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TELEJORNALISMO I

Marcilene Forechi
As funções no
telejornalismo I: funções
técnicas e operacionais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar a estrutura técnica e operacional das equipes de externa.


 Descrever a estrutura técnica e operacional, incluindo funções e rotinas
do editor de vídeo.
 Relacionar a estrutura e o funcionamento de um programa telejor-
nalístico (rotinas da suíte, do estúdio e afins).

Introdução
De modo bem genérico, podemos dizer que o telejornalismo é a prática
profissional do jornalismo aplicada à televisão. O jornalismo na televisão
alia imediatismo, agilidade e instantaneidade da imagem a vários formatos
possíveis para a apresentação das reportagens ou matérias. Um dos
principais desafios do telejornalismo é conciliar imagem com produção
de texto informativo.
Neste capítulo, você vai estudar como ocorre a produção do telejorna-
lismo, considerando a estrutura técnica e operacional da equipe externa
de reportagem. Você vai verificar que, até se chegar no formato exibido
no telejornal, há todo um processo que inclui as rotinas de edição. Por
fim, você vai analisar como funciona um programa de telejornalismo
quanto à sua estrutura operacional.
2 As funções no telejornalismo I: funções técnicas e operacionais

Estrutura técnica e operacional das equipes de


externa
Existem vários gêneros jornalísticos na televisão, e eles variam dependendo
do objetivo do programa, do tempo e das características da emissora. De modo
geral, podemos apontar que existem seis gêneros: peça de telejornal, reporta-
gem, documentário ou grande reportagem, entrevista, debate e apresentação.
Apesar de se diferenciarem em formatos, esses gêneros têm em comum o fato
de serem jornalísticos e, portanto, de lançarem mão da linguagem jornalística
e da linguagem do audiovisual.
Mas, ainda que todos os gêneros tenham uma linguagem comum, eles
se diferenciam uns dos outros em relação a alguns aspectos, como duração
e formato. Consideramos que o objetivo é o mesmo, ou seja, comunicar da
melhor forma. Mas por que, então, tantos gêneros? Porque alguns formatos
são mais adequados do que outros. Neste capítulo, vamos nos concentrar no
gênero telejornal; dentro desse gênero, consideramos que existem seis formatos
de apresentação das notícias:

1. Nota simples ou nota pelada — informação que não foi alvo de uma
reportagem externa. Essa nota é lida pelo apresentador. Geralmente, é
uma nota curta e bem pontual sobre um assunto específico.
2. Nota coberta — a informação é lida pelo apresentador, mas, ao contrário
da nota simples, esta contém imagens que são transmitidas enquanto
a nota é lida. Também não há, nesse caso, cobertura de uma equipe
externa, sendo exibidas apenas imagens do acontecimento.
3. Reportagem completa — envolve a cobertura externa por uma equipe
de reportagem, que captura imagens, produz textos, faz entrevistas e
apresenta, ao final, um relatório técnico de reportagem, instrumento
que será usado para o processo de edição do material.
4. Notícia (matéria) — relato de um fato em um texto curto, porém um
pouco mais completo do que a nota. Contém apresentação e off do
repórter e pode ter de 30 a 45 segundos. É maior do que a nota e menor
do que a reportagem. Refere-se a algo factual.
5. Stand up — possui características semelhantes às do flash ou boletim.
Pode ser feito ao vivo ou gravado e exige a participação de — pelo
menos — um entrevistado envolvido diretamente ou indiretamente
no fato. Além do repórter dando as informações, o stand up conta,
ainda, com um entrevistado, que vai repassar ao telespectador outras
informações sobre o acontecimento.
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6. Boletim (flash) — é a intervenção do repórter no local de um deter-


minado acontecimento e pode ser ao vivo ou gravado. Trata-se de um
modo de informar que pode ser considerado mais completo do que a
nota pelada ou nota coberta. Em boletins, o repórter aparece no vídeo
narrando as informações, mostrando o local onde o fato ocorreu, o que
valoriza a informação.

É importante que você saiba que essa divisão de formatos e gêneros no telejornalismo
é bem tradicional e ocorre, muitas vezes, por questões práticas, operacionais e didáticas,
como é o nosso caso. Atualmente, com as mudanças que ocorrem na sociedade e a
sofisticação dos novos equipamentos de captura e tratamento de imagem, bem como
as diversas opções de transmissão por canais muito variados, há uma multiplicidade
de novas possibilidades para a produção audiovisual. Ocorre que essa multiplicidade
não se encontra livre de resistências e interdições, afinal, ainda se considera que
telejornalismo é aquela produção jornalística de caráter profissional e veiculada em
emissoras de televisão, sejam de canal aberto ou fechado.

Do ponto de vista técnico, para produzir uma reportagem é necessário


que haja uma equipe de externa e uma equipe que atua no estúdio. A equipe
de externa é aquela que recebe a pauta e sai para o local do fato — que pode
ser na rua ou em um espaço privado —, faz apuração, captura imagens,
colhe depoimentos e produz o relatório técnico de reportagem. Uma equipe
de externa geralmente é formada pelo repórter, pelo cinegrafista e por um
auxiliar. Essa equipe externa é fundamental para um telejornal, pois é ela
que vai levar para o estúdio o material que será editado e, posteriormente,
transmitido para os telespectadores.
Apesar da importância das imagens em uma reportagem televisiva, podemos
considerar que o repórter é a peça mais importante, senão fundamental. É o
repórter quem faz o texto, entrevista pessoas, direciona o cinegrafista para
as imagens que devem ser recolhidas, oferece informações complementares
para a equipe de estúdio e dá sugestões de edição.
Quando chega ao local da pauta, o repórter deve vislumbrar mentalmente
um mapa do que será produzido, pois ele não pode se esquecer que todo o
texto da reportagem deverá estar em sintonia com as imagens que serão
selecionadas. Por isso, tanto repórter quanto cinegrafista (também chamado
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de repórter cinematográfico) devem conhecer bem a pauta e participar do


processo de produção externa. Um bom relatório de reportagem deve conter
os seguintes elementos:

 Cabeça — é função do repórter sugerir a cabeça de reportagem. A


primeira frase é uma manchete e a segunda oferece uma breve expli-
cação, introduzindo o assunto. Esse texto será lido pelo apresentador
do programa e pode ser modificado pela equipe de edição.
 Off — é um texto feito pelo repórter e que compõe a reportagem. Esse
texto é narrado por ele em cima de imagens feitas pelo cinegrafista. O
repórter deve ter em mente que as imagens devem “casar” com o texto.
 Passagem — esse é o momento em que o repórter aparece na reportagem
enquanto narra um acontecimento ou parte dele. A passagem pode
ser usada para destacar informações, para introduzir uma entrevista,
para unir duas partes de uma mesma reportagem, entre outras coisas.
A passagem é um elemento importante, pois contribui para conferir
credibilidade ao material jornalístico.
 Sonoras — são as entrevistas gravadas e que serão editadas poste-
riormente. O repórter deve ficar atento à captura dessas sonoras, pois
ele será responsável por selecionar os trechos que serão usados na
reportagem. A entrevista para a sonora deve ser curta e pontual, por
isso é importante que o repórter saiba exatamente o que vai perguntar
e tenha objetividade ao lidar com o entrevistado. Na televisão, uma
sonora com mais de 30 segundos é considerada longa e inadequada.
Em uma mesma reportagem pode ser inserida mais de uma sonora.
 Som ambiente (BG) — o repórter deve ter preocupação com o som
ambiente, pois ele integra a reportagem. Em uma cobertura de uma
manifestação de rua, por exemplo, é desejável que o telespectador ouça
o barulho provocado pelos manifestantes.
 Teaser — é uma manchete gravada pelo próprio repórter. O repórter
grava o teaser depois de todo o trabalho de rua pronto. Geralmente, o
teaser é usado na apresentação de um telejornal, quando o apresentador
chama os repórteres para anunciarem o que está por vir no decorrer
do programa.
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De acordo com o RankBrasil, empresa independente que registra recordes brasileiros, o


telejornal Imagens do dia foi o primeiro do país, tendo estreado um dia após a fundação
da TV Tupi de São Paulo. A emissora fez sua primeira transmissão no dia 18 de setembro
de 1950, tendo sido fundada por Assis Chateaubriand. Há controvérsias sobre quem teria
sido o primeiro apresentador: Ribeiro Filho, Maurício Loureira Gama ou Ruy Rezende.
Na época, não existiam aparelhos sofisticados e tampouco o recurso do videoteipe
(VT). As notícias eram gravadas em externas, com o uso de uma pequena câmara
cinematográfica da RCA. As cenas capturadas eram encaminhadas para o laboratório
de cinematografia da emissora, que revelava os filmes. Quando o telejornal ia para o
ar, o apresentador lia e comentava a notícia. No início das apresentações, os intervalos
entre um bloco e outro eram muito grandes, deixando o telespectador cansado. Aos
poucos, a TV começou a definir padrões de horários em sua programação, e o público
começou a associar os horários de seus programas favoritos às suas atividades diárias.
O telejornal Imagens do Dia ficou no ar por três anos.

Funções e rotinas do editor de vídeo


Boa parte das pessoas que assistem aos telejornais diários não imagina todo
o trabalho que há por trás de cada reportagem ou notícia veiculada. É bem
possível que o público comum, ao pensar em jornalismo na televisão, imagine
a figura do repórter e do apresentador do telejornal. Mas sabemos que, até
que a reportagem seja exibida no canal de televisão, há um longo processo de
produção e edição do material, e que o repórter e o apresentador são apenas
uma parte desse processo.
Já sabemos que a equipe de externa é peça-chave na produção de uma
reportagem de televisão. Afinal, se não houver bons textos e boas imagens,
não será possível fazer um bom trabalho. Sabemos também que o processo
de produção de um telejornal envolve várias pessoas, que exercem funções
diferentes e igualmente importantes.
Junto com o repórter e o cinegrafista — que integram a equipe de externa
—, duas figuras fundamentais na produção do telejornalismo sempre foram o
editor de vídeo e o editor de texto. Esses dois profissionais sempre trabalharam
juntos para que o telejornal fosse apresentado ao público. Teoricamente, o
editor de vídeo é o profissional que dispõe de todo o material videográfico
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colhido pela equipe externa de reportagem. É ele que organiza esse material
para compor a reportagem que será exibida no telejornal.
A responsabilidade da edição no telejornalismo é muito grande. O editor
de texto é o profissional que faz a última avaliação da matéria, fazendo uma
revisão ortográfica no texto, uma revisão nas sonoras escolhidas e nos sons
que o repórter sugeriu. Também é ele que corrige possíveis erros e monta a
matéria. É o editor que libera a matéria para ir ao ar.
Junto com o editor de texto e tendo como guia o relatório técnico de
reportagem, elaborado pelo repórter, o editor de vídeo faz o recorte das ima-
gens, insere efeitos de transição e sugere o tipo de montagem para o material
disponível. É no processo de edição que o material que chega por meio da
equipe de externa apresentará uma sequência objetiva, clara e organizada,
com começo, meio e fim.
É importante destacar que a prática de edição de imagens não ocorre da
mesma maneira em todas as situações. Ela pode variar dependendo da linha
jornalística, do tipo de programa, do tempo de exibição e das características da
emissora ou canal. Depois de editada, uma reportagem será colocada em uma
sequência de apresentação do telejornal e será apresentada como um roteiro
dos fatos noticiosos da cidade, da região, do país e do mundo.
No artigo “A edição em TV na fase digital”, Souza e Piveta (2011) tratam
do modo como a tecnologia e o modo de produzir provocam mudanças no
discurso que se constrói no texto jornalístico televisivo. Não é nossa intenção
abordar as questões discursivas do telejornalismo, então, vamos nos deter em
um trecho do artigo no qual as autoras apresentam diferenças entre o modo
de edição antes e depois do processo digital nos veículos de comunicação.
Em primeiro lugar, precisamos lembrar que o processo de edição de vídeo
no telejornalismo passou por mudanças profundas com a entrada em operação
dos canais digitais e, antes disso, com o uso de equipamentos digitais em
substituição aos antigos, no padrão analógico, como as fitas magnéticas de
gravação. Essa mudança na tecnologia afetou, naturalmente, o modo como o
trabalho passou a ser executado.
Uma das primeiras mudanças apontadas por Souza e Piveta (2011) foi
física. O equipamento usado na edição no formato analógico era constituído
por duas máquinas de reprodução interligadas que ocupavam uma sala de
cerca de dois metros quadrados. Para realizar esse trabalho, havia aquela dupla
mencionada anteriormente: o editor de vídeo e o editor de texto. As autoras
explicam como o trabalho era feito:
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A fita bruta, trazida pelas equipes de reportagem, ia em uma máquina. A fita


de edição, que recebia o áudio do repórter, os trechos selecionados de entre-
vistas e as imagens escolhidas, ocupava o outro equipamento. Para executar
a tarefa de editar havia sempre dois profissionais: o editor que comandava
a edição e o editor de imagens que operava essas duas máquinas (SOUZA;
PIVETA, 2011, documento on-line).

No sistema digital, a realidade do processo de edição muda drasticamente,


começando pelo espaço necessário para o equipamento de edição. Se antes
havia duas máquinas ocupando uma sala, hoje a ilha de edição se resume ao
espaço necessário para comportar um computador. E isso fez mudar também
o recurso humano necessário para a execução do trabalho: não há mais a
necessidade de um editor específico para vídeo, pois o editor de texto passa,
também, a realizar esse trabalho. Então, o que hoje chamamos de edição de
vídeo é uma junção de duas funções — edição de vídeo e edição de texto —
que existiam antes da chegada dos equipamentos digitais.
A era digital promoveu mudanças também nos termos técnicos e no su-
porte em que são armazenadas as informações e as imagens trazidas da rua
pela equipe de externa. Já não são mais entregues fitas magnéticas gravadas
para a edição, e, sim, dados do cartão de memória da filmadora, transferidos
diretamente para os computadores da redação. As autoras apontam que o
principal desafio nessa mudança foi a adaptação dos profissionais, partindo
de um modo linear de edição para um modo fragmentado.
Com essa mudança, é possível afirmar que o processo de edição no te-
lejornalismo ganhou em versatilidade e dinamismo, além de permitir mais
colaboração entre os profissionais na redação. Em uma edição não digital,
caso fosse necessário fazer duas ou mais versões de uma reportagem — lo-
cal, regional e nacional —, por exemplo, era preciso esperar a liberação da
fita bruta por um editor para que outro profissional tivesse acesso a ela. Na
edição digital, uma vez que o material é liberado para toda a redação, por
meio de computadores conectados em rede, vários profissionais podem editar
simultaneamente.
Quando se aproxima a hora de levar o jornal ao ar, o diretor de TV, o chefe
de redação e os editores executivos seguem para uma sala de controle conhecida
como switcher. É o diretor de TV quem escolhe, por exemplo, para que câmera
o apresentador vai olhar. Eles acompanham minuto a minuto a audiência.
São elementos técnicos do processo de edição:

 Split: é a técnica de prolongar a imagem que vem do off por um ou dois


segundos em cima da sonora.
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 Efeitos de transição: recurso de edição usado em matérias especiais.


Quando não há efeitos, a transição é chamada de “corte seco”.
 BG: som ambiente que deve estar presente em todos os formatos da
notícia.
 Trilha sonora: é possível inserir trilha em algumas reportagens, mas
elas devem estar de acordo com o formato e o conteúdo. A melhor opção
sempre serão as instrumentais. O uso de música não deve ser abusivo.
O recurso pode ser usado de modo a valorizar e não “roubar a cena”,
uma vez que a informação deve ser priorizada.
 Escaladas: são as manchetes obrigatórias na abertura de todo o tele-
jornal. O ideal é usar frases curtas, com palavras concretas e verbos de
ação. Uma possibilidade é intercalar as escaladas com sobe som, teaser
ou sonoras. A escalada exibe o que o telejornal tem de mais importante.
 Lauda: o texto que será lido pelo apresentador deve ser sempre em
caixa alta e com entrelinha de 1,5. As barras são usadas para indicar
parágrafos, e no alto da lauda deve haver um cabeçalho com informa-
ções como retranca, nome do editor, tempo da matéria e data e hora de
fechamento da edição.

Fita bruta: era a fita magnética trazida pela equipe de reportagem com toda a produção
gravada. Era dessa fita que as melhores imagens e os trechos mais adequados das
entrevistas eram selecionados para a edição da reportagem que iria ao ar.
Gerador de caracteres (GC): é usado para identificar quem aparece na tela e, também,
para reforçar uma informação do off ou da imagem.
TP (teleprompter): aparelho usado para passar o texto que os apresentadores vão usar.
Link/flash: é quando se faz uma entrada ao vivo do repórter. Essa entrada pode ser
rápida ou pode ser um pouco mais longa, com uma entrevista, por exemplo.
Cromakey ou cromaqui: é um recurso que permite inserir a imagem sobre um fundo
verde ou azul.
Espelho: é o esboço do telejornal, um roteiro montado de acordo com o bloco. Geral-
mente, as matérias são apresentadas da mais importante para a de menor importância,
mas isso pode variar de um programa para outro. É função do editor produzir o espelho.
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Estrutura e funcionamento de um programa


telejornalístico
Apesar de todas as mudanças ocorridas nos modos de produção de telejornais,
ainda temos uma estrutura nas redações que inclui muitas pessoas. Vimos nos
itens anteriores como é formada a equipe de externa e a importância do trabalho
de edição para o produto final que vai ao ar na emissora. Podemos dizer que o
trabalho de edição inclui a edição do material que chega da equipe externa e,
também, a edição de todo o telejornal, com a sequência de todas as matérias,
as narrações, as entradas ao vivo, as notas cobertas, entre outros elementos.
A organização de uma redação de telejornalismo pode variar em função
do tamanho da emissora e do formato escolhido. Tenha em mente que, em
emissoras menores, essa organização pode ser mais enxuta em termos de
número de pessoas, mas a funções que cada uma delas exerce continuam sendo
importantes. Uma vez que as funções não podem ser suprimidas, o que se
observa em veículos menores é o acúmulo de funções por uma mesma pessoa.
Veja como normalmente é composta a redação de um telejornal em uma
grande emissora de televisão:

 Diretor de jornalismo — é o mais alto cargo no setor jornalístico em


uma emissora de televisão. Este é o profissional que responde pela linha
editorial e, consequentemente, pelas opiniões e condutas jornalísticas
difundidas nos telejornais. É um cargo subordinado diretamente aos
donos da emissora ou ao seu conselho gestor.
 Gerente de jornalismo — é o profissional responsável pelo funciona-
mento de uma ou mais redações — como no caso de redes (emissoras
filiadas). Ele participa de reuniões decisivas sobre a condução do tra-
balho jornalístico e é responsável pela contratação e criação de novos
programas. Em casos polêmicos ou dúvidas sobre a linha editorial da
empresa, é a ele que essas questões são direcionadas.
 Chefe de redação — é responsável pelo funcionamento prático da
redação, atuando na redação em contato direto com repórteres, editores
e pauteiros. É também esse profissional que atua em sintonia com os
departamentos de Recursos Humanos e Financeiro, pois está entre
suas funções: contratar novos jornalistas, demitir, organizar escalas
de trabalho e indicar quem deve ser promovido ou mudar de função. É
subordinado ao gerente de jornalismo. Todos os demais cargos dentro
da redação (e listados abaixo) são subordinados diretamente ao chefe
de redação, independentemente das chefias imediatas.
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 Editor-chefe — é responsável pelo conteúdo de cada edição do tele-


jornal. Ele determina os temas que serão abordados de acordo com a
linha editorial. Escolhe as matérias que serão veiculadas e define o
espelho (roteiro do telejornal).
 Redator — esse é o profissional que deve fazer os textos que serão
lidos pelos apresentadores.
 Editor-executivo — coordena e supervisiona os trabalhos da equipe
técnica/operacional de um telejornal, direto no switch (sala de controle
operacional). É ele quem auxilia, diretamente, o editor-chefe na ela-
boração do espelho e na execução desse roteiro durante o programa.
 Chefe de reportagem — jornalista responsável por supervisionar as
equipes de produção das reportagens (pauteiros, produtores, repórteres).
Ele é quem fica “de olho” no trabalho de todos os jornalistas na redação
e na rua e é a pessoa que resolve problemas corriqueiros.
 Pauteiro — é responsável por produzir as pautas definidas em reunião.
Ele reúne assuntos referentes aos temas aprovados (ou determinados pelo
editor-chefe) para que o repórter execute o trabalho externo (captação
de imagens, entrevistas). Uma boa pauta é sempre um indicativo de que
haverá um bom trabalho executado pela equipe externa.
 Produtor — são os jornalistas que auxiliam na produção das pautas
e/ou reportagens pelas equipes de externa. Esses profissionais são
responsáveis por agendar entrevistas, levantar fontes e contatos, fazer
pesquisas sobre assuntos específicos definidos em pauta e checar auto-
rizações de acesso dos jornalistas a locais de produção de reportagens.
 Editor de texto e editor de imagem — geralmente são funções exer-
cidas por um único profissional. É ele que se encarrega de transfor-
mar (montar) o material da equipe de externa no formato exigido pelo
telejornal.
 Rádio-escuta — geralmente é uma função exercida pelo estagiário de
jornalismo, sendo responsável por monitorar outros veículos noticiosos
e ligar para fontes em busca de novas notícias.
 Repórter — jornalista responsável por fazer a reportagem na rua, junto
com o cinegrafista ou repórter cinematográfico. Eles compõem a equipe
de externa, que pode incluir ainda outros profissionais, dependendo da
complexidade e do tipo de reportagem que será feita.
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Referência

SOUZA, F.; PIVETA, P. A edição em TV na fase digital. In: ENCONTRO NACIONAL DE HIS-
TÓRIA DA MÍDIA, 8., 2011, Guarapuapava. Anais…, Guarapuava: UNICENTRO, 2011. Dis-
ponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/8o-
-encontro-2011-1/artigos>. Acesso em: 11 dez. 2018.

Leituras recomendadas
BARBEIRO, H.; LIMA, P. R. de. Manual de telejornalismo: os segredos da notícia na TV. Rio
de Janeiro: Campus Elsevier, 2005.
CASA dos Focas. Site voltado para estudantes de jornalismo. Disponível em: <http://
www.casadosfocas.com.br/>. Acesso em: 11 dez. 2018.
MOTOMURA, M. Como funciona a redação de um telejornal?: como fazer um telejornal,
em 9 passos. Revista Superinteressante, 4 jul. 2018. Disponível em: <https://super.abril.
com.br/mundo-estranho/como-funciona-a-redacao-de-um-telejornal/>. Acesso em:
11 dez. 2018.
NICOLAU, P. Telejornalismo na prática. São Paulo: Limiar, 2016.
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