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MANUAL OPERATIVO (Parte 3)

01. MONTAGEM DA LAJE


Após a marcação no radier das linhas das paredes, procede-se à marcação dos furos para fixação
das barras que devem ser de aço CA-50 de 8mm de diâmetro e 50cm de comprimento.

No revestimento, as paredes deverão ser complementadas até a altura de pé-direito (de acordo
com o projeto); após 7 dias de cura úmida estarão em condições de receber a montagem e
escoramentos das lajes do tipo pré-fabricadas convencionais com elementos de enchimento de
EPS de “400x1100x80 mm” (Lajoteps da Termotécnica). O escoramento da laje será
convencional, com madeira ou longarinas e acessórios metálicos. Após a montagem e
escoramentos das lajes e aplicação das armaduras conforme projeto estrutural, executar o
preenchimento da capa com concreto, conforme especificação de projeto. As ferragens
negativas e armaduras de ligação da laje com a parede deve ser aplicada antes da concretagem
dos painéis.
Para a furação, utilizar broca de 8mm com uma profundidade
máxima que não ultrapasse a espessura da fundação (Fig 01). Os
furos deverão ser preenchidos com adesivo do tipo “Compound”
para garantir a melhor fixação das barras (Fig 02).
De uma forma geral devem observar-se as seguintes orientações:
- Para um painel inteiro, utilizar 3 barras posicionadas em
ziguezague (ora de um lado, ora do outro lado do painel) a 15cm
de cada extremidade e outro no centro;
- Nas paredes externas da edificação colocar as barras apenas do
lado interno do painel, para não prejudicar a borda do radier (se Fig 01 - Furação
houver calçada proceder normalmente) (Fig 03);
- Nos painéis mais pequenos utilizar o número de barras suficientes para equilibrar o painel,
separadas por uma distância adequada (por exemplo junto de aberturas de portas colocar 1
barra bem no início do painel (Fig 03);
- Amarrar as barras nos painéis com arame recozido nº18 torcido, com 3 pontos por barra no
mínimo (antes de amarrar, garantir que o painel está nivelado e aprumado) (Fig 04);
Achamos que facilita muito a execução dos furos à medida que se vão erguendo os painéis, em
vez de executar de uma só vez todos os furos do projeto. Isto torna mais fácil de fazer coincidir
os furos com algum fio longitudinal do painel, coisa que do outro jeito fica mais difícil por conta
da folga que vai sendo gerada na junção de painéis.

Fig 02 - Compound Fig 03 – Ziguezague Fig 04 – Amarração

02. IMPERMEABILIZAÇÃO

Todas as paredes diretamente ligadas e aquelas destinadas a áreas molhadas ou molháveis, tais como banheiro,
cozinha, lavanderia e terraços, devem ter faixa de impermeabilizante a base de argamassa polimérica cimenticia.
Após terminar a concretagem dos painéis MONOFORTE com microconcreto e/ou argamassa e os contrapisos
executados com caimentos para o escoamento das águas, os mesmos devem ser lavados, retirando também
vestígios de poeira e excesso de massa para a aplicação das impermeabilizações.
Todas as paredes e pisos das áreas úmidas como COZINHAS, BANHEIROS, LAVANDERIAS, PAREDES EXTERNAS e
CALÇADAS, deverão ser impermeabilizados
conforme detalhes. Após o término do contrapiso e revestimento das paredes com argamassa, os mesmos
deverão receber impermeabilização antes da execução do revestimento cerâmico .
A calçada ao redor da edificação deve ser 100mm maior que a projeção do beiral e sua face superior estar ao
menos 50mm abaixo da cota interna do piso acabado da edificação. Recomenda-se executar a calçada em
conjunto com a fundação e com largura de 1,00m.

Com as barras de estabilização inferiores


posicionadas, inicia-se a montagem dos
painéis pelos cantos das paredes, encaixando
os painéis às barras, de modo que as mesmas

Fig 05 – Montagem com sustentação

fiquem entre o EPS e a tela e, a cada vez que


se encontrar uma parede perpendicular,
coloca-se o primeiro painel para ajudar na sustentação (Fig 05).
Após o nivelamento dos painéis os mesmos serão amarrados
às barras de estabilização, e depois da conferência de prumos
e alinhamento, os painéis devem ser escorados em ambos os
lados (Fig 06).
Nesta fase de amarração percebe-se a vantagem em ter os
painéis alinhados pelos seus fios longitudinais (medidas
arquitetônicas com múltiplos de 5cm), pois os fios dos reforços
sempre coincidirão com os fios dos painéis, facilitando assim o
Fig 06 – Escoramento dos painéis
grampeamento de todas as malhas de reforço.

03. MONTAGEM DO ´PAVIMENTP SUPERIOR

MONTAGEM DO PAVIMENTO SUPERIOR


Terminada a fase de concretagem e cura inicial da laje, será iniciada a montagem do pavimento
superior, com a demarcação das paredes e locais de portas e passagens do pavimento superior,
executando a demarcação e fixação das barras de estabilização e ligação para montagem dos painéis,
iniciando pelos cantos e utilizando as mesmas técnicas como do pavimento térreo; porém o
escoramento será executado pelo lado interno da edificação, facilitando assim seus apoios. Todos
os encontros de canto externo ou interno entre painéis devem ser amarrados com os reforços
tipo “L” externo e interno respetivamente (Fig 07 e 08).
A união entre painéis retos deve ser amarrada com reforços tipo liso em ambas as faces com um
mínimo de sobreposição de 10cm (aproximadamente 50 vezes o diâmetro da seção do fio).
Todas as aberturas terão no seu perímetro reforços tipo “U” e nos cantos de ambas as faces de
deve-se aplicar reforços lisos em diagonal a 45º e com um comprimento não inferior a 30cm com
a finalidade de evitar fissuras nesses pontos (Fig 09).
Também não esquecer, que todas as aberturas deverão ser reforçadas com ferragem nas vergas
e contravergas. Em ambos os lados (compatibilizar com projeto estrutural).

Fig 09 – Reforços a 45º


Nas aberturas para execução das portas, deve-se considerar uma folga que permita a instalação
dos batentes. Para isso, uma boa dica é convencionar uma folga de 10cm de cada lado para
esquadrias de madeira, e de 5cm para esquadrias metálicas. Esta preocupação facilita muito o
trabalho na hora de chumbar os batentes ou contra-marcos (Fig 10).

Fig 10 – Folgas das esquadrias

Quando houver aplicação de painéis em pisos superiores, os painéis das paredes externas
devem transpassar a laje, para que não haja fissura entre os concretos do revestimento e o
da laje propriamente dita.
Assim, a parede pelo lado de fora ficará contínua e os trilhos da laje ficarão engastados no
painel pelo lado de dentro (Fig 11 e 12).

Fig 11 – Transpasse da laje Fig 12 – Engaste dos trilhos

No entanto se existir uma viga ou qualquer


outra estrutura convencional, o transpasse
deverá ser garantido por uma tela presa no
painel inferior passando pela estrutura e
presa no painel superior, ficando assim
garantida a continuidade da parede evitando
assim qualquer tipo de fissura decorrente da
diferença de concretos (Fig 13).

Fig 13 – Transpasse de viga


04. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS
Após a instalação dos reforços, inicia-se a instalação hidráulica e elétrica, pluviais, drenos de ar
condicionado e outras tubulações que sejam embutidas nas paredes.
O traçado das redes é marcado sobre o painel com marcador grosso ou com tinta em spray, de
acordo com os projetos específicos. Em seguida, com o auxílio de um soprador térmico, são
abertos sulcos sobre os painéis de acordo com o traçado desenhado (Fig 14 e 15).

Fig 14 – Uso do soprador térmico Fig 15 – Sulcos para a tubulação

A tubulação é toda montada e devidamente fixada sob a tela de aço.


As saídas de hidráulica e as caixas para instalação elétrica são
fixadas na malha de aço, observando-se a regulagem para que
fiquem no mesmo plano da face concluída do revestimento
(Fig 16 e 17).

Fig 16 – Tubulação elétrica Fig 17 – Tubulação hidráulica

Caso seja necessário cortar a tela do painel para facilitar a


passagem das tubulações, esses cortes deverão ser
recobertos com reforços de malha lisos, respeitando a
sobreposição mínima.
Os quadros de alimentação elétrica por exemplo, exigem
também que a tela de aço seja retirada para que seja possível
embutir no painel (Fig 18).
Fig 18 – Corte da tela
O encaminhamento das tubulações entre pavimentos (tubos de queda e prumadas) serão
executadas através de shafts ou bonecas, já definidos em projeto (Fig 19).
Também facilita o trabalho da passagem de tubulações hidráulicas entre pisos a previsão no
projeto arquitetônico de substituição de lajes rebocadas por forros de gesso (Fig 20).

Fig 19 – Execução de shafts Fig 20 – Previsão de forros

Algumas considerações que facilitam a execução das tubulações e posteriormente adequam de


forma mais flexível os acabamentos na etapa do revestimento. A saber:
- trocar nas extremidades da tubulação de água, os joelhos azuis de 90º ou tês, por joelhos
simples de 90º ou tês simples e luvas azuis, para que o posicionamento final dessas
extremidades possa ser ajustado com a face acabada do revestimento;
- obter a definição antecipada da infra-estrutura dos ares condicionados, para a correta
execução das tubulações referente aos drenos, à tubulação de cobre e conduite elétrico,
bem como das caixas de espera;
- evitar que as tubulações fiquem em contato com as malhas do painel de forma a não
prejudicar o cobrimento do aço.

05. ALINHAMENTO E APRUMO


Na preparação dos painéis para o reboco, torna-se imprescindível conferir todos os reforços e
uniões, verificando as amarrações e as sobreposições, e ainda a verificação cuidadosa dos
cobrimentos de todas as ferragens existentes.
Finalmente, muita atenção a todas as zonas de junção de painel, onde as placas de isopor ficam
descontínuas, e como tal naturalmente desalinhadas, necessitando por isso dar uma derretida
de forma a que esse alinhamento fique o melhor possível. Da nossa experiência, esse é um dos
motivos causadores do aparecimento de fissuras (não estruturais) nas paredes finalizadas.
Segue-se um resumo das principais verificações a efetuar antes de iniciar o revestimento:
- conferir todos os reforços e uniões, verificando se nenhuma ficou faltando, e se foram feitas
todas as amarrações e sobreposições;
- garantir os cobrimentos de todas as ferragens existentes, nomeadamente nas barras de
estabilização, malhas de reforço lisas, em “L” e em “U”, e aço adicional que tenha sido
utilizado em reforços estruturais;
- garantir que nas zonas de junção de painel, o isopor fica alinhado, tornando essa zona de
junção o mais homogênea possível;
- alinhar os painéis de forma precisa para garantir espessuras de revestimento o mais
homogêneas possível;
- conferir todas as tubulações que vão ficar embutidas nas paredes e verificar se as
extremidades se encontram tapadas para evitar possíveis entupimentos por conta da
argamassa de revestimento;

06. REVESTIMENTO COM MICRO-CONCRETO


Após a verificação e preparação das superfícies a serem projetadas, pode-se proceder à
aplicação do micro-concreto no traço de 1:3 (cimento/areia), fck não inferior a 25Mpa, cimento
CPII 32 (consumo de 503Kg/m3), fator a/c não superior a 0,51, com adição de fibra de
polipropileno e aditivo tipo Vedalite ou Kalfix, nas quantidades recomendadas pelos fabricantes.
Este traço corresponde a 1 saco de cimento para 6 latas de areia grossa na 1ª demão e 1 saco de
cimento para 3 latas de areia grossa e 3 latas de areia lavada.
Antes da 2ª demão de micro-concreto, devem ser executadas as mestras ou taliscamento que
servirão para demarcar as áreas de projeção, delimitando a espessura final do micro-concreto e
como apoio para a régua utilizada no sarrafeamento. Por isso devem estar bem alinhadas e
aprumadas para garantir um perfeito acabamento do revestimento e espessura de projeto.
O micro-concreto deve ser preferencialmente projetado, utilizando compressor com capacidade
mínima de 120 libras e pressão de saída na boca na faixa das 105 libras. Também pode ser feito
pelo processo manual tradicional ou com auxílio da caneca, ou com bomba.
Para esta segunda camada de micro-concreto admite-se sistema de ligação úmida e cura da
camada anterior não superior a 72 horas.
Logo após a projeção, deve ser feito o sarrafeamento a fresco, com o objetivo principal de retirar
o excesso de material projetado na parede e também de promover uma regularização inicial. Se
for verificada a existência de falhas na aplicação do micro-concreto, deve-se refazer
imediatamente a projeção, corrigindo tais irregularidades.
Assim que a argamassa “puxar”, inicia-se o processo de sarrafeamento e desempeno para dar o
acabamento final desejado.
Deve-se promover uma cura úmida por no mínimo 3 dias, utilizando uma mangueira com
projeção da água em forma de chuveiro.

Reboco manual Reboco com caneca Reboco com bomba

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JESUS MANUEL COELHO
Engenheiro Civil – CREA: 5069516588

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