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A ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

Na Constituição Federal
Este documento é de autoria exclusiva de Silas Ventura de Castro, Criador do projeto Doutor da Lei. Inscrito sob
o RG nº 8.401.237, residente e domiciliado na rua São Francisco, 113 – Guadalajara – Paudalho- Pernambuco. E-
mail: legislacao.doutordalei@gmail.com.
Paudalho, 14/02/2022.
COMO ESTUDAR ESSE ASSUNTO?
Ao percebermos a cobrança desse assunto nos editais, logo fazemos a seguinte indagação: como
estudar esse assunto, tendo em vista que há uma enchorrada de informações sobre o tema a partir
dos arts. 37 a 41?
A resposta está na organização desses assuntos e na observação dos principais pontos relevantes à
Administração Pública. Outra forma também de estuda-lo é saber que, nesse grupo de artigos, está
contido grande parte dos conteúdos referentes à matéria de direito administrativo, sobretudo em
relação à disciplina constitucional dos agentes públicos. Sendo assim, vamos ao estudo!

PRINCÍPIOS EXPRESSOS OU EXPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Ao começar o estudo pelo caput (cabeça) do art. 37, nos deparamos com um dos assuntos mais
cobrados em provas de concurso, isto é, os princípios expressos ou explícitos da administração
pública. Isso porque, há também os que são denominados pela doutrina do direito administrativo,
de princípios implícitos, o que não vem ao caso no momento, pois não se encontram expresso neste
tópico da constituição, referente à Administração Pública. Vejamos então o que diz o caput do art. 37:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Dessa forma, para auxiliar na fixação, podemos fazer uso de um dos “mnemônicos” mais
conhecidos deste assunto. Trata da sigla que faz alusão à palavra LIMPE, vejamos abaixo:

LEGALIDADE

IMPESSOALIDADE

PRINCÍPIOS
EXPRESSOS DA MORALIDADE
ADM. PÚBLICA

PUBLICIDADE

EFICIÊNCIA
Vistos quais são os princípios explícitos da Administração, vejamos agora os seus significados:

LEGALIDADE
Indica que os atos do administrador estão sujeitos às
disposições da Constituição e das leis. O servidor público só
pode fazer o que for permitido por lei.

IMPESSOALIDADE

Por este princípio, o servidor público, não pode misturar o interesse da


administração com o seu interesse pessoal. Como também, não deve praticar atos
para se promover ou beneficiar a si próprio. Ver § 1º do art. 37, CF.

MORALIDADE

Este princío implica no dever de honestidade que deve pautar os atos


administrativos do servidor público. Tais atos devem seguir a probidade e a boa-fé.

PUBLICIDADE

Este princípio implica no dever de tranparência da Administração, pelos qual os


seus atos, em regra, devem ser públicos. Implica também na prestação do direito
fundamental à informação,inserido no art. 5º da CF.

EFICIÊNCIA
Por este princípio, a Administração Pública deve empregar esforços para atender
às demandas da população de forma satisfatória e com menos prejuízo e tempo
possíveis.

ATENÇÃO: OS INCISOS I A XXII TRATAM DE REGRAS RELATIVAS A TEMAS DIVERSOS À ADM.


PÚBLICA, VEJAMOS:

TEMAS INCISOS
Acessibilidade I
Investidura II
Prazos III
Convocação IV
Funções de Confiança e Cargos em Comissão V
Associação Sindical VI
Direito de Greve VII
Cotas para Deficientes VIII
Contrato Temporário IX
Alteração da Remuneração X
Teto Salarial XI
Teto dos Poderes XII
Vedação à vinculação ou equiparação XIII
Acréscimos XIV
Irredutibilidade XV
Acumulação de Cargos XVI
Abrangência da proibição de acumulação XVII
Precedência da Adm. P. em relação aos demais setores XVIII
Criação e autorização de órgão na Adm. P. Indireta. XIX
Criação de Subsidiárias XX
Exigência de processo licitatório XXI
Recursos prioritários à Adm. Pública XXII

Da Acessibilidade

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

Primeiro, vamos entender as diferenças entre cargo, emprego e função pública. Vejamos na
tabelinha abaixo:

DIFERENÇAS ENTRE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO


CARGO PÚBLICO EMPREGO FUNÇÃO PÚBLICA
PÚBLICO
Possuem basicamente 3 características: Regime Celetista É sinônimo de
(parágrafo único do art. 3º da lei 8.112/90) (CLT) ATRIBUIÇÃO (é aquilo que
o empregado ou servidor
(1) Regime estatutário vai realizar)
(2) Criado por lei;
(3) Denominação própria
(4) Pago pelos cofres públicos
(5) em caráter efetivo ou em comissão

A lei nº 8.112/90 trouxe os conceitos de servidor e cargo público, conforme se vê em seus arts
2º e 3º:
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura


organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

ATENÇÃO: Acerca dos REQUISITOS para a investidura em cargo público, citados o caput, é a
lei nº 8.112/90 quem ficou responsável por disciplinar os requisitos básicos, ficando a critério do
edital estipular os que forem específicos ao cargo. Vejamos o que diz o seu art. 5º:

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

ATENÇÃO: Hipóteses de vedação de ocupação de cargo público por estrangeiro. É a própria


constituição quem traz no seu art. 12, § 3º :

São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.


Observe que o estrangeiro mesmo sendo naturalizado brasileiro, não poderá ocupar nenhum
dos cargos acima.

Da Investidura

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso


público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração

APROVAÇÃO PRÉVIA
EM CONCURSO DE
REGRA
PROVA OU DE PROVA E
TÍTULOS
INVESTIDURA EM
CARGO PÚBLICO

EXCEÇÃO CARGO EM COMISSÃO

PRAZO DE VALIDADE DE CONCURSO

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;

DA CONVOCAÇÃO

A regra é que os que já foram aprovados devem ser chamados em detrimento dos recém-
aprovados.

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
DAS FUNÇÕES DE CONFIANÇA E DOS CARGOS EM COMISSSEÃO

Segue o esquema:

EXCLUSIVAMENTE
FUNÇÕES DE
PARA CARGOS
CONFIANÇA
EFETIVOS

CARGOS EM
SOMENTE
COMISSÃO E CARGOS EM
SERVIDORES DE
FUNÇÕES DE COMISSÃO
CARREIRA
CONFIANÇA

DIREÇÃO
AMBOS DEVEM SER
CHEFIA
DESTINADOS A:
ASSESSORAMENTO

Vejamos a redação do inciso:

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo


efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento;

CARGOS EFETIVOS

SERVIDORES DE CARREIRA

DO DIREITO A ASSOCIAÇÃO SINDICAL

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

DO DIREITO DE GREVE

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

Na ausência de uma lei que trate dos assuntos referentes às graves, o Dec. nº 1.480/95 é quem
disciplina, por enquanto, esse direito.
DAS COTAS PARA DEFICIENTES

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

A Lei responsável por disciplinar a participação das pessoas com deficiência de forma inclusiva
em diversos ramos da sociedade, é a lei nº 7.853/89.

DO CONTRATO TEMPORÁRIO DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

Já há uma lei a respeito dos contratos temporários ou por tempo determinado, com base no
excepcional interesse público, trata-se da lei nº 8.745/93.

DA ALTERAÇÃO DA REMUNERAÇÃO

REGRA = Fixação ou alteração SOMENTE por lei específica. Nesse caso, é a lei 7.706/88, que
trata desse assunto. Vejamos o texto do inciso abaixo:

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

DO TETO SALARIAL

Primeiro, vamos a leitura do inciso, depois veremos como ele fica melhor abordado de forma
esquematizada.

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da


administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal,
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Agora vejamos de forma esquematizada:

(LEMBRE-SE QUE ESTAS REGRAS DEVEM SER COMBINADAS COM AS DO INCISO XII)

ocupantes de cargos, funções e empregos


públicos da administração direta,
TETO GERAL NO autárquica e fundacional, dos membros
ÂMBITO de qualquer dos Poderes da União, dos
FEDERAL=
SUBSÍDIOS DOS
1º CASO Estados, do Distrito Federal e dos
MINISTROS DO Municípios, dos detentores de mandato
STF eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória
OBSERVAM OS
ESTADOS E DF SUBSÍDIOS DO
GOVERNADOR
PODER
EXECUTIVO
OBSERVAM OS
MUNICÍPIOS SUBSÍDIOS DO
PREFEITO

TETO NO OBSERVAM OS
ÂMBITO PODER SUBSÍDIOS DOS
ESTADUAL LEGISLATIVO DEPUTADOS
ESTADUAIS

OBSERVAM OS
PODER SUBSÍDIOS DOS
JUDICIÁRIO DESEMBARGAD
ORES DOS TJ'S

LIMITAÇÃO DO TETO DOS VENCIMENTOS DOS PODERES (VEDAÇÃO)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO PODERÃO SER
SUPERIORES AOS PAGOS PELO PODER EXECUTIVO;

CUIDADO!!!

Apesar do dever de observar o teto dos ministros do STF, O TETO MÁXIMO A SER
OBSERVADO É O DO PODER EXECUTIVO, caso uma questão aborde dessa maneira.

DA VEDAÇÃO À VINCULAÇÃO OU EQUIPARAÇÃO

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito


de remuneração de pessoal do serviço público;
DOS ACRÉSCIMOS

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

DA IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS E VENCIMENTOS

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I;

DIFERENÇAS ENTRE SALÁRIO, VENCIMENTO, SUBSÍDIO, REMUNERAÇÃO E PROVENTO


Rendimentos com base na CLT que se aplicam aos funcionários de
empresas privadas, autarquias, fundações públicas, sociedades de
Salário: economia mista e similares. Não contempla bônus, gratificações e
adicionais;
Vencimento: Retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei. Não contempla bônus, gratificações e adicionais;
Remuneração Todas as formas de rendimentos e vantagens adicionais para os
funcionários de uma organização;

Remuneração para Salário + benefícios ou vantagens pecuniárias adicionais;


funcionários de
empresas privadas,
autarquias, fundações
públicas, sociedades de
economia mista e
similares:
Remuneração para Vencimento + vantagens pecuniárias permanentes;
servidores públicos:
Provento: Remuneração paga aos servidores inativos, sejam eles aposentados ou
em disponibilidade.
Subsídio: É uma retribuição pecuniária (em dinheiro) paga a determinados
agentes públicos em apenas uma parcela. Existia a proibição de se fazer
acréscimo de gratificações, adicionais, abonos, prêmios ou outra espécie
de remuneração no subsídio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória. No entanto, a cf permitiu que alguns acréscimos salariais
pudessem ser feitos.

VEDAÇÃO DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS


XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI;

a) a de dois cargos de
professor;

b) a de um cargo de professor
EXCEÇÕES DE ACUMULAÇÃO
com outro técnico ou
DE CARGOS
científico;

c) a de dois cargos ou
empregos privativos de
profissionais de saúde, com
profissões
regulamentadas;

EXTENSÃO DA VEDAÇÃO A ACUMULAÇÃO

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público

PRECEDÊNCIA DA ADM. P. EM RELAÇÃO AOS DEMAIS SETORES

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
CRIAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DE ÓRGÃO NA ADM. P. INDIRETA.

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

CRIAÇÃO DE SUBSIDIÁRIAS

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das


entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;

EXIGÊNCIA DE PROCESSO LICITATÓRIO

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações


serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Ver detalhes nas leis de licitações e contratos: Lei 8.666/93 e lei 14.133/2021.

RECURSOS PRIORITÁRIOS À ADM. PÚBLICA E ATUAÇÃO INTEGRADA

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio

A PARTIR DAQUI, ABORDAREMOS AS DISPOSIÇÕES TRAZIDAS PELOS PARÁGRAFOS:

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Este parágrafo primeiro, trata-se de um dos exemplos do princípio da impessoalidade. Portanto, para
entendê-lo melhor, basta recorrer ao tópico dos principios anteriormente explanado.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e


indireta, regulando especialmente

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços;

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,


observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego


ou função na administração pública.

INCISO I LEI 8.987/95

LEIS
CORRESPONDENTES INCISO II LEI 12.527/12
DO § 3º

INCISO III LEI 8.112/90 ETC

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

A lei que trata dos atos de improbidade é a Lei nº 8.429/92. Em síntese, são considerados atos
de improbidade aqueles que causam dano ao erário, enriquecimento ilícito e/ou violam princípios
da administração pública.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


Conceito
Significa o dever de reparação dos danos causados pela conduta estatal, Comissiva ou omissiva.
Evolução
1. Fase da irresponsabilidade civil do Estado (Absolutismo);
2. Fase da responsabilidade subjetiva:
2.1.Teoriadaculpa: a responsabilidade dependeria da identicação do agente público e da
demonstração da sua culpa, o que dicultava, na prática, a reparação dos danos suportados pelas
vítimas, especialmente em virtude da complexidade da organização administrativa;
2.2.Teoria da culpa anônima: serviço não funcionou; serviço funcionou mal e serviço funcionou com
atraso;
3.Fase da responsabilidade civilo bjetiva;
Obs.: No Brasil ,a teoria da irresponsabilidade civil jamais vigorou.
Responsabilidade civil extracontratual e contratual
Na responsabilidade civil contratual, o dever de ressarcimento pressupõe a existência de vínculo
negocial especial válido e a inexecução contratual pelo Estado. Por outro lado, a responsabilidade civil
extracontratual relaciona-se com os danos causados por atuações estatais voltadas aos cidadãos em
geral.
Responsabilidade civil objetiva: ato lícito e ilícito
A doutrina tem admitido a responsabilidade civil do Estado por ato lícito em duas situações:
a)expressa previsão legal;
b) sacrifício desproporcional ao particular.
Teoria do risco administrativo e repartição dos encargos sociais
– Teoria do risco administrativo: pressupõe que o Estado assume prerrogativas especiais e tarefas
diversas em relação aos cidadãos que possuem riscos de danos inerentes. Admite a alegação de causas
excludentes do nexo causal;
– Teoria do risco integral: o Estado assumiria integralmente o risco de Potenciais danos oriundos de
atividades desenvolvidas ou fiscalizadas por ele. Nãoadmitecausasexcludentesdo nexodecausalidade.
Pressupostos da responsabilidade civil do Estado
Pressupõe três elementos:
– fato administrativo(conduta comissiva ou omissiva atribuída ao Poder Público);
– dano;e
– nexocausal.
Causas excludentes do nexo de causalidade
– Fato exclusivo da vítima;
– Fato de terceiro;
– Caso fortuito e forçamaior.
Responsabilidade objetiva
Alcança as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas de direito privado prestadoras de serviços
públicos.
Responsabilidade civil do estado por omissão
Há controvérsias. Entendemos ser objetiva a responsabilidade civil do Estado em virtude de suas
omissões juridicamente relevantes, pois o art. 37, § 6.o, da CRFB e o art. 43 do CC, que consagram a
teoria do risco administrativo, não fazem distinção entre ação e omissão estatal. Todavia,somente
será possível responsabilizar o Estado nos casos de omissão específica, quando demonstradas a
previsibilidade e a evitabilidade do dano, notadamente pela aplicação da teoria da causalidade direta
e imediata quanto ao nexo de causalidade(art.403doCC).
Agentes públicos e a responsabilidade civil do Estado
A responsabilidade do Estado relaciona-se à atuação de todo e qualquer Agente público. O Estado,
depois de indenizar a vítima, tem o dever de cobrar, regressivamente, o valor de sem bolsa do perante
o respectivo Agente público, causador efetivo do dano, que agiu com dolo ou culpa.
Prescrição
Há duas posições doutrinárias:
– Prescrição quinquenal das pretensões de ressarcimento em face do Estado, tendo em vista a
aplicação do critério da especialidade para resolver o conflito normativo (lei especial prevalece e não
é revogada pela lei geral);
– Prescriçãotrienal (art.206, § 3.o, V): adotada pelo STJ.
Responsabilidade civil por atos legislativos
Pode surgir em três situações excepcionais:
a) leis de efeitos concretos e danos desproporcionais;
b) leis inconstitucionais;e
c)omissão legislativa.
Responsabilidade civil por atos judiciais
Pode ocorrer em três hipóteses:
a)erro judiciário;
b)prisão além do tempo fixado na sentença;e
c)demora na prestação jurisdicional.
Responsabilidade do Estado, dos em sede de repercussão geral, o STF decidiu: “O Estado responde,
objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no notários e registradores
exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o
responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa”.
Responsabilidade civil por danos causados por obras públicas
Distinção entre dano causado pelo simples fato da obra e danos oriundos da má execução da obra. Na
primeira hipótese, o Estado responde diretamente e de maneira objetiva, inexistindo
responsabilidade da empreiteira (ex.: obra que acarreta o fechamento de via pública por longo
período, prejudicando comerciantes). Na segunda situação, a empreiteira responde primariamente e
de maneira subjetiva, havendo, no entanto, responsabilidade subsidiária do Estado.
Responsabilidade civil por atos de multidões (atos multitudinários). Em regra, os danos
causados por atos de multidões não geram responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a
inexistência do nexo de causalidade, pois tais eventos são praticados por terceiros (fato de
terceiro)edemaneiraimprevisívelouinevitável (caso fortuito/força maior). Não há ação ou omissão
estatal causadora do dano. Excepcionalmente, o Estado será responsável quando comprovadas a
ciência prévia da manifestação coletiva (previsibilidade) e a possibilidade de evitar a ocorrência de
danos (evitabilidade).
Responsabilidade civil por danos ambientais
Tem prevalecido a tese de que a responsabilidade do Estado por danos ambientais é objetiva com
fundamento na teoria do risco integral.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas

Mais uma vez, por se tratar de matéria de direito à informação, estamos se referindo à
lei de acesso à informação, isto é, a lei 12.527/2011.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração


direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e
o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade


dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista,


e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40


ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em
lei de livre nomeação e exoneração
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de
origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de


cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públicos e de pensões por


morte a seus dependentes que não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)

§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou conjuntamente, devem


realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos
resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)

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