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206 f. : il.
Vários autores.
ISBN: 978-65-00-50027-1
Recife-PE, 2022
Comissão organizadora
IV SIMS
Dr. Bruno Tomio Goto
Dr. Diogo Henrique Costa de Rezende
Dr. Iuri Goulart Baseia
Dra. Nadja Santos Vitória
Dra. Taimy Cantillo Pérez
Dr. Luís Fernando Pascholati Gusmão
VI EPEM e II FUNGMA
COORDENAÇÃO
Dra.Tatiana Baptista Gibertoni
VICE-COORDENAÇÃO
Dr. André Luiz Cabral Monteiro de Azevedo Santiago
COMISSÃO CENTRAL
Ana Patrícia Sousa Lopes de Pádua
Daniel Barbosa Paula do Monte
Isaias de Oliveira Junior
Mateus Oliveira da Cruz
Matheus de Jesus Sá Silva
Renato Lúcio Mendes Alvarenga
Thays Gabrielle Lins de Oliveira
SECRETARIA
Daniel Barbosa Paula do Monte
Glícia Silva De Moraes
Silvio Francisco da Silva
COMUNICAÇÃO/ DIVULGAÇÃO
Jailma Alves da Silva
Matheus de Jesus Sá Silva
Mayara Alice Correia de Melo
Vitória Cristina Santiago Alves
PALESTRA
Francisca Robervânia Soares dos Santos
Layanne de Oliveira Ferro
Mateus Oliveira da Cruz
Virton Rodrigo Targino de Oliveira
MINICURSOS
Ana Patrícia Sousa Lopes de Pádua
Arthur Vinícius da Silva
Leticia Francisca da Silva
Maria Tamara de Caldas Felipe
Victória Souza Alves
CIENTÍFICA
Bruna Rodrigues de Sousa
José Ewerton Felinto dos Santos
José Hilton dos Passos
Lidiane Alves dos Santos
Lilian Araujo Rodrigues
Renato Lúcio Mendes Alvarenga
TRANSMISSÃO
Bruno Micael Cardoso Barbosa
Isaias de Oliveira Junior
Leslie Waren Silva de Freitas
Sobre o Evento
A quarta edição do Simpósio Micológico do Semiárido (IV SIMS) tem como tema
“Conexões fúngicas do semiárido: atualidades, lacunas e perspectivas”. O objetivo
principal do evento é apresentar para os participantes a importância do estudo dos fungos
da região semiárida, demonstrando avanços e lacunas do conhecimento micológico nesse
rico e desafiador ambiente.
Sabe-se que a biodiversidade do semiárido foi por muito tempo negligenciada e que
a região sofre efeitos devastadores decorrentes da ação antrópica. Nesse contexto de
corrida contra o tempo para reconhecimento e preservação da diversidade, o IV SIMS
vem para congregar e difundir o conhecimento acerca dos fungos do semiárido,
contribuindo para a consolidação da micologia na região.
O simpósio tem como público-alvo estudantes de graduação e pós-graduação,
professores, pesquisadores e profissionais da área. Os palestrantes (nacionais e
internacionais) tratarão das ameaças, interações, diversidade, potencial de descoberta e
aplicabilidade de fungos que ocorrem em regiões áridas do Brasil e do mundo, bem como
temas gerais da área de micologia.
VI Encontro Pernambucano de Micologia – Desmistificar para conservar
O VI Encontro Pernambucano de Micologia visa integrar pesquisadores,
profissionais, docentes e discentes envolvidos nas mais diferentes áreas da Micologia
básica e aplicada e suas interconexões no domínio das ciências biológicas, saúde e
agrárias para a divulgação dos resultados dos projetos de pesquisa e o desenvolvimento
de novas perspectivas dentro da micologia.
FUNGMA
Em 2017, o projeto ‘Biologia da conservação de fungos sensu lato em áreas de Mata
Atlântica do Nordeste brasileiro’ foi aprovado no âmbito da chamada
CNPQ/ICMBIO/FAPs NO 18/2017 - Linha 2 – Mata Atlântica.
Dois dos vários objetivos do projeto são divulgar os resultados em eventos
científicos e contribuir para a formação de recursos humanos, além de divulgação
científica. Assim, a presente proposta tem como objetivo divulgar os resultados obtidos
sobre a diversidade fúngica no Brasil, despertando curiosidade sobre fungos em
estudantes de ensino médio, graduação e pós-graduação por meio de palestras e
minicursos, familiarizando o público sobre fungos, promovendo a aprendizagem de
técnicas de conhecimento dos grandes grupos de fungos em campo e ampliando a
formação do estudante de micologia.
Homenagem Profa. Dra. Elza Áurea de Luna Alves Lima.
De seus estudantes:
Dr. Jadson Diogo Pereira Bezerra (Departamento de Biociências e Tecnologia da
Universidade Federal de Goiás - UFG).
Dra. Laura Mesquita Paiva (Departamento de Micologia da Universidade Federal
de Pernambuco - UFPE)
Dra. Patricia Vieira Tiago (Departamento de Micologia da Universidade Federal
de Pernambuco - UFPE)
Sumário
PALESTRAS .................................................................................................................. 21
MESAS REDONDAS .................................................................................................... 23
MINICURSOS ............................................................................................................... 27
PRÊMIO JOVEM MICOLOGISTA MARIA AUXILIADORA DE QUEIROZ
CAVALCANTI Candidatos Graduação ........................................................................... 30
PJMG01 - SELEÇÃO DE ÁREAS PARA CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES COM
POUCOS REGISTROS DE OCORRÊNCIA DA ORDEM POLYPORALES ......... 31
PJMG02 - POPULARIZAÇÃO DOS FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO
BRASIL: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ROMPENDO AS BARREIRAS DA
PANDEMIA ............................................................................................................... 36
PJMG03 - FRUTIFICAÇÃO DE Pleurotus ostreatus var. florida (Jacq,) P, Kumm,
NO MESOCARPO DO COCO VERDE COM DIFERENTES RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS ................................................................................................ 40
PJMG04 - O FUNGO ECTOPARASITA Mattirolella silvestrii S.COLLA NO
BRASIL ...................................................................................................................... 45
PJMG05 - SELEÇÃO DE LEVEDURAS BIOCONTROLADORAS AO MAL-DO-
PÉ DA BATATA-DOCE ............................................................................................ 49
PRÊMIO JOVEM MICOLOGISTA MARIA AUXILIADORA DE QUEIROZ
CAVALCANTI Candidatos Pós-Graduação .................................................................... 53
PJMPG01 - UTILIZAÇÃO DE BIOMASSA FÚNGICA OLEAGINOSA COMO
MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE ÉSTERES ETÍLICOS:
OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES REACIONAIS POR PLANEJAMENTO
FATORIAL ................................................................................................................. 54
PJMPG02 - COMPORTAMENTO MICELIAL DE Curvularia eragrostidis SOB A
AÇÃO DE LEVEDURA DO INHAME .................................................................... 59
PJMPG03 - AÇÃO DO FUNGICIDA PROCIMIDONA SOBRE O
DESENVOLVIMENTO IN VITRO de Alternaria alternata, AGENTE CAUSAL DA
MANCHA-DE-ALTERNARIA ................................................................................. 63
PJMPG04 - PERFIS DE VIRULÊNCIA DE ESPÉCIES DE Lasiodiplodia,
CAUSANDO PODRIDÃO EM ABACATE (Persea americana Mill) ..................... 67
PJMPG05- REVELANDO A MICOBIOTA DA ESCURIDÃO: FUNGOS
ANEMÓFILOS DA CAVERNA ABRIGO DO LETREIRO NA CAATINGA........ 72
RESUMOS SIMPLES .................................................................................................... 77
EIXO TEMÁTICO Ecologia de Fungos .......................................................................... 78
EF01 - FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES ASSOCIADOS A
PLANTAS AQUÁTICAS SUBMERSAS NA LAGOA DE JACUMÃ, RN, BRASIL
.................................................................................................................................... 79
EF02 - MODELAGEM DE NICHO APLICADA AO FUNGO PORÓIDE Earliella
scabrosa (POLYPORALES), OCORRENTE NO BRASIL ...................................... 80
15
EF03 - MODELAGEM ECOLÓGICA APLICADA AO FUNGO PORÓIDE
Phellinus fastuosus (HYMENOCHAETALES), OCORRENTE NO BRASIL ......... 81
EF04 - MACROFUNGOS COMO RECURSO ALIMENTAR: INVESTIGAÇÃO DE
COMPORTAMENTOS MICOFÁGICOS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE
ANGATUBA, SÃO PAULO, BRASIL ..................................................................... 82
EF05 - IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA DE Dacryopinax maxidorii Lowy (FUNGI: BASIDIOMYCOTA) 83
EF06 - TIPO DE EMBASAMENTO GEOLÓGICO E HOSPEDEIRO
INFLUENCIAM OS FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES? .................. 84
EF07 - FUNGOS ESCUROS SEPTADOS ASSOCIADOS A PLANTAS
AQUÁTICAS SUBMERSAS NA LAGOA DE JACUMÃ, RN, BRASIL ............... 85
EF08 - COMPETIÇÃO INFLUENCIA A PREVALÊNCIA DO GÊNERO
Sympodiorosea EM COLÔNIAS DE FORMIGA ATÍNEA BASAL ........................ 86
EF09 - PRIMEIRO REGISTRO DE MICOFAGIA ENVOLVENDO O GAMBÁ-DE-
ORELHA-BRANCA (Didelphis albiventris LUND, 1840) NO BRASIL ................. 87
EF10 - AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES
BRASILEIRAS DE FUNGOS FALOIDES (PHALLALES, BASIDIOMYCOTA) . 88
EF11 - FUNGOS ENDOFÍTICOS EM Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., ESPÉCIE
NATIVA DA CAATINGA......................................................................................... 89
EF12 - FUNGICULTURAS DE FORMIGAS ATÍNEAS ABRIGAM DIFERENTES
COMUNIDADES DE LEVEDURAS ........................................................................ 90
EIXO TEMÁTICO Ensino de Micologia ........................................................................ 91
EM01 - GAMIFICAÇÃO EM AULAS REMOTAS NA DISCIPLINA DE
ECOLOGIA DE FUNGOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 .............................................................. 92
EM02 - O USO DE AULAS PRÁTICAS DE MICOLOGIA COMO ESTRATÉGIA
DE ENSINO ............................................................................................................... 93
EM03 - PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
DIGITAL PARA O ENSINO E POPULARIZAÇÃO DOS HIFOMICETOS DE
FOLHEDO .................................................................................................................. 94
EM04 - PERCEPÇÃO SOBRE FUNGOS ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO
FUNDAMENTAL ...................................................................................................... 95
EM05 - EXPERIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE PODCAST TEMÁTICO COM
ÊNFASE NA MICOLOGIA – RELATOS DE DISCENTES DE BIOLOGIA DA
UEPB, CAMPINA GRANDE – PB ........................................................................... 96
EM06 - O EMPREGO DA ILUSTRAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO-
APRENDIZAGEM DA MICOLOGIA NA UNIVASF ............................................. 97
EM07 - MONITORIA DE ENSINO EM BIOLOGIA DOS FUNGOS E
CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ........... 98
EM08 - O USO DE TECNOLOGIA NA DISCIPLINA BIOLOGIA DOS FUNGOS
.................................................................................................................................... 99
16
EIXO TEMÁTICO Etnomicologia ................................................................................ 100
ETM01 - NOTAS ETNOMICOLÓGICAS SOBRE Phallus indusiatus
(PHALLACEAE, BASIDIOMYCOTA) NO BRASIL E NO PARAGUAI ............ 101
ETM02 - Phlebopus beniensis (Singer & Digilo) Heinem. & Rammeloo
(BOLETINELLACEAE, BASIDIOMYCOTA, FUNGI): PRIMEIRO REGISTRO
PARA SÃO PAULO (BRASIL) E NOTAS ETNOMICOLÓGICAS ..................... 102
EIXO TEMÁTICO Divulgação e Popularização da Micologia .................................... 103
DPM01 - FANC NA CABEÇA: ESPORULANDO CONHECIMENTO SOBRE OS
FUNGOS ALIMENTÍCIOS NÃO CONVENCIONAIS.......................................... 104
DPM02 - DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E PRODUÇÃO DE PÔSTERES E
MODELOS DIDÁTICOS NO ÂMBITO DO COMPONENTE BIOLOGIA DOS
FUNGOS .................................................................................................................. 105
DPM03 - O USO DO INSTAGRAM COMO INSTRUMENTO DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DA MICOLOGIA ........................................ 106
DPM04 - MICOFAGIA EM FOCO: USO DA LITERATURA INFANTIL PARA A
DIVULGAÇÃO DA MICOLOGIA ......................................................................... 107
DPM05 - EFEITO DE ROSTO VIRTUAL COMO ESTRATÉGIA DE
VISIBILIDADE E POPULARIZAÇÃO DA MICOLOGIA EM REDE SOCIAL . 108
EIXO TEMÁTICO Fungos na Agricultura.................................................................... 109
FA01 - AVALIAÇÃO DE FITOPATÓGENOS EM Inga edulis Mart. DE UM
VIVEIRO FLORESTAL NO MUNÍCIPIO DE ALTA FLORESTA - MATO
GROSSO ................................................................................................................... 110
Fa02 - GENÓTIPOS DE PALMA FORRAGEIRA E TIPOS DE ÁGUA AFETAM A
ESPORULAÇÃO E COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA? ....................................... 111
FA03 - AUMENTO NA CONCENTRAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS NA
‘INFLORESCÊNCIA DE Libidibia ferrea MICORRIZADA E ESTABELECIDA
EM CAMPO POR 72 MESES.................................................................................. 112
FA04 - IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DE MUCORALES ASSOCIADAS À
PODRIDÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTOS E HORTALIÇAS COLETADOS EM
RECIFE E MACAPARANA-PE .............................................................................. 113
FA05 - ALTERAÇÃO NA ESPORULAÇÃO DE FUNGOS MICORRÍZICOS
ARBUSCULARES EM MICROCOSMO CULTIVADO COM PORTA-ENXERTO
DE GOIABEIRA INOCULADO COM FITONEMATOIDE .................................. 114
FA06 - USO DO EXTRATO AQUOSO E HIDROALCOÓLICO DE FUMO
(Nicotiana tabacum) NO CONTROLE DO Colletotrichum truncatum (Schwein.) 115
EIXO TEMÁTICO Fungos na Biotecnologia................................................................ 117
FB01 - FUNGOS DA COMPOSTAGEM: PRODUÇÃO DE ENZIMAS E
APLICAÇÃO NA HIDRÓLISE DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR ........... 118
FB02 - LEVEDURAS ISOLADAS DE SOLOS EM SERGIPE COM AÇÃO
BIODEGRADATIVA DE COMPOSTOS HIDROCARBONETOS E
NITROGENADOS ................................................................................................... 119
17
FB03 - PRODUÇÃO DE PROTEASE POR FUNGOS ENDOFÍTICOS DO
GÊNERO Penicillium ISOLADOS DE BRÓMELIAS DE ÁREA DE
PRESERVAÇÃO DA CAATINGA (PERNAMBUCO, BRASIL) ......................... 120
FB04 - SELEÇÃO DAS MELHORES CONDIÇÕES PARA PRODUÇÃO DE L-
ASPARAGINASE POR Aspergillus alabamensis URM 5255 ................................ 121
FB05 - DESCOLORAÇÃO DO ÍNDIGO CARMIN POR ESPÉCIES DO GÊNERO
Trametes.................................................................................................................... 122
FB06 - DESCOLORAÇÃO DO VERMELHO CONGO E RBBR POR Trametes
villosa (URM8022) ................................................................................................... 123
FB07 - AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE FUNGOS
ENDOFÍTICOS ISOLADOS DO JUAZEIRO (Ziziphus joazeiro Mart.,
RHAMNACEAE) ..................................................................................................... 124
FB08 - PRODUÇÃO DE BIOMASSA POR Penicillium sclerotiorum UCP 1631 E
APLICAÇÃO NA DESCOLORAÇÃO DE CORANTE VERMELHO REMAZOL
.................................................................................................................................. 125
FB09 - ENZIMOLOGIA DE FUNGOS E LEVEDURAS PATOGÊNICOS
ISOLADOS DE CAVERNAS EM SERGIPE.......................................................... 126
FB10 - PRODUÇÃO DE L-ASPARAGINASE POR FUNGOS ENDOFÍTICOS DE
AMBIENTE DE CAATINGA .................................................................................. 127
EIXO TEMÁTICO Micologia e Saúde ......................................................................... 128
MS01 - ANÁLISE CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS DE
ESPOROTRICOSE HUMANA EM PERNAMBUCO ............................................ 129
MS02 - SCREENING DA MICROBIOTA FÚNGICA DE Tropidurus sp. EM
AMBIENTE SILVESTRE NO PIAUÍ ..................................................................... 130
EIXO TEMÁTICO Taxonomia de fungos ..................................................................... 131
TF01 - LEVANTAMENTO DE FUNGOS ESTROFARIOIDES (AGARICALES,
BASIDIOMYCOTA) NA MICRORREGIÃO DE ITAPETININGA, SÃO PAULO,
BRASIL .................................................................................................................... 132
TF02 - NOVOS REGISTROS DE Poronia Willd. (XYLARIACEAE:
ASCOMYCOTA) PARA O BRASIL ...................................................................... 133
TF03 - ASCOMICETOS ASSEXUAIS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS
VEGETAIS NA APA BONFIM-GUARAÍRAS, RIO GRANDE DO NORTE,
BRASIL .................................................................................................................... 134
TF04 - CHECKLIST DE FUNGOS DA FAMÍLIA GANODERMATACEAE PARA
A AMAZÔNIA BRASILEIRA ................................................................................ 135
TF05 – CHECKLIST DE HYMENOCHAETACEAE (HYMENOCHAETALES,
BASIDIOMYCOTA) PARA A REGIÃO AMAZÔNICA BRASILEIRA .............. 136
TF06 - EVOLUÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DO GÊNERO Cyathus Haller NAS
REGIÕES DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO DOS ÚLTIMOS 12 ANOS (2009 –
2021) ......................................................................................................................... 137
18
TF07 - O STATUS DO NÚMERO DE REGISTROS DE FUNGOS COPRÓFILOS
DA FAMÍLIA SORDARIACEAE (SORDARIOMYCETES, ASCOMYCOTA) NO
BANCO DE DADOS DE HERBÁRIOS NO BRASIL ........................................... 138
TF08 - PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE Diaporthe Pseudomangiferae R.R. Gomes,
Glienke & Crous (DIAPORTHALES, ASCOMYCOTA) NO BRASIL ................. 139
TF09 - QUANTIFICAÇÃO ATUAL DE REGISTROS DE FUNGOS DA FAMÍLIA
CHAETOMIACEAE (SORDARIOMYCETES, ASCOMYCOTA) NO BANCO DE
DADOS DO HERBÁRIO URM NO ESTADO DE PERNAMBUCO .................... 140
TF10 - HIFOMICETOS ASSOCIADOS A SUBSTRATOS SUBMERSOS EM
ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA MATA ATLÂNTICA DO RIO GRANDE DO
NORTE, BRASIL ..................................................................................................... 141
TF11 - PRIMEIRO RELATO DE Colletotrichum truncatum EM FOLHAS DE
CRAVEIRO (Dianthus caryophyllus) ...................................................................... 142
TF12 - ISOLAMENTO E ANÁLISE DO CRESCIMENTO EM MEIOS DE
CULTURA DE HIFOMICETOS DE FOLHEDO DA MATA ATLÂNTICA DE
PERNAMBUCO ....................................................................................................... 143
TF13 - PRIMEIRO REGISTRO DE Leiotrametes lactinea (POLYPORALES) NO
ESTADO DE ALAGOAS ........................................................................................ 144
TF14 - LEVANTAMENTO RELÂMPAGO DA LIQUENOBIOTA DA ESTAÇÃO
ECOLÓGICA RASO DA CATARINA, BAHIA..................................................... 145
TF15 - DIVERSIDADE DE MALMIDEACEAE Kalb, Rivas Plata & Lumbsch EM
DUAS ÁREAS DE MATA ATLÂNTICA .............................................................. 146
TF16 - RECUPERAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE TOPOTIPOS HISTÓRICOS
PARA A LIQUENOLOGIA BRASILEIRA NO SANTUÁRIO DO CARAÇA ..... 147
TF17 - DIVERSIDADE DE HIFOMICETOS AQUÁTICOS NO PARQUE
NATURAL MUNICIPAL PROFESSOR JOÃO VASCONCELOS SOBRINHO
(PNMPJVS)- PERNAMBUCO ................................................................................ 148
TF18 - ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS ENDOFÍTICOS DE
Ziziphus joazeiro ....................................................................................................... 149
TF19 - Absidia bahiensis sp. nov: UMA NOVA ESPÉCIE DE MUCORALES
(MUCOROMYCOTA) ISOLADA DE SOLO DA MATA ATLÂNTICA, NA
BAHIA, NORDESTE DO BRASIL ......................................................................... 150
TF20 - INVENTÁRIO DE ESPÉCIES DO GÊNERO Lentaria Corner
(BASIDIOMYCOTA) DEPOSITADAS EM HERBÁRIOS BRASILEIROS ........ 151
TF21 - PRIMEIRO RELATO DE Piptocephalis graefenhanii (ZOOPAGALES,
ZOOPAGOMYCOTINA) PARA A AMÉRICA DO SUL ...................................... 152
TF22 - CHECKLIST DE ESPÉCIES DE FUNGOS ZIGOSPÓRICOS ISOLADAS
DE SOLO DA MATA ATLÂNTICA DO NORDESTE DO BRASIL .................... 153
TF23 - MACROFUNGOS DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL PROFESSOR
JOÃO VASCONCELOS SOBRINHO, PERNAMBUCO, BRASIL ....................... 154
TF24 - CHECKLIST DE MUCORALES COPRÓFILOS DO PIAUÍ, BRASIL ..... 155
19
TF25 - PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE Syncephalis floridana (ZOOPAGALES),
UM FUNGO ZIGOSPÓRICO MICOPARASITA, NA AMÉRICA DO SUL ........ 156
TF26 - PRIMEIRO REGISTRO DE Mucor ellipsoideus (MUCOLARES,
MUCOROMYCOTINA) PARA A AMÉRICA DO SUL ........................................ 157
TF27 - Piptocephalis xenophila (ZOOPAGALES): UM PRIMEIRO RELATO
DESSE MICOPARASITA PARA O NEOTRÓPICO ............................................. 158
TF28 - INVENTÁRIO DA FAMÍLIA MERIPILACEAE (POLYPORALES)
DEPOSITADAS NO HERBÁRIO PADRE CAMILLE TORREND (URM) ......... 159
TF29 - LIOFILIZAÇÃO COMO UM MÉTODO ALTERNATIVO PARA
PRESERVAR FUNGOS NO GÊNERO Escovopsis J. J. Muchovej & Della Lucia,
1990 .......................................................................................................................... 160
RESUMOS EXPANDIDOS ......................................................................................... 161
REXP01 - FUNGITOXICIDADE DE AGROQUÍMICOS SOBRE Metarhizium
anisopliae var. anisopliae (METCHNIKOFF) SOROKIN USADOS NO
BIOCONTROLE DE Agrotis ipsilon (HUFNAGEL, 1766) .................................... 162
REXP02 - FUNGOS ENDOFÍTICOS DE Dyckia limae (BROMELIACEAE) DA
CAATINGA, BRASIL ............................................................................................. 167
REXP03 - NOVOS REGISTROS PARA O GÊNERO Geastrum Pers.
(BASIDIOMYCOTA) PARA RIO GRANDE DO NORTE E MATA ATLÂNTICA
.................................................................................................................................. 172
REXP04 - POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE ISOLADOS DE MUCOR
CIRCINELLOIDES ISOLADOS DA CAATINGA PERNAMBUCANA NA
PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE UTILIZANDO REJEITOS INDUSTRIAIS
COMO SUBSTRATO .............................................................................................. 177
REXP05 - DESENVOLVIMENTO DE Alternaria alternata EM RESPOSTA AO
USO DE FUNGICIDAS DO GRUPO TRIAZOL ................................................... 182
REXP06 - ANÁLISE DA EXTRAÇÃO DO DNA DE AMOSTRAS DE FUNGOS
UTILIZANDO TRÊS DIFERENTES PROTOCOLOS EM UMA AULA PRÁTICA
DO ENSINO SUPERIOR ......................................................................................... 187
REXP07 - SELOS POSTAIS NO ENSINO DE MICOLOGIA ............................... 192
PREMIAÇÃO............................................................................................................... 197
MENÇÃO HONROSA Resumos Simples ............................................................... 198
MENÇÃO HONROSA Prêmio Jovem Micologista Maria Auxiliadora De Queiroz
Cavalcanti ................................................................................................................. 199
GANHADORES Prêmio Jovem Micologista Maria Auxiliadora De Queiroz
Cavalcanti ................................................................................................................. 200
CONCURSO FOTOGRAFICO ................................................................................... 201
AGRADECIMENTOS ................................................................................................. 206
20
PALESTRAS
21
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MICOLOGIA – SBMy
Dr. Robert Weingart Barreto
22
MESAS
REDONDAS
23
I - CAATINGA: BIODIVERSIDADE, MUDANÇAS NA PAISAGEM E
CONSERVAÇÃO
- Diversidade, origem e evolução da flora da Caatinga
Dr. Moabe Ferreira Fernandes
- Mudanças na paisagem no semiárido nordestino
Dra. Jocimara Souza Britto Lobão
- Biodiversidade e conservação fúngica na Caatinga
Dra. Taimy Cantillo Pérez & Dr. Luís Fernando Pascholati Gusmão
24
- O que o Phialomyces macrospora pode proporcionar de benefícios ao
cafeeiro?
Dr. Flávio Henrique Vasconcelos de Medeiros
25
X - CONHECENDO A DIVERSIDADE OCULTA DE BASIDIOMYCOTA NA
AMAZÔNIA BRASILEIRA
- Diversidade de fungos coraloides na Amazônia: o que sabemos?
Dra. Angelina de Meiras-Ottoni
- Fungos corticioides da Amazônia brasileira
Dra. Renata dos Santos Chikowski
- O mundo escondido dos Dacrymycetes na Amazônia
Dr. Renato Lúcio Mendes Alvarenga
26
MINICURSOS
27
Fermentação para produção de enzimas por fungos: Pequeno diário de bordo para
cientistas aprendizes
Msc. Ana Patrícia Sousa Lopes de Pádua & Msc. Letícia Francisca da Silva
Banco de Culturas UCP: Retardando o relógio biológico dos fungos com potencial
biotecnológico
Dra. Adriana Ferreira de Souza
28
Introdução a informação industrial - patentes
Msc. Vivianne Lays Ribeiro Cavalcanti
29
PRÊMIO JOVEM
MICOLOGISTA MARIA
AUXILIADORA DE
QUEIROZ CAVALCANTI
Candidatos Graduação
30
PJMG01 - SELEÇÃO DE ÁREAS PARA
CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES COM
POUCOS REGISTROS DE OCORRÊNCIA
DA ORDEM POLYPORALES
Ailton Matheus Avelino de Oliveira1; Renato Lúcio Mendes Alvarenga1 &
Tatiana B. Gibertoni1
1Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: ailton.matheus1@gmail.com
INTRODUÇÃO
Agaricomycetes é uma das classes pertencentes ao filo Basidiomycota,
apresentando aproximadamente 31.143 espécies (He et al. 2019) e compreendendo
basicamente os Basidiomycota macroscópicos conhecidos popularmente como
cogumelos, orelhas de pau, estrelas da terra, entre outros. Polyporales Gäum 1926, uma
das ordens de Agaricomycetes, apresenta aproximadamente 18 famílias, 285 gêneros e
2544 espécies (He et al. 2019). É um grupo bastante diversificado e fortemente ligado ao
ciclo do carbono, pois representam os mais eficientes decompositores de madeira. Podem
ser divididos em podridão branca, eficientes na decomposição tanto da lignina quanto da
celulose, e podridão parda, possuindo somente a capacidade de decompor a celulose
(Eastwood et al. 2011; Binder et al. 2013).
A modelagem preditiva de distribuição de espécies (MDE) é, atualmente, umas
das ferramentas utilizadas para prever a distribuição das espécies, comotambém, analisar
as ocorrências e variações ambientais de determinada espécie, sendo também utilizada
largamente para a identificação de áreas prioritárias para conservação (Velazco et al.
2020). Dessa forma, a MDE, por meio dos algoritmos, mostra previsões confiáveis de
áreas potenciais para a ocorrência da espécie. Vale salientar que as áreas apresentadas
pela MDE são possíveis áreas de ocorrência daespécie e não que a espécie ocupe o lugar
literalmente (Giannini et al. 2012).
OBJETIVOS
Analisar a distribuição potencial de espécies com poucos pontos de registros da
ordem Polyporales, além de listar as espécies brasileiras com poucos registros de
ocorrência e detectar áreas para conservação das espécies selecionadas.
METODOLOGIA
Foram selecionadas nove espécies utilizando o speciesLink e GBIF
(http://www.splink.org.br/ e https://www.gbif.org). Essas espécies foram avaliadas,em
um estudo anterior (FACEPE BIC-0382- 2.03/19), pelos critérios da International Union
for Conservation of Nature (IUCN) (Tabela 1). Os pontos de ocorrência (longitude e
latitude) foram extraídos dos registros de herbários GBIF e SpeciesLink, além de registros
de ocorrência em artigos (Tabela 1)
31
Tabela 1. Estimativa da contribuição (%) média das variáveis ambientais (CL = climáticas, TO =
topográfica, CT = Cobertura da terra) utilizada na modelagem MaxEnt das espécies selecionadas e os
valores do AUC (Area Under Curve) de cada espécie, com registro de ocorrências das espécies
selecionadas, e a sugestão previa do status de conservação na IUCN e no Brasil, elaborado em um estudo
anterior (FACEPE BIC-0382-2.03/19). Legenda: NC – Não consta, NT – Quase Ameaçada, LC – Não
Ameaçada
Registros de Contribuição das Variáveis (%)
Status Status
Espécies Ocorrências
IUCN Brasil C T B
/ Locais AUC
A. laccatostipitatum Gomes- NC
08/05 NT 0,992 50,80 15,30 33,70
Silva, Ryvarden & Gibertoni
A. sessile Gomes-Silva, NC
06/04 NT 0,947 52,20 18,70 29,10
Ryvarden & Gibertoni
Nigroporus macroporus NC
14/08 NT 0,929 31,80 0,00 68,20
Ryvarden & Iturr.
Rigidoporus aurantiacus NC
08/05 NT 0,885 10,50 0,00 89,50
Ryvarden & Iturr.
32
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A maioria dos modelos gerados apresentou excelente desempenho preditivo
utilizando como critério o valor AUC ≥ 0,9 (Elith et al. 2006) (Tabela 1). Das variáveis
utilizadas, as de cobertura da terra apresentaram a maior contribuição percentual para os
modelos, com média de 48,5%, enquanto que as climáticas apresentaram 36,2% e a
topográfica apenas 5,4%.
Polyporus recurvatus apresentou o melhor desempenho preditivo de AUC,
embora seu mapa de adequabilidade tenha demonstrado uma amplitude de nicho restrita,
o mesmo ocorrendo para A. macrosporum, A. boleticeum, A. laccatostipitatum e P. hiulca
(Tabela 1; Figura 1).
As áreas previstas para A. sessile, G. zonatum, N. macroporus e R. aurantiacus
descreveram uma amplitude de nicho extensa, abrangendo diversas unidades de
conservação, que apresentam grande importância para conservação das espécies,
alterando a sugestão prévia de categorização em Quase Ameaçada (NT) para Não
Ameaçada (LC) na IUCN, para A. sessile, N. macroporus e R.aurantiacus, mantendo Não
Ameaçada (LC) para G. zonatum (Tabela 1). Entretanto, para A. boleticeum, A.
laccatostipitatum, A. macrosporum, P. hiulca e P. recurvatus,o resultado sugere que a
amplitude de nicho para essas espécies seja bastante restrita, abrangendo poucas unidades
de conservação, vindo a ser uma problemática para a conservação dessas espécies e
confirmando a prévia sugestão de categorização em Quase Ameaçada (NT).
Embora os modelos tenham obtido excelentes resultados, é necessário um estudo
mais aprofundado para cada espécie para determinar a sua real distribuição. Além disso,
a maioria das espécies analisadas foi determinada apenas por estudos morfológicos,
enquanto avanços nos estudos moleculares detectam cada vez mais complexos de
espécies em uma única morfoespécie Fernández-López et al. (2020).
Recentemente, Fernández-López et al. (2020) combinaram MDE e análise
moleculares de BGSR (Barcoding Gap Species Recognition) para possíveis espécies do
gênero Xylodon. Os autores observaram que uso combinado dessas duas metodologias
pode ser uma abordagem interessante para o reconhecimento dadistribuição de espécies
ainda não conhecidas para ciência e que as variáveis geográficas (topográficas)
apresentaram 53,74% de contribuição para o modelo, enquanto as climáticas
apresentaram 41,68% e as variáveis bióticas com o menor valor preditivo cerca de 6,98%.
Portanto, um estudo mais aprofundado com a delimitação dessas espécies com análises
moleculares poderia ser útil para resolver a incerteza taxonômica das espécies
identificadas apenas com análise morfológica, como para P. recurvatus, R. aurantiacus,
A. macrosporum, A. boleticeum e N.macroporus.
Na análise do trabalho, as variáveis de coberturas da terra apresentaram umamaior
contribuição percentual, com a variável Class 9 – Urbano/Construído influenciando
grande parte dos modelos, especialmente o de P. recurvatus e A. macrosporum. Contudo,
mesmos com os dados excelentes, as espécies não estão isentas das problemáticas atuais,
pois grande parte das ocorrências que foramextraídas dos bancos de dados apresentavam-
se em biomas criticamente fragilizados pelas ações antrópicas (Fearnside 2006; Klink &
Machado 2005). Portanto, é de extrema importância analisar os locais de ocorrência das
espécies, especialmente para as espécies com amplitude de nicho restrito, a fim de
priorizaras áreas que não são protegidas ou ampliar as áreas de conservação já existentes.
33
Figura 1. Mapa da adequabilidade do habitat com os registros de presença. Link das imagens
ampliadas:https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1ifpRoVgR4jMetL9QDWs5SUb3CKSdk_Tv
CONCLUSÕES
A modelagem preditiva de espécies é uma ferramenta importante para estimar
não só a distribuição das espécies com ampla ocorrência, como também para espécies
com poucos pontos de ocorrência. Nesse sentido, a MDE é uma excelente ferramenta para
avaliar a distribuição potencial das espécies e, assim, aplicar métodos conservacionista
em espécies com uma distribuição potencial restrita, como é o caso das espécies P.
recurvatus, A. macrosporum, A. boleticeum, A. laccatostipitatum e P. hiulca,
diferentemente de N. macroporus, R. aurantiacus e A. sessile, que apresentaram mapas
com extensas áreas de adequabilidadebioclimática, abrangendo grande parte do país, e
grandes unidades de conservação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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35
PJMG02 - POPULARIZAÇÃO DOS
FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS NO
BRASIL: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
ROMPENDO AS BARREIRAS DA
PANDEMIA
Julie Erica da Rocha Alves1& Jober Fernando Sobczak2
1
Instituto de Ciências e da Natureza, ICEN, UNILAB.
2
Instituto de Ciências e da Natureza, ICEN, UNILAB.
Autor para correspondência: julie.erica49@gmail.com
INTRODUÇÃO
O Reino Fungi faz parte do Domínio Eukarya (CAVALIER-SMITH, 1998) e
neste grupo estão incluídos os fungos entomopatogênicos. Que são considerados
microrganismos capazes de infectar artrópodes, utilizando o corpo dos hospedeiros
como substrato para desenvolver-se (DEVOTTO et al., 2000). Quando levado em
consideração tal interação, muito se tem discutido sobre conceitos e descrições,
focando em sua classificação, morfologia, ecologia e reprodução. Nessa perspectiva,
identificam-se problemas referentes à contextualização deste tema para o público em
geral, sendo poucos os trabalhos que abordam esses conceitos de maneira acessível
(SILVA, 2009). A maioria das pessoas associam os fungos apenas a agentes causadores
de doenças ou prejuízos econômicos, estando os fungos entomopatogênicos no centro
de tais julgamentos.
Quando condicionamos apenas às doenças por eles causadas, não explorando
os benefícios advindos de tal relação, esquecemos das suas ações de importância na
natureza, inclusive de suas relações com os demais seres vivos, afastando o interesse
das pessoas para compreensão e estudo desses microrganismos. Segundo Mora (2015),
os fungos entomopatogênicos atuam efetivamente no processo de controle biológico na
natureza, controlando populações de insetos e aracnídeos (SCHOLTE et al., 2004).
A relevância dos fungos para o planeta e seus habitantes precisam ser melhor
discutidas para além dos espaços acadêmicos, a divulgação científica se estabelece
como sendo, um instrumento que populariza o conhecimento produzido pela
comunidade científica (MASSARANI, 1988). Nesse sentido, um público ampliado,
com características de interesse em ciência ou fora da comunidade científica, pode-se
configurar numa nova composição de público. O paradoxo da pandemia da COVID-19
nos forçou a criar diversas estratégias em todos os contextos na sociedade
contemporânea, inclusive na divulgação científica. O período tem sido marcado por
transformações nas formas de contato entre as pessoas, com ampliação do uso das
tecnologias digitais de informação e comunicação (LIN & FISHER, 2020).
OBJETIVOS
O objetivo do trabalho é proporcionar maior acesso à informação e ao
conhecimento não somente a um público especializado, mas também a outro, mais
amplo, através do ensino e divulgação dos fungos entomopatogênicos.
36
METODOLOGIA
Inicialmente foram utilizadas páginas na rede social Instagram com o objetivo
de divulgação científica e produção de conteúdos digitais, educativos e
sensibilizadores, para isso criou-se o @entomopathogenic.fungi página exclusiva para
abordar conteúdos de fungos entomopatogênicos, e a página já existente
@ecolab_unilab, de autoria do grupo de pesquisa em ecologia e recursos naturais. A
produção dos posts e textos foi feita após leitura e análise dos conteúdos pesquisados e
posterior correção e realizou-se a transposição didática através de recursos visuais
elaborados no software online Canva.
Além destas atividades, foi possível ministrar 4 palestras, 1 mesa redondas e 2
podcasts e 1 animação, em eventos que tinham como interesse as áreas de micologia e
ecologia, as ações foram desenvolvidas com o uso de mídias sociais como, youtube na
modalidade de transmissão ao vivo (popularmente conhecido como palestras ou
“live”), google meet e spotify.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os temas das postagens têm como foco principal discussões acerca das diversas
vertentes dos fungos entomopatogênicos, de maneira acessível para o público, ligando os
posts produzidos à realidade das pessoas (como filmes e HQ’s), para que elas se sintam
mais próximas das temáticas. A ideia das produções desenvolvidas nas redes sociais, visa
trabalhar a comunicação científica, que é basicamente, à disseminação de informações
especializadas entre profissionais das mesmas áreas, mas também transformar esse
conteúdo, através da divulgação científica, que cumpre função primordial de
democratizar o acesso ao conhecimento científico e estabelecer condições para a chamada
alfabetização científica (BUENO, 2010) (Figura 1).
37
palestra teve como título “Ecologia e evolução dos fungos entomopatogênicos:
Mecanismos de Infecção e manipulação comportamental”, do evento 1° Ciclo de
palestras ecologia na quarentena, pelo grupo de pesquisa em ecologia e recursos
naturais, realizado entre os dias 01 ás 05 de junho de 2020. A palestra aconteceu através
do canal no youtube “Ciência na quarentena”, somando 395 visualizações.
A segunda palestra teve como título “Todo fungo faz mal? Entendendo as
causas e os agentes de patogenicidade na saúde animal”, no evento online BIOATIVO:
Biologia na Quarentena, ofertado pelo CA do curso de Ciências Biológicas da Unilab,
realizado entre os dias 13 e 18 de julho de 2020. Ocorreu através de uma
videoconferência pela plataforma google meet, totalizando 150 inscritos. Fungos
entomopatogênicos: zumbis da natureza foi o tema da terceira palestra. No I Encontro
de Extensão e Pesquisa em Micologia do projeto Fungus Extremus, realizado entre os
dias 03 a 14 de agosto de 2020. Foi um evento voltado para profissionais da área ou
admiradores, a palestra aconteceu através do canal no youtube “Fungus Extremus”,
somando 613 visualizações.
A quarta palestra ocorreu na I Jornada Acadêmica da Biologia do Instituto
Federal Farroupilha, realizada de 10 de novembro a 8 de dezembro de 2020. A palestra
aconteceu através do canal no youtube “Coordenação de Tecnologia da Informação-
Panambi”, somando 220 visualizações. Já a mesa redonda teve como título “Interações
entre fungos e insetos”, onde dialogou-se sobre “Processo infeccioso causado por
fungos Entomopatogênicos”, durante o VI Encontro Acadêmico “MycoTalk” (Figura
2a). A mesa redonda ocorreu no youtube “MycoTalk”, somando 1.313 visualizações.
A partir da participação no evento houve um posterior convite para colaborar em um
podcast intitulado “Mycocast” (Figura 2b). O episódio tem como título “Ciência: entre
achados e desafios”, em que discutia as dificuldades e falta de espaço dos fungos
entomopatogênicos em diálogos científicos.
Figura 2. Material de divulgação; (a) - cartaz de convite da mesa redonda e (b) – Podcast “Ciência: entre
achados e desafios”.
38
Figura 3. Material de divulgação do IGTV, youtube e spotify do episódio.
CONCLUSÕES
De acordo com as atividades desenvolvidas, fazem-nos acreditar em uma maior
aproximação entre os públicos da comunicação e divulgação científica. É fato que
existe um campo aberto para o surgimento de novas tecnologias e oportunidades em
relação aos meios de comunicação e transferência de informação entre o público
acadêmico e o não acadêmico. Com as participações nos eventos, além de permitir a
disseminação de informações sobre os fungos entomopatogênicos, também propiciou
análise e debate entre os pesquisadores e participantes dos eventos. Este tipo de
atividade virtual (live ou palestras) é importante para a interação e difusão de
conhecimento na internet. Dessa forma, avaliamos que a proposta de criação do
Instagram foi exitosa e o conteúdo de divulgação científica veiculado no YouTube é
uma estratégia que deve ser ampliada e melhorada para potencializar a comunicação
científica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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rupturas conceituais. Informação & Informação, v. 15, n.1 esp, p. 1-12, 2010.
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alternativa para la obtencion de Biopesticidas. Bioleche, v. 23, p. 30-33, 2000.
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SCHOLTE, E. J. et al. Entomopathogenic fungi for mosquito control: A review. Journal
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dialógica: Relato de uma experiência no ensino médio em uma escola pública.
Universidade Federal Rural de Pernambuco: 2009.
39
PJMG03 - FRUTIFICAÇÃO DE Pleurotus
ostreatus var. florida (Jacq,) P, Kumm, NO
MESOCARPO DO COCO VERDE COM
DIFERENTES RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS
Vitória Tereza Negrão de Albuquerque1; Nadja Vitória2 & Adna Sousa3
1CBIOTEC, UFPB.
2UNEB.
3Departamento de Biologia Celular e Molecular, CBIOTEC, UFPB.
Autor para correspondência: vitoriatndealb@gmail.com
INTRODUÇÃO
A cultura de cogumelos a partir da técnica Jun-Cao tem-se revelado umaalternativa
para um melhor aproveitamento de resíduos que muitas vezes são descartados de forma
ambientalmente nociva, considerando que o complexo enzimático fúngico degrada uma
variedade de materiais lignocelulolíticos e somado a isso, ao final da cultura, obtém-se
um produto de elevado valor nutricional e gastronômico, o cogumelo (SEKAN et al.,
2019).
Novas formas de reutilizar e agregar valor aos subprodutos descartados por
pequenas agroindústrias são cruciais para a melhoria da gestão de resíduossólidos urbanos.
Já que muitas vezes os descartes são feitos de forma imprudente, contribuindo para a
disseminação de vetores de doenças e diminuição do tempo de vida útil de aterros
sanitários (SILVA et al., 2019).
Portanto, visando baratear o processo de produção direcionado para a reutilização
de resíduos descartados na região paraibana, buscou-se reutilizar o bagaço de malte;
bagaço de cana-de-açúcar; fibra de coco; borra do café e gesso agrícola na composição
de diferentes formulações para um cultivo acondicionado no endocarpo do coco verde
para avaliar também o uso de um recipiente de cultivo biodegradável.
OBJETIVOS
Este estudo teve como objetivo avaliar o vigor micelial e a frutificação do cogumelo
comestível Pleurotus ostreatus var. florida no endocarpo do coco verde contendo
diferentes formulações de resíduos agroindustriais.
METODOLOGIA
Para o teste de frutificação foi utilizada a banda do coco verde (unidade composta
pelo endocarpo, mesocarpo e epicarpo) como um recipiente. E os substratos - bagaços de
malte e de cana-de-açúcar; fibra de coco verde; borra de café; gesso agrícola e o arroz
comercial como grupo controle. A borra de cafée o gesso agrícola foram utilizados como
suplementos. As concentrações e formulações dos tratamentos estão descritas na Tabela
1.
40
Tabela 01: Formulações para fungicultura de Pleurotus ostreatus var. florida.
Tratamentos em cocoverde reciclado Substratos/Proporções
(TC)
TC1 (Controle -) Arroz (100%)
TC2 (Controle +) Arroz (98%) + Gesso agrícola (2%)
TC3 Bagaço de malte (100%)
TC4 Bagaço de malte (98%) + Gesso agrícola (2%)
TC5 Bagaço de malte (98%) + Borra de café (2%)
TC6 Bagaço de malte (96%) + Borra de café (2%) + Gesso
agrícola (2%)
TC7 Bagaço de malte (48%) + Borra de café (2%) + Gesso
agrícola (2%) + Fibra de coco (48%)
TC8 Bagaço da cana-de-açúcar sem lavagem (100%)
TC9 Bagaço da cana-de-açúcar sem lavagem (98%) +Gesso
agrícola (2%)
TC10 Bagaço da cana-de-açúcar sem lavagem (98%) +Borra
de Café (2%)
TC11 Bagaço da cana-de-açúcar sem lavagem (96%) +Borra
de Café (2%) + Gesso agrícola (2%)
TC12 Bagaço da cana-de-açúcar sem lavagem (48%) + Café
(2%) + Gesso agrícola (2%) + Fibra de coco (48%)
TC13 Bagaço da cana-de-açúcar lavada (100%)
TC14 Bagaço da cana-de-açúcar lavada (98%) + Gesso
agrícola (2%)
TC15 Bagaço da cana-de-açúcar lavada (98%) + Borra deCafé
(2%)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre todos os tratamentos, TC3; TC4; TC6; TC7; TC13; e TC15 apresentaram
colonização completa após 15 dias de incubação, porém com variação na densidade do
micélio (Figura 1).
41
Figura 1. Cocos verdes reciclados com substratos completamente colonizados pelo micélio de
Pleurotus ostreatus var. florida após 15 dias. A: TC3 (Bagaço de malte). B: TC4 (Bagaço de malte + Gesso
Agrícola). C: TC6 (Bagaço de malte + Borra de café + Gesso Agrícola). D: TC7 (Bagaço de malte +Borra
de café + Gesso Agrícola + Fibra de coco verde). E: TC13 (Bagaço decana-de-açúcar lavado). F: TC15
(Bagaço de cana-de açúcar lavado + Borra de café + Gesso Agrícola + Fibra de coco verde).
Figura 2. Frutificação de Pleurotus ostreatus var. florida nos tratamentos TC3, TC6 e TC7 usando coco
verde reciclado como recipiente para cultivo. A: Primeiros primórdios dos basidiomas - TC3(Malte). B:
Cogumelo adulto - TC6 (Malte + café + gesso agrícola). C: Cogumelo adulto - TC7 (Malte + fibra do coco
+ café +gesso agrícola).
A partir dos tratamentos que geraram basidiomas foi calculado o rendimento (%),
a eficiência biológica (EB) (%) e a produtividade dos corpos defrutificação (Tabela 2). A
eficiência biológica (EB) demonstra a adequação do substrato ao cultivode uma espécie
específica. Quanto maior os valores de EB, maior a adequaçãodo substrato para o cultivo
de determinada espécie de cogumelo. Assim, os resultados mostram que quando
devidamente suplementado, o bagaço de maltese torna um composto promissor para a
42
fungicultura. Por conseguinte, também indica que o uso de um recipiente biodegradável
como o coco verde para acomodar o substrato é possível para a produção. Pois pode
fornecer nutrientesextras e retenção de umidade, considerando que a banda do coco verde
constituída pelo endocarpo em conjunto com o mesocarpo possui morfologia semelhante
às árvores hospedeiras dos macrofungos em seu habitat natural (MARGARETTA et al.,
2018).
Tabela 02. Valores médios de produção (kg cogumelo fresco), rendimento (%), eficiência biológica (%) e
produtividade (kg cogumelo/kg substrato) do cogumelo Pleurotus ostreatus var. florida cultivado em
diferentes formulações com resíduo agroindustrial.
CONCLUSÕES
O bagaço de malte mostrou ter maior potencial como substrato base paraa produção
de semente/inóculo para P. ostreatus var. florida evidenciando o potencial de reutilização
de resíduos cervejeiros. E a formulação ideal para melhor produtividade foi bagaço de
malte suplementado com 2 % de café reciclado e 2 % de gesso agrícola. Ademais, o coco
verde reciclado revelou ser um recipiente viável para o cultivo de cogumelos, por
possivelmente favorecer afrutificação através de enriquecimento nutricional e retenção
de umidade. Contudo, para uma análise de viabilidade do cultivo de cogumelos
reutilizando a banda do coco verde descartada são necessários futuros estudos
comparativosutilizando outros recipientes de cultivo já utilizados na fungicultura.
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44
PJMG04 - O FUNGO ECTOPARASITA
Mattirolella silvestrii S.COLLA NO BRASIL
Nathália U. Ferretti-Cisneros1; Priscila S. Souza1; J. Renato C. Barbosa1; Rivete
S. Lima1; Alexandre Vasconcellos1 & Felipe Wartchow1
1
Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Sistemática e Ecologia, João
Pessoa, Paraíba, Brazil.
Autor para correspondência: nathaliaferrettic@gmail.com
INTRODUÇÃO
O gênero Mattirolella S. Colla, compreendendo ectoparasitas originalmente
tratados como possuindo um conidioma esporodoquial e células basais especializadas,
que formam um haustório que penetra no tegumento de cupins, causando hipertrofia na
epiderme (Colla, 1929). São responsáveis por lesões que formam desfigurações no
tegumento de seus hospedeiros, similares às causadas por Termitariopsis M. Blackw.,
Samson & Kimbr. e Termitaria Thaxt. (Weir & Blackwell, 2005). Esse último gênero,
bem como Mattirolella, foi incluído na ordem Termitariales, proposta por Khan &
Kimbrough (1974a).
A presença de hifas estéreis imersas em cavidades especiais próximas,
denominadas esporodóquio, era originalmente utilizada para diferenciar-los (Colla,
1929), posteriormente, o picnídio pontudo e com câmaras (Kimbrough &Thorne, 1982),
além do haustório mais fino e compacto (Khan & Kimbrough, 1974b) foram
considerados como morfologia de Mattirolella. Trabalhos recentes incluíram o gênero na
ordem Ophiostomatales (Hyde et al., 2011; Wijayawardene, 2018). Nessa ordem, Hyde
et al. (2020) consideraram o gênero em Kathistaceae, junto com Kathistes Malloch &
M. Blackw. e Termitariopsis M. Blackw., Samson & Kimbr.
O fungo Mattirolella silvestrii parasita cupins da espécie Rhinotermes marginalis
(L.), podendo se desenvolver em seu abdômen, tórax, antenas e palpos maxilares (Colla,
1929). A distribuição geográfica de Mattirolella era originalmente na Guiana, com M.
silvestrii (Colla, 1929), e no Panamá, com M. crustosa S.R. Khan e Kimbr. (Khan &
Kimbrough, 1974a). Mais tarde, novamente no Panamá, na Zona do Canal, esta última
espécie foi relatada, em Nasutitermes por Kimbrough & Thorne (1982), e agora com este
trabalho, M. silvestrii foi registrada no Nordeste do Brasil, em R. marginalis, no bioma
da Caatinga.
OBJETIVOS
Sabendo que o conhecimento da riqueza e da diversidade de fungos é importante
para futuras políticas de proteção ambiental, os objetivos deste trabalho foram de
averiguar a distribuição, sistemática e morfologia de Mattirolella, para assim inventariar
espécies de fungos ocorrentes no Nordeste Brasileiro.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O fungo foi coletado em espécies de Rhinotermes marginalis, em um tronco de
madeira, no solo do Parque Nacional de Ubajara (3°50’S, 40º55’W), na chapada de
45
Ibiapina, no Ceará. A variação de temperatura é de 24 a 26°C, a pluviosidade corresponde
a 1483,5 mm e a umidade permanece acima de 70% (Sousa Filho & Sales, 2009).
Os cupins parasitados pelo fungo do gênero Mattirolella foram selecionados,
fixados em FAA70 (formol, álcool e ácido acético) e conservadosem álcool 70%, foram
desidratados em série alcoólica, e depois amostras foram incluídas em uma solução de
historesina de pré-infiltração (historesina e álcool 95%), e de infiltração (historesina pura
e ativador), cada uma permaneceu na geladeira por 7 dias. As amostras foram colocadas
verticalmente em moldes de silicone, depois que um endurecedor foi adicionado à resina.
Os moldes com as amostras foram levados à estufa e permaneceram nela durante vinte
horas, na temperatura de 60º C.
Depois de blocos foram retirados dos moldes e colados em blocos de madeira. Foi
utilizado um micrótomo (Leica SM 2020R) com navalha descartável para seccionar a
resina em 3, 5 e 7µm de espessura, e obter o material de interesse.As resinas seccionadas
foram montadas em lâminas e coradas com hematoxilina e eosina, ao final as lâminas
foram lavadas em água corrente e colocadas na estufa durante vinte e cinco minutos.
Foram separadas uma parte das lâminas para permanecer não permanente, e outras
foram montadas permanentes, com PVLG e finalizadas com base de unha. As lâminas
foram observadas em um microscópio binocular com câmera-clara acoplada. As
fotomicrografias foram realizadas em microscópio de luz. Os espécimes serão
depositados no herbário da UFPB, no Departamento de Sistemática e Ecologia (JPB).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entopatógeno: talo maduro, pycnothrium, 84–175 μm de comprimento (altura),
424–689 μm em diam. Epihimenio/perídio (7,8–)9,5–15,5(–16,5) μm de espessura,
formado pela fusão das pontas de cada hifa das hifas estéreis, que se tornam catenuladas
curtas 3–4,5 × 1,5–2,25 μm; superfície do epihimenio contendo células reticuladas.
Himênio (44–)45–63,7(–67,62) μm de comprimento, dividido em várias cavidades; hifas
Hifas estéreis com 1,5–2,5(–3) μm de largura formando colunas largas estéreis com (27–
)27,5–37,5 μm de espessura, pigmentadas de marrom a marrom escuro.
Fiálides 1,5–2 μm de largura, firmemente presas, os lócus conidiogênicos
encontram-se nas bases das fiálides, o alongamento das hifas estéreis rompe as pontas,
extremidades das fiálides, formando uma cavidade sobre as pontas extremidades
quebradas. Conídios 2,8–3,0 × 1,5 μm, hialinos, cilíndricos formados endogenamente nas
fiálides, 10–12 em cada, truncado, catenato. Células basais 8–10(–10,5) x 6–6,5(7) μm,
forma largamente clavada a ovóide. Subhimenio (20–)24,5–35(–39,2) μm de
comprimento. Haustórios (14–)22–25 x 1–2 μm. A superfície do epihimenio é reticulada.
De acordo com Khan & Kimbrough (1974a), a outra espécie do gênero, M.
crustosa, difere de M. silvestrii por possuir fiálides mais longas, esporocarpo mais
espesso, locos conidiogênicos situados nas bases das fiálides, epimênio com superfície
reticulada, e hifas estéreis formando colunas menos largas no himênio.
Ao descrever M. silvestrii, Colla (1929) notou similaridades morfológicas com
Termitaria, mas concluiu que o himênio divergia significativamente, sendo fechado em
cavidades especiais em número de oito ou dez, formadas por hifas estéreis em M.
silvestrii, e circundadas por hifas estéreis formando uma circunferência por todo o fungo
em Termitaria.
Os autores Hyde et al. (2011) consideraram Mattirolella na ordem Ophiostomatales
Benny & Kimbr. na família Kathistaceae Malloch & M. Blackw. ao lado de Termitaria e
46
Termitariopsis M. Blackw., Samson & Kimbr. Algumas das características que os
distinguem foram apresentadas por Blackwell et al. (1980), como a espessura das células
da camada basal, com paredes totalmente espessas em Termitariopsis cavernosa e
Mattirolella, enquanto apenas algumas são assim em Termitaria, outra divergência é a
camada e epihimenial que caracteriza Mattirolella, e a estrutura esporodoquial interna é
diferente entre todos esses gêneros, onde Termitaria possui apenas fialoconídios,
Mattirolella possui fialoconídios e colunas de hifas estéreis que formam câmaras, e T.
cavernosa possui macronídios oriundos de uma camada himenial baixa.
Recentemente, Wijayawardene et al. (2018) e Hyde et al. (2020) incluíram em
Kathistaceae Kathistes Malloch & M. Blackw. além de Mattirolella e Termitariopsis. O
primeiro gênero acomoda os ascomicetos K. calyculata Malloch & Blackwell, K.
analemrnoides Malloch & Blackwell e Pyxidiophora fimbriata Barrasa & Moreno, todos
associados a artrópodes para dispersão em esterco, mas com relação de parasitismo ou
associação com térmitas desconhecida, ao contrário dos demais gêneros. A morfologia
semelhante é responsável por incluir Mattirolella e Termitariopsis em Kathistaceae
(Blackwell et al., 1980; Hyde et al., 2020), uma vez que apenas Kahtistes possui dados
de sequência disponíveis (Wijayawardene et al., 2018).
CONCLUSÕES
A ampliação de coletas e análises dos hospedeiros de Mattirolella, pode esclarecer
a distribuição do gênero no Brasil, sabendo que Rhinotermes marginalis está presente em
diversas regiões do país (Mathews, 1977; Constantino, 1991; Constantino, 1998;
Bandeira et al., 2003), e Nasutitermes possui elevada ocorrência na América do Sul
(Araujo, 1970). Desse modo, um conhecimento maior da riqueza e da diversidade de
fungos pode ser importantepara futuras políticas de proteção ambiental. Esse trabalho traz
o registro de M.silvestrii para o Brasil, mostrando a importância dos inventários de fungos
no semiárido brasileiro e ampliando o acervo micológico do herbário Lauro Pires Xavier.
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WIJAYAWARDENE N.N., et al. 2018. Outline of Ascomycota: 2017.Fungal Diversity
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48
PJMG05 - SELEÇÃO DE LEVEDURAS
BIOCONTROLADORAS AO MAL-DO-PÉ
DA BATATA-DOCE
1 2
Letícia Rebeca de Araújo Barros ; Thaís Regina Pintino de Almeida ; Elder
1 1 1
Felipe de Moura Silva ; Odaiza Fabiana Gomes Ferreira & Delson Laranjeira .
1
Departamento de Agronomia, UFRPE.
Autor para correspondência: leticia.rebeca22@gmail.com
INTRODUÇÃO
A batata-doce, Ipomea batatas L. (Lam.) faz parte da família Convolvulaceae, do
grupo das dicotiledôneas (PEREIRA, 2011). O Nordeste é a região de maior produção
de batata-doce no Brasil, representa 40,77% da produção do país (IBGE, 2021).
Muitos fatores fitossanitários causam prejuízos a cultura da batata-doce, a
principal doença que afeta a cultura é o mal-do-pé da batata-doce. A doença mal-do-pé é
atribuída ao fungo Diaporthe destruens, porém, no trabalho de ALMEIDA (2020), várias
espécies do gênero Diaporthe foram reconhecidas como agentes causadores dessa
doença, aumentando a complexidade domanejo fitossanitário. Diaporthe destruens causa
sintomas como amarelecimento, murcha e morte das folhas basais, anelamento do caule
e, com isso, impede a absorção de água e nutrientes através dos vasos condutores,
podendo causar podridão nos tubérculos, tornando inviável a produção de mudas e
comercialização (PEREIRA et al., 2011).
O controle biológico tem se tornado uma alternativa ao manejo da doença, tendo
em vista que não há produtos químicos registrados no Ministérioda Agricultura Pecuária
e Abastecimento (MAPA). As leveduras são microrganismos potenciais para a inibição
do crescimento de fungos fitopatogênicos, pois utilizam mecanismos de ação que as
tornam capazes de inibir ou retardar o crescimento do patógeno, tendo como principais a
competição por espaço e nutrientes e a antibiose. São de fácil produção e cultivo in vitro,
apresentam alta proliferação e colonização, além dos compostosque produzem, podendo
ser voláteis ou não (BETTIOL et al., 2012). Assim, o estudo sobre leveduras capazes de
controlar o crescimento do patógeno causado do mal-do-pé da batata-doce torna-se viável
e essencial para atingir um manejo eficaz da doença.
OBJETIVOS
Selecionar leveduras potencialmente biocontroladoras ao agente casual do mal-
do-pé em batata-doce.
METODOLOGIA
Teste de cultivo em conjunto IN VITRO
Para obtenção da porcentagem de inibição de crescimento micelial - PIC% foi
realizado o teste de cultivo em conjunto. Foram utilizadas cinco leveduras (LCB13,
LFB23, LCB22, LCB15B E LCB11) e um fungicida (TENAZ 250 SC), contra cinco
isolados patogênicos (CFS 1025, CFS 1039, CFS 1139).
As leveduras, foram obtidas através do isolamento de folhas e caule de plantas
sadias de batata-doce, realizou-se o corte em 6 fragmentos da folha e 8 fragmentos do
49
caule, depositou-os separadamente em tubos de ensaio contendo água destilada
esterilizada ADE – (10ml) e adicionou cloranfenicol (50mg L-1). Realizou-se a agitação
em banho de ultrassom durante 25 minutose colocados em vórtex durante 30 segundos.
Em sequência, alíquotas de 0,1mL de suspensão foram retiradas e colocadas em placas
de Petri contendo meio de cultura Yeast Extract-Peptone-Dextrose (YEPD+ágar) e foram
mantidas em temperatura de 25±2°C durante um período de 72 horas. As leveduras foram
mantidas e preservadas em óleo mineral (28±2°C) e pelo método de Castellani (1939).
Os isolados patogênicos foram obtidos da Coleção Micológica do Laboratório de
Fungos do Solo da Universidade Federal Rural de Pernambuco – CFS LAFSOL. Os
fungos foram obtidos através de plantas com sintomas característicos do mal-do-pé da
batata-doce. Os isolados CFS 1025 e CFS 1039 têm características morfológicas
semelhantes aos fungos do gênero Diaporthe sp. No entanto o isolado CFS 1139 não pode
ser classificado previamente, baseado nas características morfológicas, por conter
semelhanças entre gêneros diferentes.
O fungicida Tenaz é regulamentado pelo MAPA para controle da mancha foliar
da batata-doce, que tem como agente causal Diaporthe ipomoea- batatas. Cada levedura
foi semeada em placas de Petri contendo meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar (BDA),
e sobre a área de semeio, foi depositado um disco contendo estrutura micelial do isolado
de Diaporthe sp. de aproximadamente (Ø = 0,5 mm). O tratamento com o fungicida Tenaz
foi realizado com 1mL/placa, foi espalhado na concentração indicada pelo fabricante. O
tratamento controle consistiu no deposito da estrutura micelial do isolado patogênico,
sobre o meio BDA, na ausência de leveduras. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado com cinco leveduras sobre três isolados
patogênicos, e cinco repetições.
Realizou-se as avaliações durante quatro dias, a cada 24 horas, através da medição
dos diâmetros das colônias nos dois sentidos perpendiculares entre si, assumindo-se
como valor de crescimento a média dos dois eixos. Com base nisso, calculou-se o índice
de velocidade de crescimento micelial – IVCM, (mm dia-1) e a porcentagem de
crescimento micelial – PIC (%), através das equações:
𝐈𝐕𝐂𝐌=Σcf−ci/t 𝐏𝐈𝐂=Cc−Cf/Cc∗100
Onde: Ci = crescimento inicial, Cf = crescimento final, Cc = Crescimento final
tratamento controle e t = intervalo de avaliação. Os resultados de IVCM e PIC foram
submetidos a análise de variância, e quando significativa, pelo Teste Tukey a 5% de
probabilidade, para determinação dos tratamentos mais eficientes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cultivo em Conjunto IN VITRO
No isolado CFS1039 (Figura 1), as leveduras LCB13, LCB22, e LFB15b inibiram
o crescimento do patógeno, durante todos os dias avaliados. Em contrapartida o fungicida
controlou, apenas, nas primeiras 24 horas do experimento (Figura 1.A). Indicando que as
leveduras LCB13, LCB22, e LFB15b detém um potencial biocontrolador superior ao
fungicida. As leveduras LFB23 e LCB11 não inibiram o crescimento do patógeno, mas,
promoveram ação negativa sobre o desenvolvimento in vitro, quando comparado ao
tratamento controle, ou seja, não são eficientes no controle de crescimento, mas produzem
uma significativa redução no desenvolvimento micelial, que somado a pesquisas futuras
podem ser importantes para auxiliar o manejo da doença.
50
Figura 1. Isolado 1039. A. Gráfico de Indice de velocidade de crescimento micelial do patógeno CFS 1039,
submetido aos tratamentos com as leveduras e fungicida. B. Cultivo conjunto do isolado CFS 1039 com as
leveduras LCB13, LFB23, LCB22, LFB15b, LCB11 e o tratamento controle.
No isolado CFS 1025 (Figura 2), todos os tratamentos com leveduras e com o
fungicida promoveram valores de PIC de 100% (Figura 2A). Todas as leveduras avaliadas
mostraram-se eficientes na inibição do crescimento micelial in vitro do patógeno CFS
1025.
Figura 2. Isolado 1025. A. Gráfico de Índice de velocidade de crescimento micelial do patógeno CFS 1025,
submetido aos tratamentos com as leveduras e fungicida. B. Cultivo conjunto do isolado CFS 1025 com as
leveduras LCB13, LFB23, LCB22, LFB15b, LCB11 e o tratamento controle.
Figura 3. Isolado 1139. A. Gráfico de Indice de velocidade de crescimento micelial do patógeno CFS 1139,
submetido aos tratamentos com as leveduras e fungicida. B. Cultivo conjunto do isolado CFS 1139 com as
leveduras LCB13, LFB23, LCB22, LFB15b, LCB11 e o tratamento controle.
51
Os resultados mostraram que o valor médio de porcentagem de inibição de
crescimento micelial variou entre 34,2 a 74,3%, apenas a levedura LCB11 apresentou um
valor de PIC inferior a 50%. A levedura LCB22 obteve o valor de PIC mais expressivo,
dentre as leveduras avaliadas quatro atingiu 100% de PIC, e uma 54,03% de PIC.
O potencial biocontrolador das leveduras analisadas, relaciona-se com os
mecanismos de ação como a antibiose, competição por espaço e nutrientes. Foi possível
avaliar que as leveduras se estabeleceram no meio de cultivo BDA e impediram o
crescimento do patógeno. Assim, a competição pode ser um dos principais mecanismos
que influenciaram na eficiência das leveduras sobre os patógenos.
Estudo relacionado com a doença podridão-de-esclerócios em feijão - caupi,
causada pelo fungo Sclerotium rolfsii, avaliou cinco isolados de Kodamaea ohmeri,
através do cultivo pareado, constatou o potencial biocontrolador em um isolado de
levedura, que inibiu o crescimento de dois dos três isolados patogênicos testados (Souza,
2013). Essa levedura foi associada a substâncias antibióticas produzidas em maior
quantidade, com relação aos demais isolados de leveduras testados (Souza, 2013).
CONCLUSÕES
As leveduras avaliadas mostraram-se eficientes no controle in vitro do agente
causal do mal-do-pé da batata-doce, promovendo um alto potencial de inibição de
crescimento micelial dos isolados patogênicos testados.
As leveduras caracterizadas nesse trabalho poderão ser empregadas futuramente,
em novos estudos para a utilização efetiva delas como biocontroladores do mal-do-pé em
batata-doce.
A possibilidade de biocontrole do Diaporthe sp., utilizando leveduras, configura
uma ferramenta importante para o manejo dessa doença, bem como para o
desenvolvimento da agricultura no país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, T.R.P., et al. 2020.First report of Diaporthe kongii causing foot rot on Sweet
Potato in Brazil. Plant Disease, American Phytopathological Society (APS Press) St. Paul
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(Comunicado técnico / Embrapa Hortaliças, ISSN 1414.9850; 79).
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podridão-de-esclerócio em feijão caupi. 2013. 101 f. Dissertação (Doutorado em
Fitopatologia) - Universidade Federal Rural dePernambuco, Recife.
52
PRÊMIO JOVEM
MICOLOGISTA MARIA
AUXILIADORA DE
QUEIROZ CAVALCANTI
Candidatos Pós-Graduação
53
PJMPG01 - UTILIZAÇÃO DE BIOMASSA
FÚNGICA OLEAGINOSA COMO
MATÉRIA-PRIMA PARA A PRODUÇÃO
DE ÉSTERES ETÍLICOS: OTIMIZAÇÃO
DAS CONDIÇÕES REACIONAIS POR
PLANEJAMENTO FATORIAL
Heitor Buzetti Ssimões Bento1; Cristiano Eduardo Rodrigues Reis2; Daniela
Araujo Braga3; José Vitor Lacerda Souza3; Bruno Chaboli Gambarato4; Heizir Ferreira
De Castro5 &Ana Karine Furtado De Carvalho3,5
1 Escola de Ciências Farmacêuticas-UNESP, São Paulo, Brasil.
2 EARTH University, Guácimo, Limón, Costa Rica.
3 Biotecnologia, Instituto de Química-UNIFAL, Brasil.
4 Universidade de Volta Redonda-UNIFOA, Rio de janeiro, Brasil.
5 Escola de Engenharia de Lorena-USP, São Paulo, Brasil.
Autor para correspondência: ana.furtado@unifal-mg.edu.br
INTRODUÇÃO
A produção de biodiesel via transesterificação direta de biomassa microbiana
oleaginosa tem sido apontada como uma alternativa que apresenta vantagens técnico-
econômicas ao integrar as etapas de extração e reação, diminuindo os custos globais do
processo. Esta técnica, alinhada a utilização de meios de cultivo de baixo custo para a
produção de lipídios, representa uma importante ferramenta para viabilizar a
implementação industrial de síntese de biodiesel microbiano (Carvalho et al., 2018).
Apesar de catalisadores homogêneos serem relatados como eficientes na obtenção
de ésteres via transesterificação direta de biomassa microbiana atingindo elevados
rendimentos, o uso de catalisadores heterogêneos apresentadiversas vantagens que podem
contribuir na viabilização do estabelecimento doprocesso em escala industrial, como a
facilidade de recuperação e reutilização,diminuindo também os custos de purificação
do produto final. O catalisador heterogêneo H3PMo/Al2O3 apresenta comprovada
eficiência na transesterificação de lipídios de Mucor circinelloides URM 4182 (Micoteca
da Universidade Federal de Pernambuco), e se destaca como uma adequada alternativa
para aplicação em lipídios de elevada acidez (Bento et al., 2020; Conceição et al., 2019).
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da razão molar e da
concentração de catalisador heterogêneo H3PMo/Al2O3 na transesterificação direta do
fungo oleaginoso Mucor circinelloides URM 4182, visando obter as condições adequadas
para atingir teor de ésteres acima dos limites estabelecidos pela ANP (96,5%).
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi estabelecer as condições que maximizam a obtenção
de biodiesel a partir da transesterificação direta da biomassa do fungooleaginoso Mucor
54
circinelloides URM 4182 com etanol utilizando como catalisador ácido molibdofosfórico
impregnado em alumina (H3PMo/Al2O3).
METODOLOGIA
A biomassa oleaginosa de Mucor circinelloides URM 4182 (cepa adquirida da
micoteca da Universidade Federal de Pernambuco) foi cultivada em meio composto por
melaço de cana-de-açúcar suplementada com nutrientes de acordo com metodologia
estabelecida (Bento et al. 2020), e submetida à transesterificação direta, sem prévia
extração do lipídio, de acordo com planejamento fatorial de face centrada. Todas as
reações foram efetuadas em reator pressurizado de aço inoxidável (Parr Series 5500
Reactor) a 200 ºC por 6h. O catalisador heteropoliácido suportado em alumina
(H3PMo/Al2O3) foi preparado conforme descrito (Conceição et al., 2019) e utilizado em
concentrações em relação à massa de lipídios presentes na biomassa entre 5 a15% em
meios constituídos de biomassa úmida (~35%) e etanol numa proporçãomolar em relação
ao lipídio entre 60 a 120. Os produtos obtidos foram recuperados por centrifugação e
purificados por via seca. O teor de ésteres foi determinado por espectroscopia de
ressonância magnética nuclear (RMN1H) utilizando espectrômetro Varian, modelo
Mercury-300 MHz (Carvalho et al., 2018). Os dados do planejamento foram analisados
por metodologia de superfície de resposta de face centrada com auxílio do software
Statistica versão12 (StatSoft Inc., USA).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O cultivo de Mucor circinelloides URM 4182 forneceu 11,2 g L-1 de biomassa (base
seca) contendo 29% de lipídios (Bento et al., 2020). A matriz experimental juntamente
com os dados obtidos apresentados na Tabela 1 indicam que o catalisador empregado
(H3PMo/Al2O3) foi capaz de fornecer elevados teores de ésteres (91,9-96,6% m/m) em
todas as condições aplicadas, sendo o teor mais elevado obtido nos níveis mais altos
(razão molar = 120:1 e catalisador = 15%). Na análise de variância obtida (Tabela 2),
verifica-se que os efeitos de todos os termos analisados (lineares, quadráticos e de
interação) foram significativos a 95% de confiança, indicando a influência dos parâmetros
estudados no teor de ésteres do produto final. De acordo com os dados gerados, foi
possível propor um modelo estatístico indicado pela Equação 1 que apresentou
coeficiente de correlação R²=0,99566.
Na superfície de resposta gerada a partir do modelo proposto (Figura 1) observa-se
que o aumento de ambas variáveis (concentração de catalisador e da razão molar)
favorece a formação de ésteres de etila. A influência positiva do aumentoda razão molar
pode estar relacionada com o fato de que uma maior proporção de etanol aumenta sua
disponibilidade no meio para atuar simultaneamente como solvente de extração e agente
acilante, sem que o consumo na reação diminua a eficiência de extração.
y=84,851+0,131*X1-0,001* X1²+0,184*X2-0,011* X2²+0,003* X1* X2
(1)
Em que: y = teor de ésteres no produto (% m/m); X1=razão molar (álcool: lipídio);
X2= concentração de catalisador (% m/m).
55
Tabela 1. Matriz experimental e teor de ésteres obtidos na transesterificação direta debiomassa de M.
circinelloides URM4182 de acordo com o planejamento fatorial
Variáveis Independentes (Fatores) Variável dependente
(Resposta)
Exp Razão Molar Catalisador (%) Teor de ésteres
X1 X2 (%)
1 + 120 + 15 96,6
2 + 120 - 5 93,7
3 - 60 + 15 93,2
4 - 60 - 5 91,9
5 0 90 0 10 94,5
6 0 90 0 10 94,7
7 0 90 0 10 94,8
8 + 120 0 10 95,6
9 - 60 0 10 92,8
10 0 90 + 15 95,6
11 0 90 - 5 93,4
56
Figura 1. Superfície de resposta do modelo proposto pelo planejamento aplicado atransesterificação direta
de M. circinelloides URM4182.
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos indicaram influência positiva do aumento da proporção do
etanol e da concentração de catalisador H3PMo/Al2O3 no teor de ésteres de etilado produto
obtido por transesterificação direta da biomassa oleaginosa de Mucor circinelloides URM
4182. A análise estatística revelou que a melhor condição reacional dentro do intervalo
estudado é de razão molar etanol:lipídio igual a 120:1 e 15% de concentração mássica de
catalisador, que forneceu 96,6% de teor de ésteres, atendendo aos limites especificados
pela ANP (≥96,5%). Esses resultados sugerem que a técnica é promissora no
estabelecimento de um processo de interesse industrial que apresenta como vantagem a
associação das etapas de extração e conversão do lipídio, diminuindo os custos globais
de produção do biodiesel microbiano.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a valiosa orientação e mentoria da Profa. Dra. Heizir Ferreira
De Castro (in memoriam). CAPES (Código de financiamento 001) e CNPq (processo n.
433248/2018-1) pelo apoio financeiro.
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58
PJMPG02 - COMPORTAMENTO
MICELIAL DE Curvularia eragrostidis SOB
A AÇÃO DE LEVEDURA DO INHAME
1 2
Igor Alexsander de Melo Pimentel ; Sérgio Batista Ramos ; Dionísio Gomes
1 1 1
1
Kór ; Elder Felipe De Moura Silva ; Iwanne Lima Coelho & Delson Laranjeira
1Departamento de Fitossanidade, PPGF, UFRPE.
2Departamento de Antibióticos, PPGBiotec, UFPE.
Autor para correspondência: igor.alexsander.ufrpe@gmail.com
INTRODUÇÃO
O inhame (Dioscorea spp.) é um dos principais alimentos em regiões tropicais
(Mafra, 1986). Dentre as 600 espécies do gênero Dioscorea, somente algumas produzem
túberas comestíveis e, portanto, são cultivadas destacando-se D. cayennensis, D. alata,
D. rotundata e D. esculenta (COPR, 1978). Nos campos brasileiros, a produção do
inhame concentra-se principalmente na região Nordeste, onde é cultivado com baixos
níveis tecnológicos, fator que limita o alcance de uma produtividade regular (Mendes,
2005).
De acordo com Leite (2018), além da anteriormente citada, as limitações de
produtividade estão relacionadas à ocorrência de doenças, destacando-se a pinta-preta
(PP) ou queima-das-folhas, causada pelo fungo Curvularia eragrostidis, cujos sintomas
caracterizam-se por manchas foliares necróticas, de coloração marrom-escura,
circundadas por um halo amarelo. Esse patógeno ocorre nas áreas de produção durante
todo o ano, podendo atingir alta incidência e severidade, reduzindo em torno de 35 a 40%
o peso das túberas comerciais (Moura, 2005).
O controle da PP é realizado, principalmente, por meio de pulverizações com
fungicidas à base de iprodione, mancozeb e tebuconazol (Ramos, 1991; Moura, 2005).
Mesmo sendo uma medida convencional utilizada pelos produtores, o uso intensivo de
fungicidas representa riscos significativos ao ambiente e a saúde humana. Dessa forma,
medidas alternativas de controle, passiveis de aplicação no manejo da PP, têm sido
estudadas, com destaque ao controle biológico.
As leveduras destacam-se como promissores agentes de biocontrole, pois podem
desempenhar diferentes mecanismos antagônicos e formar uma barreira protetora na
superfície foliar, desempenhando controle biológico sobre diversos microrganismos
prejudiciais a planta. Atualmente as leveduras do gênero Candida, Rhodotorula e
Sporothrix, vem sendo bastante utilizadas com sucesso como agentes biocontroladores de
fungos fitopatogênicos (El Tarabily & Sisvasithamparam, 2006; Fokkema et al., 1979).
OBJETIVOS
Observar os efeitos de leveduras sobre o desenvolvimento in vitro de Curvularia
eragrostidis e selecionar leveduras antagonista, potencialmente biocontroladoras.
METODOLOGIA
Obtenção e manutenção da Curvularia eragrostidis e leveduras
59
O isolado CMM 996, obtido a partir de folhas de inhame-da-costa com sintomas
de pinta-preta, foi cedido pela Coleção de Cultura Micológica Prof.ª Maria Menezes, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. As leveduras, obtidas a partir de
folhas assintomáticas de inhame-da-costa, foram cedidas pelo Laboratório de Fungos de
Solo – CFS, do Laboratório de Fungos de Solo da Universidade Federal Rural de
Pernambuco – LAFSOL/UFRPE.
O fungo C. eragrostidis foi recuperado do tubo de preservação para placasde Petri,
contendo meio de cultivo batata, dextrose e ágar – BDA (Kasvi®, São José dos Pinhais,
Brasil). As leveduras foram recuperadas, a partir de tubos de preservação, por
transferência de suspensão de células para placas com meio extrato de levedura, peptona,
dextrose e ágar - YPD ágar (Sigma Aldrich, USA). As placas foram acondicionadas por
cinco dias, a 28 ± 2 °C, sob fotoperíodo de 12h e utilizadas nos testes de crescimento da
Curvularia sob ação das leveduras.
Análise de dados
As diferenças de biocontrole desempenhadas por leveduras sobre o
desenvolvimento de C. eragrostidis foram inferidas por análises de variância – ANOVA
das médias de DCM e PIC, entre os tratamentos (20 leveduras). Nas análises
significativamente diferentes (p ≤ 0,05), as médias foram comparadas pelo teste Scott
knott a 5 % de probabilidade, utilizando software Sisvar v 5.6.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 21 leveduras, 16 desempenharam controle significativo (Figura 1),
destacando-se as leveduras Y085, Y016, Y089 e Y052B por apresentar as menores
60
médias de DCM e maiores índices de PIC, proporcionando uma inibiçãoda C. eragrostidis
maior que 70% em relação ao controle.
Diante dos resultados, inferimos que as leveduras destacadas possuem ação
antagônica a C. eragrostidis CMM 996, que pode estar relacionada a competição
nutricional e/ou espacial in vitro ou, ainda, com a produção e liberação de substância
específicas no meio ou de substâncias voláteis liberadaspor esses antagonistas.
Diferentes gêneros e espécies de leveduras podem competir e/ou produzir
compostos antagônicos a fungos patogênicos, como por exemplo, espécies pertencentes
de Candida e Rhodotorula, que desempenharam ação biocontroladora por meio de
compostos voláteis e antibiose sobre fitopatógenos fúngicos (El Tarabily &
Sisvasithamparam, 2006). Outro exemplo é observado nos resultados de El Mehalawy
(2004), no qual são citados dez compostos químicos, de diferentes pesos moleculares,
presentes em filtrados de C. steatolytica, capazes de inibir o crescimento de fungos
fitopatogênicos.
Nas condições experimentais citadas, o estímulo e/ou inibição do crescimento
micelial e germinação de esporos fúngicos depende de um conjunto de eventos
correlacionados, uma vez que a atividade microbiana e os fatores ambientais são
interligados (Farias, 2008).
A seleção de leveduras antagônicas, potencialmente biocontroladoras às doenças
incidentes no inhame, representa grande importância diante da possibilidade futura de
utilização agrícola desses organismos, sem riscos ao meio ambiente e a saúde dos
consumidores.
Figura 1. Ação biocontroladora de leveduras sobre o diâmetro de crescimento micelial – DCM (cm) (A) e
porcentagem de inibição de crescimento micelial – PIC (%) (B) de Curvularia eragrostidis (CMM 996),
durante dez dias de cultivo in vitro. Nota: As colunas representam as médias de DCM (A) e PIC (B) e as
barras sobre as colunas os valores do erro padrão para cada média; diferentes letras maiúsculas, sobre as
colunas, representam diferenças significativas (p≤0,05) pelo teste de Scott knott a 5% de probabilidade, em
DIC.
61
CONCLUSÕES
A microbiota do inhame pode ser uma fonte de leveduras potencialmente
biocontroladoras e essas leveduras podem apresentar índices elevados de controle
inibindo o desenvolvimento de C. eragrostidis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RAMOS, J. E. L. Estudos sobre a etiologia da queima das folhas do inhame (Dioscorea
cayennensis Lam.) e eficiência dos fungicidas mancozeb e iprodione no controle
dadoença. 1991. 101p. Dissertação - Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife
-PE.
62
PJMPG03 - AÇÃO DO FUNGICIDA
PROCIMIDONA SOBRE O
DESENVOLVIMENTO IN VITRO de
Alternaria alternata, AGENTE CAUSAL DA
MANCHA-DE-ALTERNARIA
1 1
Igor Alexsander de Melo Pimentel ; Marcelo Garcia Oliveira ; Sergio Batista
2 1 1
Ramos ; Iwanne Lima Coelho & Delson Laranjeira
1Departamento de Fitossanidade, PPGF, UFRPE.
2Departamento de Antibióticos, PPGBiotec, UFPE.
Autor para correspondência: igor.alexsander.ufrpe@gmail.com
INTRODUÇÃO
Os fungos do gênero Alternaria causam doenças em culturas agrícolas de
importância mundial, abrangendo, aproximadamente, 300 espécies relatadas em uma
ampla gama de plantas hospedeiras (Trkulja et al., 2020). Os fungos deste gênero podem
causar doenças economicamente importantes, como cancro do caule, queima das folhas
ou mancha-de-alternaria (Thomma, 2003). A mancha-de-alternaria (MDA) é a doença
mais comum, causada principalmente por: Alternaria alternata, A. brassicae e A.
raphani. A Alternaria alternata pode incidir sobre a planta em qualquer estádio de
desenvolvimento, colonizando as folhas, caule e frutos, reduzindo o potencial
fotossintético da planta, e consequentemente sua produção.
No campo, este patógeno sobrevive em restos de cultura, em plantas hospedeiras
alternativas e em sementes infectadas ou contaminadas (Gadhi et al., 2020). Há poucas
variedades comerciais de culturas resistentes e a capacidade de adaptação e sobrevivência
deste patógeno favorece o uso do controle químico no manejo desta doença no campo.
(Wang, 2021).
Os fungicidas protetores iprodiona e procimidona, do grupo do grupo
dicarboximida (DCFs), apresentam eficácia no controle de Alternaria spp. As
dicarboximidas inibem a germinação dos conídios e o crescimento micelial, atuando na
célula fúngica por bloqueio da atividade da enzima NADH citocromo redutase, que
culmina com a peroxidação fosfolipídeos constituintes das membranas plasmáticas e
mitocondriais (Töfoli et al., 2013). Mesmo apresentando ótimo desempenho no controle
da mancha de Alternaria, o uso contínuo e exacerbado desse composto químico tem
ocasionado elevada pressão de seleção de linhagens resistentes, culminando no
surgimento frequentemente de Alternaria alternata resistente a procimidona,
principalmentenos cultivos de plantas da família Apiaceae (Kim, E.; Lee, H. M.; Kim, Y.
H., 2017).
OBJETIVOS
Avaliar o efeito de doses do fungicida procimidona sobre o crescimento in vitro de
Alternaria alternata, e classificar seu efeito fungitóxico sobre os isoladosutilizados.
63
METODOLOGIA
Obtenção e manutenção da Alternaria alternata
Os isolados CFS 140,CFS 076 e CFS 026 foram cedidos pela Coleção de Fungos
de Solo – CFS, do Laboratório de Fungos de Solo da Universidade Federal Rural de
Pernambuco LAFSOL/UFRPE. Discos cilíndrico de meio PDA, contendo estruturas de
Alternaria alternata (0,5 cm Ø), foram transferidos do tubo de preservação e depositados
em placas de Petri, sobre o meio de cultivo batata, dextrose e ágar BDA (Kasvi®, São
José dos Pinhais, Brasil). As placas foram acondicionadas por sete dias, a 28 ± 2 °C, sob
fotoperíodo de 12 h e utilizadas nos testes de crescimento sob diferentes doses dos
fungicidas.
Análise de dados
As diferenças de ação inibitória das doses de procimidona, em relação ao
desenvolvimento dos isolados de A. alternata, foram inferidas por análises de variância –
ANOVA em fatorial 3x6 (3 isolados x 6 doses) das médias de DCM e PIC. Nas análises
significativamente diferentes (p ≤ 0,05), as médias foram comparadas pelo teste Scott
knott a 5 % de probabilidade, utilizando software Sisvar v5.6.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
64
Em todos os isolados testados, quando comparados com o controle, observou-se
efeito significativo sobre o diâmetro de crescimento micelial – DCM e porcentagem de
inibição do crescimento micelial – PIC. Em relação as dosagens avaliadas, observou-se
que todas as concentrações do fungicida procimidona produziram redução no crescimento
de Alternaria alternata, destacando-se as dosagens 1500, 375 e 97,5 ppm por
apresentar maiores valores de redução no crescimento micelial e porcentagem de inibição
superior a 50% para os isolados CFS 076 e 026 e acima de 70 % para CFS 140. Todos os
isolados utilizados apresentaram os valores de CE50 que indicam fungitoxicidade
moderada a procimidona (Tabela 1).
Em relação ao comportamento do desenvolvimento micelial de CFS140 (Figura
1), 076 (Figura 2) e 026 (Figura 3), percebe-se uma redução de desenvolvimento
provocada pelo fungicida, durante todo o período de avaliação após a exposição ao
químico, em todas as dosagens utilizadas.
Esses resultados sugerem que os isolados de Alternaria alternata, utilizados nesse
trabalho, apresentam sensibilidade moderada in vitro ao fungicida procimidona e tem seu
desenvolvimento micelial afetado, mesmo quando expostos a baixas dosagens, em
relação a dose regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
– MAPA. Semelhante observação foi feita por Kim et al (2017), ao analisar as alterações
morfogenéticas de Alternaria alternata exposta a dicarboximida.
De acordo com Wang et al (2021), os fungicidas DCFs são eficientes no controle
da Alternaria e tem sido amplamente usado por décadas na China, no entanto há uma
crescente preocupação sobre a redução dessa eficácia. O surgimento de linhagens
resistente ao DCFs vem sendo relatada desde 2004, para várias espécies de Alternaria,
incluindo A. alternata (Dry et al., 2004). Pesquisas recentes relatam que A. alternata
apresentou resistência a DCFs emcampos comerciais de brócolis em Yancheng, província
de Jiangsu, China (Wang et al., 2021).
* A dose de 1500 ppm representa a dosagem regulamentada para o controle de A. dauci em cenoura e o tratamento 0
ppm representa a ausência do fungicida.
** Valores médios de DCM ± valores de desvio médio. Em sobrescrito, diferentes letras maiúsculas, na linha, e letras
minúsculas, na coluna, representam diferenças significativas (p≤0,01) pelo teste de Scott knott a 5% de probabilidade,
em DIC.
*** Valores médios de PIC ± valores de desvio médio. PIC foi determinado segundo a equação: 𝑃𝐼𝐶 = 𝐶𝑐−𝐶𝑡 ∗ 100,
sendo 𝐶𝑐
Cc = Crescimento do controle; Ct = Crescimento tratamento. Em sobrescrito, diferentes letras maiúsculas, na linha, e
letras minúsculas, na coluna, representam diferenças significativas (p≤0,01) pelo teste de Scott knott a 5% de
probabilidade, em DIC.
CE50 = Concentração efetiva capaz de inibir 50% do crescimento micelial.
Fungitoxicidade: CE50<1 ppm = Alto; 1< CE50< 50 ppm = Moderada; CE50 > 50 = não tóxico.
65
Figura 1. Diâmetro de crescimento micelial – DCM (cm) dos isolados CFS 140, CFS026 e CFS 076,
em intervalo de 2; 4; 6; 8;10 dias, sob ação das dosagens (1500; 375; 97,5; 24; 6; 0/Controle) do fungicida
procimidona.
CONCLUSÕES
Os isolados de A. alternata, utilizados nesse estudo, apresentaram fungitoxicidade
moderada ao fungicida procimidona e doses a partir de 24 ppm promovem, pelo menos,
50% de porcentagem de inibição do crescimento micelial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADHI, M. A.; NIZAMANI, Z. A.; JATOI, G. H.; ABRO, M. A.; KEERIO, A. U.;
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Alternaria alternata isolates highly resistant to procymidone from broccoli and cabbage.
Phytopathol Res 3, 15 (2021).
66
PJMPG04 - PERFIS DE VIRULÊNCIA DE
ESPÉCIES DE Lasiodiplodia, CAUSANDO
PODRIDÃO EM ABACATE (Persea
americana Mill)
1 2
Sérgio Batista Ramos ; Igor Alexsander de Melo Pimentel ; Marcelo Garcia De
2 2 2
Oliveira ; Iwanne Lima Coelho & Delson Laranjeira
1Departamento de Antibióticos, PPGBiotec, UFPE.
2Departamento de Fitossanidade, PPGF, UFRPE.
Autor para correspondência: sergiobaptistaramos@gmail.com
INTRODUÇÃO
Lasiodiplodia é um fungo pertencente ao filo Ascomycota, presente
geograficamente em todo o mundo com maior importância de ocorrência em regiões
tropicais e subtropicais (Philips et al., 2013; Mehl et al., 2017). Muitas espécies de
Lasiodiplodia são, frequentemente, associadas a doenças em plantas como podridão de
frutas e de raízes, morte e cancro (Slippers &Wingfield, 2007). Por isso, a incidência de
Lasiodiplodia representa preocupação para a fruticultura nordestina, uma vez que essas
espécies podem ocasionar a seca descendente, o cancro em ramos, caules e raízes, lesões
em estacas, folhas, frutos e sementes, além de apresentar alta disseminação por
sementes, propágulos de origem vegetal e porta-enxerto (Cardoso et al., 1998).
Tipicamente, a podridão causada por Lasiodiplodia é caracterizada por necroses
escuras, com desenvolvimento inicial na região peduncular, com apresença de micélio
fúngico na superfície do fruto (Fischer et al., 2019). A podridão dos frutos é uma
doença quiescente na qual a infecção pode ocorrer durante o desenvolvimento dos frutos,
mas os sintomas são evidenciados apenas durante a fase de maturação. Desse modo,
um fruto aparentemente sadio pode apresentar sintomas da doença durante o
armazenamento e/ou comercialização (Fischer et al., 2019).
Em frutos climatéricos, como o abacate, as condições para o desenvolvimento da
podridão estão relacionadas a eventos fisiológicos como: o aumento da produção do
etileno, modificações no teor de lipídios e na textura que desencadeia degradação das
células do mesocarpo, diminuição do amido e aumento do nível de glicose e frutose
(Fischer et al., 2018).
OBJETIVOS
Verificar a virulência de Lasiodiplodia theobromae, Lasiodiplodia
pseudotheobromae, Lasiodiplodia brasiliensis e Lasiodiplodia subglobosa sobre frutos
de abacate (Persea americana).
METODOLOGIA
Os isolados de L. theobromae, L. pseudotheobromae, L. brasiliensis e L.
subglobosa, cedidos pela Coleção Fungos de Solo – LAFSOL da Universidade Federal
Rural de Pernambuco – UFRPE, foram crescidos em meio de cultivo batata, dextrose e
ágar (Sigma Aldrich, USA), por 48 horas a 28 ºC.
67
Os frutos de abacate, adquiridos no Centro de Abastecimento e Logística de
Pernambuco – CEASA/Recife, foram desinfestados em hipoclorito de sódio a 5%, lavados
em água e secos em temperatura ambiente em bancada. A inoculação de Lasiodiplodia
sobre os frutos foi realizado por deposição de discos (0,5 cm) com crescimento micelial,
sobre o tecido vegetal previamente feridos (Figura 1).
Figura 1. Processo de assepsia e inoculação de discos com crescimento fúngico dosfitopatógenos sobre os
frutos de abacate (P. americana Mill)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após 72 horas, os isolados de L. subglobosa e L. brasiliensis não causaram
sintomas acentuados de descoloração sobre os frutos, observando-se apenas um discreto
amolecimento radial, nos pontos de inoculação (Figura 2 A e B). As espécies L.
theobromae e L. pseudotheobromae promoveram os sintomas característicos da podridão
sobre os frutos e a segunda, particularmente, provocou respostas sintomáticas de
aprofundamento, amolecimento e descoloração dos tecidos epidérmico e da polpa nos
frutos (Figura 2 D), verifica-se distorções morfológicas ao comparar com o controle
(Figura 2 E).
Figura 2. Avaliação da virulência 72 horas após a inoculação de L. subglobosa (A), L.brasiliensis (B), L.
theobromae (C), L. pseudotheobromae (D) (E: Controle) sobre o fruto/hospedeiro abacate (P. americana).
68
O abacate é um fruto climatérico, o que favorece o rápido desenvolvimento de
fitopatógenos de pós-colheita como Lasiodiplodia, principalmente nos estágios
avançados de maturação (Péres-Jiménez, 2008). Os sintomas observados nesse estudo
assemelham-se com resultados relatados por Marques et al. (2013), em teste de virulência
de espécies de Lasiodiplodia sobrefrutos climatéricos por 72 horas.
Lasiodiplodia pseudotheobromae apresentou valores de área lesão superiores a
todas as outras espécies. Em 24 horas, essa espécie provocou 360,71 mm², dez vezes
maior que o valor de L. theobromae. Após 72 horas, L. pseudotheobromae e L.
theobromae foram as espécies mais virulentas, exibindo valores de 3043,65 e 119,84 mm²,
respectivamente. O isolado de L. subglobosa foi classificado como o menos agressivo
(Tabela 1). O comportamento da progressão da lesão de cada espécie pode ser observado
na Figura 2 (A, B, C eD).
69
Figura 2. Progresso da área de lesão no período de 24 horas até 72 horas após a inoculação ocasionada por
L. subglobosa (A: LSUB), L. brasiliensis (B: LBRA), L. theobromae (C: LTHE) e L. pseudotheobromae
(D: LPSE).
CONCLUSÕES
O abacate é suscetível a ações patogênicas de L. subglobosa, L. brasiliensis, L.
theobromae e L. pseudotheobromae. Em comparação com as demais espécies avaliadas,
L. pseudotheobromae apresenta o comportamento de maior virulência sobre frutos de
abacate.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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90–106. 2007.
71
PJMPG05- REVELANDO A MICOBIOTA
DA ESCURIDÃO: FUNGOS
ANEMÓFILOS DA CAVERNA ABRIGO
DO LETREIRO NA CAATINGA
1 1
Vitória Cristina Santiago Alves ; João L. V. R. Carvalho ; Joenny M. S. L.
1 1 1 2
Gaston ; Rafaela A. Lira ; Cristina M. Souza- Motta ; Jadson D. P. Bezerra
1Departamento de Micologia, CB, UFPE.
2Laboratório de Micologia, IPTSP, UFG.
Autor para correspondência: vitoria.cristinaa@ufpe.br
INTRODUÇÃO
As cavernas são formações geológicas subterrâneas que possuem características
específicas que, geralmente, podem ser limitantes para o desenvolvimento de seres vivos.
Apresentam um ambiente com poucas variações de condições abióticas como
luminosidade, temperatura e umidade relativa do ar (Lobo & Boggiani, 2013). Os fungos
são considerados organismos cosmopolitas, habitam ambientes aquáticos, terrestres e
também ambientes especiais e por vezes considerados extremos, como as cavernas.
Possuem um papel fundamental na ecologia cavernícola, participam da ciclagem de
nutrientes, além de serem fontes orgânicas para outros organismos (Ferreira et al. 2000;
Nieves-Rivera, 2003; Nováková, 2009).
Nas cavernas, os esporos de fungos podem ser transportados por morcegos e outros
animais-visitantes transitórios que podem levar consigo propágulos fúngicos de um
ambiente para outro. Contudo, a principal forma de dispersão dos fungos é pelo ar. Esses
organismos são produtores de esporos que são carregados pela corrente de ar e
permanecem ativos no ambiente por longos períodos (Lobato, 2009). Esses fungos são
chamados de fungos anemófilos pois apresentam dispersão aérea e pertencem a diferentes
gêneros e espécies (Flores & Onofre, 2010). Os propágulos fúngicos ficam em
suspensão no ar e, quando encontram um substrato com fonte de nutriente, iniciam
seu desenvolvimento.
Os fungos cavernícolas podem ser transitórios ou residentes. Os residentes se
alimentam dos nutrientes que estão disponíveis nas cavernas, e os transitórios se
desenvolvem a partir da disponibilidade de outras fontes de nutrientes oriundas do
ambiente epígeo (Barton e Northup, 2007; ENGEL, 2007). Os substratos orgânicos,
quando presentes nas cavernas, sãorapidamente cobertos por espécies de Aspergillus e
Penicillium (Jurado et al. 2010) sendo estes gêneros mais frequentemente encontrados
nos estudos de micobiota cavernícola. Além desses gêneros, outros fungos considerados
patogênicos já foram relatados em cavernas (Vicentini et al. 2012). Essas ocorrências são
importantes pois grande parte das cavernas são ambientes direcionados para visitação
através de expedições pedagógicas.
Recentemente, Cunha et al. (2020) relataram a riqueza de espécies defungos em
uma bat cave em área de conservação da Caatinga no Parque Nacional do Catimbau e
demonstraram uma grande abundância de unidades formadoras de colônias (UFC) e a
presença de 59 táxons/espécies pertencentes a 37 gêneros de Ascomycota, Basidiomycota
72
e Mucoromycota. A caverna Abrigo do Letreiro (CAL) faz parte do complexo de cavernas
presentes no Parque Nacional da Furna Feia - RN, localizado na região semiárida da
Caatinga nordestina.
A CAL além da importância ecológica e espeleológica, possui vários painéis de
pintura rupestre com tradição geométrica e estilo simbolista distribuídos ao longo da
caverna, nas paredes e em algumas partes do teto, sendo assim, um dos principais roteiros
de visitação nas futuras expedições programadas para o Parna Furna Feia (ICMBio,
2020). Para ser possível a visitação desse espaço, faz-se necessário a investigação da
micobiota presente no ar da caverna.
OBJETIVOS
Avaliar e identificar a micobiota presente no ar da Caverna Abrigo do Letreiro
em área de conservação da Caatinga no RN, Brasil.
METODOLOGIA
A coleta dos fungos foi realizada utilizando a metodologia de sedimentação em
meio de cultura contidos em placas de Petri (gravity settling culture plate method). O
ambiente da caverna foi dividido em três áreas chamadas de câmara e consequentemente
foram obtidos três pontos: o primeiro próximo da entrada 1 m - um ambiente anexo mais
isolado do restanteda caverna - o segundo no centro (2 m da entrada) e o terceiro ponto
mais ao fundo da caverna (4 m da entrada). Em cada ponto foram abertas três placas
de Petri contendo meio de cultura Ágar Sabouraud acrescido de cloranfenicol (80mg.L-
1). As placas foram posicionadas equidistantes umas das outras, a 1 metro do chão da
caverna por 20 minutos (Cunha et al. 2020). Após a exposição, as placas foram
identificadas e levadas ao laboratório e incubadas a 28°C por até 7 dias no escuro. As
colônias fúngicas que surgiram foram contadas sendo determinado o número de UFC por
placa. As colônias que apresentavam morfologias distintas foram isoladas retirando
fragmentos e transferindo-os separadamente para placas de Petri com meio Ágar
Sabouraud acrescido com cloranfenicol (80mg.L-1) e incubadas nas mesmas condições
descritas acima.
Para a realização da identificação molecular dos isolados, o DNA foi extraído do
micélio fúngico seguindo o protocolo do Kit de extração de DNA genômico da Promega
(Wizard Genomic DNA Purification Kit). Para a amplificação das regiões específicas do
DNA foram utilizados os primers ITS1e ITS4 (White et al. 1990) para ITS rDNA, Bt2a
e Bt2b (Glass e Donaldson, 1995) para tubulina, CDM 5 e CDM6 (Hong et al. 2006) para
calmodulina, EF-728F e EF-986R (Carbone & Kohn, 1999) para fator de alongamento
da tradução e ACT-512F e ACT-783R (Carbone & Kohn, 1999) para actina a depender
dos gêneros conforme a indicação da literatura. Os produtos de PCR foram purificados
com as enzimas Exonuclease I e Fosfatase Alcalina contidas no Kit Illustra ExoProStar
1-Step (GE Healthcare) conforme as orientações do fabricante e encaminhados para
sequenciamento na Plataforma Multiusuário de Sequenciamento de DNA do Centro de
Biociências da UFPE.
As sequências obtidas foram editadas no programa Mega X (Kumar et al. 2018) e
utilizadas para busca por sequências similares no banco de dados GenBank do NCBI
utilizando a ferramenta BLASTn. Essa análise prévia foi utilizada para identificação
73
genérica dos isolados. O alinhamento das sequências, edição e análises filogenéticas
foram realizadas seguindo Bezerra et al. (2017) e Cunha et al. (2020).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A abundância de fungos anemófilos na caverna foi determinada com base no
número de UFCs em cada um dos pontos amostrais (Tabela 1).
Tabela 1. Unidades formadoras de colônias obtidas em cada ponto (P1, P2 e P3) das câmarasda caverna
Abrigo do Letreiro, RN-Brasil.
UFCs DO AR DA CAVERNA ABRIGO DO LETREIRO
Placa 1 Placa 2 Placa 3
Ponto 1 56 53 37
Ponto 2 28 38 53
Ponto 3 61 +100 +100
O número de UFC foi maior no ponto 3 que é a câmara mais distante da entrada
da caverna, o que diferencia dos padrões que geralmente são relatados como nos
trabalhos de Fernandez-Cortes et at. (2011) e Taylor et al. (2014) onde foi demonstrado
um decréscimo das colônias fúngicas nas zonas mais profundas da caverna. Por outro
lado, em outra caverna da Caatinga, Cunha et al. (2020) demonstraram um maior número
de UFC no ponto mais distante da entrada da caverna (UFC = 452). Uma possível
explicação para esta observação deve-se ao fato de que a caverna em estudo possui
aberturas em sua estrutura (no teto, com a presença de claraboia e uma saída estreita ao
fundo) o que permite uma maior circulação de correntes de ar e maior comunicação com
o meio externo.
Um total de 40 fungos foram isolados, sendo 21 fungos do ponto 1, oito fungos
do ponto 2 e 11 fungos do ponto 3, sendo 38 fungos filamentosos e duas leveduras.
As análises filogenéticas utilizando as sequências de DNA dos isolados demonstraram a
riqueza de 14 gêneros de fungos (Figura 1). Aspergillus (40%), Penicillium (10%) e
Cladosporium (10%) são os mais abundantes, seguidos por Cercospora (7,5%),
Auxarthron (5%), Lecanicillium (5%), Lasidiodoplodia (5%), Alternaria (2,5%), Edenia
(2,5%), Phoma (2,5%), Talaromyces (2,5%), Sympodiomycopsis (2,5%), Candida (2,5%)
e Humicola (2,5%). Com base nesses dados, isolados de Aspergillus, Penicillium e
Cladosporium foram os mais presentes no ar da caverna Abrigo do Letreiro. Resultados
semelhantes foram relatados por Varderwolf et al. (2013) na revisão geral de fungos de
cavernas e por Cunha et al. (2020) que relataram esses gêneros como os mais frequentes
em caverna da Caatinga. Além disso, foi verificado que seis isolados com potencial de
serem descritos como novas espécies, aumentando a riqueza de fungos de cavernas no
Brasil (Cunha et al.2020).
74
Figura 1. Árvore de máxima verossimilhança obtida utilizando sequências de ITS do rDNA de
representantes de fungos anemófilos isolados da caverna Abrigo do Letreiro - RN, Brasil. Valores de
suporte maiores que 60% são mostrados próximo dos nós. Rhizopus oryzae CBS 112.07 (NR103595) foi
utilizado como grupo externo.
CONCLUSÕES
Apesar das diferenças morfoclimáticas que a caverna em estudo possui em relação
às cavernas que geralmente são estudadas, a micobiota presente no ar do seu hipógeo não
diferiu por completo, sendo demonstrada uma diferença na quantidade de UFC e de
riqueza de gêneros de fungos quando comparados os pontos de coleta. Esse estudo
contribui com o conhecimento da micobiota anemófila presente na caverna e fornece
informações microbiológicas para a elaboração do plano de manejo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CUNHA, A.O.B. et al. Living in the dark: Bat caves as hotspots of fungal diversity. PLoS
ONE, v. 15, n. 12, e0243494, 2020.
FERNADEZ-CORTÉS, A. et al. Detection of human-induced enviromental disturbances
in a show cave. Environmental Science and Pollution Research.V. 18, p1037-1045,
2011.
FERREIRA, R.L. et al. Riqueza e abundância de fungos associados ao guano de
morcegos hematófagos na Gruta da Lavoura. O Carste v. 12, p. 46-51, 2000.
ICMBio. Plano de manejo do Parque Nacional na Furna Feia. Brasília – DF,2020.
75
JURADO, V. et al. Patogenic and opportunistic microorganisms in caves.
International Journal of Speleology, v. 39, p. 15-24, 2010.
KUMAR S. et al. MEGA X: Molecular Evolutionary Genetics Analysis across
Computing Platforms. Mol Biol Evol, v. 35, n6, p. 1547-1549, 2018.
LOBO, H.A.S., BOGGIANI, P.C. Cavernas como patrimônio geológico. Boletim
Paranaense de Geociências 70: 190-199, 2013.
Nieves-Rivera, A.M. Mycological Survey of Río Camuy Caves Park, Puerto Rico.
Journal of Cave and Karst Studies, v. 65, p. 23-28, 2003.
NOVÁKOVÁ, A. Microscopic fungi isolated from the Domica Caves system (Slovak
Karst National Park, Slovakia). A review. International Journal of Speleology, v. 38, p.
71-82, 2009.
TAYLOR, E.L.S. et al. Cave entrance dependente spore dispersion of filamentous fungi
isolated from various sediments of iron ore cave in Brazil: a colloquy on human threats
while caving. Ambient Science. Vol.1, n. 1, p16-28, 2014.
VANDERWOLF, K.J. et al. A world review of fungi, yeasts, and slime molds in
caves. International Journal of Speleology, v. 42, p. 77-96, 2013.
76
RESUMOS
SIMPLES
77
EIXO TEMÁTICO
Ecologia de Fungos
78
EF01 - FUNGOS MICORRÍZICOS
ARBUSCULARES ASSOCIADOS A
PLANTAS AQUÁTICAS SUBMERSAS NA
LAGOA DE JACUMÃ, RN, BRASIL
Juliana Rayssa Barros Félix1; Hannah Da Silva Vieira1; Elias de Oliveira Tomas1;
Juliana Aparecida Souza Leroy2 & Bruno Tomio Goto3
1
Laboratório de Biologia de Micorrizas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN.
2
Programa de Pós-graduação em Sistemática e Evolução. Laboratório de Biologia de Micorrizas,
Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN.
3
Departamento de Botânica e Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus
Universitário, 59072-970, Natal, RN, Brasil.
Autor para correspondência: julianarayssa@live.com
79
EF02 - MODELAGEM DE NICHO
APLICADA AO FUNGO PORÓIDE
Earliella scabrosa (POLYPORALES),
OCORRENTE NO BRASIL
Danilo Chagas Dos Santos1; Renato Lúcio Mendes Alvarenga1 & Tatiana Baptista
Gibertoni1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: chagas.danilo1@gmail.com
80
EF03 - MODELAGEM ECOLÓGICA
APLICADA AO FUNGO PORÓIDE
Phellinus fastuosus
(HYMENOCHAETALES), OCORRENTE
NO BRASIL
Danilo Chagas Dos Santos1; Renato Lúcio Mendes Alvarenga1 & Tatiana Baptista
Gibertoni1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: chagas.danilo1@gmail.com
81
EF04 - MACROFUNGOS COMO
RECURSO ALIMENTAR:
INVESTIGAÇÃO DE
COMPORTAMENTOS MICOFÁGICOS
NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE
ANGATUBA, SÃO PAULO, BRASIL
Emily dos Santos Silva1,3,4, Hugo Borghezan Mozerle², Marcos Gonçalves
Lhano3, Juliano Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-Pereira1
1
.Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic–UFSCar), Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
2
TAPIR Consultoria Ambiental Ltda., Gravatal, SC.
3
Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
4
Bolsista PIBIC/CNPq/UFSCar.
Autor para correspondência: emilysilva@estudante.ufscar.br
A micofagia pode ser definida como o consumo de qualquer parte de fungos, sendo
que uma grande variedade de animais, invertebrados e vertebrados, se alimenta deles. Os
fungos desempenham um importante papel na dieta desses animais, uma vez que
apresentam nutrientes essenciais, podendo até mesmo ser a principal fonte de alimento
para algumas espécies. Levando isso em conta, o presente estudo teve como objetivo
investigar o comportamento micofágico de animais vertebrados e invertebrados na
Estação Ecológica de Angatuba (Sudoeste Paulista), com foco na espécie exótica Amanita
rubescens Pers., buscando contribuir para o conhecimento da etologia animal e relações
interespecíficas envolvendo fungos. Para tanto, duas armadilhas fotográficas foram
instaladas no local de ocorrência dos cogumelos para monitoramento, entre
novembro/2020 e junho/2021, com o intuito de registrar os animais vertebrados. Para a
coleta dos invertebrados, os basidiomas encontrados foram inspecionados a olho nu, e os
animais foram coletados com auxílio de pinça entomológica, preservados em álcool 70%
e posteriormente identificados em laboratório com auxílio de microscópio estereoscópico
e chaves de identificação. O esforço de amostragem totalizou 5.554,66 horas de filmagem
com as armadilhas fotográficas e foram identificadas 18 espécies de mamíferos
(representantes das ordens Didelphimorphia, Cingulata, Pilosa, Rodentia, Lagomorpha,
Carnivora e Artiodactyla), duas de aves (Galiformes e Columbiformes) e uma de réptil
(Squatamata). Não houve registro de mamíferos consumindo os cogumelos, apenas
algumas interações. Os invertebrados totalizaram 42 amostras, provenientes de 15
cogumelos, e correspondem a moluscos (Gastropoda) e artrópodes (ordens Diptera,
Hymenoptera, Collembola, Coleoptera e Acariformes). Os resultados indicam que os
vertebrados registrados não consomem a espécie fúngica investigada, porém, há uma rica
fauna de invertebrados associada.
82
EF05 - IMPACTOS DAS MUDANÇAS
CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO
GEOGRÁFICA DE Dacryopinax maxidorii
Lowy (FUNGI: BASIDIOMYCOTA)
Ailton Matheus Avelino de Oliveira1; Tatiana Baptista Gibertoni 1 & Renato
Lúcio Mendes Alvarenga¹.
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: ailton.matheus1@gmail.com
83
EF06 - TIPO DE EMBASAMENTO
GEOLÓGICO E HOSPEDEIRO
INFLUENCIAM OS FUNGOS
MICORRÍZICOS ARBUSCULARES?
Thiago Correia da Silva1; José Hilton dos Passos1; Daniele Magna Azevedo de
Assis1 & Leonor Costa Maia1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE. Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: thiago-correiaa@hotmail.com
84
EF07 - FUNGOS ESCUROS SEPTADOS
ASSOCIADOS A PLANTAS AQUÁTICAS
SUBMERSAS NA LAGOA DE JACUMÃ,
RN, BRASIL
Hannah da Silva Vieira1; Juliana Rayssa Barros Félix1; Elias de Oliveira Tomas1;
Juliana Aparecida Souza Leroy2; Patrícia Oliveira Fiuza2 & Bruno Tomio Goto 3
1
Laboratório de Biologia de Micorrizas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN.
2
Programa de Pós-graduação em Sistemática e Evolução. Laboratório de Biologia de Micorrizas,
Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN.
3
Departamento de Botânica e Zoologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus
Universitário, 59072-970, Natal, RN, Brasil.
Autor para correspondência: hannah.vieira.703@ufrn.edu.br
Fungos escuros septados (Dark Septate - DS) é um grupo de fungos endofíticos que
vivem dentro dos tecidos de plantas hospedeiras. Admite-se que esse grupo é mutualístico
quando observados no interior de plantas saudáveis, desempenhando um papel ecológico
semelhante aos fungos micorrízicos. Diante disso, cada vez mais estudos reportam a
ocorrência de DS colonizando raízes de plantas aquáticas ou macrófitas, sem
apresentarem sintomas prejudiciais. Por isso há necessidade de relatar a ocorrência de DS
em macrófitas em diferentes ambientes aquáticos. Sendo assim, o objetivo desse estudo
é reportar a ocorrência e comparar a diversidade de DS entre quatro espécies de
macrófitas da Lagoa de Jacumã, Rio Grande do Norte, Brasil, sendo elas: Utricularia
resupinata B.D.Greene ex Bigelow, Noterophila bivalvis (Aubl.) Kriebel & M.J.R.
Rocha, Helanthium tenellum (Mart.) Britton e Xyris jupicai Rich, coletadas a 150 cm, 20
cm, 60 cm e 50 cm da coluna d’água, respectivamente. As espécies hospedeiras coletadas
tiveram suas raízes tratadas em KOH (10%) e coradas em solução de azul de tripano
(0,05%). A partir da montagem de lâminas das raízes e visualização em microscópio, foi
realizado uma análise de frequência de colonização por DS, cujos resultados foram 7%,
25%, 6% e 11,11%, respectivamente, para os hospedeiros H. tenellum, N. bibalvis, U.
resupinata e X. jupicai. Esses dados indicam que há uma relação entre a profundidade do
hospedeiro a partir da coluna d’água e a taxa de colonização de DS, visto que as espécies
hospedeiras que se encontravam em menor profundidade, apresentaram maior número de
DS em suas raízes. Esses resultados apontam a significância de qualificar variáveis de
coleta na ocorrência de DS e contribuem para a compreensão da capacidade de ocorrência
do grupo em diferentes famílias de macrófitas.
85
EF08 - COMPETIÇÃO INFLUENCIA A
PREVALÊNCIA DO GÊNERO
Sympodiorosea EM COLÔNIAS DE
FORMIGA ATÍNEA BASAL
Enzo Roberto Sorrentino1; Rodolfo Bizarria Jr1; Quimi Vidaurre Montoya1 &
André Rodrigues1
1
Departmento de Biologia Geral e Aplicada, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro,
SP, Brasil.
Autor para correspondência: enzo.sorrentino@unesp.br
86
EF09 - PRIMEIRO REGISTRO DE
MICOFAGIA ENVOLVENDO O GAMBÁ-
DE-ORELHA-BRANCA (Didelphis
albiventris LUND, 1840) NO BRASIL
Thiago Ghiraldini Caetano1; Emily dos Santos Silva1; Hugo Borghezan Mozerle2;
Juliano Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic-UFSCar), CCN, Universidade Federal de São
Carlos, Buri, SP, Brasil.
2
TAPIR Consultoria Ambiental Ltda., Gravatal, SC.
Autor para correspondência: thiago.caetano@estudante.ufscar.br
87
EF10 - AVALIAÇÃO DO ESTADO DE
CONSERVAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES
BRASILEIRAS DE FUNGOS FALOIDES
(PHALLALES, BASIDIOMYCOTA)
Milena Vieira De Miranda1,3; Kelmer Martins-Cunha2,4; Genivaldo Alves-Silva2;
Elisandro Ricardo Drechsler-Santos2; Juliano Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-
Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic-UFSCar), Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
2
MIND.Funga, Laboratório de Micologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
SC, Brasil.
3
Bolsista PIBIC/CNPq/UFSCar; 4Bolsista PIBIC/CNPQ/UFSC.
Autor para correspondência: milenamiranda@estudante.ufscar.br
88
EF11 - FUNGOS ENDOFÍTICOS EM
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir., ESPÉCIE
NATIVA DA CAATINGA
Arthur Vinícius da Silva1; Thays Gabrielle Lins de Oliveira1; Jadson Diogo
Pereira Bezerra2 & Leonor Costa Maia1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE.
2
Departamento de Biociências e Tecnologia, IPTSP, UFG.
Autor para correspondência: arthurvsilva88@gmail.com
89
EF12 - FUNGICULTURAS DE FORMIGAS
ATÍNEAS ABRIGAM DIFERENTES
COMUNIDADES DE LEVEDURAS
Rodolfo Bizarria Júnior1; Tatiane de Castro Pietrobon1; & André Rodrigues1
1
Departamento de Biologia Geral e Aplicada, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro,
SP, Brasil.
Autor para correspondência: rodolfo.bizarria@unesp.br
90
EIXO TEMÁTICO
Ensino de Micologia
91
EM01 - GAMIFICAÇÃO EM AULAS
REMOTAS NA DISCIPLINA DE
ECOLOGIA DE FUNGOS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO DURANTE A PANDEMIA
DA COVID-19
José Fredson da Silva Alves Dos Prazeres1; Gabriel Alves dos Santos Guedes1;
Isaias de Oliveira Junior1; Celine Cecilia Alexandre da Silva1; Laura Mesquita Paiva1 &
Roger Fagner Ribeiro Melo1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco.
Autor para correspondência: fredsonalvesxd@gmail.com
92
EM02 - O USO DE AULAS PRÁTICAS DE
MICOLOGIA COMO ESTRATÉGIA DE
ENSINO
Leonardo Firmino da Silva1; Érica Caldas Silva de Oliveira2; Emanuelly Oliveira
Muniz e Albuquerque2; Thaynara Silva Ramos2; Leandro Fernandes da Silva2 &
Karolayne Souza Silva2
1
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife-PE.
2
Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, Campina Grande-PB.
Autor para correspondência: leonardo.lfs@ufpe.br
93
EM03 - PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE
HISTÓRIA EM QUADRINHOS DIGITAL
PARA O ENSINO E POPULARIZAÇÃO
DOS HIFOMICETOS DE FOLHEDO
Thiago Correia da Silva1; Luyta Lorran Souza da Silva1; José Fredson da Silva
Alves dos Prazeres1; Isaias de Oliveira Junior1; Marcela Alves Barbosa1 & Elaine
Malosso1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE. Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: thiago-correiaa@hotmail.com
94
EM04 - PERCEPÇÃO SOBRE FUNGOS
ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Mazulkieliche Jeronimo dos Reis1; Hunter Lee Daniel2 & Solange Xavier Dos
Santos3
1,3
Laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica (FungiLab). Universidade
Estadual de Goiás. Rod. Br 153, Km 99, Anápolis, Goiás, Brasil,
2
University of Washington Seattle
Autor para correspondência: mazulkieliche@yahoo.com.br
Este trabalho teve por objetivo verificar as percepções sobre fungos entre estudantes
do ensino fundamental. Participaram do estudo 50 alunos do 5º ao 9º. ano da rede
particular de ensino do município de Porangatu, Goiás, aos quais foi solicitado representar
através de um desenho o que conheciam sobre fungos, e no verso responder: “Onde ou
com quem você aprendeu sobre fungos” e “Que outros nomes você utiliza para se referir
a esses organismos”. A análise dos desenhos e das respostas revelou concepções
equivocadas sobre os fungos, confundindo-os com bactérias e vírus (8% dos desenhos),
além de uma visão negativa, associando-os ao apodrecimento de alimentos (91%). Os
aspectos positivos, retratados em apenas 9% dos desenhos, ressaltavam a importância
ecológica como agentes da ciclagem de nutrientes; apenas um desenho fez alusão à
importância farmacológica. Aspectos relevantes como importância médica,
biotecnológica e ecológica foram muito pouco lembrados. A maioria dos fungos foram
retratados desvinculados de um contexto (74%), ainda que outros tenham sido
representados no ambiente doméstico (11%), na natureza (10%), ou
industrial/laboratorial (6%). Em quase todos desenhos os fungos foram retratados como
decompositores/apodrecedores (96%). Os principais tipos morfológicos foram
cogumelos (57%) e mofos ou bolores (37%). O cogumelo Amanita muscaria foi a espécie
mais frequente nos desenhos (26%). Isso mostra que a referência dos fungos para os
estudantes é fortemente influenciada pela mídia e não propriamente da observação da
natureza, já que essa é uma espécie exótica. Cerca de 62% dos estudantes informaram
que aprenderam sobre fungos na escola e 12% com a família. Os principais nomes
atribuídos aos fungos foram cogumelo (23%), mofo (15%) e bactéria (10%). Esses
resultados demonstram pouca familiaridade e conhecimento superficial dos estudantes
sobre fungos, alertando para a necessidade de aprofundar a abordagem sobre essa
temática no contexto escolar.
95
EM05 - EXPERIÊNCIA NA PRODUÇÃO
DE PODCAST TEMÁTICO COM ÊNFASE
NA MICOLOGIA – RELATOS DE
DISCENTES DE BIOLOGIA DA UEPB,
CAMPINA GRANDE – PB
Emanuelly Oliveira Muniz E Albuquerque1; Érica Caldas Silva de Oliveira1;
Thaynara Silva Ramos1 & Leonardo Firmino da Silva2
1
Departamento de Biologia, CCBS, UEPB,
2
Departamento de Micologia, CB, UFPE
Autor para correspondência: emanuelly.albuquerque@aluno.uepb.edu.br
96
EM06 - O EMPREGO DA ILUSTRAÇÃO
CIENTÍFICA NO ENSINO-
APRENDIZAGEM DA MICOLOGIA NA
UNIVASF
Francieldo dos Santos Queiroz1; Isabela Ferreira Leão1 & Virgínia Michelle
Svedese2
1
Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Campus Ciências Agrárias, Petrolina, Pernambuco, CEP: 56300-990, Brasil.
2
Docente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Campus Ciências Agrárias, Petrolina, Pernambuco, CEP: 56300-990, Brasil.
Autor para correspondência: francieldo.queiroz@discente.univasf.edu.br
97
EM07 - MONITORIA DE ENSINO EM
BIOLOGIA DOS FUNGOS E
CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gerlaine Gomes Moreira1 & Poliana Gonçalves Guimarães1
1
Departamento de Ciências Humanas, DCH- VI, UNEB - Caetité- BA.
Autor para correspondência: gerlainegomes12@gmail.com
98
EM08 - O USO DE TECNOLOGIA NA
DISCIPLINA BIOLOGIA DOS FUNGOS
Aline Santana Santos1; Blenda Hellen Pessoa Rocha1; Mácia Dutra Moura1 &
Poliana Gonçalves Guimarães1
1
Departamento de Ciência Humanas - DCH -Campus VI, UNEB.
Autor para correspondência: santanalune@gmail.com
99
EIXO TEMÁTICO
Etnomicologia
100
ETM01 - NOTAS ETNOMICOLÓGICAS
SOBRE Phallus indusiatus (PHALLACEAE,
BASIDIOMYCOTA) NO BRASIL E NO
PARAGUAI
Amanda Prado-Elias1, Michelle Campi-Ganoa2, Felipe Ruan-Soto3, Juliano
Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic-UFSCar), Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos, Buri, São Paulo, Brasil.
²Laboratorio de Análisis de Recursos Naturales área Micología, Facultad de Ciencias Exactas y
Naturales, Universidad Nacional de Asunción, Assunção, Distrito Capital, Paraguai.
³Laboratorio de Procesos Bioculturales, Educación y Sustentabilidad, Instituto de Ciencias
Biológicas, Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas, Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, México.
Autora para correspondência: amandapra.elias@gmail.com
101
ETM02 - Phlebopus beniensis (Singer &
Digilo) Heinem. & Rammeloo
(BOLETINELLACEAE,
BASIDIOMYCOTA, FUNGI): PRIMEIRO
REGISTRO PARA SÃO PAULO (BRASIL)
E NOTAS ETNOMICOLÓGICAS
Amanda Prado-Elias1, Nain Samuel de Almeida2, Felipe Ruan-Soto3, Juliano
Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic–UFSCar), Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
2
ONG Grupo EcoRoad, Angatuba, SP, Brasil.
3
Instituto de Ciencias Biológicas, Universidad de Ciencias y Artes de Chiapas, Tuxtla Gutiérrez,
Chiapas, México.
Autora para correspondência: amandapra.elias@gmail.com
102
EIXO TEMÁTICO
Divulgação e
Popularização da
Micologia
103
DPM01 - FANC NA CABEÇA:
ESPORULANDO CONHECIMENTO
SOBRE OS FUNGOS ALIMENTÍCIOS
NÃO CONVENCIONAIS
Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic–UFSCar), Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
Autor para correspondência: lt_pereira@yahoo.com.br
104
DPM02 - DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E
PRODUÇÃO DE PÔSTERES E MODELOS
DIDÁTICOS NO ÂMBITO DO
COMPONENTE BIOLOGIA DOS
FUNGOS
Poliana Gonçalves Guimarães1
1
Departamento de Ciência Humanas DCH- VI, UNEB.
Autor para correspondência: pgguimaraes@uneb.br
Artes científicas como modelos didáticos e pôsteres divulgados nas redes sociais
são mecanismos que auxiliam o aprendizado e ampliam o interesse do público geral pela
ciência, sendo assim o objetivo foi compartilhar a experiência na construção de pôsteres
científicos e modelos didáticos sobre o Reino Fungi e divulgá-los nas redes sociais, como
avaliação da disciplina Biologia dos Fungos do curso de Ciências Biológicas do DCH-
VI-UNEB. Foi solicitado aos alunos a produção de modelos didáticos de fungos e de
pôsteres científicos com temas instigantes sobre os fungos. Foram produzidos 11 pôsteres
com os seguintes temas: Toxicidade de fungos, fungos no controle de insetos e na
alimentação, cogumelos alucinógenos, círculo das fadas, fungos bioluminescentes,
apocalipse dos fungos, líquens e importância e curiosidades sobre os fungos. Eles foram
editados na plataforma Canva® seguindo modelo padronizado do Instagram® da Linha
de Pesquisa em Educação, Saúde e Ambiente (@lpesa.uneb), onde estão sendo
divulgados. Os modelos didáticos foram produzidos com diferentes materiais, dos 63,
51% com massa de modelar, destes apenas 34% ainda estão aptos para serem usados em
aulas, pois a massinha fica seca e quebradiça. Com gesso, 6%, resultado interessante e
durável, 3% com crochê, muito bonitos e duráveis, atraindo a atenção dos alunos, 14%
com materiais diversos (E.V.A, isopor, papel cartão, materiais reutilizáveis e durepoxi) e
25% com biscuit, sendo este o material mais indicado entre todos, pois é possível moldar
os detalhes dos fungos e a durabilidade é excelente. Todos serão usados no laboratório da
Universidade para futuras aulas e exposições. A realização deste trabalho foi muito
positiva, pois os alunos assimilaram mais o conteúdo Reino Fungi e conseguiram fazer
divulgação científica através das redes sociais como Instagram®, Facebook® e
WhatsApp®, que estão sendo cada vez mais usadas com esta finalidade alcançando um
número muito grande de usuários.
105
DPM03 - O USO DO INSTAGRAM COMO
INSTRUMENTO DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA E POPULARIZAÇÃO DA
MICOLOGIA
Luyta Lorran Souza da Silva1; Thiago Correia da Silva1; Ana Paula Borges1;
Marcela Alves Barbosa1; Matheus de Jesus Sá Silva1 & Elaine Malosso1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE.
Autor para correspondência: luytasilva@hotmail.com
106
DPM04 - MICOFAGIA EM FOCO: USO
DA LITERATURA INFANTIL PARA A
DIVULGAÇÃO DA MICOLOGIA
Emily dos Santos Silva1; Juliano Marcon Baltazar1 & Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic–UFSCar), Centro de Ciências da Natureza, Campus
Lagoa do Sino, Universidade Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
Autor para correspondência: emilysilva@estudante.ufscar.br
107
DPM05 - EFEITO DE ROSTO VIRTUAL
COMO ESTRATÉGIA DE VISIBILIDADE
E POPULARIZAÇÃO DA MICOLOGIA
EM REDE SOCIAL
Luyta Lorran Souza Da Silva1; Thiago Correia da Silva1; José Fredson da Silva
Alves Dos Prazeres1; Marcela Alves Barbosa1 & Elaine Malosso1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE, Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: luytasilva@hotmail.com
108
EIXO TEMÁTICO
Fungos na Agricultura
109
FA01 - AVALIAÇÃO DE
FITOPATÓGENOS EM Inga edulis Mart.
DE UM VIVEIRO FLORESTAL NO
MUNÍCIPIO DE ALTA FLORESTA -
MATO GROSSO
Laís Alves Lage1; Luiz Fernando Scatola2 & Greiciele Farias da Silveira1
1
Docentes da Universidade do Estado do Mato Grosso- UNEMAT.
²Graduando do Curso de licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas, Universidade do
Estado do Mato Grosso.
Autor para correspondência: lais_lage@hotmail.com
Ingá-cipó (Inga edulis Mart.) é uma espécie arbórea originária da Amazônia com
importância ecológica e econômica, na qual espécies de fitopatógenos podem alojar-se e
colonizar os tecidos vegetais, causando prejuízos à espécie. Assim, este trabalho teve por
objetivo identificar possíveis fitopatógenos presentes na espécie Ingá-cipó, cultivada em
um viveiro florestal na cidade de Alta Floresta – MT. Para realização da prática foram
coletadas três folhas de uma muda de I. edulis, em diferentes estádios de conservação e
desenvolvimento. A detecção de fitopatógenos nas folhas foi realizada por fragmentação
das amostras e desinfestação sequencial em hipoclorito 5%, álcool 70% e água destilada.
Os fragmentos de desinfestados foram dispostos em placas de Petri contendo o meio de
cultura ágar BDA e as placas foram incubadas a temperatura ambiente de 25ºC por sete
dias. Após o período de incubação, foi observado o desenvolvimento de colônias
fúngicas: na amostra n.2 foram observadas sete colônias fúngicas, com características
compatíveis morfologicamente ao gênero Colletotrichum sp.; nas amostras n. 1 e
n.3 foram constatadas colônias dos gêneros: Colletotrichum sp. e Pestalotia sp. Os
gêneros Colletotrichum sp. e Pestalotia sp causam pequenas manchas necrófilas nas
folhas que se espalham radialmente do meio para a borda da lâmina foliar. Colletotrichum
sp. é conhecido pela doença antracnose, que causa aparecimento de pontos encovados de
várias cores nas folhas, necrose nas nervuras, resultando em murchidão e morte tecidual,
responsável por significativas perdas econômicas em diversas culturas. Fungos do gênero
Pestalotia sp. apresentam potencial causador da Mancha Foliar, caracterizada por
pequenas manchas necróticas, quando localizadas no ápice e bordo das folhas. Através
do presente estudo, foi possível observar que os gêneros fúngicos observados na espécie
estudada apresentam potencial patogênico, devido seu histórico como agente causal em
diversas culturas. Assim, as informações apresentadas, podem ser utilizadas no sistema
de cultivo e manejo da espécie Ingá-cipó.
110
FA02 - GENÓTIPOS DE PALMA
FORRAGEIRA E TIPOS DE ÁGUA
AFETAM A ESPORULAÇÃO E
COLONIZAÇÃO MICORRÍZICA?
Maria Clara de Macêdo Neves1; Mário Adriano Ávila Queiroz2; Adriana M.
Yano-Melo2
1
Curso de Ciências Biológicas, CCA, Univasf, Petrolina, PE.
2
Colegiado de Zootecnia, CCA, Univasf, Petrolina, PE.
Autor para correspondência: claraneves2510@gmail.com
111
FA03 - AUMENTO NA CONCENTRAÇÃO
DE FENÓIS TOTAIS NA
‘INFLORESCÊNCIA DE Libidibia ferrea
MICORRIZADA E ESTABELECIDA EM
CAMPO POR 72 MESES
Rita de Cássia Ribeiro Da Luz1; Francineyde Alves da Silva1
1
Laboratório de Tecnologia Micorrízica (LTM) – Universidade de Pernambuco, Petrolina, PE.
Autor para correspondência: ribeiro.cassialuz21@outlook.com
112
FA04 - IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES
DE MUCORALES ASSOCIADAS À
PODRIDÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTOS
E HORTALIÇAS COLETADOS EM
RECIFE E MACAPARANA-PE
Ana Elisa de Almeida Souza1; Amanda Cupertino de Queiroz Brito1; Juliana
Ferreira de Mello1; Glícia Silva de Moraes1 & Alexandre Reis Machado1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: anaelisalily@gmail.com
113
FA05 - ALTERAÇÃO NA ESPORULAÇÃO
DE FUNGOS MICORRÍZICOS
ARBUSCULARES EM MICROCOSMO
CULTIVADO COM PORTA-ENXERTO
DE GOIABEIRA INOCULADO COM
FITONEMATOIDE
Esther Novic Silva1; Maria Clara de Macedo Neves1; Lilian Araujo Rodrigues2;
José Mauro da Cunha e Castro3 & Adriana Mayumi Yano-Melo4
1
Curso de Ciências Biológicas, CCA, Univasf, Petrolina, PE.
2
Pós-graduação em Biologia de Fungos, Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, PE.
3
Embrapa Semiárido, Petrolina, PE.
4
Colegiado de Zootecnia, CCA, Univasf, Petrolina, PE.
Autor para correspondência: lilian.rodriguesbio@gmail.com
114
FA06 - USO DO EXTRATO AQUOSO E
HIDROALCOÓLICO DE FUMO (Nicotiana
tabacum) NO CONTROLE DO
Colletotrichum truncatum (Schwein.)
Glenda Silva Pinto Correia1; Thayza Karine de Oliveira Ribeiro²; Luciana
Gonçalves de Oliveira² & Antonio Félix da Costa²
¹UNIBRA - Centro Universitário Brasileiro, Recife, PE.
²Instituto Agronômico de Pernambuco, Recife, PE.
Autor para correspondência: correiaglenda@gmail.com
115
FA07 - DENSIDADE DE Fusarium sp.
EM SOLOS DE POLICULTIVOS
AGROECOLÓGICOS DO SERTÃO DO
PAJEÚ - PE
Amanda Lucia Alves1; Thiago Vitor da Silva1; Ana Carla da Silva Santos1; Roger
Fagner Ribeiro Melo1 & Patricia Vieira Tiago1.
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: thiago.vitors@ufpe.br
27,31 × 10 UFC/g no SAF com 7 anos e 26 × 10 UFC/g no SAF com 24 anos. Também
3 3
116
EIXO TEMÁTICO
Fungos na Biotecnologia
117
FB01 - FUNGOS DA COMPOSTAGEM:
PRODUÇÃO DE ENZIMAS E
APLICAÇÃO NA HIDRÓLISE DO
BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Marcelo Augusto Piveta1; Rosymar Coutinho de Lucas1,2; Alex Graça Contato2;
Maria de Lourdes Teixeira de Moraes Polizeli1,2 & Tássio Brito de Oliveira1
1
Departamento de Biologia, FFCLRP, USP.
2
Departamento de Bioquímica e Imunologia, FMRP, USP.
Autor para correspondência: oliveiratb@yahoo.com.br
118
FB02 - LEVEDURAS ISOLADAS DE
SOLOS EM SERGIPE COM AÇÃO
BIODEGRADATIVA DE COMPOSTOS
HIDROCARBONETOS E
NITROGENADOS
Antonio Marcio Barbosa Junior1,2; Janice da Silva Soares1; Romeu Goncalves
Cavalcante1& Cíntia de Cássia Marcolan1
1
Laboratório de Microbiologia Aplicada, Departamento de Morfologia, CCBS, UFS.
2
Coleção de Cultura de Micro-organismos de Sergipe, CCMO/SE, UFS.
Autor para correspondência: amjunior@academico.ufs.br
119
FB03 - PRODUÇÃO DE PROTEASE POR
FUNGOS ENDOFÍTICOS DO GÊNERO
Penicillium ISOLADOS DE BRÓMELIAS
DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO DA
CAATINGA (PERNAMBUCO, BRASIL)
Sandy dos Santos Nascimento1; Edna de Aquino Silva1; Layanne de Oliveira
Ferro ; Cristina Maria de Souza-Motta1; Laura Mesquita Paiva¹ & Jadson Diogo Pereira
1
Bezerra 1, 2
Departamento de Micologia, CCB, UFPE, Recife – Pernambuco.
1
2
Departamento Biociências e Tecnologia, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, UFG,
Goiânia – Goiás.
Autor para correspondência: nascsandy@outlook.com
120
FB04 - SELEÇÃO DAS MELHORES
CONDIÇÕES PARA PRODUÇÃO DE L-
ASPARAGINASE POR Aspergillus
alabamensis URM 5255
Edna de Aquino Silva1; Leticia Francisca Da Silva1; Ana Patrícia Sousa Lopes De
Pádua1; Sandy dos Santos Nascimento1; Layanne de Oliveira Ferro1; Cristina Maria de
Souza-Motta1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, PE
Autor para correspondência: ednaaquino879@gmail.com
121
FB05 - DESCOLORAÇÃO DO ÍNDIGO
CARMIN POR ESPÉCIES DO GÊNERO
Trametes
Valéria Ferreira da Silva1; Norma Buarque de Gusmão2; Tatiana Baptista
Gibertoni1 & Leonor Alves De Oliveira Da Silva2
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
2
Departamento de Antibióticos, CB, UFPE, Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: valeria.costasantana@ufpe.br
122
FB06 - DESCOLORAÇÃO DO
VERMELHO CONGO E RBBR POR
Trametes villosa (URM8022)
Gabrielly Sabriny Nogueira do Nascimento1; Tatiana Baptista Gibertoni1 &
Valéria Ferreira da Silva 1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, PE.
Autor para correspondência: gabriellysabriny@yahoo.com.br
123
FB07 - AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE
ANTIBACTERIANA DE FUNGOS
ENDOFÍTICOS ISOLADOS DO
JUAZEIRO (Ziziphus joazeiro Mart.,
RHAMNACEAE)
Ananda dos Santos Rabelo1; Isabela Ferreira Leão1; Carlos Henrique Araújo2 &
Virgínia Michelle Svedese3
1
Discente do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, UNIVASF, Petrolina-PE.
2
Técnico do Laboratório de Microbiologia, UNIVASF, Petrolina-PE.
3
Docente do curso de Bacharelado de Ciências Biológicas, UNIVASF, Petrolina-PE.
Autor para correspondência: ananda.rabelo@discente.univasf.edu.br
124
FB08 - PRODUÇÃO DE BIOMASSA POR
Penicillium sclerotiorum UCP 1631 E
APLICAÇÃO NA DESCOLORAÇÃO DE
CORANTE VERMELHO REMAZOL
Thayná Rhomana da Silva Cândido1; Maria Eduarda Araujo de Andrade Lemos
Donato1; Renata Raianny da Silva1; Yslla Emanuelly da Silva Faccioli1; Rosileide
Fontenele da Silva Andrade1 & Galba Maria de Campos-Takaki1
1
Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais e Biotecnologia, NPCIAMB, UNICAP.
Autor para correspondência: thaylp_1@hotmail.com
125
FB09 - ENZIMOLOGIA DE FUNGOS E
LEVEDURAS PATOGÊNICOS ISOLADOS
DE CAVERNAS EM SERGIPE
Antonio Marcio Barbosa Junior1,2; Elias José Santos da Silva3
1
Laboratório de Microbiologia Aplicada, Departamento de Morfologia, CCBS, UFS.
2
Coleção de Cultura de Micro-organismos de Sergipe, CCMO/SE, UFS.
3
GES - Grupo Espeleológico de Sergipe -Centro da Terra (Aracaju/SE).
Autor para correspondência: amjunior@academico.ufs.br
126
FB10 - PRODUÇÃO DE L-
ASPARAGINASE POR FUNGOS
ENDOFÍTICOS DE AMBIENTE DE
CAATINGA
Edna de Aquino Silva1; Ana Patricia Sousa Lopes de Pádua1; Sandy dos Santos
Nascimento1; Laura Mesquita Paiva1; Keila Aparecida Moreira2 & Cristina Maria de
Souza-Motta1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, Pernambuco.
2
Laboratório de Microbiologia, Tecnologia Enzimática e Bioprodutos, UFAPE, Garanhuns,
Pernambuco.
Autor para correspondência: ednaaquino879@gmail.com
127
EIXO TEMÁTICO
Micologia e Saúde
128
MS01 - ANÁLISE CLÍNICO-
EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS DE
ESPOROTRICOSE HUMANA EM
PERNAMBUCO
Mayara Bárbara da Silva1; Eduardo Marques de Araújo1; Cláudia Elise Ferraz
Silva2; Danielle Patrícia Cerqueira Macêdo3 & Reginaldo Gonçalves de Lima Neto4
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, Pernambuco.
²Ambulatório de Dermatoses Tropicais, HC, UFPE, Recife, Pernambuco.
3
Departamento de Ciências Farmacêuticas, CCS, UFPE, Recife, Pernambuco.
4
Departamento de Medicina Tropical, CCS, UFPE, Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: mayara.bsilva@ufpe.br
129
MS02 - SCREENING DA MICROBIOTA
FÚNGICA DE Tropidurus sp. EM
AMBIENTE SILVESTRE NO PIAUÍ
Roberta Laine de Souza1,2; Gisela Lara da Costa1; Adilson Benedito de Almeida2;
Sandro Antônio Pereira2 & Manoel Marques Evangelista Oliveira1
1
Laboratório de Taxonomia, Bioquímica e Bioprospecção de Fungos (LTBBF), IOC, Fiocruz, Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro.
2
Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos (Lapclin-
Dermzoo), INI, Fiocruz, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Autor para correspondência: roberta.laine@ini.fiocruz.br
placas de SDA e Ágar Batata Dextrose. Após a incubação em estufa à 25ºC por três dias,
realizamos a análise macroscópica, onde uma colônia de cada macromorfologia foi
semeada em SDA com o intuito de obter cultura pura. Transcorridos sete dias,
observamos as características macro e microscópicas visando sua identificação
taxonômica. Obtivemos 18 isolados de fungos nos lagartos e 42 isolados no solo:
Aspergillus sp.(4ASw,13ASo), Penicillium sp.(4ASw,21ASo), Trichoderma
sp.(1ASw,2ASo), Fusarium sp.(1ASo), Purpureocillium sp.(2ASo), além de fungos da
família Demateaceae(2ASw,1ASo), do filo Zygomycete(2ASw), leveduras
(2ASw,25ASo) e Mycelia sterilia(5ASw,2ASo), que é um micélio esbranquiçado que não
apresenta esporos sexuais ou assexuais e nem possui uma classificação taxonômica
estabelecida. Os resultados iniciais refletem a importância de um monitoramento
contínuo das espécies fúngicas encontradas na microbiota desse lagarto e sua relação com
a microbiota do solo. O contato do homem com esse animal pode tornar esse animal um
fator importante à saúde pública, visto que algumas espécies detectadas em sua
microbiota possuem potencial patogênico.
130
EIXO TEMÁTICO
Taxonomia de fungos
131
TF01 - LEVANTAMENTO DE FUNGOS
ESTROFARIOIDES (AGARICALES,
BASIDIOMYCOTA) NA
MICRORREGIÃO DE ITAPETININGA,
SÃO PAULO, BRASIL
Thiago Ghiraldini Caetano1; Paula Santos da Silva2; Juliano Marcon Baltazar1 &
Larissa Trierveiler-Pereira1
1
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic-UFSCar), CCN, Universidade Federal de São
Carlos, Buri, SP, Brasil.
2
Centro de Ciências Humanas e da Educação – CCHE, Universidade Estadual do Norte do Paraná,
Jacarezinho, PR, Brasil.
Autor para correspondência: thiago.caetano@estudante.ufscar.br
132
TF02 - NOVOS REGISTROS DE Poronia
Willd. (XYLARIACEAE: ASCOMYCOTA)
PARA O BRASIL
Francisco J. Simões Calaça1; Amanda Prado-Elias2; Vitória Aparecida O.
Ferreira3; Isa Lucia de Morais3; Larissa Trierveiler-Pereira2 & Solange Xavier-Santos1
1
Laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica (FungiLab), Universidade
Estadual de Goiás, Campus Central, Anápolis, GO, Brasil.
2
Laboratório de Estudos Micológicos (LEMic), Centro de Ciências da Natureza, Universidade
Federal de São Carlos, Buri, SP, Brasil.
3
Herbário José Ângelo Rizzo (JAR), Universidade Estadual de Goiás, Campus Quirinópolis,
Quirinópolis, GO, Brasil.
Autor para correspondência: calacafjs@gmail.com
133
TF03 - ASCOMICETOS ASSEXUAIS
ASSOCIADOS A SUBSTRATOS
VEGETAIS NA APA BONFIM-
GUARAÍRAS, RIO GRANDE DO NORTE,
BRASIL
Douglas de Souza Braga Aciole1; Heloysa Farias da Silva2; Gerson Lenno Cabral
da Silva1 & Patricia Oliveira Fiuza2
1
Centro de Biociências, UFRN.
2
Programa de Pós-graduação em Sistemática e Evolução, UFRN.
Autor para correspondência: aciole.d.s.b@gmail.com
134
TF04 - CHECKLIST DE FUNGOS DA
FAMÍLIA GANODERMATACEAE PARA
A AMAZÔNIA BRASILEIRA
Edla Oliveira Silva1; Adriene Mayra da Silva Soares1
1
Bolsista PIBIC (CNPq), graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Campus Tomé-Açu. e-mail: edlaoliveira2992@gmail.com
2
Orientador, Universidade Federal Rural da Amazônia, Centro de Ciências Biológicas, Campus
Tomé-Açu.
Autor para correspondência: adriene.soares@ufra.edu.br
135
TF05 – CHECKLIST DE
HYMENOCHAETACEAE
(HYMENOCHAETALES,
BASIDIOMYCOTA) PARA A REGIÃO
AMAZÔNICA BRASILEIRA
Richard Bruno Mendes Freire1; Adriene Mayra da Silva Soares2
¹Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus Tomé-Açu, Tomé-Açu/PA.
²Departamento de Ciências Biológicas/Campus Tomé-Açu, UFRA, Tomé-Açu/PA.
Autor para correspondência: richardbruno161@gmail.com
136
TF06 - EVOLUÇÃO DAS OCORRÊNCIAS
DO GÊNERO Cyathus Haller NAS
REGIÕES DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
DOS ÚLTIMOS 12 ANOS (2009 – 2021)
Pedro Henrique Gomes Do Nascimento1; Jefferson Santos Góis2; Rhudson
Henrique Santos Ferreira Da Cruz4 & Iuri Goulart Baseia1,2,3
1
Curso de Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, Brasil.
2
Programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, Brasil.
3
Departamento de Botânica e Zoologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
Brasil.
4
Centro das Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras,
Brasil.
Autor para correspondência: pedrophgn1@gmail.com
137
TF07 - O STATUS DO NÚMERO DE
REGISTROS DE FUNGOS COPRÓFILOS
DA FAMÍLIA SORDARIACEAE
(SORDARIOMYCETES, ASCOMYCOTA)
NO BANCO DE DADOS DE HERBÁRIOS
NO BRASIL
Celine Cecília Alexandre da Silva1; José Fredson da Silva Alves dos Prazeres1 &
Roger Fagner Ribeiro Melo1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco.
Recife, PE.
Autor para correspondência: celinececiliabiobach@gmail.com
138
TF08 - PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE
Diaporthe Pseudomangiferae R.R. Gomes,
Glienke & Crous (DIAPORTHALES,
ASCOMYCOTA) NO BRASIL
Elaine Cristina da Silva Muniz¹; Rejane Maria Ferreira da Silva1; Deborah Vitória
Gomes de Lima Raposo1; Rafael José Vilela de Oliveira1; Gladstone Alves Da Silva1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências - CB, UFPE, Recife - PE.
Autor para correspondência: elainemuniz.csm@gmail.com
139
TF09 - QUANTIFICAÇÃO ATUAL DE
REGISTROS DE FUNGOS DA FAMÍLIA
CHAETOMIACEAE
(SORDARIOMYCETES, ASCOMYCOTA)
NO BANCO DE DADOS DO HERBÁRIO
URM NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Celine Cecília Alexandre da Silva 1; José Fredson da Silva Alves dos Prazeres1 &
Roger Fagner Ribeiro Melo1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco.
Recife, PE.
Autor para correspondência: celinececiliabiobach@gmail.com
140
TF10 - HIFOMICETOS ASSOCIADOS A
SUBSTRATOS SUBMERSOS EM
ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA MATA
ATLÂNTICA DO RIO GRANDE DO
NORTE, BRASIL
Heloysa Farias da Silva1; Douglas de Souza Braga Aciole2; Flavia Rodrigues
Barbosa3 & Patricia Oliveira Fiuza1
1
Programa de Pós-graduação em Sistemática e Evolução, UFRN.
2
Centro de Biociências, UFRN.
3
Instituto de Ciências Naturais, Humanas e Sociais.
Autor para correspondência: helofarias@yahoo.com
141
TF11 - PRIMEIRO RELATO DE
Colletotrichum truncatum EM FOLHAS DE
CRAVEIRO (Dianthus caryophyllus)
Sheila Karine Belo Pedroso1,2; Ana Carla da Silva Santos2; Neiva Tinti De
Oliveira2 & Patricia Vieira Tiago 2
1
Departamento de Biologia, Recife, UFRPE.
2
Departamento de Micologia, CCB, Recife, UFPE.
Autor para correspondência: sheilakarinee@hotmail.com
142
TF12 - ISOLAMENTO E ANÁLISE DO
CRESCIMENTO EM MEIOS DE
CULTURA DE HIFOMICETOS DE
FOLHEDO DA MATA ATLÂNTICA DE
PERNAMBUCO
José Fredson da Silva Alves Dos Prazeres1; Marcela Alves Barbosa1; Ana Paula
Borges da Silva1; Wanderson Luiz Tavares1; Janaina Dias Ferreira1 & Elaine Malosso1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, PE.
Autor para correspondência: fredsonalvesxd@gmail.com
143
TF13 - PRIMEIRO REGISTRO DE
Leiotrametes lactinea (POLYPORALES) NO
ESTADO DE ALAGOAS
Virton Rodrigo Targino de Oliveira1 & Tatiana Baptista Gibertoni1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE, Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: virtonrodrigo@gmail.com
O gênero Leiotrametes Welti & Courtec. (2012) apresenta basidioma lenhoso, anual
ou perene, séssil ou pseudoestipitado, com coloração variando entre branco e creme,
basidiosporos cilíndricos, incolores e lisos. Entre as espécies do gênero, L. lactinea
(Berk.) Welti & Courtec. [Trametes lactinea (Berk.) Sacc.] caracteriza-se por apresentar
basidioma pileado, com píleo dimidiado a semicircular, aplanado, macio e aveludado ao
toque, com poros redondos ou angulares, de 1,5 - 4 poros por mm. Essa espécie apresenta
importância biotecnológica, principalmente em testes de extratos com potencial de
inibição de enzimas, ação antioxidante e antiproliferativa. Durante pesquisas realizadas
sobre fungos poroides em áreas de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro, o espécime
URM93935 foi coletado na Reserva Biológica de Pedra Talhada, estado de Alagoas, e
análises morfológicas e moleculares foram realizadas para sua identificação. A
comparação dos resultados obtidos das regiões ITS e LSU com as sequências depositadas
na plataforma BLAST, somados aos resultados morfológicos observados, confirmaram a
identificação da espécie. Leiotrametes lactinea apresenta ampla distribuição em território
nacional, sendo na região Nordeste do Brasil relatado para os estados da Bahia, Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. O relato para o estado de Alagoas amplia o
conhecimento da área de distribuição da espécie.
144
TF14 - LEVANTAMENTO RELÂMPAGO
DA LIQUENOBIOTA DA ESTAÇÃO
ECOLÓGICA RASO DA CATARINA,
BAHIA
Isaias de Oliveira Junior1; Lidiane Alves dos Santos1; Dayane de Oliveira Lima1;
Bruno Micael Cardoso Barbosa1; Leonor Costa Maia1 & Marcela Eugenia da Silva
Caceres2
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
2
Departamento de Biociências, DBCI, UFS.
Autor para correspondência: isaiiasjr@gmail.com
145
TF15 - DIVERSIDADE DE
MALMIDEACEAE Kalb, Rivas Plata &
Lumbsch EM DUAS ÁREAS DE MATA
ATLÂNTICA
Isaias de Oliveira Junior1; Lidiane Alves dos Santos1; André Aptroot2 & Marcela
Eugenia da Silva Cáceres3
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE.
2
Laboratório de Botânica/Liquenologia, UFMS.
3
Departamento de Biociências, DBCI, UFS.
Autor para correspondência: isaiiasjr@gmail.com
146
TF16 - RECUPERAÇÃO E
IDENTIFICAÇÃO DE TOPOTIPOS
HISTÓRICOS PARA A LIQUENOLOGIA
BRASILEIRA NO SANTUÁRIO DO
CARAÇA
Lidiane Alves dos Santos1; Isaias de Oliveira Junior1; Dayane de Oliveira Lima1;
Andre Aptroot2 & Marcela Eugenia da Silva Caceres3
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE.
2
Laboratório de Botânica/Liquenologia,UFMS.
3
Departamento de Biociências, DBCI, UFS.
Autor para correspondência: ldn.stalves@gmail.com
Os primeiros registros de liquens para o Brasil foram realizados por Martius e Spix
entre 1817-1820. Posteriormente, muitos outros pesquisadores vieram ao Brasil e
coletaram liquens. Neste período os estados das regiões Sul e Sudeste foram amplamente
investigados, sendo os estados de São Paulo e Minas Gerais considerados importantes
centros de descobertas de espécies. Destes se destaca MG na área do município de
Antônio Carlos e na Reserva Particular do Patrimônio Nacional Santuário do Caraça, com
o registro de aproximadamente 240 espécies novas, coletadas e descritas por E. A. Vainio
em 1885. Material este, que é uma importante fonte de informação taxonômica e genética.
Porém, a maioria dos espécimes coletados estão depositados em herbários estrangeiros.
O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das espécies descritas para a RPPN
Caraça desde Vainio até os dias atuais; bem como recoletar topotipos destas espécies e
depositá-los em herbários brasileiros. Em maio de 2021, foi realizada uma expedição ao
Caraça onde foram percorridas trilhas pré-existentes e aplicada a técnica de coleta
oportunista, na coleta de liquens. Além disso, um levantamento bibliográfico foi realizado
e os dados obtidos foram tabulados. Da lista obtida, observou-se que 173 espécies novas
foram descritas ao longo do tempo no Caraça. Resultante da coleta, 275 espécimes foram
encontrados, representando 108 topotipos já identificados morfologicamente. Destes, 24
sequências foram obtidas e estão sendo analisadas. Por fim, foram encontradas 13 novas
espécies que estão em processo de descrição. Os resultados demonstram a necessidade de
novas investigações em locais previamente coletados, validando a capacidade de
recuperar amostras e descobrir novas espécies em pontos históricos de coletas.
147
TF17 - DIVERSIDADE DE HIFOMICETOS
AQUÁTICOS NO PARQUE NATURAL
MUNICIPAL PROFESSOR JOÃO
VASCONCELOS SOBRINHO (PNMPJVS)-
PERNAMBUCO
Ana Paula Borges da Silva1; Elder George Rodrigues do Nascimento1; José
Fredson Alves dos Prazeres1; Marcela Barbosa1; Matheus de Jesus Sá Silva1 & Elaine
Malosso1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco.
Autor para correspondência: annapaula.borges82@gmail.com
148
TF18 - ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS
ENDOFÍTICOS DE Ziziphus joazeiro
Isabela Ferreira Leão1 & Virginia Michelle Svedese2
1
Discente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Campus Ciências Agrárias, Petrolina, Pernambuco, CEP: 56300-990, Brasil.
2
Docente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), Campus Ciências Agrárias, Petrolina, Pernambuco, CEP: 56300-990, Brasil.
Autor para correspondência: isabelaferreiraleao@gmail.com
Fungos endofíticos são organismos que habitam tecidos de plantas e que não
promovem danos aparentes ao hospedeiro. Estudos recentes apontam a produção de
metabólitos secundários a partir da microbiota endofítica, possuindo características
similares aos compostos secretados por seu hospedeiro. O Juazeiro, Ziziphus joazeiro
Mart., pertencente à família Rhamnaceae, é uma planta típica do semiárido nordestino e
endêmica da Caatinga. É uma planta regularmente estudada, entretanto, quando se trata
de sua microbiota endofítica não existem muitas pesquisas disponíveis. Este trabalho teve
como objetivo isolar e identificar fungos endofíticos presentes nas folhas do juazeiro, bem
como estimar sua frequência e riqueza. Para isto, foram coletadas folhas de cinco
indivíduos de Z. joazeiro, de diferentes localidades do município de Petrolina-PE. Foi
realizada a assepsia do material com etanol 70%, hipoclorito de sódio e água destilada
esterilizada. Logo após, fragmentos das folhas foram inoculados em placas de Petri
contendo batata-dextrose-ágar (BDA) e tetraciclina. As placas foram incubadas por até
30 dias. Os endófitos foram isolados e purificados. Para identificação dos endófitos foram
analisados aspectos macro e micro morfológicos das estruturas somáticas e reprodutivas.
Um total de 75 fungos endofíticos foram isolados, três destes pertencentes ao filo
Mucoromycota, enquanto os 72 restantes pertencem ao filo Ascomycota. A partir deste
isolamento, foram encontrados 15 morfotipos fúngicos, entretanto, somente 13 foram
identificados a nível de gênero, sendo Aspergillus o gênero de maior frequência relativa
(21,4%). Em menor quantidade, foram encontrados Cladosporium (9,5%), Penicillium
(4,8%), Bipolaris (4,8%), Rhizopus (2,4%), Syncephalastrum (2,4%), Alternaria (2,4%)
e Ulocladium (2,4%). A taxa de colonização apresentada foi de 30%. Este foi um dos
primeiros trabalhos voltados para o isolamento e identificação de fungos endofíticos de
Z. joazeiro, revelando boa riqueza, entretanto, mais estudos são necessários para que
assim seja possível uma melhor quantificação das espécies presentes nas folhas do
juazeiro.
149
TF19 - Absidia bahiensis sp. nov: UMA
NOVA ESPÉCIE DE MUCORALES
(MUCOROMYCOTA) ISOLADA DE
SOLO DA MATA ATLÂNTICA, NA
BAHIA, NORDESTE DO BRASIL
Leslie Waren Silva de Freitas1; Francisca Robervânia Soares dos Santos1; Maria
Alice Barbosa dos Santos1; Maria Carolina da Rosa Pinto; Mateus Oliveira da Cruz1 &
André Luiz Cabral Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE. Recife/PE.
Autor para correspondência: lesliewaren@gmail.com
150
TF20 - INVENTÁRIO DE ESPÉCIES DO
GÊNERO Lentaria Corner
(BASIDIOMYCOTA) DEPOSITADAS EM
HERBÁRIOS BRASILEIROS
Jade Chaddad Monteiro de Oliveira1; Angelina de Meiras-Ottoni1 & Tatiana
Baptista Gibertoni1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE, Recife, Pernambuco.
Autor para correspondência: jade.chaddad@ufpe.br
151
TF21 - PRIMEIRO RELATO DE
Piptocephalis graefenhanii (ZOOPAGALES,
ZOOPAGOMYCOTINA) PARA A
AMÉRICA DO SUL
Mateus Oliveira da Cruz1; Leslie Waren Silva de Freitas1 & André Luiz Cabral
Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Nelson Chaves,
s/n, Recife, PE, Brasil.
Autor para correspondência: cruzmofungi@gmail.com
152
TF22 - CHECKLIST DE ESPÉCIES DE
FUNGOS ZIGOSPÓRICOS ISOLADAS DE
SOLO DA MATA ATLÂNTICA DO
NORDESTE DO BRASIL
Leslie Waren Silva de Freitas1; Francisca Robervânia Soares dos Santos1; Maria
Alice Barbosa dos Santos1; Maria Carolina da Rosa Pinto; Mateus Oliveira da Cruz1 &
André Luiz Cabral Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, CCB, UFPE. Recife/PE.
Autor para correspondência: lesliewaren@gmail.com
153
TF23 - MACROFUNGOS DO PARQUE
NATURAL MUNICIPAL PROFESSOR
JOÃO VASCONCELOS SOBRINHO,
PERNAMBUCO, BRASIL
Ana Paula Borges da Silva1; Elder George Rodrigues do Nascimento1; José
Fredson Alves dos Prazeres1; Virton Targino de Oliveira1 & Elaine Malosso1
1
Departamento de Micologia, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco.
Autor para correspondência: annapaula.borges82@gmail.com
154
TF24 - CHECKLIST DE MUCORALES
COPRÓFILOS DO PIAUÍ, BRASIL
Mateus Oliveira da Cruz1 & Maria Helena Alves2
1
Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Nelson Chaves,
s/n, Recife, PE, Brasil.
2
Departamento de Biologia, Universidade Federal do Delta do Parnaíba, Av. São Sebastião, 2819,
Parnaíba, PI, Brasil.
Autor para correspondência: cruzmofungi@gmail.com
155
TF25 - PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE
Syncephalis floridana (ZOOPAGALES), UM
FUNGO ZIGOSPÓRICO
MICOPARASITA, NA AMÉRICA DO SUL
Maria Alice Barbosa dos Santos1; Francisca Robervânia Soares dos Santos1;
Mateus Oliveira da Cruz1; Leslie Waren Silva de Freitas1 & André Luiz Cabral
Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Nelson Chaves,
s/n, Recife, PE, Brasil.
Autor para correspondência: alicebarbosa212000@gmail.com
156
TF26 - PRIMEIRO REGISTRO DE Mucor
ellipsoideus (MUCOLARES,
MUCOROMYCOTINA) PARA A
AMÉRICA DO SUL
Francisca Robervânia Soares dos Santos1; Mateus Oliveira da Cruz1; Thalline
Rafhaella Leite Cordeiro1; Leslie Waren Silva de Freitas1; Maria Alice Barbosa dos
Santos1 & André Luiz Cabral Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Nelson Chaves,
s/n, Recife, PE, Brasil.
Autor para correspondência: robervania.soares@ufpe.br
espécime foi identificado com base nos aspectos morfológicos e genéticos (região LSU
do rDNA). Mucor ellipsoideus diferencia-se das outras espécies por formar
esporangióforos simpodialmente ramificados com até 3000 µm de comprimento,
esporângios amarelados, subglobosos, 16–48 μm, columelas globosas, 10–45 μm e
esporangiosporos elipsoides, de parede lisa, 3–8 × 2–3 μm. Este trabalho contribui com a
ampliação do conhecimento sobre a distribuição de fungos Mucorales na América do Sul,
especificamente em excrementos de mamíferos herbívoros.
157
TF27 - Piptocephalis xenophila
(ZOOPAGALES): UM PRIMEIRO
RELATO DESSE MICOPARASITA PARA
O NEOTRÓPICO
Francisca Robervânia Soares dos Santos1; Mateus Oliveira da Cruz1; Leslie
Waren Silva de Freitas1 & André Luiz Cabral Monteiro de Azevedo Santiago1
1
Departamento de Micologia, Universidade Federal de Pernambuco, Av. Professor Nelson Chaves,
s/n, Recife, PE, Brasil.
Autor para correspondência: robervania.soares@ufpe.br
158
TF28 - INVENTÁRIO DA FAMÍLIA
MERIPILACEAE (POLYPORALES)
DEPOSITADAS NO HERBÁRIO PADRE
CAMILLE TORREND (URM)
Brenno Mercês Gouveia Lima1; Virton Rodrigo Targino de Oliveira1& Tatiana
Baptista Gibertoni1
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
Autor para correspondência: brennomeeerces@outlook.com
159
TF29 - LIOFILIZAÇÃO COMO UM
MÉTODO ALTERNATIVO PARA
PRESERVAR FUNGOS NO GÊNERO
Escovopsis J. J. Muchovej & Della Lucia,
1990
Luciana Simão Carneiro1; Ariane Janaina Rodrigues1; Quimi Vidaurre Montoya1
& André Rodrigues1
1
Departamento de Biologia Geral e Aplicada, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio Claro,
SP, Brasil.
Autor para correspondência: ariane.rodrigues@unesp.br
25 ºC, durante 3h30min, seguida da etapa de secagem primária a 20 ºC, durante 5h (vácuo
a 0,1 mbar) e secagem secundária a 25 ºC, durante 5h (vácuo a 0,005 mbar). Ao término
do processo, os isolados foram reidratados com Caldo de Batata Dextrose e espalhados
em placas contendo BDA. Todos os isolados foram viáveis e as características
macroscópicas (forma e cor das colônias) permaneceram semelhantes às observadas antes
do processo. Baseado em nossos resultados, Escovopsis resiste ao processo de
liofilização. O nosso objetivo em longo prazo é monitorar a taxa de viabilidade desses
isolados, com o intuito de propor a liofilização como um método de preservação
alternativo para este grupo de fungos.
160
RESUMOS
EXPANDIDOS
161
REXP01 - FUNGITOXICIDADE DE
AGROQUÍMICOS SOBRE Metarhizium
anisopliae var. anisopliae (METCHNIKOFF)
SOROKIN USADOS NO BIOCONTROLE
DE Agrotis ipsilon (HUFNAGEL, 1766)
1 1, 2
Márlia Campos e Barros & Adna Sousa .
1Laboratório de Genética Molecular e Biotecnologia Vegetal, CBiotec, UFPB.
2Departamento de Biologia Celular e Molecular, CBiotec, UFPB.
INTRODUÇÃO
A lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) é considerada uma praga no Brasil e ataca várias
espécies vegetais de relevância econômica. Atualmente, a forma mais habitual de controle
desse inseto é a aplicação de agroquímicos, que pode proporcionar a seleção de
populações resistentes desta praga. Huanes-Carranza e Wilson-Krugg (2016) afirmam
que a utilização de agroquímicos seletivos aos insetos- praga e compatíveis aos fungos
entomopatogênicos, que promovam a preservação dos inimigos naturais e, ao mesmo
tempo, controlem os insetos-praga é uma alternativa altamente viável para o controle
desses insetos no país.
Dentre os fungos entomopatogênicos, Badii e Abreu (2006) caracterizam a espécie
Metarhizium anisopliae var. anisopliae (Metsch.) Sorokin como um parasita facultativo
devido ao seu ciclo biológico. Leite et al. (2011), o apresenta como sendo patogênico
para mais de 204 espécies de insetos, muitos deles considerados como pragas nas
lavouras, provocando o que se conhece como “muscardine verde” nesses insetos.
Agroquímicos que possuem compatibilidade com as espécies fúngicas
entomopatogênicas facilitam o biocontrole por meio do manejo integrado de pragas. Os
agroquímicos Fipronil, Diazinon e Malathion são amplamente utilizados no controle de
pragas, portanto, é importante determinar sua compatibilidade com fungos
entomopatogênicos para pensar no seu potencial para o manejo integrado de A. ipsilon.
OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito fungitóxico de agroquímicos
utilizados no controle de A. ipsilon (Fipronil, Malathion e Diazinon) sobre o
desenvolvimento do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae var. anisopliae.
METODOLOGIA
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Genética Molecular e
Biotecnologia Vegetal (LGMBIOTEC), Centro de Biotecnologia, Universidade Federal
da Paraíba (UFPB), Campus I, João Pessoa, Paraíba.
Produtos fitossanitários
162
F oram testadas três formulações comerciais de agroquímicos registrados para o
controle A. ipsilon: Fipronil (Regent 800 WG, Rhodia Agro Ltda), Malathion (100 mL,
DIPIL, Agroline) e Diazinon (40 PM, Agener União).
Equação 1.
Análises estatísticas
163
Os dados foram analisados estatisticamente quanto à variância (ANOVA), seguido
do teste de variação múltipla de Ducan, onde P < 0,05.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise do crescimento vegetativo na presença dos agroquímicos
As médias dos diâmetros pós período de incubação para cada agroquímico foi
comparada conforme a Tabela 1, demonstrando os efeitos dos agroquímicos no
crescimento vegetativo de M. anisopliae var. anisopliae. Uma menor redução do
crescimento vegetativo foi observada no meio contendo o agroquímico Diazinon, seguido
por Fipronil e Malathion.
A inibição do crescimento vegetativo de um fungo por parte de um produto
químico, não é, necessariamente, um indicativo de redução da sua esporulação ou
viabilidade conidial (CAZORLA; MORENO, 2010). Desse modo, se uma colônia
fúngica cresce pouco, mas produz muitos conídios, a taxa de disseminação da doença
tende a ser maior do que a de uma colônia bem desenvolvida, porém com menor
conidiogênese (MOINO JR.; ALVES, 1998).
Tabela 1. Efeito dos agroquímicos Fipronil, Malathion e Diazinon sobre o crescimento vegetativo (cm) de
Metarhizium anisopliae var. anisopliae, baseado na porcentagem média ± EP.
Tratamentos Crescimento vegetativo Redução do crescimento
(cm) vegetativo (%)
Controle 4,80 ± 0,34 a 0,0 ± 0,0 a
Fipronil 3,00 ± 0,19 a 1,80 ± 0,14 b
Malathion 2,90 ± 0,29 ab 1,90 ± 0,88 b
Diazinon 3,20 ± 1,60 a 1,60 ± 0,19 b
*Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de variação múltipla de Duncan (P<0,05).
164
Quando tratado com Fipronil, o fungo apresentou uma diferença estatística significativa
na esporulação e na viabilidade dos conídios produzidos.
O resultado obtido do tratamento com o agroquímico Fipronil neste trabalho
divergiu dos resultados encontrados no trabalho de Bezerra (2018), no qual o agroquímico
Fipronil, na concentração testada (0,8 g/L), não comprometeu a conidiogênese dos
isolados de M. anisopliae var. anisopliae, apresentando uma quantidade de conídios
produzidos superior à dos respectivos controles. Essa divergência pode ser justificada por
se tratar de isolados diferentes, porém da mesma espécie. Biologicamente, os isolados
fúngicos exibem uma variabilidade genética e por consequência, podem exibir respostas
diferentes dependo da situação.
Tabela 2: Efeito dos agroquímicos Fipronil, Malathion e Diazinon sobre a esporulação e viabilidade dos
conídios (%) de Metarhizium anisopliae var. anisopliae.
Tratamentos Esporulação (1× 108 Viabilidade (1× 108
conídios/mL) conídios/mL)
(%) (%)
Controle 10.90 ± 0.26 a 95,31 ± 0,45 a
Fipronil 5,79 ± 1.63 b 55,10 ± 0,99 b
Malathion 10,50 ± 1,09 a 93,01 ± 0,94 a
Diazinon 10,10 ± 0,17 a 91,00 ± 1,56 a
*Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de variação múltipla de Duncan (P<0,05)
Tabela 3: Classificação dos agroquímicos Fipronil, Malathion e Diazinon quanto à toxicidade in vitro sobre
de Metarhizium anisopliae var. anisopliae.
Tratamentos Valores de “T” Classificação*
Fipronil 61 Compatível
Malathion 81 Compatível
Diazinon 78 Compatível
*Classificação em conformidade com Rossi-Zalaf et al., 2008.
CONCLUSÕES
Os agroquímicos testados in vitro foram compatíveis com M. anisopliae var.
anisopliae, nas concentrações estabelecidas pelos fabricantes que já são utilizadas no
controle da lagarta-rosca em condições de campo. Os resultados demonstram o potencial
para uso dos agroquímicos no manejo integrado de A. ipsilon juntamente com o fungo
entomopatogênico. No entanto, ensaios em condições naturais que avaliem a
disseminação do patógeno através da dispersão de insetos contaminados e da capacidade
165
de permanência do fungo nos hospedeiros naturais no ambiente com os agroquímicos
Fipronil, Diazinon e Malathion são necessários para confirmar esse potencial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BADII, M. H.; ABREU, J. L. Control biológico una forma sustentable de control de
plagas. Daena: International Journal of Good Conscience, v. 1, n. 1, p. 82-89, 2006.
BEZERRA, NS. Eficiência de fungos entomopatogênicos sobre formigas cortadeiras.
2018. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Centro de Biotecnologia, Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa.
CAZORLA, D.; MORENO, PM. Compatibilidad de 13 aislamientos de Beauveria
bassiana patógenos para Rhodnius prolixus con insecticidas químicos. Boletín de
Malariología y Salud Ambiental, v.50, n.2, 2010.
HUANES-CARRANZA, J.; WILSON-KRUGG, J.; Efecto de Beauveria bassiana y
Metarhizium anisopliae sobre adultos y ninfas de Oligonychus sp. en condiciones de
laboratório. REBIOL, v. 36, n. 1, p. 51-58, 2016.
LEITE, M. S. P. et al. Seleção de isolados de fungos entomopatogênicos para o controle
de Hedypathes betulinus e avaliação da persistência. Floresta, v. 41, n. 3, p. 619-628,
2011.
MAJCHROWICZ I,; POPRAWSKI TJ. Effects in vitro on nine fungicides on growth of
entomopathogenic fungi. Biocontrol Science and Technology. 1993; 3:321-336.
MERTZ, NR. et al. Efeito de produtos fitossanitários naturais sobre Beauveria bassiana
in vitro. BioAssay, v.5, p.1-10, 2010.
MOINO JR. A. et al. External development of the entomopathogenic fungi Beauveria
bassiana and Metarhizium anisopliae in the subterranean termite Heterotermes tenuis.
Scientia Agricola, v.59, p.267-273, 2002.
RASHID, M. et al. Compatibility of the entomopathogenic fungus Beauveria bassiana
with the insecticides fipronil, pyriproxyfen and hexaflumuron. Journal of Entomological
Society of Iran, v. 31, n. 2, p. 29-37, 2012.
ROSSI-ZALAF, L. S. et al. Interação de microrganismos com outros agentes de controle
de pragas e doenças. In: Controle Microbiano de Pragas na América latina: Avanços e
Desafios. FEALQ, Piracicaba, pp. 279- 302, 2008.
166
REXP02 - FUNGOS ENDOFÍTICOS DE
Dyckia limae (BROMELIACEAE) DA
CAATINGA, BRASIL
Sandy dos Santos Nascimento1; Edna de Aquino Silva1; Layanne de Oliveira
Ferro1; Cristina de Souza-Motta1; Laura Mesquita Paiva1 & Jadson Diogo Pereira
Bezerra1,2.
1
Departamento de Micologia, CB, UFPE.
2
Departamento Biociências e Tecnologia, Instituto de Patologia Tropical e Saúde
Pública, UFG.
Autor para correspondência: nascsandy@outlook.com
INTRODUÇÃO
Fungos endofíticos vivem associados simbioticamente com plantas durante alguma
etapa do seu ciclo de vida, sem causar doença aparente, Hardoim et al. (2015). A Caatinga
é o único ecossistema exclusivamente brasileiro, fazendo parte do bioma Floresta
Tropical Seca, em sua extensão abriga representantes de cerca de 125 famílias botânicas
e espécies endêmicas como a bromélia Dyckia limae, com registros nos estados de
Pernambuco e Paraíba, ela floresce no período de estação seca, mas especificamente entre
setembro e dezembro (Santos 2005). Encontrada no Parque Nacional do Catimbau, pode
se apresentar de forma terrícola no solo arenoso ou de forma rupícola em paredões,
geralmente são indivíduos isolados distribuídos em altitudes superiores à 800m.
Pesquisas como estas, além de contribuírem com a estimativa da diversidade global
dos fungos, são importantes na descoberta do potencial biotecnológico de fungos
endofíticos em ambientes pouco explorados, visando o aprimoramento de técnicas,
descoberta de novos microrganismos produtores de substâncias bioativas, crescimento
econômico e benefícios socioambientais (Bezerra et al., 2012, 2015; Silva-Hughes et al.,
2015).
OBJETIVOS
Relatar a riqueza de fungos endofíticos em folhas de D. limae endêmica do Parque
Nacional Vale do Catimbau, Pernambuco, Brasil.
METODOLOGIA
Fungos endofíticos
Para isolamento dos endófitos foram coletadas folhas de 15 indivíduos da bromélia
D. limae. O material botânico foi coletado em áreas da floresta tropical seca brasileira
(Caatinga) no Parque Nacional do Catimbau e processado como descrito por Bezerra et
al., (2015). Os endófitos isolados e purificados foram preservados em glicerol 30% no
Laboratório de Pesquisa da Micoteca URM/UFPE como parte da coleção de fungos da
Caatinga e culturas representativas depositadas na Coleção Identificação de fungos
endofíticos
167
Identificação de fungos endofíticos
A identificação morfológica foi realizada pela equipe da Micoteca URM da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), observando-se características
macroscópicas e microscópicas, utilizando metodologia e literatura específica. Para a
identificação molecular dos endofíticos, foi realizada a extração, amplificação de
fragmentos do DNA e sequenciamento conforme Bezerra et al. (2017). A biomassa dos
endófitos foi obtida a partir de culturas cultivadas em BDA e/ou MEA contidos em placa
de Petri, mantidos a 28°C por até sete dias de um representante de cada gênero fúngico
isolado. Para extração do DNA genômico foi utilizado o Kit de purificação de DNA
genômico da Promega (Wizard Genomic DNA Purification Kit) conforme metodologia
proposta pelo fabricante. Para amplificação da região ITS (Internal Transcribed Spacers)
foram utilizados os iniciadores ITS1 e ITS4 (White et al., 1990).
Para os fungos identificados como pertencentes aos gêneros Penicillium e
Talaromyces, além das 44 regiões ITS, foram amplificados os genes β-tubulina,
calmodulina e RPB2. Os produtos da amplificação foram purificados e sequenciados na
Plataforma Multiusuária de Sequenciamento de DNA do Centro de Biociências da UFPE.
Em seguida, foi realizado busca por sequencias similares no banco de dados GenBank do
NCBI utilizando a ferramenta BLASTn, alinhamento das sequências com as mais
similares e análise filogenética com base na Inferência Bayesiana foi realizado como
descrito por Silva et al. (2019).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do terceiro dia de incubação dos fragmentos das bromélias em meio de
cultura BDA, foram obtidos os primeiros isolados, dos 420 fragmentos de Dyckia limae,
116 foram colonizados e 66 fungos isolados, resultando em uma taxa de colonização de
27,61%, pertencentes a duas classes e 19 gêneros.
Após análise morfológica, foram identificados 66 isolados agrupados em 18
gêneros, sendo Aspergillus o mais frequente com 6 isolados, seguido por Curvularia (5
isolados), Chaetomium (4 isolados), Penicillium e Talaromyces (ambos com 3 isolados).
No total, os endófitos são pertencentes a seis ordens de Ascomycota (Chaetothyriales,
Dothideales, Eurotiales, Hypocreales, Pleosporales e Sordariales), duas em
Basidiomycota (Tremellales e Ustilaginales) e uma em Mucoromycota (Mucorales).
Alguns isolados foram classificados apenas em alto nível taxonômico Dothideomycetes
e Sordariomycetes (Ascomycota) e outros 19 endófitos como incertae sedis em
Ascomycota (Tabela 1).
168
Tabela 1: Frequências absoluta (f) e relativa (fr) de fungos endofíticos isolados de Dyckia limae de área de
Caatinga no Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, Brasil.
Fungos endofíticos F fr (%)
Acrocalymma 1 1,5
Anthracocystis 1 1,5
Aspergillus 6 9
Aureobasidium 1 1,5
Chaetomium 4 6
Cryptococcus 1 1,5
Curvularia 5 7,5
Dothideomycetes 11 16,5
Exophiala 1 1,5
Leptosphaerulina 1 1,5
Microsphaeroosis 1 1,5
Neopestaloyiopsis 1 1,5
Paraconiothyrium 1 1,5
Phidemoniopsis 1 1,5
Pseudozyma 1 1,5
Sordariomycetes 1 1,5
Syncephalastrum 2 3
Talaromyces 3 4,5
Trichoderma 1 1,5
Incertae sedis 19 28,5
Caracterização Macroscópica
Figura 1. Característica macroscópica das colônias de fungos endofíticos de D. limae cultivadas em BDA
e incubadas por sete dias a 25 ºC no escuro: A. Neopestalotiopsis; B. Aureobasidium; C. Microsphaeropsis;
D. Phialemoniopsis; E. Curvularia; F. Chaetomium.
169
Figura 2. Característica macroscópica das colônias de
Anthracocystis, isolado como fungo endofítico de D.
limae, cultivadas em BDA e incubadas por sete dias a 25
ºC no escuro.
CONCLUSÕES
Existem poucos estudos relacionando fungos endofíticos a família Bromeliacea,
contudo eles têm demonstrado uma grande diversidade microbiológica. Por exemplo, o
presente estudo demonstrou a capacidade da bromélia Dyckia limae de área da Caatinga
abrigar uma grande riqueza de fungos endofíticos com contribuições para conservação da
diversidade ainda não totalmente conhecida. Além disso, a Caatinga é um ecossistema
totalmente brasileiro e o menos explorado e conhecido cientificamente quanto a
diversidade de fungos endofíticos, trazendo esse projeto contribuições importantes para
a estimativa da riqueza de fungos endofíticos neste ambiente. Em virtude dos resultados
obtidos, destaca-se a necessidade de novas pesquisas no local devido a seu grande
potencial científico.
Bromélias como essa servem de exemplo de plantas da Caatinga que necessitam ser
preservadas em seu ambiente natural, contribuindo com a presença da diversidade
biológica em áreas de preservação permanente da biodiversidade brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mill. (Cactaceae) and preliminary screening for enzyme production. World Journal of
Microbiology and Biotechnology v. 28, p. 1989–1995, 2012.
BEZERRA, J.D.P. et al. Endophytic fungi from medicinal plant Bauhinia forficata:
Diversity and biotechnological potential. Brazil Journal Microbiology v. 46, p. 49–57,
2015.
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Dothideomycetes), with two novel genera to accommodate endophytic fungi from
Brazilian cactos. Mycological Progress. V. 16(4), p. 297–309, 2017.
HARDOIM, P.R. et al. The hidden world within plants: ecological and evolutionary
considerations for defining functioning of microbial endophytes. Microbiology and
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171
REXP03 - NOVOS REGISTROS PARA O
GÊNERO Geastrum Pers.
(BASIDIOMYCOTA) PARA RIO GRANDE
DO NORTE E MATA ATLÂNTICA
Íkaro Luiz Ferreira Santos de Freitas¹; Julimar Freire de Freitas Neto2; Alexandro
de Andrade de Lima3 & Iuri Goulart Baseia1,2,3
1
Curso de Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Botânica e Zoologia, CB, UFRN.
2
Programa de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução, Departamento de Botânica e Zoologia,
CB, UFRN.
³Curso de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Departamento de Micologia, CCB, UFPE.
Autor para correspondência: ikaroluiz17@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Proposto por Persoon em 1801, o gênero Geastrum é conhecido popularmente
como estrela-da-terra devido a morfologia de seu basidioma (quando maduro) apresentar
deiscência em raios, deixando-o em um formato de estrela. Esse grupo é considerado
cosmopolita por apresentar distribuição para todos os continentes (exceto Antártida) e
pode ser encontrado nos mais diversos ambientes (Zamora et al. 2013). Seus
representantes apresentam dispersão passiva dos esporos por meio de mecanismo de
fole, onde a ação de um agente externo (gotade água, pequenos artrópodes, detritos e
etc.) ao entrar em contato com o endoperídio faz com que ocorra a flexão de seu
mecanismo, dispersando os esporos no ar Miller & Miller (1988). Estudos aplicados com
algumas espécies de Geastrum demonstram um amplo potencial biotecnológico na
degradação de substâncias (Santana et al. 2017) e farmacológico em seus bioprodutos
(Dore-Guerra et al. 2007).
No último levantamento feito para o Brasil o gênero Geastrum apresentou 72
espécies catalogadas (Freitas-Neto, 2021), número muito expressivo visto que se conhece
cerca de 100-120 spp para a ciência (Zamora et al. 2014). A região Nordeste se mostrou
nos últimos anos um importante polo para a pesquisa de fungos gasteroides no
Brasil, só para o gênero Geastrum apresentam cerca de 52 espécies registradas, o que
representa 72% do total de espécies encontradas encontrado no Brasil. A região Nordeste
apresenta diversos biomas, sendo estes: Cerrado, Mata Atlântica e um bioma próprio, a
Caatinga. Atualmente os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte apresentam uma
elevada quantidade de registros de fungos, que se deve, principalmente, aos esforços dos
pesquisadores dessas regiões (Sousa, 2015).
No Rio Grande do Norte temos uma grande área do bioma Mata Atlântica,
considerado um hotspot, o qual vem sofrendo ampla perda de cobertura vegetal devido a
ação antrópica (Oliveira, 2002). Apesar de a região Nordeste abrigar uma importante
parcela da micobiota nacional e dos avanços feitos recentemente em trabalhos científicos,
existe ainda diversas áreas ainda não inventariadas e/ou subexploradas, o que reforça a
importância dos estudos nesses locais.
OBJETIVOS
172
O presente trabalho buscou contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a
distribuição e taxonomia de gasteroides, com ênfase no gênero Geastrum no bioma
Mata Atlântica em duas áreas de proteção ambiental, as quais não apresentavam nenhum
registro do gênero.
METODOLOGIA
As coletas foram realizadas durante os períodos chuvosos (maio a setembro de 2016
e março a julho de 2017) em duas áreas de Mata Atlântica. No Rio Grande do Norte:
Parque Estadual Mata da Pipa (PEMP) em Tibau do Sul e na Área de Proteção Ambiental
Piquiri-Una (APAPU) em Goianinha. Para a coleta foram adotadas a metodologia de
Baseia et al. (2014), percorrendo trilhas preexistentes, adentrando na mata quando
necessário. Os espécimes coletados foram fotografados em seu habitat, retirados do solo
com auxílio de canivete e acondicionados em caixas plásticas compartimentalizadas e
anotado informações da coleta como substrato, localização e data. Para herborização os
materiais foram secos em desidratador elétrico, em temperaturas entre 35 e 40°C. Em
seguida foram armazenados em sacos plásticos do tipo zip, identificados e depositados na
Coleçãode Fungos UFRN. Os dados do material foram indexados no repositório online
da coleção na plataforma Specieslink.
As análises morfológicas dos materiais foram realizadas no Laboratório de Biologia
de Fungos (LBF), localizado no Departamento de Botânica e Zoologia (DBZ), Centro
de Biociências (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A
coloração foi definida com base na tabela de cores de Küppers (2002). A análise das
macroestruturas dos basidiomas foi realizada a olho nu e com o auxílio de
estereomicroscópio Leica EZ4. Para análises de microestruturas foram feitas lâminas que
foram montadas com hidróxido de potássio (KOH) a 5%, se utilizandode pinças e
agulhas para manipular o material.
Para a medição das microestruturas foi utilizado microscópio óptico Nikon Eclipse
NiR1, sendo feita 30 medições de basidiósporos e 20 medições das demais estruturas.
Foram realizadas microscopia eletrônica de varredura (MEV), no Laboratório do Centro
de Tecnologia do Gás (CTGás). Para a descrição de características macro e micro
utilizou-se ametodologia padrão para o grupo (Sunhede, 1989). As identificações foram
feitas com base em trabalhos como Sunhede (1989), Silva et al. (2011), Calonge (1998),
Baseia et al. (2014) e Crous et al. (2016).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No total, foram analisados 39 basidiomas os quais foram identificadas três
espécies:
Geastrum inpaense T.S. Cabral, B.D.B. Silva, I.G. Baseia, Phytotaxa 183:
242(2014)
Descrição seguindo o protólogo proposto para espécie (Cabral et al. 2014).
Substrato: Solo arenoso coberto por liteira.
Hábito: Gregário ou solitário, em ambiente com pouca luminosidade. Distribuição:
Brasil – Amazonas (Cabral et al. 2014).
Material analisado: Brasil. Rio Grande do Norte: Goianinha, Área de Proteção
Ambiental Piquiri-Una - APAPU, 6°21'25.40''S, 35°12'57.02''W, 56 m, 26/V/2016, col.
Lima, A.A.; Andrade, D.O., AAL 03 (UFRN–Fungos 2889).
173
Geastrum ishikawae Accioly, J.O. Sousa, Baseia & M.P. Martín, Fungal Planet
472 – 21 December 2016
Descrição seguindo o protólogo proposto para espécie (Crous et al. 2016).
Substrato: Solo arenoso.
Hábito: Gregário ou solitário, em ambiente com luminosidade alta. Distribuição:
Brasil – Amazonas (Crous et al. 2016).
Material analisado: Brasil. Rio Grande do Norte: Tibau do Sul, Parque Estadual
Matada Pipa - PEMP, 6°15'39.19''S, 35°3'14.35''W, 35 m, 03/VII/2017, col. Lima, A.A.,
AAL 45 (UFRN–Fungos 2914).
DISCUSSÕES TAXONÔMICAS
Geastrum ishikawae Accioly, J.O. Sousa, Baseia & M.P. Martín. Primeiro registro
para Nordeste e Mata Atlântica. A espécie é caracterizada por apresentar camada micelial
cotonosa incrustada com sedimentos e peristômio planar. Assemelha-se com Geastrum
arenarium, porém este apresenta basidiomas maiores (com 15–40 mm), raios
higroscópicos e basidiósporos menores (até 4,5 μm) (Zamora et al. 2015), enquanto G.
ishikawae apresenta basiomas menores (com 7–9 mm) e basidiósporos maiores (com 6,7–
6,9).
Geastrum xerophilum Long. A espécie apresenta ocorrência para o domínio da
Caatinga, sendo este o primeiro relato para a Mata Atlântica. A amostra encontrada
apresenta leves variações morfológicas com a anteriormente descrita para o Brasil Silva
et al. (2011), sendo menor com 6–8 mm de altura incluindo peristômio e 13–26 de largura.
Geastrum inpaense T.S. Cabral, B.D.B. Silva, I.G. Baseia. Primeiro registro para a
Região Nordeste e Mata Atlântica. A espécie é caracterizada por apresentar camada
micelial hirsuta, assemelhando-se com G. hirsutum Baseia & Calonge (2006), no entanto
apresenta uma morfologia levemente diferente dos pelos da camada hirsuta e o G.
hirsutum não apresenta rizomorfa. A amostra encontrada apresenta leves variações
morfológicas com a descrita anteriormente (Cabral et al. 2014) tendo basidiosporos
ligeiramente maiores, tendo 3,8–4,4 μm enquanto a anterior apresenta 2,6–3,8 μm.
CONCLUSÕES
174
Mesmo sendo um dos locais que mais apresentam registros de fungos gasteroides
para o Brasil, o Rio Grande do Norte continua mostrando o seu potencial para novas
descobertas, com áreas que ainda não foram exploradas em biomas considerados hotspots
como no caso da Mata Atlântica. Estudos como esse, que demonstram novos registros em
ambientes pouco explorados, mostram a importância da continuidade de estudos de
taxonomia e biodiversidade, em especial em um momento crítico para a proteção do
meio ambiente e da biodiversidade.
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176
REXP04 - POTENCIAL
BIOTECNOLÓGICO DE ISOLADOS DE
MUCOR CIRCINELLOIDES ISOLADOS
DA CAATINGA PERNAMBUCANA NA
PRODUÇÃO DE BIOSSURFACTANTE
UTILIZANDO REJEITOS INDUSTRIAIS
COMO SUBSTRATO
Thayná Rhomana da Silva Cândido1; Rafael de Souza Mendonça1; Uiara Maria de
Barros Lins 1; Dayana Montero-Rodríguez1; Rosileide Fontenele da Silva Andrade1 &
Galba Maria de Campos-Takaki1
1
Núcleo de Pesquisas em Ciências Ambientais e Biotecnologia, NPCIAMB, UNICAP.
Autor para correspondência: thaylp_1@hotmail.com
INTRODUÇÃO
Os biossurfactantes são moléculas tensoativas obtidas a partir do metabolismo
secundário de micro-organismos como bactérias, leveduras e fungos filamentosos.
Apresentam estrutura composta por cabeça polar ou hidrofílica e cauda apolar ou
hidrofóbica insolúvel em água, o que permite esse composto misturar-se a outros com
diferentes polaridades (Uzoigwe et al., 2015; Araújo et al., 2019; Sanches et al., 2021).
Possuem vantagens frente aos surfactantes químicos como a baixa toxicidade e
biodegradabilidade (Pacwa-Plociniczak et al., 2011), podendo ser empregados em
diversas áreas como a farmacêutica, higiene e beleza, alimentícia, agricultura e
biorremediação (Drakontis & Amin, 2020).
Na contínua busca pela redução dos custos do processo biotecnológico, os resíduos
oriundos das indústrias podem ser utilizados como matéria-prima no meio de produção
alternativo e sustentável para o crescimento de micro-organismos (Rivera et al., 2019),
além de gerenciar e reduzir desperdícios e contribuir com a sustentabilidade (Ferreira et
al., 2020). De acordo com Sanches et al. (2021), os resíduos apresentam lipídeos,
carboidratos e proteínas em sua composição devido a complexa estrutura, sendo
importantes para o metabolismo microbiano.
As espécies do gênero Mucor sp. são de grande interesse biotecnológico por possuir
potencial de produção de biomoléculas como enzimas (proteases e lipases) com aplicação
na área alimentícia e em processos de biorremediação (Lima et al., 2018). O presente
estudo busca avaliar a capacidade biotecnológica das novos isolados de Mucorales
isoladas da Caatinga pernambucana na produção de biomoléculas e sua aplicação em
diversas áreas.
OBJETIVOS
Investigar a capacidade dos isolados Mucor circinelloides Tiegh UCP 0005 e
Mucor circinelloides UCP 0006 em bioconverter resíduos industriais em metabólito como
os biossurfactantes.
METODOLOGIA
177
Micro-organismos
Os fungos filamentosos Mucor circinelloides UCP 0005 e Mucor circinelloides
UCP 0006 foram gentilmente cedidos pelo Banco de Culturas da Universidade Católica
de Pernambuco (UNICAP) com registro na World Federation of Culture Colletions
(WFCC) número 927 após sua coleta realizada na caatinga pernambucana.
Resíduos industriais
Os resíduos de origem industrial utilizados para produção foram o resíduo de
macarrão instantâneo (gentilmente cedido pela indústria local), a milhocina (obtida da
indústria de processamento de milho Corn Products Brasil localizada no município de
Cabo de Santo Agostinho/PE) e o óleo de soja pós fritura (disponibilizado pelo comércio
informal local) (Andrade et al., 2018).
Preparo do inóculo
Para preparo do inóculo, esporos jovens dos isolados foram adicionados em frascos
de Erlenmeyer contendo 100mL de água estéril. Em seguida, foi realizada contagem dos
esporos em câmara de Neubauer até a obtenção de 107esporos/mL. Desta suspensão, 5%
(5 mL) foi utilizado como inóculo no meio de produção.
Produção de Biossurfactante
A produção de biossurfactante foi investigada utilizando os isolados UCP 0005 e
UCP 0006 de Mucor circinelloides. Para tanto, a produção foi realizada em frascos de
Erlenmeyer contendo 100mL do meio de produção composto por resíduos industriais
conforme a metodologia de composição do meio relatada e pH do meio ajustado para 5,5.
Os frascos foram mantidos em agitação orbital de 150 rpm durante 96h a 28ºC. Após esse
período, o meio de produção foi filtrado e centrifugado para separação da biomassa do
líquido metabólico.
Planejamento fatorial
O planejamento fatorial completo de 23 foi realizado para definir as concentrações
ótimas dos componentes do meio de produção para redução da tensão superficial. A
variável resposta foi a tensão superficial e os diferentes níveis foram nível mínino (-1),
intermediário (0) e máximo (+1) conforme Tabela 1. Foram realizados 12 ensaios e os
dados obtidos analisados pelo Statistica® 12 (StatSoft Inc., USA), testando a
significância dos resultados (p<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
178
Os isolados do gênero Mucor sp. se mostraram capazes de bioconverter resíduos
industriais em biossurfactantes. A máxima redução da tensão superficial foi alcançada
pelo isolado UCP 0006 nas condições 3 (1% resíduo de macarrão instantâneo e 4% de
milhocina), e nos pontos 11 e 12 (2% de resíduo de macarrão, 2% de milhocina e 0,5%
de óleo pós fritura). Este isolado conseguiu também manter a tensão superficial abaixo
de 30 mN/m em diferentes concentrações dos substratos, conforme demonstra Tabela 1.
Deve destacar-se também o isolado UCP 0005 que reduziu a tensão superficial da água
de 72 para 27 mN/m no ponto 11.
Tabela 1. Resultado da tensão superficial de Mucor circinelloides UCP 0006 e UCP 0005 e a composição
do meio produtivo contendo substratos industriais
Tensão superficial (mN/m)
Condições Mucor circinelloides Mucor circinelloides
UCP 0005 UCP 0006
1 40 39
2 37 36
3 41 27
4 34 29
5 33 34
6 34 32
7 29 28
8 31 28
9 31 30
10 32 29
11 27 27
12 30 27
179
Micro-organismos Substratos Tensão Referências
Superficial
(mN/m)
Mucor circinelloides Resíduo de macarrão 27 Este estudo
UCP 0005 e UCP 0006 instantaneo, milhocina e óleo
pós fritura.
Mucor circinelloides Cascas de jatobá e milhocina 34 Santiago et al. (2021)
UCP 0005
Mucor hiemalis Óleo pós fritura 40 Ferreira et al. (2020)
UCP 0039
Penicillium Soro de leite e cevada 27 Oliveira et al. (2020)
sclerotiorum UCP
1361
Starmerella bombicola Óleo de girasol e ácido oleico 35 Jadhav et al (2019)
MTCC1910
Cunninghamella Resíduo de macarrão 32,4 Andrade et al. (2018)
echinulata UCP 1299 instantaneo, milhocina e óleo
pós fritura
Figura 1: Avaliação da influência dos resíduos agroindustriais na produção de biossurfactante por isolados
de Mucor circinelloides UCP 0005 e 0006
CONCLUSÕES
Os isolados Mucor circinelloides UCP 0005 e Mucor circinelloides 0006 foram
capazes de bioconverter resíduos industriais em biossurfactante, uma biomolécula
importante e bastante utilizada em vários produtos e processos industriais. Novos ensaios
são necessários para isolamento e purificação do produto obtido para que seja possível
avaliar sua estrutura e classificá-lo quanto ao seu potencial de uso.
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181
REXP05 - DESENVOLVIMENTO DE
Alternaria alternata EM RESPOSTA AO
USO DE FUNGICIDAS DO GRUPO
TRIAZOL
Sérgio Batista Ramos1; Marcelo Garcia de Oliveira2; Igor Alexsander de Melo
Pimentel2; Iwanne Lima Coelho2 & Delson Laranjeira2.
1Departamento de Antibióticos, PPGBiotec, UFPE.
2Departamento de Fitossanidade, PPGF, UFRPE.
Autor para correspondência: sergiobaptistaramos@gmail.com
INTRODUÇÃO
O gênero Alternaria, agrupa espécies saprofíticas, endofíticas e patogênicas,
apresentando-se como fitopatógenos competentes capazes de provocar doenças sobre
uma extensa gama de hospedeiros (Woudenberg et al., 2013). A espécie Alternaria
alternata é uma das mais frequentes em sistemas agrícolas, causando sintomas de
manchas em folhas e em caules e, consequentemente, severos danos às plantas (Solfrizzo
et al., 2005).
Tsuge et al. (2013) relataram que A. aternata está associada a sete tipos de doenças
em plantas, tais quais: mancha de alternaria de maçã, mancha preta de morango, mancha
preta de pera, mancha marrom de tangerina, mancha de folha de limão, cancro do caule
de tomate e mancha marrom de tabaco. Diferentemente dos tipos de doenças, que são
facilmente numerados, a quantidade de hospedeiros vegetais que podem ser acometidos
por A. alternata é bem vasto, como observado na Tabela 1.
Tabela 1. Doenças causadas por A. alternata e respectivas culturas/hospedeiros suscetíveis aessa espécie
(MAPA, 2021)
Doenças Culturas
Mancha-de-Alternaria Algodão, aveia, caqui, cevada, feijão,
crisântemo, mamão, fumo, maçã,
maracujá, trigo, romã e arroz
Queima-das-folhas Mandioquinha-salsa e batata doce
Mofo-preto Sorgo e milho
Pinta-preta Batata yacon
Mancha-foliar Kiwi
182
em reações oxidativas do metabolismo do fungo (Ma & Michailides, 2005; Becher &
Wirsel, 2012). A privação de ergosterol, somado ao aumento de compostos que
desconfigurama integridade da membrana dos fungos, assim como a morfologia celular,
promove a inibição do crescimento fúngico.
OBJETIVOS
Avaliar o efeito de doses de fungicidas do grupo triazol, difenoconazol e flutriafol,
sobre o desenvolvimento de Alternaria alternata in vitro, bem como classificar esses
produtos quanto o seu efeito fungitóxico sobre o isolado utilizado.
METODOLOGIA
Obtenção e manutenção da Alternaria alternata
O isolado CFS 140 foi cedido pela Coleção de Fungos de Solo – CFS, do
Laboratório de Fungos de Solo da Universidade Federal Rural de Pernambuco –
LAFSOL/UFRPE. Discos cilíndrico de meio PDA, contendo estruturas de Alternaria
alternata (0,5 cm Ø), foram transferidos do tubo de preservação e depositados em placas
de Petri, sobre o meio de cultivo batata, dextrose e ágar – BDA (Kasvi®, São José dos
Pinhais, Brasil). As placas foram acondicionadas por sete dias, a 28 ± 2°C, sob
fotoperíodo de 12 h e, após confirmação quanto a pureza das colônias fúngicas, utilizadas
nos testes de crescimento sob diferentes doses dos fungicidas.
183
determinados pela transformação: CE50 = (Log CE 50 ) 10. A Classificação quanto a
fungitoxicidade seguiu os critérios de Edginton & Klew (1971).
Análise de dados
As diferenças de ação inibitória de difenoconazol e flutriafol sobre o
desenvolvimento de A. alternata foram inferidas por análises de variância – ANOVA em
fatorial 2x6 (2 produtos x 6 doses) das médias de DCM e PIC. Nas análises
significativamente diferentes (p ≤ 0,05), as médias foram comparadas pelo teste Scott
knott a 5 % de probabilidade, utilizando software Sisvar v5.6.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após 48 h, as doses 2, 4, 6 e 8 de ambos os produtos proporcionaram inibição no
diâmetro de crescimento micelial - DCM de A. alternata (Figura 1 A eB). No tratamento
controle houve um DCM de 2,16 cm contra um DCM nulo dos tratamentos com
químicos. Reuveni & Sheglov (2002) avaliaram os efeitos inibitórios de difenoconazol
sobre o crescimento micelial de Alternaria alternata e evidenciaram uma inibição
significativa no DCM após 48 h, utilizando a dosagem recomendada pelo produto.
Nesse trabalho, observamos valores de inibição significativos do DCM utilizando
a partir da dose 10, equivalente a 0,39% da dosagem recomendada pelo Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Iacomi-Vasilescu et al. (2004)
comprovam a capacidade inibitória de difenoconazol e flutriafol sobre o desenvolvimento
do DCM de espécies de Alternaria, incluindo A. alternata.
Figura 1. Crescimento micelial de A. alternata influenciado pelas dosagens de difenoconazol (A) e flutriafol
(B) ao longo de 10 dias de avaliações.
184
progressiva das dosagens, partindo da dose recomendada até a representação de 0,39%
(dose 10).
A utilização de difenoconazol proporcionou uma porcentagem de inibição de
crescimento micelial- PIC de 92,72 e 80,25 % nas doses 2 e 10, respectivamente. Com
flutriafol, houve 92,73 e 28,40 %, nas doses 2 e 10, respectivamente (Tabela1).
Rosenzweig et al. (2019) evidenciam o potencial inibitório do grupo triazol em espécies
de Alternaria a partir de testes utilizando apenas a dosagem recomendada pelos produtos
comerciais.
CONCLUSÕES
Difenoconazol e flutriafol, compostos do grupo dos triazóis, apresentam, ação
inibitória sobre o desenvolvimento de A. alternata, bem como proporcionam alta
porcentagem de inibição de A. alternata in vitro, mesmo em doses abaixo da
regulamentação estabelecida para o controle desse patógeno.
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186
REXP06 - ANÁLISE DA EXTRAÇÃO DO
DNA DE AMOSTRAS DE FUNGOS
UTILIZANDO TRÊS DIFERENTES
PROTOCOLOS EM UMA AULA
PRÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Janaina Dias Ferreira1; Matheus de Jesus Sá Silva1; José Fredson da Silva Alves
dos Prazeres1; Ana Paula Borges da Silva1& Marcela Alves Barbosa1
1
Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, UFPE. Centro de Biociências,
Departamento de Micologia, UFPE.
Autor para correspondência: janainaf2305@gmail.com
INTRODUÇÃO
Os fungos fazem parte de um reino extremamente diverso, o reino Fungi. Eles
estão presentes no solo, no ar, na água, causando doenças em animais, nas plantas e nos
seres humanos, vivendo em associação simbiótica com as raízes de vegetais ou com as
algas, além de habitarem os lugares mais inóspitos do planeta e serem capazes de tolerar
baixas e altas temperaturas (RICHARDS et al., 2017; STAJICH, 2017).
Devido a sua diversidade, existem muitas espécies de fungos ainda para serem
descritas e descobertas. A sua identificação está fundamentada, principalmente nas
características morfológicas, e até hoje são muito usadas. Porém essas características não
são suficientes para a delimitação de um táxon. Atualmente, tem sido empregada a
abordagem integrativa que utiliza a ecologia, fisiologia e bioquímica, aliadas a
genealogia, biológica, fenotípica e outras abordagens para delimitação de espécies
(LÜCKING et al., 2020).
Apesar de ser relatado o uso das técnicas moleculares para a identificação de
fungos em muitos estudos de taxonomia, ecologia, diversidade e outros, existem alguns
problemas relacionados com a aplicação dessas técnicas, e grande parte estão na extração
do DNA (DEMEKE & JENKINS, 2010). Estas etapas necessitam do cuidado para não
contaminar o DNA com RNA, lipídios, proteínas, polifenóis e polissicarídeos, que são
pré-requisitos importantes a fim de obter uma extração de DNA puro e de boa qualidade
para qualquer análise molecular (ABDEL-LATIF & OSMAN, 2017).
Os protocolos abordados neste estudo são usados com rotina no Laboratório de
Biologia Molecular, do Departamento de Micologia, da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). São métodos tradicionais de extração de DNA derivados do
protocolo descrito por Doyle & Doyle (1990) com adaptações, que utilizam brometo de
cetiltrimetilamônio (CTAB).
OBJETIVOS
O objetivo deste estudo foi avaliar três diferentes protocolos para a extração de
DNA a partir da cultura de fungos filamentosos e levedura liofilizada, a fim de auxiliar
nos estudos taxonômicos, ecológicos e diversidade de fungos para estudantes de
graduação e pós-graduação.
METODOLOGIA
Durante a realização de uma aula prática em biologia molecular, no departamento
de micologia da UFPE em 2020, foram testados três diferentes protocolos de extração de
187
DNA e utilizadas 12 amostras de fungos, descritos na Tabela 1. A biomassa micelial foi
colocada em meio sólido ágar suco de tomate [(ágar V8) 150 ml de suco de tomate
industrializado, 20g de ágar, 1 ml de antibiótico, pH 6.2, volume para 1 L]. Com um
auxílio de uma alça de platina, o material foi transferido para tubos de extração. Para a
extração dos fungos filamentosos foi adicionado aproximadamente 0,5 g do micélio e
para a extração da da levedura liofilizada (Saccharomyces cerevisiae) cerca de 0,2 g foi
adicionada nos tubos.
Os produtos resultantes da extração de DNA foram analisados em gel de agarose
a 1%, preparado em tampão 1X Tris-Ácido acético-EDTA (TAE). A eletroforese foi
conduzida a 100 V, 500 mA por 30 minutos em solução TAE 1X. Os géis foram
analisados e fotografados em transiluminador de luz UV.
A quantificação do DNA foi realizada em espectrofotômetro (NanoDrop) no
Laboratório de Genética de Microrganismos pertencente ao Departamento de Genética
da UFPE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos padrões de bandas visualizados no gel de agarose a 1% em tampão
1X (TAE), foi possível verificar a eficácia dos métodos de extração por CTAB 2% e
5%. A Figura 1 mostra a resolução das bandas (ver Tabela 1). A Tabela 2, mostra os
valores das concentrações de DNA e as razões verificadas a partir do Nanodrop.
Figura 1. Eletroforese em gel de agarose 1 % em TAE 1x com produto de extração de DNA de fungos
filamentosos (FF) e levedura liofilizada Saccharomyces cerevisiae (SC). M – Marcador de peso molecular
1KB Plus. Amostras 1, 3, 4, 5, 6, e 11 são FF e as amostras 2, 7, 8, 9, 10 e 12 são SC
188
que pode ser indício da composição do fermento e também da falta de experiência dos
alunos.
Tabela 2. Concentrações obtidas com o Nanodrop para os extratos de DNA e razões A260/A280 e
A260/A230.
Amostras Razão A260/A280 Razão A260/A230 Concentração ng/µL
1 1,16 2,30 0,8
2 1,35 0,30 18
3 1,13 0,20 20,3
4 1,57 0,62 21,1
5 1,46 1,79 421,9
6 1,68 2,36 144,2
7 2,07* 1,7 594,6
8 1,88* 2,01* 201,1
9 1,39 0,56 29,4
10 1,74 0,81 299,1
11 2,01* 1,67 15,6
12 1,60 1,75 11,5
*DNA puro.
189
Sambrook et al. (1989) como taxas de absorbâncias ideais entre 1,6 e 1,9 para
A260/A280.
Para a razão entre as absorbâncias A260/A230 nm foi verificado que a amostra 8
apresentou alto grau de pureza. Fang et al. (1992) e Sambrook et al. (1989) relatam que
o valor desejado para a relação A260/A230 deve está entre 2,0 e 2,2. Valores inferiores a
1,8 sugerem contaminação da amostra com sais, polissacarídeos e fenol (STEFFAN et
al., 1988; GLASEL, 1995; MANCHESTER, 1996).
Com base nos resultados analisados, os três protocolos apresentaram eficácia,
embora o protocolo de Griffihts et al. (2000) mostrou um resultado melhor. As amostras
7 e 8 extraídas com os protocolos de Liu et al. (2000) e Doyle & Doyle (1990),
respectivamente, apresentaram DNA puro. Os resultados obtidos neste estudo mostram
pureza do DNA para as amostras 6, 7, 8, 10, 11 e 12 na razão A260/A280 nm, ou seja,
metade das extrações apresentaram um nível aceitável de pureza, pode-se considerar uma
boa proporção, uma vez que as extrações foram realizadas por alunos com e sem prática
da técnica de extração.
CONCLUSÕES
O método de extração de Griffiths et al. (2000) mostrou o melhor resultado a partir
da quantificação no Nanodrop pela razão A260/A280; o método de Liu et al. (2000)
apresentou bandas íntegras por eletroforese em gel de agarose e o método de Doyle &
Doyle (1990) deixou muitos resíduos. É interessante que seja avaliado o grau de pureza
do DNA pela razão A260/A280, assim como, observar a sua integridade por eletroforese
em gel de agarose. Sendo assim, os três protocolos mostraram-se eficazes para as
amostras de fungos testadas.
Com base nesses dados é necessário analisar o método antes de extrair as
amostras, ver os componentes e sua funcionalidade a fim de obter um alto grau de pureza
do DNA, RNA ou proteína.
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191
REXP07 - SELOS POSTAIS NO ENSINO
DE MICOLOGIA
Jorge Luiz Fortuna1
1
Projeto Fungus Extremus, Laboratório de Biologia dos Fungos, Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), Campus X, Teixeira de Freitas BA.
Autor para correspondência: magoofortuna@gmail.com
INTRODUÇÃO
Fungos são encontrados em diversos ambientes, sendo seres vivos heterotróficos
uni ou multicelulares que apresentam grande variação morfológica. São seres vivos
importantes ao ecossistema, principalmente na reciclagem da matéria orgânica na
natureza, mantendo o equilíbrio ecológico.
Filatelia é um termo formado etimologicamente por duas palavras gregas, phylos
(amigo, ou que ama) e telia (taxa), sendo o estudo e/ou hábito de colecionar selos postais,
prática bastante difundida mundialmente (López-Diaz & Gómez, 2020; Zagkotas &
Niaoustasb, 2020). O termo filatelia foi cunhado pela primeira vez em 1864 na revista
“Le Collectioneur de Timbres-Poste” (Penereiro & Ferreira, 2011). Já o termo selo
origina-se do latim sigillum ou sigillu, com diversos significados, tais como: sinal, sinete,
chancela, selo, marca, estampilha, cunho, carimbo, distintivo, imagem pequena, símbolo,
emblema, etc. (Costa, 2018; Ferreira, 2018; Penereiro & Ferreira, 2019).
Para Penereiro & Ferreira (2011); Turienzo (2018); Salazar & Turienzo (2018), a
filatelia pode ser um poderoso meio de divulgação científica para sensibilizar a sociedade
sobre a importância da pesquisa científica e, ao mesmo tempo, como recurso didático,
apresentando múltiplas vantagens, além de ser inédito para os estudantes. Sendo assim, a
filatelia representa um importante meio de divulgação cultural e científica (Welker,
2010), aliada ao fato de poder representar um importante recurso didático em diferentes
níveis de ensino (Zagkotas & Niaoustas, 2019), por exemplo, ensino de certas ciências
como a Biologia (Calver et al., 2011), ou então um tema específico dessa ciência, como
a Micologia (Coetzee, 1993).
Segundo Langhi & Nardi (2009), a filatelia pode ser utilizada como um elemento
para “educação informal”, pois não possui intencionalidade e tampouco é
institucionalizada, uma vez que é decorrente de momentos não organizados e espontâneos
do dia-a-dia. Raramente utiliza-se os selos no ambiente acadêmico. Entretanto, tais
elementos representam uma importante contribuição, já que apresentam uma riqueza de
detalhes em suas estampas, além do seu estimado valor cultural. Portanto, o uso dos selos
no ensino-aprendizagem e na pesquisa pode favorecer o estreitamento entre as ciências
(Penereiro & Ferreira, 2019).
OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo demonstrar o potencial dos selos postais que
apresentam imagens e/ou temas fúngicos para o uso didático nos ensinos fundamental,
médio e superior no estudo da Micologia.
METODOLOGIA
Utilizou-se o “Catálogo de Selos do Brasil RHM” (Meyer & Meyer, 2020),
principal obra de referência filatélica do país. Foram analisados os selos postais emitidos
pela Empresa de Correios e Telégrafos do Brasil (ECT) durante o período de 1900 a
2019. Após a análise foram selecionados os selos que apresentavam estampas com
192
fungos. Além do catálogo foi realizado uma pesquisa na internet em busca de imagens
de selos postais de diversos países com a temática funga.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desde o ano de 1900 até 2019, o Brasil emitiu apenas dez selos com estampas de
fungos, distribuídos em três diferentes séries: três selos da série Fungos, lançados em 22
de outubro de 1984; um selo da série Estação Ecológica do Taim-RS, lançado em 12 de
outubro de 1995, e seis selos da série Diversidade de Fungos, lançados em 05 de junho
de 2019, em homenagem ao Dia do Meio Ambiente (Figura 1). Apesar desta ínfima
quantidade de selos brasileiros com o tema fungos e/ou cogumelos, o/a professor/a pode
utilizar diferentes imagens de selos com figuras, desenhos e fotos de selos a partir da
pesquisa de busca de selos realizada pela internet.
Também foram descritas algumas formas de utilização dos selos com a temática
funga no ensino, ratificando que selos com figuras de fungos podem e devem ser usados
no ensino de Micologia, tanto no ensino fundamental e médio, quanto no ensino superior
(Penereiro et al., 2015; Da-Silva & Coelho, 2016; Pantarotto, 2018; Penereiro & Ferreira,
2018; Salcedo & Bezerra, 2018; Turienzo, 2018; Zagkotas & Niaoustas, 2019, Ribeiro
Jr., 2020).
O uso de selos pode ser uma ajuda didática útil em quase todas as
matérias/disciplinas/áreas em todos os níveis educacionais. Cada selo pode levar a um
pequeno projeto de ensino-aprendizagem onde estudantes podem processar um conceito
ou conteúdo de forma interdisciplinar (Zagkotas & Niaoustas, 2019).
Figura 1. Selos brasileiros com imagens de fungos (Fotos: Coleção pessoal do autor).
193
Diversas outras imagens de selos com a temática fúngica (ou cogumelo) podem
ser encontradas fazendo pesquisas (buscas) de imagens pela internet. Os selos com
estampas de fungos podem ser usados no ensino de Micologia, tanto nos ensinos
fundamental e médio, quanto no ensino superior. Várias estratégias podem ser utilizadas
para despertar o interesse dos(as) discentes sobre os fungos a partir dos selos, tais como:
estudo da espécie; taxonomia e filogenia; relações ecológicas; origem dos conceitos e
conteúdos; preservação ambiental; etnomicologia; e relação com outras áreas.
Aumentando, assim, a curiosidade e, consequentemente, o interesse sobre o tema da
funga, levando os(as) discentes ao maior conhecimento sobre os fungos de uma forma
lúdica, significativa e inovadora.
Os aspectos visuais contidos nos selos podem despertar a curiosidade e o interesse
do estudante e, consequentemente, ampliar o seu conhecimento. Por meio desse material
filatélico é possível instigar o(a) estudante a descobrir a origem de um determinado
conteúdo, tornando a aprendizagem não apenas significativa, mas também motivadora
(Fortuna, 2021). Por ser um material didático não convencional e de fácil manuseio, é
possível utilizar o selo como opção para o ensino-aprendizagem, auxiliando docentes que
desejam estimular seus estudantes a apreciar, analisar e estudar as imagens neles contidas
(Penereiro & Ferreira, 2018).
Alguns selos trazem informações microscópicas, tais como: himênio; reprodução
sexuada e assexuada; formato de esporos. Além disso, é possível observar como existem
diversos formatos e cores que os diferentes grupos de fungos podem se apresentar (Figura
2).
Figura 2. Exemplos de selos estrangeiros com diferentes imagens de fungos (Fotos: Coleção pessoal do
autor).
CONCLUSÕES
Os selos podem e devem ser usados como instrumentos de divulgação científica e
nos processos de ensino-aprendizagem, tanto no ensino fundamental, médio e superior.
Assim sendo, o uso de selos no ensino-aprendizagem pode aguçar a aptidão pelo estudo
e pela construção de seu próprio conhecimento, de seu pensamento crítico e estimular sua
criatividade e curiosidade.
194
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196
PREMIAÇÃO
197
MENÇÃO HONROSA Resumos Simples
EIXO AUTOR TÍTULO
Larissa Trierveiler- FANC NA CABEÇA: ESPORULANDO CONHECIMENTO SOBRE
Pereira OS FUNGOS ALIMENTÍCIOS NÃO CONVENCIONAIS
DIVULGAÇÃO E
POPULARIZAÇÃO DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E PRODUÇÃO DE PÔSTERES E
DA MICOLOGIA Poliana Gonçalves
MODELOS DIDÁTICOS NO ÂMBITO DO COMPONENTE
Guimarães1
BIOLOGIA DOS FUNGOS
IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO
Ailton Matheus
GEOGRÁFICA De Dacryopinax Maxidorii Lowy (Fungi:
Avelino De Oliveira
Basidiomycota)
ECOLOGIA DE
FUNGOS AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DE TRÊS
Milena Vieira De
ESPÉCIES BRASILEIRAS DE FUNGOS FALOIDES
Miranda
(PHALLALES, BASIDIOMYCOTA)
198
MENÇÃO HONROSA Prêmio Jovem
Micologista Maria Auxiliadora De Queiroz
Cavalcanti
CATEGORIA AUTOR TÍTULO
Nathalia U, Ferretti- O FUNGO ECTOPARASITA Mattirolella silvestrii S. COLLA NO
Cisneros BRASIL
Graduação POPULARIZAÇÃO DOS FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS
Julie Erica Da
NO BRASIL: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA ROMPENDO AS
Rocha Alves
BARREIRAS DA PANDEMIA.
REVELANDO A MICOBIOTA DA ESCURIDÃO: FUNGOS
Vitória Cristina
ANEMÓFILOS DA CAVERNA ABRIGO DO LETREIRO NA
Santiago Alves
Pós-Graduação CAATINGA
Igor Alexsander De COMPORTAMENTO MICELIAL DE CURVULARIA
Melo Pimentel ERAGROSTIDIS SOB A AÇÃO DE LEVEDURA DO INHAME
199
GANHADORES Prêmio Jovem Micologista
Maria Auxiliadora De Queiroz Cavalcanti
• GRADUAÇÃO
SELEÇÃO DE ÁREAS PARA CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES COM POUCOS
REGISTROS DE OCORRÊNCIA DA ORDEM POLYPORALES
Ailton Matheus Avelino de Oliveira
• PÓS-GRADUAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE BIOMASSA FÚNGICA OLEAGINOSA COMO MATÉRIA-
PRIMA PARA A PRODUÇÃO DE ÉSTERES ETÍLICOS: OTIMIZAÇÃO DAS
CONDIÇÕES REACIONAIS POR PLANEJAMENTO FATORIAL
Ana Karine Furtado De Carvalho
200
CONCURSO FOTOGRÁFICO
Com isso convidamos você a conhecer os finalistas de cada categoria nas páginas a seguir.
201
CATEGORIA: Fotografia
202
JOSÉ FREDSON (3o lugar)
203
CATEGORIA: Ilustração
204
FRANCIELDO QUEIROZ (3o lugar)
205
AGRADECIMENTOS
Atenciosamente
Comissões Organizadoras do IV SIMS, VI EPEM e II FUNGMA
206