Itens avaliados
Matéria Imagens Personagens Passagem OFF É Storytelling?

1ª Sim Não Não Sim Não


2ª Sim Sim Sim Sim Sim
3ª Sim Não Não Sim Não
4ª Sim Sim Sim Sim Sim
5ª SIm Não Não Sim Não
6ª Sim Sim Sim Sim Sim
7ª SIm Não Não Sim Não
8ª Sim Sim Sim Sim Sim
9ª Sim Sim Sim Sim Sim
10ª Sim Sim Sim Sim Sim
11ª SIm Não Não Sim Não
12ª Sim Sim Sim Sim Sim

A segunda análise deste projeto segue quase a mesma sequência da anterior.


A vinheta de abertura continua sendo de 10 segundos. Os âncoras se apresentam
com jeito descontraído e simples, utilizam mecanismos de interação com o
telespectador, trazendo novamente pessoalidade na apresentação.
A primeira matéria analisada é nacional, fala sobre o brasileirão. O quadro é
conhecido por GE10: são apresentados os melhores gol e jogadas do campeonato
brasileiro. Divulgado apenas com imagens e off, sem atrativos de interação, como
personagens e passagem do repórter. Sem características de storytelling.
A segunda matéria fala do jogo dos times Criciúma e Portuguesa. O conteúdo
é completo, têm personagens, imagens, entrevistas e passagem da repórter Marcela
Varasquim. Uma matéria completa, com opções positivas de storytelling.
A terceira matéria tem imagens e o off da âncora Suyanne. Sem atrativos de
história. Após essa apresentação os âncoras chamam o intervalo e dão destaque
através de chamadas para o próximo bloco do programa.
A quarta matéria é completa, fala sobre a Semana Guga Kuerten em
Florianópolis. A apresentação fica por conta da repórter Alessandra Flores. O
conteúdo com características de storytelling apresentou personagens, imagens,
entrevistas e passagem.
A quinta matéria fala sobre a liga de Futsal Catarinense, com imagens e off do
âncora Giovani Martinello. Sem atrativos de história, não teve elementos positivos
em personagens e passagem.
A sexta matéria é nacional, fala sobre o UFC. O conteúdo não foi completo,
pois não teve passagem do repórter, apresentou apenas personagens, entrevistas e
off. Após o fim da matéria os âncoras chamam o intervalo comercial.
A sétima matéria fala sobre o jogo do Avaí. É uma chamada com imagens e
com a narração do âncora Giovani sobre os jogos do quadro “show de bola”, um
evento escolar. Após a matéria é chamado o intervalo com chamadas para o próximo
bloco.
A oitava matéria fala sobre o time do Joinville. O conteúdo é completo com
personagens, imagens, entrevistas e passagem da repórter Karen Couto.
A nona matéria merece destaque para o repórter Marcelo Siqueira. O
jornalista é um dos repórteres do Globo Esporte, em Florianópolis, que mais busca
inovação, com boa apresentação e apoios gráficos. O profissional sempre apresenta
algo inusitado, por vezes descontraído, onde consegue seguir a linha de
apresentação dos âncoras. A matéria é completa, com boas imagens, personagens
interessantes, passagem criativa, e off. O conteúdo é rico em storytelling.
A décima matéria fala sobre o time da Chapecoense. A reportagem é
completa, têm imagens, personagens, passagem e off do repórter Cleiton Cesar.
Matéria caracterizada como sendo storytelling.
A décima primeira matéria fala sobre a seleção brasileira. Apresentou apenas
imagens e o off do âncora Giovane. Não teve personagens e passagem, sem
elementos completos para a história.
A décima segunda matéria é nacional e fala sobre o livro de Pelé. O conteúdo
apresentado foi completo, com personagens, entrevistas e passagem do repórter
Abel Neto. Logo após, o programa é finalizado.
Na segunda etapa de análise do programa Globo Esporte pode-se observar
que das doze matérias apresentadas, apenas sete delas eram completas com
características de storytelling. O programa segue sempre um mesmo padrão de
apresentação, com a distribuição dos blocos e descontração dos âncoras.
Abaixo a última ficha de análise desse projeto. Descrição e ficha da análise do
dia 16 de outubro de 2013:
Análise do programa Globo Esporte Data: 16 de Outubro de 2013
Itens avaliados
Matéria Imagens Personagens Passagem OFF É Storytelling?

1ª Sim Sim Sim Sim Sim


2ª Sim Não Não Sim Não
3ª Sim Sim Sim Sim Sim
4ª Sim Sim Sim Sim Sim
5ª Sim Sim Sim Sim Sim
6ª Sim Sim Sim Sim Sim
7ª Sim Não Não Sim Não
8ª Sim Sim Sim Sim Sim
9ª Sim Sim Sim Sim Sim

Na terceira e última edição do programa a ser analisado observa-se que os


apresentadores seguem um padrão: se apresentam em pé e quando apresentam
sentados é só a partir do segundo ou terceiro bloco. É uma forma de quebrar a
seriedade apresentada em alguns programas e o jornalismo esportivo tem essa
característica de inovar sempre na sua apresentação. A mesma linha é seguida pelo
programa Globo Esporte nacional.
A primeira matéria fala sobre o time do Avaí. O conteúdo é completo com
personagens, imagens e passagem do repórter Marcos Assmann. Abriu o programa
com elementos positivos de storytelling.
A segunda matéria fala sobre o brasileirão. Têm apoio de imagens e off do
âncora Giovani Martinello. Não é completa, não teve passagem e personagens.
Logo após os âncoras apresentam um gráfico dos times.
A terceira matéria fala sobre o time Criciúma. A reportagem foi bem
construída, pois além de oferecer imagens, personagens e off, teve um link da
repórter Marcela Varasquim. Foi a primeira reportagem criativa da jornalista. Criativa
no sentido de fugir dos padrões sempre apresentados pelo repórter. Após o fim da
matéria é divulgado o intervalo com as chamadas para o próximo bloco.
Na volta os apresentadores aparecem sentados, isso foi notável em todos os
programas analisados.
A quarta matéria é nacional, fala sobre a Copa do Mundo e a classificação dos
Países. Conteúdo completo, com personagens, entrevistas e passagem do repórter
Renato Ribeiro. A grande maioria das matérias nacionais são completas, ricas em
storytelling.
A quinta matéria também é completa e de produção da Globo nacional, fala do
jogo entre os times Grêmio e Corinthians, com passagem do repórter Fernando
Becker.
A sexta matéria também é nacional, com conteúdo completo, com imagens,
personagens, entrevistas e passagem do repórter Bruno Laurence. Logo após é
chamado o intervalo e as chamadas para o próximo bloco.
É importante destacar que a terceira etapa de análise do programa teve
quase todo o conteúdo praticamente nacional, foram poucas as pautas produzidas
pelo programa Globo Esporte de Florianópolis. O segundo bloco só teve conteúdo
nacional, de matérias produzidas pelo Globo Esporte da rede globo. Após a matéria
o âncora Giovani apresenta a tabela de classificação da série B.
A sétima matéria têm apoio de imagens e o off da âncora Suyanne.
A oitava matéria é completa e fala do time da Chapecoense. Teve imagens,
personagens, entrevistas e passagem do repórter Eduardo Cristófoli. Rica em
storytelling.
A nona matéria é do repórter Marcelo Siqueira, que fala do time Figueirense.
Ele é o único repórter do programa que utiliza de técnicas de som e imagens na
expectativa de criar conteúdos diferentes. A matéria é completa com imagens,
personagens, entrevistas e passagem. Após a matéria o programa é finalizado.
Na última etapa de análise, das nove matérias sete delas são completas, com
características positivas de storytelling.

3.1 METODOLOGIA E PESQUISA

A pesquisa teve início em maio de 2012 e o primeiro contato realizado foi com
o editor-chefe, Gustavo Schwabe. Após alguns meses o cargo de chefe do programa
passou a ser da jornalista Juliana Bolson. A mudança aconteceu devido à
transferência do comunicador Gustavo para editoria chefe do programa Jornal do
Almoço, também da RBS TV.
A metodologia baseia-se no método de análise qualitativa. Foram realizadas
entrevistas em profundidade com os jornalistas Gustavo Schwabe e Juliana Bolson.
Entrevistas com os pesquisadores em storytelling Olavo Pereira e Fernando
Palácios. Da análise quantitativa a pesquisa contou com relatórios apresentados
pela empresa, especificamente duas pesquisas que o Grupo RBS apresentou em
julho de 2013: tabelas de audiências e resumo de audiências. A tabela de audiência
do programa Globo Esporte contém informações sobre o universo domiciliar
(audiência e share), sexo, classe, faixa etária e área de cobertura 1. O relatório do
resumo de audiências contém informações sobre audiência e share da RBS
apresentados por períodos (manhã, tarde e noite), informações sobre as
concorrentes, o ranking de audiência da programação e o perfil da audiência. As
pesquisas foram realizadas pela empresa Ibope Media Workstartion Premium,
localizada na grande Florianópolis.
Para a análise de conteúdo foi construído um formulário com bases na
semiótica para entender e compreender melhor se o programa Globo Esporte utiliza
técnicas de storytelling em sua programação. As análises dos programas ocorreram
nas datas do dia 14, 15 e 16 de outubro de 2013.
Vale destacar a carência no Brasil por materiais que tratam do tema
storytelling no jornalismo esportivo de televisão. O grande desafio foi construir
métodos e formas de análise para a conclusão do presente trabalho.

3.2 RESULTADO DA PESQUISA


Foram analisadas 31 matérias do programa Globo Esporte da RBS TV, em
Florianópolis. Do conteúdo analisado 20 matérias tiveram características positivas
de storytelling, ou seja, apresentaram as condições básicas para uma matéria
jornalística como: imagens, personagens, passagens e off. As que foram
descartadas como não sendo storytelling, ou tinham off e imagem, ou só off, imagem
e personagem.
Das 31 matérias analisadas 11 eram de produção da Globo nacional, todas

1 Fonte: Ibope MW, Grande Florianópolis


com características de storytelling. Quando subtrai o total de matérias apresentadas
pelo programa com conteúdo nacional entende-se que de produção local foram de
apenas 9 matérias com características de storytelling. A editoria do programa
ressaltou a dificuldade para elaborar matérias completas que atendam critérios de
storytelling. O programa é diário e de apenas 30 minutos, as reportagens não podem
ser tão longas e a equipe às vezes não consegue produzir boas reportagens, pois a
produção por vezes é instantânea.
Segundo a atual editora-chefe do programa, Juliana Bolson (2013), o grande
desafio do Globo Esporte é aliar bons conteúdos que sejam inéditos, criativos,
surpreendentes e com abordagens diferenciadas que levem ao telespectador
aspectos que ele ainda não tenha visto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema proposto neste trabalho é considerado uma inovação no jornalismo de


televisão, pois ele auxilia e recicla a forma de contar histórias. No desenvolvimento
do trabalho é nítida a importância do storytelling no jornalismo, pois contar bem uma
história, pensar e criar narrativas diferentes, pesquisar e inserir personagens
interessantes, promover ou dar destaques a dramas ou emoções auxiliam no êxito
da história. O telespectador, cada vez mais exigente, procura na programação de
televisão conteúdos interessantes, relevantes e no mínimo com sacadas diferentes.
É o papel fundamental do jornalista informar bem e de forma agradável, e a
característica de storytelling veio auxiliar os comunicadores.
O objetivo do trabalho era verificar se o programa Globo Esporte utilizava
técnicas de storytelling: e no resultado da pesquisa ficou nítido que sim. O programa
utiliza de personagens interessantes, boa apresentação em passagens e boas
imagens que criam elo com o off do repórter.
Das 31 matérias analisadas, apenas 9 de produção local tinham
características de storytelling. Durante a pesquisa qualitativa foi possível observar o
quão complexo é produzir diariamente um programa de aproximadamente 30
minutos e ao mesmo tempo pensar em narrativas diferentes e competir com
conteúdo nacional e relevante.
A análise auxiliou na reflexão sobre a importância da reciclagem dos
jornalistas. Quando foi questionado o que significava storytelling ou se já ouviu falar?
A maioria dos entrevistados disse não saber. O jeito novo de contar histórias trouxe
bons benefícios aos profissionais envolvidos neste projeto.
Por se tratar de um tema novo no Brasil, pretende-se expandir e buscar novas
formas de pesquisa para dar continuidade no projeto seja em seminários ou em
novos projetos de pesquisa. No país não se tem materiais teóricos que tratam do
tema no jornalismo de televisão. Essa pesquisa veio contribuir com o meio
acadêmico para inovar no jeito de contar histórias.
REFERÊNCIAS

AGUIAR, Leonel; BARSOTTI, Adriana. Jornalismo amador: proposta para definir as


práticas jornalísticas exercidas pelo público em ambientes interativos. Disponível
em: <goo.gl/9rIZEC> Acesso em: 18 mar. 2014.

ALCOBA, A. El periodismo deportivo en la sociedad moderna. Madrid: Augusto


Pila Teleña, 1979.

BERNARD, Sheila Curran. Documentário: técnicas para uma produção de alto


impacto. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2008.

BUCCI, Eugênio. O Brasil em tempo de TV. São Paulo: Biotempo, 1996.

CAMARGO, Vera Regina Toledo. A sociedade midiática: identidades esportivas e


culturais. Disponível em: <goo.gl/NIyQbD)> Acesso em: 13 jan. 2013.

CAMARGO, Vera Regina Toledo. O pensamento de Antonio Alcoba e sua


importância na trajetória dos estudos e pesquisas sobre o jornalismo
esportivo no Brasil. Disponível em: <goo.gl/d6dpWV> Acesso em: 12 jan. 2014.

COUTINHO, Iluska. A busca por critérios editoriais em telejornalismo: notas sobre a


exigência de conflito nas notícias televisivas. In: INTERCOM, 26, Anais. Belo
Horizonte, 6 set. 2003.

COUTINHO, Helena. Os mass media gêneros. Disponível em: <goo.gl/d21JGs>.


Acesso em: 18 mar. 2014.

GALVÃO, Joni; ADAS, Eduardo. Superapresentações: como vender ideias e


conquistar audiências. São Paulo: Panda, 2013.

GALVÃO, Joni. Como o cinema pode inspirar as empresas? Disponível em:


<goo.gl/a75v4q >. Acesso em: 13 jan. 2014.

GOMEZ, Jeff. O que é transmídia? Disponível em: <goo.gl/8QLPiZ> Acesso em: 13


jan. 2014.

JOLY, Martine. Introdução a análise da imagem. Disponível em: <goo.gl/i3vdXM>


Acesso em: 24 fev. 2014.
MARFUZ, Luiz. A dramatização da notícia: a construção do personagem Leonardo
Pareja nos telejornais. In: VALVERDE, Monclar (Org.). As formas do sentido. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003. p. 99-120.

MELO, José Marques. Jornalismo brasileiro. Porto Alegre: Sulina, 2003.

SILVEIRA, Nathália Ely. Jornalismo esportivo: conceitos e práticas. 91 f.


Monografia (Jornalismo) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em:
<goo.gl/2fiIWq>. Acesso em: 13 jan. 2014.

SOUZA, Li-Chang Shuen Cristina Silva. Cobertura esportiva na televisão: critérios


de noticiabilidade na interface entre jornalismo e entretenimento. Disponível em:
<goo.gl/eXt5Dz > Acesso em: 13 jan. 2014.

TENÓRIO, Amanda. O lugar do personagem na escrita jornalística. Disponível


em: <goo.gl/nswmpz>. Acesso em: 24 fev. 2014.

VARGAS, Heidy. Manual de redação. Disponível em: <goo.gl/mtCWYW> Acesso


em: 24 fev. 2014.
APÊNDICES

a) Entrevista com Juliana Bolson;

Desde o nosso primeiro encontro foi falado sobre storytelling. Você já conhecia esse
termo?

R:Conhecia o termo, mas não os conceito com profundidade

Na sua opinião, qual a linha editorial que o Globo Esporte segue?

R:O Globo Esporte tem a missão de informar sobre esporte com credibilidade,
leveza, e atratividade para todos os públicos, inclusive os que não tem naturalmente
interesse pelo esporte.

Qual o desafio do Globo Esporte frente as novas formas de se comunicar?

R: O desafio é aliar bons conteúdos – frutos de apuração consistente, inéditos - com


forma criativa, surpreendente, com abordagens diferenciadas que levem ao
telespectador aspectos que ele ainda não tenha visto.

O que você gostaria que fosse avaliado no Globo Esporte? (Quando for aplicar a
pesquisa junto aos telespectadores selecionados)

R: Aspectos como conteúdo e abordagem das matérias paginação do programa


apresentação

b) Entrevista com Fernando Palácios


O que acontece é o seguinte:
O jornalismo nasceu como uma forma de relatar as histórias e
acontecimentos de destaques de sua comunidade. No começo, não existia
faculdade de jornalismo e todos os profissionais eram escritores ou
poetas. Até que em meados do século passado, o espaço começou a ficar
cada vez mais restrito e houve o advento do new journalism, quando a
objetividade passou a reinar. Depois disso toda matéria deveria
começar com um lead dizendo "o que, como, quando e onde" logo no
primeiro parágrafo.
Hoje temos um novo advento, a internet. Assim, a restrição de espaço
acabou. Além disso, qualquer cidadão também pode se transformar num
veículo de notícias. O fator praticidade perdeu relevância para o
fator interesse. Com infinitas fontes de informação e notícias, só as
mais interessantes serão capazes de manter a atenção de sua audiência.
O jornalismo tradicional ainda é a fonte de informação confiável. Ao
retornar às raízes do storytelling, pode voltar a encantar sem perder
a credibilidade. Não é porque é sério que tem que ser chato.
Que tal uma matéria narrada pelo ponto de vista daquele que viveu a
situação? Mostrar seus aspectos emocionais enquanto ele vivia o
acontecimento em questão. Depois aproveitar outras mídias para
explorar outras mídias. Por exemplo, uma matéria sobre o Cesar Ciello
quebrando um recorde nas olimpíadas. Divulgar que isso aconteceu vai
se tornar uma matéria fria em questão de minutos. Então entra em cena
o "como". Narrar o nervosismo antes de mergulhar na piscina. Como ele
estava estrava retorcendo os dedos. E aproveitar para ir mais longe: o
que ele pensava em todo esse tempo. Afinal, a vantagem do jornalista
sobre o cidadão é que o jornalista tem acesso direto à fonte. Só
precisa fazer as perguntas certas e aí entram as técnicas de
storytelling. E finalmente vem o transmídia, que vira uma forma de dar
uma serialidade à matéria. Em outras frentes pode haver outros pontos
de vista: do treinador, da mãe, de alguém da platéia e até de um
nadador concorrente. Assim é possível criar uma teia que mantenha a
audiência presa ao assunto por muito mais tempo.
Agora, se a Globo usa storytelling? Eu diria que em termos. Eles
exploram pequenas histórias, relatos e tudo isso. Mas não vejo o
entrelace final. Pense na seguinte reflexão: se você pegar um mês de
Globo Esporte, você teria como editar de modo a fazer um
longametragem, do tipo que as pessoas iriam ao cinema, pagariam
ingresso e depois ainda recomendariam aos amigos?
Espero ter ajudado. Mas se tiver perguntas, só falar.
Bate papo com Fernando Palacios
Fernando Palacios frpalacios@gmail.com

18:48 eu: Ola Fernando tudo bem?


Fernando: olá
18:49 eu: Vc tem alguma referencia secundária para storytelling? indicação?
18:50 voltei a rotina com o meu projeto de tcc, só que voltei mais perdido do que
nunca :(
Fernando: o que seria referência secundária?
eu: livros, artigos, revistas...
18:51 nem deve lembrar de mim né? mas eu ja fiz contato com vc, estou fazendo
sobre storytelling no telejornalismo
Fernando: ahhh
eu: tema para meu projeto de conclusão de curso pós
18:52 Fernando: vc está em SP?
eu: vi um curso sobre storytelling pela ESPM, no RS mas a grana anda tão curta,
que eu só não corto os pulsos, por dó...
moro em Floripa
18:54 Ja fiz o pré-projeto e a professora ja corrigiu, mas eu tirei tanta definição de
storytelling, que nem eu sei da onde me fudamentei, ai a profª esta pedindo as
referencias, e nem eu me lembro rsrsr preciso me fundamentar mais
Fernando: dê uma olhada nesse post aqui: goo.gl/b1Tcuh
18:57 eu: Muito obrigado ;D
Fernando: se precisar de algo mais específico é só pedir

19:03 eu: Me diz uma coisa, vc realiza palestras por ai certo?


quero tentar trazer vc aqui, possibilidade?
Fernando: sim e sim :D
19:04 aliás, aqui tem um vídeo meu que pode ajudar nessa coisa da definição do
storytelling: goo.gl/hXFSrX
eu: como funciona? qual o investimento?
já estou vendo um aqui
Transmídia storytelling - Fernando Palacios 2/2 - Comunicar é preciso

19:11 eu: Então, estou elaborando o projeto em base de um programa de esporte,


quero utilizar o storytelling no telejornalismo. A ideia é te trazer para uma
apresentação, focada no jornalismo, na apresentação. Poderia me enviar por favor,
podia me passar valores para uma apresentação assim. Vou realizar algumas
reuniões com parcerias
19:15 Fernando: ronaldo, tenho que sair. por favor, envie um email e eu vejo assim
que voltar.
eu: ok

c) Entrevista com Gustavo Schwabe

O GE tem 34 anos de existência. A maior transformação aconteceu no ano


passado. Em maio, o programa se tornou todo ancorado em SC. Antes, dos três
blocos, apenas um era ancorado aqui. Os outros dois eram todos produzidos e
ancorados no RJ. Agora a decisão do que vai ao ar, e em que momento do
programa, é toda nossa. Aumentamos o tempo de produção de conteúdos
catarinenses, sem nunca deixar de dar destaque para as notícias do Brasil e do
mundo.
Paralelo a isso, o programa vem acompanhando as tendências em renovação
da linguagem jornalística, deixando o tom sisudo de lado para incorporar o bom
humor à edição do programa. Como coordenador de esportes da RBS TV, meu
papel foi de liderar esse processo, buscando adequar a nossa linguagem às
características pessoais de nossos apresentadores e repórteres. Também investimos
bastante em ações para aproximar o público do GE, buscando uma maior
interatividade (através, principalmente, de enquetes por telefone sobre temas
específicos e gravações de programas externos, junto ao público).
Nossa rotina é basicamente a seguinte: Chegamos 7h30 e discutimos todo o
conteúdo local que teremos no dia. Por volta de 9h30, a TV Globo manda para todas
as praças o cardápio de assuntos nacionais que serão mandados. Escolhemos o
que consideramos mais importante, e juntamos com os assuntos locais no Espelho
do programa. Durante as reportagens locais são editadas. Às 11h30 começa a
geração de matérias nacionais. 12h50 começa o programa que vai até 13h20. Logo
depois discutimos as pautas que serão produzidas para o dia seguinte.
É basicamente isso. Espero que ainda te ajude. Novamente me desculpe pela
demora, é que a situação aqui tá bem corrida mesmo.
Abs
d) Entrevista com Olavo Pereira
Segue anexo um outro artigo meu sobre Storytelling e Liderança, que sairá na
próxima edição da revista Contemporânea.
Seguem dicas de livros sobre Storytelling em inglês e os links para vc encontrar na
Amazon:
Esses primeiros são bem focados no Storytelling aplicado à Comunicação
Corporativa:
WHAT´S YOUR STORY - goo.gl/Xll47N
WRITING SUBTEXT - goo.gl/Sf6mb3
WINNING THE STORY WARS - goo.gl/kOhqcQ
Esses falam de Storytelling mais aplicado ao Marketing e Vendas:
TELL TO WIN - goo.gl/QbmcCm
TELL THE TRUTH - goo.gl/lF90PU
METAPHORICALLY SELLING - goo.gl/1NvUvu
No mais, seguem algumas sugestões de como você podem vender a importância do
trabalho da Soap para a RBS ou outro PRPsect.
Além de mostrar o livro à pessoa, o que eu acredito ser a melhor forma do prospect
entender rapidamente o valor desse trabalho, vou passar outras duas sugestões:
1) Nesse link -soap.com.br/sobre - há um passo a passo para entender:

1. Porque o nosso trabalho é importante para os momentos decisivos em que


você precisa vender uma ideia, um projeto e engajar uma audiência a tomar
uma ação – vídeo "Defining Moments" (2 min)

2. Como ajudamos nossos clientes a aproveitar os momentos decisivos para


deixar uma marca por meio da consultoria de roteiro + criação visual de
slides + treinamento – vídeo "How We do It" - (4 min)

3. Em quais ocasiões nosso trabalho já este presente, com diversos exemplos


– vídeo "Tasting Menu" - (4 min)

2) Outra forma bem interessante, apenas um pouco mais longa (11 min), é assistir
a reportagem do programa Mundo S/A que explica muito bem a forma como a Soap
trabalha. Vocês podem acessar na mesma página acima ou ir direto ao YouTube:
goo.gl/J5AUOk
Por fim, se o prospect realmente se interessar, ainda é possível entrar em
<soap.com.br/exemplos> para conhecer exemplos de trabalhos filtrados por
diferentes segmentos e aplicações.
Aguardo notícias e espero poder em breve fazer uma visita pessoal à RBS outros
para, então, realizarmos projetos juntos.

e) Questionário para identificação dos princípios – STORYTELLING NO


TELEJORNALISMO

1) A VERDADE DA HISTÓRIA
 A história é sobre um valor universal?
 A história aborda o lado negativo deste valor?
 A história tem uma mensagem central?
 Esta mensagem é fácil de declarar em uma só frase?

2) O UNIVERSO DA HISTÓRIA
 O universo da história foi bem definido: Sobre o que; sobre quem; onde;
quando; por quê?
 Este universo é familiar ou atraente o suficiente para que a audiência se sinta
parte dele?

3) O PROTAGONISTA
 Existe um protagonista (pode ser mais de uma pessoa) claro e reconhecível
durante a história?
 Esse protagonista revelou aspectos de si durante a história?
 O que ele revelou interessa à audiência?
 Qual o desejo desse protagonista, onde ele quer chegar?
 O protagonista é empático e faz a audiência se reconhecer nele?

4) O ANTAGONISMO
 As forças antagônicas são fortes o suficiente para que o protagonista tenha
que se superar?
 A história explora pelo menos 1 dos 3 níveis de conflito: interno, pessoal ou
externo?
5) O INÍCIO
 A história tem um começo de impacto, inesperado que cria interesse imediato
na audiência?
 Algo acontece na vida do protagonista que coloca a vida dele em
desequilíbrio?

6) A FLUÊNCIA
 A história deixa perguntas em aberto para responder no momento certo?
 Existe uma relação causa-efeito entre os eventos da história?
 A audiência se pergunta “e agora?” a maior parte do tempo?

7) AS VIRADAS
 Ocorrem viradas entre positivo para o negativo (do ponto de vista do
protagonista e da audiência) entre cada cena/mensagem?
 As viradas aumentam de intensidade emocional até o final?

8) O FINAL
 O melhor foi guardado para o final?
 O final foi inesperado?
 O clímax traz satisfação emocional para a audiência?

9) O “TELLING”
 A escolha de imagens, a forma como são editadas e a trilha sonora
contribuem com o envolvimento emocional da audiência e o entendimento
das mensagens?
 A linguagem verbal e não-verbal do apresentador/repórter ajuda a tornar a
história mais envolvente?
ANEXOS

a) Programa Globo Esporte exibido no dia 14 de outubro de 2013


Acesso em: <goo.gl/nZu3VJ>
b) Programa Globo Esporte exibido no dia 15 de Outubro de 2013
Acesso em: <goo.gl/du08pR>
c) Programa Globo Esporte exibido no dia 16 de Outubro de 2013
Acesso em: goo.gl/IsJ1mO

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