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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIESP

CURSO: PSICOLOGIA TURNO: Manhã


PROFESSOR (A): TATIANA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE LEAL
UNIDADE CURRICULAR: PSICOLOGIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
PERÍODO: 7º C.H.: SEMESTRE:
DISCENTE: Hannah Gouveia e Filipe Vieira
Data: 19 / 03 / 23

Atividade (TED) Primeira Unidade – Conceitualização cognitiva

Ana veio para uma sessão e contou ter uma série de sintomas relacionados com a ansiedade,
incluindo ataques de pânico, taquicardia, formigamento, hiperventilação e, especificamente, esquiva
de certas situações de dirigir, como atravessar pontes, pegar congestionamentos e ir longe demais.
Ela consegue dirigir normalmente, desde que não seja para além da sua restrita “zona de segurança”.
Ana disse ter histórico de ataques de pânico já há vários anos, os quais a levaram a consultas ao
pronto-socorro em duas ocasiões. Todos os seus exames estavam normais e uma consulta com um
cardiologista confirmou que ela não apresentava evidências de doença cardíaca.
Ana começou a ter ataques de pânico mais frequentes (todos os dias) quando obteve uma
promoção para gerente do escritório em um novo local da empresa de placas de vidro, onde antes
trabalhava como assistente-administrativo. Ocorre que, para exercer a nova função, precisa trabalhar
em novas instalações da empresa, localizadas do outro lado de um grande rio, inauguradas há alguns
dias. Para o local não há transporte público e isso exigiu que ela passasse a ter que ir de carro para
trabalhar, atravessando a grande ponte, mas ela tem faltado ao serviço. Sua ansiedade aumentou
ainda mais quando, no primeiro dia no novo trabalho, ela começou a sentir que sua mãe não está
conseguindo mais pagar o financiamento da casa onde moram, e entende que somente ela, com o
aumento em seu salário, pode resolver a situação, o que a fez hiperventilar e chamar um táxi bastante
caro para ir assim ao trabalho. No segundo dia, Ana continuou ansiosa, com taquicardia, e
considerando que iria ter que acabar pedindo demissão do emprego que tinha lutado para conquistar
e de que precisa tanto agora. Ela teve taquicardia e ligou para o chefe dizendo que iria faltar. O chefe
sabe da dificuldade de Ana, mas diz que está precisando dela no trabalho. Ela faltou ao trabalho
mesmo assim.
Várias influências durante o desenvolvimento de Ana em seus primeiros anos de vida
pareciam ter moldado o que parece ser uma vulnerabilidade a sintomas e crenças que envolvem a
ansiedade. Ana era a segunda de dois filhos, criados em um ambiente familiar amoroso, recebendo
muito afeto do pai e da mãe, com quem vivia. Embora nunca tenha recebido tratamento para
ansiedade, sua mãe é uma mulher tensa, que parece se preocupar demais com o perigo, e passou para
seus filhos a ideia de que o mundo é perigoso. Sua mãe ficou especialmente preocupada e
amedrontada quando Ana estava aprendendo a dirigir. Lhe dizia repetidamente para tomar cuidado
devido ao alto risco de acidente entre motoristas jovens. Quando um dos colegas de classe de Ana
morreu em um acidente de carro, sua mãe ficou tão ansiosa e angustiada que proibiu Ana de dirigir
por mais de 6 meses. Outra experiência traumática contribuiu para os ataques de pânico e a esquiva
de dirigir de Ana. Quando ela tinha vinte e poucos anos, seu pai morreu repentinamente de infarto. A
perda foi devastadora para ela e desencadeou um medo de ter mesmo destino de morrer jovem.
Não menos importante, Ana tinha também vários pontos fortes. Ela era inteligente, muito
querida por todos ao seu redor, tinha um emprego de que gostava e onde era reconhecida pelo bom
desempenho, participava de projetos sociais e tocava alguns instrumentos no tempo livre. Não tinha
transtornos de personalidade e tinha apoio de sua família e amigos. No entanto, tinha sintomas de
ansiedade há muito tempo instalados, com padrões de evitação muito arraigados com relação a
dirigir sobre pontes e por longas distâncias, para além da zona de segurança das conhecidas ruas
perto de sua casa, dos comércios aonde sempre ia e de seu antigo local de trabalho. Além disso,
parecia que sua família, amigos e colegas de trabalho estavam, sem saber, reforçando sua ansiedade,
ao participarem de seus elaborados métodos de evitação. Em todos os últimos dias, o seu namorado
havia se oferecido e levado Ana ao trabalho, pois ela alegava que estava com muita sudorese e tensão
e dizia que tinha certeza de que iria passar mal se tivesse que dirigir, porém isso fazia com que ele
chegasse atrasado no próprio emprego.

Conceitualização cognitiva – Ana

História de vida relevante:


Ana cresceu em um ambiente familiar equilibrado, onde recebeu afeto do pai e da mãe,
porém, sua mãe é uma mulher tensa e nunca tratou a ansiedade. Isso fez com que Ana se
tornasse uma pessoa ansiosa e insegura com crenças de que o mundo é périgoso. Além
disso, ela perdeu o pai de forma repentina e devastadora, o que desencadeou um medo de
morrer jovem. Ela apresenta diversos sintomas como ansiedade e ataques de pânico,
principalmente quando se trata de dirigir fora da sua “zona de segurança” que se
intensificaram quando foi promovida no emprego. Apesar de apresentar características de
doença cardiaca o médico afirmou que ela não tem nenhum problema no coração.

Diagnóstico/sintomas:
Ansiedade, Síndrome do Pânico, Taquicardia, Formigamento, Sudorese, Hiperventilação e
esquiva de certas situações de dirigir.

Pontos fortes e recursos:


Ana é muito inteligente, muito querida e tem o apoio de familiares e amigos proximos,
também é reconhecida pelo bom desempenho no emprego.

Questões situacionais/sociais:
Ana foi promovida no emprego, porém, por ser do outro lado de uma ponte, ela não
conseguia ir dirigindo ao trabalho.

Crenças centrais:
  Ana crê que o mundo é muito perigoso, que não consegue dirigir em determinadas
  situações além de não poder parar de trabalhar, pois sua mãe não conseguiria pagar o
  financiamento da casa.
Situação 1 Situação 2 Situação 3
Pensamento(s) automático(s): Pensamento(s) automático(s): Pensamento(s) automático(s):

Ana começou a sentir que sua mãe O pai de Ana morreu repentinamente Ana pensou em abandonar o trabalho,
não estava conseguindo pagar o de infarto quando ela ainda era pois foi promovida recentemente e
financiamento da casa onde moram e jovem, o que desencadeou um medo teria de cruzar uma ponte para chegar
entende que somente ela, com o de ter o mesmo destino de morrer ao emprego
aumento do seu salário, pode resolver jovem.
a situação, apesar da sua dificuldade
de enfrentar a distância e dirigir até
seu trabalho.

Emoção: Emoção: Emoção:


Ansiedade Medo Medo

Comportamento: Comportamento: Comportamento:


Pegou um táxi muito caro para Criou sua própria zona de segurança, Evitar ir dirigindo de carro ao
chegar ao trabalho. bastante restrita, a fim de evitar trabalho.
situações de risco.

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